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A AVALIAÇÃO COMPORTAMENTAL Profa. Aline Cristina de Souza RESUMO Antes de entendermos sobre a avaliação comportamental é necessário primeiramente entender o que é avaliação e o contexto que ela está inserida, além do motivo pelo qual avaliamos, quem avaliamos, de que forma e quais os instrumentos utilizados. Avaliamos sempre no sentido de desmistificar e diagnosticar algo, neste caso é avaliado sujeitos com autismo. Consequentemente avaliamos as suas características ou a ausência de habilidades, uma vez que, cada avaliação é singular, usa-se diferentes instrumentos no processo avaliativo. Neste caso, temos instrumentos que se voltam para medir comportamento, entender o repertório vocabular, mensurar a questão cognitiva e o repertório de memória do sujeito. A avaliação implica, sempre, na relação entre quem avalia (avaliador ou avaliadores) e quem é avaliado, cabendo ao(s) primeiro(s) apreciar, refletir, analisar determinados aspectos - o que será avaliado - considerados como significativos. Se há avaliação, há julgamento. Esta se processa em um contexto de valorização, o que requer os devidos cuidados com o uso do poder e com a maior ou menor influência da subjetividade no ato de julgar. No processo avaliativo temos vários elementos que contribuem para essa avaliação ser efetivada. A participação do aprendiz/sujeito que, em vez do medo dos resultados, terá interesse em auto avaliar-se, bem como em colaborar no processo avaliativo, na certeza de que ele contribuirá para seu progresso é fundamental. Assim como a participação da família e a escolha cuidadosa de procedimentos e dos instrumentos. Este processo deve ser amplo, mas mantendo o foco nas esferas afetadas pelo transtorno do neurodesenvolvimento [cognitivo; global (TEA); comunicacional; motor] para que haja um direcionamento adequado do tratamento e da formulação do Projeto Terapêutico Singular (PTS), ou seja, uma intervenção futura. 1 A avaliação comportamental envolve a coleta e a análise de informações de dados, a fim de identificar e descrever o comportamento-alvo, possíveis causas para o comportamento, selecionar estratégias de tratamento adequadas para modificar o comportamento e avaliar os resultados do tratamento. Por meio da avaliação comportamental temos etapas a serem seguidas: a triagem inicial, para esclarecer o problema e determinar quem deveria tratá-lo; a linha de base ou de avaliação pré-programa; a fase de tratamento e a fase de acompanhamento. Para elucidar, dentro das etapas, inserido na triagem está a avaliação do sujeito, o repertório, os comportamentos apresentados e a observação direta, na qual, o foco é o comportamento. Na linha de base, avaliamos o comportamento-alvo, que está sendo apresentado ou considerado antecedentes, o ambiente e as consequências. E, desenvolvendo por meio da linha de base observa-se um perfil a ser atingido, ou seja, é preciso traçar um plano interventivo, a fim de, minimizar esse comportamento. E, por fim, acompanha-se essa intervenção que é realizada para determinar se as melhoras alcançadas durante o tratamento se mantiveram depois do término do programa. No interior da avaliação comportamental observa-se os comportamentos da criança de forma mais estruturada, estabelecendo condições do ambiente para examinar se e de que maneira a criança responde a determinados estímulos. Organiza-se conjuntos de atividades e demandas a serem apresentadas para a criança e observa/registra-se o desempenho dela. Considera-se os diferentes ambientes em que a criança vive e compreende-se as variáveis que podem interferir no ambiente. Dessa forma, os procedimentos de avaliação comportamental para coletar informações, a fim de definir e monitorar comportamentos-alvo, se dividem em três categorias: indiretos, diretos e experimentais. Na forma indireta, eles não demandam muito tempo, precisam de observações relevantes e as memórias podem ser imprecisas. Na forma direta, há uma maior precisão nas informações obtidas e as observações são mais detalhadas. Por fim, a experimental que revela os antecedentes e os consequentes que controlam o comportamento-problema. 2
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