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Relacao_entre_Museologia_Social_Dignidad

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Marcelle Pereira Raul Zibechi 
Pedro Pereira Leite 
 
 
 
 
 
 
Museologia insurgente 
e movimentos socias 
 
 
Informal Museology Studies nº 20 
spring 2018 
 
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Ficha Técnica: 
Informal Museology Studies 
Papers on Qualitative Research 
Issue 1 spring /2018 
Directory 
Pedro Pereira Leite 
ISSN – 2182-8962 
Editor: Pedro Pereira Leite 
Publisher: Marca d’ Água: Publicações e Projetos 
Redaction: Casa Muss-amb-ike 
Ilha de Moçambique, 
 3098 Moçambique 
Lisbon: Passeio dos Fenícios, Lt. 4.33.01.B 5º Esq. 
1990-302 Lisbon –Portugal 
 
 
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Indice 
Museologia Insurgente e Movimentos Sociais ............................................... 7 
1. Relação entre Dignidade Humana e Meio Ambiente ................................. 8 
1.2. A situação dos direitos humanos e outras ligações de reconhecimento 
às questões ambientais como questão do Desenvolvimento Sustentável ..... 11 
2. Normas de Direitos Humanos na Salvaguarda e Proteção Ambiental ........ 16 
2.1. As obrigações processuais relacionadas com o ambiente ............. 16 
2.2. Obrigações substantivas sobre o ambiente ................................ 19 
3. Implementação da Teoria dos Direitos Humanos à Proteção Ambiental .... 24 
3.1. Questões Constitucionais relacionadas com o Direito ao ambiente 
saudável .......................................................................................... 24 
3.2. Boas práticas nos procedimentos do direito ambiental substantivo 27 
3.3. Boas Práticas para proteger grupos vulneráveis em situações 
ambientais ....................................................................................... 30 
4. Teoria Decolonial por Marcelle Pereira ........ Erro! Marcador não definido. 
5. As Lutas dos Movimentos Sociais na Iberoamérica segundo Raul Zibechi
 Erro! Marcador não definido. 
6. Estudos de Museologia Insurgente ............. Erro! Marcador não definido. 
Desafios para os museus em 2018 ............. Erro! Marcador não definido. 
Museu: De instituições a casas da poesia .... Erro! Marcador não definido. 
A Lei-Quadro dos Museus Portugueses Limites e Potencialidades ........ Erro! 
Marcador não definido. 
Políticas Culturais Públicas para Comunidades Urbanas Sustentáveis ... Erro! 
Marcador não definido. 
Sobre Políticas Culturais Públicas ............... Erro! Marcador não definido. 
 
 
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Museologia Insurgente e Movimentos Sociais 
 
Neste número dos Informal Museology Studies publicamos um conjunto 
de textos sobre a relação da Museologia Social com os movimentos sociais na 
busca do que podermos considerar uma “Museologia Insurgente”. Já num 
número anterior (nº 5, 2014) havíamos trabalhado questão dos movimentos 
socias na contemporaneidade. Agora regressamos procurando trabalhar a partir 
de prespetiva inovadoras. Num primeiro texto com um curso bres sobre a 
relação entre o ambiente na prespetiva da dignidade humana e dos movimentos 
sociais. De seguida apresentamos um texto seminal para a constituição duma 
reflexão sobre a Museologia Insurgente. Trata-se do capítulo da tese de 
doutoramento de Marcelle Pereira sobre “Museologia Decolonial”. De seguida 
apresentamos um texto sobre as lutas dos movimentos sociais na américa do 
sul por Raul Zibechi. É indubitável que as américas estão a produzir 
conhecimentos e movimentos sociais inovadores. Nos primeiros anos do milénio 
em vários países do continente sul americanos, concretizaram-se várias 
experiencias inovadoras. Temos vindo a procurar seguir esses movimentos a 
partir da sua conexão com os processos museológicos. Analisar os processos 
museológicos na sua adequação ao mundo contemporâneo. 
Finalmente regressamos a uma produção mais reflexiva sobre a 
realidade portuguesas. O texto “Estudos de Museologia Insurgente” procura 
trabalhar questões de atualidade portuguesa. 
Corrymeela, janeiro 2018 
Pedro Pereira Leite. 
 
 
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1. Relação entre Dignidade Humana e Meio 
Ambiente 
Objetivo deste curso breve consiste em relacionar as problemáticas dos Direitos 
Humanos com o Ambiente no âmbito dos trabalhos que temos vindo a 
desenvolver sobre as possibilidades de ação dos movimentos sociais no âmbito 
das epitemologias meridionais. Pretendemos com ele clarificar as relações entre 
os Direitos Humanos e o Meio Ambiente (i); Descrever brevemente a evolução 
da relação dos Direitos Humanos com o Ambiente (iii) Identificar os elementos 
constituintes das obrigações e das ações substantivas na relação entre direitos 
humanos e ambiente. 
1.1. Proteção dos Direitos Humanos por via da problemática do ambiente 
De um modo geral a necessidade de dispor de um ambiente saudável ser 
considerada uma questão emergente no âmbito das problemáticas da dignidade 
humana e dos direitos humanos. 
Esta relação está a ser criada por duas vias: Por um lado, pela via do 
desenvolvimento sustentável, onde a disponibilidade de terra agrícola é 
essencial para combater a fome e a pobreza, pela necessidade de dispor de um 
ambiente saudável que permite garantir, num nível aceitável, alimentação 
saudável, a saúde das comunidades e o bem-estar geral das populações. Este é 
um nível de garantia. 
Numa segunda via, pelo exercício dos direitos afirmativos, como garantia dos 
direitos humanos, quando se exige a necessidade da participação das 
comunidades nos processos de decisão, nos direitos à informação e sobre o 
acesso aos tribunais em caso de violações dos direitos expressos nas leis, 
convenções e acordos, internacionais e nacionais. 
A questão da relação entre Direitos Humanos e Ambiente emerge na década de 
setenta. Em 1972, a Conferência de Estocolmo A Conferência das Nações 
Unidas sobre o Meio Ambiente Humano (em inglês United Nations Conference 
on the Human Environment) , a primeira reunião de chefes de estado 
organizada pelas Nações Unidas para tratar das questões da degradação do 
ambiente. Esta Conferência foi a primeira tentativa de procurar um equilíbrio 
nas relações do homem com o Meio Ambiente, de forma a procurar um 
desenvolvimento económico com redução da degradação ambiental. Foi nessa 
altura que surge a ecologia e se começa a difundir na sociedade a consciência 
dos efeitos nefastos da poluição urbana e rural, dos perigos da desflorestação e 
da poluição marinha. 
Esta relação, que hoje está presente na conceptualização do Desenvolvimento 
Sustentável, não está contudo explicita nos dispositivos legislativos do direito 
internacional público. Ela está contudo a evoluir e a surgir em diversos 
instrumentos, ao mesmo tempo que a jurisprudência dos tribunais de Direitos 
Informal Museology Studies, 19, spring - 2018 9 
Humanos, na sua resolução de conflitos que emergem a partir de questões 
ambientais, começam a tecer. 
De igual modo, a evolução das convenções regionais, começa a evidenciar que 
esta relação, entre Direitos Humanos e Ambiente, é uma relação que é 
mutuamente benéfica, que a afirmação dos direitos humanos contribui para a 
afirmação dos direitos ambientais. 
Finalmente, com a Carta Africana Dos Direitos Do Homem E Dos Povos, adotada 
em 1986 muitos dos benefícios que integram o corpo de valores dos Direitos 
Humanos são relacionados com as questões ambientais. Esta clarificação passa 
a ser usada pelos diferentesgovernos e surgem novas formas de afirmação dos 
direitos ambientais relacionados com direitos humanos. 
Direitos Humanos: Procedimentos e obrigações substantivos 
As questões do ambiente tem vindo a ser associadas às causas do direito à vida 
com qualidade, o direito á saúde e ao ambiente saudável. Nesse sentido, e na 
medida em que o direito à vida, enquanto direito universal e inalienável, implica 
que o ambiente seja adequado a essa vida, e em caso de situação ambiental de 
degradação para as condições básicas de vida, emerge o direito de remediação 
e reparação. De igual modo, o direito à alimentação adequada, a saúde e à 
educação, enquanto direitos humanos básicos, são concretizados num 
determinado contexto, onde o ambiente deve ser adequado. Desta forma os 
dois campos de direito encontram-se relacionados, configurando um quadro 
substantivo inter-relacional entre direitos e obrigações. 
Já no campo dos procedimentos, do qual depende a afirmação do exercício dos 
direitos humanos, os Estados, que são sujeitos que regulam e aplicam as 
normas jurídicas devem respeitar no direito do ambiente os três princípios que 
emergem dos direitos humanos, a saber: o direito à informação, o direito de 
participação, e o direito de acesso às instituições jurídicas para dirimir 
eventuais conflitos e exigir reparações. 
O acesso à informação é uma exigência e um pré-requisito da exigência de 
participação pública nas tomadas de decisão políticas. Está consignado deste o 
acordo de Aarhus (1998) estabelecido na “Convenção sobre Acesso à 
Informação, Participação do Público no Processo de Tomada de Decisão e 
Acesso à Justiça em Matéria de Ambiente . 
A participação do público obriga a que as pessoas que estão implicadas nos 
processos de decisão sejam ouvidas. Decorre também da Convenção de Aarhus. 
A participação e a auscultação dos interessados é um momento necessário no 
processo de produção legislativa. 
Finalmente o acesso à justiça implica que sejam criadas condições para que os 
cidadão, que de alguma maneira se sintam lesados por questões que decorrem 
da violação dos seus direitos e garantias, devem ter condições de acesso à 
Informal Museology Studies, 19, spring - 2018 10 
justiça e a serem ressarcidos dos prejuízos que decorram de situação de incúria 
nos deveres de salvaguarda ou violação dos direitos humanos e ambientais. O 
acesso à justiça querer a existência de tribunais, que funcionem de forma 
independente com capacidade de ouvir e respeitar as garantias processuais que 
cada vítima apresente e tomar decisões apropriadas para a reparação dos 
danos ou sua minoração. 
A relação Direitos Humanos Direitos do ambiente 
Em suma, os direitos ambientais constituem um pré requisito para a 
concretização dos direitos humanos. 
A partir da teoria dos direitos humanos é possível identificar 3 benefícios para a 
política do ambiente: 
• Uma melhor integração entre os valores humanos a proteger e os 
e a proteção do valores ambientais identificados 
• Da sua relação emergem obrigações e procedimentos substantivos 
que os governos e as entidades administrativas devem regular 
• Da relação emergem novas formas de debate nas instituições e 
nas problemáticas dos Direitos Humanos 
Da organização e os procedimentos que resulta da relação entre os Direitos 
Humanos e o ambiente verifica-se uma necessidade de ampliar os mecanismos 
de informação à comunidade, de ampliar a sua participação pública nos 
processos de decisão das questões que lhes dizem respeito, e dum maior 
acesso há justiça para reparação e minoração de danos. 
 
