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Biologia-01-Moderna-Plus-(com-respostas)-184-186


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Figura 6.16 A. Representação esquemática de um par de centríolos e detalhe de um pedaço de microtúbulo, mostrando 
as moléculas de tubulina que o constituem. B. Comportamento dos centríolos no ciclo celular. Eles se duplicam na fase S 
da interfase, período em que também está ocorrendo a duplicação dos cromossomos (síntese de DNA) no núcleo (G1 e G2 
são as outras fases da interfase, antes e depois de S). Na mitose (M), ou divisão celular, os pares de centríolos migram 
para polos opostos; cada par ficará em uma célula-filha. (Representação sem escala, cores-fantasia.) (Baseado em 
Lodish, H. e cols., 2004.) O processo detalhado da divisão celular será estudado no capítulo 8 deste livro.
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7 Centríolos
Centríolo é um pequeno cilindro oco constituído por nove conjuntos de três microtúbulos, unidos 
por proteínas adesivas. A maioria das células eucarióticas, com exceção dos fungos e das plantas, pos-
sui um par de centríolos orientados perpendicularmente um ao outro na região do centrossomo.
Pouco antes de uma célula animal iniciar seu processo de divisão, os centríolos do centrossomo 
se autoduplicam. Ao lado de cada centríolo do par original, forma-se um novo, pela agregação de 
moléculas de tubulina presentes no citosol. Quando a célula inicia a divisão propriamente dita, o 
centrossomo divide-se em dois, cada um com um par de centríolos. (Fig. 6.16)
Figura 6.15 A. Micrografia de uma ameba de água 
doce ao microscópio óptico (aumento  1203). 
B. Representação esquemática das etapas 
sucessivas de deslocamento de uma célula por 
movimento ameboide. As setas menores indicam 
o fluxo de citoplasma. (Representação sem escala, 
cores-fantasia.)
Pontos de adesão da 
célula à base em que 
se está deslocando
Sentido do 
deslocamento
Pseudópodes
Novo ponto 
de adesão
g1 S g2 M g1
Centríolos
500 nm
150 nm
Microtúbulo
24 nm
Dímero de tubulina
8 nm
A B
B
O fluxo citoplasmático no pseudópode é causado por mudanças na consistência do citoplasma, 
que passa de um estado mais consistente, denominado gel, para um estado mais fluido, deno-
minado sol, e vice-versa. Quando um pseudópode se fixa ao substrato, o endoplasma (sol) flui 
rapidamente dentro dele e adquire a consistência de gel na camada em contato com a membrana 
plasmática. Na porção oposta da célula, o gel superficial adquire a consistência de sol e flui na 
direção do pseudópode, puxando a membrana plasmática. (Fig. 6.15)
Feixe de dois
microtúbulos
Feixe de três
microtúbulos
Membrana 
do cílio
CÍLIO
FLAGELO
Membrana 
plasmática
Antigo
centríolo
Superfície externa
da célula
CITOPLASMA
11 2
Batimento
ciliar
Ondulação
flagelar
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Superfície celular
Superfície celular
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8 Cílios e flagelos
Cílios e flagelos são estruturas filamentosas móveis que se projetam da superfície celular 
como se fossem pelos microscópicos. Os cílios são geralmente mais curtos e ocorrem em grande 
número na célula, enquanto os flagelos são mais longos e menos numerosos. Os movimentos 
ciliares assemelham-se aos de um chicote e atingem a incrível frequência de 10 a 40 batimentos 
por segundo. Os flagelos executam ondulações que se propagam da base em direção à extremi-
dade livre. (Fig. 6.17)
Cílios e flagelos têm a mesma estrutura interna e originam-se de centríolos que migram 
para a periferia da célula e crescem pelo alongamento de seus microtúbulos. Durante a for-
mação de um cílio ou de um flagelo, os microtúbulos centriolares se alongam e empurram a 
membrana plasmática, que também cresce e passa a envolvê-los como o dedo de uma luva. 
Comparando cortes transversais de centríolos a cortes transversais de cílios e flagelos, nota-
-se que os primeiros apresentam nove conjuntos triplos de microtúbulos, enquanto cílios e 
flagelos apresentam nove conjuntos duplos periféricos, além de dois microtúbulos centrais, 
ausentes nos centríolos.
