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ESTRATÉGIA CARREIRA JURÍDICA Criminologia - Prof. Diego Pureza Sumário Introdução ...................................................................................................................................................... 2 SISTEMAS DE PREVENÇÃO DO DELITO NO ESTADO DEMOCRÁTICO DE DIREITO ............................................ 3 Prevenção Primária ..................................................................................................................................... 3 Prevenção Secundária ................................................................................................................................. 4 Prevenção Terciária ..................................................................................................................................... 5 MODELOS DE REAÇÃO AO DELITO .................................................................................................................. 8 Modelo Clássico, Retributivo ou Dissuasório ............................................................................................... 8 Modelo Ressocializador ............................................................................................................................. 10 Modelo Integrador, Restaurador, Consensual de Justiça Penal, Justiça Negociada, Consensual de Justiça Penal ou Justiça Restaurativa .................................................................................................................... 10 TEORIAS LEGITIMADORAS DA PENA ............................................................................................................. 13 Teorias Absolutas ou Retributivas ............................................................................................................. 13 Teorias Relativas, Preventivas ou Utilitaristas ........................................................................................... 15 Prevenção Geral ............................................................................................................................................................. 16 Prevenção Especial ......................................................................................................................................................... 17 Teoria Mista, Eclética, Unificadora ou Unitária ......................................................................................... 18 PROCESSOS DE CRIMINALIZAÇÃO ................................................................................................................. 19 Criminalização Primária ............................................................................................................................ 19 Criminalização Secundária ........................................................................................................................ 19 Resumo Estratégico ...................................................................................................................................... 20 Considerações Finais ..................................................................................................................................... 23 Questões Comentadas .................................................................................................................................. 24 Lista de Questões .......................................................................................................................................... 39 ESTRATÉGIA CARREIRA JURÍDICA Criminologia - Prof. Diego Pureza cj.estrategia.com | 48 2 48 Gabarito ........................................................................................................................................................ 48 INTRODUÇÃO Prezado(a) aluno(a), dando sequência ao nosso curso, trabalharemos nesta aula todos os assuntos que relacionam a Criminologia e o Estado Democrático de Direito. Assunto por vezes desorganizado em editais e livros, nesta aula todos os temas serão devidamente sistematizados e apresentados de forma direta e objetiva conforme tem sido o maior interesse das bancas de concursos públicos. Ao final, é importante conjugar a teoria com a resolução de exercícios – sempre se atentando aos comentários em cada questão. Após superar as questões, você perceberá que com métodos de revisão este tema estará entre os seus pontos de segurança em qualquer concurso público! Aliás, vale frisar que é tema previsto em QUALQUER EDITAL de concurso público que venha exigir a Criminologia. Bons estudos! Diego Luiz Victório Pureza Advogado e Professor de Criminologia, Direito Penal, Direito Processual Penal e Legislação Penal Especial. Pós-graduado em Ciências Criminais; em Docência do Ensino Superior; e em Combate e Controle da Corrupção: Desvios de Recursos Públicos. Aprovado no X Exame de Ordem ainda quando cursava o 9º semestre da faculdade de Direito, e aprovado em outros 9 concursos, sendo 4 deles em 1º lugar. Autor de obras jurídicas voltadas para a preparação em concursos públicos. Palestrante e autor de diversos artigos jurídicos. Prof. Diego Pureza @prof.diegopureza https://www.youtube.com/channel/UC0mobDStFTRpmjxs0VwW7qw?view_as=subscriber https://www.instagram.com/prof.diegopureza/ ESTRATÉGIA CARREIRA JURÍDICA Criminologia - Prof. Diego Pureza cj.estrategia.com | 48 3 48 SISTEMAS DE PREVENÇÃO DO DELITO NO ESTADO DEMOCRÁTICO DE DIREITO Prevenção Criminal consiste no conjunto de ações (públicas ou privadas), destinadas a impedir a prática de crimes, afetando direta ou indiretamente o delito, seja por meio de políticas sociais (indiretamente), seja por meio de políticas criminais (diretamente) responsabilizando o criminoso com sanções penais adequadas. Ao longo da história, diversos sistemas que visavam evitar ou combater a criminalidade foram sendo desenhados, alguns com mais, outros com menos sucesso nesse intento. O mais importante é destacar a função da prevenção criminal fundada em um Estado Democrático de Direito. Na vigência de um Estado Democrático de Direito, a criminologia e a política criminal possuem como norte a orientação prevencionista (afastando ao máximo o caráter punitivista), vez que o interesse se volta a prevenir o crime e não em propriamente puni-lo. Além disso, as atuais políticas públicas preventivas de Segurança Pública devem priorizar a prevenção de crimes de forma integralizada com todos os entes federativos (art. 144 da CF). Nesse sentido, nos interessa para fins de concurso o estudo da chamada dimensão clássica dos sistemas preventivos da criminalidade. Será importante perceber que essa classificação utiliza diversos critérios, tais como: ➢ Grau de relevância etiológica de programas de prevenção ao delito; ➢ Destinatários dos programas preventivos (quem são os protagonistas); ➢ Instrumentos e mecanismos utilizados na prevenção da criminalidade; ➢ Qual o âmbito e finalidades almejadas. A partir daí, podemos classificar os sistemas de prevenção em Prevenção Primária, Secundária e Terciária, cuja compatibilidade os tornam complementares entre si. Estudaremos cada um em tópicos apartados a seguir. PREVENÇÃO PRIMÁRIA É considerado por muitos como a prevenção genuína, por excelência, já que se propõe em atuar sobre as causas do delito. ESTRATÉGIA CARREIRA JURÍDICA Criminologia - Prof. Diego Pureza cj.estrategia.com | 48 4 48 É importante destacar que fatores externos ao criminoso podem influenciar ou criar o ambiente propício para a criminalidade. Não como fatores decisivos, mas é inegável a influência de tais fatores. Estamos falando de diversos valores que em um Estado Democrático de Direito representam direitos e garantias fundamentais de todo cidadão (que, na prática, sabemos que apenas parcela minoritária acaba por receber do Estado boa parte doprovimento desses direitos), tais como o direito à vida, a educação, ao lazer, saúde, segurança, trabalho, moradia, etc. É justamente por esse motivo que é correto afirmarmos que a prevenção primária incide sobre as causas do delito, pois a sua finalidade é a concretização de direitos fundamentais de todos. A ideia é que quanto menor for a desigualdade social, mais eficiente será a prevenção da criminalidade. Com isso, podemos destacar como principais características das Prevenção Primária: ➢ Possui como destinatário toda a população: demandando investimentos de alto custo e exigindo paciência para a percepção dos resultados positivos; ➢ São responsáveis pela concretização os administradores públicos: Presidente da República, Governadores e Prefeitos são exemplos de responsáveis incumbidos pela concretização da Prevenção Primária, devendo incidir sobre as raízes do problema; ➢ Visa garantir a concretização de direitos fundamentais como forma de diminuir a desigualdade social; ➢ Exige o protagonismo do Estado, com exceção do Sistema Criminal de Justiça; ➢ Trata-se de instrumento preventivo de médio a longo prazo. Exemplo: a concretização de ensino público de qualidade e garantia de vagas no mercado do trabalho podem reduzir drasticamente que o cidadão seja cooptado para a criminalidade, especialmente por ter alcançado conhecimento e ter acesso ao mercado de trabalho. PREVENÇÃO SECUNDÁRIA É a forma de prevenção mais presente nas ações estatais, especialmente pelas forças de segurança pública. Caracteriza-se pela incidência na iminência do crime ou em momento logo posterior, conduzindo a atenção e forças para o momento e local em que o crime é praticado. Importante destacar que o foco da Prevenção Secundária recai sobre setores sociais que mais podem sofrer com a criminalidade, e não sobre o criminoso propriamente