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trabalho de Demografia

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INTRODUÇÃO 
O trabalho submete-se em estudar sobre o Censo Demográfico, de forma 
detalhada e objectiva. A origem do Censo remete-nos aos tempos antigos. Surgiu há 
muitos séculos, quando antigos habitantes avistaram a necessidade de contabilizar 
não somente a população, mas também residências, bens, e também com a finalidade 
de cobrança de impostos. 
A demografia (do grego demos - povo, e graphein - escrita) é uma área 
das ciências sociais que estuda a dinâmica populacional humana. O seu objecto de 
estudo engloba as dimensões, estatísticas, estrutura e distribuição das 
diversas populações humanas. Estas não são estáticas, variando devido 
à natalidade, mortalidade, migrações e envelhecimento. A análise demográfica centra-
se também nas características de toda uma sociedade ou um grupo específico, 
definido por critérios como a educação, a nacionalidade, religião e grupo étnico. 
No século XIX, mais precisamente no ano de 1855, Achille Guillard, em seu 
livro Elementos de Estatística Humana ou Demografia Comparada, usou pela primeira 
vez o termo demografia. 
O Censo é o procedimento para adquirir e registrar sistematicamente 
informações sobre os membros de uma determinada população. Em suma, este termo 
é usado principalmente em conexão aos censos nacionais de população e de 
habitação. O censo demográfico é formado por estudos estatísticos correspondentes 
a uma população. De facto, o censo opera um papel de importância social, afinal de 
contas, sua existência é responsável por possibilitar a compilação de diversas 
informações sobre a população, tais como a quantidade numérica de idosos, crianças, 
mulheres e homens, além de como e onde vivem estes indivíduos 
. O Censo possibilita conhecer o país, os estados e os municípios. Com as 
informações do censo o governo pode identificar os locais onde é mais importante 
investir em saúde, educação; descobrir lugares que necessitam de programas de 
incentivo ao crescimento econômico; distribuir melhor o dinheiro público. A sociedade 
em geral, também usa as informações dos censos para pedir atenção dos governos 
para problemas específicos. 
https://pt.wikipedia.org/wiki/Ci%C3%AAncias_sociais
https://pt.wikipedia.org/wiki/Din%C3%A2mica_populacional
https://pt.wikipedia.org/wiki/Estat%C3%ADstica
https://pt.wikipedia.org/wiki/Popula%C3%A7%C3%A3o
https://pt.wikipedia.org/wiki/Natalidade
https://pt.wikipedia.org/wiki/Mortalidade
https://pt.wikipedia.org/wiki/Migra%C3%A7%C3%A3o_humana
https://pt.wikipedia.org/wiki/Envelhecimento
https://pt.wikipedia.org/wiki/Sociedade
https://pt.wikipedia.org/wiki/Educa%C3%A7%C3%A3o
https://pt.wikipedia.org/wiki/Nacionalidade
https://pt.wikipedia.org/wiki/Religi%C3%A3o
https://pt.wikipedia.org/wiki/Grupo_%C3%A9tnico
https://pt.wikipedia.org/wiki/S%C3%A9culo_XIX
https://pt.wikipedia.org/wiki/1855
 
 
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Contudo, dada a importância do tema, procurou-se descrever em termos 
gerais, uma abordagem de compreensível entendimento, sem esquecer outros 
elementos que pensamos serem importantes para o nosso tema. 
OBJECTIVO GERAL: 
 Descrever o Censo Demográfico de forma concisa 
METODOLOGIA DE PESQUISA 
Para a elaboração do trabalho baseamo-nos nas normas técnicas de MIC 
(Metodologia de Investigação Científica), técnicas utilizadas pela faculdade de 
Economia para a elaboração de trabalhos científicos. 
Quanto a abordagem ou método de pesquisa, usou-se o método qualitativo 
porque buscamos uma compreensão particular daquilo que estamos a abordar, o foco 
da atenção é centralizado no específico, buscando sempre o entendimento e não a 
explicação dos fenómenos estudados. Quanto ao tipo de pesquisa implementou-se a 
pesquisa bibliográfica, pois fizemos levantamento bibliográfico através de livros e 
sites. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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CAPÍTULO I – FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA 
1.1. BREVE RETROSPECTO SOBRE O CENSO DEMOGRÁFICO 
 Para o IBGE1 (2022), “A palavra Censo origina-se do latim census, que quer 
dizer conjunto dos dados estatísticos dos habitantes de uma cidade, província, estado 
ou nação”. 
 “A história dos censos remonta aos tempos antigos, e o mais remoto deles, que 
se tem notícia, é o da China. Em 2238 a.C., o imperador Yao mandou realizar um 
censo da população e das lavouras cultivadas. Há também registros de um censo 
realizado no tempo de Moisés, cerca de 1700 a.C2., e de que os egípcios faziam 
recenseamentos anualmente, no século XVI a.C” (IBGE, 2022). 
 “Os romanos e os gregos realizaram censos por volta dos séculos VIII ao IV 
a.C. Em 578-534 a.C., o imperador Servio Tulio mandou realizar um censo de 
população e riqueza que serviu para estabelecer o recrutamento para o exército, para 
o exercício dos direitos políticos e para o pagamento de impostos. Os romanos fizeram 
72 censos entre 555 a.C. e 72 d.C. Como se pode verificar, a função primordial, 
naquela época, era conhecer os quantitativos de população para fazer a guerra e 
cobrar impostos. A punição para quem não respondia, geralmente era a morte” (IBGE, 
2022). 
 “Segundo o IBGE (2022), A Bíblia conta que José e a Virgem Maria saíram de 
Nazareth, na Galileia, para Belém, na Judeia, para responder ao Censo ordenado por 
César Augusto (as pessoas tinham que ser entrevistadas no local de sua origem). Foi 
enquanto estavam na cidade que Jesus nasceu”. 
 “Na Idade Média, na Europa, houve diversos recenseamentos: na Península 
Ibérica durante a dominação muçulmana (séculos VII ao XV); no reinado de Carlos 
Magno (712-814); e ainda o Doomaday Book, que é o maior registro estatístico feito 
na época, na Inglaterra, por ordem de Guilherme, o Conquistador, e nas repúblicas 
italianas nos séculos XII e XIII” (IBGE, 2022). 
 
