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Agenciamento de cargas

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GESTÃO DA 
DISTRIBUIÇÃO 
FÍSICA 
Isis Boostel
Agenciamento de cargas
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
  Descrever freight forwarder e NVOCC.
  Reconhecer diferenças e benefícios do freight forwarder e do NVOCC.
  Identificar os fatores para a contratação do freight forwarder e do 
NVOCC.
Introdução
O embarque e o desembarque de cargas em portos é um serviço com-
plexo e burocrático, devido à variação de legislação de cada país. Para 
diminuir os riscos dessas operações, faz-se necessário contratar os serviços 
de empresas e profissionais específicos, os chamados agentes de cargas. 
Esses agentes podem ser pessoas físicas ou jurídicas que atuam de forma 
estratégica para solucionar problemas ou até mesmo para cuidar de 
toda a operação de importação ou exportação, garantindo eficiência, 
produtividade e redução de custos aos seus clientes.
Neste capítulo, você conhecerá os conceitos de freight forwarder e 
NVOCC (non-vessel owning common carrier). Além disso, conhecerá as 
principais diferenças e os benefícios do freight forwarder e do NVOCC. Por 
fim, verá quais são os fatores que devem ser observados para contratar 
esses agentes.
1 Freight forwarder e NVOCC
Os agentes de cargas prestam alguns serviços, como documentação necessária 
para operação de importação e exportação, embarque e desembarque, seleção 
de modais mais vantajosos, orçamento de fretes, auxílio com taxas, seleção 
de embalagens mais adequadas às cargas transportadas, assessoria quanto à 
legislação do país de origem e destino, entre outras atividades.
Em 1992, o Banco Central do Brasil, por meio do Programa Federal de 
Desregulamentação, criou as cartas circulares 2296 e 2297, que estabeleciam 
as condições para a atividade marítima do agenciamento de cargas.
Freight forwarder
As operações portuárias são complexas e burocráticas, uma vez que cada país 
tem sua legislação própria em constantes mudanças, exigindo, assim, uma 
gestão atenciosa; daí a importância da contratação de serviços transitórios de 
cargas para uma operação efi ciente. Em virtude desse cenário, a contratação 
de transitórios de cargas se torna importante para assegurar o cumprimento 
dos trâmites legais, bem como para agilizar a operação logística. 
O freight forwarder, ou transitório de carga, atua como operador logístico. 
De acordo com Segre et al., (2018, p. 42), os freight forwarder são:
[...] organizações que prestam serviços ao mercado internacional, com o 
gerenciamento das etapas (algumas ou todas) do processo de movimentação 
física de cargas da origem ao destino. Podem encarregar-se de pegar a mer-
cadoria na origem e entregá-la em destino. São caracteristicamente estruturas 
multinacionais, com escritórios e/ou representações nos centros logísticos 
mais significativos do mundo.
O freight forwarder atua sob a responsabilidade do exportador ou impor-
tador e pode realizar todas as operações antecedentes ao transporte marí-
timo, como, por exemplo, unitizar as cargas e transportá-las até o terminal 
portuário e realizar operações após a chegada delas ao terminal portuário 
de destino (p. ex., transporte do terminal até o destino final da carga). Para 
Keedi e Mendonça (2000), o freight forwarder pode coletar e entregar car-
gas em qualquer lugar do mundo utilizando recursos próprios ou terceiros, 
tornando-se, assim, a melhor figura para ser um operador de transporte 
multimodal (OTM), assumindo o transporte de uma ponta a outra, ou seja, 
do embarque ao desembarque.
Rojas (2014) define o freight forwarder como uma empresa prestadora 
de serviços logísticos multinacional ou associada a outros transitórios em 
diversos países, a qual está habilitada a fornecer serviços completos para 
exportação e importação. Esse agente oferece um serviço completo, que vai 
desde a retirada da mercadoria no armazém ou fábrica até a entrega desta 
Agenciamento de cargas2
no depósito do importador ou exportador. Contudo, o freight forwarder 
não responde por obrigações ou penalidades imponíveis ao afretador ou 
armador do navio, pois não executa nem responde pelo contrato de transporte 
(SEGRE, 2018). 
