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1 ETAPA 1 Os Propósitos da Atividade Extensionista 2 # OBJETIVANDO O DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL:“NOSSO FUTURO COMUM” 3 O QUE SÃO ATIVIDADES EXTENSIONISTAS Segundo a Constituição Federal do Brasil de 1988, é imprescindível que as universidades brasileiras cultivem três aspectos inseparáveis: ensino, pesquisa e extensão. Esses elementos, quando trabalhados em conjunto por professores, estudantes e pesquisadores, resultam em uma educação e desempenho universitários que se baseiam no compromisso social e na disseminação do conhecimento. Este tripé é um preceito constitucional que rege as universidades brasileiras e ajuda a definir o seu papel perante a sociedade. Ele aparece no artigo 207 da Constituição Federal, que diz que as universidades precisam obedecer ao “princípio de indissociabilidade entre ensino, pesquisa e extensão”, como segue: Ensino: Refere-se ao processo de transmissão de conhecimento dos professores para os alunos. É uma parte fundamental da universidade, onde os alunos aprendem sobre várias disciplinas e adquirem habilidades que os preparam para suas futuras carreiras. Pesquisa: Este é o processo de investigação e descoberta. Professores, alunos e pesquisadores trabalham juntos para explorar novas ideias, fazer perguntas e buscar respostas. A pesquisa é vital para o avanço do conhecimento e muitas vezes contribui para inovações importantes em vários campos. Extensão: Este termo se refere à aplicação prática do conhecimento e das habilidades adquiridas na universidade para beneficiar a comunidade mais ampla. A extensão pode assumir muitas formas, incluindo, mas não se limitando a, projetos de serviço comunitário, programas de educação para adultos e parcerias com empresas locais. As atividades de extensão são práticas acadêmicas que buscam estabelecer uma relação transformadora entre universidade e sociedade. Elas são fundamentadas na troca de saberes e visam à produção e à difusão de conhecimentos aplicados, contribuindo para o desenvolvimento integral do indivíduo e da comunidade. Essas atividades são caracterizadas pela interação dialógica e pela aplicação prática do conhecimento gerado na universidade. Elas podem assumir diversas formas, incluindo projetos de serviço comunitário, programas de educação continuada, eventos culturais, 4 entre outros. A extensão universitária é considerada um dos pilares do ensino superior, juntamente com o ensino e a pesquisa. Ela é vista como um meio de integrar a universidade à comunidade, permitindo que o conhecimento acadêmico seja aplicado para resolver problemas práticos e promover o desenvolvimento social. Figura 1 – Interação dialógica Fonte: UFBRA, 2024. Em termos teóricos, as atividades de extensão são vistas como uma forma de “aprendizado-serviço”, onde os estudantes aplicam o que aprenderam em sala de aula para atender às necessidades da comunidade. Isso permite que os estudantes ganhem experiência prática, enquanto também contribuem para o bem-estar da sociedade. As atividades extensionistas buscam promover o diálogo e a interação entre a academia e diferentes segmentos da sociedade. Elas são fundamentais para que a universidade cumpra sua função social, não como uma “boa ação” cidadã, mas como um conjunto de ações integradas e como um processo acadêmico-científico, com rigor estrutural, padronização de conceitos e normas, planejamento, com objetivos e metas e com avaliação de seus resultados e impactos sociais. A extensão universitária desempenha um papel crucial na construção de pontes entre a academia e a sociedade, promovendo a troca de conhecimento, a inclusão social e o desenvolvimento humano. É uma manifestação tangível do compromisso das instituições de ensino superior com o bem-estar coletivo e o progresso sustentável. A extensão universitária é uma prática educativa que sempre esteve associada às universidades. Por meio dela é possível diagnosticar problemas e características sociais, de forma a criar projetos capazes de mitigar as dificuldades e de se encaixar na realidade das pessoas da comunidade. 