1 IBGE: Instituto Brasileiro De Geografia e Estatística 
2 a.C- antes de Cristo 
 
 
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 “Nas Américas, muito antes de Cristóvão Colombo, os Incas3 já mantinham um 
registro numérico de dados da população em quipus4, um engenhoso sistema de 
cordas com nós que representavam números no sistema decimal. Assim, pode-se 
verificar que desde épocas remotas os governos se preocupam em realizar censos” 
(IBGE, 2022). 
1.1.2 O CENSO NA LUSOFONIA 
 “Em Portugal, as primeiras contagens populacionais recuam ao tempo de D. 
Afonso III (1260–1279) e D. João I (1421–1422), restringindo-se ao apuramento dos 
homens aptos para a guerra. A primeira contagem populacional de âmbito geral seria 
feita apenas em 1527, no reinado de D. João III, com base predominantemente nos 
fogos, do que resultou um arrolamento de 1 262 376 portugueses. Outras recolhas se 
seguiram, de âmbito geral ou restrito, como a contagem de homens Válidos ou 
Resenha de Gente de Guerra» de 1636 – 1639 (sob Filipe III), o «Censo do Marquês 
de Abrantes» de 1732–1736 sob D. João V ou o Censo de Pina Manique de 1776–
1798 sob D. Maria I” (SILVEIRA, 2001). 
 “As primeiras contagens da população que se aproximam do conceito moderno 
de recenseamento só apareceram no século XIX. A primeira destas foi em 1802 feita 
com base em números fornecidos pelas autoridades eclesiásticas das paróquias, 
opção da Coroa explicável pelo facto de que, em contraste com a debilidade da 
presença do Estado, a Igreja mantinha registos detalhados do percurso dos indivíduos 
(batismos, casamentos, óbitos). Nestas condições, os dados enviados reflectiam a 
organização eclesiástica da altura, tendo a Coroa solicitado a reordenação dos dados 
segundo as circunscrições administrativas de então províncias, comarcas e 
concelhos” (SILVEIRA, 2001). 
 Silveira (2001) afirma que “Apesar do reforço dos poderes e da presença do 
Estado a seguir às reformas liberais que dividiu o país em províncias, distritos, 
concelhos e freguesias, a máquina administrativa continuou débil ao nível local, pelo 
que no censo de 1849 foi ainda necessário recorrer aos párocos como fonte primária 
de informação”.3 Incas: Uma importante civilização que desenvolveu um vasto império na região andina. 
4 Quipus: era um instrumento utilizado pelos Incas como sistema de escrita, para registro de 
história, cantos e também para contagem tanto de rebanhos quanto de pessoas. 
 
 
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 “O primeiro recenseamento geral da população portuguesa, regendo-se pelas 
orientações internacionais da época (Congresso Internacional de Estatística de 
Bruxelas de 1853), realizar-se-ia apenas em 1864, marcando o início dos 
recenseamentos da época moderna. Embora as orientações seguidas indicassem já 
que os recenseamentos deveriam ser realizados a cada 10 anos, o censo seguinte 
apenas se realizou em 1878, seguindo-lhe o de 1890. A partir de lá, os 
recenseamentos da população têm vindo a realizar-se, com algumas excepções, em 
intervalos regulares de 10 anosː1900, 1911,1920, 1930, 1940, 1950, 1960, 1970, 
1981, 1991, 2001 e 2011” (SILVEIRA, 2001). 
 “No Brasil, o responsável pelos censos demográficos é o IBGE (Instituto 
Brasileiro de Geografia e Estatística), desde 1936, quando o instituto foi criado, 
realizando em média a cada dez anos o Censo Demográfico. O primeiro censo foi 
realizado no ano de 1872, seguido pelos de 1890, 1900 e 1920” 
(HTTPS://PT.WIKIPEDIA.ORG/WIKI/CENSODEMOGRAFICO#TOP-PAGE, 2022). 
 Segundo Silveira (2001), “Os censos demográficos são planejados para serem 
executados nos anos de finais zero, ou seja, a cada dez anos. Desta forma o último 
censo realizado no Brasil foi no ano de 2010. No intervalo entre dois censos 
demográficos, realiza-se a contagem de população. Todavia, por questões 
orçamentárias e financeiras, a contagem planejada para 2005 só foi concretizada em 
2007, realizando-se simultaneamente ao Censo Agropecuário”. 
 “Em alguns países foram realizados recenseamentos durante o período 
colonial, em 1930 em Moçambique e em 1950 nos restantes, como o caso de Angola 
em 1970. Actualmente, em Portugal, Angola e Moçambique os responsáveis pelos 
censos são os Institutos Nacionais de Estatística (INE5) de cada país”. 
(HTTPS://PT.WIKIPEDIA.ORG/WIKI/CENSODEMOGRAFICO#TOP-PAGE, 2022) 
1.2. O CENSO: DEFINIÇÃO E SUA IMPORTÂNCIA 
 “O censo ou recenseamento demográfico é um estudo estatístico referente a 
uma população que possibilita o recolhimento de várias informações, tais como o 
número de homens, mulheres, crianças e idosos, onde e como vivem as pessoas. 
 
