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R ep ro du çã o pr oi bi da . A rt .1 84 d o C ód ig o P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . 156 U n id ad e C • A da de éd ia : ci de nt e e ri en te O senhorio: a unidade de produção feudal o eudalismo a ro riedade ou dom nio rural rece ia o nome de senhorio ntre os séculos e o dom nio sen orial estava dividido em tr s artes: a reserva sen orial o manso servil e o manso comum • Reserva senhorial onstitu da or áreas cultivá- veis castelo celeiros está ulos moin os e o icinas artesanais oda a rodução da reserva sen orial ertencia ao sen or • Manso servil onstitu do elo con unto das terras e loradas elos servos e ue garantiam a sua so reviv ncia • Manso comum erras de uso tanto dos servos uanto dos sen ores aziam arte do manso co- mum os astos os os ues e os terrenos aldios as terras comunais se retiravam madeira rutos e mel e se raticava a caça o sen orio os servos estavam su eitos ao agamento de ta as e a obrigações feudais ela corveia o servo tin a de tra al ar na reserva se- n orial or determinado er odo do ano odendo ser na agricultura na criação de animais ou em en eitorias utro tri uto a talha o rigava o servo a entregar ao sen orio uma arte do ue roduzia no manso servil servo tam ém estava su eito s banalidades ue o o rigavam a entregar ao sen or arte do ue roduzia utilizando celeiros moin os e ornos do sen or taman o do dom nio sen orial variava entre e ectares de terra ra comum um grande dom nio ter centenas ou até mil ares de mansos A gre a a realeza e os grandes no res ossu am os maiores dom nios As terras dos grandes no res e da realeza contudo aca avam se racionando com o tem o graças ao costume de dividir a ter- ra entre os erdeiros á os dom nios da gre a mantin am se ntegros graças instituição do celi ato eclesiástico ada sen orio tendia a ser autossu iciente roduzindo cereais carnes leite rou as e uten- s lios domésticos e outros artigos necessários su sist ncia oucos rodutos como sal e metais ara a con ecção de erramentas vin am de ora orém a artir do século com o im das invas es estrangeiras e a mel oria das técnicas de rodução o aumento da rodutividade agr cola ossi ilitou a ormação de e cedentes ue eram negociados nos mercados locais ou nas grandes eiras comerciais Uma sociedade dividida em ordens A maioria das sociedades contem or neas está dividida con orme o oder a uisitivo de seus mem- ros A classe alta tem mais condiç es de consumir seguida ela classe média de ois ela classe ai a etc A sociedade eudal or sua vez estava dividi- da em estamentos ou ordens camadas sociais de inidas con orme o a el desem en ado or seus mem ros na sociedade o século o is o Adal er n de aon traduziu num oema a visão da gre a da sociedade medieval dividida entre os ue oravam o clero os ue guerreavam a nobreza e os ue tra al avam os camponeses [doc. 3]. Restrições matrimoniais ara im edir casamentos ue udessem com- rometer a esta ilidade ol tica de seus dom nios os suseranos tin am o direito de intervir no casa- mento das il as e vi vas de seus vassalos aso uisesse esca ar de uni es indese áveis a vi va deveria agar um tri uto ao so erano DOC. 2 “Roheisa de Doura pagou 450 libras para ter licença de casar onde quiser, desde que não se case com qualquer inimigo do rei. Alice, condessa de Warwick, pagou 1.000 libras para lhe ser permitido permanecer viúva enquanto lhe agradar e não ser obrigada pelo rei a casar. E se, por ação viesse a desejar casar, não casaria sem o assentimento e a con- cessão do rei; e para ter a guarda dos filhos que houve do conde de Warwick, seu falecido marido. Hawisa, que foi mulher de William Fitz Robert, pagou 130 marcos para que Peter de Borough, a quem o rei tinha dado licença para casar com ela, a deixasse em paz e para não ser compelida a casar-se.” e nglis c e uer Rolls n: Coletânea de documentos históricos para o 1o grau: a séries ão aulo: en As três ordens medievaisDOC. 