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1www.grancursosonline.com.br Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br A N O TA ÇÕ E S Controle da Administração III DIREITO ADMINISTRATIVO CONTROLE DA ADMINISTRAÇÃO III DIREITO ADMINISTRATIVO Controle da Administração III Controle Legislativo O controle legislativo será exercido também com o auxílio do Tribunal de Contas, con- forme já foi dito. Acontece que o controle legislativo feito diretamente pelo Parlamento, por estar espraiado no texto constitucional, acaba sendo matéria de direito constitucional (ex.: estudo do que é CPI). O controle exercido pelo Tribunal de Contas, órgão auxiliar do Poder Legislativo, está regulamentado no art. 71 da Constituição Federal. Este artigo estabelece que o controle será exercido em diversas frentes. Todavia, é basicamente um controle contábil e financeiro da atuação administrativa. O Tribunal de Contas, portanto, exerce o controle financeiro sobre todos os órgãos e todos os agentes que atuam com dinheiro público. O texto constitucional explica que o Tribunal de Contas tem a atribuição de julgar as contas de todos os administradores de dinheiro público, à exceção do Presidente da República. Salienta-se que todos que atuam e exercem atividade com o dinheiro público, a qual- quer título, submetem-se ao controle exercido pelo Tribunal de Contas. A ideia é controlar os dinheiros públicos, conforme dispõe a Constituição. Incumbe mencionar que as contas do Presidente da República não são da competência de julgamento do Tribunal de Contas. No caso do Presidente da República, a regra é que o Tribunal de Contas emite parecer, a fim de que estas contas sejam julgadas pelo Congresso Nacional, com base no controle parlamentar direto. Cuidado, pois ele aprecia as contas do Presidente da República e emite parecer. Em rela- ção aos demais administradores de dinheiro público, ele aprecia e julga as contas. www.grancursosonline.com.br 2www.grancursosonline.com.br Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br A N O TA ÇÕ E S Controle da Administração III DIREITO ADMINISTRATIVO Multas No exercício de suas atividades, o Tribunal de Contas tem legitimidade para aplicação de multa. Assim, a multa do Tribunal de Contas é penalidade regulamentada pelo texto constitu- cional. Obviamente, a multa pode ser determinada pelo Tribunal mediante processo adminis- trativo no qual se assegure contraditório e ampla defesa. A multa do Tribunal de Contas tem natureza de título executivo. Assim, é título execu- tivo extrajudicial. Acontece que o Tribunal de Contas não é órgão jurisdicional. Mas, quem executa judicialmente uma multa aplicada pelo Tribunal de Contas da União? A Advocacia Pública da União. O Tribunal de Contas tem a legitimidade de determinar a sustação de atos administrativos eivados de ilegalidade. Então, em se tratando de atos administrativos ilegais, estes podem ser sustados pelo Tribunal de Contas, o qual possui o poder de analisar os editais de licitação (que é ato administrativo), por exemplo, para verificar se este possui alguma irregularidade. Mediante processo administrativo em que se assegure ampla defesa, ele pode determinar a sustação de atos administrativos ilegais. Contratos Porém, tome cuidado em relação aos contatos ilegais, nestes casos, o Tribunal de Contas não tem legitimidade para determinar a sustação imediatamente. Na verdade, a regra, no caso dos contratos administrativos, verificada a irregularidade, o Tribunal de Contas deverá emitir parecer acerca da irregularidade. Posteriormente, o Tribunal de Contas encaminha o parecer para julgamento pelo Congresso Nacional. Por sua vez, o Congresso Nacional tem a legitimidade para determinar a sustação dos contratos administrativos. Se, após o recebimento do parecer que é meramente opinativo, o Congresso Nacional não se manifestar passados 90 dias, o Tribunal de Contas decidirá a respeito. A expressão “decidirá a respeito” tem sido alvo de diversas discussões doutrinárias. Será que a Constituição quis dizer que, se o Congresso Nacional não sustar o contrato em até 90 dias, o Tribunal de Contas pode fazê-lo? Não, pois não é o entendimento majoritário. Acontece que ele não tem legitimidade para, diretamente, determinar a sustação do contrato administrativo. 