No Brasil, o freight forwarder opera por conta própria e por ordem do 
cliente, sendo responsável por:
  realizar todos os trâmites legais junto a repartições, agências marítimas, 
agências governamentais, entre outras;
  auxiliar na escolha do melhor modal para transporte;
  efetuar a reserva em veículos transportadores;
  dar recomendações sobre embalagens, rótulos e marcadores;
  embarcar e desembarcar cargas;
  emitir toda a documentação necessária para a operação de exportação 
e/ou importação;
  realizar documentações bancárias;
  realizar contratação de câmbio;
  realizar operações de liberação e despacho de cargas.
Non-vessel owning common carrier
O non-vessel owning common carrier (NVOCC; ou transportadora não 
proprietária de navios, em português) é uma modalidade que ganhou força 
na década de 80 nos Estados Unidos, quando pequenos empresários norte-
-americanos, interessados em exportar seus produtos, pressionaram o go-
verno do país a criar facilidades para o envio de produtos para o mercado 
latino-americano.
Em 1985, o governo brasileiro, sob o slogan “exportar é o que importa”, 
incentivou a indústria nacional a enviar produtos para o mundo. Em 1986, o 
primeiro embarque NVOCC chegou ao Rio de Janeiro, o qual trouxe contêineres 
consolidados (i.e., trazem produtos de vários clientes). Entretanto, o Brasil 
ainda não reconhecia a figura do NVOCC. A partir de 1990, com a abertura do 
mercado internacional, o volume de produtos embarcados através de operadores 
NVOCC teve um crescimento considerável, o que aumentou a demanda por 
contêineres e alavancou o número de NVOCCs. A Figura 1, a seguir, apresenta 
um gráfico do crescimento da carga em contêineres pelo mundo.
3Agenciamento de cargas
Figura 1. Crescimento da carga em contêineres pelo mundo (em milhões de toneladas).
Fonte: David (2016, p. 279).
Conforme observado na Figura 1, em 27 anos, a quantidade de cargas 
transportadas em contêineres aumentou cerca de oito vezes. É importante 
ressaltar que o contêiner foi uma das principais invenções para o transporte 
de mercadorias via modal marítimo, pois, além de oferecer maior segurança 
da carga, ele diminui consideravelmente o tempo para se carregar um navio, 
aumentando, assim, a eficiência na operação. No entanto, ele exige o uso de 
equipamentos robustos para a sua movimentação. O ganho de tempo é tão 
considerável, que cargas a granel já são transportadas em contêineres. Embora 
inovador, o uso de contêiner representou um obstáculo para as empresas 
que necessitavam transportar pequenos volumes, uma vez que a abertura de 
mercado também trouxe a facilidade para as pequenas empresas importarem 
e exportarem produtos, o que impulsionou o crescimento dos NVOCCs, que 
começaram a compartilhar espaços em contêineres.
Segundo dados da Agência Nacional de Transportes Aquaviários (ANTAQ, 
2019), no Brasil, cerca de 112,8 milhões de toneladas de carga foram movimen-
tadas utilizando contêineres em 2018. Apesar de não ter navio, os NVOCCs 
atuam como um transportador, pois emitem seus próprios conhecimentos de 
embarque. Todavia, os NVOCC formam outro tipo de companhia de navegação, 
pois essas transportadoras são reguladas pela Comissão Marítima Federal e 
atuam comprando espaços em navios e revendendo-os a empresas que neces-
sitam expedir suas cargas. Assim, os NVOCCs atuam como consolidadoras 
de fretes, pois agregam cargas LCL (less than container load; ou carga menor 
Agenciamento de cargas4
que um contêiner, em português) de clientes variados em um mesmo contêiner, 
permitindo ao pequeno fretador expedir em embalagem segura. Isso permite 
que pequenos fretadores se beneficiem da proteção de um contêiner e lhes dá 
a oportunidade de expedir sem a proteção de embalagem extra, exigida pela 
carga a granel (DAVID, 2016).