5 INE: Instituto Nacional de Estatística 
https://pt.wikipedia.org/wiki/Censo_demografico#top-page
https://pt.wikipedia.org/wiki/Portugal
https://pt.wikipedia.org/wiki/INE
https://pt.wikipedia.org/wiki/Censodemografico#top-page
 
 
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Esse estudo é realizado, normalmente, de dez em dez anos, na maioria dos países” 
(HTTPS://PT.WIKIPEDIA.ORG/WIKI/CENSODEMOGRAFICO#TOP-PAGE, 2022). 
 Segundo Ribeiro (2022), “Censo demográfico ou recenseamento da 
população é uma pesquisa realizada com todos os habitantes de um determinado 
território, a fim de obter informações acerca das condições de vida dessas pessoas. 
A pesquisa, além da contagem da população, busca conhecer as principais 
características de seus habitantes e dos domicílios em elas residem” 
 Para a ONU6, "Um recenseamento de população pode ser definido como o 
conjunto das operações que consistem em recolher, agrupar e publicar dados 
demográficos, econômicos e sociais relativos a um momento determinado ou em 
certos períodos, a todos os habitantes de um país ou território" 
(HTTPS://PT.WIKIPEDIA.ORG/WIKI/CENSODEMOGRAFICO#TOP-PAGE, 2022). 
 “O Censo demográfico fornece informações que permitem avaliar a evolução 
quantitativa da população ao longo do tempo. Mostrando fluxos migratórios, 
crescimento e decréscimo da população a nível nacional ou mundial. É 
a principal fonte de dados da situação de vida da população a nível mundial” 
(RIBEIRO, 2022). 
 Para Ribeiro (2022), “O censo tem por objetivo fornecer vários detalhes da 
população como educação, saúde, moradia, trabalho e condições de vida. Avalia as 
mudanças ocorridas em 10 anos e permite comparar dados e entender a evolução de 
indicadores sociais”. 
 Segundo Ribeiro (2022), “Os dados do censo são instrumentos essenciais para: 
a) Subsidiar Políticas Públicas: orientam no planeamento da gestão e 
orçamentos governamentais. Os dados permitem aplicar os recursos públicos 
nas áreas prioritárias. 
b) Servem De Referência Para A Tomada De Decisões De Investimentos Do 
Sector Privado: fornecem informações sobre o mercado consumidor, poder de 
compra, localização do público-alvo, e outros. 
 
6 ONU: Organização das Nações Unidas 
https://pt.wikipedia.org/wiki/Censo_demografico#top-page
https://pt.wikipedia.org/wiki/Censo_demografico#top-page
https://www.infoescola.com/sociedade/politica-publica/
 
 
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c) É Um Fornecedor De Informações: indispensável para uma grande 
quantidade de estudos e pesquisas científicas das áreas econômicas, 
educacionais, de saúde, sociais e muitas outras. 
 O Censo é também fonte de dados que fornecem referências para o 
planeamento e execução de políticas e investimentos que levem em conta a taxa de 
natalidade, fecundidade e mortalidade, o tipo e as condições das habitações, o nível 
de instrução e até indicadores sobre trabalho e rendimento da população de um País” 
(RIBEIRO, 2022). 
1.2.1. CONCEITOS ESSENCIAIS 
 Segundo INE (2011), “Apresenta-se a seguir, alguns conceitos analisados em 
uma operação censitária: 
 Densidade Populacional: medida expressa pela relação entre o número de 
habitantes de uma área territorial determinada e a superfície desse território 
(habitualmente expressa em número de habitantes por quilómetro quadrado); 
 Índice de Masculinidade: quociente entre os efectivos populacionais do sexo 
masculino e os do sexo feminino (habitualmente expresso por 100 mulheres); 
 Índice de Dependência de Jovens: relação entre o número de jovens e a 
população em idade activa, definido como a relação entre a população com 0 -
14 anos e a população com 15 - 64 anos; 
 Índice de Dependência de Idosos: relação existente entre o número de idosos 
e a população em idade activa, definido como a relação entre a população com 
65 e mais anos e a população com 15 - 64 anos; 
 Índice de Dependência Total: relação existente entre o número de jovens e 
idosos e a população em idade activa, definido como a relação entre a 
população com 0 - 14 anos e 65 e mais anos, e a população com 15 - 64 anos; 
 Índice de Envelhecimento: relação entre o número de Idosos e o de jovens, 
definido habitualmente como a relação entre a população com 65 e mais anos 
e a população com 0 - 14 anos; 
 Índice de Juvenascimento: relação entre o número de jovens, definido 
habitualmente como a relação entre a população com 0 - 14 anos e a população 
com 65 e mais anos; 
 
 
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 Nascimento: completa expulsão ou extracção de um produto de concepção do 
corpo materno, independentemente da duração da gravidez (ou período de 
gestação) que, após a separação do corpo materno, respira ou apresenta sinais 
de alguma evidência de vida, tais como: batimento do coração, pulsação do 
cordão umbilical ou movimentos efectivos dos músculos da contracção 
voluntária, estando ou não cortado o cordão umbilical e estando ou não 
desprendido da placenta; 
 Óbito: desaparecimento definitivo de algum sinal de vida em qualquer 
momento posteriormente ao nascimento, ou seja é a cessação das funções 
vitais sem a possibilidade de reanimação; 
 Casamento: união legítima entre o homem e a mulher. A legalidade da união 
pode ser estabelecida no casamento civil ou religioso e reconhecidas pelas leis 
de cada país. Em Angola, um indivíduo só poderá casar legalmente se o seu 
estado civil for solteiro, viúvo ou divorciado; 
 Taxa De Fecundidade: compreende o número médio de filhos que uma mulher 
tem ou nasce emuma determinada região; 
 Taxa De Natalidade: compreende o número de pessoas que nascem em país 
em um determinado período; 
 Taxas De Mortalidade: compreendem o número de pessoas que morrem em 
um determinado país durante um determinado tempo; 
 Habitação: todo e qualquer lugar que tenha sido construído ou adaptado para 
alojar pessoas, ou seja, todas as casas ou locais destinados a alojar pessoas. 
Uma habitação pode ser classificada como familiar ou colectiva; 
 Agregado familiar: pessoa ou um grupo de pessoas, com ou sem relações de 
parentesco, que vivem habitualmente sob o mesmo tecto e partilham as 
despesas alimentares e/ou outras necessidades vitais”. 
1.3. CARACTERÍSTICAS DO CENSO 
 Segundo Sebastião (2014), “Para que um Censo seja considerado no pleno 
sentido da palavra, as Nações Unidas especificam que um levantamento deve 
satisfazer, no mínimo os seguintes critérios: 
1. É Projectado E Executado Sob O Apoio Do Governo: logo, é obrigatório 
responder; 
 