dito, relacionando-se com ações policiais, programas de apoio e controle das comunicações, dentre outros instrumentos seletivos de curso a médio prazo. ESTRATÉGIA CARREIRA JURÍDICA Criminologia - Prof. Diego Pureza cj.estrategia.com | 48 5 48 Vale destacar as principais características da Prevenção Secundária: ➢ Possui como foco regiões e grupos sociais considerados vulneráveis e com maior probabilidade para a criminalidade; ➢ Se traduz em prevenção e combate à criminalidade: a mera presença de uma viatura policial poderá ter a força de inibir a prática de crimes e, em se tratando da prática de crimes, as forças policiais poderão combate-los evitando um mal maior – a partir desta noção, se conclui que o aumento do efetivo policial, reaparelhamento das polícias, políticas públicas dirigidas a grupos de risco ou vulneráveis (alcoólatras, usuários de drogas, vítimas de violência doméstica e familiar, dentre outros), são exemplos de fortalecimento de políticas de Prevenção Secundária; ➢ Visa prevenir a prática de crimes em sua iminência ou diante de sua prática; ➢ Exige protagonismo do Estado, especialmente com enfoque nas forças de segurança pública e Sistema de Justiça Criminal; ➢ Trata-se de instrumento de curto a médio prazo. Exemplos: circulação de viaturas policiais em bairros considerados perigosos; utilização de meios de comunicação (rádios, TV, etc.), para informar a população sobre regiões e horários com forte incidência de crimes violentos, etc. PREVENÇÃO TERCIÁRIA A Prevenção Terciária se instrumentaliza na fase de Execução da Pena sobre o condenado, ostentando caráter punitivo e ressocializador, cuja finalidade é evitar a prática de novos crimes (busca evitar a reincidência). Assim como a Prevenção Secundária, a presente modalidade trabalha diretamente com mecanismos do Direito Penal e da Política Criminal. Já parte do fracasso do Estado, pois pressupõe que alguém já tenha praticado crime (Estado fracassou na prevenção) e que seja condenado definitivamente. A partir daí, conforme destacado, tratar-se-á de mera prevenção de reincidências, se revelando, na prática, extremamente ineficiente. ESTRATÉGIA CARREIRA JURÍDICA Criminologia - Prof. Diego Pureza cj.estrategia.com | 48 6 48 Cuidado! A aplicação da Prevenção Terciária não se resume ao cumprimento da pena privativa de liberdade, motivo pelo qual a conceituamos acima de modo amplo, incidindo sobre toda a fase de execução da pena. Com isso, falamos em Prevenção Terciária diante da aplicação de qualquer mecanismo estatal a título de pena ou de medida ressocializadora, que visa direta ou indiretamente conduzir o condenado futuramente ao convívio social, ou seja, aplicação de pena privativa de liberdade ou penas restritivas de direito (penas alternativas). Exemplos: condenado que cumpre pena privativa de liberdade (reclusão); Condenado que cumpre o pagamento de prestação de serviços comunitários e pagamento de cestas básicas como pena alternativa, etc. Em síntese: •Incide sobre as causas do problema (desigualdade social e concretização de direitos fundamentais); •Destinatários: toda a população; •Protagonista: todo o aparelho estatal, com exceção da Justiça Penal; •Prevenção de médio a longo prazo Prevenção Primária •Incide sobre setores mais vuneráveis à criminalidade; •Protagonistas: Estado, com ênfase em órgãos de segurança pública (policiamento) e meios de comunicação; •Prevenção de curto a médio prazo Prevenção Secundária •Incide sobre detentos e condenados a penas alternativas; •Visa evitar a reincidência, já que pressupoe a condenação definitiva de crime Prevenção Terciára ESTRATÉGIA CARREIRA JURÍDICA Criminologia - Prof. Diego Pureza cj.estrategia.com | 48 7 48 (VUNESP – PC/BA-Delegado – 2018) Assinale a alternativa que contém um exemplo de prevenção de infrações penais preponderantemente primária: a) Construção de uma praça com equipamentos de lazer em uma comunidade com altos índices de criminalidade e de vulnerabilidade social com o fim de evitar que jovens daquele local, em especial em situação de risco, envolvam-se com a criminalidade. b) Projeto Começar de Novo, que visa devolver aos cumpridores de pena e egressos a autoestima e a cidadania suprimidas com a privação de sua liberdade, por meio de ações de caráter preventivo, educativo e ressocializador, atuando, assim, na humanização, a fim de que referido público valorize a liberdade e passe a fazer escolhas melhores em sua vida, evitando o retorno ao cárcere. c) Implementação de sistemas de leitores óticos de placas de veículos nas ruas e avenidas da cidade de Salvador para identificação de veículos relacionados a algum tipo de crime. d) Bloqueio que impeça a ativação e utilização de aparelhos de telefonia celular subtraídos do legítimo proprietário por meio de uma conduta criminosa. e) Melhoria de atendimento pré e pós-natal a todas as gestantes de uma determinada cidade com a finalidade de reduzir os índices criminais no município. RESOLUÇÃO: A) exemplo de prevenção secundária. B) exemplo de prevenção terciária. C) exemplo de prevenção secundária. D) exemplo de prevenção secundária. E) eis a alternativa correta com exemplo de prevenção primária, especialmente por atuar na concretização de direitos fundamentais. Gabarito: E ESTRATÉGIA CARREIRA JURÍDICA Criminologia - Prof. Diego Pureza cj.estrategia.com | 48 8 48 MODELOS DE REAÇÃO AO DELITO Uma das maiores preocupações do nosso atual Estado Democrático de Direito está concentrada na forma de reação ao crime. Sendo assim, o programa adotado para controlar a criminalidade (Política Criminal) deve conter medidas oportunas e pertinentes, capazes de alcançar a composição do conflito social. Em síntese, a prática de um delito provoca inevitavelmente impactos na sociedade. A sociedade, por sua vez, representada pelo Estado, apresentará reações ao delito (respostas podendo visar punição, prevenção ou restauração do conflito). Nesse sentido,três modelos de reação ao delito disputam atenção: Modelo Dissuasório, Modelo Ressocializador e Modelos Restaurador (Justiça Restaurativa). Vejamos: MODELO CLÁSSICO, RETRIBUTIVO OU DISSUASÓRIO Fruto da Escola Clássica, possui como base a punição do delinquente que, por sua vez, deve ser intimidatória e proporcional ao dano causado. Paga-se o mal causado pelo criminoso com o mal da punição estatal (retribuição). A ideia é que com a retribuição, a pena passaria a ostentar caráter dissuasório, intimidando psicologicamente os demais membros da sociedade a não delinquirem com base no medo pelo castigo. São protagonistas desse modelo: o Estado e o delinquente (a sociedade e a vítima são alocadas em posições secundárias, por vezes esquecidas). Cumpre destacar que o Modelo Retributivo não se preocupa com a ressocialização do delinquente ou mesmo com a possibilidade de reparação dos danos suportados pela vítima, limitando-se no caráter punitivo. ESTRATÉGIA CARREIRA JURÍDICA Criminologia - Prof. Diego Pureza cj.estrategia.com | 48 9 48 Atenção! Apesar de aparentemente severo, as sanções penais em tal modelo são aplicadas somente aos imputáveis1 e semi-imputáveis2, sendo que os inimputáveis3 são submetidos a tratamento psiquiátrico. Este tema já foi cobrado em concursos públicos em mais de uma oportunidade, valendo destacar questão que abordou as principais características do Modelo Dissuasório: (VUNESP – PC/SP-Investigador – 2014) O modelo de resposta ao delito que foca na punição do criminoso, proporcional ao dano causado, mediante um Estado atuante e intimidatório, denomina-se: a) padrão consensual. b) modelo ressocializador. c) modelo segregador. d) padrão associativo. e) modelo dissuasório. RESOLUÇÃO: 1 Sujeitos providos de capacidade de entendimento e autodeterminação, passíveis, portanto de responsabilização penal. 2 Sujeitos providos de parte da capacidade de entendimento e autodeterminação, podendo ser condenados criminalmente. Todavia, a depender do grau de capacidade, o julgador poderá substituir a pena privativa de liberdade por medida de segurança. Além disso, importante destacar que na Criminologia os semi-imputáveis são também chamados de criminosos fronteiriços, justamente por possuírem capacidade de entendimento e autodeterminação na fronteira entre a lucidez e a insanidade. 