Segundo Rojas (2014,p. 121), “O NVOCC possui acordo com armadores 
para compra de espaço nos navios em número de contêineres. Esses acordos 
são estabelecidos por contratos de frete com prazo de 3 a 12 meses [...]”. O autor 
afirma, ainda, que o NVOCC é uma forma de ter controle sobre uma parte 
do navio sem ser proprietário deste, sem ser necessário afetá-lo ou mesmo se 
responsabilizar pela operação da embarcação (ROJAS, 2014). 
Armadores são empresas ou pessoas físicas que são proprietárias ou possuem conces-
sões de navios e contêineres para realizar operações de transporte marítimo nacional 
ou internacional de um porto a outro.
Dias e Rodrigues (2011, p. 232) define o NVOCC como “[...] um consolidador 
de carga responsável pela sua unitizaç ã o e logí stica de transporte, geralmente 
utilizado por empresas que possuem pequenos lotes a serem transportados e 
nã o encontram facilidades, uma vez que é mais conveniente trabalhar com 
cargas já conteinerizadas [...]”. Atualmente, esses agentes consolidadores 
também oferecem serviços na modalidade FCL ( full than container load; ou 
carga maior que um contêiner, em português), disponibilizando um contêiner 
inteiro para os clientes.
Por não ter navios, o NVOCC mantém acordo com armadores para ne-
gociar a utilização de contêineres e do próprio navio deles. Esse serviço é 
muito requisitado por pequenos comerciantes que, por possuírem carga de 
pequeno volume, encontram grandes dificuldades em negociar diretamente 
com os armadores. Atualmente, até mesmo empresas multinacionais utilizam 
os serviços do NVOCC quando querem enviar pequenos volumes a um baixo 
custo, se comparado ao custo do modal aéreo, por exemplo.
5Agenciamento de cargas
Para Keedi e Mendonça (2000), o NVOCC assume toda a responsabilidade 
do transporte perante o embarcador, ou seja, ele coleta a carga no terminal 
de embarque e a entrega no terminal de destino. Na visão do autor, pode-se 
dizer que, quando o NVOCC é utilizado, existem dois embarcadores e dois 
armadores. A operação realizada pelo NVOCC necessita de dois conhecimentos 
de carga: um conhecimento é emitido pelo dono do navio e o outro é emitido 
pelo NVOCC.
De acordo com a receita federal, o conhecimento de carga, também conhecido 
como conhecimento de transporte emitido pelo transportador, define a contratação 
da operação de transporte internacional, comprova o recebimento da mercadoria 
na origem e a obrigação de entregá-la no lugar de destino, constitui prova de 
posse ou propriedade da mercadoria, ampara a mercadoria e descreve a operação 
de transporte. O conhecimento de carga recebe denominações específicas em 
função da via de transporte: CRT (rodoviário), TIF (ferroviário), BL (marítimo) ou AWB 
(aéreo) (BRASIL, 2014).
2 Diferenças e benefícios do freight forwarder 
e do NVOCC
Embora o NVOCC e o freight forwarder sejam denominados como agentes 
consolidadores, a principal diferença entre eles é que o NVOCC é responsável 
pela carga de terminal a terminal; ou seja, a responsabilidade desse agente se 
inicia no terminal de embarque e fi naliza no terminal de desembarque. Já a 
responsabilidade do freight forwarder é de “porta a porta”; ou seja, se inicia 
em alguma fábrica ou armazém e termina no destino fi nal da carga.
Com base no campo de atuação, é possível definir o NVOCC como um 
transportador marítimo, ao passo que o freight forwarder exerce um papel de 
operador logístico. A Figura 2, a seguir, apresenta a diferença entre o NVOCC 
e o freight forwarder: enquanto o NVOCC opera exclusivamente no transporte 
marítimo, o freight forwarder atua em todos os modais. 
Agenciamento de cargas6
Figura 2. NVOCC versus freight forwarder.
Fonte: Ready Flet (2017, documento on-line).
