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Licensed to Luana Cochlar Bento - luanacochlar@gmail.com
SAÚDE E DSS 
CONCEITO AMPLIADO DE SAÚDE 
Reflete a conjuntura social, econômica, política e cultural. 
Não representa a mesma coisa para todas as pessoas: 
dependerá da época/ lugar/ classe social/ valores individuais/ 
concepções científicas, religiosas, filosóficas. 
MÁGICO-RELIGIOSA 
A doença resulta de forças alheias ao organismo que o faziam 
doente a partir de maldição, pecado ou demônios (punição 
divina) e só o Deus/deuses eram responsáveis pela cura 
MEDICINA GREGA 
Importante porque introduziu uma nova visão da doença, 
diferentes da concepções mágico-religiosas 
É nessa cultura que nasce o pai da medicina, Hipócrates, que 
estabeleceu um código racionalizado de condutas, explicando 
a doença sagrada é como qualquer outra, com causas naturais 
A doença é resultado de uma causa natural e saúde é o 
equilíbrio dos 4 humores 
 Bile amarela 
 Bile negra 
 Fleuma 
 Sangue 
 
A principal característica desse postulado dos 4 fluidos 
(humores) é o valor da observação empírica, refletindo uma 
visão epidemiológica do problema de saúde-enfermidade e 
reconhecendo um fator ecológico do processo 
Depois, Galeno revisou essa teoria e de modo que a doença 
seria causada por razões endógenas 
NO ORIENTE 
Concepção de saúde e doença análoga à hipocrática, com 
existência de forças vitais no corpo que se desequilibram e 
geram a doença. 
As medidas terapêuticas – acupuntura, ioga – restauram o fluxo 
normal de energia 
NA MODERNIDADE 
 Descartes 
O desenvolvimento da mecânica influenciou as ideias de René 
Descartes, que postulou o duo mente-corpo, sendo o corpo 
uma máquina. Nesse mesmo tempo, havia o desenvolvimento 
da anatomia que afastou a concepção humoral da doença, a 
qual passou a ser localizada nos órgãos 
Descartes  o corpo é uma máquina e a doença seria o mau 
funcionamento 
 Pasteur 
Descobriu a existência dos microorganismos, possibilitando a 
introdução de soros e vacinas 
Então, a doença era causada por microorganismos 
OMS 
Ainda não havia um conceito universalmente aceito sobre 
saúde e para acontecer isso deveria haver um consenso entre 
as nações e quem ficou responsável por tal acontecimento foi 
a OMS na Carta de princípios de 7 de abril de 1948 
‘’saúde é o estado do mais completo bem-estar físico, mental e 
social e não apenas a ausência de enfermidade‘’ 
 Apesar de não negar a existência da doença, define um 
estado positivo da saúde (Descentralizou da doença) e 
dinâmico (sofre alterações ao longo da vida dos indivíduos, 
não sendo condição definida). 
 Enfatiza que a saúde não é de responsabilidade exclusiva 
do setor da saúde , mas também de outros setores. 
Nocampo prático, envolve ações do Estado, mas também 
dos indivíduos. 
 Gerou críticas: 
- Natureza técnica (a saúde seria algo ideal, inatingível; a 
definição não pode ser usada como objetivo pelos serviços de 
saúde). 
- Natureza política, libertária : o conceito permitiria abusos por 
parte do Estado, que interviria na vida dos cidadãos, sob o 
pretexto de promover a saúde. 
 Outros consideram que a definição de saúde da OMS é um 
avanço em relação ao proposto nos modelos biomédicos. 
NO BRASIL 
O conceito amplo de saúde é ressaltado em 1986 no Relatório 
final da VIII conferência nacional de saúde: 
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SAÚDE E DSS 
Direito à saúde significa a garantia , pelo Estado, de condições 
dignas de vida e acesso universal e igualitário às ações e 
serviços de promoção, proteção e recuperação da saúde, em 
todos os seus níveis, a todos os habitantes do território 
nacional, levando ao desenvolvimento pleno do ser humano em 
sua individualidade. 
 Artigo 196, Constituição Federal de 1988 – estabelece que 
a saúde é direito de todos e dever do Estado, sendo essa 
garantida por meio de políticas tanto sociais quanto 
econômicas que visem à redução do risco de doenças e 
agravos e por meio de ações e serviços para promoção, 
proteção e recuperação da saúde; 
DETERMINANTES SOCIAIS DA SAÚDE 
Em 2006 foi criado no Brasil e Comissão Nacional sobre 
Determinantes Sociais da Saúde (CNDSS), que define que os 
DSS são fatores sociais, econômicos, étnicos/raciais, 
psicológicos, comportamentais e culturais que influenciam 
a ocorrência de problemas de saude e seus fatores de risco na 
população 
MODELO DE DAHGREN E WHITEHEAD (D&W) 
Inclui os DSS em diferentes camadas, desde uma camada + 
próxima dos determinantes individuais até uma camada distal 
(macro determinantes). 
 Não pretende explicar com detalhes as relações e mediações 
entre os diversos níveis e a gênese das iniquidades. 
 
 Camada A = idade, sexo e fatores hereditários 
As características individuais exercem influência sobre seu 
potencial e suas condições de saúde 
 Camada B = Estilo de vida dos indivíduos 
Aparecem o comportamento e os estilos de vida individuais, 
que dependem do livre arbítrio das pessoas. 
Dependem também de acesso à informação, influência da 
propaganda, acesso a alimentos saudáveis lazer etc (poder 
público) 
 Camada C = Redes Sociais e comunitárias 
Destaca a influência das redes comunitárias e de apoio, 
contribuindo para a coesão social que é fundamental para a 
saúde da sociedade como um todo 
 Para grupos + próximos do fim da escala social (pessoas 
que vivem em condições de extrema privação),os 
indicadores de organização comunitária registram uma 
disponibilidade menor de redes e sistemas de apoio, 
menos serviços sociais e lazer, e modelos de segurança 
mais frágeis. 
 
 Camada D = Condições de vida e de trabalho 
As pessoas em desvantagem social correm um risco 
diferenciado criado por condições habitacionais mais humildes, 
exposição a condições mais perigosas ou estressantes de 
trabalho e acesso menor aos serviços 
 Camada E = macrodeterminantes 
Relacionados com as condições econômicas, culturais e 
ambientais da sociedade que possuem grande influência 
sobre as outras camadas 
Dependem da atuação do poder público 
 
MODELO DE DIDERICHSEN E HALLQVIST 
Enfatiza a estratificação social gerada pelo contexto social, que 
confere aos indivíduos posições sociais distintas que provocam 
diferenciais de saúde 
 
O sistema educacional e o mercado de trabalho influenciam o 
modo como cada indivíduo se posiciona socialmente, o que 
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SAÚDE E DSS 
causa exposição a riscos e danos à saúde dependendo dessa 
posição. 
 Uma vez contraída a doença, essa posição também vai 
determinar as consequências sociais da doença, seu impacto 
sobre a situação socioeconômica do indivíduo e da sua família 
PROMOÇÃO DA SAÚDE 
São medidas que não se dirigem especificamente a uma 
doença ou desordem, mas servem para aumentar a saúde e 
o bem-estar gerais 
O Projeto de Promoção da Saúde do Ministério da Saúde 
 proporcionar à população condições para melhorar e 
exercer controle sobre sua saúde, envolvendo: educação, 
moradia, alimentação, renda e um ecossistema saudável, com 
justiça social e equidade. 
Esse projeto está estruturado em 4 áreas de atuação 
 Estilo de vida saudáveis 
 Reorganização das ações de saúde 
 Municípios saudáveis 
 Marketing social e apoio a projetos sociais 
 
na promoção da saúde, a ESF exerce um papel importante pois 
ela coloca em prática de acordo com as necessidades da sua 
própria região 
PREVENÇÃO DE DOENÇAS 
Na saúde, a prevenção exige uma ação antecipada, baseada 
no conhecimento da historia natural, a fim de tornar improvável 
o progresso posterior da doença 
Diferentemente da promoção da saúde, a prevenção de 
enfermidades objetiva a redução do risco de adquirir uma 
doença específica por reduzir a probabilidade dessa doença 
afetar o indivíduo. Existem 4 níveis: 
PREVENÇÃO PRIMÁRIA 
 Remover causas e fatores de risco de um problema de 
saúde individual ou populacional 
 Ação antes mesmo do desenvolvimento de uma condiçãoclínica 
Ex.: imunização, orientação de atividade física para diminuir 
chance de obesidade, educação para a saúde e saneamento 
ambiental 
 
PREVENÇÃO SECUNDÁRIA 
 Detecta um problema de saúde em estágio inicial no 
indivíduo ou população 
 Previne a evolução do processo patológico na tentativa, se 
possível, fazê-lo regredir 
 Facilita o diagnóstico, o tratamento e reduz ou previne sua 
diminuição e os efeitos a longo prazo 
Ex.: rastreamento, diagnóstico precoce, aplicação de 
antibiótico em uma doença infecciosa, uso de aspirina em 
pacientes com infarto agudo do miocárdio com o objetivo de 
prevenir um segundo acontecimento etc 
PREVENÇÃO TERCIÁRIA 
 Ação na fase final do processo 
 Reduz em um indivíduo ou população os prejuízos 
funcionais consequentes de um problema agudo ou 
crônico 
 Incluindo reabilitação 
Ex.: prevenir complicações do diabetes, reabilitar paciente pós-
infarto ou AVC 
PREVENÇÃO QUATERNÁRIA 
 Detecção de indivíduos em risco de intervenções, 
diagnósticos e/ou terapêuticas excessivas 
 Protege de novas intervenções médicas inapropriadas 
 Sugere alternativas eticamente aceitáveis 
Ex.: paciente que usa medicamento para evitar o colesterol 
alto, o médico pode retirar o medicamento (efeitos colaterais) e 
sugerir mudança de alimentação, de hábito e de estilo de vida 
CINCO NÍVEIS DE PREVENÇÃO 
As três fases citadas se desdobram em cinco níveis: 
 
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SAÚDE E DSS 
NÍVEL 1: PROMOÇÃO DA SAÚDE 
Ações destinadas a manter o bem-estar, sem visar nenhuma 
doença em particular 
NÍVEL 2: PROTEÇÃO ESPECÍFICA 
Medidas para impedir o aparecimento de uma determinada 
afecção, como a vacinação 
NÍVEL 3: DIAGNÓSTICO E TRATAMENTO PRECOCE 
Identifica o processo patológico no seu início, antes do 
aparecimento de sintomas. Identificada a alteração nos seus 
primórdios, o tratamento imediato tem maior chance de dar 
certo 
NÍVEL 4: LIMITAÇÃO DO DANO 
Identificar a doença, limitar a extensão das lesões e retardar o 
aparecimento de complicações, se não der para evitá-las 
NÍVEL 5: REABILITAÇÃO 
Objetiva desenvolver o potencial residual do organismo, após 
haver sido afetado pela doença, de modo a contribuir para que 
a pessoa leve uma vida útil e produtiva 
É um trabalho de equipe para promover suporte físico, mental 
e social que favoreça a reintegração da pessoa na família, no 
trabalho e na sociedade 
PREVENÇÃO QUARTENÁRIA DA IATROGENIA 
A prática da medicina clínica é resultado do equilíbrio entre a 
gestão da incerteza diagnóstica e a limitação dos riscos 
terapêuticos e daí verifica-se muitas vezes um excesso de 
intervencionismo médico (curativo ou preventivo) 
Esse nível também se chama prevenção da iatrogenia que 
visa evitar ou atenuar o excesso de intervencionismo 
médico, associado a atos médicos desnecessários ou sem 
justificativa. 
Pretende-se capacitar os pacientes e fornecer a eles 
informação necessária e suficiente para poderem tomar 
decisões autônomas, sem falsas expectativas, conhecendo as 
vantagens e desvantagens dos métodos diagnósticos ou 
terapêuticos propostos 
Alguns autores consideram ela como sinônimo de prevenção 
do sofrimento, principalmente na oncologia que esse nível de 
prevenção se enquadra nos cuidados paliativos, cuja 
finalidade é melhorar a qualidade de vida dos doentes, 
prevenindo e aliviando o sofrimento deles e de seus familiares. 
 
