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Contabilidade de Custos: Evolução

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Caxias do Sul – RS, 20 e 21 de novembro de 2017 
493 
CONTABILIDADE DE CUSTOS: UMA ABORDAGEM HISTÓRICA 
Elenice dos Reis
a
, Josiane Teixeira de Souza
b
, Itacir Alves da Silva c 
a
 Acadêmica no Curso de Ciências Contábeis do Centro Universitário da Serra Gaúcha. 
b
 Acadêmica no Curso de Ciências Contábeis do Centro Universitário da Serra Gaúcha. 
c
 Mestre em Administração, professor do Centro de Negócios da FSG. 
 
Resumo 
Para descrever a história da contabilidade e a evolução da 
contabilidade de custos, utilizou-se a pesquisa bibliográfica e 
exploratória, como também para citar a sua importância na 
tomada de decisão. Por meio da pesquisa realizada se 
evidenciou que a contabilidade sofreu grandes mudanças 
desde o método de partidas dobradas divulgado por Luca 
Pacioli, continua em constante evolução, aperfeiçoando os 
métodos contábeis para que as informações sejam uteis e 
precisas para a tomada de decisão. Neste contexto a 
contabilidade de custos é importante tanto para as industriais, 
como também para o comércio e prestadoras de serviços, para 
uma melhor alocação dos custos. 
Palavras-chave: 
História. Contabilidade de custos. 
Tomada de decisão. 
 
 
1 INTRODUÇÃO 
 
A contabilidade de custos surgiu com o advento do sistema produtivo, ou seja, com a 
Revolução Industrial. As empresas que surgiram em decorrência dessa profunda modificação 
no sistema produtivo necessitavam de informações diferentes daquelas desenvolvidas pelas 
empresas comerciais da era mercantilista, porque passaram a transformar os insumos, que 
antes eram comprados. O sistema desenvolvido nessa época visava avaliar os custos de 
transformação de cada processo de mão-de-obra empregada, com o objetivo de oferecer 
condições para medir a eficiência do processo de produção. 
Desde a Revolução Industrial, as empresas têm acesso à informação útil sobre os 
processos que permitiam transformar as entradas em saídas. Portanto, a evolução da 
contabilidade de custos foi mais acelerada quando se tornou perceptível que existia grande 
 
Seminário de Iniciação Científica 
CENTRO DE NEGÓCIOS– FSG 
 
ISSN Online: 2318-8006 
V. 6, N. 2 (2017) 
http://ojs.fsg.br/index.php/globalacademica 
Caxias do Sul – RS, 20 e 21 de novembro de 2017 
494 
inadequação entre os conceitos e as práticas no que se refere ao cálculo dos custos e à 
realidade das próprias empresas. 
A contabilidade de custos pode ser apontada como uma ciência de grande relevância 
no campo empresarial, para a tomada de decisão e avaliação de estoques, pois oferece 
mecanismos essenciais para se alcançar os resultados planejados e primordialmente na 
indústria no qual há grande nível de competitividade de mercado , e que se faz necessário 
manter uma análise detalhada dos custos dentro da produção. 
 Evoluindo a contabilidade de custos e nesse processo, as técnicas de trabalho, de 
controles, análise e tomada de decisão tem se modificado para fornecimento de informações, 
mas, é necessário salientar que é preciso ser cauteloso e conhecer de forma criteriosa cada 
processo para estabelecer os critérios adequados e de maior retorno, caso contrário 
provavelmente muitos problemas surgirão no processo de tomada de decisão. 
 
