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Gramatica - Moderna Plus-142-144

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UNIDADE
Introdução 
aos estudos 
gramaticais
Qual a origem dos estudos gramaticais? 
Essa não é uma pergunta comumente feita 
por quem estuda gramática, mas é importante 
conhecer não só a resposta para ela, mas 
também quais são os níveis de descrição 
gramatical da língua. 
Nesta unidade, você conhecerá a 
resposta para essas duas questões. 
Também aprenderá que as palavras têm 
uma estrutura interna e conhecerá os 
elementos que constituem tal estrutura. 
Aprenderá ainda quais são os processos 
de formação de palavras característicos 
da nossa língua e perceberá que, como 
falantes, recorremos intuitivamente a esses 
processos quando criamos novas palavras.
Capítulo 7 A gramática e suas partes, 116
Capítulo 8 A estrutura das palavras, 128
Capítulo 9 Formação de palavras I, 136
Capítulo 10 Formação de palavras II, 145
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Começo da ocupação 
romana na península 
Ibérica. Levam dois 
séculos para completar 
sua ocupação.
Formação da Europa 
Latina, com a conquista, 
pelos romanos, da Europa 
Ocidental, de parte da 
Europa Oriental e do norte 
da África. O latim é a língua 
oficial do Império Romano.
Guerras Púnicas: Roma 
invade a península Ibérica 
para conter os cartaginenses. 
Os soldados romanos falam 
o latim vulgar, variedade 
popular do latim.
1510-1511 — O navegador 
Afonso de Albuquerque 
conquista Goa e Málaca; 
faz a primeira expedição 
portuguesa ao Pacífico.
1536 — Fernão de Oliveira 
publica a Grammatica da 
lingoagem portugueza. 
Bárbaros (alanos, 
vândalos e suevos) 
invadem a península 
Ibérica e expulsam os 
romanos.1100-1350 — O galego-portu- 
guês é a língua falada em 
Portugal, sendo utilizada pelos 
trovadores em suas cantigas.
1214 — Surgem os primeiros 
documentos escritos em 
português: o Testamento de 
Afonso II e a Notícia de Torto.
~1350 — Separação entre o 
galego e o português, que se 
torna a língua de Portugal.
1385 — Os portugueses vencem 
os castelhanos em Aljubarrota e 
D. João I é aclamado rei, dando 
início à dinastia de Avis. Durante 
seu reinado, começam as viagens 
marítimas portuguesas.
1415 — Início da expansão 
colonial portuguesa com a 
tomada de Ceuta, ao norte da 
África. O português começa a ser 
levado para fora de Portugal.
1427 — Descoberta de parte 
do arquipélago dos Açores.
1462 — Início do povoamento da 
ilha de Santiago, em Cabo Verde.
1470 — Descobrimento das 
ilhas de Fernão do Pó, São 
Tomé, Príncipe e Ano Bom.
1484-1486 — Exploração do 
reino de Benin (na atual Nigéria).
Fundação da cidade de 
Felicitas Julio Olisipo (atual 
Lisboa) pelos lusitanos.
Mouros invadem a 
península e fixam-se ao 
sul. O árabe passa a ser 
a língua oficial, mas os 
invasores permitem que 
se continue usando o 
romance (latim vulgar 
com influência das línguas 
regionais).
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390 a.C.-124 d.C. 264 a.C.-146 a.C. 218 a.C.
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Fase proto-histórica do português
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s 1094 — D. Henrique, 
conde de Borgonha, casa 
com D. Tareja, filha de 
Afonso IV, rei de Leão 
e Castela, e recebe o 
Condado Portucalense 
de dote.
1143 — D. Afonso 
Henriques, filho de 
D. Henrique, expulsa os 
mouros e é coroado rei 
de Portugal. Durante 
seu reinado, incorpora 
ao território Santarém, 
Lisboa e o Alentejo.
1510-15361500
Linha do tempo: 
formação da língua portuguesa
Lisboa em gravura do 
século v.
