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Paisagismo: História e Técnicas

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2 
 
 
SUMÁRIO 
1 INTRODUÇÃO .................................................................................................. 3 
2 HISTÓRIA DO PAISAGISMO ........................................................................... 4 
3 PAISAGISMO ................................................................................................... 5 
As 5 técnicas mais comuns de paisagismo .................................................................... 6 
4 PRINCÍPIOS DE COMPOSIÇÃO PAISAGÍSTICA .......................................... 11 
5 COMO ESCOLHER PLANTAS EM UM PROJETO PAISAGÍSTICO .............. 13 
5.1 Elementos chave de Paisagismo: arbustos, gramas, forrações e pisos ... 15 
5.1.1 Arbustos ...................................................................................................................16 
5.1.2 Grama e forrações ..................................................................................................17 
5.1.3 Pisos .........................................................................................................................17 
6 JARDINS ........................................................................................................ 19 
6.1 Origem dos jardins ................................................................................... 19 
6.2 Jardins antigos ......................................................................................... 20 
7 VEGETAÇÃO EM ÁREAS URBANAS ............... Erro! Indicador não definido. 
8 PAISAGISMO BIOCLIMÁTICO ....................................................................... 29 
8.1 Escolha das espécies de árvores ............................................................. 31 
8.2 Benefícios gerais da arborização ............................................................. 32 
9 PAISAGISMO COMESTÍVEL ......................................................................... 34 
10 HISTÓRICO DA ARBORIZAÇÃO URBANA ................................................... 36 
11 PAISAGISMO E SUSTENTABILIDADE.......................................................... 37 
12 LEGISLAÇÃO ................................................................................................. 39 
REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS .......................................................................... 41 
 
 
 
 
 
 
 
 
3 
 
 
1 INTRODUÇÃO 
Prezado aluno! 
O Grupo Educacional FAVENI, esclarece que o material virtual é semelhante 
ao da sala de aula presencial. Em uma sala de aula, é raro – quase improvável - 
um aluno se levantar, interromper a exposição, dirigir-se ao professor e fazer uma 
pergunta, para que seja esclarecida uma dúvida sobre o tema tratado. O comum é 
que esse aluno faça a pergunta em voz alta para todos ouvirem e todos ouvirão a 
resposta. No espaço virtual, é a mesma coisa. Não hesite em perguntar, as perguntas 
poderão ser direcionadas ao protocolo de atendimento que serão respondidas em 
tempo hábil. 
Os cursos à distância exigem do aluno tempo e organização. No caso da nossa 
disciplina é preciso ter um horário destinado à leitura do texto base e à execução das 
avaliações propostas. A vantagem é que poderá reservar o dia da semana e a hora que 
lhe convier para isso. 
A organização é o quesito indispensável, porque há uma sequência a ser 
seguida e prazos definidos para as atividades. 
 
Bons estudos! 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
4 
 
 
2 HISTÓRIA DO PAISAGISMO 
 
Assim que o homem deixou de ser itinerante e passou a ter habitação fixa, 
percebeu-se a necessidade de cultivar plantas perto de sua moradia para a sua 
sobrevivência. Desde então, o homem obteve um determinado conhecimento do uso 
e manuseio das plantas, como alimento, remédios naturais e para seu bem-estar. O 
mesmo autor ainda complementa que apesar dos seres humanos interferirem na 
alteração da paisagem para sua sobrevivência, o uso do paisagismo seria 
inconscientemente uma forma de restaurar a natureza. A partir disso, o paisagismo se 
torna uma ferramenta essencial contribuindo para suas necessidades fisiológicas e 
psicológicas. (COSTA, 2019) 
A palavra paisagismo é uma variação de paisagem, a origem da palavra 
paisagem tem indícios fortes oriundos da palavra Landschaft (língua portuguesa é 
paisagem) da língua alemã, no século XVI, e o seu significado está relacionado com 
o ambiente em si e com um olhar estético sobre o mesmo (FERRAZ, 2013). 
Os povos mais antigos (babilônios, egípcios e persas) foram os primeiros a 
cultivar plantas em jardins, que na época eram simplesmente utilitários, e não 
implantados com o propósito de embelezar os espaços. No século XV, com o 
Renascimento surgiram os jardins botânicos e o comércio de plantas para coleção, foi 
quando a humanidade assumiu seu fascínio pelas plantas ornamentais. (STUMPF, 
2009). 
 