2 EVOLUÇÃO HISTÓRICA DA CONTABILIDADE 
 
Neste capítulo é abordada a evolução histórica da contabilidade no decorrer das 
décadas, destacando o que impulsionou e auxiliou para o seu desenvolvimento, descrevendo 
algumas das principais características da contabilidade, que influenciaram no aprimoramento 
das informações e de relatórios contábeis impulsionando o surgimento da contabilidade de 
custos. Os autores que embasam este trabalho são: Souza, Viceconti, Corbari, entre outros 
como também fontes eletrônicas como sites. 
A contabilidade pode ser entendida como uma linguagem estruturada, no qual o 
objetivo é divulgar informações com qualidade e úteis para auxiliar na gestão da empresa. 
Como toda linguagem estruturada, a contabilidade é composta por princípios, convenções e 
regras, que possibilitam a interpretação das informações que objetiva-se transmitir 
(HASTINGS, 2010). 
O que realmente conduziu a evolução da contabilidade foi o crescimento do comércio 
(troca de mercadorias) entre os povos, por essas trocas se tornarem mais complexo percebeu-
se a necessidade de ter formas de registro mais sofisticados. Alguns autores e pesquisadores 
americanos apontam que o surgimento da contabilidade foi na antiga Babilônia, mais de sete 
mil anos. Desde essa época há evidências de que o homem mostrou interesse em controlar e 
mensurar seu patrimônio (HASTINGS, 2010). 
Caxias do Sul – RS, 20 e 21 de novembro de 2017 
495 
Favero (2011) analisa que foi na Suméria, nas civilizações egípcias e pré-helênicas 
conforme se tem conhecimento, que ocorreram os registros contábeis mais importantes, 
demonstrando que a contabilidade era considerada naquela época um instrumento de grande 
relevância para o controle do patrimônio. Assim, percebe-se que a evolução do pensamento da 
contabilidade foi associada às atividades mercantis, econômicas e sociais. Seu 
desenvolvimento maior foi na Europa no século XII até o final do século XX, época de grande 
desenvolvimento comercial, neste mesmo período observa-se o domínio da Escola Italiana de 
Contabilidade, que foi influência para praticamente todo o mundo. 
A maior obra conhecida que provocou a revolução da escrita rudimentar que já era 
praticada e o surgimento da contabilidade foi escrito pelo frei Luca Pacioli, em 1944, no qual 
tratava o sistema de contabilidade por partidas dobradas, considerado o início da 
modernização da contabilidade. A contabilidade progrediu a partir do século XVIII, na Itália, 
para atender as necessidades de controlar a atividade mercantil que cresceu com o 
capitalismo. E também, devido a Revolução Industrial em 1756 na Inglaterra, que 
impulsionou o surgimento das fábricas, despontando assim as primeiras corporações 
empresariais que eram espalhadas por vários países, o que exigiu o surgimento de relatórios 
contábeis mais aprimorados (SOUZA, 2014). 
A seguir, a tabela 1 apresenta a síntese da evolução da contabilidade nos últimos cinco 
séculos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Caxias do Sul – RS, 20 e 21 de novembro de 2017 
496 
Período Principais características da contabilidade 
Até 1500 Primórdios da era do pensamento científico da contabilidade, com a publicação 
da obra do Frei Luca Pacioli. Primeiras demonstrações contábeis preparadas 
para fins de prestação de contas aos financiadores das expedições marítimas. 
1500 a 
1900 
Ênfase nos balancetes financeiros. Sistema de partidas dobradas para os 
registros contábeis preparados exclusivamente para os proprietários do capital. 
Surgimento da auditoria interna e dos arrecadadores de impostos. 
1900 a 
1930 
Primórdios da auditoria externa e dos contadores públicos certificados. 
Aparecimento das grandes corporações transnacionais americanas e 
aprimoramento das demonstrações contábeis para atender a finalidades 
tributárias e imposto de renda. 
1930 a 
1950 
Surgimento da contabilidade de custos e dos primeiros relatórios de 
contabilidade gerencial 
1950 a 
1970 
Aprimoramento da contabilidade de custos. Desenvolvimento de técnicas e 
procedimentos para as análises de custos, estatísticas de produção, custo padrão, 
contabilidade pública, contabilidade e planejamento tributário. 
1970 a 
1990 
Aperfeiçoamento da contabilidade gerencial, custeio por atividades, custo 
padrão, orçamento e planejamento estratégico. Primórdios da contabilidade 
social e ambiental. Nesse período, a contabilidade assume suas características 
como um sistema de informações à disposição dos gestores para as tomadas de 
decisões, com o uso intensivo da informática. São discutidas as primeiras 
tentativas da padronização dos procedimentos contábeis em âmbito 
internacional 
1990 a 
2000 
Surgimentodo balance score card e disseminação da controladoria estratégica. 
Surgem no Brasil as primeiras dissertações e teses sobre capital intelectual. 
Globalização crescente na economia, dos investimentos internacionais e do uso 
de instrumentos financeiros. 
2000 em 
diante 
Fortalecimento das práticas de governança corporativa e da tentativa de 
harmonização dos padrões de contabilização internacional. 
Tabela 1. Evolução da contabilidade nos últimos cinco séculos 
Fonte: Souza (2014, p. 8 e 9) 
 
