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CONHECIMENTOS
Dinâmica planetária e as idades da Terra
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Texto: O dia em que a Terra incendiou-se.
Períodos glaciais
O período inicial de formação da Terra foi marcado 
por temperaturas altíssimas e pelo bombardeamento 
contínuo por asteroides, como vimos. Apesar de hoje 
a situação ser bem mais estável, as transformações 
da superfície terrestre nunca cessaram e o planeta 
continua a ter ambientes bastante dinâmicos.
A média das temperaturas terrestres, por exemplo, 
tem sofrido variações periódicas, com alternância de 
períodos quentes e frios, estes últimos conhecidos 
por períodos glaciais. Há inúmeros indícios de que o 
planeta passou por períodos glaciais severos entre 750 
milhões e 590 milhões de anos atrás.
Acredita-se que ocorreram quatro períodos relati-
vamente quentes, intercalados com períodos de frio 
tão intenso que os mares congelaram e o planeta se 
transformou em uma bola de gelo. Existem evidên-
cias de que, entre 600 e 590 milhões de anos atrás, 
a Terra ficou coberta por uma camada de gelo de um 
quilômetro de espessura, que se estendia dos polos ao 
equador. Apenas as regiões com atividade vulcânica 
mantiveram temperaturas elevadas e provavelmente 
serviram de refúgio para as espécies sobreviventes. 
O último período glacial, bem mais ameno que os 
mencionados anteriormente (o gelo não chegou aos 
trópicos), terminou há cerca de 10 mil anos.
Grandes extinções
Desde sua origem, a Terra é bombardeada por cor-
pos celestes, hoje em quantidades incomparavelmente 
menores do que no início da existência do planeta. 
Eventualmente, um meteorito de maior dimensão atin-
ge a superfície da Terra. Há 65 milhões, um asteroide 
de grandes dimensões caiu na região de Chicxulub, 
no México, abrindo uma cratera de 180 quilômetros 
de diâmetro e levantando uma nuvem de poeira que 
bloqueou a luz solar durante meses. A catástrofe teria 
levado à extinção da maior parte dos seres vivos, inclu-
sive os dinossauros, animais dominantes na época.
A queda do asteroide em Chicxulub pode ter alterado 
drasticamente a vida no planeta. Ao provocar a extin-
ção dos dinossauros e de outras formas de vida, abriu 
caminho para a diversificação dos mamíferos e o surgi-
mento de nossa espécie. É possível que outras extinções 
também tenham sido causadas pela queda de grandes 
asteroides ou por grandes erupções vulcânicas.
Os cientistas têm indícios de cinco grandes ex-
tinções ocorridas nos últimos 500 milhões de anos. 
Há 440 milhões de anos, cerca de 85% das espécies 
viventes na época foram extintas. Há mais ou menos 
365 milhões de anos, houve outra grande extinção 
em massa, principalmente de espécies marinhas. 
Há 251 milhões de anos, ocorreu a mais grave das 
extinções em massa, que fez desaparecer da face 
da Terra 96% das espécies então existentes. Há 205 
milhões de anos, desapareceram cerca de 76% das 
espécies, principalmente de organismos marinhos. 
Finalmente, há 65 milhões de anos, ocorreu a mais 
conhecida extinção em massa, que destruiu entre 
75% e 80% das espécies viventes, dentre elas todo o 
grupo de dinossauros, que dominava os ambientes 
de terra firme.
Os cientistas conseguem reconstituir esses e 
outros eventos ocorridos no passado analisando 
os vestígios de seres vivos impressos nas rochas, 
os fósseis, que fornecem pistas importantíssimas 
para reconstituir a história do planeta. Sabe-se que 
houve uma onda de extinções em massa quando 
o documentário fóssil apresenta uma desconti-
nuidade, ou seja, quando os tipos e a diversidade 
dos fósseis mudam bruscamente entre rochas 
formadas em um dado período e no período ime-
diatamente seguinte.
Divisões do tempo geológico
A partir dos registros fósseis encontrados em 
rochas de diversas partes do mundo, os geólogos 
elaboraram uma cronologia da Terra, dividindo em 
etapas o tempo de existência da Terra, que é chamado 
de tempo geológico. Esse costuma ser dividido em 
quatro grandes intervalos, as eras geológicas, cada 
uma caracterizada por ocorrências marcantes. Em 
sequência, as eras são: Pré-cambriana, Paleozoica, 
Mesozoica e Cenozoica. Com exceção da era Pré- 
-cambriana, todas as demais são subdivididas em 
unidades menores, os períodos geológicos. Recen-
temente no final da era Pré-cambriana foi incluído 
um período, denominado Ediacarano, que se estende 
de 600 milhões a 570 milhões de anos atrás. Na era 
Cenozoica, os períodos são ainda subdivididos em 
unidades menores, as épocas geológicas. 
