Buscar

Geografia_Regional_do_Brasil

Prévia do material em texto

UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ
INSTITUTO DE FILOSOFIA E CIÊNCIAS HUMANAS
FACULDADE DE GEOGRAFIA E CARTOGRAFIA
CURSO DE LICENCIATURA E BACHARELADO EM GEOGRAFIA COM
ÊNFASE EM DESENVOLVIMENTO TERRITORIAL RURAL
DISCIPLINA: GEOGRAFIA REGIONAL DO BRASIL
PROFESSOR: Me. ALAN NUNES ARAÚJO
OS QUATROS BRASIS
O Centro-Oeste e suas particularidades 
Jessiane da Silva Morais
Eder Cardoso de Souza
Ricardo José Caixas Luz
Lucilene de Souza Silva
UFPA/2017
Introdução
O referido trabalho é parte do processo de formação acadêmica do curso de licenciatura e bacharelado em geografia com ênfase em desenvolvimento territorial rural (PRONERA), o qual está inserido a disciplina Geografia Regional do Brasil, conduzida pelo docente: Me. Alan Nunes Araújo. O mesmo abordará sobre os “Quatros Brasis” de Milton Santos e Maria Laura Silveira, dando ênfase ao processo de regionalização do Brasil, precisamente a região Centro-Oeste e suas Particularidades,
Contextualização
 A Revolução Técnico – Científico – Informacional ou Terceira Revolução Industrial entrou em vigor na segunda metade do século XX, principalmente a partir da década de 1970, quando houve uma série de descobertas e evoluções no campo tecnológico. Essa revolução é um dos principais combustíveis para o desenvolvimento do capitalismo moderno e especialmente do processo de globalização que visa uma flexibilidade de informações, além de um acelerado dinamismo no fluxo de capitais e mercadorias. 
 A região Centro-Oeste segundo a regionalização do Brasil de Milton Santos, inclui os Estados de Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Tocantins (Distrito Federal); é a segunda maior em extensão territorial do País, onde é a menos populosa e possui a segunda menor densidade demográfica. Esta região, apresenta algumas concentrações urbanas e grandes vazios demográficos, a mesma faz é a única que faz fronteira com todas as demais regiões, a mais interiorana do país, sendo a única que não possui litoral. 
Mapa 01: Brasil: Divisão Regional de Milton Santos
Fonte 1. http://ghe.editorasaraiva.com.br/navitacontent_/userFiles/File/Geografia_homem_espaco/ pt.Wikipedia.org
Nas extensas regiões cobertas por cerrados, os solos são ácidos, pobres em nutrientes e com altas concentrações de alumínio. No Sudoeste de Goiás e oeste de Mato Grosso do Sul, o solo é fértil, propício à uma agricultura globalizada, isto é, moderna, mecanizada e produtiva (grandes extensões de campos de soja). Com um clima tropical semiúmido, os verões são quentes e chuvosos e o inverno é frio e seco. Sendo o norte de Mato Grosso e o Estado de Tocantins, tendo o clima Tropical; sua cultura é bem diversificada com elementos da cultura indígena dos imigrantes bolivianos, paulistas, mineiros, gaúchos e paraguaios.
Esta região, vem sofrendo fortes influencias do grande capital mundial, através de interesses financeiros das grandes corporações transnacionais e dos principais consumidores mundial; causando a população local desigualdade socioeconômica e impactos ambientais. O Estado de Goiás, sendo visto, até pouco tempo, como espaço de produção natural. Contudo, o novo urbano que se instalou é fruto da revolução científico-técnica que redescobrindo o cerrado, abre as portas para uma agricultura moderna, um consumo diversificado e ao mesmo tempo uma nova fase da urbanização; nesse contexto o Centro-Oeste, terá sua visibilidade no cenário econômico por se caracterizar como grande produtor de gêneros alimentícios dos quais dinamiza sua economia.
Objetivos 
Tal estudo tem o objetivo de analisar a Divisão Regional, Segundo Milton Santos e o critério utilizado pelo mesmo; fazendo recorte da região Centro-Oeste, apresentando suas características e particularidades. Concluindo com uma breve comparação das principais propostas de Divisões: Divisão Regional do IBGE Oficial, do geógrafo Pedro Pinchas Geiger e do autor em discursão. 
“ Os quatros Brasis”
Surge através de Santos e Silveira (2001) uma nova forma de regionalização do Brasil “Os Quatro Brasis”, que tem como tem como principal critério de analise a atuação do meio técnico científico-informacional no território, assim como a relação desta com as heranças do passado. Essa divisão estabelece quatro regiões: Amazônia, Nordeste, Centro-Oeste e Região Concentrada.
A Região Centro-Oeste segundo Santos (2001) emerge como área de ocupação periférica, porém possui uma agricultura modernizada altamente mecanizada, subordinada as necessidades das firmas que tem sede na Região Concentrada; uma mudança nessa região em relação a divisão oficial é que coloca o Estado de Tocantins (oficialmente da região Norte). 
