Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
EMPREENDEDORISMO PROFESSORES Me. Anderson Katsumi Miyatake Me. Bianca Burdini Mazzei Me. Paulo Pardo ACESSE AQUI O SEU LIVRO NA VERSÃO DIGITAL! https://apigame.unicesumar.edu.br/qrcode/2264 EXPEDIENTE C397 CENTRO UNIVERSITÁRIO DE MARINGÁ. Núcleo de Educação a Distância. MIYATAKE, Anderson Katsumi; MAZZEI, Bianca Burdini; PARDO, Paulo. Empreendedorismo. Anderson Katsumi Miyatake, Bianca Burdini Mazzei, Paulo Pardo. Maringá - PR.: UniCesumar, 2020. 168 p. “Graduação - EaD”. 1. Empreendedorismo 2. Negócio 3. Oportunidades. EaD. I. Título. FICHA CATALOGRÁFICA NEAD - Núcleo de Educação a Distância Av. Guedner, 1610, Bloco 4Jd. Aclimação - Cep 87050-900 | Maringá - Paraná www.unicesumar.edu.br | 0800 600 6360 Coordenador(a) de Conteúdo Patrícia Rodrigues da Silva Projeto Gráfico e Capa Arthur Cantareli, Jhonny Coelho e Thayla Guimarães Editoração Matheus Silva de Souza Design Educacional Ana Claudia Salvadego Revisão Textual Cíntia Prezoto Ferreira Ilustração Bruno Pardinho Fotos Shutterstock CDD - 22 ed. 658.4 CIP - NBR 12899 - AACR/2 ISBN 978-85-459-1142-5 Impresso por: Bibliotecário: João Vivaldo de Souza CRB- 9-1679 Diretoria Executiva Chrystiano Mincoff, James Prestes, Tiago Stachon Diretoria de Design Educacional Débora Leite Diretoria de Graduação Kátia Coelho Diretoria de Permanência Leonardo Spaine Diretoria de Pós-graduação, Extensão e Formação Acadêmica Bruno Jorge Head de Produção de Conteúdos Celso Luiz Braga de Souza Filho Gerência de Produção de Conteúdo Diogo Ribeiro Garcia Gerência de Projetos Especiais Daniel Fuverki Hey Supervisão do Núcleo de Produção de Materiais Nádila Toledo Supervisão de Projetos Especiais Yasminn Zagonel NEAD - NÚCLEO DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA Reitor Wilson de Matos Silva Vice-Reitor Wilson de Matos Silva Filho Pró-Reitor de Administração Wilson de Matos Silva Filho Pró-Reitor Executivo de EAD William Victor Kendrick de Matos Silva Pró-Reitor de Ensino de EAD Janes Fidélis Tomelin Presidente da Mantenedora Cláudio Ferdinandi DIREÇÃO UNICESUMAR BOAS-VINDAS Neste mundo globalizado e dinâmico, nós tra- balhamos com princípios éticos e profissiona- lismo, não somente para oferecer educação de qualidade, como, acima de tudo, gerar a con- versão integral das pessoas ao conhecimento. Baseamo-nos em 4 pilares: intelectual, profis- sional, emocional e espiritual. Assim, iniciamos a Unicesumar em 1990, com dois cursos de graduação e 180 alunos. Hoje, temos mais de 100 mil estudantes espalhados em todo o Brasil, nos quatro campi presenciais (Maringá, Londrina, Curitiba e Ponta Grossa) e em mais de 500 polos de educação a distância espalhados por todos os estados do Brasil e, também, no exterior, com dezenasde cursos de graduação e pós-graduação. Por ano, pro- duzimos e revisamos 500 livros e distribuímos mais de 500 mil exemplares. Somos reconhe- cidos pelo MEC como uma instituição de exce- lência, com IGC 4 por sete anos consecutivos e estamos entre os 10 maiores grupos educa- cionais do Brasil. A rapidez do mundo moderno exige dos edu- cadores soluções inteligentes para as neces- sidades de todos. Para continuar relevante, a instituição de educação precisa ter, pelo menos, três virtudes: inovação, coragem e compromis- so com a qualidade. Por isso, desenvolvemos, para os cursos de Engenharia, metodologias ati- vas, as quais visam reunir o melhor do ensino presencial e a distância. Reitor Wilson de Matos Silva Tudo isso para honrarmos a nossa mis- são, que é promover a educação de qua- lidade nas diferentes áreas do conheci- mento, formando profissionais cidadãos que contribuam para o desenvolvimento de uma sociedade justa e solidária. P R O F I S S I O N A LT R A J E T Ó R I A Professor Me. Anderson Katsumi Miyatake Mestre em Administração pela Universidade Estadual de Maringá (UEM), Especialista em Educação a Distância pela Faculdade Instituto Superior de Educação do Paraná (FAINSEP) e Graduado em Administração pela Universidade Estadual de Maringá (UEM). Professor no ensino presencial e a distância na graduação e pós-graduação lato sensu. Coordenador acadêmico de cursos de graduação na Faculdade Cidade Verde. Ministra aulas para o EAD nos cursos de Administração, Processos Gerenciais, Gestão Comercial, Marketing, Gestão da Qualidade, Logística, Gestão de Lojas e Pontos de Venda e Gestão de Recursos Huma- nos na Unicesumar desde 2013. Lattes disponível em: <http://lattes.cnpq.br/4292559242413613>. Professora Me. Bianca Burdini Mazzei Mestre em Gestão de Negócios pela Universidade Estadual de Londrina (2006), Especia- lista em MBA Marketing pelo Cesumar, Graduada em Administração pela Universidade Paranaense (1996) e Doutoranda em Administração Pública e Governo pela FGV/EAESP. Atualmente, é professora efetiva no colegiado do curso de Administração da UNESPAR - Universidade Estadual do Paraná no Campus de Paranavaí. Tem experiência na área de Administração, atuando principalmente nos seguintes temas: administração pública, economia solidária, cooperativismo, gestão social, terceiro setor, responsabilidade social, gestão mercadológica e metodologia de pesquisa. Lattes disponível em: <http://lattes.cnpq.br/3740397529039072>. Professor Me. Paulo Pardo Mestrado em Administração pela Universidade Estadual de Londrina e Doutorando em En- genharia da Produção pela Universidade Metodista de Piracicaba. Atualmente é coordena- dor dos cursos de Gestão Pública, Negócios Imobiliários e Gestão Hospitalar do Núcleo de Educação a Distância da Unicesumar. Trabalhou na coordenação geral de polos de Educa- ção a Distância da Unicesumar, celebrando convênios de parceria entre polos e a IES, bem como na gestão de relacionamento com os polos próprios e parceiros. Trabalhou na coor- denação do projeto de novos cursos de pós-graduação na Unicesumar. Foi professor no CHSA - Centro de Ciências Humanas e Sociais Aplicadas da Unicesumar - Centro Universi- tário Cesumar. Tem experiência na área de Administração, com ênfase em Administração de Empresas, atuando principalmente nos seguintes temas: sistema financeiro nacional, bolsa de valores, mercado de ações e logística. É professor de pós-graduação na área de Administração da Unicesumar, na cidade de Maringá-PR. É autor de livros didáticos para Educação a Distância nas áreas de Logística, Mercado Financeiro e de Capitais, Marketing e Gestão Ambiental e Teoria Geral da Administração. É consultor na área de marketing com foco em pesquisa de mercado para rede de varejo de eletrodomésticos (grupo Gazin). Lattes disponível em: <http://lattes.cnpq.br/8141003354179820>. A P R E S E N TA Ç Ã O D A D I S C I P L I N A EMPREENDEDORISMO Olá, caro(a) acadêmico(a), é uma satisfação apresentar a você o livro da disciplina Em- preendedorismo, elaborado com carinho para que você conheça o mundo do Empreen- dedorismo e desperte a curiosidade para completar seus estudos e realizar ações em- preendedoras no seu cotidiano. O objetivo, ao escrever este livro, não é apresentar um modelo pronto de empreendedo- rismo e a receita de como obter sucesso, até porque isso não existe. Por isso, trataremos de diversos assuntos que fazem parte do mundo do empreendedorismo, para promover reflexões, apresentar alguns caminhos que podem ser utilizados para aumentar as chan- ces de sucesso. O principal componente para existir o empreendedorismo é o indivíduo que quer em- preender que com empenho e a dedicação na busca do conhecimento permitirá transfor- mar a sociedade em que está inserido. Dessa forma, incentivamos você a fazer anotações das dúvidas e procurar a equipe de apoio da nossa instituição, realizar as atividades de autoestudo, participar dos fóruns e, também, do chat da aula ao vivo, ler este livro, assistir as aulas conceituais, explorar as indicações de leitura e pesquisar em diversas fontes a respeito do tema. Nosso livro é composto de cinco unidades em que procuramos apresentar alguns dos principais aspectos do Empreendedorismo. NaUnidade I, apresentaremos alguns pontos-chaves para compreender essa área das Ciências Sociais Aplicadas. Vamos abordar algumas definições utilizadas nesse campo para que você compreenda a abrangência e isso será complementado ao apresentarmos os campos de estudo e tipos de empreendedorismo existentes na área. Destacamos mitos que são comumente abordados de forma equivocada pela sociedade de uma forma geral e o papel social e econômico do empreendedorismo, ou seja, os benefícios de indivíduos empreendedores em uma sociedade não só do ponto de vista da geração de renda, mas também em aspectos sociais. D A D I S C I P L I N AA P R E S E N TA Ç Ã O Na Unidade II, são apresentados dois importantes aspectos que envolvem o Empreen- dedorismo: o empreendedor e a oportunidade. Elaboramos essa divisão para que você compreenda que nem tudo depende somente do empreendedor, mas de uma análise mais completa da oportunidade. Na primeira parte, apresentaremos características e perfis dos empreendedores, não no intuito de criar um modelo ideal, porém, são al- guns atributos importantes para quem pretende empreender. Também explicaremos as diferenças entre gestores, empreendedores e empresários, pois é um ponto em que, geralmente, há bastante confusão. Na segunda parte, o foco é explicar a oportunidade, pois o empreendedorismo ocorre por meio de ideias transformadas em algo concreto. Ao longo da unidade, apresentaremos as fontes que inspiram novas ideias, o processo que o empreendedor percorre desde o momento que tem a ideia até quando obtém sucesso. Na Unidade III, trataremos do Modelo de Negócio que trata das características da organi- zação. Quando se pensa e estabelece os diferenciais do negócio, é possível direcionar as ações a serem tomadas para o desenvolvimento do negócio. A ferramenta Canvas é utili- zada, justamente, para ajudar a definir de forma prática e visual. Outro