3 Sujeitos completamente desprovidos de qualquer capacidade de entendimento e autodeterminação. ESTRATÉGIA CARREIRA JURÍDICA Criminologia - Prof. Diego Pureza cj.estrategia.com | 48 10 48 Perceba que o enunciado destaca as principais características do modelo dissuasório: pena com a finalidade na punição do criminoso; pena proporcional ao dano causado; e, Estado intimidador. Gabarito: E MODELO RESSOCIALIZADOR Modelo que segue em caminho diametralmente oposto ao anterior, apresenta a pena com caráter utilitário, visando a reinserção social do condenado (prevenção especial positiva), afastando o caráter retributivo- castigador da pena. Justamente por intervir na pessoa do delinquente positivamente, é considerado pela doutrina como o modelo humanista de reação ao delito. Segundo o presente modelo, a participação da sociedade no processo de ressocialização é fundamental, especialmente visando afastar estigmas e preconceitos (que, para alguns, é fator criminógeno). MODELO INTEGRADOR, RESTAURADOR, CONSENSUAL DE JUSTIÇA PENAL, JUSTIÇA NEGOCIADA, CONSENSUAL DE JUSTIÇA PENAL OU JUSTIÇA RESTAURATIVA Para a correta compreensão da Justiça Restaurativa (muito cobrada em concursos públicos, especialmente por se tratar de atual tendência de política-criminal), é necessário estabelecer suas premissas básicas: ➢ Apresenta novos protagonistas do conflito criminal: Vítima e Delinquente (“Dupla Penal”). Acredita-se que como a solução virá das partes legítimas, as chances de pacificação social seriam elevadas; ➢ Visa restabelecer o status quo ante do conflito criminal por meio de acordo, assistência à vítima e reparação do dano: parte da ideia de que, ao submeter os “protagonistas” a um acordo capaz de reparar os impactos da conduta criminosa sobre a vítima, ambas as partes conseguiriam retornar simbolicamente a momento anterior ao crime (momento em que o delinquente ainda não praticada o delito e a vítima ainda não fora atingida). Logo, se alcançaria o restabelecimento da ordem e da paz social; ➢ A reparação do dano gera a sua restauração. ESTRATÉGIA CARREIRA JURÍDICA Criminologia - Prof. Diego Pureza cj.estrategia.com | 48 11 48 Perceba que segundo o modelo ora estudado, o Estado “abriria mão de seu protagonismo”4 no conflito criminal, passando a atuar como mero coadjuvante (conciliador) intermediando acordos entre àqueles que seriam os legítimos protagonistas (vítima e criminoso). Para falarmos em justiça consensual, é necessário o preenchimento dos seguintes requisitos (para a configuração efetiva da chamada Justiça Criminal Negociada): a) Reparação do dano à vítima (compensação ou assistência); b) Assunção da culpa pelo delinquente (de forma confidencial e voluntária); c) Presença de um facilitador (mediador judicial). Importante! a doutrina diverge em relação ao alcance da Justiça Restaurativa diante da natureza e gravidade do crime e da primariedade do delinquente: 1ª Corrente: Defendem a ampla possibilidade de conciliação e mediação do conflito criminal, mesmo para os crimes mais graves e para o delinquente multirreincidente (posicionamento minoritário). 2ª Corrente: Restringem o alcance da incidência da Justiça Restaurativa aos autores primários e a infrações penais de menor gravidade, afastando sua aplicação em relação a delitos mais graves como homicídio, latrocínio, etc. (posicionamento majoritário). Ademais, para a autointitulada criminologia moderna, a tendência da atual política-criminal brasileira é a substituição de pendas privativas de liberdade por penas alternativas, movimento este denominado de descarcerização. Por fim, considerando se tratar de tema já cobrado em provas e concursos, vale a pena destacar que o modelo de Justiça Restaurativa gerou reflexos de aplicação no Brasil. Como exemplos, destacamos: 4 Forçando ignorar o fato de que o Direito de Punir é um poder-dever do Estado. ESTRATÉGIA CARREIRA JURÍDICA Criminologia - Prof. Diego Pureza cj.estrategia.com | 48 12 48 1 – Mecanismos despenalizadores previstos na Lei nº 9.099/95 (Juizado Especial Criminal), tais como a composição civil dos danos e a transação penal; 2 - Resoluções 1999/26, 2000/14 e 2002/12 da ONU, com recomendações para o desenvolvimento da justiça restaurativa nos Estados membros; 3 - Resolução 118/2014 do Conselho Nacional do Ministério Público (Política Nacional de Incentivo à Autocomposição no âmbito do Ministério Público); 4 - Delação premiada prevista no artigo 16, parágrafo único, da Lei 8.137/1990 (crimes tributários); 5 - Núcleos Especiais Criminais pela PC/SP (“NECRIM’s”), dentre outros. Essa tendência e exemplos práticos não raras vezes são também objetos de cobrança em concursos públicos, valendo destacar uma dessas questões: (VUNESP – PC/SP-Investigador – 2014) A reparação dos danos e a indenização dos prejuízos à vítima são vistas pela doutrina como: a) uma importante tendência político-criminal observada na Lei n.º 9.099/95. b) um problema que cabe apenas ao Direito Civil tratar. c) uma teoria que vê a vítima como uma parte autossuficiente no crime. d) algo obsoleto, que não cabe mais sua discussão. e) um fato que serve exclusivamente como base para cálculo da pena do criminoso. RESOLUÇÃO: A “descarcerização” caminha lado a lado com a chamada Justiça Restaurativa, tendo em vista que por meio da negociação entre a Dupla Penal evita-se o cárcere do criminoso. A questão, além de destacar tal tendência, apresenta corretamente exemplo de reflexoda Justiça Negociada (Lei 9.099/95). Gabarito: A ESTRATÉGIA CARREIRA JURÍDICA Criminologia - Prof. Diego Pureza cj.estrategia.com | 48 13 48 TEORIAS LEGITIMADORAS DA PENA Apesar de não ser o único instrumento de controle e combate à criminalidade, a pena é peça fundamental do direito na medida em que a norma penal desatrelada da ideia de sanção não apresenta utilidade prática a justificar sua própria existência. Sendo o principal instrumento de resposta estatal contra a criminalidade, o importante sobre este tema é investigar e entender qual a finalidade da pena. O que se busca ao penalizar um criminoso? Vingança? Castigo? Ressocialização? Terapia? A resposta de tais indagações dependerá da teoria adotada. Para fins de concurso público, importa analisarmos as teorias Absolutas, Relativas e Unificadoras, e, ao final, frisarmos qual a teoria adotada por nosso Código Penal. TEORIAS ABSOLUTAS OU RETRIBUTIVAS Fruto da Escola Clássica e fortemente influenciada pelas filosofias de Kant e Hegel, as Teorias Retributivas buscam retribuir o mal causado pelo delinquente com base em sua culpa moral. Parte do pressuposto de que, uma vez que o sujeito utilizou o livre-arbítrio para praticar o mal, deverá receber também o mal como resposta estatal. A pena passa a se justificar como quia peccatum est (“pune-se porque pecou”). A essência desse pensamento encontra-se na vingança, na retribuição do mal causado pelo delito que antes era promovida pela vítima ou familiares desta (Era da vingança privada), e agora passa a ser exercida pelo Estado. Utilizamos o plural para nos referirmos às “Teorias Absolutas” pois são compostas/divididas em três teorias/vertentes, a saber: a) Teoria da Retribuição Divina (defensores: Stahl e Bekker): o Estado pune o pecado do criminoso se apresentando como um representante da divindade. b) Teoria da Retribuição Moral (defensor: Kant): a pena é imperativo moral de justiça, punindo o criminoso que escolheu o mal com pena igualmente maléfica. O valor de justiça é a Lei de Talião: “olho por olho, dente por dente”. ESTRATÉGIA CARREIRA JURÍDICA Criminologia - Prof. Diego Pureza cj.estrategia.com | 48 14 48 c) Teoria da Retribuição Jurídica (defensor: Hegel e Pessina): considerando que o crime é uma violência contra o Direito, a pena como punição seria a resposta violenta contra tal comportamento, justificando-se como exigência da razão. Ademais, considerando que o criminoso escolhe racionalmente praticar crimes, a possibilidade de receber pena já prevista em lei já estaria compreendida na esfera de escolha do criminoso. Em síntese: Por fim, importante frisar que a retribuição é personalíssima. Em outras palavras, a pena não pode ser cumprida por terceiros, devendo recair exclusivamente sobre o condenado responsável pelo cometimento do crime. Nesse sentido, vale destacar que a Constituição Federal Brasileira de 1988 apresenta reflexos das teorias retributivas (assim como o Código Penal Brasileiro, conforme destacaremos adiante), como medida de justiça na correta aplicação da pena. Cite-se: Artigo 5º, inciso XLV, da CF/88: Teorias Absolutas / Retributivas Teoria da Retribuição Divina (Bekker e Stahl) Estado como representante divino Teoria da Retribuição Moral (Kant) Pena como imperativo moral Teoria da Retribuição Jurítida (Hegel e Pessina) Pena como exigência racional para a afirmação do Direito ESTRATÉGIA CARREIRA JURÍDICA Criminologia - Prof. Diego Pureza cj.estrategia.com | 48 15 48 “Nenhuma pena passará da pessoa do condenado, podendo a obrigação de reparar o dano e a decretação do perdimento de bens ser, nos termos da lei, estendidas aos sucessores e contra eles executadas, até o limite do valor do patrimônio transferido”. (VUNESP – PC/SP – Escrivão – 2013) Assinale a alternativa que apresenta corretamente uma das características da função retributiva da pena, segundo a Teoria Absoluta: a) Analogia: pena independente da gravidade do delito. b) Duração indeterminada: a duração da pena dependerá, dentre outros fatores, do comportamento do apenado. c) Infligibilidade: a pena consistirá em aflição corporal. d) Derrogabilidade: o delito terá, por consequência, uma punição, ainda que injusta. e) Responsabilidade penal individual: a pena não passará da pessoa do condenado. RESOLUÇÃO: De fato, a responsabilidade penal é personalíssima, devendo recair exclusivamente sobre a pessoa do condenado. Trata-se de característica herdada das Teorias Retributivas e que passaram a constar como garantia fundamental na Constituição Federal Brasileira de 1988 (art. 5º, inciso XLV). Gabarito: E TEORIAS RELATIVAS, PREVENTIVAS OU UTILITARISTAS As Teorias Relativas abandonam a punição do delinquente, ostentando finalidade puramente preventiva, por questões de utilidade social. ESTRATÉGIA CARREIRA JURÍDICA Criminologia - Prof. Diego Pureza cj.estrategia.com | 48 16 48 Considerando que os criminosos, mais cedo ou mais tarde, voltarão ao convívio social, a pena deverá funcionar como instrumento de prevenção de novos delitos, passando um claro recado à sociedade para não cometerem crimes, bem como ao próprio criminoso para não reincidir. A Prevenção pode ser geral e especial, sendo que ambas subdividem-se em positivas e negativas: Prevenção Geral Chamamos de geral a prevenção que é destinada à todos os membros da sociedade. A finalidade é que, a partir da aplicação da pena sobre o criminoso, seja apresentado dois claros recados para os demais cidadãos: (1) não pratiquem crimes; e, (2) o Estado está trabalhando pela manutenção da ordem. A prevenção geral se subdivide em negativa e positiva: Prevenção Geral Negativa Falamos em negativa pois o recado para os demais membros da sociedade é para NÃO delinquirem. Com isso, a