Caxias do Sul – RS, 20 e 21 de novembro de 2017 
497 
A contabilidade em uma empresa constitui o setor no qual a preocupação refere-se à 
classificação, registro e análise de todas as informações produzidas pelas entidades, tendo 
finalidade lucrativa ou não, possibilitando dessa maneira um contínuo acompanhamento e 
avaliação da situação econômico-financeira (SOUZA, 2014). 
No decorrer da evolução da contabilidade, principalmente em relação aos relatórios 
contábeis, percebe-se que o aprimoramento dessas informações nas empresas impulsionou o 
surgimento da contabilidade de custos, a qual elaborou técnicas e forma de analisar os custos 
de produção, além de fornecer informações que auxiliam no processo de tomada de decisão. 
 
2.1 SURGIMENTO E EVOLUÇÃO DA CONTABILIDADE DE CUSTOS 
 
Teve início na Revolução Industrial no século XVIII, anterior a este período a 
contabilidade era direcionada para o segmento comercial, aplicada na apuração do resultado 
do exercício. Com o surgimento das máquinas, a produção deixou de ser feita artesanalmente 
e começou a ser produzida em larga escala, utilizando os equipamentos e maquinários. Pode-
se ressaltar que, quando a produção era artesanal, o custo do produto era facilmente 
identificado. Porém, com a utilização de maquinários o setor produtivo deixou de contar 
apenas com o custo de mão de obra e matéria prima e passou a englobar outros insumos como 
energia elétrica, água, depreciação das máquinas e equipamentos e dos barracões no qual 
acontecia a produção (CORBARI, 2012). 
Corbari (2012) explica que, com a utilização das máquinas e o incremento de novos 
insumos sendo consumido na produção de um produto, o cálculo para saber o custo unitário 
ficou complexo, carecendo de um profissional de contabilidade especializado neste ramo: 
desponta assim a contabilidade de custos. 
Com o início da Revolução Industrial e o crescimento das empresas industriais, a 
contabilidade percebeu um problema em relação à apuração dos resultados, porque a 
diferença entre as empresas industriais e as comerciais era na aquisição de matéria-prima e 
utilização de elementos de produção para transformar produtos para depois serem vendidos. A 
solução foi empregar os mesmos modelos que nas comerciais, contabilizando todos os custos 
gerados na atividade da empresa como gastos de produção, definido dessa forma um setor 
responsável por estes dados e informações que passou a ser denominada de contabilidade de 
custos (VICECONTI, 2013). 
 
Caxias do Sul – RS, 20 e 21 de novembro de 2017 
498 
Segundo Viceconti (2013, p. 8): 
A contabilidade de custos, nos seus primórdios, teve como principal função a 
avaliação de estoques em empresas industriais, que é um procedimento muito mais 
complexo do que nas comerciais, uma vez que envolve muito mais que a simples 
compra e revenda de mercadoria, são feitos pagamentos a fatores de produção tais 
como salários, aquisições e utilização de matérias-primas, etc. 
Corroborando com Viceconti, Schier (2006), relata que a contabilidade de custos 
derivou da contabilidade financeira e da geral, sendo considerada como instrumento para 
resolver problemas de mensuração monetária dos estoques e do resultado das empresas, não 
sendo empregada como ferramenta gerencial de administração. 
No início tinha como principal função proporcionar dados para avaliar os estoques e 
apurar o resultado, passa a fornecer para a contabilidade gerencial informações que auxilia no 
controle e na tomada de decisão. Referente ao controle, a contabilidade de custos supre com 
dados para estabelecer padrões, auxiliar na elaboração de orçamentos e proporciona 
acompanhamento dos valores orçados dos realizados, e quanto à tomada de decisão, coopera 
de forma ativa, por meio de informações que disponibiliza para gerenciar o preço de venda, 
optar pela compra/produção ou não. 
 