 
MEDICALIZAÇÃO DOS FATORES DE RISCO 
Na última década, a aumento do número de fatores de risco 
em populações saudáveis e aos menores margens de 
normalidade nos exames diagnósticos e limiares de 
intervenção, faz com que os indivíduos saudáveis sejam 
rotulados como ‘’estado de risco’’ e tenham necessidade de 
cuidados médicos 
Alguns autores chamam atenção para o ‘’patrocínio da 
doença’’ pela indústria farmacêutica  através de campanhas 
dirigidas para o público, a indústria farmacêutica pretenderia 
vender a doença para chamar atenção para as terapêuticas 
mais recentes. 
Eles usariam uma estratégia chamada de marketing do medo, 
que é a sobrestimação (estimação exagerada) de situações 
clinicas e fatores de risco na população e pela medicalização 
de situações fisiológicas 
PREVENÇÃO X PROMOÇÃO 
 
REFERÊNCIAS 
Epidemiologia Teoria e prática – Maurício Gomes Pereira 
SCLIAR, M. (2007). História do Conceito de Saúde . Rev. 
Saúde Coletiva. Rio de Janeiro 
BUSS, P., PELLEGRINI, A. (2007). A saúde e seus 
Determinantes Sociais. Rev: Saúde Coletiva. Rio de Janeiro 
CZERESNIA, Dina. O Conceito de Saúde e a diferença entre 
Prevenção e Promoção . Caderno de 
Saúde Pública. RS, 2003. 
ALMEIDA, M., LÚCIO (2005). Da prevenção primordial à 
prevenção quaternária. 
Rastreamento caderno 29 de atenção primária 
 
 
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Esther Santos - 77 
SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE 
ANTECEDENTES – SAÚDE ANTES DO SUS 
A adm portuguesa até a metade do séc 18 não se preocupou 
na organização do espaço social visando a um combate às 
causas da doença. 
O século 19 marca o início na transformação no campo da 
medicina, pois nasceu a medicina social: incorporou o meio 
urbano como alvo da reflexão e da prática médica e a 
situação da medicina como apoio cientifico ao Estado 
Somente no século 20 que se iniciam as políticas de saúde 
pra enfrentar o quadro sanitário no país 
A SAÚDE NA COLÔNIA E NO IMPÉRIO 
A vinda da corte para a colônia provocou mudanças na área 
da saúde, com o foco das ações sanitárias no RJ. Além disso, 
por ordem real foram fundadas academias médico-cirúrgicas 
que depois se transformaram nas duas primeiras escolas de 
medicina do país 
Em 1829 foi criada a Junta de Higiene Pública, que tinha o 
objetivo de cuidar da saúde da população, mas se mostrou 
pouco eficaz, porém, foi o momento em que os médicos 
assumiram o controle das medidas de higiene pública. 
 Tinha como objetivo a inspeção da vacinação, o 
controle do exercício da medicina e a policia sanitária 
da terra 
A fase imperial se encerra novamente sem o Estado 
solucionar os problemas de saúde da coletividade. 
A SAÚDE NA REPÚBLICA 
A proclamação da República em 1989 trouxe junto a ideia de 
modernizar o brasil e isso iria ser feito pelo capital humano, 
reconhecendo que os trabalhadores seriam as fontes 
geradoras de riquezas das nações 
Nesse contexto, a Medicina assumiu o papel de guia do 
Estado para os assuntos sanitários, se comprometendo com a 
melhoria da saúde individual e coletiva, na mesma ideia de 
modernizar o país 
A constituição de 1891 trazia que era dever do Estado a 
ações de saúde, de saneamento e de educação, porém até 
então não havia um modelo sanitário para o país, o que 
deixava as cidades à mercê das epidemias. Tanto que no RJ 
do início do sec 20 tinha um estado sanitário caótico: varíola, 
malária, febre amarela e peste 
Esse quadro fez com que o Estado passasse a intervir nas 
questões relativas a saúde individual e coletiva, relevando a 
criação de uma ‘’política de saúde’’ e o médico Oswaldo Cruz 
se destacou para definir rumos para a saúde e a criação de 
instituições 
Assim, houve um movimento de reforma sanitária na 1ª 
república com a liderança de médicos higienistas que 
alcançou vários resultados: 
 Criação do Departamento Nacional de Saúde Pública 
(DNSP) em 1920 
 Lei que regulamentou a criação das Caixas de 
Aposentadorias e Pensões (CAPs) que é indicada como o 
momento inicial da responsabilização do Estado pela 
assistência médica 
Porém, as CAPs era de um sistema de empresas grandes 
públicas e privadas, então os benefícios dependiam das 
contribuições dos segurados, então basicamente era só para 
os trabalhadores (urbanos, rurais não) 
A INSTITUCIONALIZAÇÃO DA SAÚDE PÚBLICA (VARGAS 
E REGIME MILITAR) 
 Estado novo 
O primeiro governo de Vargas é considerado um marco nas 
políticas sociais do Brasil. Em 1939 é homologada a 
consolidação das Leis Trabalhistas (CLT) . 
Em relaçãoà Previdência Social, as antigas CAPs são 
substituídas por Institutos de Aposentadorias e Pensões (IAP) 
e agora os trabalhadores eram organizados por profissões e 
não por empresas e também é um componente de assistência 
médica. 
Em 1933 criou-se o primeiro Instituto de Aposentadoria e 
Pensões, o dos Marítimos (IAPM) que trazia benefícios aos 
associados  assistência médica e hospitalar e socorros 
farmacêuticos 
Com a promulgação da constituição de 1946 houve marcos 
institucionais no que tange à Saúde Pública: 
 Criação do Ministério de Saúde em 1953 
 Implementação da campanha nacional contra a lepra e 
campanhas no controle de erradicação de doenças, como 
a malária 
 
 Governo militar 
O Sistema Nacional de Saúde no período militar tinha um 
predomínio financeiro das instituições previdenciárias e pela 
hegemonia de uma burocracia técnica que atuava no sentido 
da mercantilização crescente da saúde 
Nesse período, a Saúde pública foi deixada a segundo plano 
(por carência de recurso) e se tornou ineficiente com 
campanhas de baixa eficácia, o que gerou graves 
consequências para a saúde da população. Os habitantes 
metropolitanos dessa época viviam em péssimas condições e 
isso resultava em altas taxas de mortalidade 
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Esther Santos - 77 
SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE 
Em 1975 o modelo de saúde previdenciário começa a mostrar 
suas mazelas (vergonha): 
 Por ter priorizado a medicina curativa, o modelo proposto 
não solucionou os problemas de saúde coletiva, como as 
endemias, epidemias e indicadores de saúde 
 Aumento constante dos custos da medicina curativa 
 Diminuição do crescimento econômico, diminuindo as 
receitas pra esse modelo 
 Incapacidade de atender uma população crescente de 
marginalizados, sem carteira assinada e contribuição 
previdenciária, que estavam excluídos do sistema 
 Desvio de verba 
MOVIMENTO SANITÁRIO 
Os movimentos sociais da época do Regime Militar tornaram-
se mais frequentes e as denúncias sobre as condições 
caóticas de saúde pública e dos serviços previdenciários de 
atenção médica eram feitas 
Nesse contexto, os Departamentos de Medicina Preventiva 
(DMPs) constituíram a base institucional que produziu 
conhecimentos sobre a saúde da população e organizou as 
práticas sanitárias, iniciando o movimento sanitário. Foi nesse 
período que as ideias da Medicina Social penetraram nos 
meios acadêmicos 
O estudo do processo de saúde-doença deixaria de ter foco 
no indivíduo e passaria para a coletividade (classes sociais e 
frações) e a distribuição demográfica de saúde e da doença 
E aí o movimento sanitário foi atuando sob forte pressão 
contra o regime autoritário, se tornando como uma força 
política que foi construída a partir de várias contestações ao 
regime e ele buscou principalmente o exercício das diretrizes 
que transformam o sistema de saúde 
Alguns desses projetos no movimento sanitário tornaram-se 
modelos de serviços oferecidos pelos sistema de saúde, entre 
eles o Projeto Montes Claros (MOC), que mais tarde iria 
servir para nortear a proposta do SUS 
 Criação do Conselho Consultivo de Administração da 
Saúde Previdenciária (CONASP) 
Criada no contexto de agravamento da crise da Previdência 
Social, que contava com a diminuição dos benefícios dos 
aposentados e a diminuição na intervenção da assistência 
médica na previdência 
O CONASP então buscou organizar e racionalizar a 
assistência médica e instituir medicas na área da saúde, 
criando então as Ações Integradas de Saúde (AIS) que 
implementou avanços consistentes, como o fortalecimento da 
rede básica ambulatorial 
 Conclusão 
Dessa forma, o movimento sanitário promoveu encontros cuja 
finalidade não se resumia a planejar políticas para a saúde, 
mas sim de influenciar a adoção dessas políticas 
NASCIMENTO DO SUS 
 Contexto 
Em 1985 o Regime Militar chega ao fim e, com a Nova 
República, as lideranças do movimento sanitário assumem 
efetivamente posições em pontos-chave nas instituições 
responsáveis pela política de Saúde no país 
 Nessa nova realidade, em 1986 foi convocada a 8ª 
Conferencia Nacional de Saúde, o momento mais significativo 
do movimento pela democratização da saúde em toda a 
sua história 
 8ª Conferência Nacional de Saúde 
Nessa reunião, foram lançados os princípios da Reforma 
Sanitária e consagrou uma concepção ampliada de saúde e o 
princípio da saúde como direito universal e como dever do 
Estado, esses atributos seriam mais tarde plenamente 
contemplados na CF de 88 
Nessa conferência que foi aprovada a criação de um 
Sistema Único de Saúde, que iria se constituir como um 
novo arcabouço institucional, com a separação total da saúde 
em relação à Previdência 
 Criação do SUDS – Sistema Unificado e 
Descentralizado de Saúde 
O SUDS foi o antecedente mais imediato da criação do SUS e 
ele também tinha como principais diretrizes: 
o universalização e equidade no acesso aos serviços de 
saúde, 
o integralidade dos cuidados assistenciais, 
o descentralização das ações de saúde 
o implementação de distritos sanitários 
Foi um momento marcante porque pela 1ª vez o Governo 
Federal começou a destinar os recuros para os estados e 
municípios ampliarem suas redes de serviço, prenunciando a 
municipalização que viria com o SUS 
CONSTITUIÇÃO FEDERAL DE 1988 
Os assuntos discutidos na 8ª conferência conseguiram chegar 
até a Assembleia Nacional Constituinte com sua proposta 
discutida, legitimada e completa, do ponto de vista ideário 
do movimento sanitário 
Como resultado das diversas propostas para o campo de 
saúde apresentadas na Assembleia, a CF de 88 aprovou a 
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Esther Santos - 77 
SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE 
criação do SUS, reconhecendo a saúde como um direito a 
ser assegurado pelo Estado e pautado em princípios: 
 universalidade 
 equidade 
 integralidade 
 descentralização 
 hierarquização e com a participação da população 
ARCABOUÇO LEGAL DO SUS 
CONSTITUIÇÃO DE 1988 
A constituição cidadã foi um marco na redefinição das 
prioridades da política de Estado na área de saúde pública 
Ela define o conceito de saúde que vai depender do acesso a 
uma série de conjunto de fatores: alimentação, moradia, 
emprego, lazer, educação etc 
 Artigo 196 – define a universalidade da cobertura do 
SUS 
Cita que a saúde é dever do Estado, garantido mediante 
políticas públicas sociais e econômicas que visem à redução 
do risco de doença e de outros agravos 
E também é garantido mediante ao acesso universal e 
igualitário às ações e serviços para a sua promoção, proteção 
e recuperação 
 Artigo 197 
O SUS faz parte das ações como ‘’relevância pública’’ e vai 
ser atribuído ao poder público a sua regulamentação, 
fiscalização e controle das ações e dos serviços de saúde 
 Artigo 198 
Fala que o SUS é organizado de acordo com as seguintes 
diretrizes: 
 descentralização, com direção única em cada esfera de 
governo 
 atendimento integral 
 participação da comunidade 
além disso, fala que o SUS será financiado com recursos do 
orçamento da seguridade social, da União, dos estados, do 
Distrito Federal e dos Municípios, além de outras fontes 
 Artigo 199 
Diz que a assistência à saúde é livre à iniciativa privada, ou 
seja, as instituições podem participar de forma complementar, 
tendo preferência às entidades filantrópicas e sem fins 
lucrativos 
Também veda todo tipo de comercialização em relação à 
remoção de órgãos, tecidos e substâncias humanas para fins 
de transplante, pesquisa, tratamento, coleta, processamento e 
transfusão de sangue e seus derivados 
 Artigo 200 
Traz algumas atribuições do SUS nos termos da lei: 
 controlar e fiscalizar procedimentos, produtos e 
substâncias 
 executar ações de vigilância sanitária e epidemiológica e 
de saúde do trabalhador 
 ordenar a formação de recursos humanos 
 fiscalizar e inspecionar alimentospara o consumo 
humano 
 colaborar na proteção do meio ambiente 
e etc 
LEI N. 8080 – LEI ORGÂNICA DA SAÚDE 
Essa lei regula em todo o território nacional as ações e os 
serviços de saúde executadas por pessoas naturais ou 
jurídicas, de direito público e privado, tratanto: 
 da organização, da direção e da gestão do SUSa 
 da definição das competências e atribuições das 3 
esferas de governo ( União, estados e Distrito Federal e 
os municípios) 
 do funcionamento e da participação complementar dos 
serviços privados de assistência à saúde 
 da política de recursos humanos 
 dos recursos financeiros, da gestão financeira, do 
planejamento e do orçamento 
LEI 8142 DE 28 DE DEZEMBRO DE 1990 
Dispõe sobre a participação da comunidade na gestão do 
SUS e sobre as transferências intergovernamentais de 
recursos financeiros na área da saúde, entre outros. 
Ela ainda trata da alocação dos recursos do Fundo Nacional 
de Saúde, do repasse de forma regular a automática para os 
municípios, estados e DF 
O SUS conta em cada esfera de governo com as instancias 
colegiadas de participação da sociedade 
 A Conferência de Saúde 
Ficou estabelecida nessa lei que deve haver a cada 4 anos 
uma Conferência Nacional de Saúde com a representação de 
vários segmentos sociais para avaliar a situação de saúde e 
propor diretrizes para formular novas políticas de saúde nos 
níveis correspondentes 
 O Conselho de saúde 
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Esther Santos - 77 
SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE 
Buscam participar da discussão das políticas de saúde, tendo 
uma atuação independente do Governo onde se manifestam 
os interesses de diferentes segmentos sociais, possibilitando 
a negociação de propostas e o direcionamento de recursos 
para diferentes prioridades 
A representação dos usuários deverá ser paritária (50%) em 
relação ao conjunto dos demais segmentos 
PRINCÍPIOS DOUTRINÁRIOS 
UNIVERSALIDADE 
Garantir a saúde para todo e qualquer cidadão, o qual pode 
ter acesso a todos os serviços públicos de saúde, assim como 
àqueles contratados pelo poder público 
EQUIDADE 
Todo cidadão é igual perante ao SUS e vai ser atendido 
conforme suas necessidades, até o limite do que o sistema 
puder oferecer para todos, ou seja, os serviços vão variar de 
acordo com a complexidade que cada caso requeira 
INTEGRALIDADE 
‘’o homem é um ser integral, biopsicossocial, e deverá ser 
atendido com essa visão integral por um sistema de saúde 
que também é integral, voltado para promover, proteger e 
recuperar sua saúde’’ 
Ou seja, o cidadão, as ações de promoção proteção e 
recuperação e as unidades prestadoras de serviços são 
individíveis, formando um todo integral 
PRINCÍPIOS ORGANIZATIVOS 
REGIONALIZAÇÃO E HIERARQUIZAÇÃO 
Os serviços devem ser organizados em forma crescente de 
complexidade tecnológica em uma área geograficamente 
delimitada e com a definição da população a ser atendida 
Isso vai implicar na capacidade de poder oferecer os serviços 
para uma população em todas as modalidades de assistência, 
bem como o acesso a todo tipo de tecnologia disponível, 
possibilitando um maior grau de solução de problemas 
O acesso da população se deve dar pelo serviço de nível 
primário e os demais serão referenciados para os serviços de 
maior complexidade tecnológica 
Essa forma de serviço organizada de forma hierarquizada e 
regionalizada permite um maior conhecimento dos problemas 
de saúde de determinada população, favorecendo diversas 
ações em todos os níveis de complexidade  vigilância, 
sanitária, controle de vetores etc 
RESOLUBILIDADE 
Quando uma pessoa busca atendimento ou quando tem um 
problema de impacto coletivo sobre a saúde, o serviço 
correspondente deve estar capacitado para enfrenta-lo e 
resolvê-lo até o nível da sua competência 
DESCENTRALIZAÇÃO 
Redistribui as responsabilidades entre os vários níveis de 
governo, pois quanto mais perto do fato a decisão for tomada, 
mais chance de acertar. 
O que é da abrangência dos cidadãos  responsabilidade 
dos municípios 
Dos municípios  responsabilidade do governo municipal 
Do estado ou uma região estadual  governo estadual 
Abrangência nacional  governo federal 
PARTICIPAÇÃO DOS CIDADÃOS 
É a garantia constitucional que a população, por entidades 
representativas, podem participar do processo de formulação 
das políticas de saúde e do controle da sua execução, em 
todos os níveis, desde o federal até o local 
 Vai se dar nos conselhos de saúde e nas 
conferências de saúde 
MAIORES AVANÇOS DO SUS 
O Brasil é reconhecido internacionalmente como uma 
referência no setor da saúde, por causa das iniciativas do 
SUS. 
Esse setor ainda é um espaço de produção, desenvolvimento, 
criação de empregos e de riqueza para a nação. Dos muitos 
resultados, pode-se destacar os principais: 
 Com as ESF conseguiu reduzir muito a mortalidade 
infantil, a ampliação de consultas do pré-natal, diminuição 
da desnutrição e ampliação da adesão à vacinação 
 O SAMU (serviço de atendimento móvel) atende mais de 
100 milhões de brasileiros e oferece uma resposta rápida 
à população 
 Principal fornecedor de medicamento 
 O Brasil é um dos mais bem-sucedidos no quesito de 
programa de imunização do mundo, se constituindo como 
uma poderosa ferramenta de controle de doenças 
transmissíveis imunopreveníveis 
 Eliminou sarampo em 2007, interrompeu transmissão da 
cólera em 2005, da rubéola e transmissão vetorial de 
chagas 
 