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1.2. A situação dos direitos humanos e outras ligações de 
reconhecimento às questões ambientais como questão do 
Desenvolvimento Sustentável 
 
O objetivo deste ponto é dar uma ideia geral da ligação entre os Direitos 
Humanos e as questões ambientais, identificar e reconhecer essas ligações e 
entender que novas interfaces estão a surgir. Procura-se igualmente conhecer 
os instrumentos mais importantes do sistema de Direitos Humanos e identificar 
as normas e artigos mais importantes do corpo jurídico dos Direitos Humanos. 
O Sistema internacional de Direitos Humanos é constituído por um conjunto de 
tratados, convenções e recomendação ou compromisso, aprovados por 
organismos internacionais, regionais e multilaterais, que depois de transferidos 
para as ordens jurídicas internas dos estados, criam um conjunto de direitos e 
obrigações. Este conjunto de instrumentos legais têm vindo a acentuar a 
ligação entre os Direitos Humanos e direito do ambiente. 
Os tratados mais antigos não referem, de forma explícita as questões 
ambientais. Apelam contudo a práticas que acabam por ter relação com os 
problemas da degradação ambiental e dos direitos de o ambiente. 
Os diferentes tratados sobre Direitos Humanos, também não são explícitos em 
questões ambientais, mas nos documentos mais recentes, é possível encontrar 
e reconhecer que a ligação entre o ambiente e os direitos humanos se começa a 
evidenciar, constituindo-se como uma fonte para os Direitos Humanos. 
A Carta das Nações Unidas, escrita e aprovada em 1945 , na sequência do final 
da Guerra não refere explicitamente o ambiente como um objetivo das Nações 
Unidas. Tem como objetivo promover os Direitos Humanos, contribuir para a 
Manutenção da Paz e da Segurança internacional, promover o progresso 
económico e social e facilitar a cooperação internacional entre os povos . Por 
exemplo se consideramos o que está expresso no nº 3 deste artigo 1º “de 
realizar a cooperação internacional resolvendo os problemas internacionais de 
carácter económico, social, cultural ou humanitário, promovendo e estimulando 
o respeito pelos direitos do homem e pelas liberdades fundamentais para todos, 
sem distinção de raça, sexo, língua ou religião” podemos verificar que não há 
uma referencia explícita ao ambiente, embora se saiba que muitos destes 
problemas internacionais estão hoje ligados a questões ambientais. 
Também quando em 1946 é aprovada a “Declaração Universal dos Direitos do 
Humanos” onde estão instituídos os direitos fundamentais, encontramos uma 
referência explícita aos direitos políticos e civis, como direitos universais 
inalienáveis, interdependentes e indivisíveis, iguais e não discriminatórios. 
Nesta declaração não há uma referência explícita ao Ambiente, embora se 
possa inferir que a concretização dos diferentes direitos que aí são consignados 
só se podem concretizar num contexto ambiental saudável. 
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Cada instrumento internacional transporta na sua conceção um pouco do tempo 
e das preocupações duma época. A agenda do ambiente ainda não era na altura 
um tema de relevância. Através dos sucessivos tratados e protocolos que vão 
aperfeiçoando estes instrumentos, é possível identificar uma linha de evolução. 
Na Declaração do Pacto Internacional sobre os Direitos Civis e Políticos 
aprovado pela Assembleia Geral das Nações Unidas em dezembro de 1966, 
podemos verificar que as questões do ambiente começam a ganhar relevância 
para os indivíduos e grupos (ou comunidades). Nesto pacto que institui o 
Comité das Nações Unidas para os Direitos Humanos, os Estados signatários 
não só se comprometem em assegurar a proteção dos direitos civis 
fundamentais (direito à proteção da vida por exemplo no artigo 3º), como 
obriga os Estado a tomar medidas para reduzir a mortalidade infantil, a 
malnutrição, a reduzir as epidemias e assegurar o acesso às riquezas naturais 
dos diferentes territórios, incluindo os que se encontravam sujeitos a 
dominação colonial ou a mandatos das Nações Unidas. Nele surge também os 
princípios dos direitos coletivos. 
Em 1966 no Pacto Internacional dos Direitos Económicos, Sociais e Culturais , 
adotado pela Assembleia Geral das Nações Unidasem Dezembro de 1966 
institui de forma mais clara esta obrigação dos estados asseguraram a proteção 
dos indivíduos e dos grupos, ligando estes direitos ao direito de acesso às 
riquezas e recursos naturais. Ao mesmo tempo fica claro que os Estados têm a 
obrigação de garantir esse acesso. 
Em 1993, na chamada Declaração de Viena, onde na conferência Mundial dos 
Direitos Humanos é aprovado um Programa de Ação no seu artigo 11 refere 
explicitamente a ligação entre os direitos humanos e o direito ao ambiente 
quando afirma que “ o direito ao desenvolvimento deve ser realizado de modo a 
satisfazer, de forma equitativa, as necessidades de desenvolvimento e 
ambientais das gerações presentes e vindouras”. Nesse artigo é reconhecido os 
efeitos nefastos da poluição e as suas consequências para a saúde pública. 
Está estabelecida de forma inequívoca a relação entre Direitos Humanos e 
Direito ao Ambiente. No campo do Direito do Ambiente, a ligação aos Direitos 
Humanos também pode ser rastreada através dos sucessivos instrumentos 
internacionais. 
Em 1972, na Declaração da Conferência das Nações Unidas sobre o Meio 
Ambiente Humano, realizada em Estocolmo na Suécia, conhecida Conferencia 
de Estocolmo que institui o documento fundador do Direito Ambiental 
Internacional, refere, nos seu primeiro princípio que “O homem é ao mesmo 
tempo obra e construtor do meio ambiente que o cerca, o qual lhe dá sustento 
material e lhe oferece oportunidade para desenvolver-se intelectual, moral, 
social e espiritualmente.” Está implícita que há uma relação entre o 
desenvolvimento o ambiente e os direitos humanos. O desenvolvimento, visto 
numa forma holística como acesso ao bem-estar, á saúde e à educação e com 
Informal Museology Studies, 19, spring - 2018 13 
direito a uma vida digna, concretiza-se num território que onde as ações 
ambientais devem ser ponderadas, melhorada, remediadas. 
Essas preocupações de relação entre os Direitos Humanos e o Ambiente surgem 
noutros instrumentos internacionais. Em 1992, na “Declaração do Rio Sobre 
Ambiente e Desenvolvimento” que se realizou no Brasil, no Rio de Janeiro em 
Junho de 1992 e que dá sequencia à Conferencia de Estocolmo, reafirma a 
profunda ligação entre o Desenvolvimento e o Ambiente considerando a 
natureza integral e interdependente da do planeta Terra, no âmbito do qual se 
concretizam os Direitos Humanos. 
A Conferencia do Rio reafirma no seu princípio 10 as três questões essenciais 
na prática dos Direitos Humanos: o direito á informação, o direito à participação 
nas decisões que digam diretamente respeito às pessoas e comunidades, e o 
direito a acesso a instituições de justiça, independentes e efetivas para dirimir 
conflitos e exigir reparações. Reafirma também que é aos Estados que cabe o 
papel de assegurar o acesso à informação, o direito de participação e o acesso à 
justiça. Acesso que pode ser individual ou de grupos. 
Esta relação entre Direitos Humanos e Direito do Ambiente fica 
inequivocamente estabelecida na Declaração sobre o Desenvolvimento 
Sustentável, aprovada em Joanesburgo em 2002 . Nesta declaração de alto 
Nível, o seu artigo 18 reafirma o princípio da “indivisibilidade da dignidade 
humana e estamos resolvidos, através de decisões sobre metas, prazos e 
parcerias, a rapidamente ampliar o acesso a requisitos básicos tais como água 
potável, saneamento, habitação adequada, energia, assistência médica, 
segurança alimentar e proteção da biodiversidade.” 
O Desenvolvimento sustentável, como surgirá em 2015 na Declaração que 
aprova os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável e os Acordos de Paris de 
2015 sobre alterações Climáticas implica uma relação estreita entre Direitos 
Humanos e Direitos Ambientais. 
 