 
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2. Universal: são contados uma única vez todos os habitantes do território; 
3. Simultaneidade De Recolha De Informações, Que Se Referem Todas A Um 
Período Bem Determinado: é realizado ao mesmo tempo em todas as zonas 
do país, para evitar duplas contagens; 
4. Recolha Com Base No Indivíduo, Das Informações Nele Contidos Sobre A 
População Recenseada: as pessoas são contadas na sua residência e são 
criados boletins para cada indivíduo; 
5. Âmbito Territorial Bem Delimitado, Em Que Assenta A Contagem Da 
População: realiza-se o recenseamento no território de um país, podendo 
fazer-se em embaixadas (que são consideradas território de um país) e 
pessoas que vão a bordo de aviões portugueses, etc., no dia do 
recenseamento; 
6. Elaboração Periódica Dos Dados: hoje em dia os dados não são guardados 
em segredo, encontrando-se à disposição de todos; 
7. Realização Periódica: habitualmente, de 10 em 10 anos”. 
 “A contagem e a recolha periódica de informações relativas à população não é 
algo de novo. Ao longo da História do Homem têm-se registrado esforços para 
recolher periodicamente informações relativas à população” (RIBEIRO, 2022). 
1.4. AS FASES DO CENSO; 
 Segundo Sebastião (2014), “A operação censitária é complexa e envolve as 
seguintes fases: 
1. Planificação Da Operação: 
 Esta fase envolve decisões essencialmente políticas. O objectivo 
prioritário é conhecer o total de habitantes de cada área geográfica, o 
que constitui o Censo mínimo; 
 Com a utilização de Questionários, Formulários de Inquérito e Testes, 
as populações devem ser qualificadas em termos de sexo, idade, 
profissão, instrução, grupo linguístico e posse de bens; 
 O poder político deverá previamente consultar cada ministério para 
avaliar as suas necessidades; 
 
 
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 A preparação da Cartografia deve incluir as divisões e subdivisões 
correspondentes às áreas administrativas: província, município, 
comuna, bairro, sector, zona, quarteirão e rua. 
2. Execução Do Trabalho De Campo: 
 O trabalho de campo é realizado pelos Recenseadores, Entrevistadores 
previamente treinados, com a colaboração de Supervisores de Campo e 
de informantes qualificados à quem incumbe a responsabilidade de 
preencher os formulários em cada domicílio, com a informação sobre 
todos os seus membros; 
 O chefe do domicílio também pode preencher o Questionário, o qual será 
posteriormente devolvido ao Recenseador. 
3. Processamento E Análise Da Informação Recolhida: 
 Nesta etapa avalia-se a qualidade da informação recolhida e criticá-la a 
fim de encontrar perguntas sem respostas ou mal interpretadas e 
respostas inconsistentes; 
 Depois da limpeza da informação, esta é codificada, digitada no 
microcomputador, classificada, contada e tabulada; 
 Finalmente, inicia-se a análise com vista à construção de índices e 
estabelecimento de relações entre as variáveis. 
4. Publicação Dos Resultados Obtidos: 
 A publicação dos resultados recolhidos, sob forma de Tabelas e outras, 
é a última etapa da realização do Censo. Deste modo, os interessados 
podem criticar e reestruturar as conclusões e os dados apresentados”. 
1.5. A EVOLUÇÃO HISTÓRICA DO CENSO EM ANGOLA: A PRIMEIRA 
TENTATIVA E OS DADOS DEMOGRÁFICOS ATÉ O ANO DE 2014 
 “A primeira tentativa oficial para registrar dados populacionais em Angola 
aconteceu há 244 anos, cinco anos antes da independência, promulgado pelo 
Ministro Martinho de Melo Castro. Na época, a iniciativa de 21 de maio de 1970 
permitiu obter uma estimativa da população categorizada por idade, sexo, nascimento 
e morte. De acordo com documentos disponíveis, não havia rigor técnico nestas 
operações de contagem da população e não cobriam todo o território nacional” (INE, 
2011). 
 