pena precisa ostentar característica intimidatória, na busca de desestimular os cidadãos a praticarem crimes. Não há a preocupação em educar o cidadão com base em valores morais, limitando-se em desestimulá-lo por meio do medo, intimidação, demonstração de que o crime não compensará diante da pena sendo aplicada à um semelhante que delinquiu. Prevenção Geral Positiva Considerando o fato de que o Estado, em regra, detém o monopólio do poder de punir, bem como é o responsável por garantir a segurança e ordem social, a pena passa a servir também como o meio de manutenção dessa ordem. Logo, a pena deverá ser aplicada visando o reestabelecimento da credibilidade estatal – já que o Estado fracassou em prevenir o crime, deverá reconquistar a confiança do corpo social ao aplicar a pena sobre o transgressor. ESTRATÉGIA CARREIRA JURÍDICA Criminologia - Prof. Diego Pureza cj.estrategia.com | 48 17 48 Prevenção Especial Chamamos de especial (ou individual) a prevenção que é destinada à pessoa do delinquente condenado em definitivo. Mesmo servindo a pena como instrumento de defesa social para esta corrente de pensamento, a sanção penal também deverá ostentar caráter pedagógico sobre o condenado buscando evitar futuros novos delitos. Também se subdivide em Negativa e Positiva: Prevenção Especial Negativa Falamos em negativa pois o recado para o condenado é para NÃO reincidir. Sendo privado de sua liberdade e de outros valores importantes como a privacidade, intimidade, etc., a pena se mostrará incômoda ao condenado. A ideia é que o condenado reflita e perceba que o crime – ainda que egoisticamente – não compensa. Com isso, podemos concluir que a Prevenção Especial Negativa visa evitar e reincidência. Prevenção Especial Positiva Cediço que mais cedo ou mais tarde o condenado alcançará a liberdade e retornará ao convívio social. Voltando a sociedade, apenas a ideia de não delinquir mais é insuficiente, pois será necessário retomar (ou criar) laços afetivos, ocupaçõeslícitas como o trabalho, etc. Daí surge a prevenção especial positiva com a ideia de ressocialização do condenado, visando torna-lo apto ao convívio social. A ideia da ressocialização é reforçada especialmente com o correto cumprimento da Prevenção Geral Positiva, já que o corpo social cumpre importante papel no processo de ressocialização, recebendo os ressocializandos sem preconceitos e estigmas. Em síntese: ESTRATÉGIA CARREIRA JURÍDICA Criminologia - Prof. Diego Pureza cj.estrategia.com | 48 18 48 Teorias Relativas ou Utilitaristas Prevenção Geral (sobre a Sociedade) Prevenção Especial (sobre o Condenado) Negativa Positiva Negativa Positiva Caráter intimidatória da pena buscando desestimular a prática de crimes pela sociedade. A pena deve ser aplicada para restabelecer a credibilidade dos destinatários da norma. Busca evitar que o delinquente cometa novos crimes (evita-se a reincidência). Busca a ressocialização do condenado, que, após cumprir a pena, deverá estar apto ao pleno convívio social. TEORIA MISTA, ECLÉTICA, UNIFICADORA OU UNITÁRIA Trata-se da unificação das duas teorias anteriormente estudadas. Busca, a um só tempo, que a pena seja capaz de retribuir ao condenado o mal por ele praticado (retribuição), sem prejuízo de desestimular a prática de novos ilícitos penais (prevenção). Há, em verdade, tríplice finalidade: 1) Retribuição (das Teorias Absolutas ou Retribucionistas); 2) Prevenção (das Teorias Relativas ou Utilitaristas, em especial a prevenção geral negativa e positiva, e prevenção especial negativa), e; 3) ressocialização (das Teorias Relativas ou Utilitaristas, em especial a prevenção especial positiva). É a teoria adotada pelo Código Penal Brasileiro, conforme previsto em seu artigo 59: “Art. 59 - O juiz, atendendo à culpabilidade, aos antecedentes, à conduta social, à personalidade do agente, aos motivos, às circunstâncias e consequências do crime, bem como ao comportamento da vítima, estabelecerá, conforme seja necessário e suficiente para reprovação e prevenção do crime”. Dessa forma, busca-se a aplicação de pena justa, proporcional ao delito praticado, e, ao mesmo tempo, o reestabelecimento da ordem social evitando novos crimes pelos demais cidadãos e evitando a reincidência pelo condenado. ESTRATÉGIA CARREIRA JURÍDICA Criminologia - Prof. Diego Pureza cj.estrategia.com | 48 19 48 PROCESSOS DE CRIMINALIZAÇÃO O processo de criminalização corresponde ao conjunto de etapas de seleção penal visando identificar e rotular abstratamente as condutas que merecem reprovação penal e, em atos seguintes, aplicar concretamente sanções penais sobre os sujeitos que praticarem condutas correspondentes às figuras penais típicas. Os processos de criminalização de desenvolvem em duas etapas distintas: CRIMINALIZAÇÃO PRIMÁRIA Representa o processo legislativo até a sanção presidencial em rotular como crimes certas condutas. Em síntese, trata-se da criação de uma norma penal incriminadora. No Brasil, ao menos em regra, compete privativamente à União legislar sobre Direito Penal (art. 22, inciso I, da CF/88), recaindo sobre o Congresso Nacional a tarefa de eleger quais condutas antissociais merecem reprovação penal. Logo, Criminalização Primária refere-se à criação do Direito Penal Objetivo. Agentes de Criminalização Primária: Poder Legislativo (Congresso Nacional) e Poder Executivo da União (Presidente da República). CRIMINALIZAÇÃO SECUNDÁRIA De nada adiantaria leis penais sem a efetiva aplicação. A Criminalização Secundária refere-se de forma ampla ao exercício do poder punitivo estatal, manifestando-se de forma concreta (prática) a partir do momento em que alguém pratica crime. Em outras palavras, trata-se da aplicação prática do Direito Penal Objetivo (concretização do processo de criminalização primária). A título de exemplo, podemos analisar toda a persecução penal como reflexos da criminalização secundária. Um sujeito, ao praticar determinado crime já previsto em lei (resultado da criminalização primária), passa a ser investigado pela polícia judiciária, posteriormente denunciado pelo Ministério Público e, por último, condenado pelo Poder Judiciário e submetido coercitivamente ao cumprimento da pena. Todas essas etapas destacadas constituem representações concretas do processo de criminalização secundária. ESTRATÉGIA CARREIRA JURÍDICA Criminologia - Prof. Diego Pureza cj.estrategia.com | 48 20 48 Importante destacar que o sistema de justiça penal não se limita a mera aplicação das leis, mas também (e especialmente) na concretização e proteção dos direitos e garantias fundamentais do preso. Agentes de criminalização secundária: Delegados de polícia, Promotores de Justiça, Advogados, Juízes, Agentes Penitenciários, etc. RESUMO ESTRATÉGICO ESTRATÉGIA CARREIRA JURÍDICA Criminologia - Prof. Diego Pureza cj.estrategia.com | 48 21 48 O PAPEL DA CRIMINOLOGIA NO ESTADO DEMOCRÁTICO DE DIREITO SISTEMAS DE PREVENÇÃO DO DELITO Prevenção Primária Trabalha com a concretização de direitos fundamentais (vida, saúde, lazer, trabalho, educação, etc.), incidindo sobre a gênese da criminalidade. Ligada a medidas de médio a longo prazo. Prevenção Secundária Caracteriza-se pela incidência na iminência do crime ou em momento logo posterior, conduzindo a atenção e forças para o momento e local em que o crime é praticado. O foco da Prevenção Secundária recai sobre setores sociais que mais podem sofrer com a criminalidade, e não sobre o criminoso propriamente dito, relacionando-se com ações policiais, programas de apoio e controle das comunicações, etc. Ligada a medidas de curto a médio prazo. Prevenção Terciária Se instrumentaliza na fase de Execução da Pena sobre o condenado, ostentando caráter punitivo e ressocializador, cuja finalidade é evitar a prática de novos crimes (busca evitar a reincidência). A aplicação da Prevenção Terciária não se resume ao cumprimento da pena privativa de liberdade, motivo pelo qual a conceituamos acima de modo amplo, incidindo sobre toda a fase de execução da pena. Com isso, falamos em Prevenção Terciária diante da aplicação de qualquer mecanismo estatal a título de pena ou de medida ressocializadora, que visa direta ou indiretamente conduzir o condenado futuramente ao convívio social, ou seja, aplicação de pena privativa de liberdade ou penas restritivas de direito (penas alternativas). MODELOS DE REAÇÃO AO DELITO Modelo Clássico / Retributivo / Dissuasório Pena possui finalidade de retribuição, passando a ostentar caráter dissuasório, intimidando psicologicamente os demais membros da sociedade a não delinquirem com base no medo pelo castigo. São protagonistas desse modelo: o Estado e o delinquente (a sociedade e a vítima são alocadas em posições secundárias, por vezes esquecidas). Pena como castigo pelo pecado do delinquente. Modelo Ressocializador Modelo que segue em caminho diametralmente oposto ao anterior, apresenta a pena com caráter utilitário, visando a reinserção social do condenado (prevenção especial positiva), afastando o caráter retributivo-castigador da pena. Justiça Restaurativa / Modelo Integrador - Apresenta novos protagonistas do conflito criminal: Vítima e Delinquente; - Visa restabelecer o status quo ante do conflito criminal por meio de acordo, assistência à vítima e reparação do dano; - A reparação do dano gera a sua restauração. Para falarmos em justiça consensual, é necessário o preenchimento dos seguintes requisitos (para a configuração efetiva da chamada Justiça Criminal Negociada): a) Reparação do dano à vítima (compensação ou assistência); b) Assunção da culpa pelo delinquente (de forma confidencial e voluntária); c) Presença de um facilitador (mediador judicial). TEORIAS LEGITIMADORASDA PENA ESTRATÉGIA CARREIRA