5 CURRICULARIZAÇÃO DA EXTENSÃO A curricularização da extensão é o processo de tornar as atividades de extensão parte obrigatória da carga horária dos cursos de graduação. Esse processo é regulamentado pela Resolução nº 7, de 18 de dezembro de 2018, do Ministério da Educação (MEC), Conselho Nacional de Educação (CNE) e Câmara de Educação Superior (CES). A curricularização da extensão é um processo muito importante no contexto educacional. Aqui estão alguns detalhes: Definição: A curricularização da extensão é o processo de inclusão de atividades de extensão no currículo dos cursos, considerando a indissociabilidade do ensino e da pesquisa. Ela também pode ser chamada de integralização da extensão. Origem Legal: A fonte legal desse novo dever dos cursos de graduação é o Plano Nacional de Educação (PNE) 2014-2024, também conhecido como a Lei nº 13.005, de 25 de junho de 20142. Esse documento estabelece uma série de normas para regulamentar a educação brasileira, atendendo à exigência do art. 214 da Constituição Federal de 19882. Resolução CNE/CES nº 7: Em dezembro de 2018 foi homologada a Resolução CNE/CES nº 7, que regulamenta as atividades de extensão na educação superior brasileira. A partir dessa data, começou a correr o prazo para que as instituições de educação superior (IES) promovam a curricularização da extensão. Carga Horária: As atividades de extensão devem compor, no mínimo, 10% (dez por cento) do total da carga horária curricular estudantil dos cursos de graduação. Tipos: Programas, projetos, cursos, oficinas, eventos ou prestação de serviços, os quais deverão fazer parte da matriz curricular dos cursos. Presencialidade: Nos cursos superiores a distância, as atividades de extensão devem ser feitas presencialmente na região do polo de apoio onde o estudante está matriculado, seguindo as regulamentações da educação a distância. 6 Benefícios: A curricularização da extensão tem benefícios amplos. Ela procura situar o ensino como catalisador de mudança social, pode melhorar o engajamento dos alunos e servir de estratégia de marketing educacional. CONSTRUINDO OS PROPÓSITOS DA PRÁTICA EXTENSIONISTA A necessidade de integrar o ambiente acadêmico a diversos contextos, visando a conscientização e a interação com diferentes realidades, tem sido discutida em fóruns nacionais e internacionais desde o século XX. Nesse percurso, a ideia de “extensão acadêmica” surgiu com propostas focadas na expansão dos ambientes de ensino para além das escolas, buscando uma conexão mais evidente com a comunidade e a socialização de recursos físicos, conceituais e tecnológicos gerados no ambiente acadêmico para benefício coletivo e da sociedade. O desenvolvimento do ideário extensionista foi consolidado constitucionalmente e ganhou corpo com iniciativas de diversos pensadores. Essas iniciativas promoveram a reorganização da aplicação do conhecimento em benefício de todos, culminando em uma abordagem social mais eficiente e assertiva no final dos anos 80 e início dos 90. Influenciado por pesquisas sobre a Escola da Ponte (Portugal) e práticas libertadoras de ensino (Paulo Freire e outros), observou-se uma lógica “ativa” de ensino. Este mecanismo metodológico visa tornar o aluno um indivíduo mais consciente de sua responsabilidade no processo colaborativo de conhecimento e em sua contribuição para a melhoria das condições de sua região. Assim, a transmissão do conhecimento evoluiu de uma abordagem passiva para uma abordagem ativa, facilitada por ferramentas mais atuais e contextualizadas à comunidade. Isso resultou em uma formação estudantil mais democratizada e protagonista de seu meio. VERIFICAÇÃO DE LEITURA 1 Agoraque você já estudou os propóstitos das atividades extensionistas, é hora de realizar a atividade de verificação de leitura. Não vale nota, mas vale aprendizado e te libera para a Etapa 2, tá? 7 REFERÊNCIAS BRASIL. Constituição de 1988. Disponível em: https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Constituicao.htm. Acesso em: 18 abr. 2024. _______. Resolução n. 7, de 18 de Dezembro de 2018. Disponível em: https://www.in.gov.br/materia/-/asset_publisher/Kujrw0TZC2Mb/content/id/55877808.Acesso em: 18 abr. 2024. GONÇALVES, N. G.: QUIMELLI, G.A.S.(Orgs). Princípios da extensão universitária: contribuições para uma discussão necessária. Curitiba: CRV, 2020. MELLO, C. M; NETO, J.R. M.A; PETRILLO, R.P. Curricularização da Extensão Universitaária - Teoria e Prática. Rio de Janeiro: Processo, 2022. https://www.in.gov.br/materia/-/asset_publisher/Kujrw0TZC2Mb/content/id/55877808
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