assunto importante é compreender que se a organização não planejar, poderá acarretar no fechamento da empresa, por isso, vamos alertar sobre as principais causas de mortalidade dos negócios. Na Unidade IV, trataremos do Plano de Negócios (PN), que é uma importante ferramenta de apoio ao empreendedor para analisar de forma mais consistente as próximas ações ou para ajudar na elaboração dos primeiros passos do negócio. Abordaremos uma parte contextual para explicar sobre o plano de negócio; posteriormente, os erros capitais na elaboração; e, por fim, cada uma das partes que compõem o Plano. Na Unidade V deste livro, abordaremos algumas tendências e novidades na área de em- preendedorismo, como financiamento coletivo, coworking, anjos, incubadora, aceleradora e empresa júnior, visando apresentar que o cenário para quem quer empreender possui opções de apoio e fomento. Ao final do livro, esperamos que esteja preparado(a) para lidar com o instigante mundo do empreendedorismo, pois passaremos por aspectos essenciais. Buscamos oferecer uma visão abrangente para ajudar na sua formação. Esperamos, assim, que possa aproveitar bem as informações contidas no livro e que possa colocar em prática esses ensinamentos, fazendo as devidas adaptações conforme a situação. Com isso, esperamos despertar o espírito empreendedor e contribuir para que os negócios criados ou gerenciados por você possam obter sucesso. Bom estudo! ÍCONES Sabe aquela palavra ou aquele termo que você não conhece? Este ele- mento ajudará você a conceituá-la(o) melhor da maneira mais simples. conceituando No fim da unidade, o tema em estudo aparecerá de forma resumida para ajudar você a fixar e a memorizar melhor os conceitos aprendidos. quadro-resumo Neste elemento, você fará uma pausa para conhecer um pouco mais sobre o assunto em estudo e aprenderá novos conceitos. explorando Ideias Ao longo do livro, você será convidado(a) a refletir, questionar e transformar. Aproveite este momento! pensando juntos Enquanto estuda, você encontrará conteúdos relevantes online e aprenderá de maneira interativa usando a tecno- logia a seu favor. conecte-se Quando identificar o ícone de QR-CODE, utilize o aplicativo Unicesumar Experience para ter acesso aos conteúdos online. O download do aplicativo está disponível nas plataformas: Google Play App Store CONTEÚDO PROGRAMÁTICO UNIDADE 01 UNIDADE 02 UNIDADE 03 UNIDADE 05 UNIDADE 04 FECHAMENTO INTRODUÇÃO AO EMPREENDEDORISMO 10 O EMPREENDEDOR E A OPORTUNIDADE 39 66 DEFININDO UM MODELO DE NEGÓCIO 90 PLANO DE NEGÓCIO 129 TENDÊNCIAS EM EMPREENDEDORISMO 161 CONCLUSÃO GERAL 1 INTRODUÇÃO AO EMPREENDEDORISMO PLANO DE ESTUDO A seguir, apresentam-se as aulas que você estudará nesta unidade: • Compreendendo empreendedo- rismo • Tipos de empreendedorismo • Franquia como forma de empreendedorismo • O papel social e econômico do empreendedorismo • Mitos sobre o empreendedorismo. OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM Compreender o conceito e a importância do empreendedorismo • Apresentar os tipos de empreende- dorismo abordados na literatura • Caracterizar as principais informações sobre as franquias no Brasil • Descrever a importância do empreendedorismo para uma sociedade • Desmistificar os principais mitos relacionados ao empreendedorismo. PROFESSORES Me. Anderson Katsumi Miyatake Me. Bianca Burdini Mazzei Me. Paulo Pardo INTRODUÇÃO Seja muito bem-vindo(a) a primeira unidade do livro de Empreende- dorismo. Nossa intenção é apresentar e conduzir você ao fascinante mundo do Empreendedorismo. No decorrer dessa unidade, apresenta- remos assuntos que permitirão compreender a importância e equívocos discutidos e praticados sobre o empreendedorismo. Será apresentado que existem diversos tipos de empreendedorismo, ou seja, os empreendedores podem iniciar a jornada nos negócios de diferentes formas, como em negócios próprios, franquias, herdando um empreendimento ou até sendo um colaborador em uma organização. Como no Brasil o número de empreendedores alcança o patamar de milhões, sendo que milhares obtêm sucesso nos negócios, é possível verificar a dificuldade em estabelecer um perfil ideal de empreendedor. Acreditamos que, com isso, poderemos desmistificar a existência de um único perfil. Também abordaremos um pouco da história do empreendedoris- mo, destacando pontos essenciais que alteraram a forma de praticar os negócios como os significados da palavra, bem como personagens que influenciaram no desenvolvimento desse campo de estudo. Outro ponto bastante relevante da unidade é o papel social e eco- nômico do empreendedorismo. Isso acontece porque, como você verá ao longo deste material, ideias transformadas em produtos concretos e que tenham viabilidade transformam uma região, promovendo o mo- vimento da economia, envolvendo as pessoas, os recursos e a sociedade. Levando em consideração que mais de 90% dos negócios são micro e pequenos, sendo que muitos atuam de forma local, é possível com- preender a associação com o social e o econômico e a relevância dos empreendedores para uma região. O objetivo também é desmistificar mitos que existem sobre o empreendedorismo e que atrapalham as ini- ciativas empreendedoras. Esperamos que você goste dos assuntos abordados nesta unidade e aproveite a disciplina da melhor forma. Vamos iniciar os estudos! Boa leitura! U N ID A D E 1 12 1 COMPREENDENDO EMPREENDEDORISMO Olá, para começar a estudar empreendedorismo, precisamos apresentar ca- racterísticas essenciais dessa importante área dos negócios. A definição do termo empreendedorismo tem causado uma divergência entre especialistas, visto que a dificuldade de encontrar um significado ocorre pelo: campo de estudo, heterogeneidade da área e novas tendências nos ne- gócios que mudam o mercado mais rapidamente. Não queremos, com isso, desmotivá-lo(a) ou mostrar que não é algo relevante para você estudar, mas demonstrar que isso é comum em outras áreas do conhecimento, e como nós vamos conduzi-lo nessa caminhada, que a façamos passo por passo. Éimportante esclarecer que os pesquisadores existem justamente para aperfeiçoar os conhecimentos para adaptar-se à criação de tendências. Vamos dar um exemplo: até poucos anos, pouquíssimo se falava em empreendedoris- mo para quem tem alguma deficiência física, e hoje é motivo de pesquisas para encontrar formas de inclusão no mundo dos negócios. Então, antigamente, alguém poderia falar que o conceito de empreendedorismo envolve pessoas que não têm limitação física, o que não corresponde à realidade. Outro exemplo seria a área de Marketing, visto que quem cursou essa dis- ciplina há, aproximadamente, uma década sabe que pouco ou nada se falava de marketing digital, e hoje é algo essencial para o mundo dos negócios. Com esses dois exemplos, destacamos a relevância de estudiosos para aperfeiçoar os U N IC ES U M A R 13 conceitos. E se novas tendências surgem, é porque existem pessoas realizando pesquisas para gerar esse progresso. Vamos dar alguns exemplos de tendências que estão incentivando novos estu- dos. Conforme Bruyat e Julien (2000), o campo de estudo do Empreendedorismo é bastante amplo e de grande relevância para a economia, sendo alguns exemplos de campos de estudos: ■ Jovens: de acordo com o Global Entrepreneurship Monitor (GEM), o maior número de empreendedores está na faixa de 25 a 44 anos, ou seja, pessoas mais jovens se comparado a dados da década de 90 e anos 2000 e isso representa um motivo para aprofundar os estudos. ■ Mulheres: é notável o aumento da participação tanto em cargos administra- tivos como gerenciais, sendo que em algumas regiões brasileiras temos mais mulheres envolvidas na abertura de novos negócios em comparação aos ho- mens, fato pouco provável há algumas décadas. ■ Mortalidade de empresas: esses estudos são importantes para verificar a si- tuação dos negócios criados pelos empreendedores. Por exemplo, estudo do Sebrae (2014) mostrou que o índice de negócios brasileiros que sobrevivem até os dois primeiros anos de vida é, em média, de 76%, ou seja, a cada 100 novos negócios, 76 sobrevivem até o segundo ano de vida, representando um grande progresso em que a taxa era apenas de 50%. ■ Empreendedorismo social: nem todos os negócios são empresariais e visam ao lucro. Existem aqueles que possuem missão social e atendimento de neces- sidades sociais, por isso, utilizar o termo organizações é adequado, pois podem envolver clubes e entidades. Outro tema em destaque no empreendedorismo é a área de startups com produtos e serviços ligados à inovação e mecanismos de apoio e incentivo ao empreendedo- rismo. Os temas estão em alta na área e serão destacados em outro momento do nosso material para que você compreenda melhor. A partir disso, vamos apresentar alguns dos conceitos utilizados para que você conheça o que já foi e é abordado sobre o assunto. Conforme Dornelas (2005, p. 29), “a palavra empreendedor (entrepreneur) tem origem francesa e quer dizer aquele que assume riscos e começa algo novo”. Isto é, o termo está ligado diretamente a al- guém que realiza coisas diferentes, intermediando o produto/serviço com os clientes, por isso corre riscos nesse processo. O Quadro 1 ilustra fatos relevantes da história do empreendedorismo que influenciaram na construção do conceito. U N ID A D E 1 14 Idade Média Marco Polo – estabelecimento de rota comercial no Oriente atuando como intermediário ao assinar contratos para comercializar mercadorias. Idade Média Pessoa que gerenciava projetos de produção. Século XVII Pessoa que assumia riscos de lucro (ou prejuízo) em um contrato de valor fixo com o governo. 1725 Richard Cantillon – Separação de empreendedor (assume riscos) do capitalista (financia os experimentos para a industrialização). 1803 Jean Baptiste Say – lucros do empreendedor separados do lucro do capital. 1876 Francis Walker – distinguiu entre os que forneciam fundos e aqueles que obtinham lucros com atividades administrativas. 