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SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE 
MAIORES DESAFIOS DO SUS 
SUBFINANCIAMENTO 
São os recursos destinados à operacionalização e ao 
financiamento do SUS, que fica muito abaixo das 
necessidades 
Essa insuficiência é sentida pelos trabalhadores da ESF 
principalmente quando há a necessidade de se acessar os 
outros níveis de maior complexidade do sistema, cuja oferta 
sempre ficam abaixo das demandas 
AS INSUFICIÊNCIAS DA GESTÃO LOCAL DO SUS 
A gestão municipal é idealizada pelo projeto da Reforma 
Sanitária como a mais eficaz, porque estaria ‘’mais próxima 
dos cidadãos’’ e mais sensível aos seus anseios, porém o 
SUS sofre com essa falta de gestão 
 A baixa resolutividade da rede básica de serviço é 
fruto dessa gestão desqualificada e tem havido muita 
dificuldade de produção de alternativas de cuidado ao 
modelo biomédico. E isso tem resultado de 
encaminhamentos desnecessários e excessivos as filas 
de espera 
 Também há uma deficiência na formação dos 
profissionais da saúde, que ainda é muito centrada nas 
práticas curativas hospitalares e possuem dificuldade em 
trabalhar em equipe, implementar atividades de 
promoção e prevenção em saúde e ter uma postura mais 
ética com os usuários do SUS 
UNA-SUS UNIFESP 
CONASS 2011 – Coleção para entender a gestão do SUS 
CONASS 2003 – Legislação do SUS 
ABC do SUS, doutrinas e princípios, Ministério da Saúde 1990 
Políticas públicas de saúde: Sistema Único de Saúde, UNA-
SUS UNIFESP 
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ATENÇÃO INTEGRAL DA SAÚDE 
NÍVEIS DE COMPLEXIDADE 
O ministério da saúde, buscando organizar e hierarquizar o 
sistema por meio da implantação de redes assistenciais de 
saúde, estabeleceu critérios de classificação e 
hierarquização dos serviços em ordem crescente de 
complexidade e agregação tecnológica 
NÍVEL 1 – ATENÇÃO PRIMÁRIA 
De acordo com a Política Nacional de Atenção Básica, a 
atenção básica é um conjunto de ações de saúde, no campo 
individual ou coletivo, que abrange a promoção, a proteção 
de saúde, a prevenção de agravos, o diagnóstico, o 
tratamento, a reabilitação e a manutenção da saúde 
A atenção primária é o primeiro nível de atenção à saúde 
no SUS, ou seja, o contato preferencial dos usuários que se 
orienta por todos os princípios, inclusive a integralidade, mas 
emprega tecnologia de baixa densidade: 
 Como procedimentosmenos complexos, que são 
capazes de atender a maior parte dos problemas 
comuns de saúde da comunidade 
Infraestrutura necessária: equipe multiprofissional (médico, 
enfermeiro, cirurgião-dentista, auxiliar de consultório 
dentário/téc. Em higiene dental, auxiliar/téc. de enfermagem, 
agente comunitário da saúde etc 
Áreas de atuação: eliminação da hanseníase, controle da 
HAS, saúde da criança, da mulher, bucal, controle da 
tuberculose, controle de DM, eliminação da desnutrição 
infantil etc 
OBSERVAÇÕES 
 Possui garantia de fluxos de referência e 
contrarreferência com os serviços especializados, de 
apoio diagnóstico, terapêutico, ambulatorial e hospitalar 
 Cabe à gestão municipal e tem a Saúde da Família como 
principal estratégia 
NÍVEL 2 – MÉDIA COMPLEXIDADE 
É composta por ações e serviços para atender os proglemas 
e agravos de saúde, cuja complexidade da assistência na 
prática demande da disponibilidade de profissionais 
especializados e a utilização de recursos tecnológico para 
o apoio diagnóstico e tratamento 
Tem uma relação com o Sistema de Informações 
ambulatoriais (SIA) 
 
 
NÍVEL 3 – ALTA COMPLEXIDADE 
Os procedimentos irão envolver alta tecnologia e alto custo, 
fornecendo para a população o acesso a serviços 
qualificados e integrando eles aos demais níveis de atenção 
à saíde 
As principais áreas da alta complexidade estão organizadas 
em ‘’redes’’ 
 