JURÍDICA Criminologia - Prof. Diego Pureza cj.estrategia.com | 48 22 48 Teorias Absolutas / Retributivas Parte do pressuposto de que, uma vez que o sujeito utilizou o livre-arbítrio para praticar o mal, deverá receber também o mal como resposta estatal. A pena passa a se justificar como quia peccatum est (“pune-se porque pecou”). São compostas/divididas em três teorias/vertentes, a saber: a) Teoria da Retribuição Divina (defensores: Stahl e Bekker); b) Teoria da Retribuição Moral (defensor: Kant); c) Teoria da Retribuição Jurídica (defensor: Hegel e Pessina). Teorias Relativas / Preventivas / Utilitaristas As Teorias Relativas abandonam a punição do delinquente, ostentando finalidade puramente preventiva, por questões de utilidade social. A Prevenção subdivide-se em: Prevenção Geral: a) Negativa: Falamos em negativa pois o recado para os demais membros da sociedade é para NÃO delinquirem. Com isso, a pena precisa ostentar característica intimidatória, na busca de desestimular os cidadãos a praticarem crimes. b) Positiva: A pena passa a servir também como o meio de manutenção da ordem social. Logo, a pena deverá ser aplicada visando o reestabelecimento da credibilidade estatal – já que o Estado fracassou em prevenir o crime, deverá reconquistar a confiança do corpo social ao aplicar a pena sobre o transgressor. Prevenção Especial: a) Negativa: Falamos em negativa pois o recado para o condenado é para NÃO reincidir. Sendo privado de sua liberdade e de outros valores importantes como a privacidade, intimidade, etc., a pena se mostrará incômoda ao condenado. b) Positiva: A prevenção especial positiva apresenta ideia de ressocialização do condenado, visando torna-lo apto ao convívio social. Teoria Mista / Eclética / Unificadora / Unitária Trata-se da unificação das duas teorias anteriormente estudadas. Busca, a um só tempo, que a pena seja capaz de retribuir ao condenado o mal por ele praticado (retribuição), sem prejuízo de desestimular a prática de novos ilícitos penais (prevenção). É a teoria adotada pelo Código Penal Brasileiro (art. 59 do CP). PROCESSOS DE CRIMINALIZAÇÃO Criminalização Primária Representa o processo legislativo até a sanção presidencial em rotular como crimes certas condutas. Em síntese, trata-se da criação de uma norma penal incriminadora. Agentes de Criminalização Primária: Poder Legislativo (Congresso Nacional) e Poder Executivo da União (Presidente da República). Criminalização Secundária Trata-se da aplicação prática do Direito Penal Objetivo (concretização do processo de criminalização primária). Agentes de criminalização secundária: Delegados de polícia, Promotores de Justiça, Advogados, Juízes, Agentes Penitenciários, etc. ESTRATÉGIA CARREIRA JURÍDICA Criminologia - Prof. Diego Pureza cj.estrategia.com | 48 23 48 CONSIDERAÇÕES FINAIS Avançamos em mais um grande tema de nosso curso. Os editais mais modernos estão cada vez mais cobrando os temas inseridos nesta aula diante da relevância prática e teórica de cada assunto. Por esse motivo, será de fundamental importância que você enfrente todas as questões, entendendo, por meio de nossos comentários, cada alternativa. Quaisquer dúvidas, sugestões ou críticas entrem em contato conosco. Estou disponível no fórum no Curso, por e-mail e, inclusive, pelo Instagram e YouTube. Aguardo vocês na próxima aula. Até lá! Diego Pureza E-mail: contato@profdiegopureza.com.br Instagram: https://www.instagram.com/prof.diegopureza YouTube: Prof. Diego Pureza (https://cutt.ly/vyImRvk) https://www.instagram.com/prof.diegopureza https://cutt.ly/vyImRvk ESTRATÉGIA CARREIRA JURÍDICA Criminologia - Prof. Diego Pureza cj.estrategia.com | 48 24 48 QUESTÕES COMENTADAS 1. (VUNESP – PC/BA – Delegado – 2018) Assinale a alternativa que contém um exemplo de prevenção de infrações penais preponderantemente primária: a) Construção de uma praça com equipamentos de lazer em uma comunidade com altos índices de criminalidade e de vulnerabilidade social com o fim de evitar que jovens daquele local, em especial em situação de risco, envolvam-se com a criminalidade. b) Projeto Começar de Novo, que visa devolver aos cumpridores de pena e egressos a autoestima e a cidadania suprimidas com a privação de sua liberdade, por meio de ações de caráter preventivo, educativo e ressocializador, atuando, assim, na humanização, a fim de que referido público valorize a liberdade e passe a fazer escolhas melhores em sua vida, evitando o retorno ao cárcere. c) Implementação de sistemas de leitores óticos de placas de veículos nas ruas e avenidas da cidade de Salvador para identificação de veículos relacionados a algum tipo de crime. d) Bloqueio que impeça a ativação e utilização de aparelhos de telefonia celular subtraídos do legítimo proprietário por meio de uma conduta criminosa. e) Melhoria de atendimento pré e pós-natal a todas as gestantes de uma determinada cidade com a finalidade de reduzir os índices criminais no município. Comentários: Em “a”: Errado – exemplo de prevenção secundária. Em “b”: Errado – exemplo de prevenção terciária. Em “c”: Errado – exemplo de prevenção secundária. Em “d”: Errado – exemplo de prevenção secundária. Em “e”: Certo – eis a alternativa correta com exemplo de prevenção primária, especialmente por atuar na concretização de direitos fundamentais. Resposta: E ESTRATÉGIA CARREIRA JURÍDICA Criminologia - Prof. Diego Pureza cj.estrategia.com | 48 25 48 2. (VUNESP – PC/SP – Investigador – 2018) Com relação à criminologia no Estado Democrático de Direito, é correto afirmar que as políticas públicas de Segurança Pública devem: a) primar pela repressão ao crime e pelo combate à corrupção. b) priorizar a prevenção criminal integralizada com todos os entes federativos. c) priorizar a prevenção criminal terciária e a repressão ao crime organizado. d) primar pela repressão criminal integralizada com todos os entes federativos. e) primar pela repressão ao crime e pelo controle social. Comentários: Em “a”: Errado – A tendência de uma autointitulada criminologia moderna em um Estado Democrático de Direito não é apontar o foco para a repressão do crime e, infelizmente, o combate à corrupção. Em “b”: Certo – Como bem ensina Nestor Sampaio Penteado Filho, “no Estado Democrático de Direito em que vivemos, a prevenção criminal é integrante da agenda federativa, passando por todos os setores do Poder Público, e não apenas pela Segurança Pública e pelo Poder Judiciário”. A título de exemplo, o art. 144 da Constituição Federal, que prescreve sobre a Segurança Pública, prevê que esta é dever do Estado, direito e responsabilidade de todos, sendo exercida para a preservação da ordem pública e da incolumidade das pessoas e do patrimônio por meio da Polícia Federal, Polícia Rodoviária Federal, Polícia Ferroviária Federal, Polícias Civis, Polícias Militares e Corpos de Bombeiros Militares. Em “c”: Errado – A prevenção terciária decorre do sistema prisional ou em medidas de cumprimento da pena, ou seja, não se trata propriamente de prevenção direta (já que o crime já ocorreu, demonstrando o fracasso do Estado), mas, de certa forma, de prevenção da reincidência, não se tratando da prioridade da atual segurança pública. Em “d”: Errado – Alternativa que pode ser confundida com a alternativa correta. O equívoco está em priorizar a repressão, e não a prevenção. Em “e”: Errado – Vide comentários acima. Resposta: B 3. (VUNESP – PC/SP – Investigador – 2018) É correto afirmar que os programas de apoio, de controle de meios de comunicação, de ordenação urbana estão inseridos como medidas de prevenção. a) secundária. b) primária. ESTRATÉGIA CARREIRA JURÍDICA Criminologia - Prof. Diego Pureza cj.estrategia.com | 4826 48 c) imediata. d) terciária. e) controlada. Comentários: Em “a”: Certo – Medidas de prevenção secundária atuam na iminência ou logo após a prática do crime, orientando-se pelos grupos que apresentam maior risco de sofrer ou praticar o crime. A Prevenção Secundária é a mais presente nas ações do Estado atualmente, diante do clamor público e da crescente onda de criminalidade que assola o país, seja por meio do aumento de efetivo policial, reaparelhamento das polícias, políticas públicas dirigidas a grupos de risco ou vulneráveis, como os alcoólatras, usuários de drogas, vítimas de violência doméstica e familiar, homossexuais, e outras minorias, assim como com programas de apoio, de controle de meios de comunicação e de ordenação urbana. Em “b”: Errado – Mecanismos de Prevenção Primária incidem sobre as causas do problema (crime), ou seja, na concretização de direitos fundamentais de todos, como do acesso a saúde, educação, moradia, trabalho, segurança (qualidade de vida). Em “c”: Errado – Expressão lançada a bel prazer pelo examinador. Em “d”: Errado – A prevenção terciária decorre do sistema prisional ou em medidas de cumprimento da pena, ou seja, não se trata propriamente de prevenção direta (já que o crime já ocorreu, demonstrando o fracasso do Estado), mas, de certa forma, de prevenção da reincidência, não se tratando da prioridade da atual segurança pública. Em “e”: Errado – Expressão também lançada a bel prazer pelo examinador. Resposta: A 4. (VUNESP – PC/SP – Investigador – 2018) É correto afirmar que a liberdade assistida e a prestação de serviços comunitários pelos criminosos estão inseridas como medidas de prevenção. a) primária. b) imediata. c) controlada. d) secundária. e) terciária. Comentários: ESTRATÉGIA CARREIRA JURÍDICA Criminologia - Prof. Diego Pureza cj.estrategia.com | 48 27 48 O importante nessa questão é se atentar que liberdade assistida e prestação de serviços comunitários são exemplos de penas restritivas de direito (penas alternativas em relação à privação da