Um dos benefícios em se contratar o freight forwarder é a possibilidade 
de contar com os serviços de um agente experiente e conhecedor do mercado 
internacional. Em geral, esses agentes possuem toda uma estrutura de trans-
porte próprio ou mantêm parceria com outros armadores, companhias aéreas 
e transportadoras. 
O freight forwarder se responsabiliza por toda a documentação necessária 
para o transporte. Dessa forma, a chance de atraso por divergência na docu-
mentação e a possibilidade de multas são reduzidas. Além disso, o freight 
forwarder é um prestador com recursos para assumir toda a responsabilidade 
para o transporte de carga, desde a retirada da mercadoria na fábrica do 
exportador até a entrega no armazém do importador. Além do transporte, o 
freight forwarder oferece serviços de emissão de documentos, negociações 
e transações bancárias, contratação de câmbio e liberação de despacho de 
cargas (DIAS; RODRIGUES, 2011). 
Portanto, é possível perceber que as atividades do freight forwarder são 
bem mais complexas, se comparadas aos serviços oferecidos pelos NVOCCs. 
Além disso, em algumas ocasiões, o freight forwarder pode contratar os 
serviços do NVOCC para realizar a etapa de transporte marítimo nas suas 
operações. Atualmente, tem-se percebido um aumento de freight forwarder 
e uma diminuição de NVOCC, tendo em vista que muitos freight forwarders 
oferecem a consolidação de cargas no seu portfólio. 
7Agenciamento de cargas
Segundo Dias e Rodrigues (2011, p. 232), a vantagem do NVOCC “[...] 
é garantir às empresas o embarque da mercadoria no navio contratado, 
independentemente do volume de carga, ao passo que, para o armador, uma 
carga pequena pode deixar de embarcar caso este não consiga outras cargas 
para completar o contêiner [...]”. Assim, o principal benefício na utilização 
do NVOCC é a possibilidade de enviar pequenos volumes de carga via 
modal marítimo. 
A operação do NVOCC ocorre por meio de unitizazão de cargas e oferece 
ao cliente maior agilidade no carregamento e descarregamento de cargas, 
bem como a redução de custos. Já com a contratação de serviços de freight 
forwarders, os benefícios são ainda maiores, conforme a seguir.
  Economia de recursos: o freight forwarder sempre optará pela ma-
neira mais eficiente e com o melhor custo-benefício para transportar 
a mercadoria. Isso inclui a seleção do melhor modal de transporte, 
do menor transit time (tempo de trânsito), da melhor armazenagem 
e do melhor conhecimento no preparo da documentação necessária 
para a operação.
  Segurança: pelo fato de o freight forwarder ser especialista no 
despacho de mercadorias e conhecer a legislação vigente em cada 
país, as chances de a carga ficar parada por problemas burocráticos 
é reduzida.
Ao contratar um agente de carga, se está, na verdade, terceirizando etapas 
do processo de logística. Em geral, a terceirização é o caminho a ser seguido 
em três situações:
  quando a empresa não possui os conhecimentos necessários sobre 
aquela atividade ou processo;
  quando a empresa possui habilidades para conduzir o processo ou 
atividade, porém não é de seu interesse assumir a responsabilidade, já 
que prefere concentrar seus recursos financeiros e humanos na atividade 
principal da organização;
  quando a empresa deseja reduzir custos. 
Agenciamento de cargas8
3 Fatores para a contratação de freight 
forwarder e NVOCC
Segundo Ballou (2007), o transporte internacional conta com vários interme-
diários ou agentes capacitados para assessorar embarcadores e compradores. 
Essa assessoria vai desde simples transportes até operações mais complexas, 
como procedimentos necessários à transposição de fronteiras. São exemplos 
dessas operações:
  preparação da documentação para a alfândega;
  coordenação das inspeções alfandegárias;
  armazenagem e consolidação dos embarques;
  otimização dos fretes;
  rastreamento dos embarques. 