 
Na maior parte da história esses serviços foram 
contratados/conveniados juntos aos serviços de saúde 
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ATENÇÃO INTEGRAL DA SAÚDE 
(privados com fins lucrativos, filantrópicos ou universitários) 
conforte a oferta dos pretadores 
Seu acesso para a população sempre dependeu da procura 
espontânea e voluntária dos pacientes, o que dificulta a 
alocação racional de serviços e equipamentos de saúde, 
criando desigualdades regionais que ainda não foram 
resolvidas 
DIFICULDADES 
 Inexistência de determinados procedimentos em uma 
região 
 Incapacidade de atender à demanda 
 Insuficiência de recursos financeiros 
REGIONALIZAÇÃO 
É uma diretriz do SUS, deve orientar a descentralização das 
ações e serviços de saúde e os processos de negociação e 
pactuação entre gestores 
O SUS adotou a regionalização para estender os serviços 
de saúde a uma maior parcela da população, com vários 
níveis de atenção espalhados estrategicamente pelo território 
Dificuldade: integrar e coordenar os serviços em diferentes 
espaços geográficos (requer sistemas de informação) 
 Contexto da adoção da regionalização 
Os investimentos para comprar e dar manutenção nos 
equipamentos e contratar mão de obra especializada são 
altos, por isso fica inviável que todos os municípios 
disponham de recursos capazes para atender toda a 
demanda de serviços de saúde da sua população, 
considerando os vários níveis de complexidade 
Para tentar diminuir esse problema, o SUS adotou a 
regionalização dos serviços de saúde como uma metodologia 
para estender esses serviços para mais pessoas 
Principalmente no Brasil, a gestão territorial deve levar em 
conta as grandes distâncias e problemas sociais 
decorrentes. 
Por isso, para a população carente, é importante que os 
serviços sejam ofertados numa distância que viabilize seu 
deslocamento pensando no risco da população não buscar 
esses serviços (recursos financeiros para o deslocamento) 
 Principais instrumentos 
Os principais instrumentos de planejamento da 
regionalização são: 
- O Plano Diretor de Regionalização (PDR)  estabelecido 
pelo NOAS/01 
- o Plano Diretor de Investimentos (PDI) 
- Programação Pactuada e Integrada da Atenção à Saúde 
(PPI)  instituído pelo NOB 01/96 e baseado no PDR 
NORMAS OPERACIONAIS BÁSICAS (NOB’s) 
Com a declaração da Lei Orgânica da Saúde outro desafio se 
apresentava: construir um caminho no sentido de padronizar 
ações típicas de um sistema único em um país continental 
com grande diversidade regional, para melhor implementar 
esse sistema 
Dessa forma, na década de 1990 o governo federal edita 
sucessivas NOB’s a fim de instruir e regular a nova 
organização do sistema, cujos conteúdos abrangem: 
 Definir as formas de transferência de recursos 
 Definir as modalidades de pagamento dos serviços de 
saúde 
 Instruir o processo de descentralização e de construção 
de uma rede de serviços 
 Definir os tipos de assistência (básica, média e alta 
complexidade) 
NOB 1993 
Iniciou o processo de descentralização da gestão de saúde. 
Teve o objetivo de fortalecer o papel dos municípios, 
principalmente ao primeiro nível de atenção, mas teve pouca 
adesão 
NOB 1996 
Acelerou o processo de descentralização, por meio da 
redefinição das responsabilidades dos municípios, estados, 
do DF e da União 
Além disso, nesse NOB houve a proposta da elaboração da 
PPI 
Houve uma tentativa de ‘’aperfeiçoamento da gestão dos 
serviços de saúde e na organização do sistema, visto que o 
município passou a ser responsável pelo atendimento das 
necessidades e das demandas de saúde de sua população, 
além das exigências de intervenções saneadoras em seu 
território 
 Problema 
Porém, nesse momento não se conseguiu uma organização 
dos municípios em caráter complementar, devido a uma 
falha na norma que implantou o NOB 96 
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ATENÇÃO INTEGRAL DA SAÚDE 
A falha foi porque a norma enfatizou a aplicação de um novo 
modelo de atenção baseada na atenção básica e na indução 
da descentralização, mas foi ineficiente na reorganização 
regional dos municípios 
NORMA OPERACIONAL DA ASSISTÊNCIA SAÚDE 
(NOAS-SUS) 
Em face aos problemas do NOB 96, houve um processo de 
discussão entre gestores, que resultou na publicação do 
NOAS 
NOAS 01/01 
É a lei que efetivamente normatiza o sistema de 
regionalização 
 Objetivo: promover maior equidade na destinação de 
recursos e no acesso da população às ações e 
serviços de saúde em todos os níveis 
Instituiu o PDR como instrumento de ordenamento da 
regionalização da assistência nos estados e no DF, baseado 
nos objetivos de definição de prioridades de intervenção 
coerentes com a necessidade da população e garantia de 
acesso dos cidadãos a todos os níveis de atenção à saúde 
NOAS 01/02 
Assegura as diretrizes organizativas definidas pela NOAS 
01/01 e procura oferecer alternativas necessárias à 
superação das dificuldades e impasses oriundos da dinâmica 
concreta de sua implementação 
 Objetivo: os mesmos do NOAS 01/01, porém por 
meio de 3 grupos de estratégias articuladas: 
 Regionalização e organização da assistência 
 Fortalecimento da capacidade de gestão do SUS 
 Revisão de critérios de habilitação de municípios e 
estados 
Esse NOAS estabelece o comando único sobre os 
prestadores de serviços de média e alta complexidade 
Também fortalece a gestão dos estados sobre as 
referências intermunicipais, para acompanhamento da 
população não residente que busca atendimento no 
município de referência 
 
PLANEJAMENTO REGIONAL 
O PDR e o PPI irão nortear a programação e a destinação 
dos recursos financeiros, a identificação e o reconhecimento 
das regiões de saúde, além dos recursos de investimentos 
necessários no processo de planejamento regional e estadual 
PLANO DIRETOR DE REGIONALIZAÇÃO (PDR) 
Estabelecido pelo NOAS 01, tem como função organiza de 
forma regionalizada e hierarquizada a assistência à 
saúde 
a elaboração deverá conter: 
 Desenhos das redes regionalizadas de atenção em 
saúde 
 Recursos de investimentos para atender as 
necessidades regionais 
 Contemplar as necessidades da área da vigilância em 
saúde 
O PDR nasce da pactuação entre os gestores municipais e 
servirá como subsídio para a elaboração do PPI, que dará 
efetividade ao que foi pactuado 
OBJETIVOS DA REGIONALIZAÇÃO 
 Garantir acesso, resolutividade e qualidade às ações e 
serviços de sapude 
Garantir o direito à saúde, reduzir as desigualdades 
sociais e territoriais e promover a equidade 
 Garantir a integralidade na atenção à saúde, por meio da 
organização de redes de atenção à saúde integradas 
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ATENÇÃO INTEGRAL DA SAÚDE 
 Potencializar o processo de descentralização, 
fortalecendo a gestão pelos estados e municípios, 
organizando as demandas nas diferentes regiões 
 Racionalizar os gastos e otimizar os recursos 
CRITÉRIOS PARA CONSTITUIR REGIÕES 
 Contiguidade intermunicipal 
 Existência de identidade social/econômica/cultural entre 
esses municípios 
 Existência de um transporte e de comunicação entre os 
municípios e as regiões 
 Avaliar a disponibilidade de recursos humanos, físicos, 
equipamentos e insumos para cada região 
Após definir as regiões, deve-se estabelecer a 
abrangência das ações e serviços e a responsabilidade 
dos gestores do SUS. Dessa forma, o Pacto pela Saúde 
propõe: 
 Território municipal  desenvolva todas as ações e 
serviços de atenção primária à saúde e ações básicas de 
vigilância em saúde 
 Microrregiões  promova serviços especializados 
 Macrorregião de saúde  promova serviços 
especializados de maior densidade tecnológica 
MODELO DE REGIONALIZAÇÃO 
Para a adequação do modelo de regionalização às diretrizes 
preconizadas pelo Plano de Govero, em 2003 foi estabelecida 
uma divisão: 
 
MUNICÍPIO 
Base territorial de planejamento da atenção primária à 
saúde, sendo preferencialmente organizada e ofertada por 
meio de equipes de PSF 
MICRORREGIÃO DE SAÚDE 
Base territorial de planejamento da atenção secundária à 
saúde 
Possui capacidade de oferta de serviços ambulatoriais e 
hospitalares de média complexidade e alguns de alta 
complexidade 
Deve ser constituída por um conjunto de municípios 
adjacentes, com certa de 150 mil habitantes adscritos a um 
município de maior porte (município polo) com oferta mais 
ampla do elenco proposto para o nivel micro 
MACRORREGIÃO DE SAÚDE 
Base territorial de planejamento da atenção terciária à saúde 
que engloba microrregiões de saúde em função da 
possibilidade de oferta e acesso a serviços ambulatoriais e 
hospitalares de alta complexidade nos termos da Tabela 
do Ministério de Saúde 
A abrangência deve ser macrorregional, para uma população 
de 1,5 milhão de habitantes 
MUNICÍPIO POLO 
É aquele que exerce força de atração sobre os outros, por 
sua capacidade atual e potencial de equipamentos urbanos e 
fixação de recursos humanos especializados 
PROGRAMAÇÃO PACTUADA E INTEGRADA (PPI) 
 Instituído pelo NOB - 01/96 
 Instrumento de gestão por meio do qual (baseado no 
PDR) se programam as ações que serão realizadas 
A PPI traduz as responsabilidades de cada ente gestor do 
sistema, com a garantia de acesso da população aos serviços 
de saúde (pela oferta no município ou pelo encaminhamento 
a municípios de referência), buscando a equidade da 
distribuição dos recursos e da organização da rede que deve 
ser regionalizada e resolutiva 
Cada município deve ter a sua programação das ações que 
irá executar pra depois negociar com os outros gestores a 
programação das ações que serão referenciadas, 
conforme o PDR 
Por isso, o gestor municipal deve conhecer as 
necessidades dos habitantes e quantidades de usuários que 
serão atendidos no município e aqueles que serão 
encaminhados para atendimento de referência, conhecendo 
as especialidades profissionais e recursos tecnológico 
demandados 
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ATENÇÃO INTEGRAL DA SAÚDE 
PRINCIPAIS OBJETIVOS: 
 Estimular o processo de planejamento e programação 
integrada entre gestores municipais e estaduais 
 Orientar a organização do sistema de saúde e das redes 
de referência, de acordo com as necessidades 
 Explicitar os fluxos de referências intermunicipais, 
acordados entre os gestores 
 Orientar a distribuição de recursos financeiros por 
necessidade de saúde e prioridades estabelecidas entre 
os gestores, superando a lógica de destino de recursos 
orientada pela oferta de serviços 
 Orientar a alocação de recursos entre municípios para o 
custeio da assistência ambulatorial e hospitalar 
ATENÇÃO INTEGRAL 
A CF de 88, Art 198  ‘’atendimento integral, com prioridade 
para as atividades preventivas, sem prejuízo dos serviços 
assistenciais’’ e também definiu que a saúde é direito de 
todos e dever do Estado 
Sendo um dos princípios do SUS, o sistema deve estar 
preparado para compreender o ser humano em sua condição 
integral, ou seja: ouvir o usuário, entendê-lo inserido em seu 
contexto social e partir daí atender suas demandas e 
necessidades 
A integralidade como eixo prioritário de uma política de 
saúde, ou seja, ela que concretiza a saúde como questão de 
cidadania, significa compreender seu modo de operação por 
2 movimentos recíprocos a serem desenvolvidos pelos 
sujeitos no processo organizativo: 
1. A superação de obstáculos 
2. Implantação de inovações no cotidiano dos serviços de 
saúde, nas relações entre os níveis de gestão do SUS e 
nas relações destes com a sociedade 
ATENÇÃO INTEGRAL À SAÚDE 
É uma estratégia frente à necessidade de concepção de um 
novo modelo para a saúde, tendo como um dos segmentos 
fortes a atenção primária e a ênfase na medicina 
preventiva 
É necessário fortalecer e qualificar a atenção primária 
garantindo, assim, a promoção da saúde e a prevenção aos 
agravos evitáveis 
REFERÊNCIAS 
CONASS 2011: Assistência de Média e Alta complexidade 
Integralidade em saúde, Roseni Pinheiro. Fiocruz 2009 
Ministério da Saúde 2002: Regionalização da assistência à 
saúde: aprofundando a descentralização com equidade no 
acesso 
Plano diretor de regionalização da saúde de Minas Gerais, 
Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais, Belo 
Horizonte 2011 
NOAS: Houve impacto para o SUS? Silvana Souza e Marcus 
Vinicius, Revista de Direito Sanitário 2004 
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ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE E RAS 
CONCEITO DE ATENÇÃO PRIMÁRIA 
O CONASS define a APS como: 
 Conjunto de intervenções de saúde no campo individual ou 
coletivo, envolvendo: promoção, 
 prevenção, diagnóstico, tratamento e reabilitação 
 É o contato preferencial dos usuários com o sistema de 
saúde 
Essas intervenções são realizadas em territórios (território 
processo) bem delimitados, que são responsabilidade das 
equipes de saúde, as quais devem desenvolver práticas 
gerenciais, sanitárias, democráticas e participativas para a 
população 
A APS utiliza tecnologias de elevada complexidade e baixa 
densidade, que devem resolver os problemas de saúde mais 
importantes e que aparecem com maior frequência nas 
populações 
A APS deve considerar o sujeito em sua singularidade, 
complexidade, sociocultural, e buscar a promoção e 
prevenção de sua saúde, bem como o tratamento da doença e 
a redução dos danos associados a ela 
Para Bárbara Starfield, a APS é definida como: 
Nível de um sistema de serviços de saúde que: 
 Oferece a entrada no sistema 
 Fornece atenção sobre a pessoa, não direcionada para a 
enfermidade 
 Coordena ou integra a atenção fornecida em outro lugar ou 
por terceiros 
CONTEXTO HISTÓRICO DA APS 
 1920, Grã-Bretanha 
Foi divulgado um ‘’texto oficial’’ que falava da organização do 
sistema de serviços de saúde, que distinguia 3 níveis principais: 
centros de saúde primários, secundários e hospitais-escola 
Essa formulação foi a base para o conceito de regionalização: 
organização do serviço para responder aos níveis de 
necessidade de saúde da população. 
 1977, 30ª reunião da Assembleia Mundial de Saúde 
Instituiu a declaração ‘’saúde para todos no ano 2000’’ que 
impactou o pensamento a respeito da atenção primária 
Os princípios foram enunciados na conferência de Alma Ata 
e trataram da atenção primáriaà saúde, que foi definida como: 
‘’primeiro nível de contato dos indivíduos no sistema de saúde, 
baseado em tecnologia e métodos práticos, cientificamente 
comprovados e socialmente aceitáveis, universalmente 
acessível a indivíduos e famílias’’ 
Essa conferência especificou ainda mais que os componentes 
fundamentais da APS eram: 
 Saúde, saneamento ambiental, programas de saúde 
materno-infantis, imunizações e planejamento familiar, 
prevenção de doenças endêmicas, medicamentos, 
promoção de boa nutrição etc 
PRÍNCIPIOS OU ATRIBUTOS DA ATENÇÃO PRIMÁRIA 
De acordo com Starfield (2002), a APS deve ser orientada pelos 
seguintes princípios: 
 1º contato; longitudinalidade; integralidade; coordenação; 
abordagem familiar; enfoque comunitário 
PRIMEIRO CONTATO 
A APS deve ser a porta de entrada, isto é, o ponto de mais fácil 
acesso ao usuário para o sistema de serviços de saúde. Esse 
acesso é importante na redução da morbidade e mortalidade e 
pode ser classificado em: 
 Sócio-organizacional 
São as barreiras que facilitam ou atrapalham os esforços dos 
cidadãos de chegarem ao atendimento 
 Geográfico 
Envolve características relacionadas à distância e ao tempo 
para alcançar e obter os serviços 
A acessibilidade pode ser analisada através da 
 Disponibilidade  a obtenção da atenção necessária ao 
usuário e sua família 
 Comodidade  tempo de espera para o atendimento, a 
forma de agendar, o conforto do ambiente etc 
 Aceitabilidade  satisfação do usuário em relação a 
localização, aparência do serviço e os profissionais do 
atendimento 
A LONGITUDINALIDADE 
É a relação pessoal de longa duração entre os profissionais 
de saúde e os usuários nas suas unidades de saúde, 
independente do problema de saúde, se é que ele exista 
Traz diversos benefícios: menor uso dos serviços, melhor 
atenção preventiva, menos hospitalizações e custos menores 
INTEGRALIDADE DA ATENÇÃO 
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ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE E RAS 
Exige que a APS reconheça a necessidade da população e 
preste serviço a essas necessidades, que devem ser atendidas 
em outros pontos de atenção. 
É importante porque assegura que os serviços sejam ajustados 
às necessidades de saúde da população, para isso, é 
necessário: 
 Diagnóstico adequado da população adscrita 
 O atendimento pela UBS, prevenção de doenças e 
agravos, restauração e manutenção da saúde 
 A organização das redes de atenção à saúde (RAS) 
para poder prestar atendimento para as outras 
necessidades que tiver 
COORDENAÇÃO 
É um desafio para os profissionais e equipes da APS pois nem 
sempre possuem acesso às informações dos atendimentos dos 
usuários realizados em outros pontos de atenção e, portanto, 
há a dificuldade de viabilizar a continuidade do cuidado 
Então precisa de informação sobre os problemas de saúde e 
os serviços prestados, os prontuários clínicos e eletrônicos 
e os sistemas informatizados ajudam nesse ponto 
A CENTRALIZAÇÃO NA FAMÍLIA 
A equipe de saúde tem que conhecer a situação de saúde e os 
problemas dos membros da família que estão adscritos, no 
caso, para o MS a família é todo mundo que vive sob o mesmo 
teto, ligadas por laço de parentesco, dependência doméstica 
ou normas de convivência (incluindo empregado doméstico, 
pensionista e agregados) 
As equipes são responsáveis pelo acompanhamento de um 
número definido de famílias, localizadas em uma área 
geográfica delimitada 
Permite a criação de um vínculo com o usuário e sua família, 
facilitando a aceitação da investigação e da intervenção, 
quando for necessário 
ORIENTAÇÃO COMUNITÁRIA 
Faz-se necessário 
 