1934 Joseph Schumpeter – o empreendedor é inovador e desenvolve tecnologia que ainda não foi testada. 1961 David McClelland – o empreendedor é alguém dinâmico que corre riscos moderados. 1964 Peter Drucker – o empreendedor maximiza oportunidades. 1975 Albert Shapero – o empreendedor toma iniciativa, organiza alguns mecanismos sociais e econômicos e aceita riscos de fracassos. 1980 Karl Vesper – o empreendedor é visto de modo diferente por economistas, psicólogos, negociantes e políticos. 1983 Gifford Pinchot – o intraempreendedor é um empreendedor que atua dentro de uma organização já estabelecida. 1985 Robert Hisrich – o empreendedorismo é o processo de criar algo diferente e com valor, dedicando o tempo e o esforço necessários, assumindo riscos financeiros, psicológicos e sociais correspondentes e recebendo as consequentes recompensas da satisfação econômica e pessoal. Quadro 1 - Fatos relevantes da história do empreendedorismo Fonte: adaptado de Dornelas (2005); Hisrich e Peters (2004, p. 27). U N IC ES U M A R 15 A partir da leitura do Quadro 1, você pode compreender que houve mudanças na forma de considerar empreendedorismo. No início, era atri- buído o fator risco para quem estivesse envolvido. Posteriormente, o foco foi direcionado para indivíduo inovador e que tem iniciativa. Anos mais tarde, também admitiu-se como empreendedor aquele que trabalha nas organi- zações, ou seja, podemos notar que a abordagem foi mudando conforme as situações que ocorriam. Um conceito clássico que foi bastante utilizado durante muitos anos é o de Schumpeter (1949 apud DORNELAS, 2005, p. 39), ao definir o em- preendedor como “aquele que destrói a ordem econômica existente pela introdução de novos produtos e serviços, pela criação de novas formas de organização ou pela exploração de novos recursos e materiais”. Porém, esse conceito tem sido deixado de lado e outros autores apresentam distintas formas de compreender o empreendedorismo de forma mais abrangente e contextualizada. Durante as últimas décadas, presenciou-se uma grande transformação socioeconômica. A economia globalizada, a instabilidade dos ambientes or- ganizacionais e a competição ainda mais acirrada forçaram a adequação e a redução das estruturas; consequentemente, provocou um aumento do de- semprego e, ao mesmo tempo, aumento na oferta de serviços e terceirizações. Apesar de sua longa história anterior, é nesse cenário que o empreende- dorismo passa a destacar-se e a ser tão necessário. Conforme Filion (2012), a tendência do empreendedorismo surgiu nos anos 70, porém vem afirman- do-se nas últimas duas décadas. E esse fenômeno vem se dando, no Brasil e no mundo, em função do aumento do número de pequenas empresas e de trabalhadores autônomos. Para o autor, o fenômeno empresarial mais mar- cante da década de 90 foi o crescimento do trabalho autônomo, que dos anos 1989 a 1998 aumentou em 74%. Outro fator muito importante é a evolução da participação das mulheres, que dos anos 1976 a 1996 aumentou de 19,6% para 31,2% nessa categoria de trabalho. No Brasil, o movimento do empreendedorismo começou a tomar forma em 1990, quando foram criadas entidades, como o SEBRAE (Serviço Brasilei- ro de Apoio à Micro e Pequenas Empresas) e a SOFTEX (Sociedade Brasileira para Exportação de Softwares). Antes desse período, não havia condições políticas e econômicas propícias ao empreendedor (DORNELAS, 2005). U N ID A D E 1 16 O SEBRAE foi criado para dar suporte ao pequeno empreendedor que pretende abrir o seu negócio, bem como para oferecer consultorias para resolver pequenos problemas pontuais dos negócios já iniciados. A SOF- TEX foi criada com o intuito de levar as empresas de softwares do país ao mercado externo, oferecendo capacitação em gestão e tecnologia a esses empresários. As incubadoras de empresas e as universidades/cursos de Ciências da Computação e Informática também foram responsáveis pelo grande avanço do empreendedorismo no Brasil nesse período. Foi, então,que a sociedade brasileira começou a despertar-se para a realização de planos de negócios (até então não valorizados pelos pequenos empresários), a formação para o empreendedorismo e para programas públicos de incentivo. Conforme Dornelas (2005), apresentamos um resumo das ações históricas desenvol- vidas no Brasil que permitiram esse avanço no país: ■ 1990: criação de programas SOFTEX e GENESIS (Geração de Novas Empresas de Software, Informação e Serviços) que apoiavam ativi- dades empreendedoras em softwares. O ensino da disciplina em uni- versidades e a geração de novas empresas de softwares (start-ups). ■ 1999 a 2002: o Programa Brasil Empreendedor do Governo Fede- ral, dirigido a mais de 6 milhões de empreendedores e destinando recursos financeiros e operações de créditos para estímulo ao em- preendedorismo. ■ Programas do SEBRAE, como o EMPRETEC (curso de imersão) e o Jovem Empreendedor, voltados à capacitação do empreendedor. ■ Criação de vários cursos e programas universitários para o en- sino do empreendedorismo. ■ 1999 a 2000: houve o movimento de criação das empresas ponto- com do país que, apesar de ter sido pontual, trouxe grande contri- buição para disseminação do empreendedorismo local. ■ Crescimento das incubadoras de empresas no país: em 2004, a ANPROTEC (Associação Nacional de Entidades Promotoras de Em- preendimentos de Tecnologia Avançadas) já apontava a existência de 280 incubadoras, com mais de 1700 empresas incubadas, gerando mais 28 mil postos de trabalho. Na Unidade V, vamos tratar com mais detalhes as incubadoras. U N IC ES U M A R 17 Empreender por oportunidade pressupõe uma análise do ambiente em que está inserido em busca da criação de novidades ou explorar mercados que são pouco desenvolvidos. Quando um país proporciona um cenário adequado está incentivando empreendedores a criarem negócios de sucesso que podem modificar o funcionamento de um mercado. Isso ocorre porque a preocupação do indivíduo é questionar um problema, buscando nova solução e não ter um negócio para sobreviver. O pensamento fora da caixa é estimulado nessa situação porque o empreendedor não está em busca de renda para manter-se, mas reformular uma lógica do mercado. Fonte: os autores. explorando Ideias Até a metade dos anos 2000, verificava-se, no Brasil, o empreendedorismo por necessidade, ou seja, os empreendedores não possuíam outra opção de traba- lho e renda e acabavam criando os negócios de maneira informal, com pouco planejamento, fracassando rápido, não gerando o desenvolvimento esperado e contribuindo para o aumento das estatísticas de mortalidade dos negócios. Uma boa notícia é que, depois disso, o empreendedorismo está ocorrendo na maioria por oportunidade. Isto é, os negócios no país estão sendo criados porque os empreendedores estão preparando-se para abrir os negócios. Entre- tanto, como historicamente as organizações brasileiras começaram, na maioria, por necessidade, ainda percebemos os efeitos dessa forma de empreender. Isso ocorre porque os empreendedores abrem negócios próprios sem se prepararem, pois possuem poucas opções de conseguir trabalho e renda. Trabalhando na informalidade e sem preparo, as chances do negócio fechar são maiores. Essa classificação de empreendedorismo por necessidade e oportunidade é utilizada pelo Global Entrepreneurship Monitor (GEM). O foco do empreendedorismo foi, durante muitos anos, ligado para o empreen- dedor, por isso, os estudos existiam para mapear um conjunto de características ideais para um empreendedor. Considerava-se que o empreendedor tinha que ter um conjunto de atributos e que, dessa forma, o sucesso seria obtido. No entanto, não se levava em consideração o ambiente em que o empreendedor vive, bem como as mudanças inesperadas que poderiam acontecer no cotidiano. Em outro momento do nosso material, vamos detalhar mais esse aspecto das características empreendedoras. U N ID A D E 1 18 Os conceitos mais utilizados nos dias atuais focalizam a abordagem para as oportunidades, como veremos adiante. Dessa forma, o foco mudou e as carac- terísticas foram deixadas para segundo plano. Não estamos querendo dizer que são irrelevantes os estudos, mas que somente as características do empreendedor não devem ser consideradas como elementos importantes. Para exemplificar, apresentamos um conceito clássico dessa abordagem, apre- sentada por Shane e Venkataraman (2000, p. 6): “ [...] empreendedorismo, como uma área de negócios, busca enten-der como surgem as oportunidades para criar algo novo (produtos ou serviços, mercados, processos de produção ou matérias-primas, formas de organizar as tecnologias); como são descobertas ou cria- das por indivíduos específicos que, a seguir, usam meios diversos para explorar ou desenvolver coisas novas. Alguns pontos interessantes que podemos analisar nesse conceito é que não menciona características do empreendedor. Depois, trata a área como negócio e isso se justifica porque o empreendedor tem que propor iniciativas que tenham viabilidade comercial, principalmente em um sistema de mercado em que o re- torno financeiro é importante. Na área social, somente o lucro não é levado em consideração, mas fundações e associações também funcionam como negócios. Segundo esse conceito apresentado pelos autores, envolvem-se diferentes formas de empreender, como produtos, serviços, mercados, processos de pro- dução ou matérias-primas e formas de organizar a tecnologia. Isso representa as possibilidades que os empreendedores podem ter quando empreendem, seja nos negócios próprios ou de terceiros. Outra parte relevante é apresentar que os indivíduos descobrem ou criam oportunidades de negócio e isso é importante porque nem todos compreendem o ambiente da mesma forma. Para exemplificar, em um cenário de crise econômi- ca, determinada pessoa considera como improvável empreender, e