Mesquita na região de Algarve,
ao sul de Portugal, 200 .
Estátua de . Afonso 
enriques, no castelo de 
São Jorge, Lisboa, 2006.
Estátua de . João I, na praça 
da igueira, Lisboa, 2006.
Carta de Pero Vaz de Caminha 
anuncia, ao rei D. Manuel, a 
chegada da frota de Pedro 
Álvares Cabral à costa brasileira.
Fase moderna do português
Carta de Pero 
vaz de Caminha.
Grammatica da 
lingoagem portuguesa.
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oram interesses comerciais que levaram os navegadores portugueses 
a procurar um caminho marítimo para as ndias em busca de especiarias. 
uando as primeiras caravelas portuguesas começaram a desbravar o 
mar-oceano, teve início a viagem da língua portuguesa pelos diferentes 
continentes.
Entre os séculos v e vI, enquanto Portugal criava o primeiro império 
comercial europeu, o português se espalhou por vários territórios da frica 
e da sia. na América, desembarcou no Brasil, onde é hoje falado por mais 
de 191 milhões de pessoas.
nos diferentes territórios onde se estabeleceu como língua oficial, o 
português sofreu influência das línguas locais, enriquecendo seu vocabu-
lário com termos como jangada, de origem malaia, e chá, de origem chinesa. 
Além disso, as várias situações de contato linguístico fizeram com que a 
língua falada em diferentes regiões adquirisse diferentes características 
referentes à pronúncia e à organização sintática.
Crioulos: os muitos “filhos” do português
urante o processo de conquista e colonização dos territórios na frica 
e na sia, os portugueses entraram em contato com um grande número de 
comunidades. A necessidade de estabelecer uma comunicação eficiente fez 
surgir uma série de línguas “mistas”, também chamadas de crioulos.
Os crioulos nascem do contato entre um idioma europeu e determina-
da língua nativa, conservando características das duas línguas de que se 
originam. Inicialmente surgidas para permitir o contato entre diferentes 
povos, essas línguas mistas acabam por se tornar crioulos quando viram a 
língua materna falada pelas novas gerações.
Muitos crioulos de base portuguesa formaram-se durante o período de 
colonização de territórios na frica e na sia. na frica, são bem conhecidos 
os falados em Cabo verde, guiné-Bissau e São Tomé e Príncipe.
 Cesária vora, EUA, 200 .
A diva dos pés descalços
nascida em Mindelo (2 de 
agosto de 19 1), na ilha de San 
vicente, Cesária vora é a mais 
conhecida cantora de Cabo 
verde. Tornou famosa a morna, 
gênero musical derivado do 
fado português, cantado em 
crioulo cabo-verdiano, que fala 
da longa história de isolamen-
to e sofrimento do povo local. 
Cesária ficou conhecida como 
a “diva dos pés descalços” por 
apresentar-se sem sapatos 
em solidariedade aos sem-
-teto e às mulheres e crianças 
pobres de seu país. Em 200 , 
a cantora ganhou o prêmio 
Grammy de melhor álbum de 
world music contemporânea. 
veja a letra de uma das belas 
mornas cantadas por Cesária 
vora e conheça um pouco o 
crioulo cabo-verdiano de base 
portuguesa.
Flor di nha esperança Flor da minha esperança
Se m’sabia Se eu soubesse
K’gente novo ta morre Que os jovens também morriam
M’ka tava ama Eu não teria amado
Ninguém Ninguém
Ness mundo Nesse mundo
Ess morna Essa morna
E sonho d’nha esperança É o sonho da minha esperança
Ki ja confessam Que me revelou
Qu’ma bo amor Que seu amor
Era falso, ô flor Era falso, ó flor
Na dispidida Na hora da despedida
Bo tchora tcheu Você chorou muito
M’magoa Eu fiquei tão triste
M’tchora também Que chorei também
vORA, Cesária. Trad. de Maria Luiza M. Abaurre. 
isponível em: http: .cesaria.info paroles.php . 
Acesso em: 2 mar. 2006.
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