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Texto: O dia em que a Terra incendiou-se
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(Modificado de Mader, S. S., 1998.)
 Tabela 2.1 Eventos biológicos durante o tempo geológico
Era Período Época
Milhões de 
anos atrás
Eventos biológicos importantes
C
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Quaternário
Recente 0 - 0,01
Dispersão do Homo sapiens moderno pelo planeta e 
aparecimento da civilização humana; declínio das grandes 
florestas e considerável extinção de espécies.
Pleistoceno 0,01 - 2
Aparecimento da espécie humana moderna; extinção de mamíferos 
de grande porte.
Terciário
Plioceno 2 - 6
Aparecimento dos hominídeos; expansão dos mamíferos de 
grande porte.
Mioceno 6 - 24 Expansão dos campos e diminuição das florestas.
Oligoceno 24 - 37
Aparecimento dos macacos antropoides e de muitas famílias 
de plantas modernas.
Eoceno 37 - 58
Aparecimento das ordens modernas de mamíferos e expansão 
das aves.
Paleoceno 58 - 66
Diversificação dos mamíferos e das plantas angiospermas; 
aparecimento dos primeiros primatas (prossímios).
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a Cretáceo 66 - 144
Extinção dos dinossauros e de diversas espécies de animais 
e plantas; aparecimento dos mamíferos placentários e das 
plantas angiospermas.
Jurássico 144 - 208
Apogeu dos dinossauros; abundância de plantas gimnospermas; 
aparecimento dos ancestrais das aves.
Triássico 208 - 245
Aparecimento dos dinossauros, dos mamíferos e de plantas 
gimnospermas dos grupos das cicas e dos gincos.
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Permiano 245 - 286
Diversificação dos répteis e declínio dos anfíbios; aparecimento 
das plantas gimnospermas (coníferas) e da maioria das ordens 
modernas de insetos.
Carbonífero 286 - 360
Diversificação dos anfíbios; aparecimento dos répteis; expansão de 
insetos e de florestas de plantas semelhantes a pteridófitas, que 
deram origem aos depósitos de carvão mineral.
Devoniano 360 - 408
Aparecimento das primeiras plantas com sementes, dos anfíbios 
e dos insetos. Abundância de moluscos e de trilobites e 
considerável diversidade de peixes dotados de mandíbula.
Siluriano 408 - 438
Aparecimento das primeiras plantas vasculares em ambiente de 
terra firme e dos primeiros peixes dotados de mandíbula.
Ordoviciano 438 - 505
Continuidade da diversificação das algas e grande expansão dos 
invertebrados e dos peixes sem mandíbulas.
Cambriano 505 - 570
Diversificação das algas e dos invertebrados, com aparecimento 
dos primeiros animais dotados de esqueleto.
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Ediacarano 570 - 600 Diferenciação dos seres multicelulares.
1.000
2.000
2.500
3.500
4.000
Origem provável:
 • dos primeiros seres vivos multicelulares.
 • das primeiras células eucarióticas.
 • da fotossíntese.
 • das primeiras células (procarióticas).
 • da vida na Terra.
O limite entre a era Pré-cambriana e a Paleozoica é 
definido por um aumento significativo no número de 
fósseis. As rochas pré-cambrianas contêm poucos fósseis, 
enquanto as rochas paleozoicas são relativamente ricas 
em vestígios de organismosque viveram na época de 
sua formação. A análise das rochas formadas no limite 
entre essas duas eras, cerca de 570 milhões de anos atrás, 
revela também profundas mudanças climáticas, com o 
reaquecimento do planeta após o término do mais drás-
tico período glacial de que se tem notícia. (Tab. 2.1)
Um aspecto interessante da dinâmica terrestre é 
a constante transformação das placas rochosas que 
constituem a crosta terrestre, fenômeno que os geólogos 
denominam tectônica de placas. A superfície da Terra é 
formada por enormes placas de rocha que se apoiam so-
bre material fundido, o magma. Essas placas, chamadas 
de placas tectônicas, encaixam-se umas às outras como 
ladrilhos em um piso. O fundo dos oceanos é constituí-
do por placas tectônicas praticamente nuas, cobertas 
apenas por uma fina camada de material sedimentar. 
Nos continentes, ao contrário, as placas são cobertas por 
grandes depósitos de material rochoso e sedimentos.