Informal Museology Studies, 19, spring - 2018 14 
1.3. Sistemas Regionais e outras instituições que intervém na relação 
entre Direitos Humanos e Direitos Ambientais 
 
O objetivo deste ponto é apresentar os diferentes organismos regionais de 
direitos humanos, os instrumentos e ferramentas disponíveis. Procura-se 
identificar algumas questões essenciais nesta relação. 
No campo dos instrumentos regionais, que mais tarde irão influenciar a agenda 
internacional e surgir nos acordos subsequentes, o surgimento da ligação entre 
os Direitos Humanos e Direitos do Ambiente decorre mais cedo. 
A Carta Africana dos Direitos Humanos e dos Povos , a Carta de Banjul, 
assinada em 1981 com entrada em vigor em 1986, nos seus artigos 21 e 24 
estabelece essa ligação de forma inequívoca. No artigo 21º afirma “Os povos 
têm a livre disposição das suas riquezas e dos seus recursos naturais. Este 
direito exerce-se no interesse exclusivo das populações. Em nenhum caso um 
povo pode ser privado deste direito.” (art.º 21, nº 1) e atribui ao Estado o 
compromisso de defender o património ambiental: “Os Estados Partes na 
presente Carta comprometem-se, tanto individual como coletivamente, a 
exercer o direito de livre disposição das suas riquezas e dos seus recursos 
naturais com vista a reforçar a unidade e a solidariedade africanas. (art.º 21 nº 
4) 
Esse direito ao ambiente é reforçado pelo artigo 24º que diz: “Todos os povos 
têm direito a um meio ambiente satisfatório e global, propicio ao seu 
desenvolvimento.” Acentua o direito ao ambiente e como condição de 
concretização do direito ao desenvolvimento, no âmbito do qual se concretizam 
os Direitos Humanos. 
Na sequência destas disposições ficou famoso o estabelecimento do direito á 
reparação de danos ambientais nas terras dos Ogani. O Caso “oganiland” é 
usado como exemplo (2001) . Um outro caso que é também muito citado para 
defender o direito das minorias à terra e à qualidade ambiental, é o caso 
“Endroise Case” (2009) que dirime o conflito entre essa empresa o Quénia . 
Na Europa, as relações entre direitos Humanos e Direito do Ambiente emerge 
nos instrumentos regionais. A Carta Europeia dos Direitos Humanos e as 
disposições dos seus protocolos adicionais revelam essa evolução. A Carta, 
aprovada em 1950, tal como a Declaração Universal de 1946. Está muito 
centrada nos direitos políticos e civis. Mas alguns dos protocolos adicionais vão 
acentuar a relação entre Direitos humanos e Ambiente, ao referir que a 
degradação ambiental pode interferir com o bem-estar e a proteção dos direitos 
humanos 
A Carta Social Europeia de 1999 , adotada em 1996, estabelece que a qualidade 
do ambiente está relacionada com a implementação efetiva dos diversos 
Informal Museology Studies, 19, spring - 2018 15 
direitos sociais (assistência social à infância e população idosa, saúde, educação 
e trabalho. 
Também aqui a jurisprudência tem vindo a reforçar estas ligações, suprimindo 
através das suas decisões, as referencia efetivas da ligação entre os Direitos 
Humanos e o Ambiente. 
O Caso Oneryildz do contra a Turquia mostra o papel que os estados devem 
assumir na proteção ambiental. Neste caso o Estado turco foi condenado a 
pagar uma indemnização aos familiares de dois membros duma família falecidos 
numa explosão de gás metano em Istanbul, em 1993. A decisão é tomada com 
base no artigo 2ª da convenção em que a convenção é usada como um 
instrumento para a proteção dos direitos humanos básicos, responsabilizando 
aqueles que devem tomar as medidas adequadas para a sua salvaguarda 
efetiva. O artigo 2º afirma, no seu nº 1 que o direito á vida é protegido por Lei. 
A Convenção Americana dos Direitos Humanos , aprovada em 1969 também 
refere algumas disposições que permitem abrir processos e criar ações de 
reparação por danos ambientais sofrido por cidadão ou comunidades sul-
americanas. A proteção individual dos Direitos Humanos pode incluir, em certas 
situações, a proteção contra danos provocados por desastras ambientais. Em 
1988 o Protocolo adicional de San Salvador , no seu artigo 11º. Onde se refere 
ao “Direito a um meioambiente sadio” refere-se que todas as pessoas têm o 
direito a viver em meio ambiente sadio e a contar com os serviços públicos 
básicos (1), bem como cabe ao Estado a promoção, preservação e melhorias do 
meio ambiente(2). 
Também nos mais de 100 estados do mundo, que assinaram as diferentes 
disposições sobre direitos Humanos e direito do Ambiente existe diferentes 
disposições que efetuam a ligação entre o ambiente e a afirmação dos Direitos 
humanos, seja no campo da saúde, da educação da assistência social. Os 
governos são, não só os principais agentes de produção legislativa nesta 
matéria, como se constituem como os principais atores que implementam 
soluções que compatibilizam o ambiente e os direitos humanos 
Em síntese. Vale a pena reforçar três ideias na relação entre direitos humanos e 
ambiente, nos diferentes instrumentos regionais e nacionais. A Carta Africana 
dos direitos Humanos e Direitos dos Povos contém diversas disposições que 
ligam os Direitos Humanos com o Direito do ambiente. Na Carta europeia dos 
direitos Humanos, apesar de essa ligação não ser linear, a relação entre a 
degradação ambiental e o papel dos estados na sua salvaguarda, tende a 
constituir-se com sujeito da lei. O mesmo sucede na America Latina. 
 
Informal Museology Studies, 19, spring - 2018 16 
2. Normas de Direitos Humanos na Salvaguarda e 
Proteção Ambiental 
No próximo ponto abordamos as questões bases da aplicação dos direitos 
Humanos e as normas substantivas das obrigações em relação ao Ambiente. No 
final deverá ser possível identificar os procedimentos e obrigações dos Estados 
para a salvaguarda do Ambiente e as ações para aplicação dos Direitos 
Humanos. Deverá ainda ser possível explicar a base normativa das obrigações. 
2.1. As obrigações processuais relacionadas com o ambiente 
 
A degradação do ambiente pode integrar um conjunto vasto de questões que 
afetam os Direitos Humanos. As questões climáticas, a saúde pública global, a 
segurança alimentar, o acesso à água, o direito à habitação. São obrigações dos 
Estados para salvaguardar os Direitos Humanos e proteger o ambiente: 
a) Identificar as ameaças ambientais e preparar ações de informação ao 
público 
b) Facilitar a participação pública sobre as decisões de projetos que afetam 
o ambiente 
c) Promover a remediação dos efeitos das alterações ambientais que 
implicam ou possam implicar a violação dos Direitos Humanos. 
Os titulares dos Direitos Humanos são portadores de direitos a: 
• Beneficiarem de ações de informação; 
• Participarem nas decisões; 
• Terem acesso a indemnizações justas. 
As obrigações de prestar informações sobre os riscos ambientais e fornecer 
informação ao público implica que os titulares dos direitos tenham não só 
acesso às informações pertinente, como tenham direito a partilhar essas 
informações, incluindo o direito à liberdade de expressão . 
O Estado tem o dever de providenciar o acesso à informação para proteger os 
Direitos Humanos e os riscos e implicações ambientais das ações e projetos em 
curso ou realizados . 
O Estado tem deveres de facilitar ações afirmativas para providenciar 
informações sobre os impactos potenciais e os riscos das propostas e projetos, 
com implicações no território e ambiente, sobretudo naqueles em que 
potencialmente haja interferência com o gozo e usufruto dos direitos Humanos. 
Por exemplo, o Compromisso de Acesso à água, que é referido na Declaração 
do Comité Económico e Social e dos Direitos Culturais da ONU , de 2003, refere 
que devem ser dados a todos os indivíduos todas a informação relativa ao uso 
da água e do ambiente. Afirma ainda que as obrigações de informar os 
Informal Museology Studies, 19, spring - 2018 17 
impactos sobre o ambiente estão expressas na Declaração do Rio (1992) e na 
Convenção de Roterdão relativa ao Procedimento de Prévia Informação e 
Consentimento para determinados Produtos Químicos e Pesticidas Perigosos no 
Comércio Internacional (2004) , onde se torna necessário que seja obtido o 
consentimento prévio para exportação de um produto químico proibido ou 
severamente restringido (incluídos no anexo III). Implica que essa informação 
de perigosidade deve ser dada ao importador, implicando ainda intercâmbio de 
informações entre as partes sobre os produtos químicos potencialmente 
perigosos passíveis de serem exportados 
Este conjunto articulado de disposições da Convenção de Aarhaus, as 
Orientações de Bali, a que se junta mais recentemente o Acordo de Paris sobre 
Alterações Climáticas (2015) , são constitutivas dos três princípios básicos da 
relação entre Direitos Humanos e Salvaguarda Ambiental: Direito à informação, 
participação e acesso á justiça para reparação. Estas disposições aplicam e 
concretizam o princípio 1º da Declaração do Rio. 
As diversas convenções regionais adotam os modelos das Disposições das 
Nações Unidas. Por exemplo, a União Europeia assinou com a ONU o Protocolo 
de Registo e emissão de Poluentes (PRTR - Protocolo on Pollutant Release and 
Transfer Registers) , no qual são claramente adotados os princípios da 
Convenção de Aarhus. 
Noutros estados são adotadas leis específicas que dão acesso à informação. Por 
exemplo, na Noruega e na África do Sul, a obrigação de informação implica 
informação relevante sobre questões trans territoriais. 
Finalmente, o Banco Mundial estabeleceu como exigência do financiamento de 
projetos internacionais estudos sobre impactos ambientais. 
Onde se gera a obrigação substantiva dos Estados prestarem informação e 
favorecer a participação pública: Na Declaração Universal dos Direitos 
Humanos, no artigo 21 está expresso o Direito à Participação Pública. Na 
Convenção Internacional dos Diretos Civis e Políticos, no seu artigo 25º 
também. Por outro lado os estados devem tomar medidas para evitar a 
liberdade de expressão e associação, devem tomar medidas para proteger a 
vida, a liberdade e a segurança dos indivíduos e o gozo desses direitos. 
Para além disso, os trabalhadores que exerçam funções nas áreas dos recursos 
naturais e ligados às atividades de natureza enfrentam importantes desafios, 
que o Estado assume o dever de prevenir e informar. Todos os anos, várias 
centenas de ativistas de Direitos Ambientais foram alvo de violência em todo o 
mundo. Em 2014 foram contabilizadas 900 assassinatos de ativistas 
ambientais, cerca do dobro das ocorrências em relação a 2004. O direito 
humano e o direito ao ambiente estão ligados. 
Em síntese, cabe aos Estados promover e acompanhar os estudos de impacto 
ambiental e neles propor medidas de informação e participação ao público . Os 
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Estados devem facilitar os processos de promoção da participação pública das 
questões ambientais. Os Estados devem providências acesso a processo de 
reparação e remediação de danos: através da promulgação de leis adequadas e 
acesso a sistemas de remediação para a violação de Direitos Humanos. Em 
alguns tratados sobre o ambiente podem encontrar-se disposições que obrigam 
o Estado a assumir a reparação dos danos ambientais. 
O princípio 10 da Declaração do Rio defende acesso à justa remediação. Os 
Princípios de Bali afirmam que os procedimentos devem ser abertos, jutos, 
transparentes, equitativos e financeiramente acessíveis; b) providenciar uma 
efetiva remediação; c) com decisões tomadas em tempo razoável; e d) o 
público deve ter uma informação adequada. 
Em síntese, são 3 as obrigações dos Estados 
1. Estabelecer um sistema de informação ambiental, apresentar ações de 
informação para o público; 
2. Facilitar a participação pública, e; 
3. Providenciar remediação para violações de direitos humanos. 
Os princípios do Rio servem de suporte às Orientações de Bali. 
 
