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CONTROLE DA ADMINISTRAÇÃO 3

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Controle da Administração III
DIREITO ADMINISTRATIVO
CONTROLE DA ADMINISTRAÇÃO III
DIREITO ADMINISTRATIVO
Controle da Administração III
Controle Legislativo
O controle legislativo será exercido também com o auxílio do Tribunal de Contas, con-
forme já foi dito. Acontece que o controle legislativo feito diretamente pelo Parlamento, por 
estar espraiado no texto constitucional, acaba sendo matéria de direito constitucional (ex.: 
estudo do que é CPI).
O controle exercido pelo Tribunal de Contas, órgão auxiliar do Poder Legislativo, está 
regulamentado no art. 71 da Constituição Federal. Este artigo estabelece que o controle será 
exercido em diversas frentes. Todavia, é basicamente um controle contábil e financeiro da 
atuação administrativa. O Tribunal de Contas, portanto, exerce o controle financeiro sobre 
todos os órgãos e todos os agentes que atuam com dinheiro público.
O texto constitucional explica que o Tribunal de Contas tem a atribuição de julgar as contas 
de todos os administradores de dinheiro público, à exceção do Presidente da República.
Salienta-se que todos que atuam e exercem atividade com o dinheiro público, a qual-
quer título, submetem-se ao controle exercido pelo Tribunal de Contas. A ideia é controlar os 
dinheiros públicos, conforme dispõe a Constituição.
Incumbe mencionar que as contas do Presidente da República não são da competência 
de julgamento do Tribunal de Contas. No caso do Presidente da República, a regra é que o 
Tribunal de Contas emite parecer, a fim de que estas contas sejam julgadas pelo Congresso 
Nacional, com base no controle parlamentar direto.
Cuidado, pois ele aprecia as contas do Presidente da República e emite parecer. Em rela-
ção aos demais administradores de dinheiro público, ele aprecia e julga as contas.
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DIREITO ADMINISTRATIVO
Multas
No exercício de suas atividades, o Tribunal de Contas tem legitimidade para aplicação de 
multa. Assim, a multa do Tribunal de Contas é penalidade regulamentada pelo texto constitu-
cional. Obviamente, a multa pode ser determinada pelo Tribunal mediante processo adminis-
trativo no qual se assegure contraditório e ampla defesa.
A multa do Tribunal de Contas tem natureza de título executivo. Assim, é título execu-
tivo extrajudicial. Acontece que o Tribunal de Contas não é órgão jurisdicional. Mas, quem 
executa judicialmente uma multa aplicada pelo Tribunal de Contas da União? A Advocacia 
Pública da União. 
O Tribunal de Contas tem a legitimidade de determinar a sustação de atos administrativos 
eivados de ilegalidade. Então, em se tratando de atos administrativos ilegais, estes podem 
ser sustados pelo Tribunal de Contas, o qual possui o poder de analisar os editais de licitação 
(que é ato administrativo), por exemplo, para verificar se este possui alguma irregularidade. 
Mediante processo administrativo em que se assegure ampla defesa, ele pode determinar a 
sustação de atos administrativos ilegais.
Contratos
Porém, tome cuidado em relação aos contatos ilegais, nestes casos, o Tribunal de Contas 
não tem legitimidade para determinar a sustação imediatamente. Na verdade, a regra, no 
caso dos contratos administrativos, verificada a irregularidade, o Tribunal de Contas deverá 
emitir parecer acerca da irregularidade. Posteriormente, o Tribunal de Contas encaminha o 
parecer para julgamento pelo Congresso Nacional. Por sua vez, o Congresso Nacional tem a 
legitimidade para determinar a sustação dos contratos administrativos.
Se, após o recebimento do parecer que é meramente opinativo, o Congresso Nacional 
não se manifestar passados 90 dias, o Tribunal de Contas decidirá a respeito.
A expressão “decidirá a respeito” tem sido alvo de diversas discussões doutrinárias. Será 
que a Constituição quis dizer que, se o Congresso Nacional não sustar o contrato em até 
90 dias, o Tribunal de Contas pode fazê-lo? Não, pois não é o entendimento majoritário. 
Acontece que ele não tem legitimidade para, diretamente, determinar a sustação do contrato 
administrativo.
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É importante verificar que o Tribunal de Contas fica responsável pelo julgamento de qual-
quer dinheiro federal que tenha sido repassado mediante convênio, acordo, contrato ou qual-
quer outro meio para órgãos públicos municipais ou estaduais.
