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Generalização de estímulos
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O que é generalização de estímulos? “A generalização de estímulos ocorre quando o
comportamento se torna mais provável na presença de um estímulo ou situação, por ter
sido reforçado na presença de outro estímulo ou situação” (MARTIN; PEAR, 2009, p.
121-122). Isso ocorre bastante, quando por exemplo, a criança reconhece que seu pai é
“papai”, e para esta criança outro homem também será “papai”. Uma vez que, ela está
generalizando, mesmo que de forma incorreta, o que foi aprendido, porque ainda não
compreendeu as características gerais.
Ao falarmos sobre discriminação de estímulos, recorremos ao SD (relacionado ao
reforçamento de uma resposta) e o SΔ (relacionado à extinção). Então a discriminação é
um processo que envolve a discriminação de estímulos, ou seja, um reforçamento de um
comportamento e a extinção de outros.
Em outras palavras,
“O procedimento de ensinar uma discriminação de estímulo, chamado de treino de
discriminação de estímulos, envolve o reforçamento de um comportamento na presença
de um estímulo específico e a extinção de tal comportamento na presença de um estímulo
diferente. Tais estímulos são chamados de estímulos controladores”. (MARTIN; PEAR,
2009, p. 119)
Exemplificando o que foi dito:
(MARTIN; PEAR, 2009, p. 120)
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Ou seja, quando na presença de meninos (estímulo discriminativo - meninos), a resposta
daquele indivíduo é xingar, temos um reforçador. No entanto, quando esse sujeito está na
presença dos avós e ele pratica o ato de xingar, ele não obteve um reforço (não recebeu
nenhuma atenção), e esse comportamento acaba sendo um SΔ, pois haverá extinção
desse comportamento. Dessa forma, essa criança saberá que diante dos amigos ela será
reforçada, porém na presença dos avós o mesmo não ocorre, e a tendência é que isso não
ocorra novamente com os avós.
Portanto é importante atentar-se à tríplice contingência. Por exemplo, uma criança está
num supermercado (antecedente), ela quer uma bolacha e por isso faz birra/chora
(comportamento), então a mãe compra a bolacha para a criança (consequência), ou seja,
a mãe acaba reforçando positivamente o comportamento da criança. Por conseguinte, a
modificação desse comportamento deve ocorrer no antecedente do contexto e nas
consequências.
Esquema de contingência de reforçamento:
(MARTIN; PEAR, 2009)
Exemplificando e diferenciando a generalização de estímulos, ela ocorre de forma
diferente. Uma vez que, a criança na presença de meninos obtém uma aprovação, seu
contexto, portanto irá generalizar isso em outras situações. Se a criança percebeu que na
frente dos amigos ele foi reforçado, ele irá reproduzir o mesmo comportamento com os
avós, na escola e na clínica. Pode até ser que ele não consiga, mas ele irá tentar,
generalizando o que aprendeu e que surtiu efeito positivo. Na tabela a seguir segue o
esquema resumido:
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(MARTIN; PEAR, 2009)
Enquanto a generalização de estímulos operante é “[...] uma resposta é emitida na
presença de novos estímulos que partilham alguma propriedade física com o Sd, na
presença do qual a resposta fora reforçada no passado” (SELLA; RIBEIRO, 2018, p. 101).
Isto significa que, quando a criança vê diferentes bolas, ela vai associar a bola de futebol
com a bola de vôlei, mas nem sempre associará a de futebol americano, pois o formato é
diferente.
As razões para ocorrer a generalização de estímulos são:
Generalização de estímulos não aprendidos por considerável semelhança física
(MARTIN; PEAR, 2009).
Generalização de estímulos aprendida envolvendo semelhança física mínima. “Uma
classe de estímulos de elementos em comum é um conjunto de estímulos, todos
com alguma(s) característica(s) física(s) em comum (MARTIN; PEAR, 2009, p. 122).
Generalização de estímulos aprendida por classes de equivalência de estímulos.
“Quando um novo comportamento é condicionado a um elemento de uma classe de
equivalência, tal comportamento tem probabilidade de ser controlado por outros
elementos da classe, sem treinamento explícito” (MARTIN; PEAR, 2009, p. 124). Ou
seja, a partir do momento que você ensina para a criança que o número três está
relacionado com três pontinhos (quantidade), ela terá maior facilidade para
relacionar e compreender.
A equivalência de estímulos é caracterizada como “[...] um conjunto de estímulos
dissimilares no qual todos os elementos da classe controlam a mesma resposta, qual seja,
"alimento”. (MARTIN; PEAR, 2009, p. 123) E, está relacionada a três fatores:
reflexibilidade, simetria e transitividade. A primeira, quando a criança se depara com a
grafia do numeral três, ela fará um pareamento desse número, e mostrará o três com o
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número três. Enquanto na segunda, a criança associará o número três com a quantidade
três. Por fim, a terceira quando a criança consegue fazer a relação do numeral com a
quantidade, e que outros números não estão associados com esta quantidade. Desse
modo, é importante que a criança aprenda a generalizar tanto um estímulo aprendido,
quanto discriminá-lo.
Na generalização, essa criança precisa apresentar um comportamento em vários lugares e
com várias pessoas. Então ela precisa aprender a ser educada, a cumprimentar, a seguir
instruções tanto no contexto escolar, clínico quanto no familiar. Ao passo que a
discriminação auxilia a compreender, por exemplo, na escola que as letras são diferentes
umas das outras, e que diante de letras diferentes teremos respostas diferentes.
Para concluir, toda vez que falamos na equivalência de estímulos, temos sempre um
estímulo modelo e várias possíveis respostas para a criança - geralmente duas ou três. E,
assim, a criança precisa fazer um pareamento desse estímulo com o modelo oferecido, a
fim de, obter um reforçamento e ser assertiva.
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Referências:
FERREIRA, Luciene Afonso et al. Ensino de aplicação de tentativas discretas a cuidadores
de crianças diagnosticadas com autismo. Perspectivas em análise do
comportamento, v. 7, n. 1, p. 101-113, 2016.
GOYOS, C. ABA: ensino da fala para pessoas com autismo. São Paulo: Edicon, 2018.
KANAMOTA, Juliano Setsuo Violin. Resposta de observação e generalização de estímulos.
2018. Tese (Doutorado em Psicologia Experimental) - Instituto de Psicologia,
Universidade de São Paulo, São Paulo, 2018.
MARTIN, G.; PEAR, J. Modificação de comportamento: o que é e como fazer. 8. ed.
São Paulo: Roca, 2009.
SARMENTO DA SILVA GUIMARÃES, Mariane et al. Treinamento de profissionais para
implementação de Ensino por Tentativas Discretas a crianças diagnosticadas com
Transtorno do Espectro Autista. Acta Comportamentalia: Revista Latina de Análisis del
Comportamiento, v. 29, n. 2, 2021.
SELLA, A. C.; RIBEIRO, D. M. Análise do comportamento aplicada ao transtorno do
espectro autista. 1. ed. Curitiba: Appris, 2018.

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