Informal Museology Studies, 19, spring - 2018 19 
2.2. Obrigaçõessubstantivas sobre o ambiente 
 
Neste ponto constitui objetivo: a) explicitar as obrigações substantivas a adotar 
pelos vários instrumentos legais para proteção e resposta a situações e 
processos de degradação ambiental, na sua relação com os Direitos Humanos; 
b) analisar e descrever os processos de decisão que os Estados devem 
desenvolver para encontrar um equilíbrio e limites entre a salvaguarda do 
ambiente e as obrigações sociais; e c) ilustrar como os Direitos Humanos se 
constituem como obrigações sustentáveis nos Estados para proteger contra 
acidentes ambientais. 
A questão do pepel do estado para proteger contra acidentes ambientais que 
podem afetar a vida e o bem-estar das pessoas e comunidades. Quando os 
acidentes ambientais interferem com o gozo dos direitos protegidos por 
instrumentos internacionais, como é o caso dos Direitos Humanos e de outros 
instrumentos sobre direitos civis, políticos, económicos, sociais e culturais, os 
Estado tem obrigações em relação à reposição desses direitos e à sua 
remediação. Devem assegurar que eles se concretizem e desenvolver atividades 
tendentes à sua resolução. 
Aos tribunais compete administrar as situações de regulação dos direitos 
Humanos. Por exemplo, o Tribunal Europeu dos direitos do Homem considera 
que cada estado dever regular com normas administrativas que assegurem o 
usufruto dos direitos humanos e a continuidade das atividades económicas. Isto 
significa, que a legislação a desenvolver pelos estados membro devem ter 
limites na base da compatibilização entre as necessidades de proteção 
ambiental, as questões sociais e direitos humanos e as questões de relevância 
social, como é por exemplo a atividade económica. Este balanço tem que ser 
razoável, não pode resultar em situações injustificadas, injustas que afetem o 
gozo dos direitos humanos. 
No processo de decisão do Estado sobre o balanço justo entre Direitos Humanos 
devem ter em conta os seguintes fatores: a) que as leias ambientais resultem 
de processo de participação pública que cumpram os requisitos fundamentais 
de acesso a informação relevante e tempo de consulta; b) que estejam de 
acordo com as leis e disposições internacionais e com os padrões de saúde 
global aceites; c) que não sejam regressivas; d) que não promovam ações 
discriminatórias; e e) sejam efetivamente implementadas. 
Também a Comissão Inter americana para os Direitos Humanos defende 
obrigação dos Estados de proteger agentes e atores com função na área do 
ambiente. O direito à saúde e em particular, as disposições e procedimentos 
sobre Saúde Global, são dos mais importantes indicadores a ter em conta nas 
medidas de proteção. Deles resulta a obrigação de proteger de forma especial, 
todos os atores envolvido, sejam eles do estado ou não. A Decisão do 
Representante Especial do Secretário-geral das Nações Unidade para os Direitos 
Informal Museology Studies, 19, spring - 2018 20 
Humanos afirma que os Estados têm o dever de proteger contra abusos de 
atores não estatais dentro do regime de direitos humanos. Esse dever obriga a 
regular e a relatar internacionalmente os abusos e riscos provocados pelas 
empresas nas suas obrigações ambientais (A/HRC/4, p 18). 
O dever de proteção de riscos contra terceiras partes que o Estado deve 
assumir implica o dever de prevenir e remediar . Por exemplo, no acesso à 
água, o estado de tomar medidas para prevenir os efeitos de poluição por 
terceiros com base no direito á água . Não se trata de encerrar atividades 
potencialmente danosas para o ambiente, mas executar essa prevenção com 
base no balanço entre proteger o ambiente, os direitos humanos e outros 
direitos económicos. Essas decisões devem ser razoáveis e tomas com base na 
Teoria dos Direitos Humanos. 
Em suma, as medidas a tomar pelos estados devem preceder de decisões que 
foram tomadas com base em procedimentos de informação relevante e 
processos participativos, estarem de acordo com as leis gera, com os direitos 
humanos e com as normas de saúde pública e ambiental, não serem 
discriminativas e ser eficaz na implementação. 
As obrigações resultantes das ameaças ambientais transfronteiriças é uma 
outra questão a que os Estados devem estar a tentos e desenvolver medidas de 
prevenção e remediação. As áreas transfronteiriças são áreas de maior 
vulnerabilidade. Uma ameaça ambiental numa zona de fronteira limita por um 
lado as possibilidades das ações dos estados, na medida em que não podem 
atuar diretamente em outros territórios, e implica o desenvolvimento de ações 
transfronteiriças de negociação e cooperação em situações de diferentes 
tradições e instrumentos legislativos. Os princípios de proteção dos cidadãos é 
um princípio fundador da ação que já se encontra presente em mutis das 
convenções e instrumentos internacionais, como por exemplo a Convenção 
Internacional dos Direitos humanos e a Carta African dos direitos dos Povos e 
Direitos Humanos. Outro caso, por exemplo o artigo 2º do ICESCR A 
Convenção Internacional dos direitos Económicos, Sociais e Culturais, define as 
bases das jurisdições nacionais e estabelece os limites para a sua aplicação a 
terceiros, incluindo membros de outros estados a atuar nos territórios 
nacionais. 
Outras Convenções, como a Convenção opara os Direitos da Crianças, a 
Convenção Europeia dos Direitos Humanos, ou a Convenção Inter americana 
dos Direitos Humanos estende das medidas aos indivíduos às influências de 
ações realizadas em outro estados, mas deixa pouco claras as ações que sendo 
realizadas nos estados, influencia processos ambientais em outros estados. 
Em conclusão, a obrigação substantiva dos Estados em Matéria ambiental é um 
processo complexo e em evolução. É todavia claro que os Estados devem 
proteger os seus cidadãos com base na teoria dos direitos humanos, nos seus 
Informal Museology Studies, 19, spring - 2018 21 
territórios e proteger de forma ativa contra ações de partes terceira, incluindo 
as ações das empresas. 
A obrigação de proteger os Direitos Humanos dos riscos ambientais implica a 
necessidade de limitar as atividades que implicam a degradação ambiental com 
destaque para a saúde público e direitos humanos. Essa ação de regulação dos 
estados deve resultar de um balanço entre a relevância social da atividade de 
os direitos humanos. A base da regulação é que uma ação no ambiente não 
pode resultar em danos para os Direitos humanos. Quando isso sucede, devem 
ser tomadas medidas de remediação e contenção de danos, presentes e 
futuros. 
 