2.2 CONTABILIDADE DE CUSTOS NO PROCESSO DE TOMADA DE DECISÃO 
 
Originou-se da necessidade que as indústrias e prestadoras de serviços precisavam 
apresentar avaliação e controle dos estoques de matérias-primas, produtos acabados e em 
processo, para obedecer às obrigações fiscais, para apuração do lucro das linhas de produtos 
ou serviços e para melhor adequar à alocação de recursos e distribuição de responsabilidades. 
Com a carência de dados por parte dos gestores, ela incorporou a função de gerir informações 
necessárias para a tomada de decisão (SOUZA, 2014). 
Sendo imprescindível também um bom sistema de custos que contemple: permitir 
medidas corretivas imediatas, contribuir para aprimorar o sistema de controle interno, 
fornecer subsídios para calcular o custo das vendas, avaliar os estoques, oferecer fundamentos 
para comparar o custo real com o custo-padrão, auxiliar para eliminar desperdícios, apurar os 
resultados por produto ou departamento, atender à legislação fiscal e fornecer informações 
uteis e precisas para a gerência da entidade (SOUZA, 2014). 
Para atender às exigências fiscais no final de cada exercício, as empresas precisam 
realizar o inventário de seus estoques de materiais (matéria-prima, materiais de embalagem), 
Caxias do Sul – RS, 20 e 21 de novembro de 2017 
499 
produtos acabados e em elaboração, serviços em andamentos e mercadorias para revenda. 
Sendo, o inventário escriturado no Livro de Registro de Inventário
1
. De acordo com as 
normas contábeis, a empresa deve promover ao final de cada exercício o levantamento e 
avaliação dos estoques. Podem ser adotados os seguintes critérios: 
Custo Médio Ponderado: baseado no custo médio de aquisição dos bens, apurado em 
cada entrada de mercadoria/matéria-prima, ajustado pelas quantidades das compras em 
relação à quantidade total do estoque de cada item. Sendo muito usado e é aceito pelo Fisco. 
PEPS: (primeiro que entra, primeiro que sai) neste método as saídas do estoque são 
avaliadas pelos respectivos custos de aquisição, pela ordem de entrada, resultando em estoque 
sempre avaliado aos custos das últimas compras (WEBCONTÁBIL). 
UEPS: (último que entra, primeiro que sai) neste método o estoque final é composto 
pelas unidades mais antigas e avaliado ao custo delas, por este motivo não é permitido pela 
legislação do Imposto de renda como método de valorização dos estoques, porque tende a 
apurar um lucro inferior àquele apurado, se adotado critérios de preço médio ou PEPS. 
(PORTALEDUCAÇÃO). 
 De acordo com o artigo 292 do RIR/1999, “Ao final de cada período de apuração do 
imposto, a pessoa jurídica deverá promover o levantamento e avaliação dos seus estoques”. 
É observada a dificuldade da análise dos estoques pelas empresas, devido à 
apropriação dos custos fixos, apresentam-se assim métodos de custeio para avaliação de 
estoques, para determinar o modo de custear um produto ou outro objeto de custeio que pode 
ser: uma operação, uma atividade, um conjunto de atividades ou um departamento. Pode-se 
citar que existem métodos de custeio tradicionais, no qual o foco principal é na apuração do 
custo dos produtos e os contemporâneos, que apresentam novas abordagens de gestão de 
custos. De acordo com os objetivos da empresa existem diferentes métodos de custeio que 
podem ser empregados, a seguir alguns deles: 
Custeio por absorção: é o método pelo qual se apropria aos produtos fabricados em um 
determinado período de tempo todos os custos incorridos neste período de tempo, sendo eles: 
custos fixos (aqueles que sãonecessários para manter a estrutura da empresa, independe de 
produção) e os custos variáveis (aqueles que aumentam ou diminuem de acordo com o 
volume de produção). 
Custeio Variável: método no qual se apropria aos produtos fabricados em um período, 
exclusivamente os custos variáveis que incorre neste período. 
 