outra pessoa abre um negócio e obtém sucesso ao explorar uma possibilidade que ninguém considerou no momento. O último ponto é que, a partir da descoberta de uma ideia que possa ser transformada em coisas concretas de sucesso, os empreendedores utilizam meios diversos, como os recursos, a rede de contatos, o conhecimento que possuem e que vão buscar para explorar novas atividades que não fizeram até o momento. U N IC ES U M A R 19 Uma ideia precisa de viabilidade para ser transformada em oportunidade. Nos negócios, um ou mais indivíduos com uma ideia agem para combinar recursos e gerar uma opor- tunidade lucrativa. pensando juntos Como o empreendedorismo estuda fenômenos sociais que constantemente se modificam, uma abordagem única não seria suficiente para considerar todos os elementos. Vamos partir do pressuposto de que o empreendedorismo só é possível por meio de oportunidades, como consideram Shane e Venkataraman (2000), porque é mediante uma oportunidade que o empreendedor coloca em prática uma novidade. Para sintetizar essa perspectiva, uma citação de Read et al. (2011, p. 17-18) é bastante pertinente para compreendermos uma oportunidade. Ideia = alguma coisa + você Oportunidade = ideia + ação Ação = função (interação) do dinheiro, produto e parceiros Viabilidade = oportunidade + comprometimento Dessa forma, uma oportunidade depende de uma ideia e ação dos indivíduos. Para que ocorra essa ação, são necessários recursos e comprometimento dessas pessoas para tornar algo viável. E você pode perguntar a respeito do empreendedor. Haveria uma definição a ser apresentada? Nós afirmamos que o empreendedor é aquele que possui uma ideia e a coloca em prática, seja sozinho ou com um conjunto de pessoas. Essa definição pode ser complementada conforme Lacombe e Heilborn (2008, p. 128): “pessoa que percebe oportunidades de oferecer no mercado novos produtos, serviços e processos e tem coragem para assumir riscos e habilidades”. O empreendedor é aquele que assume responsabilidade e tem iniciativa para buscar algo diferente, seja uma invençãoou aperfeiçoamento de um produto. Vale ressaltar que o empreendedor sozinho pode ter a ideia e transformar em negócio, ou também com a ajuda de mais pessoas. Ainda nesta unidade, aborda- remos com mais detalhes o empreendedor, apresentando os tipos, e também na próxima unidade, quando explanaremos a respeito do perfil e das características do empreendedor. U N ID A D E 1 20 2 TIPOS DE EMPREENDEDORISMO O empreendedorismo é uma área bastante rica e que tem se destacado na mídia pela diversidade de contextos e, neste momento, vamos explicar os motivos. No tópico anterior, destacamos o empreendedorismo por necessidade ou oportuni- dade, conforme classificação do GEM (Global Entrepreneurship Monitor). Elas podem ser utilizadas como base para dividir a forma como o indivíduo começou a atuar. Porém, é preciso compreender que um indivíduo que se torna empreendedor pode começar de diferentes formas: abrir o negócio próprio, herdar, comprar, in- traempreender, sendo essa classificação complementar à abordagem do GEM. Para explicar essas tipologias, vamos utilizar a classificação de Dornelas (2007), que con- sidera os empreendedores como: ■ Empreendedor nato (mitológico) – em sua maioria, são imigrantes ou filhos destes, são visionários, 100% comprometidos com seu sonho, oti- mistas, normalmente começaram do nada e cedo adquiriram habilidade de negociação e venda. ■ Empreendedor que aprende (inesperado) – é uma pessoa que, quando menos esperava, descobriu uma oportunidade, então, ele mudou a vida e resolveu abrir o próprio negócio. Normalmente, demora a tomar a decisão de empreender e a acostumar-se com ela. ■ Empreendedor serial (criar novos negócios) – é uma pessoa apaixonada por empreender, assim, não consegue estar à frente de seu negócio até que U N IC ES U M A R 21 se torne uma grande corporação, por isso está sempre interessado em novos negócios. Sua maior habilidade é identificar oportunidades e não descansar enquanto não conseguir viabilizar sua implementação. ■ Empreendedor corporativo – podem ser executivos que assumem riscos e possuem habilidades de comunicação e negociação. Também chamado de intraempreendedor, ocorre quando os colaboradores realizam iniciativas empreendedoras dentro dos próprios negócios, visando o aperfeiçoamento da gestão. O intraempreendedor é um indivíduo que trabalha em prol do desenvolvimento de uma organização e possui um papel de destaque pela postura proativa. Nem sempre exerce um cargo gerencial, mas sempre está disposto a contribuir com o desenvolvimento das pessoas e do negócio. ■ Empreendedor social – tem como missão de vida a construção de um mundo melhor para as pessoas. É um empreendedor como os outros, com a diferença de não buscar construir um patrimônio próprio, mas prefere compartilhar seus recursos e contribuir para o desenvolvimento humano. ■ Empreendedor por necessidade – cria seu próprio negócio, porque não tem outra alternativa, está fora do mercado de trabalho e não resta outra opção a não ser trabalhar por conta própria. Praticamente não tem acesso à formação, recursos e a uma maneira estruturada de empreender, por isso, normalmente, trabalha na informalidade e de maneira pouco planejada, o que favorece o não sucesso do empreendimento. ■ Empreendedor por herdeiro (sucessão familiar) – herdam o negócio da família e, normalmente, aprendem cedo a ter responsabilidades e como o ne- gócio funciona. Atualmente, a família tem se preocupado com a preparação do sucessor familiar e com a profissionalização da gestão. ■ Empreendedor “normal” (planejado) – esse é o empreendedor que faz a lição de casa, buscando minimizar os riscos do negócio por meio do pla- nejamento de suas ações. Como o planejamento tem sido um pré-requisito para os empreendedores com história de sucesso, acredita-se ser normal a sua utilização, embora não seja o caso da maioria. Além dos tipos tratados pelo autor, existem autores, como Degen (2009), que consideram as franquias como forma de empreender, pois ocorre a abertura de negócio, com auxílio e conhecimento de um franqueador que já possui uma marca conhecida no mercado. Como é uma área que também tem se destacado, vamos abordar um pouco mais o assunto. U N ID A D E 1 22 3 FRANQUIA COMO FORMA DE EMPREENDEDORISMO O sistema de franquia tem sido importante alternativa ao empreendedorismo. Con- forme Ferreira et al. (2010), franchising é uma palavra de origem francesa que signifi- ca: fran – concessão de um privilégio ou de uma autorização. Atualmente, franchising refere-se à filiação a uma empresa líder mediante um contrato de prestação de servi- ços ou, ainda, caracteriza-se como um modo de organização em que uma empresa que já tem um produto/serviço bem estabelecido no mercado (franqueador) licencia sua marca, sua tecnologia e sua forma de fazer negócios a outras empresas ou indiví- duos (franqueados), em troca de um direito de entrada e do recebimento de royalties. Outra explicação que é bastante consistente é a de Stanworth (2004 apud GI- GLIOTTI, 2012, p. 5) e que optamos por fazer a citação na íntegra: “ [...] franchising é um negócio que essencialmente consiste de uma orga-nização (o franqueador) com um pacote de negócio testado em merca-do, centrado num produto ou serviço, entrando em um relacionamento contratual com franqueados, tipicamente pequenas firmas autofinan- ciadas e autogeridas, operando sob a marca registrada do franqueador para produzir e/ou comercializar bens e serviços de acordo com um formato especificado pelo franqueador. A legislação brasileira, que se pauta na lei 8.995 de 1994, no artigo segundo, define da seguinte forma: U N IC ES U M A R 23 “ Franquia empresarial é o sistema pelo qual um franqueador cede ao franqueado o direito de uso de marca ou patente, associado ao direito de distribuição exclusiva ou semi-exclusiva de produtos ou serviços e, eventualmente, também ao direito de uso de tecnologia de implantação e administração de negócios ou sistema operacional, desenvolvidos ou detidos pelo franqueador, mediante remuneração direta; sem que, no en- tanto, fique caracterizado vínculo empregatício (BRASIL, 1994, on-line). Pelo fato de o empreendedor filiar-se a uma empresa com produtos e serviços já exis- tentes, há uma parceria que deve ser bem solidificada, porque duas partes estão di- retamente envolvidas: o detentor do negócio e aquele que deseja a autorização para representar a empresa que, em troca, paga remuneração sem que, necessariamente, exista vínculo empregatício. De acordo com Ferreira et al. (2010), uma franquia, em geral, pode ser: ■ De produtos e marcas – o franqueador concede ao franqueado o direito à obrigação de comprar os seus produtos e utilizar a sua marca. ■ De negócios – o franqueador proporciona ao franqueado a “fórmula” para fazer o negócio, além de formação, treinamento de colaboradores, publicidade e outras formas de assistência técnica e de marketing. Como consiste em um contrato de prestação de serviços, o sistema de fran- quias estabelece obrigações tanto por parte do franqueado como do franquea- dor, conforme descrito no Quadro 2. OBRIGAÇÕES DO FRANQUEADOR OBRIGAÇÕES DO FRANQUEADO • Testar o potencial de sucesso do negócio durante um período, de modo a mostrar que pode ser rentável imagem da marca. • Apresentar um negócio baseado em um know-how distintivo com uma vantagem competitiva diante da concorrência. • Transmitir o know-how aos franqueados por meio de manuais e programas de formação. • Administrar o negócio no dia a dia, selecionar a equipe de colaboradores, tomar decisões, desenvolver ações de comunicação e publicidade. • Realizar o investimento necessário. • Fazer os pagamentos acordados. • Cumprir as regras da rede sobre a forma de operação e garantir a uniformidade do serviço. Quadro 2 - Obrigações do franqueado e do franqueador Fonte: adaptado de