No Brasil, os agentes comunitários de saúde reforçam a 
orientação comunitária e possibilitam um maior vinculo equipe-
comunidade 
Também diz respeito ao envolvimento da comunidade na 
tomada de decisão em todos os níveis de atenção, feito por 
conselhos e conferências de saúde (lei 8142) 
PAPEL DA ESF NA CONSOLIDAÇÃO DA APS 
 A APS, ao ser obrigatoriamente a porta de entrada para o 
sistema de assistência (pois é o primeiro atendimento), servirá 
ao mesmo tempo como um nível próprio de atendimento. 
A ESF (estratégia de saúde da família) representa a primeira 
tentativa de reformulação do modelo de APS. Ou seja, a ESF 
é um alargamento da APS, em direção a incorporação de 
práticas preventivas, educativas e curativas mais próximas do 
cotidiano da população 
O modelo de APS na ESF, pressupõe 4 embasamentos 
fundamentais: 
 Globalidade, continuidade, longitudinalidade (maior 
conhecimento da população da área de abrangência) e o 
vínculo 
É importante que a ESF contribua para o desenvolvimento dos 
sistemas locais de saúde, promovendo a APS de boa 
qualidade. 
EQUIPE DA ATENÇÃO PRIMÁRIA 
Segundo a PNAB, deve haver equipes multiprofissionais (ESF) 
composta por, no mínimo 
 Medico generalista, ou especialista em saúde da família, 
ou médico de família e comunidade 
 Enfermeiro 
 Auxiliar/tec. De enfermagem 
 Agentes comunitários 
Podem ser acrescentados a essa composição os profissionais 
de saúde bucal: 
 Cirurgião-dentista 
 Auxiliar e/ou técnico em saúde bucal 
ATRIBUIÇÕES DO MÉDICO 
 
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ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE E RAS 
 
ATRIBUIÇÕES DO ENFERMEIRO 
 
ATRIBUIÇÕES DO AUXILIAR E DO TÉC. ENFERMAGEM 
 
ATRIBUIÇÕES DO AGENTE COMUNITÁRIO 
 
 
 
ATRIBUIÇÕES DO CIRURGIÃO DENTISTA 
 
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ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE E RAS 
 
ATRIBUIÇÕES DO TÉCNICO EM SAÚDE BUCAL (TSB) 
 
 
 
 
 
 
ATRIBUIÇÕES DO AUXILIAR EM SAÚDE BUCAL (ASB) 
 
 
REDES DE ATENÇÃO EM SAÚDE – CONCEITO 
É uma integração em todos os níveis de assistência, para 
observar os níveis de forma integrada e não de forma isolada. 
As redes foram definidas pelo MS em 2010 como: 
 Arranjos organizativos de ações e serviços de saúde, de 
diferentes densidades tecnológicas, que integradas por 
sistema de apoio técnico, logístico e gestão, buscam 
garantir a integralidade do cuidado 
Os objetivos de uma RAS são melhorar a qualidade da 
atenção, a de vida dos usuários, os resultados sanitários, a 
eficiência na utilização dos recursos e a equidade em saúde 
Assim, as RAS possuem características principais, tais como: 
 Organizadas de forma integral 
o Levando a ações de promoção de saúde e de 
prevenção, cura, cuidado, reabilitação ou paliação 
das doenças 
 Formação de relações horizontais entre os pontos de 
atenção 
Ou seja, não há hierarquia entre os pontos de saúde, mas sim 
uma conformação em horizontal de pontos de atenção com 
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ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE E RAS 
diferentes densidades tecnológicas e seus sistemas de apoio, 
sem ordem e grau de importância entre eles 
 Atenção básica como centro de comunicação 
o Centralidade nas necessidades de saúde da 
população 
o Responsabilização por uma atenção contínua e 
integral 
o Cuidado multiprofissional 
 O compartilhamento de objetivos e de compromissos com 
resultados sanitários e econômicos 
No processo de implantação das RAS, é importante observar 
alguns aspectos: 
 Definição clara da população e do território 
 
 Diagnóstico situacional 
 Articulação do público privado 
 Criação de um sistema logístico e de suporte 
 Investimento em pessoas/equipes 
 Criação de um sistema de regulação e governança para o 
funcionamento da rede 
RELAÇÃO COM A ATENÇÃO BÁSICA 
A atenção básica deve cumprir algumas funções para contribuir 
com o funcionamento das RAS: 
 Ser resolutiva, ser base, coordenar o cuidado e ordenar as 
redes 
RELAÇÃO COM A ATENÇÃO PRIMÁRIA 
Possuem a singularidade de seus centros de comunicação 
situarem-se na APS e constituiem-se de 3 elementos 
fundamentais: 
 Uma população 
 Uma estrutura operacional Modelo de atenção à saúde 
TEMÁTICAS PRIORIZADAS NAS RAS 
1. Rede cegonha  estruturada com o pré-natal, parto, 
nascimento e puerpério 
2. Rede de Urgência e Emergência  UBS, UPA, Samu e 
outros serviços 
3. Rede de Atenção Psicossocial  prioridade para o 
enfretamento do álcool, crack, e outras drogas 
4. Rede de cuidado à pessoa com deficiência 
5. Rede de atenção às doenças e condições crônicas 
PAPEL DA ESF NAS REDES DE ATENÇÃO À SAÚDE 
A integração das equipes de ESF na RAS é uma condição 
especial para que as equipes possam exercer seu papel de 
responsabilização sanitária mediante a população de um 
território-área 
Mesmo com a capacidade de resolubilidade da APS (85%), o 
fluxo dos usuários aos pontos de atenção dos outros 
níveis é imprescindível para o papel integrador da ESF e na 
continuidade do acompanhamento dos usuários 
É necessário que para isso, existam os sistemas logísticos, 
fortemente ancorados nas tecnologias de informação, que 
garantem: 
 Organização racional dos fluxos e contrafluxos de 
informações 
 Organização dos produtos e pessoas nas RAS, permitindo 
um sistema eficaz de referência e contrarreferência das 
pessoas ao longo dos pontos de atenção à saúde 
SISTEMAS DE REFERÊNCIA E CONTRARREFERÊNCIA 
O usuário atendido na UBS, quando necessário é referenciado 
(encaminhado) para uma unidade de maior complexidade, a fim 
de receber o atendimento que precisa. 
Quando o atendimento dessa necessidade é finalizado, o 
mesmo paciente deve ser contrarreferenciado, ou seja, o 
profissional deve encaminhar esse paciente para sua unidade 
de origem para que a continuidade do atendimento seja feita 
REFERÊNCIAS 
PNAB – Ministério da Saúde, Brasília DF 2012 
Atenção primária: equilíbrio entre as necessidades de saúde, 
serviços e tecnologia. Bárbara Starfield 2002 
Trabalho de conclusão de Curso - Contribuição da Estratégia 
de Saúde da Família para a consolidação do modelo 
assistencial preconizado pelo SUS, Elenice Pinheiro Santos 
2011 
As Redes de Atenção à Saúde, Eugenio Vilaça Mendes, 
Brasília DF 2011 
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VIGILÂNCIA EM SAÚDE 
VIGILÂNCIA EM SAÚDE 
A vigilância é a observação contínua da distribuição e da 
tendência da incidência de doenças, mediante coleta de 
dados e avaliação de informes de morbidade e mortalidade 
Objetivo: observar e analisar permanentemente a situação 
de saúde da população, utilizando de ações destinadas a 
controlar os determinantes, riscos e danos à saúde de 
populações que vivem em determinados territórios também, 
garantindo a integralidade da atenção 
OBJETIVOS ESPECÍFICOS 
 Identificar novos problemas de saúde pública e detectar 
epidemias 
 Documentar a disseminação de doenças 
 Estimar a magnitude da morbidade e mortalidade 
causados por determinados agravos 
 Identificar fatores de riscos que envolvem a ocorrência 
de doenças 
 Avaliar o impacto de medidas de intervenção por meio de 
coleta e análise de informações do agravo 
Como buscar a integralidade da vigilância com a atenção à 
saúde 
Visando a integralidade do cuidado, ela deve se inserir na 
construção das RAS, coordenadas pela atenção primária 
É obrigatório a integração entre a vigilância em saúde e a AP, 
com o desenvolvimento de um trabalho condizente com a 
realidade local, tendo por diretrizes: 
 