Informal Museology Studies, 19, spring - 2018 22 
2.3. Obrigações dos Estado para com os marginalizados e as situações 
mais vulneráveis 
Neste ponto procura-se explicitar os princípios de equidade e não descriminação 
nos direitos que os mais vulneráveis dispõem e atividades e ações ambientais 
de que podem resultar prejuízo para os seus direitos humanos. Identificar as 
obrigações dos estados para com os sectores da população mais marginalizados 
ou em situação vulnerável. E finalmente compreender quais as obrigações para 
com estes grupos, mais desfavorecidos e vulneráveis, bem como a necessidade 
de desenvolver ações de melhoria dos direitos à igualdade e não discriminação. 
Na base da Lei dos Direitos Humanos está o princípio da Igualdade e não 
Descriminação. É o Estado que cabe assegurar o cumprimento da Lei, através 
de legislação e ações de informação dos cidadãos. Quando a lei é violada, 
devem existir mecanismos de remediação. Trata-se dum direito universal e 
inalienável. 
Dos sete princípios do Direito nas Nações Unidas (prestação de contas, 
equidade, não discriminação, participação, transferência, empoderamento, 
sustentabilidade e cooperação internacional) os princípios da equidade e da não 
discriminação são constitutivos da teoria dos Direitos Humanos. Isso significa, 
que na abordagem dos direitos humanos,embora estes princípios ganhem 
relevância como ponto de análise, os vários princípios devem-se concretizar em 
conjunto. 
No contexto das políticas públicas ambientais dos Estados a introdução da 
teoria dos Direitos Humanos aumentam as obrigações dos estados para com os 
marginalizados e aqueles que vivem situações vulneráveis, de forma a 
assegurar as suas obrigações para melhorar o direitos à igualdade e à não 
discriminação. 
Os processos de discriminação são multifacetados. Acontece não apenas na 
sociedade, mas também nas estruturas pública e nas políticas públicas. A 
discriminação afeta o modo como as pessoas são tratadas (por exemplo no 
acesso á educação, acesso à saúde, aos serviços sociais, á habitação, à 
administração da justiça, ao sistema fiscal e às questões ambientais. 
Em muitos estados, mesmo em situações de emergência, os Estado estão 
obrigados a manter a obrigação de não discriminar 
Que Instrumentos existem para atuar na não discriminação de minorias e 
grupos sociais desfavorecidos? 
A Convenção contra todas a Forma de Descriminação contra as Mulheres 
(CEDAW) (1979) identifica varias situações ambientais que podem afetar os 
direitos das mulheres. Por exemplo no artigo 14ª referem a necessidade de “De 
beneficiar de condições de vida convenientes, nomeadamente no que diz 
respeito a alojamento, saneamento, fornecimento de eletricidade e de água, 
transportes e comunicações”, questões que podem ser afetas pelas alterações 
Informal Museology Studies, 19, spring - 2018 23 
climática, pela contaminação dos solos e da água ou mesmo em situações de 
calamidade nuclear. 
A CEDW recomenda que os Estados membros da convenção reforcem a suas 
obrigações para com as mulheres, promovendo pontos focais para observação 
de atividades de descriminação e desigualdade de acesso a), e criar unidades 
especiais de promoção da informação sobre danos e promoção da reparação de 
situações de violação de direitos. 
Também nas ações relativas às Crianças estabelecidas na Convenção dos 
Direitos das Crianças (1989) se defende que os direitos das crianças podem ser 
particularmente afetados pela degradação ambiental. Nesse sentido, todas as 
ações relativas às crianças, nomeadamente aquelas ações tomadas pelas 
autoridades administrativas e corpos legislativos devem ter em atenção os 
melhores interesses das crianças em primeiro lugar. Medidas adequadas à idade 
e género da criança. 
Os povos indígenas, por outro lado, são comunidades que se encontram em 
grande risco de degradação ambiental nos seus territórios originários, na 
medida em que, por um lado os territórios são vistos como espaços de 
exploração de matérias-primas, onde a propriedade e os seus direitos são 
pouco reconhecidos, ao mesmo tempo, que por razões da sua proporia 
situação, dispõem de poucas capacidades afirmativa dos seus direitos, em 
grande medida por desconhecimento dos mecanismos de atuação das leis nos 
Estados nacionais. São comunidades espacialmente vulneráveis, devido á sua 
dependência dos recursos ambientais para a sua vida económica, social e 
cultural. 
Em síntese, os Estados devem: a) reforçar a suas obrigações de aplicar os 
princípios de equidade e não descriminação em todas as políticas; b) no 
contexto da formação das políticas ambientais os estados devem estender e 
reforçar as suas obrigações para com os mais desfavorecidos, os 
marginalizados e mais vulneráveis; c) assegurar que no seu direito interna não 
existem legislações que colidem com os princípios da não discriminação e 
equidade; d) que mesmo em situações de emergência, os princípios de 
equidade e não descriminação, não sejam derrogados e as obrigações sejam 
mantidas. 
 
Informal Museology Studies, 19, spring - 2018 24 
3. Implementação da Teoria dos Direitos 
Humanos à Proteção Ambiental 
 
Nestes próximos pontos abordamos a forma como o direito constitucional tem 
vindo a incorporar o direito à saúde ambiental, as boas práticas e os 
procedimentos substantivos para a proteção ambiental. 
 
3.1. Questões Constitucionais relacionadas com o Direito ao ambiente 
saudável 
 
Direito Constitucional e Saúde ambiental: É objetivo deste ponto explicitar os 
valores a adaptar no campo do direito à saúde ambiental. Distinguir entre o 
direito explícito à saúde ambiental e o direito implícito ou derivado da saúde 
global, bem como outros instrumentos constitucionais, tais como o direito à 
vida e à saúde. 
Como incluir o Direito Ambiental nos níveis constitucionais pode contribuir para 
fortalecer o ambiente em diversos países? O direito constitucional exprime um 
valor simbólico. Aumenta a perceção do valor do bem a proteger. Dessa forma, 
a expressão dum direito constitucional facilita a sua regulamentação e 
normatização no direito comum e aumentar a perceção do seu valor na 
comunidade. A conversão dos direitos ambientais no direito interno dos Estados 
e Regiões melhora o acesso ao direito pelo público. A presença do direito 
ambiental na arquitetura jurídica dos estados, melhora a performance do 
ambienta no âmbito do desenvolvimento sustentável. 
Apesar de não existir um acordo internacional que exprima os princípios do 
Direito ambiental, ele já hoje está presente em mais de 90 constituições em 
diferentes estados. Isso significa que é hoje reconhecimento como um direito. 
Em alguns casos, como por exemplo nos EUA, embora o direito ambiental não 
esteja expresso na sua constituição, ele surge nos textos de alguns Estado 
(como por exemplo Havai, Ilinóis, Massachusetts, Montana, Pensilvânia). 
O Direito ambiental, expresso através de instrumentos legislativos, atinge 
vários objetivos: 
• Explicita os direitos expressos nas constituições; 
• Permite ações implícitas relacionadas com outros direitos 
fundamentais, como o direito à vida e à saúde. 
• Adicionalmente, a formulação legislativa dos direitos ambientais, 
admite implicitamente o direito à informação e á participação e 
acesso à justiça 
Informal Museology Studies, 19, spring - 2018 25 
Por exemplo Portugal, em 1976, foi o primeiro país do mundo a formular no seu 
direito constitucional o direito ao ambiente (artigo 66º da CRP ). De 1976 a 
2016 mais de 90 estados adotaram o direito ambiental nas suas constituições. 
Dois exemplos, Costa Rica e França: A costa Rica, em 1994, através do artigo 
50º define que todas as pessoas têm direito à saúde ambiental, incluindo o 
direito à informação e à participação nas decisões sobre o ambiente. Em 
França, a aprovação da Carta do Ambiente, em 2004, que tem o mesmo 
estatuto da Declaração de 1789 sobre os Direitos dos cidadãos e da introdução 
à constituição de 1946), coloca o Direito Ambiental ao mesmo nível dos Direitos 
Civis e Políticos. 
Como é que o Direito constitucional pode aumentar o Direitos ao ambiente: 
Quando o direito é implícito de um outro direito constitucional, ele acaba por 
assumir, por derivação, a força de direito constitucional. Mais de 20 países 
incluíram no seu direito constitucional o direito implícito ao ambiente. 
É o caso, por exemplo da Índia e do Nepal: Na Índia o Supremo Tribunal 
decidiu, no caso “Subhas vs Estado do Bihan”, que o direito ao ambiente é 
fundamental de acordo com o artigo 21º da constituição e afirma que a vida 
livre de poluição, de água e ar, é fundamental para completo gozo da vida; No 
Nepal, o Tribunal Supremo diz que a Saúde ambiental e um ambiente limpo são 
indispensáveis à vida humana. 
A relevância do Direito ambiental, face a outros direitos 
A Organização Mundial de Saúde defende por seu lado, que o ambiente é o que 
resulta de “todos os fatos físicos, químicos e biológicos”, necessários à vida das 
pessoas e que se relacionam com os seus comportamentos. Como tal, em 
muitos tribunais, encontram nessa disposição, um fundamento para o Direito ao 
ambiente. A constituição italiana, por exemplo no seu art.º 32,refere que o 
Direito à Saúde é um direito fundamental. Na sequência, uma decisão do 
Supremo Tribunal, de 1990, decide-se que as questões do ambiente tomam 
relevância face às questões económicas 
Há também vária jurisprudência de tribunais em que se defende o direito 
implícito ao ambiente é exclusivo do direito à vida e á saúde. Há por exemplo 
decisões em que se defende que ambos os direitos, ao ambiente e á vida e 
saúde, devem ser aplicados em simultâneo. 
Na Colômbia, por exemplo, o Tribunal Constitucional aforma que o Direito ao 
ambiente é inerente à vida e não pode ser separado deste direito fundamental. 
Para além disso, muitas disposições constitucionais, aplicada a grupos 
vulneráveis (mulheres, crianças, dependentes, trabalhadores migrantes, povos 
indígenas), reconhecem implicitamente que os direitos à vida e à saúde devem 
ser aplicados em conjunto com o direito ao ambiente. Por exemplo, na África do 
Sul, esses direitos é reconhecido às mulheres. 
Informal Museology Studies, 19, spring - 2018 26 
As crianças na medida em que o seu desenvolvimento ainda não está completo, 
e por isso estão mais vulneráveis aos riscos ambientais e poluição. Em el 
Salvador a constituição reforça a proteção das crianças. Os trabalhadores 
migrantes são também um grupo mais protegido, por via da sua condição de 
migrante, onde os trabalhos que lhes estão atribuídos são geralmente de maior 
exposição ao ambiente e aos seus riscos- Os deficientes, por seu lado, podem 
ser afetados de forma mais elevada por riscos ambientais. Seja as deficiências 
motoras, seja por via das deficiências cognitivas, que levam a uma menor 
capacidade de reação ou avaliação a adversidades ambientais. 
Os Povos Indígenas têm pela sua natureza de proximidade às terras originais, 
uma relação de maior dependência em relação ao ambiente e aos problemas 
ambientais, ao mesmo tempo, que esses territórios, sendo alvo de procura para 
matérias-primas, são mais vulneráveis a uma exploração sem atender a regras 
de mitigação de impactos ambientais negativos. Por essa razão, na Bolívia, por 
exemplo, é estabelecido o direito dos povos indígenas de poderem dar 
consentimento prévio e informado a projetos que tenham impacto ambiental. 
Também no Equador, no seu artigo 57 da constituição, estabelece a 
necessidade de obtenção de consentimento prévio num tempo razoável, para 
propostas de atividades e projetos em territórios indígenas. 
Em síntese: Em mais de 90 países o direito constitucional reconhece o alguns 
dos direitos a um ambiente saudável. A introdução do direito ao ambiente pode 
contribuir para dar uma maior visibilidade às questões do direito ambiental. 
Essa maior visibilidade aumenta a importância atribuída socialmente e 
institucionalmente às questões ambientais e a sua relação com as questões 
económicas. A presença do direito ao ambiente, explícito ou implícito, permite 
reforça o estudo das questões ambientais, e ao mesmo tempo que melhor se 
conhecem os impactos, melhores instrumentos para proteção de pessoas e 
bens são possíveis de criar. 
As oportunidades de ter um melhor acesso às questões do direito ambiental, 
permite também um melhor acesso jurídico das pessoas e das comunidades, 
seja na prevenção, seja na remediação. Todos esses elementos contribuem 
para aumentar a performance ambiental dos diferentes países. 
A Introdução da questão do ambiente no Direito Constitucional atinge dois 
objetivos: aumenta a visibilidade explícita nas instituições. Introduz 
implicitamente o direito ambiental na sua relação com outras formas de direito 
e com as atividades dos tribunais na suas decisões de relacionamento das 
questões ambientais com o direito à saúde e à vida. 
 