Santos (2002 apud FERREIRA et al., 2010). U N ID A D E 124 Como nota-se no Quadro 2, as franquias exigem responsabilidades de am- bas as partes. Não é fácil franquear e nem ser franqueado. Por isso, enfati- zamos a necessidade de parceria e transparência no relacionamento. Esse formato de negociação também prevê algumas vantagens e desvan- tagens tanto para o franqueado como para o franqueador. Primeiro, vamos abordar o lado do franqueador, conforme Quadro 3. VANTAGENS DESVANTAGENS • Rapidez de expansão. • Redução de custo: centralização das compras de distribuição. • Maior participação no mercado, dado o crescimento da rede. • Maior cobertura geográfica, com o atendimento a clientes e mercados antes não explorados. • Possibilidade de encontrar franqueados estimulados para maximizar as vendas e reduzir os custos para aumentar o lucro. • Gerar rendimento dos royalties e das taxas de franquia sem investir em novas instalações. • Acesso a ideias e sugestões. • Perda parcial do controle sobre os atos dos franqueados. • Potencial de criação de concorrente. • Insuficiência nos serviços de abastecimento de consultoria, dada uma expansão acelerada. • Seleção inadequada dos franqueados. • Potencial menor de lucro, em comparação com o crescimento interno por meio de filiais. • Potenciais atritos com o franqueados, em particular quando violam termos do contrato. Quadro 3 - Principais vantagens e desvantagens para o franqueador Fonte: adaptado de Santos (2002 apud FERREIRA et al., 2010). Nos últimos anos, tem sido comum os empreendedores franquearem os negócios para obtenção de lucro. Entretanto, ressaltamos a relevância de ter um negócio pronto que já esteja dando certo no mercado para, a partir desse momento, pensar na possibilidade de franquear. Existe a necessidade de dar a devida assessoria para que o franqueado não acabe com a reputação do negócio; para prestar o auxílio, o próprio franqueador precisa estar con- victo do negócio, das dificuldades e do que pode ser feito para solucionar os problemas. Agora, vamos abordar as vantagens e desvantagens para o franqueado, conforme o Quadro 4. U N IC ES U M A R 25 VANTAGENS DESVANTAGENS Maior probabilidade de sucesso: adota um produto/serviço conhecido e testado no mercado e com uma rede e marca bem-sucedidas. Controle sobre as operações: auditorias frequentes e controle das vendas e do cumprimento de procedimentos e normas. Apoio contínuo do franqueador: experiência de gestão, treino e consultoria. Autonomia e criatividade limitadas: implementar modelo existente. Potencial de maiores lucros: beneficia-se de economias de escala e de marca reconhecida. Restrições no encerramento da atividade e na cessão/venda da propriedade. Proteção da concorrência de outros franqueados da mesma rede: direitos territoriais exclusivos. Custo do franchising pode ser mais elevado do que em um negócio independente. Permite aprender com as experiências de outros franqueados. Fraco desempenho de outros franqueados pode ter efeitos na reputação de toda a rede. Quadro 4 - Principais vantagens e desvantagens para o franqueado Fonte: adaptado de Santos (2002 apud FERREIRA et al., 2010). Os candidatos ou aqueles que são franqueados possuem responsabilidades e preci- sam estar cientes. Ao assistir depoimentos de franqueadores de sucesso, eles sempre comentam que o sucesso do negócio está na mão do franqueado em mais de 70%. Isso porque precisa assegurar que todos os processos pré, durante e pós-funcionamento da franquia funcionem diretamente, envolvendo processos logísticos, de recursos huma- nos, marketing e financeiros. Segundo Ferreira et al. (2010), o perfil do franqueado envolve os seguintes aspectos: ■ Aceitar que há um risco: a franquia não evita o risco, ainda que este possa ser menor do que em um negócio independente. ■ Capacidade de iniciativa: a franquia não é uma fórmula que funciona sozinha, uma vez que as decisões do dia a dia determinam o sucesso ou fracasso do franqueado. ■ Incentivar os colaboradores: cabe ao empreendedor estimular, liderar, criar ambiente de trabalho agradável. ■ Trabalhar com menos autonomia: característica mais marcante que diferencia o empreendedor independente do franqueado. U N ID A D E 1 26 Para ajudá-lo(a) a refletir sobre os principais pontos a serem avaliados por quem deseja ser um franqueado, apresentamos o Quadro 5. Estrutura física É essencial saber o espaço físico necessário para as instalações, bem como todas as especificidades para o funcionamento. Recursos financeiros Importante avaliar o investimento necessário para adquirir a autorização para abrir uma unidade franqueada. Recursos humanos O número de funcionários necessário para funcionar, bem como as qualificações necessárias para exercer o cargo. Planejamento Mesmo sendo uma franquia, o cuidado com o planejamento é necessário. Para abrir uma unidade, precisa-se pensar bem e também após a abertura do negócio. Autoanálise pessoal Antes de pensar em ter um negócio para trabalhar menos ou porque franquia é mais fácil que uma empresa, tome cuidado. Você precisa avaliar se tem o perfil para empreender, se realmente está disposto a correr riscos e, no caso da franquia, se está preparado para seguir padrões impostos pelo franqueador, inibindo sua liberdade para criar ou implementar processos e atividades. Avaliação de mercado O momento das franquias é muito bom. Entretanto, é interessante avaliar o tipo de segmento que se deseja abrir e conhecer a região para saber se existe potencial para o local. Retorno do investimento É claro que todo mundo deseja o retorno do investimento no menor tempo possível, até porque os valores investidos são altos. Entretanto, é preciso saber a média de tempo e os esforços necessários para tal feito. Conhecimentos gerais e gerenciais Não importa o tipo de negócio, o conhecimento gerencial é fundamental. Conhecer um pouco de Marketing, Finanças, Produção e Recursos Humanos é essencial para gerenciar a unidade franqueada. Manuais de procedimentos Toda franquia tem procedimentos que devem ser seguidos seja na operação, na parte financeira, no layout ou na forma de atender. Por isso, o franqueado deve analisar essas informações, porque, se é uma franquia, deve possuir manual de procedimento. U N IC ES U M A R 27 Contatos da rede Conversar com franqueados da rede é importante para saber como realmente funciona o negócio e as exigências necessárias. Suporte e assessoria Cada rede de franquia oferece serviços diferenciados, como planejamento estratégico, treinamento de recursos humanos, assessoria em marketing, entre outros. Cabe ao candidato avaliar o que a franquia disponibiliza. Dedicação ao negócio A dedicação faz diferença numa franquia. Se for somado a isso o conhecimento gerencial e habilidades interpessoais, as chances de sucesso aumentam. Processo seletivo O candidato a franqueado precisa conhecer os procedimentos necessários para ser selecionado. É importante coletar informações prévias e adequar-se às etapas de instruções. Circular de Oferta de Franquia (COF) Toda franquia deve ter e disponibilizar antecipadamente ao interessado para que possa avaliar todas as informações, exigências e procedimentos para saber se está preparado e compatibilizado com as expectativas do franqueador. Filiação a ABF É comum as franquias serem filiadas com a Associação Brasileira de Franchising - ABF que costuma premiar as melhores franquias com um selo de excelência. Se não for associado, procure conhecer os motivos e as justificativas. Quadro 5 - Pontos de reflexão para o franqueado / Fonte: os autores. As franquias têm sido utilizadas como importante forma de ampliação do negócio, uma vez que propiciam uma grande rede de atuação, sem implicar na concentração de esforços e de recursos para o empreendedor franquea- dor. E, para o empreendedor franqueado, tem possibilitado maior segurança e conhecimento acerca do negócioque se propõe a iniciar. Entretanto, é fundamental ter consciência das responsabilidades, das vantagens e das desvantagens desse tipo de negócio. No próximo tópico, vamos falar da importância dos negócios gerados pelo empreendedorismo para o desenvolvimento de uma região. U N ID A D E 1 28 4 O PAPEL SOCIAL E ECONÔMICO DO EMPREENDEDORISMO O empreendedorismo tem aparecido como um importante fator promotor do desenvolvimento local. No entanto, é importante destacar a diferença entre os conceitos de crescimento econômico e desenvolvimento. O cresci- mento econômico se refere apenas a dados econômicos e quantitativos de uma determinada localidade. Assim, podem ser considerados como referências de crescimento eco- nômico o aumento do PIB, a redução da inflação, a melhoria do poder aquisitivo da população, entre outros. Por outro lado, o conceito de desen- volvimento é mais amplo, pois envolve, além do crescimento econômico, os aspectos sociais e ambientais. Dessa forma, só é possível falar em desenvolvimento quando há ganhos quantitativos e qualitativos, como a qualidade de vida de uma população, a geração de trabalho e renda e os cuidados com o meio ambiente. Por isso, são muitos os benefícios gerados pelo empreendedorismo por meio da cria- ção de novos negócios, como os apontados por Stoner e Freeman (1999): ■ Contribui para o crescimento econômico. ■ Promove ganhos com a produtividade, utilizando melhor os re- cursos produtivos. U N IC ES U M A R 29 ■ Realiza investimentos em pesquisas e desenvolvimento, gerando novas tecnologias, produtos e serviços. Também é importante destacar que os estudos sobre a evolução do em- preendedorismo mostram grandes possibilidades de se transformarem na mola propulsora da integração do desenvolvimento regional e mundial, como possível solução para os problemas econômicos, políticos e sociais (BARBOSA, A. P.; BARBOSA, A. C., 2009). Para isso, a gestão dos negócios precisa pautar-se sob uma conduta ética que se preocupa com seu entorno, formando