Além disso, outro aspecto fundamental é o cuidado integral 
com a saúde das pessoas por meio da promoção da saúde 
As ações são voltadas para a 
 Alimentação saudável 
 Prática de atividade física 
 Controle do tabagismo 
 Redução da morbimortalidade em decorrência do 
uso do álcool e etc 
Como fortalecer as ações de vigilância em saúde junto com 
as equipes de saúde da família 
Uma das estratégias é a incorporação do agente de combate 
às endemias (ACE) sendo agregadas ações como controle 
ambiental, endemias, zoonoses e controle de riscos e danos 
à saúde 
COMPONENTES DA VIGILÂNCIA EM SAÚDE 
A portaria n3252 / 2009 ampliou ações denominadas de 
vigilância em saúde, buscando a descentralização das ações: 
 Vigilância epidemiológica 
É um conjunto de ações que proporciona o conhecimento, a 
detecção ou prevenção de qualquer mudança nos fatores 
determinantes e condicionantes da saúde individual/coletiva, 
a fim de se recomentar e adotar as medidas de prevenção e 
controle das doenças ou agravos 
Tem como funções: coleta de processamento de dados, 
análise e interpretação desses dados, divulgação de 
informações, recomendações e promoção das medidas de 
controle indicadas etc 
Promove a vigilância e controle das doenças transmissíveis, 
não transmissíveis e agravos 
 Vigilância da situação de saúde 
Faz o monitoramento contínuo de determinado local, por meio 
de estudos e análises que revelem o comportamento dos 
principais indicadores de saúde, contribuindo para um 
planejamento em saúde mais abrangente 
 Vigilância em saúde ambiental 
Visa conhecer, detectar ou prevenir qualquer mudança nos 
fatores determinantes e condicionantes do ambiente que 
podem interferir na saúde 
Também recomenta a adoção de medidas de prevenção e 
controle dos fatores de risco, priorizando a vigilância da 
qualidade da água, ar e solo, desastre de origem natural, 
substâncias químicas, fatores físicos e ambiente de 
trabalho 
 Vigilância em saúde do trabalhador 
São várias atividades destinadas à promoção e proteção, 
recuperação e reabilitação da saúde dos trabalhadores que 
são submetidos aos riscos e agravos advindos das condições 
de trabalho 
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VIGILÂNCIA EM SAÚDE 
 Vigilância sanitária 
Várias ações que são capazes de eliminar, diminuir ou 
prevenir riscos à saúde e intervir nos problemas sanitários do 
meio ambiente, a produção e circulação de bens e na 
prestação de serviços de interesse da saúde 
VIGILÂNCIA EPIDEMIOLÓGICA 
O SUS incorporou o Sistema Nacional de Vigilância 
Epidemiológica (SNVE) na lei 8080, que definiu ela como: 
‘’conjunto de ações que proporciona o conhecimento, a 
detecção ou prevenção de qualquer mudança nos fatores 
determinantes e condicionantes da saúde individual/coletiva, 
a fim de se recomentar e adotar as medidas de prevenção e 
controle das doenças ou agravos’’ 
FUNÇÕES ESPECÍFICAS 
Propósito: fornecer orientação técnica permanente para os 
profissionais da saúde, que possuem a responsabilidade de 
decidir sobre a execução de ações de controle de doenças e 
agravos. Assim, VE torna disponíveis informações 
atualizadas sobre essas ações, assim como os fatores que as 
condicionam, numa área geográfica ou população definida 
A sua operacionalização compreende um ciclo de funções 
específicas e intercomplementares, que permitem conhecer o 
comportamento da doença ou agravo selecionado como alvo 
das ações, para que as medidas de intervenção possam ser 
desencadeadas com oportunidade e eficácia 
 
COLETA DE DADOS E INFORMAÇÕES 
Para se cumprir as funções da VE, vai depender da 
disponibilidade de dados que sirvam para ajudar no processo 
de produção de informação para a ação. 
A qualidade dessa informação vai depender principalmente 
da adequada coleta de dados gerado no local onde ocorre o 
evento sanitário 
A informação vai ser um instrumento poderoso capaz de 
auxiliar no planejamento, avaliação, manutenção e 
aprimoramento das ações 
 
 
TIPOS DE DADOS 
Os dados e informações que alimentam o SVE são: 
 
 
Todos esses dados devem ser reunidos, analisados e 
apresentados na forma de informes técnicos que serão 
distribuídos para pessoas que necessitem conhecer os 
resultados das atividades da vigilância, para fins de 
prevenção e controle de agravos importantes para a saúde 
pública 
BOLETIM EPIDEMIOLÓGICO 
É uma publicação de caráter técnico-científico, formato 
eletrônico, mensal ou semanal para os casos de 
monitoramento e investigação de doenças específicas 
sazonais, e editado pela secretaria de vigilância emsaúde 
É um instrumento de vigilância para promover a 
disseminação de informações qualificadas, com potencial 
para contribuir com a orientação em saúde pública no país 
 
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VIGILÂNCIA EM SAÚDE 
NOTIFICAÇÃO 
É a comunicação da ocorrência de determinada doença 
ou agravo à saúde, feota à autoridade saitária por 
profissionais de saúde ou qualquer cidadão, para fins de 
adoção de medidas de intervenção pertinentes 
Historicamente, tem sido a principal fonte da vigilância 
sanitária, a partir da qual, na maioria das vezes, desencadeia 
o processo de informação-decisão-ação 
Os dados sobre as doenças de notificação compulsória são 
incluídos no sistema nacional de agravos notificáveis 
(SINAN). 
Só devem ser coletados dados para efetiva utilização no 
aprimoramento das ações de saúde, sem sobrecarregar os 
serviços com preenchimento desnecessário de formulários 
PARÂMETROS DE INCLUSÃO DE DOENÇAS E AGRAVOS 
A escolha das doenças obedece a alguns critérios, por isso 
essa lista é revisada constantemente, tanto em função da 
situação epidemiológica da doença, como pela emergência 
de novos agentes 
 
 
 
Além da notificação compulsória, o sistema de vigilância 
epidemiológica pode denifir doenças e agravos como de 
notificação simples. O SINAN é o principal instrumento de 
coleta dos dados de notificação compulsória 
CONSIDERAÇÕES IMPORTANTES 
A partir da notificação compulsória à vigilância 
epidemiológica, os órgãos competentes tomam medidas 
importantes de promoção, prevenção, proteção e controle 
Um exemplo disso é a notificação de casos suspeitos e 
confirmados de SARS COV-2-COVID-19, com as 
informações que são gerados dados para entender o estado 
epidemiológico da doença e levantar medidas para contê-la 
A notificação é imprescindível para a saúde pública e está 
em consonância com o SUS, deixar de notificar, não só 
descumpre a lei como compromete a tomada de decisão para 
intervenções em saúde, prejudicando a garantia de saúde à 
população 
LISTA NACIONAL DE NOTIFICAÇÃO COMPULSÓRIA 
 
 
 
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VIGILÂNCIA EM SAÚDE 
 
 
SISTEMA DE INFORMAÇÃO DE AGRAVOS DE 
NOTIFICAÇÃO (SINAN) 
É o mais importante para a vigilância epidemiológica. 
Foi desenvolvido entre 1990-1993 para tentar sanar as 
dificuldades do sistema de notificação compulsória de 
doenças (SNCD) e substitui-lo, o SINAN é para ser operado 
a partir das Unidades de Saúde, considerando o objetivo de 
coletar e processar dados sobre agravos de notificação, 
em todo território nacional, desde o nível local 
É alimentado principalmente pela notificação e investigação 
de casos de doenças e agravos, que constam na lista 
nacional de notificação compulsória 
Além disso, a entrada de dados no SINAN é feita mediante a 
utilização de alguns formulários padronizados: 
Ficha individual de notificação (FIN) 
Preenchida para cada paciente, e é encaminhada pelas 
unidades assistenciais aos serviços responsáveis pela 
informação e/ou vigilância epidemiológica 
Este mesmo instrumento é utilizado para notificação negativa 
 Notificação negativa 
É a notificação da não ocorrência de doenças de 
notificação compulsória, na área de abrangência da 
unidade de saúde. Indica que os profissionais e o sistema de 
vigilância da ária estão alertas, para a ocorrência de tais 
eventos 
Ficha individual de investigação (FII) 
É um roteiro de investigação, distinto para cada tipo de 
agravo, que deve ser usado de preferência pelos serviços 
municiais de vigilância ou unidades de saúde capacitadas 
para a investigação epidemiológica. 
Permite obter dados que possibilitam a identificação da fonte 
de infecção e mecanismos de transmissão da doença 
Outros 
Constam ainda nesse sistema planilha e boletim de 
acompanhamento de surtos (reproduzidos pelos 
municípios) e os boletins de acompanhamento de 
Hanseniase e tuberculose (emitidos pelo próprio sistema) 
OPERAÇÃO 
A partir da alimentação do banco de dados do SINAN, pode-
se calcular a incidência, prevalência, letalidade e 
mortalidade, além de realizar análises de acordo com as 
características de  pessoa, tempo e lugar, principalmente 
em relação às doenças transmissíveis de notificação 
obrigatória. 
VIGILÂNCIA SANITÁRIA 
De acordo com a Lei Orgânica da Saúde (lei 8080), a 
vigilância sanitária é: 
 
 
Função principal: reconhecer as interações que se 
estabelecem entre conjunto heterogêneo de coisas e o 
território, as implicações que trazem para o modo de vida e 
trabalho da sociedade e, sobretudo, identificar e avaliar os 
riscos para se antecipar à ocorrência de danos e fazer 
prevalecerem os interesses e o bem-estar da sociedade 
CRIAÇÃO DA ANVISA 
A lei n.9782/1999 define o Sistema Nacional de Vigilância 
Sanitária e cria a ANVISA, criada para: 
 
CAMPOS DE ATUAÇÃO 
Podemos dividir o campo de atuação em 3 grandes áreas: 
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VIGILÂNCIA EM SAÚDE 
 Produtos: alimentos, bebidas e águas minerais 
 Medicamentos, cosméticos, agrotóxicos e produtos 
para a saúde 
 Serviços de saúde e serviços de interesse da saúde 
 
 
AÇÕES DESENVOLVIDAS PELA VIGILÂNCIA SANITÁRIA 
Para cumprir seu objetivo de proteger a saúde da 
população, é necessário que a VS desenvolva um amplo 
conjunto de ações, usando diferentes instrumentos 
 
 
REFERÊNCIAS 
Diretrizes nacionais da vigilância em saúde – Ministério da 
Saúde, 2010 
Vigilância em saúde parte 1 – CONASS 2011 
Vigilância em saúde parte 2 – CONASS 2011 
Guia de Vigilância Epidemiológica 7ª edição – Ministério da 
Saúde 2009 
 
 
 
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Esther Santos - 77 
MEDICINA E PESQUISA 
CONCEITO DE PESQUISA CIENTÍFICA 
É um procedimento reflexivo e sistemático, 
controlado e crítico, que permite descobrir novos 
fatos ou dados, relações ou leis, em qualquer campo 
do conhecimento 
É um procedimento formal, com método de pensamento 
reflexivo e se constitui como um caminho para conhecer a 
realidade ou para descobrir verdades parciais 
O desenvolvimento de um projeto de pesquisa 
compreende 6 passos: 
 