Informal Museology Studies, 19, spring - 2018 27 
3.2. Boas práticas nos procedimentos do direito ambiental substantivo 
 
É objetivo deste ponto dar exemplos de leis nacionais e políticas públicas de 
salvaguarda, de facilitação e de criação de direito à informação, do direito á 
participação pública, à liberdade de expressão e associação no contexto 
ambiental. Dar exemplos de práticas internacionais de leis nacionais e de 
políticas públicas relacionadas com os grupos vulneráveis, individual ou dos 
povos indígenas, relacionadas com a pobreza extrema, de mulheres, crianças e 
outros grupos marginalizados. 
Não há uma definição de boas-práticas nos procedimentos sobre Direito 
Ambiental. Nas Nações Unidas usa-se a seguinte definição: 
• Estar de acordo com os direitos humanos, suas leis e princípios;~ 
• Provar a sua efetividade ativa na produção de resultados, obter 
resultados justos e inputs positivos; 
• Contribuir para a aplicação dos Direitos Humanos e para a 
liberdade 
• Ter potencial de sucesso para ser adaptado e replicado noutros 
contextos. 
Como critérios Gerais dos princípios de boas práticas considera-se 
a) Respeitar a integração nos princípios dos direitos humanos 
b) Impacto de eficácia 
c) Sustentabilidade 
d) Replicação 
e) Relevância 
f) Eficiência 
Para avaliar a consistência dos critérios, deve-se ter em atenção, no primeiro 
item - “a integração nos princípios dos direitos humanos” considera-se que deve 
integrar a questão da equidade e não descriminação, a participação global e 
explícita, a transparência e deve ser medido o impacto e favorecer o 
empoderamento. No critério do impacto de eficácia, deverá mostrar impactos 
positivos em relação aos seus objetivos. No critério da sustentabilidade. Deverá 
resultar de fatores culturais, ser economicamente viável e ambientalmente 
sustentável a longo termo. No critério da replicação, a sua prática deve ter 
elementos que favoreçam o seu sucesso e sua replicação em outros contextos e 
noutros tempos ou ainda em outros grupos alvos. Em relação ao critério da 
relevância, deverá ter uma medida de extensão que permita que a atividade 
contribua para a formação de políticas públicas em relação a grupos alvo. Em 
relação ao critério da eficiência, deverá resultar em medidas traduzidas em 
políticas públicas em termos de tempo e progresso. 
São exemplos de boas práticas: 
Informal Museology Studies, 19, spring - 2018 28 
I) A Convenção de Aarhus. Cria mecanismos reguladores que favorecem o 
direito à informação, participação e acesso à justiça. Devem ser definidos por 
lei os modos de acesso e o direito interno deve conter obrigações para as 
autoridades públicas. 
II) direito à participação. O direito a participar deve ser usado para medir o 
grão do impacto ambiental, de acordo com o princípio 17 da Declaração do Rio, 
de 1992, que define os princípios, nomeadamente a obrigatoriedade de fazer 
Estudos de Impacto Ambiental (EIA). 
Por exemplo, a lei da India para os EIA, são definidos os princípios dos Estudos 
de Impacto Ambiental que consiste: 
• Num período de consulta pública por um tempo razoável onde 
deve ser recolhido de forma escrita as preocupações da 
comunidade e do público em geral. 
• Deve providenciar um espaço para que as comunidades possam 
apresentar propostas criadas a partir dos interesses da 
comunidade que sejam levadas em linha de conta pelo órgão 
administrativo de tomada de decisão; 
III) - O direito a ação justa e remediação. 
Por exemplo em 2006 a CDH da ONU recebeu uma queixa contra a uma 
companhia de Açúcar a operar na Tailândia, por práticas contra os Direitos 
Humanos. As alegações incluíam práticas contra o ambiente (contra a 
biodiversidade) trabalho forçado e intimidação e perda de segurança alimentar 
da comunidade) A Comissão dos Direitos Humanos das Nações Unidas decidiu, 
no caso da companhia Konh Kong Sugar, que as atividades da companhia 
apresentavam indícios muito fortes contrários à prática dos direitos humanos. 
A implementação dos direitos ambientais constitucionais como prática de 
afirmação dos direitos substantivos é um instrumento de ação afirmativa a que 
as comunidadespodem recorrer. Por exemplo no caso Mendoza Beatriz e 
Outros, Vs. O Governo da Argentina, em 2008, em que os habitantes dos 
campos de Buenos Aires se queixaram contra o governo e várias companhias 
por violação dos Direitos de Saúde ambiental. Na sua decisão, o tribunal 
identificou 3 grandes justificações para remediar prejuízo regular o diferendo: 
aumentar a qualidade de vida dos habitantes, e contribuir para a remediação de 
toda a bacia hidrográfica. Isso contribui para a formulação e recuperação de 
boas práticas ambientais. 
A Jurisprudência dos Tribunais Constitucionais, também tem vindo a aumentar 
o contributo para as boas práticas ambientais. Por exemplo em 1995, o Tribunal 
constitucional da Costa Rica, abordou dois casos com base no Direito 
Ambiental: Considerou que é necessária a proteção de bens transcendentes 
contra outros direitos económicos que afetam a qualidade ambiental. Este 
tribunal, em cerca de 82 casos que lhe foram presentes, considerou 
Informal Museology Studies, 19, spring - 2018 29 
inconstitucionais cerca de 42 situações. Por exemplo, considera que as 
disposições primárias da componente ambiental podem ser transcendente. Isto 
é, que devem ser tomadas em conta em projetos de natureza económica, 
turísticas, agrícola ou de outras atividades. 
O Caso institui o princípio “in dúbio pro natura”, que significa que em caso de 
dúvida sobre se uma atividade possa ser prejudicial ou apresentar danos para o 
ambiente, ou que apresente alguma dúvida que não possa ser claramente 
esclarecida, o governo deve abster-se de desenvolver ou licenciar essas 
atividades. 
Alguns casos têm apresentado alguma inovação na implementação dos direitos 
ambientais. Por exemplo, no Caso da Finlândia, a sua constituição tem uma 
disposição sobre a natureza e a biodiversidade. Afirma que a natureza e a 
biodiversidade é uma herança nacional que é responsabilidade de todos. 
Em 2014 o Ministro do ambiente promoveu uma reflexão nacional para definir o 
que se queria para o ambiente. Um desafio lançado a um especto muito largo 
de atores. Foi apresentado um inquérito “on line” para recolher opiniões e 
propostas, que deu origem a um documento guia para desenvolver e regular os 
interesses. O documento apresenta diversos exemplos de como podem ser 
desenvolvidas boas práticas e como podem ser desenvolvidos esforços para 
compatibilizar interesses e promover o bem-estar e aumentar a transparência 
das decisões. 
 