A escolha pela melhor opção de agenciamento de cargas varia de acordo 
com a estrutura logística que a empresa contratante dispõe e o volume de carga 
a ser transportado. Se o volume for pequeno e a empresa contar com meios 
de transporte próprios ou algum parceiro e depender apenas de transporte 
marítimo, a melhor opção seria o NVOCC; já se a empresa não dispõe de 
maneiraspara enviar seus produtos até o porto e, posteriormente, o destino 
final ou se for uma carga de maior volume, contratar os serviços do freight 
forwarder pode ser mais vantajoso. 
Existem alguns fatores que sempre devem ser levados em consideração 
para decidir qual a melhor opção de agenciamento de carga, são eles:
  Custo: é um dos principais pontos que a empresa observa no mo-
mento de contratar um agente de carga, uma vez que um alto custo 
no transporte de produtos pode resultar na diminuição do lucro da 
empresa ou na perda de competitividade desta. Assim, é preciso 
definir onde se pode economizar sem comprometer a segurança do 
produto e garantir que a legislação seja plenamente atendida por meio 
de uma documentação correta. Além disso, é importante observar os 
preços praticados pelo mercado, para checar se existe alguma discre-
pância considerável em relação ao preço contratado. De acordo com 
Ballou (2007), os principais custos fixos no transporte marítimo são 
9Agenciamento de cargas
relacionados à operação dos terminais. Dentre esses custos, o autor 
destaca os custos com as tarifas portuárias quando um navio entra 
em um porto marítimo e os custos de carga e descarga. Apesar de 
os custos dos terminais serem altos, os baixos custos com a linha de 
transportes fazem do aquaviário o modal mais barato quando se trata 
de transporte internacional entre continentes. 
  Qualidade: um baixo preço pode significar uma má qualidade na 
prestação do serviços; nesse caso, o barato pode sair caro. Assim, 
é preciso observar quais ferramentas tecnológicas a empresa con-
tratada dispõe, para reduzir erros no processo. São exemplos de 
ferramentas tecnológicas: uso da inteligência artificial para conso-
lidação de carga; uso de rastreadores para monitoramento através 
de blockchain. 
Blockchain é uma tecnologia que permite acessar uma base de dados distribuídos e 
descentralizados, para registrar determinadas informações que não podem ser alteradas.
  Comunicação: é fundamental que a empresa contratante tenha um 
canal de comunicação imediata com a contratada. Embora repasse a 
responsabilidade total da coleta e entrega da carga, a empresa deverá 
ter meios para rastrear seu envio e manter seu cliente informado sobre 
cada etapa do processo. 
  Credibilidade: é preciso verificar quais são os principais clientes que o 
agente atende e com qual tipo de carga ele costuma trabalhar. Se possível, 
deve-se entrar em contato com a cartela de clientes do prestador para 
buscar informações sobre satisfação, problemas enfrentados e solução 
de contratempos. 
  Prazo: o prazo é outro fator fundamental, visto que o atraso em um 
envio de um produto pode resultar na insatisfação do cliente e no can-
celamento do pedido. Se o atraso for ao receber uma carga importada, 
Agenciamento de cargas10
o resultado pode ser uma parada de produção ou o desabastecimento 
e a perda de vendas. Lembre-se de que os produtos em trânsito são 
considerados como estoques, e estes têm um custo. 
  Segurança: o agente contratado deve oferecer todas as garantias 
necessárias para manter a integridade da carga e respeitar a legislação 
vigente do país de destino da carga, contratando seguros obrigatórios 
e cumprindo os procedimentos quanto ao tipo de embalagem, por 
exemplo. Quando o agente contratado for o NVOCC e a carga a ser 
transportada for LCL, certamente a carga será acondicionada com 
outros produtos no contêiner, de modo que é preciso ficar atento 
quanto à qualidade das embalagens e à compatibilidade das cargas. O 
acondicionamento de cargas frágeis com cargas pesadas pode resultar 
em avarias quando houve movimentação do conteúdo. Existem, 
ainda, outras ameaças, como vazamento e odores, que podem causar 
avarias ou perdas, as quais devem ser observadas na contratação 
dos serviços.