Como ele é responsável por fazer o controle sobre o dinheiro público federal, se este tiver 
sido repassado para outros órgãos municipais e estaduais ou para particulares, cabe ao Tri-
bunal de Contas fazer a fiscalização dessas verbas e das atividades do recurso. 
Vale lembrar que o Tribunal de Contas também faz o controle das atividades das empre-
sas públicas e das sociedades de economia mista.
Por fim, é responsabilidade do Tribunal de Contas encaminhar, anualmente, para o Con-
gresso Nacional, um relatório das suas atividades. Ou seja, neste caso, o Tribunal de Contas 
é controlado.
Cabe destacar, ainda, que o Tribunal de Contas não é um órgão autônomo, mas sim um 
órgão auxiliar do Poder Legislativo e não o integra.
Controle por provocação ou de ofício:
O controle do Tribunal de Contas pode ser feito por provocação ou de ofício. Assim, veri-
ficada uma irregularidade, o Tribunal de Contas é parte legítima para receber a provocação 
do cidadão, o qual possui legitimidade para apresentar denúncias ao Tribunal. Além disso, o 
Tribunal de Contas pode atuar de ofício, isto é, sem a necessidade de provocação.
Controle prévio ou posterior:
O controle do Tribunal de Contas também pode ser prévio (ex.: atuação antes da conclu-
são de um processo licitatório) ou posterior (ex.: atuação após a conclusão de uma licitação).
Controle de mérito de legalidade:
Por óbvio, o Tribunal de Contas tem legitimidade para fazer o controle de legalidade dos 
atos administrativos. Já o controle de mérito é discutível. Assim, para fins de prova, tem-se a 
ideia de um controle exercido por outro. Assim, não haveria interferência no mérito adminis-
trativo no caso de controle feito pelo Legislativo,ainda que com auxílio do Tribunal de Contas. 
Então,seria um controle mais voltado para a legalidade da utilização das verbas públicas e 
da atuação administrativa.
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Controle Judicial ou Controle Jurisdicional
É o controle exercido pelo Poder Judiciário, no exercício de sua função típica. Ele con-
trola as atividades exercidas pelas entidades da administração pública.
Já foi visto que o Brasil adota o sistema de jurisdição única. Por isso, somente quem pode 
proferir uma decisão formando coisa julgada material é o Poder Judiciário. Assim, apesar de 
todo o controle administrativo e legislativo, quem se sentir prejudicado pode ir ao Judiciário 
discutir a atuação de controle. A este caso, aplica-se o art. 5º, XXXV, do texto constitucional, 
o princípio da inafastabilidade de jurisdição. 
Portanto, trata-se da ideia de que nenhuma lesão ou ameaça de lesão poderá ser afas-
tada do Poder Judiciário.
Controle jurisdicional por provocação ou de ofício?
A atuação jurisdicional é um pouco mais limitada. O Poder Judiciário não atua de ofício. A 
funçaõ jurisdicional, portanto, no Brasil, é uma função inerte. Desse modo, o Poder Judiciário 
não pode, de ofício, determinar a análise de uma atuação administrativa. Então, a ideia é que 
o controle jurisdicional só pode ser provocado.Só é possível a atuação do poder Judiciário 
se ele for provocado por um particular interessado.
Controle de mérito e de legalidade:
O Poder Judiciário não pode exercer controle de mérito, somente de legalidade. A análise 
dessa discussão gera algumas controvérsias.
Acontece que o controle judicial só pode se dar acerca da legalidade. No entanto, já foi 
visto que legalidade deve ser enxergada de forma ampla (juridicidade). Então, na verdade, o 
controle de legalidade não abrange somente a adequação do ato à lei, mas a adequação do 
ato ao ordenamento jurídico como um todo.
Incumbe destacar que a violação a princípios constitucionais (ex.: razoabilidade, legali-
dade, proporcionalidade) enseja a possibilidade do controle judicial. Então, não é um con-
trole de mérito, mas sim um controle de legalidade.Todavia, é um controle de legalidade 
mais amplo.
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A atividade de controle de legalidade é exercida dentro de uma análise técnica do que a 
legalidade abrange. Muitas vezes, o Judiciário atua parecendo que está fazendo uma análise 
de mérito, mas, na verdade, está controlando os limites do mérito, para que estes não extra-
polem a legalidade, isto é, princípios constitucionais aplicáveis ao caso concreto.