liberdade). Sendo assim, pressupõe a condenação definitiva do criminoso. Logo, em se tratando de aplicação da pena, visando, dentre outras finalidades, evitar a reincidência (prevenção especial negativa), falamos de Prevenção Terciária. Resposta: E 5. (VUNESP – PC/SP – Escrivão – 2018) Assinale a alternativa que concilia os princípios do Estado Democrático de Direito com a necessidade de prevenção da infração penal, sob a ótica do atual pensamento criminológico: a) A violação aos direitos fundamentais do preso, ainda que com a intenção de prevenir crimes, acaba por provocá-los. b) A pena indeterminada em abstrato e aplicada de acordo com a gravidade em concreto do fato, a livre critério de cada juiz, é mais eficaz em termos de prevenção criminal. c) A superlotação carcerária demonstra um deficit de aplicação da Lei de Execução Penal, contudo pode até contribuir para a prevenção de infrações penais. d) A conduta do policial que, em legítima defesa própria ou de terceiros, provoca a morte de alguém que se opôs a uma intervenção legal deve ser equiparada aos crimes de homicídios a fim de que seja destacada a letalidade policial. e) Os limites impostos pelos direitos fundamentais na investigação do crime são obrigatórios nos termos constitucionais, mas reduzem a eficácia da prevenção criminal. Comentários: Em “a”: Certo – Segundo a autointitulada Criminologia Moderna, a violação de direitos fundamentais, a exemplo de tortura, penas cruéis, trabalhos forçados, etc., acaba por provocar a prática de novos crimes por parte dos condenados, especialmente por causar o sentimento de revolta e por não incutir no condenado valores capazes de ressocializá-lo. Logo, a prevenção de crimes jamais poderá ser justificativa para a violação de direitos fundamentais. Em “b”: Errado – Apesar do juiz ter liberdade para julgar e aplicar a pena conforme os próprias convicções em análise da dinâmica das provas produzidas no processo, é importante que o Poder Legislativo estabeleça a pena em abstrato (mínimo e máximo para cada crimes), especialmente para evitar condenações exageradas, bem como condenações que representem uma proteção deficiente de bens jurídicos (penas brandas demais para crimes violentos). Em “c”: Errado – A alternativa aponta manifesta contradição. Independente do debate em tela (se o Brasil prende muito ou não), a alternativa conclui que a superlotação carcerária demonstraria deficiência na aplicação da lei de execução penal. Ora, se a sugestão é a de muitas prisões, então por óbvio estar-se-á ESTRATÉGIA CARREIRA JURÍDICA Criminologia - Prof. Diego Pureza cj.estrategia.com | 48 28 48 aplicando a lei de execução penal. Além disso, segundo a autointitulada Criminologia Moderna, prender não necessariamente contribui para a prevenção de infrações penais. Em “d”: Errado – A alternativa aponta questão de Direito Penal, porém, de fácil resolução. Evidentemente, um policial, agindo em legítima defesa, que tira a vida de um criminoso não responderá pelo crime de homicídio, já que sua conduta está amparada por uma causa excludente da ilicitude (justificante). Em “e”: Errado – Em termos práticos, a alternativa chega a fazer sentido, mas não é uma conclusão aceita pela academia. É importante que o(a) candidato(a) esteja alerta para concluir que as formas de investigação devem respeitar os direitos fundamentais e que tal ideia não diminui a eficácia nas investigações e, por conseguinte, a prevenção de infrações penais. Resposta: A 6. (VUNESP – PC/SP – Agente de Telecomunicações – 2018) É correto afirmar que as medidas voltadas à população carcerária, com caráter punitivo e com desiderato na recuperação do recluso para evitar, por meio da ressocialização, sua reincidência: a) são relevantes para a criminologia, impactando na diminuição dos indicadores criminais, entretanto não podem ser consideradas como medidas de prevenção. b) são relevantes para a criminologia e integram a prevenção terciária, visando à recuperação do criminoso. c) integram a prevenção primária, atacando a raiz do conflito e visando à recuperação do criminoso, diminuindo-se os indicadores criminais. d) são relevantes para a vitimologia, atacando a raiz do conflito e visando à recuperação do criminoso, entretanto não podem ser consideradas como medidas de prevenção. e) são relevantes para a criminologia, atacando a raiz do conflito e visando à recuperação do criminoso, entretanto não podem ser consideradas como medidas de prevenção. Comentários: Em “a”: Errado – O erro da alternativa está em afirmar que não se trata de medida preventiva de crimes. Em “b”: Certo – Além de se tratar de relevante para a criminologia, tais medidas, por representar concretamente a aplicação de penas aos condenados é considerado mecanismo de prevenção terciária. Em “c”: Errado – Conforme acima, trata-se de mecanismo de prevenção terciária. Em “d”: Errado – É relevante para a criminologia, e não propriamente para a vitimologia. Além disso, conforme acima, trata-se de mecanismo de prevenção terciária. Em “e”: Errado – Conforme acima, trata-se de mecanismo de prevenção terciária. ESTRATÉGIA CARREIRA JURÍDICA Criminologia - Prof. Diego Pureza cj.estrategia.com | 48 29 48 Resposta: B 7. (VUNESP – PC/SP – Papiloscopista – 2018) O saber criminológico, no Estado Democrático de Direito, tem por objetivo evitar a ocorrência do delito; portanto, são aspectos importantes de prevenção terciária: a) a educação, a religião e o lazer. b) a cultura, a qualidade de vida e o trabalho. c) o policiamento, a assistência social e o conselho tutelar. d) a laborterapia, a liberdade assistida e a prestação de serviços comunitários. e) as posturas municipais, a classificação etária dos programas televisivos e o civismo. Comentários: Em “a”: Errado – São exemplos de prevençãoprimária. Em “b”: Errado – São exemplos de prevenção primária. Em “c”: Errado – São exemplos de prevenção secundária. Em “d”: Certo – São exemplos de prevenção terciária, representando penas restritivas de direito. Em “e”: Errado – São exemplos de prevenções secundária e primária. Resposta: D 8. (VUNESP – PC/SP – Agente Policial – 2018) Assinale a alternativa correta sobre o atual estágio de desenvolvimento dos estudos criminológicos, em relação ao conceito de prevenção da infração penal e ao respeito ao Estado Democrático de Direito: a) Medidas destinadas a priorizar atendimento policial a determinados tipos de crimes ou vítimas em decorrência da gravidade ou vulnerabilidade não devem ser adotadas sob pena de violação à igualdade de todos perante a lei. b) Não há evidências ou estudos que demonstrem que investimentos tecnológicos nas polícias contribuem para a redução dos crimes. c) Campanhas de orientação às vítimas de crimes sexuais com o objetivo de que denunciem os agressores acabam por aumentar a vulnerabilidade das vítimas. ESTRATÉGIA CARREIRA JURÍDICA Criminologia - Prof. Diego Pureza cj.estrategia.com | 48 30 48 d) Não há evidências ou estudos que demonstrem que o aumento do número de esclarecimento de crimes e prisões contribuiu para a redução dos crimes. e) As mortes decorrentes de oposição à intervenção policial não devem ser equiparadas aos homicídios dolosos em geral para fins criminológicos, em virtude de relacionarem-se a condicionantes criminais diversas. Comentários: Em “a”: Errado – A igualdade prevista na Constituição Federal de 1988 é uma igualdade material, ou seja, que exige análise do caso concreto, para tratar os iguais de forma igual, e os desiguais desigualmente. Sendo assim, é medida que deve ser observada exatamente para atender o mencionado preceito fundamental. Em “b”: Errado – Apesar de se tratar de alternativa vaga, está incorreta já que há sim diversos estudos e números que demonstram a eficiência na redução da criminalidade quando adotada tecnologia para as forças policiais. Em “c”: Errado – Alternativa completamente contraditória. Ora, obviamente, o esclarecimento sobre crimes sexuais diminuem a vulnerabilidade das vítimas. Em “d”: Errado – Há, em verdade, a demonstração por meio de números oficiais no sentido de que quanto maior o índice de resolutividade de crimes, menor a taxa de reincidência. Em “e”: Certo – De fato, as mortes decorrentes do enfrentamento contra policiais não possuem as mesmas motivações de outras mortes. Logo, não devem ser computados como crimes de homicídio pois, do contrário, representaria conclusão errônea na motivação geral de crimes efetivamente de homicídio. Resposta: E 9. (VUNESP – PC/SP – Agente Policial – 2018) A instalação, na cidade de São Paulo, de câmeras de videomonitoramento que possuem a funcionalidade de leitura de placas de veículos e cruzamento com banco de dados criminais, com o objetivo de identificar veículos utilizados ou que foram objeto da prática de crimes pode ser definida, no âmbito do conceito de Estado Democrático de Direito e dos modernos conceitos de prevenção criminal do crime, como uma medida prioritariamente de prevenção: a) terciária. b) secundária. c) primária. d) quartenária. e) básica. ESTRATÉGIA CARREIRA JURÍDICA Criminologia - Prof. Diego Pureza cj.estrategia.com | 48 31 48 Comentários: O videomonitoramento de placas de veículos incide na iminência de crimes ou em tempo posterior ao fato (ao exemplo, nos casos de criminosos procurados pela justiça criminal). Nesse sentido, representa claro exemplo de prevenção secundária. A Prevenção Secundária tem como foco os setores sociais que mais podem sofrer com a criminalidade, e não o indivíduo propriamente dito, estando relacionado com as ações policiais, programas de apoio, e controle das comunicações, dentre outros instrumentos seletivos de curto a médio prazo. A Prevenção Secundária é a mais