  Projeção: um bom agente de carga deve possuir uma grande rede de 
conexão nos locais que opera. Uma rede bem-estruturada representa 
uma redução de custos com fretes, pois oferece escalabilidade. A fre-
quência de envio ou recebimento também proporciona bons fretes para 
a contratante; quanto menor o intervalo de tempo entra cada remessa, 
maior será o poder de negociação. 
  Representação: o mercado oferece várias opões de agentes de carga, 
entretanto, um dos critérios a serem observados no momento da 
contratação desses serviços é se o agente possui representantes no 
Brasil, uma vez que a falta de representação no território nacional 
dificultará a comunicação e a solução de possíveis problemas na 
operação.
  Especialidade: no mercado, existem agentes especializados em um 
determinado tipo de carga. A especialização proporciona maior segu-
rança no transporte, tendo-se em vista que, provavelmente, não haverá 
acondicionamento de cargas incompatíveis em um mesmo transporte. 
Além disso, alguns produtos específicos exigem cuidados especiais, 
como, por exemplo, os produtos químicos. 
11Agenciamento de cargas
ANTAQ. ANTAQ divulga os números da movimentação portuária de 2018. 2019. Disponível 
em: http://portal.antaq.gov.br/index.php/2019/02/12/antaq-divulga-os-numeros-da-
-movimentacao-portuaria-de-2018/. Acesso em: 12 maio 2020.
BALLOU, R. H. Gerenciamento da cadeia de suprimentos/logística empresarial. 5. ed. Porto 
Alegre: Bookman, 2007. E-book.
BRASIL. Ministério da Economia. Receita Federal. Introdução. 2014. Disponível em: 
http://receita.economia.gov.br/orientacao/aduaneira/manuais/despacho-de-impor-
tacao/topicos-1/despacho-de-importacao/documentos-instrutivos-do-despacho/
conhecimento-de-carga/introducao. Acesso em: 12 maio 2020.
DAVID, P. A. Logística internacional. São Paulo: Cengage Learning, 2016.
DIAS, R.; RODRIGUES, W. (org.). Comércio exterior: teoria e gestão. 3. ed. Sã o Paulo: 
Atlas, 2011.
KEEDI, S.; MENDONÇA, P. C. C. Transportes e seguros no comércio exterior. 2. ed. São 
Paulo: Aduaneiras, 2000.
READY FLEET. NVOCC versus freight forwarder. 2017. Disponível em: https://ready-fleet.
com/logistics-services/nvocc/nvocc-versus-freight-forwarder/. Acesso em: 12 maio 2020.
ROJAS, P. Introdução à logística portuária e noções de comercio exterior. Porto Alegre: 
Bookman, 2014. (Série Tekne).
SEGRE, G. et al. (org.). Manual prático de comércio exterior. 5. ed. São Paulo: Atlas, 2018.
Leituras recomendadas
GUIA MARÍTIMO. NVOCC. [2020]. Disponível em: https://www.guiamaritimo.com.br/
guia-de-servicos/nvocc. Acesso em: 12 maio 2020.
KEDDI, S. NVOCC, FF, OTM, agente de carga, etc. 2016. Disponível em: https://www.
comexblog.com.br/logistica/nvocc-logistica-etc/. Acesso em: 12 maio 2020.
MIRANDA, A. NVOCC o caminho das Pedras. 2015. Disponível em. https://www.linkedin.
com/pulse/nvocc-o-caminho-das-pedras-alaor-miranda/?originalSubdomain=pt. 
Acesso em: 12 maio 2020.
ROCHA, M. Responsabilidades do freight forwarder. 2012. Disponível em: http://www.
revistaapolice.com.br/2012/08/responsabilidade-do-freight-forwarder/. Acesso em: 
12 maio 2020.
Agenciamento de cargas12
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cionamento foi comprovado no momento da publicação do material. No entanto, a 
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local e conteúdo. Assim, os editores declaram não ter qualquer responsabilidade 
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13Agenciamento de cargas

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