5m www.grancursosonline.com.br 3www.grancursosonline.com.br Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br A N O TA ÇÕ E S Controle da Administração III DIREITO ADMINISTRATIVO É importante verificar que o Tribunal de Contas fica responsável pelo julgamento de qual- quer dinheiro federal que tenha sido repassado mediante convênio, acordo, contrato ou qual- quer outro meio para órgãos públicos municipais ou estaduais. Como ele é responsável por fazer o controle sobre o dinheiro público federal, se este tiver sido repassado para outros órgãos municipais e estaduais ou para particulares, cabe ao Tri- bunal de Contas fazer a fiscalização dessas verbas e das atividades do recurso. Vale lembrar que o Tribunal de Contas também faz o controle das atividades das empre- sas públicas e das sociedades de economia mista. Por fim, é responsabilidade do Tribunal de Contas encaminhar, anualmente, para o Con- gresso Nacional, um relatório das suas atividades. Ou seja, neste caso, o Tribunal de Contas é controlado. Cabe destacar, ainda, que o Tribunal de Contas não é um órgão autônomo, mas sim um órgão auxiliar do Poder Legislativo e não o integra. Controle por provocação ou de ofício: O controle do Tribunal de Contas pode ser feito por provocação ou de ofício. Assim, veri- ficada uma irregularidade, o Tribunal de Contas é parte legítima para receber a provocação do cidadão, o qual possui legitimidade para apresentar denúncias ao Tribunal. Além disso, o Tribunal de Contas pode atuar de ofício, isto é, sem a necessidade de provocação. Controle prévio ou posterior: O controle do Tribunal de Contas também pode ser prévio (ex.: atuação antes da conclu- são de um processo licitatório) ou posterior (ex.: atuação após a conclusão de uma licitação). Controle de mérito de legalidade: Por óbvio, o Tribunal de Contas tem legitimidade para fazer o controle de legalidade dos atos administrativos. Já o controle de mérito é discutível. Assim, para fins de prova, tem-se a ideia de um controle exercido por outro. Assim, não haveria interferência no mérito adminis- trativo no caso de controle feito pelo Legislativo,ainda que com auxílio do Tribunal de Contas. Então,seria um controle mais voltado para a legalidade da utilização das verbas públicas e da atuação administrativa. 10m www.grancursosonline.com.br 4www.grancursosonline.com.br Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br A N O TA ÇÕ E S Controle da Administração III DIREITO ADMINISTRATIVO Controle Judicial ou Controle Jurisdicional É o controle exercido pelo Poder Judiciário, no exercício de sua função típica. Ele con- trola as atividades exercidas pelas entidades da administração pública. Já foi visto que o Brasil adota o sistema de jurisdição única. Por isso, somente quem pode proferir uma decisão formando coisa julgada material é o Poder Judiciário. Assim, apesar de todo o controle administrativo e legislativo, quem se sentir prejudicado pode ir ao Judiciário discutir a atuação de controle. A este caso, aplica-se o art. 5º, XXXV, do texto constitucional, o princípio da inafastabilidade de jurisdição. Portanto, trata-se da ideia de que nenhuma lesão ou ameaça de lesão poderá ser afas- tada do Poder Judiciário. Controle jurisdicional por provocação ou de ofício? A atuação jurisdicional é um pouco mais limitada. O Poder Judiciário não atua de ofício. A funçaõ jurisdicional, portanto, no Brasil, é uma função inerte. Desse modo, o Poder Judiciário não pode, de ofício, determinar a análise de uma atuação administrativa. Então, a ideia é que o controle jurisdicional só pode ser provocado.Só é possível a atuação do poder Judiciário se ele for provocado por um particular interessado. Controle de mérito e de legalidade: O Poder Judiciário não pode exercer controle de mérito, somente de legalidade. A análise dessa discussão gera algumas controvérsias. Acontece que o controle judicial só pode se dar acerca da legalidade. No entanto, já foi visto que legalidade deve ser enxergada de forma ampla (juridicidade). Então, na verdade, o controle de legalidade não abrange somente a adequação do ato à lei, mas a adequação do ato ao ordenamento jurídico como um todo. Incumbe destacar que a violação a princípios constitucionais (ex.: razoabilidade, legali- dade, proporcionalidade) enseja a possibilidade do controle judicial. Então, não é um con- trole de mérito, mas sim um controle de legalidade.Todavia, é um controle de legalidade mais amplo. 