 
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 “Nessa contagem, feita pelo regime colonial, apurou-se que cerca de mais 
de 5,6 milhões de pessoas residiam na então província ultramarina de Angola. O 
processo de contagem oficial de habitantes de Angola tem sido marcado por 
grandes intervalos de tempo. Antes de 1970, a última contagem foi em 1940, e o 
resultado foi de pouco mais de 3,7 milhões de pessoas. Após a independência, 
em 1975, a guerra civil angolana impediu a realização de operações deste tipo. 
Desde então não era possível actualizar os dados, devido à guerra civil. Facto que 
tornou Angola um dos poucos países do Mundo que não realizava um censo completo 
desde 1970, devido à instabilidade militar. Entre 1983 e 1987 foram feitas algumas 
tentativas de realização de censo, cujos resultados não são considerados, por não ter 
abrangido todo o território nacional e não ter obedecido aos princípios e 
recomendações internacionais para este tipo de operação, estabelecidos pela 
Organização das Nações Unidas” (INE, 2011). 
 Segundo INE (2011), “Era grande a carência de informações sobre o 
comportamento actual da taxa de fecundidade, mortalidade e migrações, como da 
distribuição espacial da população”. 
 “Apesar das grandes flutuações demográficas provocadas pela saída 
maciça dos portugueses (1974-1975) e das quase três décadas de conflito civil 
(1975-2002), passados quase cinquenta anos a população continuava em rápido 
crescimento. Se em 1970 a população era de 5.620.001 de habitantes, em 1990 
registou-se 10.023.000 de habitantes e em 2009 estimava-se uma população de 
17.561.000 habitantes” (INE, 2011). 
 Segundo o INE (2011) “As estimativas do Centro de Estudos de Investigação 
Cientifica da Universidade Católica de Angola (CEIC/UCAN 2010), com base no 
registo eleitoral de 2007, indicavam 18,43 milhões de habitantes em 2010 e uma taxa 
de crescimento demográfico anual entre 2,7% e 2,9%, dados aproximados aos do 
relatório do Índice de Desenvolvimento Humano (IDH, 2010) que indicava um 
quantitativo populacional de 19 milhões de habitantes e uma taxa de crescimento 
natural de 3,25% para o mesmo ano”. 
 “As estimativas de 1991 a 2013 previam que o território angolano apresentaria 
uma distribuição populacional bastante desigual, estando grande parte da população 
concentradas nas províncias de Luanda, Huíla, Benguela e Huambo. Em 1991 a 
 
 
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província do Huambo correspondia à segunda maior concentração demográfica 
do país, representando cerca de 14,8% da população. Este valor reduzia para 
7,6% em 2009, devido à migração interior-litoral, ao contrário, a província da Huíla 
via aumentar o seu efectivo populacional devido à consolidação da paz e com o 
incentivo ao desenvolvimento da indústria, agricultura, pastorícia e serviços 
comerciais básicos” (INE, 2011). 
 Para o INE (2011), “Luanda continuava com uma tendência elevada em 
relação ao resto do país, duplicando a sua população entre 1991 a 2009, passando 
de 15,8% para 29% da população do país. As províncias do Moxico e Kuando 
Kubango, que possuem maiores extensões territorial, apenas registavam 2,7% e 
1,7% do país, respectivamente. A densidade demográfica variava entre 0,6 
hab/km2na província do Kuando Kubango e mais de 1000 hab/km2 na província 
de Luanda acima da sua capacidade de carga”. 
 “A densidade média do país era de 12 hab/km2, considerada baixa mesmo 
se comparada à média do continente africano 21 hab/km2 na altura. A estrutura 
etária evidenciava uma população muito jovem: 48% tinha menos de 15 anos e 
apenas 2% tinha 65 anos ou mais. A pirâmide etária apresentava a base larga e o 
vértice estreito, forma que reflectia o número elevado de crianças que nasciam 
devido à alta fecundidade que prevalece no país. Esta estrutura jovem da 
população traduz dinamismo e uma importante fonte de consumo, mas 
representava um grande desafio que o país, pela necessidade de criar as 
condições de prosperidade e de qualidade de vida, assim, não só tem de garantir 
a sustentabilidade financeira dos encargos com a infância e juventude (creches, 
escolas, universidade, institutos de formação profissional, infraestruturas 
desportivas, etc.), mas também promover e apoiar a criação de emprego e de 
habitação condigna para aquele contingente elevado de jovens que anualmente 
atingiam a idade de entrar no mercado de trabalho e de constituir família ” (INE, 
2011). 
 “Segundo os dados citados no relatório Angola Perfil e Oportunidades 
Comerciais (2012:12), a população estimada de Angola, em 2011, era de 19,6 
milhões de habitantes, prevendo o seu crescimento para 21,8 milhões de pessoas 
em 2015. Da população total, 59,1% (11,6 milhões de habitantes), encontravam-
 
 
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se na zona urbana em 2011, prevendo-se que em 2015, a população urbana 
atingiria 62,2%. Em 1990, Luanda reunia 40,8% da população urbana total e 
Huambo, a segunda maior aglomeração, apenas 8,5% da população urbana total. 
Em 2011, estas duas principais aglomerações urbanas concentravam 53,1% da 
população urbana de Angola” (INE, 2011). 
 “Essa tendência deveu-se ao maior nível de infraestruturas em relação a 
outras cidades do país, já desde o final do tempo colonial. Para 2015 estimava-se 
que as duas províncias atingiriam 55,4% da população urbana do país. Todavia, 
o comportamento das duas aglomerações era distinto: enquanto Luanda não 
parava de crescer e essa tendência manter-se-á no futuro, Huambo tinha a sua 
população estabilizada” (INE, 2011). 
 “Em suma, os dados estatísticos disponíveis sobre a população angolana 
eram pouco fiáveis, o que afectava a formulação das políticas de planeamento e 
ordenamento do território, nomeadamente habitação, saneamento básico, 
transportes, água, energia e equipamentos sociais. Daí a importância da 
realização do censo 2014 que após a conclusão seria feita uma revisão dos planos 
sociais básicos (exemplos: programa de combate a pobreza, programas de 
assentamentos humanos, planos de urbanização), dados que apresentariam a real 
situação demográfica do país” (INE, 2011). 
 Em 2008-2009 o INE realizou o Inquérito Integrado sobre o Bem - Estar da 
População e em 2011 adoptou como população de base (16.368.000) referente ao 
ano de 2008 e projectou a população para o período de 2009 - 2015, tal como 
apresentaremos. 
1.6. PRINCÍPIOS E RECOMENDAÇÕES INTERNACIONAIS PARA A REALIZAÇÃO 
DO CENSO, ESTABELECIDOS PELA ORGANIZAÇÃO DAS NAÇÕES UNIDAS 
 Segundo o INE (2011) “Os Recenseamentos da População e Habitação 
(Censos) são apontados nas respetivas recomendações mundiais, editadas 
Organização das Nações Unidas, como as operações estatísticas mais complexas e 
dispendiosas que qualquer país pode realizar”. 
 