presente nas ações do Estado atualmente, diante do clamor público e da crescente onda de criminalidade que assola o país, seja por meio do aumento de efetivo policial, reaparelhamento das polícias, políticas públicas dirigidas a grupos de risco ou vulneráveis, como os alcoólatras, usuários de drogas, vítimas de violência doméstica e familiar, homossexuais, e outras minorias. Resposta: B 10. (VUNESP – PC/SP – Escrivão – 2014) O conceito de prevenção delitiva, no Estado Democrático de Direito, e as medidas adotadas para alcançá-la são: a) o conjunto de ações que visam evitar a ocorrência do delito, atingindo direta e indiretamente o delito. b) o conjunto de ações que visam estudar o delito, atingindo direta e indiretamente o criminoso. c) o conjunto de ações adotadas pela vítima que visam evitar o delito, atingindo o delinquente direta e indiretamente. d) o conjunto de ações que visam estudar o criminoso, atingindo o ato delitivo direta e indiretamente. e) o conjunto de ações que visam estudar o crime, atingindo o criminoso direta e indiretamente. Comentários: Em “a”: Certo – É exatamente o conceito de prevenção à criminalidade. Trata-se da reunião de ações organizadas que buscam evitar a prática de infrações penais. Podem atingir o crime direta ou indiretamente. Em “b”: Errado – Não se limita a estudar o delito e não tem como foco principal o criminoso. Em “c”: Errado – A vítima não é a protagonista da prevenção do delito. Em “d”: Errado – Mais uma vez, o criminoso não é o foco principal da prevenção do delito. Em “e”: Errado – O crime é que é atingido direta e indiretamente. Resposta: A ESTRATÉGIA CARREIRA JURÍDICA Criminologia - Prof. Diego Pureza cj.estrategia.com | 48 32 48 11. (VUNESP – PC/SP – Escrivão – 2013) As políticas públicas de prevenção criminal terciária têm por público-alvo: a) a vítima de violência doméstica. b) o adolescente. c) o preso. d) o idoso. e) o usuário de drogas ilícitas. Comentários: Conforme já destacamos em questões anteriores, a prevenção terciária incide no cumprimento da pena do condenado de modo a evitar a reincidência. Em sentido amplo, portanto, incide sobre o condenado criminalmente, que pode estar preso (pena privativa de liberdade) ou solto com algumas restrições (penas restritivas de direito). Resposta: C 12. (VUNESP – PC/SP – Papiloscopista – 2013) A prevenção criminal secundária é aquela que atua: a) na recuperação do recluso, visando a sua socialização por meio do trabalho e estudo, evitando sua reincidência. b) em setores específicos ou de maior vulnerabilidade da sociedade, por meio de ação policial, programas de apoio e controle das comunicações. c) na qualidade de vida de um povo, na proteção aos bens patrimoniais e nos direitos individuais e sociais. d) nos direitos sociais universalmente conhecidos, como educação, moradia e segurança. e) na reparação do dano causado em razão da delinquência, assistindo o recluso com programas psicológicos e de assistência social. Comentários: Em “a”: Errado – Esta é a prevenção terciária. ESTRATÉGIA CARREIRA JURÍDICA Criminologia - Prof. Diego Pureza cj.estrategia.com | 48 33 48 Em “b”: Certo – A prevenção secundária tem como foco os setores sociais que mais podem sofrer com a criminalidade, e não o indivíduo propriamente dito, estando relacionado com as ações policiais, programas de apoio, e controle das comunicações, dentre outros instrumentos seletivos de curto a médio prazo. Em “c”: Errado – Esta é a prevenção primária. Em “d”: Errado – Esta é a prevenção primária. Em “e”: Errado – Esta é a prevenção terciária. Resposta: B 13. (VUNESP – PC/SP – Agente Policial – 2013) Entende(m)-se por prevenção primária: a) as ações policiais dirigidas aos indivíduos vulneráveis. b) as políticas públicas dirigidas aos grupos de risco. c) aquela dirigida exclusivamente ao preso, em busca de sua reinserçãofamiliar e/ou social. d) o trabalho de conscientização social, o qual atua no fenômeno criminal, em sua etiologia. e) aquela que age em momento posterior ao crime ou na iminência de seu acontecimento. Comentários: Em “a”: Errado – Esta é a prevenção secundária. Em “b”: Errado – Esta é a prevenção secundária. Em “c”: Errado – Esta é a prevenção terciária. Em “d”: Certo – Prevenção primária sobre as causas do problema (crime), ou seja, na concretização de direitos fundamentais de todos, como da educação. Em “e”: Errado – Esta é a prevenção secundária. Resposta: D 14. (VUNESP – PC/SP – Investigador – 2014) Do ponto de vista criminológico, o criminoso fronteiriço é aquele que é considerado: ESTRATÉGIA CARREIRA JURÍDICA Criminologia - Prof. Diego Pureza cj.estrategia.com | 48 34 48 a) inimputável pela lei penal, pois seu estado psicológico situa-se na zona limítrofe entre a higidez e a insanidade mental. b) semi-imputável pela lei penal, também conhecido doutrinariamente por idiota. c) imputável pela lei penal, tendo sua conduta caracterizada pelo transporte de produtos controlados, tais como armas de fogo e drogas ilícitas, do exterior para o Brasil ou vice-versa. d) inimputável pela lei penal, também conhecido doutrinariamente por oligofrênico. e) semi-imputável pela lei penal, pois seu estado psicológico situa-se na zona limítrofe entre a higidez e a insanidade mental. Comentários: A questão cobra expressão pouco conhecida, porém, de fácil compreensão. Tenta induzir ao erro por meio de diversas alternativas desconexas. Por isso vamos simplificar: criminoso fronteiriço é expressão sinônima de semi-imputável (ou semi-inimputável), tratando-se do sujeito que possui parte da capacidade de entendimento e autodeterminação para a prática de crimes. Responde criminalmente, todavia, nos termos da lei penal, possui direito a causa geral de diminuição de pena. É chamado de fronteiriço justamente por possuir capacidade mental na fronteira entre a lucidez e a insanidade. Resposta: E 15. (VUNESP – PC/SP – Investigador – 2014) O modelo de resposta ao delito que foca na punição do criminoso, proporcional ao dano causado, mediante um Estado atuante e intimidatório, denomina-se: a) padrão consensual. b) modelo ressocializador. c) modelo segregador. d) padrão associativo. e) modelo dissuasório. Comentários: O modelo que tem por base a proporcionalidade da pena, castigo ao delinquente diante do seu livre-arbítrio, proporcionando-lhe intimidação como freio para novos crimes (visa persuadir o delinquente a não praticar crimes por meio da intimidação) é o chamado Modelo Clássico/Dissuasório/Retributivo. Resposta: E ESTRATÉGIA CARREIRA JURÍDICA Criminologia - Prof. Diego Pureza cj.estrategia.com | 48 35 48 16. (VUNESP – PC/SP – Investigador – 2014) A reparação dos danos e a indenização dos prejuízos à vítima são vistas pela doutrina como: a) uma importante tendência político-criminal observada na Lei n.º 9.099/95. b) um problema que cabe apenas ao Direito Civil tratar. c) uma teoria que vê a vítima como uma parte autossuficiente no crime. d) algo obsoleto, que não cabe mais sua discussão. e) um fato que serve exclusivamente como base para cálculo da pena do criminoso. Comentários: Em “a”: Certo – A questão se refere ao instituto da composição civil dos danos, previsto na Lei 9.099/95 como uma das medidas despenalizadores. Para a atual Criminologia, é um exemplo de política-criminal moderna que visa evitar o cárcere e restaurar o status quo ante da relação jurídico-criminal entre autor e vítima. Em “b”: Errado – Conforme acima, o instituto está presente no Direito Penal. Em “c”: Errado – Apesar de enxergar a vítima como protagonista do conflito criminal, não a enxerga como autossuficiente, reconhecendo ainda a necessidade de intervenção (ou ao menos suporte) estatal. Em “d”: Errado – Ao contrário, o mencionado instituto nem ao menos pressupõe pena, até mesmo porque pode ser concedido antes mesmo do início da ação penal (audiência preliminar). Em “e”: Errado – Vide comentários acima. Resposta: A 17. (VUNESP – PC/SP – Investigador – 2014) Fruto da tendência atual da política penal brasileira, verifica-se que as tradicionais penas privativas de liberdade vêm sendo substituídas por medidas alternativas, tais como multa e obrigação de prestação de serviços à comunidade. O fenômeno mencionado é denominado: a) desconstitucionalização. b) descarcerização. c) descriminalização. d) juridicização. ESTRATÉGIA CARREIRA JURÍDICA Criminologia - Prof. Diego Pureza cj.estrategia.com | 48 36 48 e) desjudicialização. Comentários: Em “a”: Errado – Desconstitucionalização é o fenômeno pelo qual uma norma prevista em constituição anterior é recepcionada por constituição posterior, porém, com status de norma infraconstitucional. Em “b”: Certo – A expressão já induz a resposta: retirada do cárcere. Em “c”: Errado – Sinônimo de abolitio criminis, referindo-se ao fenômeno em que o Poder Legislativo, por meio de lei, passa a retirar o rótulo de “crime” de conduta até então prevista na lei penal como criminosa. Em “d”: Errado – Fenômeno pelo qual se exige juízo de valor/análise do Poder Judiciário. Em “e”: Errado – Fenômeno que retira matéria da apreciação necessária do Poder Judiciário. Resposta: B 18. (VUNESP – PC/SP – Investigador – 2013) O legislador brasileiro, ao dispor sobre as funções da reprimenda pela prática de infração penal no artigo 59 do Código Penal – O juiz, atendendo à culpabilidade, aos antecedentes, à personalidade do agente, aos motivos, às circunstâncias e consequências do crime, bem como ao comportamento da vítima, estabelecerá, conforme seja necessário e suficiente para reprovação e prevenção do crime... –, adotou a teoria da: a) função reeducativa da pena. b) função de prevenção especial da pena. c) função de prevenção geral da pena. d) função retributiva da