15m www.grancursosonline.com.br 5www.grancursosonline.com.br Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br A N O TA ÇÕ E S Controle da Administração III DIREITO ADMINISTRATIVO A atividade de controle de legalidade é exercida dentro de uma análise técnica do que a legalidade abrange. Muitas vezes, o Judiciário atua parecendo que está fazendo uma análise de mérito, mas, na verdade, está controlando os limites do mérito, para que estes não extra- polem a legalidade, isto é, princípios constitucionais aplicáveis ao caso concreto. Controle prévio ou posterior: O controle judicial pode ser prévio (ex.: suspensão de determinada atividade para evitar a ilegalidade da administração ou posterior (ex.: anulação de ato administrativo previamente praticado), lembre-se de que nenhuma lesão ou ameaça de lesão pode ser afastada do Poder Judiciário. Embora o controle judicial seja somente provocado e de legalidade, ele pode ser um con- trole prévio ou posterior. O controle jurisdicional se dá mediante provocação que pode ser feita ou por ações de natureza comum ou por meio de ações constitucionais/remédios constitucionais. Os remédios constitucionais relevantes para o direito administrativo são: Habeas data: impetrado por alguém que queira resguardar o direito à informação acerca de si, isto é, de sua pessoa. Também é possível impetrar habeas data para obter informações acerca da pessoa do de cujus (quando se é sucessor de alguém). Nesse caso, fala-se em obrigatoriedade na recusa (não precisa haver o esgotamento das instâncias administrativas, mas é preciso haver a recusa expressa ou tácita [mais de dez dias sem receber as informações, no caso de obter de informações, e, mais de quinze dias, no caso de acrescer ou retificar]). É válido salientar que o habeas data não serve para obter direito à certidão (que é caso de mandado de segurança).; Mandado de segurança: usado para resguardar direito líquido e certo não amparado por habeas data ou por habeas corpus. O direito líquido e certo é aquele que tem prova pré-cons- tituída (não há necessidade de dilação probatória durante o processo). De acordo com a Súmula n. 625 do STF, a controvérsia na matéria de direito não impede o mandado de segurança. Assim, não pode haver controvérsia em relação aos fatos. Não há necessidade de comprovar dilação probatória no meio do processo. O mandado de segu- rança é, portanto, o tipo de ação que não depende de dilação probatória. Além disso, o mandado de segurança precisa respeitar o prazo decadencial de 120 dias, a contar do conhecimento do ato coator pelo impetrante. 20m 25m www.grancursosonline.com.br 6www.grancursosonline.com.br Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br A N O TA ÇÕ E S Controle da Administração III DIREITO ADMINISTRATIVO Por fim, é importante lembrar que não cabe mandado de segurança contra lei em tese, lei geral e abstrata. O mandado de segurança é cabível contra atos concretos; Mandado de injunção: trata-se de uma ação constitucional que visa solucionar proble- mas decorrentes de inconstitucionalidade por omissão. A lógica do mandado de injunção é que existe uma norma constitucional de eficácia limitada que estabelece um direito ao parti- cular, o qual, para ser exercido, depende de regulamentação infraconstitucional. Por ser uma norma constitucional de eficácia limitada, o exercício do direito depende da edição de uma lei que a regulamente. A ausência dessa lei impede o exercício do direito constitucional; Ação popular/ação civil pública: são ações altruístas. Qualquer cidadão pode propor ação popular para anular ato lesivo ao interesse público e à administração pública. A ideia aqui é que o cidadão está representando a sociedade. Ele não quer anular o ato porque este viola o seu direito, mas sim porque o ato viola o interesse da sociedade. A ação popular não tem foro privilegiado, então sempre é proposta perante juiz singular. Por sua vez, a ação civil pública também busca anular um ato lesivo à moralidade pública, à ordem pública, ao direito do consumidor e aos direitos difusos em geral. A diferença é que a ação civil pública é proposta pel Ministério Público, pela Defensoria Pública ou por asso- ciações constitucionais a mais de um ano. Assim, trata-se de uma legitimidade mais restrita. De acordo com o art. 5º da Lei n. 7.347, não é qualquer cidadão que pode propor uma ação civil pública, embora qualquer cidadão possa propor uma ação popular. Além desses remédios constitucionais, também é possível ir ao judiciário por meio de ações de procedimento comum (anulatórias, indenizatórias, obrigação de ação). Essas ações de procedimento comum têm o intuito de evitar a ilegalidade e garantir a anulação dos atos administrativos que forem ilegais ou irregulares. 30m ��Este material foi elaborado pela equipe pedagógica do Gran Concursos, de acordo com a aula prepa- rada e ministrada pelo professor Matheus Vianna de Carvalho. A presente degravação tem como objetivo auxiliar no acompanhamento e na revisão do conteúdo ministrado na videoaula. Não recomendamos a substituição do estudo em vídeo pela leitura exclusiva deste material. www.grancursosonline.com.br