1
 É obrigatório para todas as empresas, e tem o objetivo de registrar todas as mercadorias em estoque quando do 
levantamento do balanço da empresa. 
Caxias do Sul – RS, 20 e 21 de novembro de 2017 
500 
Custeio ABC: método pelo qual se apropria, primeiramente, os custos dos recursos 
absorvidos em definido período as atividades executadas pela entidade neste período. 
Resultando como custo do produto a soma dos custos das atividades necessárias para 
fabricação/execução. 
Departamentalização – Centro de Custos: neste método, apropriam-se somente os 
custos indiretos, reunindo como principal característica a divisão da empresa em “centros de 
custos”, ou seja, os custos são distribuídos por meio de bases de distribuição para cada centro, 
e posteriormente, repassados aos produtos por unidades de trabalho (MEGLIORINI, 2012). 
Quando identificada necessidade de controle e avaliação de estoques e qualidade no 
repasse das informações para tomada de decisão, as empresas adotam um método de custos 
que nem sempre atende as necessidades da organização. Geralmente, o problema maior da 
implantação de um sistema de custos está no despreparo das pessoas envolvidas. Além de 
outro insucesso que se utiliza de um método já existente no mercado, fazendo com que o 
mesmo não se adapte às deficiências da empresa (SCHIER, 2011). 
Nas empresas industriais, os estoques são apresentados de três maneiras: como 
materiais adquiridos e não utilizados ainda, produtos em fase de processamento (que significa 
que já absorveram materiais e mão de obra, mas não estão acabados), e prontos (já agregou os 
materiais e os custos do trabalho necessário, mas não foi vendido). Já nas empresas 
comerciais existe de forma restrita, porque não contém processo de transformação, dessa 
forma, o estoque é constituído apenas das mercadorias adquiridas e ainda não vendidas. 
Nas prestadoras de serviços, vale ressaltar que, existem aquelas que utilizam materiais 
diretos na produção do serviço e outras não. Por exemplo, hotéis, restaurantes, hospitais, 
clínicas, entre outras, utilizam na realização das suas atividades materiais, nesta situação, os 
estoques assumem alternativas que assemelham à da indústria. Além disso, em restaurantes 
que elaboram determinadas refeições prontas (congeladas) pode-se ser considerado estoque de 
produtos prontos. 
Existem empresas de serviços que não utilizam materiais diretos para realizar sua 
atividade, por exemplo, escritórios de advocacia, auditoria, consultoria, entre outros, não 
tendo estoque algum, nesse caso, os serviços são custeados considerando todos os gastos que 
foram necessários para a sua prestação ao cliente. 
Por muito tempo, no Brasil, não existia regras claras de como deveria ser avaliado os 
estoques, esses eram avaliados de diferentes maneiras, seguindo critérios próprios, específicos 
e estabelecidos para cada empresa, o que conduzia a uma grande variedade de critérios sem 
Caxias do Sul – RS, 20 e 21 de novembro de 2017 
501 
consistência técnica ou contábil sob o enfoque dos custos. Por não existir métodos oficiais e 
legais, se tornava grande a chance de manipulação dos ajustes contábeis, obtendo dessa 
maneira resultados favoráveis para a organização. Quando o resultado era elevado procurava-
se, via subavaliação do estoque, atenuar a situação e com isso reduzir a carga tributária. Já a 
empresa com resultado baixo, por meio da superavaliação, melhorava a sua imagem perante 
bancos e fornecedores facilitando assim o aporte de recursos de terceiros. 
Em 26 de dezembro de 1977, o Decreto-lei nº 1.598, alterou a legislação do imposto 
de renda, passou-se a existir duas alternativas para as empresas, as que o sistema de custos era 
integrado à contabilidade e a não. No entanto, para o Governo, o que interessa é a integração 
dos custos, porque facilita o controle e a fiscalização, dificultando dessa maneira possíveis 
manipulações de resultado, resumindo, o custo constitui o único instrumento para a correta 
avaliação do estoque (SANTOS, 2015). 
Ao definir os critérios de avaliação de estoque e os métodos de custeio, a 
contabilidade de custos apresenta como objetivo o auxílio na tomada de decisão, as 
informações geradas são utilizadas para apoiar o processo decisório da empresa, além de 
auxiliar no controle dos custos, ela se apresenta como papel importante no processo de 
planejamento, como terceirizar, retirar produto do mercado, comprar equipamentos/máquinas, 
entre outros. As informações para dar apoio e mais confiança para a tomada de decisão são 
encontradas na contabilidade de custos (BORNIA, 2010). 
Nenhum método de custos têm a capacidade de resolver todos os problemas de uma 
empresa, ele necessita que todo pessoal envolvido na implantação esteja devidamente treinado 
e capacitado para que sua introdução inicial seja feita de maneira eficiente. Contudo é de 
suma relevância para que consigamos a obtenção de controle, e otimização de resultados da 
organização. 
 Uma empresa ganha vantagem competitiva executando atividades estrategicamente 
importantes de forma mais barata ou melhor do que seus concorrentes. A relevância no 
processo de gestão de custos na condução dos negócios decorre da crescente competitividade, 
adequação de margens de lucro e inserção no mercado global. 
Os sistemas de custos, também representam grande importância no que diz respeito à 
identificação de desperdícios, restrições internas e externas e aos sistemas de custeio. Os 
sistemas de custeio por sua a vez, auxiliam na identificação dos direcionadores de custos, 
facilitando a análise dos custos com maior precisão, disponibilizando assim para a empresa 
Caxias do Sul – RS, 20 e 21 de novembro de 2017 
502 
uma revisão dos processos estratégicos e decisórios com vistas à melhoria de margens, ao 
aumento da rentabilidade e ao aprimoramento dos processos produtivos (SCHIER, 2011). 
 