A principal função de cílios e de flagelos é a locomoção celular. É por meio do movimento ciliar 
ou flagelar que a maioria dos protozoários e dos gametas masculinos de algas, de animais e de 
certas plantas consegue nadar no meio líquido. Alguns organismos, como certos protozoários e 
moluscos, criam correntes na água com o batimento de seus cílios, fazendo com que partículas 
alimentares sejam arrastadas até eles. Nossa traqueia é revestida internamente por células 
ciliadas, que estão sempre varrendo para fora o muco que lubrifica as vias respiratórias; nesse 
muco ficam presas bactérias e partículas inaladas junto com o ar.
Figura 6.17 A. Micrografia de cílio cortado transversalmente (microscópio eletrônico de transmissão; 
aumento  125.000). B. Representação tridimensional esquemática de um cílio parcialmente 
cortado para mostrar sua organização interna. C. Representação esquemática da movimentação 
de um cílio e de um flagelo, como seriam vistos em uma fotografia de múltipla exposição. O cílio 
movimenta-se como um chicote, com de 10 a 40 “chicotadas” por segundo. Os flagelos, mais longos 
que os cílios, executam ondulações. (Em B e C, representações sem escala, cores-fantasia.)
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9 Mitocôndrias
Mitocôndrias são organelas citoplasmáticas com forma de bastonete e cerca de 2 mm de 
comprimento por 0,5 mm de diâmetro. Seu número na célula varia de dezenas a centenas, de-
pendendo do tipo celular.
As mitocôndrias são delimitadas por duas membranas lipoproteicas. A mais externa é lisa 
e semelhante às demais membranas celulares, enquanto a membrana interna tem composição 
química diferente e apresenta dobras chamadas de cristas mitocondriais, que se projetam para 
o interior da organela. Este é preenchido por um líquido viscoso — a matriz mitocondrial — que 
contém diversas enzimas, DNA, RNA e ribossomos menores que os citoplasmáticos e muito se-
melhantes aos ribossomos bacterianos. (Fig. 6.18)
Nas mitocôndrias, ocorre a respiração aeróbia, processo em que moléculas orgânicas pro-
venientes do alimento reagem com gás oxigênio (O2), formando gás carbônico (CO2) e água (H2O) 
e liberando energia, que é armazenada em moléculas de ATP (trifosfato de adenosina). O ATP 
produzido nas mitocôndrias difunde-se para as outras regiões da célula e fornece energia para 
as mais diversas atividades celulares. O processo detalhado da respiração celular será estudado 
no capítulo 9 deste livro.
Figura 6.18 A. Micrografia de uma mitocôndria parcialmente cortada, 
entre tubos e bolsas membranosos do citoplasma (microscópio eletrônico 
de varredura, colorizada artificialmente; aumento  120.0003). 
B. Representação esquemática de uma mitocôndria com uma 
parte removida para visualizar seus componentes internos. 
(Representação sem escala, cores-fantasia.)
Autoduplicação das mitocôndrias
Mitocôndrias surgem exclusivamente por autoduplicação de mitocôndrias preexistentes. 
Quando a célula se divide, originando duas células-filhas, cada uma delas recebe aproximadamente 
metade do número de mitocôndrias existentes na célula-mãe. À medida que as células crescem, 
suas mitocôndrias se autoduplicam, restabelecendo o número original.
A complexidade das mitocôndrias, o fato de possuírem genes, sua capacidade de autoduplicação 
e a semelhança genética e bioquímica com certas bactérias sugerem que essas organelas sejam 
descendentes de seres procarióticos primitivos,que um dia se instalaram no citoplasma de primitivas 
células eucarióticas. Essa explicação para a origem evolutiva das mitocôndrias (e também dos plas-
tos), já mencionada no capítulo 2, é conhecida como hipótese endossimbiótica ou simbiogênese. 
Um fato interessante sobre as mitocôndrias é que, em animais com reprodução sexuada, 
essas organelas têm sempre origem materna. Apesar de os gametas masculinos possuírem 
mitocôndrias, elas degeneram logo após a fecundação, de modo que todas as mitocôndrias do 
zigoto, e consequentemente as de todas as células do novo indivíduo, descendem das que esta-
vam presentes no gameta feminino.
Conteúdo digital Moderna PLUS http://www.modernaplus.com.br
Texto: O DNA mitocondrial
espaço entre 
as membranas 
externa e interna
Matriz
CristaMembrana 
interna
Membrana 
externa
Ribossomos
Molécula de DNa
BA

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