Como expõe Santos e Silveira (2001).
 [...] Os produtos da agricultura globalizada – Soja, milho, algodão, arroz – são cultivadas numa área que abriga as maiores densidades de mecanização agrícola (um trator para cada 8,8 habitantes agrícolas, uma máquina de colheita para cada 54,7 habitantes agrícolas), o maior consumo de fertilizantes e defensivos agrícolas e a utilização de tecnologia de ponta, como a agricultura de precisão. Beneficiada pelo valor relativamente baixo da terra, ela consegue também diminuir seus custos de trabalho com altos graus de capitalização em fixos e fluxos. [...]. (p. 271)
Nesse contexto de irradiação da globalização, faz-se necessário para essa região diversos estímulos em financiamentos do governo e investimentos internacionais para o escoamento da produção agrícola local, como exemplo tem-se: ferro Norte com o projeto que pretende interligar Cuiabá a rede ferroviária do Estado de São Paulo e a Hidrovia Tietê-Paraná, permitirá o escoamento da produção da região. Uma outra parte dessa ferrovia, está prevista estende-la até Santarém, no Pará e Porto Velho em Rondônia. Tendo assim, através de projetos engenharias um aumento gradativo da exportação agrícola.
Principais propostas de regionalização
As três principais regionalizações: a macrorregião, o complexo regional e o meio-técnico-científico-informacional: a divisão por macrorregião foi organizada pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) e é adotada como oficial do Brasil.
Mapa 02: Brasil: Divisão Regional do IBGE
Fonte 2. pt.Wikipedia.org
Nessa divisão é estabelecida uma divisão político-administrativa em 5 regiões: Norte, Nordeste, Centro-Oeste, Sudeste e Sul. Essa divisão político-administrativa tem o objetivo de juntar os Estados com maior semelhança a fim de facilitar sua administração e criação de políticas públicas do governo federal que estimule o desenvolvimento na região.
Outra divisão regional foi elaborada pelo geógrafo Pedro Pinchas Geiger no ano de 1967 e é nomeada de regiões geoeconômicas ou complexos regionais.
Mapa 03: Brasil: Divisão Regional Segundo o Geografo Geiger
 Fonte 3. pt.Wikipedia.org
Essa divisão estabelece três regiões: Amazônia, Nordeste e Centro-Sul. Esta proposta tem como critério os aspectos socioeconômicos, históricos e ambientais. Nessa proposta é desconsiderada a fronteira estadual tendo os limites das regiões de Geiger cortando os estados. Por exemplo o norte de Minas Gerais e de Espírito Santo são inseridos na região nordeste. O sul do Mato Grosso e de Tocantins são inseridos no Centro-Sul. O motivo dessa desconsideração é que as divisas do estado não coincidem com as dinâmicas econômicas.
Considerações Finais
As peculiaridades das principais divisões regionais, tendo como base de estudo a Divisão Regional de Santos e Silveira (2001), observa-se que a mesma compreende a realidade acerca dos espaços que se adaptam as exigências do mercado econômico, das ações políticas e culturais fruto da globalização, e aqueles que pouco conseguem incorporar essas inovações. Onde, através dessa regionalização é possível perceber um desenvolvimento da configuração territorial, que se reflete também num desenvolvimento do sistema de transporte, de telecomunicações e que não ocorre de forma homogênea nas regiões; principalmente é notório que a Região Centro-oeste é a que semodifica nas três regionalizações do brasil, devido sua especificidade ambiental, social e econômica; cada autor regionalizou esta região de acordo com seus critérios, havendo assim incompatibilidade nas divisões.
 Logo é visível que a questão regional assumiu uma importância ainda maior, devido a introdução da globalização de diversas maneiras nos territórios. E a partir da proposta, de Milton Santos teremos um Brasil ligado por redes. Novos fixos e fluxos reordenaram a função do espaço. Um espaço cujas ações concretas não resultam do contexto local somente, mas de uma amplitude que articula ações local, regional e global. 
Referências bibliográficas:
SANTOS, M.; SILVEIRA, M. L. O Brasil: território e sociedade no início do século XXI. Rio de Janeiro/São Paulo: Record, 2001.
SANTOS, Milton. Por uma outra globalização. SP: 2001.
_. Política e Território: a Geografia das Desigualdades. Disponível em www.territorial.org.br/material/Politica. Acesso em 5 julho. 2017.
_. IBGE: Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. www.ibge.gov.br. Acesso em 6 de julho de 2017
_. http://basegeografica.blogspot.com.br/2010/09/regionalizacao-brasileira.html. Acesso em 5 de julho de 2017.
image1.jpg
image2.jpeg
image3.jpeg
image4.jpeg

Continue navegando