3 METODOLOGIA 
 
Considerando os objetivos deste estudo, foram utilizados os métodos de pesquisa de 
natureza exploratória e bibliográfica, no qual a pesquisa exploratória permite maior 
familiarização com o problema, para que posteriormente se possam criar hipóteses sobre o 
assunto escolhido, tendo como objetivo adquirir mais conhecimento do tema que foi 
pesquisado (MASCARENHAS, 2012). 
No entendimento de Gil (2007), esse método é empregado quando se tem pouco 
conhecimento sobre o assunto a ser pesquisado, posto que se busca informações para que o 
tema fique mais claro e tenha possibilidade de esclarecimento sobre um determinado assunto 
que é pouco explorado. 
A pesquisa bibliográfica procura explicar um problema a partir de referências teóricas 
publicadas em artigos, livros, dissertações e teses. Pode ser realizada independentemente ou 
como parte da pesquisa. Em ambos os casos, busca-se conhecer e analisar as contribuições 
culturais ou científicas do passado sobre determinado assunto, tema ou problema. (CERVO, 
AMADO LUIZ 2007, p 60). Segundo o autor, a pesquisa bibliográfica é indispensável para a 
comparação entre o estado atual e a evolução histórica do tema abordado. 
 
4 ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS 
 
Percebe-se que os autores tendem a mesma linha de pensamento, que a contabilidade 
originou-se há muitas décadas, pela necessidade de controlar e mensurar o patrimônio. O fato 
mais importante que teve destaque foi que a Revolução Industrial ocorrido em 1756, que 
acelerou o crescimento das indústrias, fazendo com que fosse preciso relatórios contábeis 
mais elaborados para atender a essa demanda. 
Anterior a Revolução Industrial,a produção era realizada artesanalmente, no qual o 
custo era definido facilmente, pois contemplava somente o custo de mão de obra e da matéria 
prima, após o surgimento da fabricas, notou-se que foram englobados mais insumos na 
produção como: energia elétrica, água, depreciação, entre outros, passando o cálculo dos 
Caxias do Sul – RS, 20 e 21 de novembro de 2017 
503 
custos a ser mais complexos, necessitando assim de um profissional para a sua realização, 
desponta assim a contabilidade de custos. 
Tanto Viceconti como Schier, relatam que no início a contabilidade de custos era 
utilizada somente para mensurar os estoques e o resultado das organizações. Mas com o 
tempo as indústrias e as prestadoras de serviços, perceberam a necessidade de apresentar a 
avaliação de estoque de matérias primas, produtos acabados e em processos, obedecendo às 
obrigações fiscais, para assim poder apurar o lucro e mais do que isso, alocar melhor os 
recursos disponíveis na organização. 
Para a tomada de decisão é necessário que se tenha um bom sistema de custos no qual 
permita a realização de medidas preventivas imediatas, contribuição para o aprimoramento do 
sistema de controle, avaliação de estoque fidedigna, oferecer fundamentos para comparação 
entre o custo real e o custo padrão, auxiliarem na eliminação dos desperdícios, atender a 