Informal Museology Studies, 19, spring - 2018 30 
3.3. Boas Práticas para proteger grupos vulneráveis em situações 
ambientais 
 
É objetivo deste ponto dar bons exemplos a partir das políticas para grupos 
particularmente vulneráveis, incluindo os povos indígenas, os pobres, as 
mulheres, as crianças e os grupos migrantes. No final será possível identificar 
os mecanismos necessários para desenhar, projetar e implementar este tipo de 
projetos e políticas. O conhecimento de boas práticas e a sua difusão pode 
constituir uma ferramenta importante para ações afirmativas. 
Boas práticas de projetos de pesquisa ação para grupos com base em questões 
de género. O guia das Nações Unidas para Ações Climáticas com base em 
Questões de Género apresenta uma introdução a estas questões e é uma boa 
introdução a estas questões e a criação de ferramentas para enquadrar as 
questões do género nos projetos de investigação e implementar programas de 
construção de resiliência social e adaptação, com base em questões de género. 
O orçamento responsável com base me questões de género é uma das 
ferramentas que podem ser usadas para assegurar que os projetos e ações 
reconheças as especificidades das mulheres e dos homens, e que a distribuição 
dos recursos sociais devem ter em consideração essa situação. 
Por exemplo, num projeto de pesquisa ação nas Filipinas (o Fórum do da Ásia e 
Pacífico) foi criado um manual de boas-práticas para empoderamento das 
mulheres e para incrementar a sua participação na construção de políticas 
públicas em projetos de ações climáticas Nas Filipinas, por exemplo, numa 
comunidade de pescadores, depois de analisados as pescas locais e os 
processos de degradação da sua biodiversidade, o projeto de pesquisa ação 
desenvolveu ações de gestão dos recursos, com a participação da comunidade, 
que envolveu a criação de cédulas profissionais e a definição de regras pela 
comunidade em relação às pescas e aos efetivos a pescar. 
Isso implica a construção de bons projetos de pesquisa ação, envolvendo. 
a) a identificação dos problemas 
b) a formulação do projeto 
c) a valoração das ações 
d) a sua implementação 
e) a monitorização 
f) A avaliação 
g) E análise de impacto e lições aprendidas 
Nas boas Práticas em relação às Crianças a UNICEF tem desenvolvido várias 
ações em vários países para estudar e tomar ações para reduzir os impactos 
das alterações climáticas e da degradação ambiental nas crianças, sobretudo no 
que se relaciona com a esfera dos direitos das crianças na sua relação com o 
ambiente. 
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Por exemplo, no Burundi a UNICEF implementou um projeto que incentiva o uso 
de bicicletas geradores de energia, que permite, não só aumentar a mobilidade, 
como produzir e acumular energia, suficiente para alimentar as lâmpadas LED 
para iluminação caseira durante 10 dias 
Num outro projeto, desenvolvido por Organizações Não-governamentais, é 
organizado um concurso para incentivar as crianças a descobrirem e a 
desenvolverem boas práticas ambientais. Esses projetos, por exemplo, 
envolvem na Bélgica a análise da qualidade do ar nas escolas e o uso de 
equipamento. No Tadjiquistão, por outro lado, foi feita uma análise das escolas 
para verificar como podiam reduzir a produção de lixo, pensar o usa de água 
limpa e o uso de casa de banho com tratamento de efluente. Como resultado do 
projeto, a diminuição das diarreias permite uma poupança de custos sociais que 
podem ser aplicados na reciclagem. 
Nas boas Práticas em relação aos Povos Indígenas. Trata-se de grupos 
vulneráveis. Na noruega, por exemplo, forma desenvolvidos projetos para os 
Povos SAMI o FIN ACT de 2005 em que o objetivo do compromisso é fazer com 
que os recursos naturais da terra FIN possam ser geridos de forma sustentável. 
Isso implica um balanço entre o conhecimento dos recursos, o bem-estar de 
todos com base na cultura SAMI, para que os espaços possam ser usados para 
lazer, atividade económica e vida social. 
Na Austrália o Conselho Nacional dos Indígenas para as alterações Climáticas 
(NICC) desenvolve desde 2008 um projeto de Fórum Participativo, que envolve 
os representantes de empresas povos indígenas e outros protagonistas sobre 
questões ambientais e os seus impactos, bem como discutir sobre novas riscos 
e oportunidades do mercado do carbono. 
Em relação aos Migrantes e à necessidade de proteção de deslocados, internos 
e externo, tem vindo a ser desenvolvidas boas-praticas em questões ambientais 
e climáticas. Torna-se por exemplo necessário que na legislação interna dos 
diferentes estados e nas diferentes políticas nacionais sejam incluídas 
disposições em relação às populações vulneráveis e á necessidade de 
monitorizar os impactos das alterações ambientais e dos efeitos da degradação 
ambiental sobre as populações migrantes e deslocadas. É necessário 
monitorizar os riscos e as situações a que essas populações sejam postas. 
Num projeto, na Guatemala Projeto Petém inclui no seu questionário sobre 
saúde e demografia, desde 1999, questões em relação à mobilidade e 
deslocação de populações. Questões como migração histórica, experiencias e 
prespetiva futuras, projetos familiares e forma de subsistência, hábitos 
alimentares, bem como atitudes face ao ambiente. 
Em conclusão. As Boas-praticas são formas de conhecimento e intervenção na 
sociedade, que permitem tornar relevantesas questões ambientais na sua 
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relação com os direitos humanos, e, ao mesmo tempo constituem ferramentas 
de investigação-ação. 
 
