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Origem, nascimento e batizado
O texto abaixo narra a festa de batizado de Leonardinho, 
protagonista do romance.
 1. Qual é a classe social a que pertencem as personagens descritas 
no trecho?
Compare esse tipo de personagem com o que aparece em outros ff
romances urbanos do Romantismo.
 2. Leia os trechos abaixo. O primeiro é de Manuel Antônio de Almeida, 
o segundo, de Joaquim Manuel de Macedo.
“Depois do minuete foi desaparecendo a cerimônia e a brincadeira 
aferventou, como se dizia naquele tempo.” (Memórias de um sargento de 
milícias)
“E o mais é que estamos num sarau. [...] alegre, numerosa e escolhida 
sociedade enche a grande casa, que brilha e mostra em toda a parte bor-
bulhar o prazer e o bom gosto.” (A Moreninha)
[...]
Chegou o dia de batizar-se o rapaz: foi madrinha a parteira; sobre o 
padrinho houve suas dúvidas: o Leonardo queria que fosse o Sr. Juiz; porém 
teve de ceder a instâncias da Maria e da comadre, que queriam que fosse 
o barbeiro de defronte, que afinal foi adotado. Já se sabe que houve nesse 
dia função: os convidados do dono da casa, que eram todos dalém-mar, 
cantavam ao desafio, segundo seus costumes; os convidados da comadre, 
que eram todos da terra, dançavam o fado. O compadre trouxe a rabeca, 
que é, como se sabe, o instrumento favorito da gente do ofício. A princípio 
o Leonardo quis que a festa tivesse ares aristocráticos e propôs que se dan-
çasse o minuete da corte. Foi aceita a ideia, ainda que houvesse dificuldade 
em encontrarem-se pares. [...] O compadre foi quem tocou o minuete na 
rabeca; e o afilhadinho, deitado no colo da Maria, acompanhava cada arcada 
com um guincho e um esperneio. Isso fez com que o compadre perdesse 
muitas vezes o compasso e fosse obrigado a recomeçar outras tantas.
Depois do minuete foi desaparecendo a cerimônia e a brincadeira 
aferventou, como se dizia naquele tempo. Chegaram uns rapazes de viola 
e machete: o Leonardo, instado pelas senhoras, decidiu-se a romper a parte 
lírica do divertimento. Sentou-se num tamborete, em um lugar isolado da 
sala, e tomou uma viola. Fazia um belo efeito cômico vê-lo, em trajes do 
ofício, de casaca, calção e espadim, acompanhando com um monótono 
zum-zum nas cordas do instrumento o garganteado de uma modinha 
pátria. [...]
O canto do Leonardo foi o derradeiro toque de rebate para esquentar-se 
a brincadeira, foi o adeus às cerimônias. Tudo daí em diante foi burburinho, 
que depressa passou à gritaria, e ainda mais depressa à algazarra, e não 
foi ainda mais adiante porque de vez em quando viam-se passar através 
das rótulas da porta e janelas umas certas figuras que denunciavam que o 
Vidigal andava perto. [...]
ALMEIDA, Manuel Antônio de. Memórias de um sargento de milícias. 
São Paulo: Ateliê Editorial, 2003. p. 68-70. (Fragmento).
 O texto a seguir refere-se às questões de 1 a 4.
 PRINCEP, V. Casal dançando 
minueto. 1875. Gravura. Com 
origem no século XVII, o minuete, 
palavra que significa passos 
curtos, caracterizava-se pela 
leveza e graciosidade dos 
movimentos.
TEXTO PARA ANÁLISE
Função: no texto, tem o sentido 
de dança.
Machete: instrumento musical 
de origem portuguesa, maior que 
o cavaquinho e menor que a viola, 
muito usado no acompanhamento 
de canções populares e modinhas.
Instado: solicitado.
Espadim: espada pequena.
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ff Em que a linguagem utilizada nesses trechos se diferencia?
 3. Transcreva uma passagem do texto que mostre a veia irônica do autor.
ff Essa característica rompe, de certa forma, com o que era usualmente 
característico dos romances urbanos. Por quê?
 4. O trecho mostra uma situação bastante comum na cultura brasi-
leira: a tendência a imitar padrões considerados de “bom gosto”, 
associados aos hábitos da elite socioeconômica. De que forma esse 
traço aparece no texto? 
ff Essa imitação funciona ou ela é rompida? Comprove sua resposta 
com elementos do texto.
Jogo de ideias
Neste capítulo, você viu que os romances românticos, em geral, têm suas 
tramas centradas em envolvimentos amorosos. Os mocinhos e mocinhas que 
protagonizavam esses romances desejavam apenas uma coisa: viver uma 
história de amor que tivesse um final feliz. Embora, hoje, para muitos, esses 
amores arrebatados estejam restritos à ficção, é comum vermos pessoas se 
associando a sites de relacionamento com o objetivo de encontrar o par ideal 
e viver uma grande história de amor como as que povoaram os romances do 
século XIX. Você já imaginou como seria se, nesse período, os protagonistas 
dos romances românticos pudessem contar com um site de relacionamento 
em que buscassem o amor de suas vidas? 