As placas tectônicas crescem por agregação de 
magma interno, que extravasa por fendas existentes 
no fundo dos oceanos. O crescimento faz as placas 
empurrarem as vizinhas; nos locais em que as placas 
se encostam, conhecidos como zonas de subtração, 
elas mergulham umas sob as outras, fundindo-se ao 
magma. (Fig. 2.18)
Ao se deslocar, as placas carregam os continentes 
que se assentam sobre elas. Isso faz com que os con-
tinentes terrestres se movimentem continuamente, 
afastando-se, chocando-se ou partindo-se em dois ou 
mais pedaços. A ideia de que ocorre movimentação 
dos continentes terrestres é chamada de teoria da 
deriva continental. (Fig. 2.19)
No meio do oceano, Atlântico, há atualmente uma 
fenda na crosta por onde ocorre extravasamento de 
magma, provocando o afastamento das placas da 
América do Sul e da África. Em decorrência disso, 
esses continentes afastam-se à velocidade de dois 
centímetros por ano.
Acredita-se que a tectônica de placas desem-
penha papel importante para a vida na Terra, 
participando ativamente do ciclo do elemento 
carbono (C) na natureza. Parte do gás carbônico 
(CO2) atmosférico dissolve-se nos lagos e oceanos, 
formando, com o cálcio, o composto carbonato de 
cálcio (CaCO3), uma substância sólida que se deposi-
ta no fundo submerso. Quando as placas se fundem 
e se misturam ao magma, nas zonas de colisão, o 
carbonato de cálcio decompõe-se, liberando gás 
carbônico; este é eliminado em erupções vulcânicas, 
retornando à atmosfera.
Se não houvesse ocorrido essa reciclagem de gás 
carbônico, é provável que a concentração desse gás 
na atmosfera fosse menor, com redução na taxa 
de fotossíntese. Isso levaria, por sua vez, a uma 
diminuição na oferta de alimento para os seres 
heterotróficos. Além disso, a diminuição da taxa de 
gás carbônico na atmosfera teria reduzido o efeito 
estufa, com consequente resfriamento da Terra.
Ilha de 
Páscoa
OCEANO PACÍFICO
Magma
PLACA DE NAZCA 
(move-se 15 cm/ano)
Extravasamento de magma
Zona de 
formação 
de placas
A
B
Fenda 
oceânica
68
Tectônica de placas e deriva continental
Figura 2.19 Representação da sequência da movimentação 
dos continentes nos últimos 200 milhões de anos, segundo 
a teoria da deriva continental. A. De início, havia um único 
continente denominado Pangeia (do grego pan, todo, e gea, 
Terra) e um único oceano, o Pantalassa (do grego pan, todo, 
e thalassa, mar). B. A Pangeia dividiu-se em dois blocos: 
Laurásia, situada ao norte, e Gondwana, situada mais ao sul. 
C, D, E. A Laurásia dividiu-se posteriormente em dois blocos, 
que originaram a América do Norte e a Eurásia; a Gondwana 
dividiu-se em América do Sul, África, Índia, Austrália e 
Antártida. (Baseado em Harrison, R. E., Smithsonian Magazine.)Situação atual
100 milhões de anos atrás
60 milhões de anos atrás
Acredita-se que foi justamente isso que ocorreu 
em Marte, onde não há movimentos tectônicos. Há 
indícios de que, logo após a formação do Sistema 
Solar, as condições em Marte e na Terra eram muito 
semelhantes, com grande concentração de gás car-
bônico e água na atmosfera. Em ambos os planetas, 
o gás carbônico dissolvia-se na água e formava 
carbonato de cálcio, que se depositava no fundo dos 
lagos e oceanos. Como em Marte não há tectônica de 
placas, o gás carbônico não pôde ser liberado e reci-
clado. Com isso, o efeito estufa desapareceu e Marte 
se resfriou. Por fim, a água evaporou e se perdeu no 
espaço ou congelou sob a superfície marciana e o 
planeta tornou-se árido e frio.
PANGEIA
(continente único)
PANTALASSA
(oceano único)
200 milhões de anos atrás
GONDWANA
180 milhões de anos atrás
LAURÁSIA
A
D E
B C
ÁFRICA
EURÁSIA
Vulcões
Fossa
andina Andes
Rocha
em fusão
PLACA SUL-AMERICANA 
(move-se 2,5 cm/ano)
Zona de 
destruição 
de placas
Região de 
atrito entre 
as placas
Magma
Figura 2.18 Representação esquemática de um 
corte da crosta terrestre na região da costa oeste 
da América do Sul, mostrando a região de colisão 
entre a Placa Sul-americana e a Placa de Nazca. 
A. O crescimento das placas tectônicas se dá pela 
agregação de material rochoso fundido (magma) 
extravasado por fendas existentes no fundo dos 
oceanos. B. Nas regiões de subtração, as placas 
mergulham no magma, transformando-se
novamente em material fundido. Nas bordas das 
zonas de subtração, ocorre intensa atividade 
tectônica, como terremotos e vulcões. (Baseado 
em Harrison, R. E., Smithsonian Magazine.)
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