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Bibliografia 
 
a) Sobre a Relação Direitos Humanos Ambiente 
• Division of Environmental Law and Conventions, UNEP. Human 
Rights and the Environment, Background: 
http://www.unep.org/delc/HumanRightsandTheEnvironment/tabid/
54409/Default.aspx 
 o Artigo sobre os direitos humanos e o meio ambiente, incluindo 
uma descrição dos antecedentes, uma visão geral das questões legais e 
uma breve apresentação do trabalho do UNEP, do Escritório do Alto 
Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos e do Relator 
Especial da ONU sobre os direitos humanos e o meio ambiente. 
• Division of Environmental Law and Conventions, UNEP (06.2015). 
Linkages between human rights and the environment: 
http://www.unep.org/delc/Portals/119/documents/factsheet-
human-rights-environment.pdf 
 o Folha de dados que apresenta as relações entre os direitos 
humanos e o meio ambiente e se concentra em a) Direitos substantivos, 
b) Direitos processuais e 3) Implementação de uma abordagem baseada 
em direitos (RBA- Rights-Based Approach) para proteção ambiental 
• Global Witness (April 2014). Deadly Environment - A rising death 
toll on our environmental frontiers is escaping international 
attention: 
https://www.globalwitness.org/en/campaigns/environmental-
activists/deadly-environment/ 
 o Este relatório esclarece a competição pelo acesso aos recursos 
naturais que se intensifica em um pano de fundo de extrema 
desigualdade global, enquanto a humanidade já atravessou vários limites 
ambientais vitais do planeta, mostra igualmente como as comunidades se 
encontram na primeira linha na defesa do seu meio ambiente dos abusos 
das grandes corporações ou pelos estado e desenvolvem forma de 
exploração ambientalmente insustentáveis 
• International Justice Resource Center. What Are Human Rights?: 
http://www.ijrcenter.org/ihr-reading-room/overview-of-the-
human-rights-framework/ 
 Article offering an overview of the human rights framework, giving a 
definition of human rights, before explaining the international human 
rights framework, human rights bodies’ functions, and the cross-
fertilization and competing jurisdiction. 
• Knox John, Special Rapporteur on human rights and the 
environment (2015). Introduction: 
http://www.ohchr.org/EN/Issues/Environment/SREnvironment/Pag
es/SRenvironmentIndex.aspx 
Informal Museology Studies, 19, spring - 2018 34 
 Special Rapporteur on human rights and the environment (former 
Independent Expert on human rights and the environment)’ page. 
• OHCHR. The Core International Human Rights Instruments and 
their monitoring bodies: 
http://www.ohchr.org/EN/ProfessionalInterest/Pages/CoreInstrum
ents.aspx 
 The core international human rights instruments and their monitoring 
bodies’ page. 
• OHCHR. What are the treaty bodies: 
http://www.ohchr.org/EN/HRBodies/Pages/TreatyBodies.aspx 
 The page of the human rights treaty bodies, which are the committees of 
independent experts that monitor implementation of the core 
international human rights treaties. 
• The Guardian. Sustainable development goals - all you need to 
know: http://www.theguardian.com/global-
development/2015/jan/19/sustainable-development-goals-united-
nations 
 Find out more about the 17 initiatives that could transform the world by 
2030 with this article, from the reason why we need another set of goals 
to how the goals will be measured and funded. 
• UN. History of the Universal Declaration of Human Rights: 
http://www.un.org/en/sections/universal-declaration/history-
document/ and http://www.un.org/en/universal-declaration-
human-rights/ 
 The full text of the Universal Declaration of Human Rights (UDHR), 
milestone document in the history of human rights, and its history. 
• UNDESA, Sustainable Development, Knowledge Platform. SDGs: 
https://sustainabledevelopment.un.org/sdgs 
 The detailed 17 Sustainable Development Goals (SDGs). 
• UNDESA, Sustainable Development, Knowledge Platform. 
Transforming our world - the 2030 Agenda for Sustainable 
Development: 
https://sustainabledevelopment.un.org/post2015/transformingour
world 
 The full text of the Resolution 70/1 adopted by the General Assembly on 
25 September 2015, also known as the 2030 Agenda for Sustainable 
Development, that contains the SDGs. 
• UNDP. What are the Sustainable Development Goals?: 
http://www.undp.org/content/undp/en/home/sdgoverview/post-
2015-development-agenda.html 
 The 17 Sustainable Development Goals (SDGs) explained by the UNDP. 
• UNEP (19.07.2013). Embedding the Environment in Sustainable 
Development Goals: 
https://sustainabledevelopment.un.org/content/documents/972em
bedding-environments-in-SDGs-v2.pdf 
Informal Museology Studies, 19, spring - 2018 35 
 Publication of the UNEP that provides advice and guidance on how 
environmental sustainability can be incorporated in the SDGs. It is 
intended to stimulate a dialogue on environmental sustainability and the 
SDGs rather than be the last word on the subject. 
• UNEP (12.2015). Climate Change and Human Rights: 
http://apps.unep.org/publications/index.php?option=com_pub&tas
k=download&file=011917_en 
 Publication developed by UNEP in cooperation with the Sabin Center for 
Climate Change Law at Columbia University in the City of New York. This 
report describes how governments and other actors may address climate 
change in a manner consistent with their obligations to respect, protect, 
promote and fulfill human rights. 
• UNFPA. There are seven core international human rights treaties: 
http://www.unfpa.org/resources/core-international-human-rights-
instruments 
 List of the core international human rights treaties and of the other 
international conference documents and meetings relevant to UNFPA’s 
work. 
• UN rights experts (25.12.2015). Brazilian mine disaster - “This is 
not the time for defensive posturing”: 
http://www.ohchr.org/EN/NewsEvents/Pages/DisplayNews.aspx? 
NewsID=16803&LangID=E#sthash.fD5JRT6n.dpuf 
 Article on the call of two United Nations independent experts on 
environment and toxic waste on the Government of Brazil and relevant 
businesses to take immediate action to protect the environment and 
health of communities at risk of exposure to toxic chemicals in the wake 
of the catastrophic collapse of a tailing dam on 5 November 2015. 
 b) Sobre Normas e Normativas Processuais sobre o ambiente 
• European Environment Agency (EEA) (15.01.2016). Safeguarding 
people from environmental risks to health: 
http://www.eea.europa.eu/soer-2015/synthesis/report/5-
riskstohealth 
 The European environment — state and outlook 2015 (SOER 2015) 
provides a comprehensive assessment of the European environment’s 
state, trends and prospects, and places it in a global context. Its section 
5 describes hoy human health and well-being are intimately linked to the 
state of the environment. 
• GDRC (08.03.2016). The Rio Summit's Principle 10 and its 
Implications: http://www.gdrc.org/decision/principle-10.html 
 Short article focusing on Rio Summit's Principle 10 with links to the 
multilateral agreements aiming to advance national level implementation 
of Principle 10 in member countries. 
• Knox John, Special Rapporteur on human rights and the 
environment (14.06.2015). Greening Human rights: 
Informal Museology Studies, 19, spring - 2018 36 
https://www.opendemocracy.net/openglobalrights/john-
knox/greening-human-rights 
 Article on how the protection of human rights and a healthy environment 
are mutually reinforcing. 
• Knox John (30.12.2013). Report of the IndependentExpert on the 
issue of human rights obligations relating to the enjoyment of a 
safe, clean, healthy and sustainable environment: 
http://www.ohchr.org/EN/HRBodies/HRC/RegularSessions/Session
25/Documents/A-HRC-25-53_en.doc 
 This report maps human rights obligations relating to the environment, 
on the basis of an extensive review of global and regional sources. The 
Independent Expert describes procedural obligations of States to assess 
environmental impacts on human rights and to make environmental 
information public, to facilitate participation in environmental decision-
making, and to provide access to remedies for environmental harm. He 
describes States’ substantive obligations to adopt legal and institutional 
frameworks that protect against environmental harm that interferes with 
the enjoyment of human rights, including harm caused by private actors. 
Finally, he outlines obligations relating to the protection of members of 
groups in vulnerable situations, including women, children and 
indigenous peoples. 
• Knox John, (06.11.2014). The Development of Environmental 
Human Rights: 
http://www.ohchr.org/en/NewsEvents/Pages/DisplayNews.aspx?Ne
wsID=15274&LangID=E 
 Statement about the development of human rights and the environment 
made by John Knox at the fourth meeting of the focal points appointed 
by the Governments of the signatory countries of the Declaration on the 
application of Principle 10 of the Rio Declaration on Environment and 
Development in Latin America and the Caribbean. 
• Knox John (06.2015). What obligations does human rights law 
place on States with respect to environmental protection?: 
http://srenvironment.org/best-practices/ 
 Q&A on the UN mandate on human rights and the environment and on 
the obligations placed on States. 
• Prieur Michel (2013). Non-regression in environmental law: 
https://sapiens.revues.org/1405 
 Article on why environmental policies, if they reflect progress, should ban 
any regression, i.e. why the new rule should continue to contribute to 
environmental and health protection, and not worsen pollution or loss of 
biodiversity. 
• Rio Declaration (1992): 
http://www.unep.org/Documents.Multilingual/Default.asp?Docume
ntID=78&ArticleID=1163 
Informal Museology Studies, 19, spring - 2018 37 
 Full text of the Rio Declaration on Environment and Development of 
1992. 
• Shelton Dinah L. (2010). Developing substantive environmental 
rights: 
http://scholarship.law.gwu.edu/cgi/viewcontent.cgi?article=2049&
context=faculty_publications 
 Article published in the Journal of Human Rights and the Environment in 
2010. The author explores how the human rights tribunals facing claims 
of violations stemming from environmental degradation are increasingly 
incorporating and applying national and international environmental 
standards to assess whether or not the government in question has 
complied with its legal obligations. 
• The Access Initiative (TAI) (03.08.2016). Ensuring that citizens 
have the right and ability to influence decisions about their natural 
resources: http://www.wri.org/our-work/project/access-initiative-
tai 
 Web page dedicated to the Access Initiative, which is the largest network 
in the world dedicated to ensuring that citizens have the right and ability 
to influence decisions about the natural resources that sustain their 
communities. 
• UN rights experts (22 October 2015). UN experts urge Latin 
America and the Caribbean to adopt trend-setting agreement on 
environmental democracy: 
http://www.ohchr.org/EN/NewsEvents/Pages/DisplayNews.aspx?N
ewsID=16638&LangID=E#sthash.XP6tZVuM.dpuf 
 Press release on a statement made by a group of United Nations human 
rights experts in which they have expressed their strong support for the 
efforts by governments in Latin America and the Caribbean to agree on a 
regional legal instrument on rights of access to information, participation, 
and justice in environmental matters. 
• UNEP (03.08.2016). Categories of Good Practices: 
http://www.ohchr.org/EN/Issues/Environment/SREnvironment/Pag
es/GoodPracticesCategories.aspx 
 List of Good Practices prepared by the Special Rapporteur on human 
rights and the environment, from the Procedural Obligations, to the 
Substantive Obligations. 
• UNEP. Environment and Vulnerability: 
http://www.gdrc.org/uem/disasters/disenvi/environment-
vulnerability.pdf 
 Discussion paper aiming to address the complexity of risk between 
environment and human societies and pointing out that both the 
underlying causes of human vulnerability to hazards, and the role of 
environmental conditions in exacerbating those hazards should be taken 
into account. 
Informal Museology Studies, 19, spring - 2018 38 
• UNEP. Principle 10 and the Bali Guidelines: 
http://web.unep.org/about/majorgroups/partnership/participation-
information 
 Article focusing on Rio Summit's Principle 10 and the guidelines, 
declarations and conventions governments adopted in order to catalyze 
and to accelerate action in terms of implementing the latter. 
• UNEP (2015). Putting Rio Principle 10 Into Action: An 
Implementation Guide: 
http://www.unep.org/delc/Portals/119/publications/rio-
principle10.pdf 
 Practical tool prepared by UNEP to help countries develop and enhance 
the national legislation and institutions required to deliver Rio Principle 
10. This guide includes examples of best practice, analyses each of the 
elements, provides case studies on implementation and outlines potential 
implications for institutional arrangements. 
• UNEP (26 - 27 July 2013). Regional consultation on the 
relationship between environmental protection and groups in 
vulnerable situations in Latin America and the Caribbean: 
http://www.ohchr.org/Documents/Issues/Environment/Consultatio
nReportPanamaJuly2013.pdf 
 This report summarizes the outcomes of the regional consultation on the 
relationship between environmental protection and groups in vulnerable 
situations in Latin America and the Caribbean, which took place in 
Panama City on 26 and 27 July 2013. Each consultation seeks to address 
a particular thematic issue with the objectives of clarifying human rights 
obligations relating to the enjoyment of a safe, healthy, secure, and 
sustainable environment, and of identifying, promoting and exchanging 
views on good practices in the use of rights-based approaches to 
environmental issues. 
• World Bank (09.03.2016). Safeguard Policies: 
http://web.worldbank.org/WBSITE/EXTERNAL/PROJECTS/EXTPOLI
CIES/EXTSAFEPOL/0,,menuPK:584441~pagePK:64168427~piPK:6
4168435~theSitePK:584435,00.html 
 The World Bank projects and activities are governed by Operational 
Policies, which are designed to ensure that the projects are economically, 
financially, socially and environmentally sound. Among the key types of 
policies are the safeguard policies, which include Environmental 
Assessments and policies designed to prevent unintended adverse effects 
on third parties and the environment. Specific safeguard policies address 
natural habitats, pest management, cultural property, involuntary 
resettlement, indigenous peoples, safety of dams, projects on 
international waterways and projects in disputed areas. 
 c) Implementação da Teoria dos Direitos Humanos na Proteção 
ambiental 
Informal Museology Studies, 19, spring - 2018 39 
• Loyd David R. (07-08.2012). The Constitutional Right to a Healthy 
Environment: 
http://www.environmentmagazine.org/Archives/Back%20Issues/2
012/July-August%202012/constitutional-rights-full.html 
 Article published in 2012 in the Environment magazine and written by Dr. 
David R. Boyd, one of Canada's leading experts in environmental law and 
policy, on the concept of a human right to a healthy environment widely 
recognized in international

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