 
15 
 
 “Nos nossos dias, e segundo os Princípios e Recomendações da ONU 
(2006), os Censos são entendidos como processos normalizados de recolha, 
tratamento, avaliação, análise e difusão de dados referenciados a um momento 
temporal específico e respeitantes a todas as unidades estatísticas (indivíduos, 
famílias, alojamentos e edifícios) de uma zona geográfica bem delimitada, 
normalmente o país” (INE, 2011) 
 De acordo com o INE (2011), “As recomendações internacionais referem os 
seguintes cinco princípios base dos Censos: 
 Recenseamento individualizado: os Censos implicam que cada unidade 
estatística seja recenseada individualmente e que as suas caraterísticas sejam 
registadas separadamente; 
 Universalidade dentro de um território definido: os Censos devem cobrir um 
território preciso, no nosso caso todo o país. O Censo da população deve incluir 
todos os indivíduos presentes e residentes no país e o Censo da habitação 
deverá incluir todos os edifícios e alojamentos destinados a habitação, 
independentemente do seu tipo; 
 Simultaneidade: cada unidade estatística deve ser recenseada, tanto quanto 
possível, considerando o mesmo momento de referência; 
 Periodicidade definida: os Censos devem ser realizados em intervalos de 
tempo regulares para que a informação possa ser comparável; 
 Disponibilidade de dados para as pequenas áreas estatísticas”. 
1.7. O CENSO DEMOGRÁFICO DE 2014: RESULTADOS; 
 “O Recenseamento Geral da População e Habitação de Angola, que teve lugar 
no período de 16 a 31 de Maio de 2014, vulgo Censo 2014, primeiro censo pós-
independência, foi realizado pelo Instituto Nacional de Estatística (INE) a coberto da 
Lei 3/11 de 14 de Janeiro, Lei do Sistema Estatístico Nacional, e de Legislação conexa 
aprovada quer pela Assembleia Nacional como pelo Titular do Poder Executivo. O 
Censo 2014 foi realizado em colaboração os Governos Provinciais, Administrações 
Municipais e Comunais, as Forças Armadas Angolanas, Polícia Nacional e outras 
instituições do Estado. Os resultados do Censo 2014 têm como referência o Momento 
Censitário que ocorreu a 16 de Maio de 2014” (INE, 2016). 
 
 
16 
 
 Segundo INE (2016), “O Censo 2014 revelou aspectos fundametais da nossa 
realidade nacional, possibilitando o diagnóstico objectivo da evolução que o país vinha 
a experimentar, náo só em termos demográficos, mas também no que respeita à 
saúde, habitação e estrutura etária a partir dos quais podia-se de facto, ser elaborados 
pelo governo os programas e projectos com vista à melhoria da qualidade de vida das 
populações”. 
 “Este Censo permitiu por um lado medir também os resultados das políticas até 
na altura adoptadas e, por outro, melhorar os instrumentos de planeamento no futuro, 
como por exemplo, o Plano Nacional de Ordenamento do Território e a Política 
Nacional da Família, de modo a acelerar o processo de crescimento económico e o 
Índice de Desenvolvimento Humano das Populações” (INE, 2016). 
 De acordo com o INE (2016), “Apresentamos a seguir um resumo dos 
indicadores do censo 2014, que posteriormente será espelhado no capítulo 2 em um 
quadro: 
 Os resultados do Inquérito de Cobertura do Censo 2014 obedeceram os 
padrões de qualidade internacionais, com uma taxa de cobertura de 
94.4%, considerada de Boa, de acordo com a classificação das Nações 
Unidas; 
 Os Resultados Definitivos do Censo 2014, mostram que em 16 de Maio 
de 2014, a população residente em Angola era de 25.789.024 de 
habitantes, dos quais 12.499.041 do sexo masculino (48% da população 
total residente) e 13.289.983 do sexo feminino (52% da população total 
residente); 
 Em Angola, o índice de masculinidade (rácio homens/mulheres) era de 
94, o que significa que existiam 94 homens para cada 100 mulheres. A 
província em que o índice de masculinidade era mais baixo é a do 
Cunene, onde existiam 88 homens por cada 100 mulheres e, no extremo 
oposto encontrava-se a província da Lunda Norte com 106 homens por 
cada 100 mulheres; 
 A província de Luanda era a mais habitada, com 6.945.386 de 
residentes. A província do Bengo, com 356.641, era a província onde 
residiam menos pessoas; 
 