redes e parcerias em prol das sociedades em que atuam as organizações criadas. Preocupando-se com to- dos os grupos que se relacionam e têm interesse no negócio em andamento (stakeholders). Para Mello Neto e Froes (2002), existe uma corrente que apresenta o empreendedorismo como estratégia de desenvolvimento local, pois tem as seguintes características: ■ O objetivo de difundir as políticas de desenvolvimento local por meio do empreendedorismo. ■ O foco no maior desenvolvimento econômico e social em nível local, cujo lócus são as agências e fóruns de desenvolvimento local. Além disso, conforme discute Dornelas (2005), é preciso estimular o em- preendedorismo por oportunidade, de maneira a planejar adequadamente a estrutura do negócio, reduzindo a possibilidade de riscos e aumentando a possibilidade de sucesso de cada empreendimento. Assim, é possível ge- rar trabalho e renda, e atuar por meio de uma conduta sustentavelmente comprometida. Vale destacar que a maior parte dos negócios é formada por micro e pequenos negócios que geram grande parte dos empregos. Por isso, a rele- vância de iniciativas e práticas empreendedoras para o desenvolvimento das regiões, porque impactam social e economicamente. É importante o papel deles uma vez que geram trabalho e renda para os colaboradores e é o meio de subsistência dos empreendedores. U N ID A D E 1 30 5 MITOS SOBRE O EMPREENDEDORISMO A definição do empreendedor ainda é carregada de muitos mitos por parte da sociedade em geral, trazendo alguns estigmas inadequados e até problemas para a implementação de carreiras empreendedoras de sucesso, isso porque pensava-se que o empreendedor deveria possuir todas as características em- preendedoras que apresentamos anteriormente e, também, porque o estímulo a iniciativas empreendedoras não era feito de forma adequada. Visamos, nesta parte, apresentar os principais mitos e desvendá-los, e va- mos utilizar a abordagem de Dornelas (2005, p. 35) que cita os três principais mitos sobre os empreendedores: 1. Empreendedores são natos, nascem para o sucesso: embora alguns empreendedores nasçam com certo nível de inteligência, para obter sucesso é necessário estar preparado. Eles acumulam habilidades, ex- periências e contatos com o tempo, e a capacidade de ter visão e per- seguir oportunidades pode ser desenvolvida e aprimorada. 2. Empreendedores são jogadores que assumem riscos muito altos: os empreendedores de sucesso só assumem riscos calculados, evitam riscos desnecessários, compartilham os riscos e desmembram em par- tes menores. O planejamento é um importante instrumento. U N IC ES U M A R 31 3. Os empreendedores são ‘lobos solitários’ e não conseguem traba- lhar em equipe: normalmente, os empreendedores são ótimos líderes, criam equipes competentes e desenvolvem um excelente relaciona- mento interpessoal. A jornada de um empreendedor é repleta de muitos desafios, sendo necessá- rio ter capacidade para enfrentar riscos e lidar com a adversidade. Os mitos criam um pensamento de que o empreendedor é um ser sozinho, egocêntri- co e quer toda a glória, mas, se observarmos os grandes exemplos, possuem uma conduta diferente. Vamos, também, abordar outros mitos utilizando o pensamento de Ferreira et al. (2010): 1. Qualquer um pode iniciar um negócio: na realidade, é preciso ter conhecimento sobre o negócio, para que ele tenha chance de sucesso, apenas boa vontade não é suficiente. 2. Há a necessidade de protagonismo: o empreendedor de sucesso sabe valorizar sua equipe, reconhecendo o trabalho de cada um, visto que tem consciência de que não consegue nada sozinho. 3. Trabalham muito: o empreendedor, normalmente, dedica muita energia à realização do seu negócio, mas isso não significa que ele não tenha tempo para a família, o lazer e a busca por formação. 4. Iniciam negócios de risco: só iniciam negócios com riscos calcu- lados, conhecem a viabilidade do negócio para fazer o investimento. 5. O empreendimento é apenas para os ricos: os empreendedores costumam ter boas ideias e viabilizar a sua implementação, para isso, acabam por buscar várias formas de financiamento. 6. Idade é uma barreira: não há idade para ser empreendedor. Os es- tudos apontam que a maioria dos empreendedores são jovens e estão cada vez mais presentes no mercado. 7. São motivados pelo dinheiro: outras motivações, como realização pessoal, independência e liberdade também fazem parte do interesse do empreendedor. A realização de um sonho pode ser a maior delas. 8. Procuram o poder e o controle sobre os outros: o empreendedor de sucesso tem se mostrado um bom líder, que envolve sua equipe e não tem energias para gastar com disputa de poder e controle sobre os outros. U N ID A D E 1 32 9. Se tiverem talento, o sucesso chega em um ou dois anos: não há medida de tempo para o sucesso. E, ainda, não é apenas a falta de talento que faz um negócio não ter sucesso, obstáculos de mercado também podem provocar o insucesso de um negócio. 10. Qualquer pessoa com uma boa ideia pode enriquecer: apenas uma boa ideia não é suficiente para o sucesso do negócio, pois também é preciso que exista uma oportunidade de mercado. 11. Tendo dinheiro é fácil falhar: o capital não é suficiente para suportar falhas contínuas em um negócio, por isso, o planejamento, mais uma vez, aparece como ferramenta para evitar a falha. 12. Os empreendedores sofrem de estresse: o empreendedor precisa ter cautela e energia para fazer seu negócio dar certo, por isso, também precisa reequilibrar-se com atividades de lazer e descanso. O estresse só atrapalha o negócio. Os mitos abordados neste material são comumente difundidos pela socieda- de, o que tem atrapalhado o desenvolvimento e a expansão do empreende- dorismo por utilizar um pensamento equivocado. Agora que você já conhece esses mitos, pode nos ajudar a construir um ambiente empreendedor e pro- pício para os indivíduos.Seu papel, agora, é ser mais um empreendedor na sociedade e que difunda a ideia dos males que os mitos pode fazer para quem pretende empreender. Afinal, um dos grandes sonhos do brasileiro é ter o próprio negócio, mas fica com medo diante de tantos obstáculos que são colocados e de que não pode falhar porque será um fracassado. É muito importante dizer que não há uma receita de sucesso, mas uma jornada que vai sendo construída ao longo dos dias e cada um trilha a sua caminhada conforme o seu ritmo. Os erros fazem parte da nossa vida e os empreendedores estão mais propensos por arriscarem, mas não podem ser considerados como fracassados. Para o empreendedor criar uma empresa de sucesso, ele pode demorar até 4 vezes para conseguir, conforme pesquisas nacionais e internacionais. Contamos com a sua colaboração para criar um ambiente empreendedor mais próspero! U N IC ES U M A R 33 CONSIDERAÇÕES FINAIS Parabéns! Você finalizou a primeira unidade! Vamos recapitular os conheci- mentos adquiridos? Primeiro, começamos apresentando empreendedorismo de forma a compreender as abordagens ao longo dos anos. Houve mudanças de foco na forma de compreender e estudar esse campo de estudo, conforme se pode notar com Marco Polo, passando por Schumpeter até os dias atuais. Empreender é transformar uma ideia em oportunidade e isso ocorre de diferentes formas. Se você já é empreendedor(a) ou conhece alguém que é, saberá que existem muitas decisões a serem tomadas, obstáculos e interfe- rências que exigem pensamento rápido e capacidade de improvisação. Isso é uma realidade, porque, se não souber lidar com as diferentes variáveis que surgem por conta dos colaboradores, consumidores, fornecedores, po- der público, imprensa e sociedade, haverá muita dificuldade para fazer o negócio sobreviver. Outro ponto importante são os campos de estudo, sendo que apresen- tamos apenas alguns, como mulheres, jovens e a mortalidade de empresas, mas existem mais de 25 temas de estudos e pesquisas e que aumentam conforme surgem novidades no funcionamento do mercado. É possível notar que essa área é muito ampla. No nosso material, fizemos um pequeno recorte à apresentação da importância de estudar e compreender o em- preendedorismo. Há diferentes formas de empreender, pois uma pessoa pode herdar um negócio, abrir um negócio com ou sem planejamento ou até intraempreen- der. Com isso, notamos que existem diferentes formas de empreender e essa é uma das dificuldades de se conseguir definir um conceito. Para finalizar, concluímos a discussão com uma reflexão sobre a im- portância social e econômica do empreendedorismo e de seu papel ético, o qual se preocupa com o entorno dos empreendedores na condução dos seus negócios. Esperamos que esses conhecimentos tenham despertado a curiosidade por essa área e que tenhamos colaborado para o seu desenvolvimento pro- fissional. Até a próxima unidade! 34 na prática 1. As franquias têm se apresentado como uma ótima opção de negócios, sendo que os indicadores, como o PIB das franquias, estão, nos últimos anos, crescendo pelo menos 3 vezes o valor do PIB brasileiro. Com base no que foi abordado na unidade a respeito das franquias, leia as afirmações e assinale a alternativa correta: I - A franquia é a única forma garantida de ter lucro nos negócios no Brasil. II - A principal vantagem do franqueador é o fato de ter total controle das operações que acontecem nas unidades. III - Uma das principais obrigações do franqueador é transmitir todas as normas e procedimentos aos franqueados. IV - Existem riscos que envolvem o franqueador e o franqueado, por isso, a relação deve ser de parceria e transparência. Assinale a alternativa correta: a) Somente I e II estão corretas. b) Somente I, II e IV estão corretas. c) Somente I, III e IV estão corretas. d) Somente II e III estão corretas. e) Somente III e IV estão corretas. 