PREPARAÇÃO DA PESQUISA 
 
1. DECISÃO 
Momento que o pesquisador decide realizar a pesquisa, 
por interesse próprio, de alguém ou de alguma entidade, 
como o CNPq (conselho nacional de desenvolvimento 
científico e tecnológico) 
Exige dedicação, paciência, persistência etc 
2. ESPECIFICAÇÃO DOS OBJETIVOS 
O objetivo deve ser determinado para saber o que se vai 
procurar e o que se pretende alcançar, claramente 
definido. 
Respondem às perguntas: 
 Porque, pra que e pra quem 
 
3. ELABORAÇÃO DE UM ESQUEMA 
Depois de decidir fazer uma pesquisa, deve-se pensar em 
um esquema que facilite sua viabilidade, auxiliando o 
pesquisador a conseguir uma abordagem mais objetiva, 
imprimindo uma ordem lógica do trabalho 
Planejar o estudo, a obtenção de recursos materiais, 
humanos e de tempo 
4. CONSTITUIÇÃO DA EQUIPE DE TRABALHO 
Recrutar pessoas para distribuir tarefas, indicação de 
locais de trabalho e todo o equipamento necessário, 
porém a pesquisa pode ser realizada por 1 pessoa só 
também. 
 Responde a pergunta ‘’quem’’ 
 
5. LEVANTAMENTO DE RECURSOS E 
CRONOGRAMA 
Quando a pesquisa é solicitada por alguém ou vai ser 
patrocinada por alguma entidade, o pesquisador deve 
fazer uma previsão dos gastos, fazendo um orçamento 
necessário 
Também deve-se estipular um cronograma 
 Responde as perguntas: quanto e quando 
FASES DA PESQUISA 
 
1. ESCOLHA DO TEMA 
É selecionar um assunto de acordo com as inclinações, 
as possibilidades e as tendências de quem se propõe a 
elaborar um trabalho cientifico 
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Esther Santos - 77 
MEDICINA E PESQUISA 
Deve ser executável e adequado para a pessoa, como a 
disponibilidade do tempo, o interesse, as qualificações 
pessoais (formação universitária)e etc 
Deve ser preciso, bem determinado e especifico 
 Pergunta: o que será explorado 
2. LEVANTAMENTO DE DADOS 
Podem ser utilizados 
 Pesquisa bibliográfica  apanhado geral sobre os 
principais trabalhos relacionados com o tema 
disponíveis na literatura 
 Pesquisa documental 
 Contatos diretos, pesquisa de campo ou de 
laboratório  realizados com pessoas que fornecem 
dados que vão ser informações úteis 
3. FORMULAÇÃO DO PROBLEMA 
Responde às perguntas  o que e como 
Deve ser claro, conciso e objetivo para facilitar na 
construção da hipótese central 
É um processo contínuo de pensamento reflexivo e sua 
formulação requer conhecimentos prévios do assunto, 
aliado à imaginação 
Um problema mais delimitado, simplifica e facilita a 
investigação do que um problema muito amplo 
Antes de ser considerado apropriado, o problema deve 
ser analisado sob o aspecto de sua valoração: 
 
4. DEFINIÇÃO DOS TERMOS 
O objetivo principal é tornar os termos claros, 
compreensivos e adequados, não podem ser ambíguos e 
nem causar dúvidas nem confusão de ideias 
O pesquisador está mais interessado no conceito que as 
palavras indicam do que elas em si mesmas 
5. CONSTRUÇÃO DE HIPÓTESES 
É uma suposição que antecede a constatação dos fatos, 
correta ou errada, de acordo ou contrária ao senso 
comum, a hipótese sempre conduz uma verificação 
empírica 
A função dela na pesquisa é propor explicações para os 
certos fatos e ao mesmo tempo orientar a busca de outras 
informações 
É necessário que haja um embasamento teórico para que 
ela possa servir de guia na investigação 
Os resultados finais da pesquisa poderão comprovar ou 
rejeitar essas hipóteses e se isto acontecer, elas podem 
ser reformuladas e fazer outros testes para que ela seja 
comprovada 
6. INDICAÇÃO DE VARIÁVEIS 
Todas as variáveis que podem interferir ou afetar o objeto 
em estudo, devem ser não só levadas em consideração 
como serem devidamente controladas, para impedir o 
comprometimento ou o risco de invalidar a pesquisa 
7. DELIMITAÇÃO DA PESQUISA 
Ela pode ser delimitada em relação ao 
 Assunto, à extensão e a uma série de fatores (meios 
humanos, econômicos e de escassez de prazo) 
Após escolher o assunto, o pesquisador pode decidir ou 
pelo estudo de todo o universo da pesquisa ou sobre uma 
amostra. A amostragem consiste em obter um juízo sobre 
o total (universo), mediante um exame de apenas uma 
parte, pois nem sempre dá para pesquisar todos os 
indivíduos do grupo por causa da escassez de recursos 
ou tempo 
8. AMOSTRAGEM 
Uma parcela selecionada da população 
9. SELEÇÃO DOS MÉTODOS E TÉCNICAS 
Diretamente relacionada com o problema a ser estudado 
e a escolha vai depender  natureza dos fenômenos da 
pesquisa, o objeto da pesquisa, os recursos financeiros, a 
equipe humana e outros elementos 
Utiliza-se todos os métodos e técnicas que são viáveis, 
apropriados e necessários para o caso 
 
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MEDICINA E PESQUISA 
10. ORGANIZAÇÃO DO INSTRUMENTAL DE 
PESQUISA 
As obras sobre pesquisa cientifica no geral oferecem 
esboços práticos que servem de orientação na  
montagem de formulários, questionários, roteiro de 
entrevistas, etc 
Também é necessário preparar não só os instrumentos de 
observação, mas também o dossier de documentação 
relativo à pesquisa  pastas, cadernos, fichários etc 
11. TESTE DE INSTRUMENTOS E PROCEDIMENTOS 
Elaborados os instrumentos de pesquisa, deve-se testar 
eles sobre uma parte da amostra, antes de ser aplicado 
definitivamente, a fim de evitar que a pesquisa chegue a 
um resultado falso 
O objetivo é verificar em até que ponto os instrumentos 
conseguem garantir resultados sem erros 
Em geral, é suficiente realizar a mensutação em 5 ou 10% 
do tamanho da amostram dependendo do numero 
absoluto dos processos mensurados 
ETAPAS DE EXECUÇÃO DA PESQUISA 
 
1. COLETA DE DADOS 
É a etapa em que aplica os instrumentos elaborados e 
técnicas que foram selecionadas, a fim de efetuar a coleta 
de dados previstos 
É fundamental que haja um rigoroso controle na aplicação 
dos instrumentos da pesquisa para evitar erros e defeitos 
resultantes de entrevistadores inexperientes ou de 
informantes tendenciosos 
2. ELABORAÇÃO DOS DADOS 
Após a coleta de dados, eles são elaborados e 
classificados de forma sistemática. Aqui eles devem 
seguir os passos: 
 Seleção  verificação crítica dos dados, a fim de 
detectar falhas ou erros 
 Codificação  técnica operacional usada para 
categorizar os dados que se relacionam (transformar 
qualitativo em quantificativo) 
 Tabulação  disposição dos dados em tabela, 
facilitando a verificação das inter-relações entre eles 
(permite sintetizar os dados de observação e 
representar graficamente) 
 
3. ANÁLISE E INTERPRETAÇÃO DOS DADOS 
A análise (ou explicação) é a tentativa de evidenciar as 
relações existentes entre o fenômeno estudado e outros 
fatores  é realizada em três níveis: interpretação, 
explicação e especificação 
Na análise o pesquisador entra em maiores detalhes 
sobre os dados estatísticos, para que ele consiga 
respostas às suas indagações 
Já a interpretação é a atividade intelectual que procura dar 
um significado mais amplo às respostas, vinculando-as a 
outros conhecimentos. Na interpretação pode ser feita a 
construção de tipos, modelos e esquemas ou uma 
ligação com a teoria 
4. REPRESENTAÇÃO DOS DADOS: TABELAS, 
QUADROS E GRÁFICOS 
É bom pra auxiliar na apresentação dos fados, facilitando 
o leitor a compreender e interpretar os dados. Porém, o 
maior propósito é ajudar o investigador na distinção das 
diferenças, semelhanças e relações 
Quando mais simples for, mais claro e mais objetivo ficam 
as ideias 
Tabela  construída usando dados obtidos pelo próprio 
pesquisador 
Quadro  elaborado tendo por base dados secundários, 
obtidos de fontes como o IBGE, livros, revistas etc 
5. CONCLUSÕES 
Explicita os resultados finais, considerados relevantes e 
elas devem estar vinculadas à hipótese de investigação, 
cujo conteúdo foi comprovado ou refutado 
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MEDICINA E PESQUISA 
Ao se redigirem as conclusões, os problemas que ficaram 
sem solução serão apontados, para que no futuro possam 
ser estudados pelo próprio autor ou por outros 
IMPORTÂNCIA DA PESQUISA CIENTÍFICA NA 
FORMAÇÃO E PRÁTICA MÉDICA 
Todos os alunos possuem acesso ao conhecimento geral, 
porém o destaque as melhores qualificações, devido ao 
progresso da medicina e ao montante de novas 
informações, são daqueles que buscam saber mais sobre 
o ser humano, podendo utilizar a pesquisa científica para 
obter tais informações 
A qualidade da graduação é diretamente proporcional à 
geração e ao domínio do conhecimento 
A produção cientifica é fundamental para a evolução da 
medicina, pois ela possibilita descobertas importantes no 
campo da saúde a constatação de melhores evidencias 
para se estabelecer diagnósticos e tratamentos mais 
precisos 
Destaca-se alguns benefícios em participar em projetos 
de IC 
 Habilidade de trabalhar em grupo 
 Capacidade de organizar e delegar tarefas 
 Enriquecimento do próprio currículo 
 Maturidade intelectual 
 Essencial para uma futura prática clínica adequada de 
uma medicina baseada em evidencias, minimizando 
as chances de erros do profissional 
TIPOS OU DESENHOS DE ESTUDOS 
Os estudos epidemiológicos podem ser classificados em 
observacionais ou experimentais 
 
 
 Estudos observacionais 
Permitem que a natureza determine o seu curso: o 
investigador mede, mas não intervém 
Por exemplo, um estudo observacional descritivo de 4 
homens jovens com uma rara forma de pneumonia foi o 
primeiro entre vários estudos epidemiológicos sobre AIDS 
 Estudos experimentais ou de intervenção 
Envolvem a tentativa de mudar os determinantes de uma 
doença, como uma exposição ou comportamento,ou até 
mesmo cessar o progresso de uma doença através de 
tratamento 
ESTUDOS OBSERVACIONAIS 
1. ESTUDOS DESCRITIVOS 
Limita-se descrever a ocorrência de uma doença em uma 
população, sendo frequentemente o 1º passo de uma 
investigação epidemiológica 
É a simples descrição do estado de saúde de uma 
comunidade a partir de dados coletados rotineiramente 
(2º) ou diretamente por questionários específicos (1º) 
Ex: estudo que apresenta o padrão de mortalidade 
materna na suécia desde a metade do sec XVIII 
2. ESTUDO ANALÍTICO 
Aborda com mais profundidade as relações entre o estado 
de saúde e as outras variáveis 
3. ESTUDOS ECOLÓGICOS 
São uteis para gerar hipóteses, vão ser analisadas grupos 
de pessoas ao invés de indivíduos 
Podem ser feitos comparando-se populações em 
diferentes lugares ao mesmo tempo, ou comparando a 
mesma população em diferentes momentos 
Ex: foi encontrada uma associação entre a média de 
vendas de drogas antiasmáticas e a ocorrência de um 
número elevado de óbitos por asma em diferentes 
províncias da nova zelandia 
4. ESTUDOS TRANSVERSAIS 
Medem prevalência da doença, a questão chave é saber 
se a exposição precede ou é consequência do efeito 
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MEDICINA E PESQUISA 
São baratos, fáceis de conduzir e úteis na investigação 
das exposições que são características individuais fixas 
(como grupo étnico e sanguíneo) 
Permitem avaliar as necessidades em saúde de uma 
população, sendo usado em planejamento em saúde 
5. ESTUDOS DE CASOS E CONTROLE 
São frequentemente usados para tentar determinar as 
causas de uma doença, incluindo pessoas com a doença 
e um grupo controle (comparação) que são pessoas sem 
a doença 
Finalidade: quantificar fatores que ocorram com maior ou 
menos frequência nos casos do que nos controles 
Também são chamados de retrospectivos pois o 
investigador busca, no passado, uma determinada causa 
(exposição) para a doença ocorrida 
 