3 “O domínio da fé é uno, mas há um triplo estatuto na ordem. A lei humana impõe duas condições: o nobre e o servo não estão submetidos ao mesmo regime. Os guerreiros são protetores das igrejas. Eles defendem os poderosos e os fracos, protegem todo mundo, inclusive a si próprios. Os servos, por sua vez, têm outra condição. Essa raça de infelizes não tem nada sem sofrimento. Fornecer a todos alimentos e vestimenta: eis a função do servo. A casa de Deus, que pa- rece uma, é, portanto, tripla: uns rezam, outros combatem e outros trabalham. Todos os três formam um conjunto e não se separam: a obra de uns permite o trabalho dos outros dois e cada qual por sua vez presta seu apoio aos outros.” is o Adal er n de aon c n: RA r ilário Idade Média: nascimento do cidente ão aulo: rasiliense HIST_PLUS_UN_C_CAP_07.indd 156 19.08.10 17:11:49 R ep ro du çã o pr oi bi da . A rt .1 84 d o C ód ig o P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . 157 C ap ít u lo 7 • A or m aç ão d a ur o a eu da l O nobre medieval: a condição de nobre A condição de nobre pressupunha a abstenção dos trabalhos manuais e do comércio, com total de- voção à carreira das armas. Os nobres não pagavam impostos nem tinham obrigação de prestar outro serviço além do militar. DOC. 5 “Os nobres são pessoas naturalmente isentas, às quais, de direito, não cabe qualquer tipo de servidão e de impostos. Os nobres foram escolhidos e a eles ordenado guardar e conservar o país em paz. Devem eles também sobressair-se em sua vida particular e em seus costumes dando a todos o exemplo da honestidade.” Grande Coutumier de France [século XIII]. In: Coletânea de documentos históricos para o 1o grau: 5a a 8a séries. São Paulo: SE/Cenp, 1980. p. 73. DOC. 4 Servos cultivando a terra. Iluminura representando o mês de julho do livro As ricas horas, do duque de Berry, século XV. Museu Condé, Chantilly. Nobreza Grandes proprietários de terra. Dedicavam-se à atividade militar e administrativa. Clero Membros da Igreja Católica. Dedicavam-se ao ofício religioso. Apresentava uma subdivisão: o alto clero (papa, bispo, abade) e baixo clero (padre, vigário). Camponeses Formavam a maioria da população. Os servos, camponeses presos à terra e sujeitos a várias obrigações, formavam o grupo mais numeroso. Havia também camponeses livres, mas em número reduzido. A divisão da sociedade feudalDOC. 6 1. O que a imagem revela sobre a cerimônia de vassala- gem e as relações entre vassalo e suserano [doc. 1]? 2. Explique por que, na sociedade feudal, os suseranos podiam intervir nos casamentos dos filhos de seus vassalos [doc. 2]. 3. Como o bispo Adalberón justifica a divisão tripartida da sociedade medieval? Que efeito essa visão da so- ciedade medieval poderia provocar na época [doc. 3]? 4. A frase “o trabalho enobrece o homem”, comum na sociedade contemporânea, está de acordo com a de- finição de nobreza presente no texto [doc. 5]? Justifi- que sua resposta. QUESTÕES As relações entre as ordens Do ponto de vista econômico, contudo, nobreza e clero compartilhavam origem e interesse co- muns. Os dois estamentos eram proprietários de terra e dela retiravam o seu sustento. Opunham- -se, nesse sentido, aos trabalhadores, em especial aos servos, sujeitos a sustentar toda a sociedade por meio de obrigações e taxas feudais, como a corveia, a talha e as banalidades [doc. 4]. No que se refere aos próprios trabalhadores, no entanto, havia diferenças entre o servo, o camponês livre e o trabalhador urbano. De acordo com a tradição e os costumes, o