Para compreender melhor como os romances românticos, com a descrição 
cuidadosa dos comportamentos sociais da época, funcionaram como uma 
espécie de “manual de conduta” e retrataram os valores da sociedade do 
período (especialmente no que se refere ao processo de enamoramento e de 
conquista amorosa), você e seus colegas, em equipe, criarão um site de rela-
cionamentos para os jovens do século XIX cujo objetivo será encontrar o par 
ideal. Para cumprir essa tarefa, vocês deverão seguir os passos abaixo:
ff pesquisar (em romances românticos, em filmes 
de época, na internet) informações sobre o com-
portamento de moços e moças do século XIX 
durante o processo de conquista. (Por exemplo, 
procurem saber como as moças deveriam se 
comportar diante de um pretendente ou como 
um rapaz poderia demonstrar seu interesse por 
uma jovem, que características eram desejáveis 
em moços e moças que desejassem encontrar o 
amor verdadeiro, etc.); 
ff fazer a leitura de um dos romances urbanos do 
período (A Moreninha, Senhora, Lucíola, etc.) para se-
lecionar os perfis que serão apresentados no site; 
ff selecionar, dentre os personagens apresentados 
do romance escolhido, quatro perfis (dois femi-
ninos e dois masculinos) de jovens que buscam 
o amor ideal, destacando, na apresentação que 
farão de si mesmos, as características e com-
portamentos que os identificam como rapazes 
e moças do século XIX; 
ff definir os parâmetros para que os jovens apre-
sentem seu perfil no site, ou seja, que aspectos 
ou características cada personagem (Caroli-
na, Augusto, Aurélia, Fernando Seixas, Lúcia, 
Paulo, etc.) deveria colocar na sua “biografia” 
para encontrar o seu par ideal. (Vocês podem 
pesquisar em outros sites de relacionamento da 
atualidade as formas de fazer essa apresentação, 
adequando-as ao público a que o site criado será 
destinado: jovens do século XIX); 
ff criar o site e apresentá-lo aos colegas, oralmen-
te, destacando os elementos que permitem 
identificar cada um dos perfis como de jovens 
do século XIX que buscam viver uma grande 
história de amor. 
Conteúdo digital 
Moderna PLUS 
http://www.modernaplus.com.br
Tema animado: Romantismo 
no Brasil: o romance urbano.
Material complementar Moderna PLUS http://www.modernaplus.com.br
Palavra de Mestre: Marisa Lajolo e Regina Zilberman.
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A tradição do romance romântico: 
o diálogo com o leitor
O convite do narrador
Nos romances românticos, inaugura-se uma 
tradição que aparecerá em outros textos literários: a 
utilização de alguns recursos de linguagem para es-
tabelecer uma interlocução entre o narrador e seus 
leitores, como o uso de verbos na primeira pessoa 
do plural. 
O autor romântico faz isso para criar no leitor a 
sensação de cumplicidade com as personagens e os 
fatos descritos no romance.
Tornemos à câmara nupcial, onde se representa a 
primeira cena do dramaoriginal, de que apenas co-
nhecemos o prólogo. Os dois atores ainda conservam 
a mesma posição em que os deixamos. [...]
ALENCAR, José de. Senhora. 
São Paulo: Ática, 1992. p. 109. (Fragmento).
Machado de Assis: a sedução do leitor
Machado de Assis dará nova função à interlocução com o leitor em seus 
romances. Para alcançar seu objetivo — promover uma reflexão a respeito 
do perfil da elite brasileira do Segundo Reinado —, precisa garantir que 
seus leitores, membros dessa elite criticada, simpatizem com o narrador, 
construído à sua imagem e semelhança.
 
Bem-aventurados os que não descem 
O pior é que era coxa. Uns olhos tão lúcidos, uma boca tão fresca, 
uma compostura tão senhoril; e coxa! Esse contraste faria suspeitar que a 
natureza é às vezes um imenso escárnio. Por que bonita, se coxa? por que 
coxa, se bonita? Tal era a pergunta que eu vinha fazendo a mim mesmo ao 
voltar para casa, de noite, sem atinar com a solução do enigma. [...]
A uma alma sensível 
Há aí, entre as cinco ou dez pessoas que me leem, há aí uma alma sensí-
vel, que está decerto um tanto agastada com o capítulo anterior, começa a 
tremer pela sorte de Eugênia, e talvez... sim, talvez, lá no fundo de si mesma, 
me chame cínico. Eu cínico, alma sensível? Pela coxa de Diana! esta injúria 
merecia ser lavada com sangue, se o sangue lavasse alguma cousa nesse 
mundo. Não, alma sensível, eu não sou cínico, eu fui homem; meu cérebro 
foi um tablado em que se deram peças de todo gênero [...] Cruzavam-se nele 
pensamentos de vária casta e feição. Não havia ali a atmosfera somente da 
águia e do beija-flor; havia também a da lesma e do sapo. [...]
ASSIS, Machado de. Memórias póstumas de Brás Cubas. 
Rio de Janeiro: Livraria Garnier, 1997. p. 90-92. (Fragmento).
 GARRIDO, E. Um bom livro. 
Século XIX. Óleo sobre madeira, 
20,5 3 25 cm. Nos romances 
românticos, o narrador convida os 
leitores a acompanhá-lo em sua 
narração procurando conquistar a 
cumplicidade do público.
 Silhueta de Machado 
de Assis, de Raul 
Pederneiras, revista 
Fon-fon, junho de 1908.
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