pena. e) função mista ou unificadora da pena. Comentários: A Teoria Mista, Eclética ou Unificadora unifica os entendimentos das teorias Absoluta (Retributiva) e Relativa (Utilitarista). Busca, a um só tempo, que a pena seja capaz de retribuir ao condenado o mal por ele praticado (retribuição), sem prejuízo de desestimular a prática de novos ilícitos penais (prevenção). Há uma tríplice finalidade: retribuição, prevenção e ressocialização. É a teoria adotada pelo nosso Código Penal (art. 59 do CP). Resposta: E ESTRATÉGIA CARREIRA JURÍDICA Criminologia - Prof. Diego Pureza cj.estrategia.com | 48 37 48 19. (VUNESP – PC/SP – Escrivão – 2014) Uma das formas que o Estado Brasileiro adota como controle e inibição criminal é a pena prevista para cada crime, cuja teoria adotada pelo Código Penal Brasileiro é a mista, de acordo com o artigo 59 do Código Penal, que tem como finalidade a: a) prevenção e a retribuição. b) indenização e a repreensão. c) punição e a reparação. d) inibição e a reeducação. e) conciliação e o exemplo. Comentários: Conforme questão anterior, a Teoria Mista aponta que a pena deve ser capaz de retribuir ao condenado o mal por ele praticado (retribuição), sem prejuízo de desestimular a prática de novos ilícitos penais (prevenção). Resposta: A 20. (VUNESP – PC/SP – Escrivão – 2013) Assinale a alternativa que apresenta corretamente uma das características da função retributiva da pena, segundo a Teoria Absoluta: a) Analogia: pena independente da gravidade do delito. b) Duração indeterminada: a duração da pena dependerá, dentre outros fatores, do comportamento do apenado. c) Infligibilidade: a pena consistirá em aflição corporal. d) Derrogabilidade: o delito terá, por consequência, uma punição, ainda que injusta. e) Responsabilidade penal individual: a pena não passará da pessoa do condenado. Comentários: Para a Teoria Absoluta ou Retributiva da pena,a pena possui a finalidade de retribuir o mal causado pelo delinquente (pune-se porque pecou). A essência desse pensamento encontra-se na vingança, na retribuição do mal causado pelo delito que antes era promovida pela vítima ou familiares desta, e agora passa a ser exercida pelo Estado. Nesse sentido, considerando o caráter personalíssimo da conduta criminosa, a pena também não poderá passar da pessoa do condenado, valor este previsto em nossa Constituição Federal e Código Penal. ESTRATÉGIA CARREIRA JURÍDICA Criminologia - Prof. Diego Pureza cj.estrategia.com | 48 38 48 Resposta: E 21. (VUNESP – PC/SP – Papiloscopista – 2013) Umas das formas que o Estado Democrático de Direito possui para prevenir o crime é a pena. De acordo com a teoria mista que estuda as penas, estas têm a finalidade de: a) punir o delinquente de forma proporcional ao mal praticado. b) trazer mais tranquilidade para a sociedade, uma vez que o criminoso não estará mais nas ruas. c) retomar a tranquilidade e a paz pública. d) prevenção geral e prevenção especial. e) afastar o delinquente da sociedade, para evitar novos crimes. Comentários: Em “a”: Errado – Esta é uma característica da Teoria Retributiva. Em “b”: Errado – Característica que se assemelha a prevenção geral positiva, porém incompleta. Em “c”: Errado – Vide comentários da alternativa anterior. Em “d”: Certo – A prevenção geral que se destina à sociedade pode ser negativa (caráter intimidatória da pena) e positiva (restabelecimento da credibilidade estatal, e a prevenção especial que se destina ao delinquente, podendo ser negativa (evitando a reincidência) e positiva (visando a ressocialização), são algumas das características da Teoria Mista. Em “e”: Errado – Repete os erros das alternativas “b” e “c”. Resposta: D 22. (VUNESP – PC/SP – Agente Policial – 2013) No que concerne à prevenção do delito, de acordo com o Código Penal Brasileiro, assinale a alternativa correta: a) A função da pena é unicamente repressiva, sendo irrelevante sua adequação em face do delinquente individualmente considerado. b) A função da prevenção especial da pena consiste principalmente na intimidação dos propensos a delinquir. c) O legislador penal brasileiro adotou a teoria mista, também denominada eclética ou unitária da pena. ESTRATÉGIA CARREIRA JURÍDICA Criminologia - Prof. Diego Pureza cj.estrategia.com | 48 39 48 d) A função da prevenção geral da pena consiste principalmente em reeducação do condenado bem como em sua ressocialização. e) A função da pena é unicamente preventiva, sendo irrelevante sua adequação em face do delinquente individualmente considerado. Comentários: Em “a”: Errado – O Código Penal brasileiro, em seu artigo 59, adotou a Teoria Mista que não se limita em reprimir o delinquente. Em “b”: Errado – A intimidação do delinquente não é a principal característica da pena (apesar de ser uma característica também admitida por nosso CP). Em “c”: Certo – Apresenta corretamente a teoria adotada por nosso CP, bem como os respectivos sinônimos. Em “d”: Errado – A prevenção geral tem como destinatário o corpo social. A prevenção especial é que se dedica a pessoa do criminoso. Em “e”: Errado – A finalidade da pena não se resume a prevenção, mas também possui como finalidades a retribuição e ressocialização. Resposta: C LISTA DE QUESTÕES 1. (VUNESP – PC/BA – Delegado – 2018) Assinale a alternativa que contém um exemplo de prevenção de infrações penais preponderantemente primária: a) Construção de uma praça com equipamentos de lazer em uma comunidade com altos índices de criminalidade e de vulnerabilidade social com o fim de evitar que jovens daquele local, em especial em situação de risco, envolvam-se com a criminalidade. b) Projeto Começar de Novo, que visa devolver aos cumpridores de pena e egressos a autoestima e a cidadania suprimidas com a privação de sua liberdade, por meio de ações de caráter preventivo, educativo e ressocializador, atuando, assim, na humanização, a fim de que referido público valorize a liberdade e passe a fazer escolhas melhores em sua vida, evitando o retorno ao cárcere. ESTRATÉGIA CARREIRA JURÍDICA Criminologia - Prof. Diego Pureza cj.estrategia.com | 48 40 48 c) Implementação de sistemas de leitores óticos de placas de veículos nas ruas e avenidas da cidade de Salvador para identificação de veículos relacionados a algum tipo de crime. d) Bloqueio que impeça a ativação e utilização de aparelhos de telefonia celular subtraídos do legítimo proprietário por meio de uma conduta criminosa. e) Melhoria de atendimento pré e pós-natal a todas as gestantes de uma determinada cidade com a finalidade de reduzir os índices criminais no município. 2. (VUNESP – PC/SP – Investigador – 2018) Com relação à criminologia no Estado Democrático de Direito, é correto afirmar que as políticas públicas de Segurança Pública devem: a) primar pela repressão ao crime e pelo combate à corrupção. b) priorizar a prevenção criminal integralizada com todos os entes federativos. c) priorizar a prevenção criminal terciária e a repressão ao crime organizado. d) primar pela repressão criminal integralizada com todos os entes federativos. e) primar pela repressão ao crime e pelo controle social. 3. (VUNESP – PC/SP – Investigador – 2018) É correto afirmar que os programas de apoio, de controle de meios de comunicação, de ordenação urbana estão inseridos como medidas de prevenção. a) secundária. b) primária. c) imediata. d) terciária. e) controlada. 4. (VUNESP – PC/SP – Investigador – 2018) É correto afirmar que a liberdade assistida e a prestação de serviços comunitários pelos criminosos estão inseridas como medidas de prevenção. a) primária. b) imediata. ESTRATÉGIA CARREIRA JURÍDICA Criminologia - Prof. Diego Pureza cj.estrategia.com | 48 41 48 c) controlada. d) secundária. e) terciária. 5. (VUNESP – PC/SP – Escrivão – 2018) Assinale a alternativa que concilia os princípios do Estado Democrático de Direito com a necessidade de prevenção da infração penal, sob a ótica do atual pensamento criminológico: a) A violação aos direitos fundamentais do preso, ainda que com a intenção de prevenir crimes, acaba por provocá-los. b) A pena indeterminada em abstrato e aplicada de acordo com a gravidade em concreto do fato, a livre critério de cada juiz, é mais eficaz em termos de prevenção criminal. c) A superlotação carcerária demonstra um deficit de aplicação da Lei de Execução Penal, contudo pode até contribuir para a prevenção de infrações penais. d) A conduta do policial que, em legítima defesa própria ou de terceiros, provoca a morte de alguém que se opôs a uma intervenção legal deve ser equiparada aos crimes de homicídios a fim de que seja destacada a letalidade policial. e) Os limites impostos pelos direitos fundamentais na investigação do crime são obrigatórios nos termos constitucionais, mas reduzem a eficácia da prevenção criminal. 6. (VUNESP – PC/SP – Agente de Telecomunicações – 2018) É correto afirmar que as medidas voltadas à população carcerária, com caráter punitivo e com desiderato na recuperação do recluso para evitar, por meio da ressocialização, sua reincidência: a) são relevantes para a criminologia, impactando na diminuição dos indicadores criminais, entretanto não podem ser consideradas como medidas de prevenção. b) são relevantes para a criminologia e integram a prevenção terciária, visando à recuperação do criminoso. c) integram a prevenção primária, atacando a raiz do conflito e visando à recuperação do criminoso, diminuindo-se os indicadores criminais. d) são relevantes para a vitimologia, atacando a raiz do conflito e visando à recuperação do criminoso, entretanto não podem ser consideradas como medidas de prevenção. e) são relevantes para a criminologia, atacando a raiz do conflito
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