 
17 
 
 A Esperança de Vida total em Angola era de 60,2 anos. Para os homens 
a Esperança de Vida era 57,5 enquanto para as Mulheres era de 63 
anos: 
 A taxa de Crescimento Natural era de 2,7%; 
 A taxa de Fecundidade era de 5,7 filhos por mulher; A proporção da população com 0-14 anos era de 47,3% e a de idosos 
(65 ou mais anos) era de 2,4%; 
 A idade média da população era de 20,6 anos; 
 A população estrangeira recenseada em Angola era de 586.480 
indivíduos; 
 Apenas 13,0% da população com 18-24 anos completou o II ciclo do 
ensino secundário e 2,5% da população com 24 ou mais anos possuía 
formação superior; 
 O mercado de trabalho concentrava cerca de 40% da população com 15 
ou mais anos, sendo que as actividades do sector primário 
concentravam 44,2%, as do secundário 6,1%, e as do terciário 26,2% e 
enquanto 23,5% da população residente não declarou a sua actividade; 
 O número médio de pessoas por agregado familiar era de 4,6, na sua 
maioria os agregados familiares são chefiados por homens, 62%, 
enquanto as mulheres chefiam somente 38%; 
 O número de unidades habitacionais era de 5.544.834. Cerca de 69,7% 
das habitações estavam ocupadas pelos proprietários e 19,2% eram 
arrendadas; 
 O acesso à água apropriada para beber abrangia, 44% dos agregados 
familiares, enquanto o acesso ao saneamento adequado abrangia 60% 
dos mesmos; 
 A maioria dos agregados familiares, 70%, despejava os resíduos 
sólidos, ou lixo, ao ar livre”. 
 
 
 
 
 
18 
 
1.8. DADOS DEMOGRÁFICOS APÓS O CENSO 2014 E EXPECTATIVAS SOBRE 
A POPULAÇÃO ANGOLANA 
 “Angola deve atingir, ainda este ano, mais de 33 milhões de habitantes, dos 
quais 64 por cento terá menos de 24 anos. A taxa total de fecundidade de Angola, de 
acordo com o Inquérito de Indicadores Múltiplos e de Saúde (IIMS) 2015-2016, é de 
6,2 filhos por mulher. Nas zonas rurais é de 8,2 e nas áreas urbanas é de 5,3, o que 
desempenha um papel fundamental no crescimento da população e mudanças na 
estrutura etária. Esta taxa é a segunda mais alta na Comunidade de Desenvolvimento 
da África Austral (SADC), depois da República Democrática do Congo. Dada a actual 
taxa de crescimento da população de 3,1 por cento, a população de Angola duplicará 
em vinte anos” (GOMES, 2022). 
 “O Plano de Desenvolvimento Nacional 2018-2022 prioriza o aproveitamento 
do bónus demográfico, visando investimentos efectivos em educação, saúde, 
emprego e participação de adolescentes e jovens. Os dados nacionais mais recentes 
sobre a pobreza indicam que, em 2008, 36 por cento da população vivia com 1 dólar 
ou menos por dia e o índice de Gini (medida de desigualdade) era de 42,7. O aumento 
do custo de vida, o alto desemprego entre os jovens e a alta desigualdade de renda 
continuam a ser os principais desafios” (GOMES, 2022). 
 “De acordo com o relatório "Pobreza Multidimensional nos Municípios de 
Angola”, 75 dos 164 municípios de Angola têm uma incidência de 90 por cento de 
pobreza multidimensional. Foram identificadas quatro dimensões essenciais, que são 
saúde, educação, qualidade de vida e emprego. 70 por cento da pobreza 
multidimensional se deve à privação em termos de educação e qualidade de vida. 
Indicadores como nutrição, saúde materna, registo civil e anos de escolaridade 
também contribuem para esse número. A expectativa de vida média da África 
Subsaariana, em 2019, era de 62 anos. Em Angola, a esperança média de vida é de 
60 para homens e 65 para mulheres” (GOMES, 2022). 
 “O combate à pobreza tem sido uma das grandes prioridades do Governo 
angolano, conforme os principais documentos das políticas do país, como a Estratégia 
Nacional de Redução da Pobreza e a Política Nacional de População. Trata-se de um 
trabalho que envolve um esforço multissectorial, e no que toca ao sector da Saúde, 
por exemplo, as estratégias para evitar a gravidez precoce são um bom exemplo, visto 
 
 
19 
 
que a gravidez na adolescência perpetua o ciclo de pobreza, porque provoca o 
abandono escolar por parte das meninas, que consequentemente não conseguem 
acessar a empregos e salários dignos deixando a pobreza, novamente, aos seus filhos 
e consequentemente às gerações futuras” (GOMES, 2022). 
 “Pela sua localização geográfica, grandes dimensões, fronteiras permeáveis, 
bem como pelos seus recursos naturais e economia em desenvolvimento, Angola tem 
mantido uma tradição histórica de ser um país de origem, trânsito e destino dos fluxos 
migratórios de todos os tipos, modos e finalidades. Neste sentido, a ONU em Angola 
tem vindo a apoiar o país no reforço da cooperação regional nas áreas da resposta 
humanitária em cumprimento das recomendações dos tratados internacionais e 
regionais. Uma das principais intervenções estratégicas do Sistema das Nações 
Unidas para o Desenvolvimento Sustentável 2020-2022 visa melhorar a gestão e 
promover soluções para a migração mista sob uma abordagem de direitos humanos 
e num ambiente de paz e segurança regional, em alinhamento com o quadro jurídico 
de Angola” (GOMES, 2022). 
 Para Gomes (2022), “Todos os sectores sociais são essenciais para o 
desenvolvimento sustentável em Angola e a redução da pobreza, incluindo, mas não 
se limitando à Economia, Educação, Saúde, Juventude e Desportos, Acção Social, 
Família e Promoção da Mulher, Estatística e Agricultura, com estreita colaboração 
entre os sectores e orçamento do Estado alocado suficiente, são as chaves para o 
sucesso”. 
 Gomes diz que “O Fundo das Nações Unidas para a População apoia Angola 
em programas demográficos a uma média de 900.000 USD por ano. A população 
angolana em idade activa será superior a 60% da população total no ano 2058 e a 
população total atingirá seu pico em 2100 em 188.283.132”. 
 
