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Gramatica - Moderna Plus-151-153


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Leia atentamente as tiras a seguir para responder às questões de 
1 a 3
Vogal e consoante de ligação•	
Em alguns casos, a ligação entre radicais e sufixos é feita por meio de 
elementos mórficos que não têm significação gramatical própria, cumprin-
do apenas a função de vincular duas partes constitutivas de uma mesma 
palavra. São as vogais e as consoantes de ligação.
Vogais de ligação
Observe o exemplo barbaridade, formado a partir da palavra bárbaro: a vogal 
de ligação, -i-, que ocorre entre o radical e o sufixo -dade, simplifica a sequência 
silábica na ligação do radical e do sufixo, pela criação da sílaba -ri, o que elimina 
o encontro consonantal -rd. Outros exemplos: gasômetro; auriverde.
Consoantes de ligação 
Costumam ocorrer entre um radical oxítono terminado em vogal e um 
sufixo iniciado por vogal. A inserção de consoantes de ligação evita a for-
mação de hiatos. Observe:
• café, cafeteira; tricô, tricotar (consoante de ligação: -t);
• chá, chaleira (consoante de ligação: -l);
• cajá, cajazeira (consoante de ligação: -z).
FRANK & ERNEST Bob Thaves
FRANK & ERNEST Bob Thaves
THAVES, Bob. Frank & 
Ernest. O Estado de 
S. Paulo, 30 jan. 2007.
THAVES, Bob. Frank & 
Ernest. O Estado de 
S. Paulo, 29 nov. 2007.
ATIVIDADES
 1. Na primeira tira, para obter um determinado efeito de sentido, uma 
série de insetos foi criada recorrendo a um recurso linguístico espe-
cífico. Como os nomes dos insetos foram criados?
É possível perceber, na tira, uma relação entre a maneira como os ff
insetos foram representados e os termos criados para denominá- 
-los. Que relação é essa? 
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Gente superfaturada
[...] O verbo “superfaturar” [...] anda tão valorizado nos 
últimos anos, tão exposto na cobertura de sucessivos escân-
dalos, que vem tentando virar aquilo que não é: um sinônimo 
perfeito de “exagerar” ou “superestimar”. Dificilmente atingirá 
seu objetivo, mesmo em sentido figurado. “Faturar” é um verbo 
enraizado demais no campo da economia. 
Apesar de tudo, ele faz o que pode. Dia desses, uma notí-
cia de grande destaque na imprensa carioca informava que o 
governo Anthony Garotinho está sendo acusado de “superfa-
turar em 50%” o número de pessoas alfabetizadas no estado 
de 1999 a 2002. Doeu. “Superfaturar” significa “cobrar preço 
excessivamente alto” ou “expedir fatura de venda com preço 
acima do realmente cobrado”. É possível superfaturar gente, 
sim, mas só em regimes escravocratas.
 4. O texto transcrito centra-se na discussão do uso do verbo superfaturar. 
Explique a formação dessa palavra.
Qual o sentido atribuído ao prefixo ff super?
 5. Sérgio Rodrigues aponta, em seu texto, um uso equivocado desse 
verbo. Em que consiste esse equívoco, segundo o autor?
Explique por que tal uso é inadequado.ff
 6. O que explicaria, do ponto de vista semântico, esse equívoco?
 7. Explique por que Sérgio Rodrigues afirma que “superfaturar gente” 
só seria possível em regimes escravocratas.
RO RIgUES, Sérgio. Coluna Língua Viva. Jornal do Brasil. 
 Rio de Janeiro, 11 ago. 2002. (Fragmento).
 2. Na segunda tira, para provocar um efeito de humor, o analista faz 
um trocadilho (jogo de palavras) a partir de uma palavra conhecida. 
Identifique essa palavra e explique o seu significado.
Com que sentido a palavra foi utilizada na tira?ff
 3. Nas duas tiras, a criação de palavras está diretamente relacionada 
à produção do efeito de humor. Isso só é possível pela manipulação 
que o autor faz das unidades morfológicas que compõem as palavras. 
Justifique.
 As questões de 4 a 7 referem-se ao texto a seguir.
 
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Usos dos elementos mórficos
Como vimos neste capítulo, os elementos mórficos desempenham 
um papel fundamental na constituição das palavras de nossa língua. Eles 
podem, também, ser explorados de modo criativo nos textos literários. 
Veja o exemplo a seguir.
Na poesia concretista, é possível encontrar vários exemplos de uso 
dos elementos mórficos como base para a criação literária. Sua tarefa 
será encontrar um poema em que isso ocorra. Depois de escolhido o 
texto, você deverá fazer uma análise semelhante à apresentada acima, 
para explicar de que modo o trabalho com a estrutura das palavras foi 
utilizado pelo poeta.
Sugerimos que você consulte livros de poesia dos principais auto-
res concretistas brasileiros: Augusto de Campos, Haroldo de Campos 
e Décio Pignatari.
Analisando atentamente o texto, percebemos um interessante traba-
lho do poeta com a estrutura das palavras e sua relação com o sentido 
geral do poema. Esse trabalho consiste em acrescentar, ao radical forma, 
os prefixos re-, dis-, trans-, com- e in-.
Observe que as palavras formadas a partir desses prefixos foram 
dispostas, no poema, de modo a sugerir um movimento circular que 
possibilita sempre o retorno à palavra original.
Outro elemento importante na interpretação do poema e de sua cons-
trução é a posição central que a palavra transforma ocupa no poema. 
Em torno desse eixo parecem “girar“ todas as outras palavras. O efeito 
obtido é o de chamar a atenção para a transformação semântica que o 
acréscimo dos prefixos produz na palavra forma.
Embora se possa afirmar que a poesia tem uma liberdade maior para 
“brincar” com a estrutura das palavras, é comum que o falante utilize 
prefixos e sufixos para criar novos termos que são, muitas vezes, incor-
porados pela língua.
GRÜNEWALD, José Lino. Poema sem título. 
In: MENEZES, Philadelpho. Poesia concreta 
e visual. São Paulo: Ática, 1998. p. 68.
Pratique
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