no- bre e o servo pertenciam a duas camadas sociais desiguais. Enquanto os servos eram marcados por obrigações, os nobres eram identificados por seus privilégios [doc. 5]. Já o clero atribuía a si o papel de intermediáriodas forças sobrenaturais ou divinas na terra, ou seja, estava mais próximo de Deus e, portanto, acima das convenções humanas. Ao articular as diversas camadas da sociedade, a importância da Igreja era extraordinária. Além do poder econômico, era detentora do poder es- piritual. Ao clero cabia a tarefa inquestionável de cuidar da salvação da alma na vida após a morte. Administrava, também, os sacramentos (batismo, matrimônio, unção dos enfermos) e controlava o comportamento moral da coletividade. Por fim, buscava justificar o modo como a sociedade feudal estava organizada [doc. 6]. HIST_PLUS_UN_C_CAP_07.indd 157 19.08.10 14:41:13 R ep ro du çã o pr oi bi da . A rt .1 84 d o C ód ig o P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . Seção 7.5 Objetivos Entender a importância das Cruzadas para a unidade da Europa cristã. Compreender as mudanças que caracterizaram a Baixa Idade Média. Termos e conceitos • Cruzadas • Inquisição • Corporações de ofício • Burguês Conteúdo digital Moderna PLUS http:// www.modernaplus.com.br Mapas animados: As Cruzadas A reconquista cristã Filme: Cruzada Transformações do feudalismo Os cristãos e as peregrinações armadas As Cruzadas foram expedições de caráter militar e religioso organizadas pela Igreja. O termo “cruzada” é uma referência aos trajes usados pelos com- batentes, que traziam na vestimenta uma cruz vermelha bordada na altura do peito, simbolizando o contrato estabelecido entre o homem e Deus. O movimento iniciou-se após o papa Urbano II, em 1095, conclamar os cristãos a lutarem contra os turcos em Jerusalém. Os objetivos das Cruzadas eram variados e combinavam motivações reli- giosas com interesses econômicos. • Expulsar os turcos muçulmanos de Jerusalém, conhecida pelos cristãos como “Terra Santa”, cidade onde Jesus Cristo foi morto e sepultado [doc. 1]. • Restituir a unidade cristã nas terras do Império Bizantino e ampliar o poder da Igreja. Ali, em 1094, o clero oriental deixou de reconhecer a autoridade do papa e fundou a Igreja Ortodoxa. • Outro objetivo importante era sofrer e morrer em combate, ou seja, o martírio em nome da fé cristã, evento que conduziria a alma do mártir à salvação. A preocupação em imitar o sofrimento de Cristo na Terra e, por fim, alcançar a bem-aventurança eterna era um traço marcante da men- talidade medieval. • Obter terras para os nobres europeus, muitos deles prejudicados pelas re- gras de sucessão da propriedade feudal. Segundo o direito de primogenitura, a herança de um domínio era garantida apenas ao filho homem mais velho. A falta de terras se agravou ainda mais a partir do século XI, com o crescente aumento populacional. As Cruzadas tornaram-se, assim, uma alternativa para parte da nobreza, cujo intuito era conquistar novas terras. Para estimular os cristãos a se engajarem nas Cruzadas, a Igreja prometia uma série de benefícios materiais e espirituais, como a remissão dos pecados, a proteção eclesiástica sobre seus familiares e seus bens e a suspensão do pagamento de juros sobre as dívidas. Os conflitos entre cristãos e muçulmanos se estenderam por mais de tre- zentos anos, do século XI ao XIII, trazendo mortes e destruição. Nesse perío do, oito expedições partiram da Europa rumo ao Mediterrâneo Oriental [doc. 2].DOC. 1 Igreja do Santo Sepulcro em Jerusalém, Israel, em foto atual. O Santo Calvário e a Basílica do Santo Sepulcro, onde Cristo foi crucificado e sepultado, são locais considerados sagrados para os cristãos. HIST_PLUS_UN_C_CAP_07.indd 158 19.08.10 14:41:14