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Generalização de estímulos 2 PROIBIDA A REPRODUÇÃO TOTAL OU PARCIAL, SEM AUTORIZAÇÃO. Lei nº 9610/98 – Lei de Direitos Autorais 3 O que é generalização de estímulos? “A generalização de estímulos ocorre quando o comportamento se torna mais provável na presença de um estímulo ou situação, por ter sido reforçado na presença de outro estímulo ou situação” (MARTIN; PEAR, 2009, p. 121-122). Isso ocorre bastante, quando por exemplo, a criança reconhece que seu pai é “papai”, e para esta criança outro homem também será “papai”. Uma vez que, ela está generalizando, mesmo que de forma incorreta, o que foi aprendido, porque ainda não compreendeu as características gerais. Ao falarmos sobre discriminação de estímulos, recorremos ao SD (relacionado ao reforçamento de uma resposta) e o SΔ (relacionado à extinção). Então a discriminação é um processo que envolve a discriminação de estímulos, ou seja, um reforçamento de um comportamento e a extinção de outros. Em outras palavras, “O procedimento de ensinar uma discriminação de estímulo, chamado de treino de discriminação de estímulos, envolve o reforçamento de um comportamento na presença de um estímulo específico e a extinção de tal comportamento na presença de um estímulo diferente. Tais estímulos são chamados de estímulos controladores”. (MARTIN; PEAR, 2009, p. 119) Exemplificando o que foi dito: (MARTIN; PEAR, 2009, p. 120) 4 Ou seja, quando na presença de meninos (estímulo discriminativo - meninos), a resposta daquele indivíduo é xingar, temos um reforçador. No entanto, quando esse sujeito está na presença dos avós e ele pratica o ato de xingar, ele não obteve um reforço (não recebeu nenhuma atenção), e esse comportamento acaba sendo um SΔ, pois haverá extinção desse comportamento. Dessa forma, essa criança saberá que diante dos amigos ela será reforçada, porém na presença dos avós o mesmo não ocorre, e a tendência é que isso não ocorra novamente com os avós. Portanto é importante atentar-se à tríplice contingência. Por exemplo, uma criança está num supermercado (antecedente), ela quer uma bolacha e por isso faz birra/chora (comportamento), então a mãe compra a bolacha para a criança (consequência), ou seja, a mãe acaba reforçando positivamente o comportamento da criança. Por conseguinte, a modificação desse comportamento deve ocorrer no antecedente do contexto e nas consequências. Esquema de contingência de reforçamento: (MARTIN; PEAR, 2009) Exemplificando e diferenciando a generalização de estímulos, ela ocorre de forma diferente. Uma vez que, a criança na presença de meninos obtém uma aprovação, seu contexto, portanto irá generalizar isso em outras situações. Se a criança percebeu que na frente dos amigos ele foi reforçado, ele irá reproduzir o mesmo comportamento com os avós, na escola e na clínica. Pode até ser que ele não consiga, mas ele irá tentar, generalizando o que aprendeu e que surtiu efeito positivo. Na tabela a seguir segue o esquema resumido: 5 (MARTIN; PEAR, 2009) Enquanto a generalização de estímulos operante é “[...] uma resposta é emitida na presença de novos estímulos que partilham alguma propriedade física com o Sd, na presença do qual a resposta fora reforçada no passado” (SELLA; RIBEIRO, 2018, p. 101). Isto significa que, quando a criança vê diferentes bolas, ela vai associar a bola de futebol com a bola de vôlei, mas nem sempre associará a de futebol americano, pois o formato é diferente. As razões para ocorrer a generalização de estímulos são: Generalização de estímulos não aprendidos por considerável semelhança física (MARTIN; PEAR, 2009). Generalização de estímulos aprendida envolvendo semelhança física mínima. “Uma classe de estímulos de elementos em comum é um conjunto de estímulos, todos com alguma(s) característica(s) física(s) em comum (MARTIN; PEAR, 2009, p. 122). Generalização de estímulos aprendida por classes de equivalência de estímulos. “Quando um novo comportamento é condicionado a um elemento de uma classe de equivalência, tal comportamento tem probabilidade de ser controlado por outros elementos da classe, sem treinamento explícito” (MARTIN; PEAR, 2009, p. 124). Ou seja, a partir do momento que você ensina para a criança que o número três está relacionado com três pontinhos (quantidade), ela terá maior facilidade para relacionar e compreender. A equivalência de estímulos é caracterizada como “[...] um conjunto de estímulos dissimilares no qual todos os elementos da classe controlam a mesma resposta, qual seja, "alimento”. (MARTIN; PEAR, 2009, p. 123) E, está relacionada a três fatores: reflexibilidade, simetria e transitividade. A primeira, quando a criança se depara com a grafia do numeral três, ela fará um pareamento desse número, e mostrará o três com o 6 número três. Enquanto na segunda, a criança associará o número três com a quantidade três. Por fim, a terceira quando a criança consegue fazer a relação do numeral com a quantidade, e que outros números não estão associados com esta quantidade. Desse modo, é importante que a criança aprenda a generalizar tanto um estímulo aprendido, quanto discriminá-lo. Na generalização, essa criança precisa apresentar um comportamento em vários lugares e com várias pessoas. Então ela precisa aprender a ser educada, a cumprimentar, a seguir instruções tanto no contexto escolar, clínico quanto no familiar. Ao passo que a discriminação auxilia a compreender, por exemplo, na escola que as letras são diferentes umas das outras, e que diante de letras diferentes teremos respostas diferentes. Para concluir, toda vez que falamos na equivalência de estímulos, temos sempre um estímulo modelo e várias possíveis respostas para a criança - geralmente duas ou três. E, assim, a criança precisa fazer um pareamento desse estímulo com o modelo oferecido, a fim de, obter um reforçamento e ser assertiva. 7 Referências: FERREIRA, Luciene Afonso et al. Ensino de aplicação de tentativas discretas a cuidadores de crianças diagnosticadas com autismo. Perspectivas em análise do comportamento, v. 7, n. 1, p. 101-113, 2016. GOYOS, C. ABA: ensino da fala para pessoas com autismo. São Paulo: Edicon, 2018. KANAMOTA, Juliano Setsuo Violin. Resposta de observação e generalização de estímulos. 2018. Tese (Doutorado em Psicologia Experimental) - Instituto de Psicologia, Universidade de São Paulo, São Paulo, 2018. MARTIN, G.; PEAR, J. Modificação de comportamento: o que é e como fazer. 8. ed. São Paulo: Roca, 2009. SARMENTO DA SILVA GUIMARÃES, Mariane et al. Treinamento de profissionais para implementação de Ensino por Tentativas Discretas a crianças diagnosticadas com Transtorno do Espectro Autista. Acta Comportamentalia: Revista Latina de Análisis del Comportamiento, v. 29, n. 2, 2021. SELLA, A. C.; RIBEIRO, D. M. Análise do comportamento aplicada ao transtorno do espectro autista. 1. ed. Curitiba: Appris, 2018.
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