legislação e fornecer informações uteis e precisas para a gerência da organização. 
Observou-se no decorrer das pesquisas em livros que, a contabilidade de custos é 
muito importante na tomada de decisão, porém a maior dificuldade ainda é em relação à 
análise dos estoques das organizações, devido à apropriação correta dos custos. Há vários 
métodos de avaliação de estoque conhecidos, o complicado é identificar qual método deve ser 
implantado na organização. 
 
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS 
 
Pode-se concluir, conforme pesquisas realizadas em fontes de livros, sites e artigos 
científicos que a história da contabilidade surgiu da necessidade de controle sobre o 
patrimônio. A contabilidade de custos pode ser classificada com uma ciência de grande 
importância no campo empresarial, pois fornece as ferramentas necessárias para se alcançar 
os resultados planejados e principalmente na indústria no qual a competitividade de mercado 
tem se provado cada vez mais acirrada, e que a necessidade de se manter uma análise 
detalhada dos custos dentro da produção é importante para a tomada de decisão e avaliação de 
estoques. 
Desde os primórdios da era industrial até a era atual considerada tecnológica, há 
grandes preocupações com o custo e a sua mensuração. O profissional contábil dispõe de 
ferramentas distintas e adequadas para fazer análise aprofundada, desde o processo de 
Caxias do Sul – RS, 20 e 21 de novembro de 2017 
504 
planejamento e produção, até a fixação do preço, e assumir assim o papel determinante dentro 
da decisão da organização. 
 A contabilidade de custos evoluiu e dentro desse processo as ferramentas de trabalho 
de controles, análise e tomada de decisão tem se transformado para fornecimento de 
informações, mas, é necessário ressaltar que é preciso tomar cuidado e conhecer de forma 
criteriosa cada processo para implantar os métodos adequados e de maior retorno, pois, não 
tomando esses cuidados possivelmente muitos problemas vão surgir na tomada de decisão. 
Assim o profissional contábil necessita ter uma visão global da empresa, para tratar 
dos custos e utilizar das ferramentas adequadas e compatíveis com as características e 
particularidade de cada organização, podendo ser: industrial, comercial ou de prestação de 
serviços. 
As limitações encontradas para a realização do trabalho foi em relação à falta de livros 
que descriminasse com mais detalhes as datas aproximadas de quando os métodos de custeio 
foram implantados ou conhecidos. Sugestão para futuro trabalho, a realização de pesquisa de 
mercado para saber qual dos métodos de avaliação de estoque são mais utilizados, na 
indústria, no comércio e na prestação de serviços. 
 
6 REFERÊNCIAS 
 
BORNIA, Antônio Cezar, Análise Gerencial de Custos – Aplicação em empresas 
modernas / Antônio Cezar Bornia. – 3. Ed. – São Paulo: Atlas, 2010. 
CORBARI, Ely Célia. Administração Estratégica de Custos / Ely Célia Corbari, Joel de 
Jesus Machado. – Curitiba. PR. IESDE, 2012. 
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