 
 
 
 
 
 
20 
 
CAPÍTULO II- QUADROS DEMOGRÁFICOS 
 Quadro 2.1. Estimativas da Esperança de Vida ao Nascer. 
 
Fonte: INE, Projecção da população, 2009-2015. 
 “A esperança de vida ao nascer era de 46,7 anos para os homens e 49,7 anos 
para as mulheres, com ligeiro aumento até 2015”. (INE, 2011) 
 Quadro 2.2. Evolução da População entre de 1940 – 2015. 
 
 
 
 
21 
 
 
Continuação 
 
Fonte: Recenseamento da população 1940, 1950, 1960 e 1970 Boletim Demográfico 
n.º 04. Boletim demográfico n.º 09. IBEP Relatório analítico Projecção da população 
2009-2015 
 Quadro 2.3. Estimativas da Taxa de Fecundidade Total (TFT) 
 
Fonte: INE, Projecção da População, 2009-2015 
 “A Taxa de Fecundidade Total é estimada em 6 filhos em média por mulher, 
durante o seu período reprodutivo. Estimativas para 2015 apontam uma ligeira 
diminuição da Taxa de Fecundidade Total na ordem de 5, filhos por mulher (INE, 
2011). 
 
 
22 
 
 Quadro 2.4. Projecção Anual da População Total Por Província, 
2009 – 2015. 
 
Fonte: Instituto Nacional de Estatística, INE- Departamento de Estatísticas 
Demográficas e Sociais- DEDS, 2012, Projecção da População, 2009 -2015. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
23 
 
 Quadro 2.5. Síntese dos Principais Indicadores- 2014 
 
 
Fonte: INE, 2016. 
 
 
24 
 
CONSIDERAÇÕES FINAIS 
 O censo populacional é constituído por um conjunto de operações de recolha, 
tratamento e publicação de dados demográficos e socioeconómicos de uma 
sociedade, num determinado momento. Implica, além disso, que seja universal, isto 
é, para todas as pessoas de um determinado espaço, geralmente o país, e com uma 
regularidade previamente determinada. Com as informações obtidas pelo censo 
demográfico é possível obter informações sobre a população total por sexo, idade e a 
distribuição da população no território. 
 A demografia estuda todos os aspectos gerais e relacionados com a população, 
a partir da recolha e interpretação de dados relativos ao número de habitantes, a 
estrutura etária, a natalidade, a mortalidade e as migrações. A evolução da população 
angolana depende da relação entre: a natalidade (N), números de nados vivos 
ocorridos durante um ano e a mortalidade (M), número de óbitos ocorridos durante um 
ano. A mortalidade em Angola continua muito elevada, sobre tudo a mortalidade 
infantil. A taxa de natalidade em Angola situa-se na ordem de 47/ 1000. Estima-se quea mulher angolana tenha, em média, entre 7 a 8 filhos, um índice considerado muito 
elevado apresentando assim uma das taxas de natalidade mais altas do mundo, o que 
se reflecte no rápido crescimento da população e no aumento das suas necessidades. 
 Enquanto países menos desenvolvidos continuarem a experimentar um rápido 
crescimento populacional, um número crescente de países provavelmente terá uma 
redução no tamanho da população entre 2022 e 2050. Embora o cenário mais 
provável seja que a população mundial continue a crescer ao longo do século XXI, há 
uma probabilidade estimada de 27 por cento de que o crescimento populacional pode 
estabilizar ou diminuir antes de 2100. Embora o número de pessoas com 65 anos ou 
mais deva crescer em todas as regiões, a população permanecerá relativamente mais 
jovem em locais onde a fecundidade ainda é alta. Níveis mais baixos de fertilidade 
combinados com maior longevidade garantem que, com o tempo, virtualmente todas 
as populações envelheçam. Alguns países, especialmente na África Subsaariana, na 
continuam a ter altos níveis de fertilidade adolescente (nascimentos de mães com 15 
a 19 anos). A fertilidade total caiu em todo o mundo, mas a fertilidade adolescente 
permanece alta em alguns países, incluindo vários na África Subsaariana. 
 
 
 
25 
 
REFERÊNCIAS 
IBGE; Introdução: Memoria IBGE: Histórico Dos Censos-Panorama introdutório. 
Acessado aos: 23/06/2022. 
GOMES, Manuela; Jornal De Angola: Angola Pode Atingir Este Ano 33 Milhões De 
Habitantes. Disponível em: https://www.jornaldeangola.ao/ao/noticias/angola-pode-
atingir-este-ano-33-milhoes-de-habitantes/. Acessado aos [7/07/2022] 
INE; Angola: A População e Sociedade; Anuário Estatísticas Sociais 2009, 2011. 
INE; Resultados Definitivos Do Recenseamento Geral Da População E Da Habitação 
De Angola 2014, 2016. 
RIBEIRO, Amarolina; Censo Demográfico. Disponível em: https: infoescola.com. 
Acessado aos: 28/06/2022 
SEBASTIÃO, Ntandu Mila; Departamento de ciências sociais: Fascículo De 
Demografia, Luanda, 2014. 
SILVEIRA, Luís Nuno Espinho da; Os Recenseamentos da População Portuguesa de 
1801 e 1849; Edição crítica, vol. I. Lisboa; Instituto Nacional de Estatística, 2001. 
DISPONÍVEL EM: 
Https://pt.wikipedia.org/wiki/Censodemografico#top-page. Acessado aos: 28/06/2022 
https://www.jornaldeangola.ao/ao/noticias/angola-pode-atingir-este-ano-33-milhoes-de-habitantes/
https://www.jornaldeangola.ao/ao/noticias/angola-pode-atingir-este-ano-33-milhoes-de-habitantes/
https://pt.wikipedia.org/wiki/Censodemografico#top-page

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