Ex: registros médicos de pessoas com a doença são 
comparados com os de pessoas com características 
similares (idade e sexo) mas que não tenham a condição 
a ser investigada 
6. ESTUDO DE COORTE 
Também chamados de longitudinais ou de incidência 
Objetivo: ver o surgimento de novos casos de doença (ou 
outro desfecho), que difere entre os grupos, conforme a 
presença ou não de exposição 
Fornecem informação sobre a etiologia das doenças e o 
risco de desenvolvê-la, são também usados para 
investigar efeitos crônicos ou tardios 
São prospectivos (coletam dados atuais) mas podem 
ser retrospectivos, quando recolhem exposições no 
passado 
Difere do caso-controle porque reúne 2 ou mais grupos 
de pessoas e os acompanha longitudinalmente no tempo, 
partindo da exposição e indo ao encontro do desfecho 
 
Ex: a coorte de pacientes com um numero importante de 
fatores de risco para doença cardiovascular é reunida ao 
mesmo tempo com uma coorte de pessoas controle que 
não tenham tais fatores. Ambos são acompanhados 
prospectivamente por um período de tempo antes que os 
resultados sejam determinados 
ESTUDOS EXPERIMENTAIS 
Envolvem a tentativa (intervenção) de mudar os 
determinantes de uma doença, como exposição ou 
comportamento ou cessar ela por um tratamento 
Os efeitos de uma intervenção são medidos através da 
comparação do desfecho nos grupos experimental e 
controle 
São sujeitos a uma serie de restrições pois envolvem 
intervenção na saúde das pessoas, sendo o 
consentimento informado dos pacientes obrigatório e 
a nenhum deles pode-se negar o tratamento apropriado 
1. ENSAIO CLÍNICO RANDOMIZADO 
(ALEATORIZADOS) 
Ele estuda os efeitos de uma intervenção em particular 
Pessoas selecionadas aleatoriamente (por sorteio) são 
alocados para os grupos de intervenção e controle (o que 
garante comparabilidade) e os resultados são avaliados 
comparando-se os desfechos entre esses grupos 
Para a elaboração, deve-se estabelecer o duplo-cego 
(nem pacientes nem cuidadores devem saber a que 
estudo o paciente está submetido) ou triplo cego (quem 
avalia as estatísticas também não sabe) 
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MEDICINA E PESQUISA 
 
2. ENSAIOS DE CAMPO 
Envolve pessoas que estão livres da doença (em 
contraste com os ensaios clínicos), mas sob risco de 
desenvolver ela, os dados são coletados ‘’no campo’’, 
usualmente entre pessoas da população geral não 
institucionalizadas 
Propósito: prevenir ocorrência de doenças mesmo entre 
populações que apresentam baixa frequência, e esses 
ensaios envolvem muitas pessoas, o que os tornam caro 
e logisticamente complicados 
Um dos maiores já realizados foi para testar a vacina Salk 
para prevenção da poliomielite, que envolveu mais de 1M 
de crianças 
Ex: teste para diferentes métodos para proteção a 
exposição de pesticida, medida de chumbo sérico em 
crianças etc 
3. ENSAIOS COMUNITÁRIOS 
Os grupos de tratamento são comunidades ao invés de 
indivíduos, sendo apropriado para doenças que se 
originam a partir de condições sociais e que possam ser 
influenciadas por intervenções dirigidas ao 
comportamento 
Ex: doenças cardiovasculares, campanhas de prevenção 
de AIDS, fluoretação da água... estudo para avaliar 
impacto de programa de intervenção 
MEDICINA BASEADA EM EVIDÊNCIAS 
Um dos maiores desafios da prática da AP é manter-se 
adequadamente atualizada, considerando a quantidade 
cada vez maior de informações disponíveis 
A área da saúde não é uma ciência exata, por causa 
desse dinamismo há a necessidade do profissional da 
saúde e também dos laboratórios se manterem 
atualizados com o que há de melhor em termos de 
evidências científicas 
MBE é uma ferramenta muito usada na prática clínica 
atualmente, que se traduz no uso consciente das 
melhores evidencias disponíveis (na literatura) para 
tomada de decisão tanto na pratica clinica como para a 
implantação de políticas públicas de saúde 
É uma designação atribuída à atividade que avalia 
cientificamente a eficácia e a efetividade das intervenções 
de saúde 
É comum que os profissionais de saúde adotem práticas 
que julguem eficazes porque as aprenderam na faculdade 
ou com outro profissional, mas sem base cientifica 
comprovada, e é por isso que existem tantas condutas 
divergentes entre eles 
Exemplo: alguns serviços de saúde seguem utilizando 
lugol e ácido acético no rastreamento de câncer de colo 
de útero por meio do Papanicolau, porém ambos são 
desnecessários, visto que o padrão-outo é a avaliação 
citopatológica do material colhido 
O uso da BEM exige a compreensão dos seguintes 
pressupostos 
 Os profissionais devem usar, quando possível, 
informações provenientes de estudos sistemáticos, 
de forma a aumentar a confiança no prognóstico, na 
eficácia da terapia e na utilidade dos testes 
diagnósticos 
 A compreensão da fisiopatologia da doença é 
necessária, mas insuficiente para a prática clínica 
 A compreensão de determinadas regras de evidência 
é necessária para avaliar e aplicar de forma efetiva a 
literatura médica, ou seja, saber avaliar um estudo 
IMPORTÂNCIA DA MEDICINA BASEADA EM 
EVIDÊNCIAS 
A principal vantagem está e proporcionar ao 
profissional da saúde a tomada de decisões de forma 
segura e que é embasada no que há de melhor em termos 
científicos do momento 
Isso em detrimento à intuição ou viés de comportamento, 
seja do profissional ou da instituição onde ele atua 
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A chance de fracasso, de erros médicos, é reduzida se o 
profissional estiver embasado em trabalhos com poder 
epidemiológico e estatístico elevados 
EVIDÊNCIAS CIENTÍFICAS 
CONCEITO 
Uma evidência cientifica é o conjunto de elementos 
utilizados para apoiar ou refutar uma hipótese ou teoria 
científica 
Deve ser uma evidencia empírica obtida e interpretada de 
acordo com o método científico  portanto,é passível de 
repetição por outros pesquisadores 
Os padrões das evidencias podem variar de acordo com 
o campo de pesquisa, mas a força de uma evidencia é 
geralmente baseada nos resultados das análises 
estatísticas e no controle científico 
COMO AVALIAR UM ESTUDO 
Para responder as dúvidas clínicas na APS, é necessário 
obter a melhor evidencia disponível, e idealmente, as 
respostas para essas duvidas deveriam ser respondidas 
por revisões sistemáticas e metaanálises, ou por ensaios 
clínicos de alta qualidade 
Diariamente, são publicados centenas e milhares de 
artigos científicos e o profissional da saúde deve saber 
escolher e ranquear os trabalhos com base no seu nível 
de evidência 
Os estudos experimentais, principalmente os ensaios 
clínicos controlados e randomizados (aleatorizados), são 
os mais apropriados para avaliar o quão adequada é 
uma intervenção 
Na tentativa de se uniformizar a avaliação dos estudos 
científicos sobre as intervenções, foram criadas escalas 
de qualidade desses estudos, conforme a classificação 
do Centro de Oxford para Medicina Baseada em 
evidências 
 
A qualidade das evidencias foi classificada em 5 niveis, 
então o nivel de evidencia pode variar de 1 (maior) e 5 
(menor) 
Dentre os níveis, existe uma variação interna que vai de 
A-D, que reflete a credibilidade científica da pesquisa 
 Por exemplo, se a pesquisa for categorizada no nível 
1-A o estudo é bem adequado, se for nível 1-D, 
significa que o delineamento do estudo contém falhas 
e a confiança nos resultados deve ser questionada 
 
DESFECHOS 
Também é válido ressaltar que existem vários tipos de 
desfechos medidos pelos estudos e ensaios clínicos que 
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podem gerar confusão, levando a práticas inapropriadas 
ou contraindicadas 
Para os profissionais da saúde, o que interessa é saber 
se os pacientes submetidos às intervenções vão viver 
mais e melhor 
Por isso, divide-se de maneira didática os estudos entre 
os que focam em desfechos intermediários e os 
desfechos finais 
DOE – DISEASE ORIENTED EVIDENCE 
 Evidencia orientada à doença 
Abordam desfechos intermediários, como a redução do 
colesterol, da pressão, dos níveis de TSH, do controle de 
arritima etc 
São importantes principalmente no contexto da pesquisa 
e não deveriam influenciar a mudança na prática diária 
no sentido da tomada de decisões e adoção de novas 
tecnologias ou medicamentos 
Por isso, elas podem ser enganosas: níveis de TAGS não 
quer dizer um problema imediato 
POEM – PATIENT ORIENTED EVIDENCE THAT 
MATTERS 
 Evidência de que tem importância para o paciente 
É importante para a prática médica e para o paciente, 
pois medem o impacto da intervenção em termos de 
redução de mortalidade, de custos para o paciente, de 
tempo de internação, de ganho em qualidade de vida etc 
São estudos que tentam responder a perguntas clínicas 
PROTOCOLOS CLÍNICOS 
Protocolos são instrumentos empregados pelos serviços 
diante de problemas a serem superados, ou diante da 
necessidade de se organizar melhor as ações. Eles 
orientam fluxos, condutas e procedimentos clínicos na 
área da saúde. Além disso, promovem uma 
padronização das condutas médicas, auxiliando na 
uniformização dos tipos de tratamento para determinado 
diagnostico 
Podem ser adotados pelas instituições hospitalares para 
a padronização de atendimentos 
Podem ser usados como material educativo para os 
profissionais da saúde, como auxilio administrativo para 
os gestores, como parâmetro de boas práticas 
assistenciais e como documento de garantia de direito aos 
usuários do SUS 
Os protocolos devem ser instrumentos claros e 
objetivos com orientações relevantes ao cuidado 
constituídos de recomendações baseadas em evidências 
de acordo com a realidade local, a fim de modificar o 
processo de trabalho das equipes de saúde 
Exemplos: 
 Alguns que são adotados em hospitais brasileiros são 
os de 
o Pneumonia, cefaleia, infarto, ou aqueles 
voltados ao tratamento de pacientes que 
sofreram queda durante a internação 
PROTOCOLOS CLÍNICOS E DIRETRIZES 
TERAPÊUTICAS 
Além dos protocolos clínicos, existem os PCDT que são 
elaborados pelo ministério da saúde, eles são 
documentos que possuem como objetivo garantir melhor 
cuidado à saúde do paciente 
São feitos individualmente para cada tipo de doença e 
fornecem informações e dados seguros de como se 
proceder quanto ao diagnostico, tratamento, controle e 
acompanhamento dos pacientes 
São documentos oficiais do SUS que estabelecem: 
 Critérios para o diagnóstico de uma doença ou agravo 
à saúde 
 Tratamento preconizado, incluindo medicamentos e 
demais tecnologias apropriadas 
 Posologias recomendadas 
 Cuidados com a segurança dos doentes 
 Mecanismos de controle clínico 
São sempre elaborados por equipes técnicas do MS e 
baseados em dados confiáveis com qualidade científica, 
o que permite nortear a equipe no atendimento médico 
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REFERÊNCIAS 
Fundamentos da metodologia científia, Marina de 
Andrade Marconi e Eva Maria Lakatos – 5ª edição 
Epidemiologia básica, R. bonita, R. Beaglehole e 
T.Kjellstrom – 2ª edição 
A importância da iniciação científica na graduação de 
medicina – Pirola, Sarah, Padilha, Jadna et al – 2018 
Caderno 29 da Atenção Primária – rastreamento – 2010 
Trabalho de Conclusão de Curso: Construção, 
composição e implantação de protocolos clínicos nas 
ações de atenção primária – Jocely Márcia de Araújo 2011 
 
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