2. O empreendedorismo não se resume somente a abrir negócios ou criar grandes inova- ções. Existe um tipo chamado empreendedor corporativo ou intraempreendedor, que se refere ao indivíduo que não é o proprietário do negócio, mas aquele que contribui para o crescimento do negócio com ideias e atitudes. Considerando o assunto aborda- do, avalie as asserções a seguir e a relação proposta entre elas. O tipo intraempreendedor é o melhor dos tipos de empreendedorismo existente, con- forme o que foi apresentado no material. PORQUE O crescimento dos negócios depende unicamente dos empreendedores que desen- volveram o negócio. Acerca dessas asserções, assinale a opção correta: a) As duas asserções são proposições verdadeiras e a II é uma justificativa da I. 35 na prática b) As duas asserções são proposições verdadeiras, mas a II não é uma justificativa da I. c) A asserção I é uma proposição verdadeira e a II é uma proposição falsa. d) A asserção I é uma proposição falsa e a II é uma proposição verdadeira. e) As asserções I e II são proposições falsas. 3. Como abordamos, o conceito de empreendedorismo está em formação, entretanto, alguns elementos são considerados como essenciais. A partir do entendimento da aula e da leitura do livro, leia as afirmações a seguir e assinale a alternativa correta: I - Oportunidade. II - Pessoas. III - Novos produtos. IV - Negócios. Assinale a alternativa correta: a) Somente I e II estão corretas. b) Somente I, II e IV estão corretas. c) Somente I, III e IV estão corretas. d) Somente II e III estão corretas. e) Todas as afirmações estão corretas. 4. Empreender é uma das atividades importantes para o desenvolvimento de uma socieda- de. Dessa forma, deve ser estimulado o empreendedorismo por oportunidade porque, como vimos, pode modificar um ambiente de negócios. Com base no material, leia os exemplos de empreendedorismo a seguir. I - Vanessa tinha o sonho de ter um negócio e foi estimulada pelos pais desde pe- quena. Realizou intercâmbio, fez cursos de gestão até que optou por apostar em aplicativo de celular na área da saúde que pudesse melhorar a qualidade de vida de pessoas em períodos pós-operatórios. II - Fernando começou a vender produtos artesanais para complementar a renda da casa após sua esposa ficar doente. III - Marcos, após ficar desempregado, investiu o dinheiro em um restaurante adaptado para deficientes físicos, visto que observava muitas pessoas terem dificuldade de alimentar-se fora de casa. 36 na prática IV - Marcela, criativa desde a infância, teve a ideia de abrir uma empresa que pudesse auxiliar pessoas com déficit de aprendizagem a conseguirem melhores resultados nos estudos. Assinale a alternativa que contenha exemplos de empreendedorismo por opor- tunidade: a) Somente I e II estão corretas. b) Somente I, II e IV estão corretas. c) Somente I, III e IV estão corretas. d) Somente II e III estão corretas. e) Todas as afirmações estão corretas. 5. Empreender em um novo negócio não é uma atividade simples, porém, muitas pessoas divulgam informações e comentários como se fosse fácil. Talvez até a intenção não seja ruim, mas incentivar uma pessoa que não esteja preparada pode trazer um efeito negativo. Essas palavras disseminadas são chamadas de mitos, que não tratam o em- preendedorismo de forma apropriada. A respeito do tema, leia as afirmações a seguir: I - Dinheiro não é problema para quem quer ter o negócio próprio porque o bom empreendedor sempre consegue recursos. II - Para empreender é muito importante ter uma boa ideia, pois se tem competência conseguirá sucesso. III - O empreendedor bem-sucedido é aquele que trabalha poucas horas por dia e ganha muito dinheiro. IV - A motivação é o principal componente para conseguir ser bem-sucedido nos ne- gócios. Assinale a alternativa que contenha informações equivocadas sobre o em- preendedorismo: a) Somente I e II. b) Somente I, II e IV. c) Somente I, III e IV. d) Somente II e III. e) Todas as afirmações. 37 aprimore-se VALE A PENA EMPREENDER? Empreender não é uma tarefa fácil. Quem já está nessecaminho sabe que não é uma jornada fácil. Não há hora para começar e nem terminar a jornada. E isso é uma opção que pode ser perigosa. Por um lado, você pode se acomodar, porque não precisa cumprir carga horária e há pessoas querendo empreender para não ter que cumprir horário fixo. Por outro lado, a pessoa pode utilizar essa liberdade a favor para gerenciar o negócio e, ao mesmo tempo, ter mais liberdade para pensar em novidades e dedicar-se à família, por exemplo. A opção é sua para escolher aquilo que for mais adequado a você. Não existe um único caminho sempre certo. Existem pessoas com mais predis- posição a adaptar-se à realidade de empreender e obter vantagens. Se você tem filhos pequenos que têm problemas de saúde e necessitam de acompanhamento constante, você pode pensar em empreender. Terá mais liberdade de horário, mas é fundamental não confundir liberdade de horário com menos responsabilidade. Você pode ter optado por estudar na nossa instituição para capacitar-se sem precisar frequentar uma sala de aula todo dia por diversos motivos, porém, isso não é sinônimo de facilidade e isso você perceberá ao longo do curso. Você pode pla- nejar o horário que for mais adequado, mas terá que estudar, e muito, se pretende terminar um curso a distância. Voltamos à pergunta inicial: vale a pena empreender? É um risco que você tem que pensar se quer correr. Muitas dúvidas e poucas certezas você terá ao longo da jornada e não haverá facilidades, ou seja, é uma pergunta estritamente pessoal. Para nós, pode valer, mas, para você, não. Não é por conta disso que você é me- droso ou inferior à outra pessoa. Cada um tem uma personalidade e precisamos de empreendedores e colaboradores para o progresso da sociedade. Esperamos, com esse breve texto, despertar reflexões e curiosidades que lhe ajudem a amadurecer. Fonte: os autores. 38 eu recomendo! O empreendedor: empreender como opção de carreira Autor: Ronald Jean Degen Editora: Prentice Hall, 2009 Sinopse: o livro é dividido em quatro partes: empreender, plane- jar seu negócio, desenvolver seu negócio e empreendedorismo. Nos 20 capítulos, o autor aborda de forma didática informações fundamentais para quem quer conhecer o empreendedorismo. Analisar de uma forma ampla para explicar o empreendedorismo como opção de carreira, as oportunidades de negócio, o reconhecimento, avaliação e dinâmica dos negócios, a elaboração do plano de negócios, bem como maneiras de organizar e administrar o negócio, além de capítulos direcionados à explicação do empreendedo- rismo como campo de pesquisa e principais mitos sobre o empreendedorismo. livro O Global Entrepreneurship Monitor (GEM) é uma organização que divulga informações in- ternacionais sobre as características do empreendedorismo no mundo, inclusive no Brasil. O IBQP (Instituto Brasileiro de Qualidade e Produtividade), no Brasil, realiza o estudo divul- gando o nível de atividade empreendedora, as características dos negócios e informações de cada região brasileira. Os estudos do GEM permitem compreender o grau de desen- volvimento da atividade empreendedora, realizar estudos comparativos entre países e perceber as características peculiares de cada região. http://www.ibqp.org.br/gem Recomendamos que assista estes dois vídeos que permitem aprofundar os conhecimen- tos sobre o Intraempreendedorismo. O primeiro vídeo, O que é o intraempreendedoris- mo?, trata-se de uma palestra proferida pelo respeitado professor Marcos Hashimoto. http://www.youtube.com/watch?v=Kx3JrklyrNI O DSDM Agile Project Framework é uma abstração do DSDM® Atern® projetado para complementar outros Abordagens ágeis em um ambiente onde uma abordagem de pro- jeto definida é esperada ou irá adicionar valor. http://www.youtube.com/watch?v=nTxGEvXN9oE A Endeavor é uma instituição que incentiva o empreendedorismo no Brasil. Por meio de cartilhas, vídeos e reportagens disponibiliza materiais sobre empreendedorismo com o apoio de diferentes referências de mercado e empreendedores bem-sucedidos. http://www.endeavor.org.br conecte-se 2 PLANO DE ESTUDO A seguir, apresentam-se os tópicos que você estudará nesta unidade: • Características empreendedoras • Empreendedor x gestor x empresário • Oportunidade empreendedora • Fontes de oportunidades empreendedoras • Processo empreendedor. OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM Reunir as características atribuídas ao empreendedor • Diferenciar empreendedor de gestor e de em- presário • Compreender os principais conceitos e temas da oportunidade empreendedora • Apresentar as fontes de inspiração de oportunidades de negócio • Sintetizar as etapas enfrentadas por um em- preendedor. O EMPREENDEDOR E A OPORTUNIDADE PROFESSORES Me. Anderson Katsumi Miyatake Me. Bianca Burdini Mazzei Me. Paulo Pardo INTRODUÇÃO Olá, vamos continuar os estudos. Nesta unidade, vamos destacar dois aspectos muito importantes no empreendedorismo: o empreendedor e, também, a oportunidade. Apresentaremos de forma breve esses pontos e vamos aprofundar para que você consiga compreender os motivos do empreendedorismo ser um fenômeno social tão dinâmico e que não existe uma receita mágica para ser um empreendedor de sucesso. Você pode nos questionar os motivos desses pontos serem tão re- levantes. Nós argumentamos da seguinte forma: o estudo sobre o em- preendedor é importante, porque é possível compreender o que leva os empreendedores a terem sucesso. Identificaremos uma série de ca- racterísticas listadas pelos pesquisadores que compõem uma espécie de perfil ideal. O que devemos ter em mente é que essas são listas e nos ajudam a identificar o que leva um empreendedor a ter êxito, mas não são receitas prontas. Ao estudarmos com mais profundidade, poderemos compreender que os empreendedores não são seres anormais. Eles possuem determi- nados comportamentos que os ajudam a identificarem ideias e trans- formar em algo concreto. Veremos que, mais do que um perfil ideal, o empreendedorismo pode ser