Controle prévio ou posterior:
O controle judicial pode ser prévio (ex.: suspensão de determinada atividade para evitar 
a ilegalidade da administração ou posterior (ex.: anulação de ato administrativo previamente 
praticado), lembre-se de que nenhuma lesão ou ameaça de lesão pode ser afastada do 
Poder Judiciário.
Embora o controle judicial seja somente provocado e de legalidade, ele pode ser um con-
trole prévio ou posterior. 
O controle jurisdicional se dá mediante provocação que pode ser feita ou por ações de 
natureza comum ou por meio de ações constitucionais/remédios constitucionais.
Os remédios constitucionais relevantes para o direito administrativo são:
Habeas data: impetrado por alguém que queira resguardar o direito à informação acerca 
de si, isto é, de sua pessoa. Também é possível impetrar habeas data para obter informações 
acerca da pessoa do de cujus (quando se é sucessor de alguém).
Nesse caso, fala-se em obrigatoriedade na recusa (não precisa haver o esgotamento 
das instâncias administrativas, mas é preciso haver a recusa expressa ou tácita [mais de dez 
dias sem receber as informações, no caso de obter de informações, e, mais de quinze dias, 
no caso de acrescer ou retificar]). É válido salientar que o habeas data não serve para obter 
direito à certidão (que é caso de mandado de segurança).;
Mandado de segurança: usado para resguardar direito líquido e certo não amparado por 
habeas data ou por habeas corpus. O direito líquido e certo é aquele que tem prova pré-cons-
tituída (não há necessidade de dilação probatória durante o processo).
De acordo com a Súmula n. 625 do STF, a controvérsia na matéria de direito não impede 
o mandado de segurança. Assim, não pode haver controvérsia em relação aos fatos. Não 
há necessidade de comprovar dilação probatória no meio do processo. O mandado de segu-
rança é, portanto, o tipo de ação que não depende de dilação probatória.
Além disso, o mandado de segurança precisa respeitar o prazo decadencial de 120 dias, 
a contar do conhecimento do ato coator pelo impetrante. 
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Por fim, é importante lembrar que não cabe mandado de segurança contra lei em tese, lei 
geral e abstrata. O mandado de segurança é cabível contra atos concretos;
Mandado de injunção: trata-se de uma ação constitucional que visa solucionar proble-
mas decorrentes de inconstitucionalidade por omissão. A lógica do mandado de injunção é 
que existe uma norma constitucional de eficácia limitada que estabelece um direito ao parti-
cular, o qual, para ser exercido, depende de regulamentação infraconstitucional.
Por ser uma norma constitucional de eficácia limitada, o exercício do direito depende 
da edição de uma lei que a regulamente. A ausência dessa lei impede o exercício do direito 
constitucional;
Ação popular/ação civil pública: são ações altruístas. Qualquer cidadão pode propor 
ação popular para anular ato lesivo ao interesse público e à administração pública. A ideia 
aqui é que o cidadão está representando a sociedade. Ele não quer anular o ato porque este 
viola o seu direito, mas sim porque o ato viola o interesse da sociedade. A ação popular não 
tem foro privilegiado, então sempre é proposta perante juiz singular.
Por sua vez, a ação civil pública também busca anular um ato lesivo à moralidade pública, 
à ordem pública, ao direito do consumidor e aos direitos difusos em geral. A diferença é que 
a ação civil pública é proposta pel Ministério Público, pela Defensoria Pública ou por asso-
ciações constitucionais a mais de um ano. Assim, trata-se de uma legitimidade mais restrita.
De acordo com o art. 5º da Lei n. 7.347, não é qualquer cidadão que pode propor uma 
ação civil pública, embora qualquer cidadão possa propor uma ação popular.
Além desses remédios constitucionais, também é possível ir ao judiciário por meio de 
ações de procedimento comum (anulatórias, indenizatórias, obrigação de ação). Essas ações 
de procedimento comum têm o intuito de evitar a ilegalidade e garantir a anulação dos atos 
administrativos que forem ilegais ou irregulares. 
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��Este material foi elaborado pela equipe pedagógica do Gran Concursos, de acordo com a aula prepa-
rada e ministrada pelo professor Matheus Vianna de Carvalho. 
A presente degravação tem como objetivo auxiliar no acompanhamento e na revisão do conteúdo 
ministrado na videoaula. Não recomendamos a substituição do estudo em vídeo pela leitura exclusiva 
deste material.
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