aprendido, por isso, a formação do em- preendedor torna-se essencial para que possa obter sucesso. O segundo ponto relevante é a oportunidade. É importante com- preender o que é uma e o que pode favorecer para o surgimento, ou seja, o processo necessário para que se concretize em algo positivo. Existem diversos aspectos que servem como fontes de oportunidades para os empreendedores e procuraremos compreender com mais detalhes. Ou- tro aspecto é a trajetória do empreendedor que trataremos no processo empreendedor. Esperamos que possa apreciar a segunda unidade e agregar mais conhecimentos para o seu crescimento! Vamos começar! U N IC ES U M A R 41 1 CARACTERÍSTICAS EMPREENDEDORAS Pode ser denominado como empreendedor aquele que tem a capacidade de ge- rar uma boa ideia, aproveitando uma oportunidade de mercado, conseguindo os recursos necessários para sua implementação. Para tanto, é importante, ao empreendedor, possuir uma boa rede de contatos/relacionamento (networking), de maneira a formar boas parcerias e/ou redes, a fim de viabilizar sua ideia. Por isso, um comportamento ético é algo muito importante ao empreendedor. Agir preocupando-se com os demais envolvidos no processo e com a sociedade ao seu entorno promove um aspecto de credibilidade ao empreendedor, que precisa das demais pessoas e grupos para implementar seu negócio e mantê-lo no mercado. Segundo Dolabela (1999, p. 44), “o empreendedor é alguém capaz de desenvol- ver uma visão, mas não só. Deve persuadir terceiros, sócios, colaboradores, investi- dores, convencê-los de que sua visão poderá levar todos a uma situação confortável no futuro”. Para o autor, um dos principais atributos do empreendedor é a capa- cidade de identificar oportunidades, agarrando-as por meio da busca de recursos para transformá-las em negócios de sucesso. Por isso, é preciso muita energia, per- severança e uma dose de paixão para vencer os obstáculos e continuar em frente. Os empreendedores possuem característicasde comportamento e habilida- des comuns, por isso é comum que os autores classifiquem algumas caracterís- ticas como pertinentes aos empreendedores. No entanto, é importante destacar que não existe um modelo pronto, de maneira que todo empreendedor tenha que, obrigatoriamente, ter todas as características classificadas como empreendedoras. U N ID A D E 2 42 Para Stoner e Freeman (1999, p. 119), algumas pesquisas têm mostrado que “fatores psicológicos e sociológicos, além de competências específicas, são carac- terísticas dos empreendedores”. De acordo com os autores, uma pesquisa realizada por Begley e Boyd identificou cinco dimensões psicológicas dos empreendedores: ■ Necessidade de realização: os empreendedores possuem um estímulo social para se superar, algumas vezes é reforçado por fatores culturais. ■ Localização do controle: é a ideia de estar no controle da própria vida. ■ Tolerância ao risco: os empreendedores que correm riscos moderados aparecem no topo das listas de sucesso, mais do que os que não correm risco ou correm riscos extravagantes. ■ Tolerância à ambiguidade: em função da busca por inovação, os em- preendedores acabam vivendo determinadas situações pela primeira vez e, por isso, enfrentam mais ambiguidades. ■ Comportamento do tipo A: refere-se à tendência de fazer mais coisas em menos tempo e, se necessário, enfrente as objeções alheias. Ainda para os autores, é percebida, nos empreendedores, uma competência es- pecial, que se trata de ter o desejo de iniciar um negócio aliado à habilidade ou experiência para competir com eficácia quando o negócio for iniciado. Um aspecto relevante ao falar do empreendedor é sobre a motivação pessoal, isso porque a decisão de empreender está ligada a duas inspirações, conforme Ferreira et al., (2010): ■ Mudança no estilo de vida atual – por situação de desemprego, aposenta- doria, formação recente, descontentamento com relação ao empregador atual. ■ Opção de carreira – preparam-se efetivamente para ser empreendedor. ■ Além disso, a história e o contexto em que o empreendedor está inserido, segundo Ferreira et al. (2010), trazem diferenças ao empreender, como: ■ Ambiente familiar na infância: alguns estudos mostram que há pro- pensão em ser um empreendedor se o pai ou outro familiar também for. Isso porque, além da fonte de inspiração, costuma haver maior incentivo de valores, como independência, conquista e realização. ■ A educação: a formação é importante para ajudar o empreendedor a gerenciar os problemas que enfrentará e para adquirir conhecimentos específicos de sua área de atuação. ■ Os valores pessoais: indivíduos bem-sucedidos costumam ter valores, como liderança, criatividade, sucesso, trabalho, ética, objetivos e outros. U N IC ES U M A R 43 Conheça pessoas que têm sucesso nos negócios e perceberá que o ingrediente dedicação é comum. Se pretende empreender, tenha sempre na cabeça que precisará aprender sempre e perseverar para obter sucesso. pensando juntos ■ A experiência profissional prévia: o histórico profissional tem demons- trado forte impacto positivo (quando há experiência profissional prévia sobre a área de atuação do negócio) e negativo (quando da ausência de conhecimentos prévios) sobre as carreiras empreendedoras. O que nós queremos dizer com tudo isso? Se buscarmos em livros e mate- riais sobre a área, encontraremos uma série de características nomeadas ao empreendedor, como: modelo que o influencia, autoconfiança, necessidade de realização, aprende com insucessos, intuição, sonhador realista, conhece o ramo de atuação, orientação para realização, inovador, autônomo, possui iniciativa, otimismo, perseverança, fixador de metas, comprometido, líder, possui rede de relacionamentos, influencia pessoas, criatividade. Entretanto, não há como fazer um mapeamento do perfil ideal porque cada um possui traços peculiares, criados em diferentes contextos familiares, mercado, negó- cios e realidades, e que a cada situação de mercado é necessário adaptar-se, por isso, um perfil mais adequado hoje pode não ser o mais esperado no futuro. Uma forma de tratar mais assertivo o assunto é por meio das Caracterís- ticas do Comportamento Empreendedor - CCEs, derivado dos estudos de David McClelland (1972) que definiu 30 características divididas em 3 gran- des conjuntos (realização, planejamento e poder). Esse estudo é interessante por não estabelecer traços, mas comportamentos que devem ser praticados pelo empreendedor, e quanto mais o indivíduo praticar, mais fará parte do perfil pessoal. O conjunto de realização refere-se às atitudes que o empreendedor toma para tornar concreto aquilo que deseja, aspecto fundamental para quem está à frente dos negócios. Nesse grupo, está incluso 5 características e 15 comportamentos empreendedores: busca de oportunidades e iniciativa, persistência, correr riscos calculados, exigência da qualidade e eficiência e comprometimento. U N ID A D E 2 44 Busca de oportunidades e iniciativa Antecipa as tendências para criar oportunidades de negócios como postura proa- tiva, sendo os três comportamentos: ■ age com proatividade antecipando-se às situações; ■ busca a possibilidade de expandir os negócios; ■ aproveita as oportunidades para progredir. Persistência Capacidade de enfrentar obstáculos para obter sucesso. A capacidade de man- ter-se firme diante dos problemas, reavaliando planos, é fundamental para atingir os objetivos preestabelecidos, sendo que há três comportamentos: ■ não desiste apesar dos obstáculos; ■ reavalia e insiste ou mesmo muda os planos para superar objetivos; ■ esforça-se além da média para atingir objetivos. Correr riscos calculados Disponibilidade de assumir desafios. O risco fará parte da rotina do empreende- dor que deve minimizar com planejamento, análises e avaliações para encontrar uma alternativa que há mais propensão de dar certo no atual contexto. Os com- portamentos referentes a essa característica são: ■ procura e avalia alternativas para tomar decisões; ■ busca reduzir as chances de erro; ■ aceita desafios moderados. Exigência da qualidade e eficiência Disposição para fazer mais e melhor, buscando o aperfeiçoamento. É importante estabelecer indicadores e ações para cumprir prazos e obter qualidade, buscando conhecer e satisfazer as expectativas dos consumidores, que, consequentemente, fará a organização aperfeiçoar-se. Os comportamentos adotados são: U N IC ES U M A R 45 ■ melhora continuamente o negócio e produtos; ■ satisfaz e excede as expectativas dos clientes; ■ cria procedimentos para cumprir prazos e padrões de qualidade. Comprometimento O sacrifício pessoal quer dizer que o empreendedor se compromete para cum- prir os compromissos assumidos, visando manter a relação de parceria acima de objetivos e vantagens individuais. Os comportamentos empreendedores são: ■ traz para si as responsabilidades de sucesso e fracasso; ■ atua em conjunto com a equipe para atingir resultados; ■ coloca o relacionamento com os clientes acima das necessidades de curto prazo. O segundo conjunto do estudo refere-se ao planejamento, atividade subestimada, porém essencial para alcançar resultados futuros satisfatórios e tem 3 caracterís- ticas: busca de informações, estabelecimento de metas e planejamento e moni- toramento sistemático. Busca de informações Envolvimento direto do empreendedor é fundamental para buscar, investigar e ava- liar as necessidades de melhoria dos produtos e serviços, consultando especialistas sempre que necessário. Os comportamentos que se referem a essa característica são: ■ envolve-se pessoalmente na avaliação do mercado; ■ investiga sempre como oferecer novos produtos e serviços; ■ busca a orientação de especialistas para decidir. Estabelecimento de metas É a capacidade de criar metas claras e atingíveis. Esse é um dos comportamentos mais requeridos pelos empreendedores que buscam meios de estabelecer e cumprir de forma
Compartilhar