 
 
 
5 
 
 
Fonte: encrypted 
No Brasil, a paisagem serviu como tema para naturalistas e viajantes em 
meados dos séculos XVIII e XIX, sendo pintadas como forma descritiva e enumerativa 
para servir de registro das paisagens desconhecidas do Novo Mundo para os povos 
europeus. No final do século XX, o mundo globalizado favorece a uniformização no 
aspecto dos jardins, que passaram a conter praticamente as mesmas espécies em 
várias regiões do mundo. Quando a corte portuguesa chegou aqui, nossas plantas 
encantaram artistas e cientistas portugueses, mas para os habitantes locais, poder 
utilizar tudo que viesse do exterior, inclusive, as plantas eram sinônimas de riqueza e 
poder. E os imigrantes cultivavam as plantas de seus habitats pois era uma forma de 
reproduzir seus locais de origem. Os primeiros jardins mostravam o contexto histórico 
da época, hoje os jardins e praças refletem uma nova visão, onde a identidade 
regional, a preservação do meio ambiente e a consciência ecológica também estão 
presentes. (DIAS, 2018) 
3 PAISAGISMO 
 
Fonte: imagens-revista-pro.vivadecora 
 
O Paisagismo é uma área de estudo relativamente nova, e é uma matéria 
abordada dentro dos cursos de Arquitetura, Agronomia, Belas Artes e até mesmo em 
Biologia (JUNGER, 2019). 
 
 
6 
 
 
 
Paisagismo é o estudo da preparação e da composição da paisagem como 
complemento da arquitetura. Ele constitui uma técnica cada vez mais apurada, voltada 
para a criação de áreas paisagísticas que possam substituir espaços destruídos pela 
constante e desordenada onda de construções. O paisagista tem a missão, portanto, 
de recompor as extensões geográficas afetadas, servindo-se de elementos de 
botânica, ecologia, mudanças climáticas de cada região e de estilos arquitetônicos 
(ALVES, 2020). 
O Paisagismo constitui uma extensão do curso de Arquitetura, pois o cenário 
natural também é algo a ser edificado, tanto quanto qualquer construção. Nascendo 
de um ato singelo de decorar um espaço, posteriormente conquistando uma maior 
complexidade, um aprofundamento das pesquisas em torno de suas possibilidades. 
Atualmente o Paisagismo adquiriu um caráter extremamente técnico, direcionado no 
sentido de aperfeiçoar esteticamente uma área, mas igualmente para nela imprimir o 
máximo de praticidade, proteção, aconchego e intimidade (ALVES, 2020). 
Mas é preciso fazer uma pós-graduação em Paisagismo para realmente ser um 
paisagista, projetos paisagísticos ainda envolvem outros profissionais como: o 
engenheiro e o arquiteto. O paisagista formado precisa também de conhecimentos de 
climatologia. Mas o trabalho do paisagista vezes também pode envolver a elaboração 
do projeto de estruturas e de decoração, como: piscinas fontes, espelhos d’água, 
lagos, espaços para fogueiras, telhados verdes, jardins verticais, caminhos, limitação 
de área de pisos e área de vegetação, spas, painéis decorativos, escolha de 
revestimentos, quadrase além da definição do mobiliário e da iluminação para garantir 
o uso de noite do jardim com segurança. Esses conceitos, de “piso, parede e teto”, 
também estão presentes no projeto de paisagismo, assim, o maior objetivo do 
paisagista é juntar o bem-estar do ambiente ao ser humano (JUNGER, 2019). 
As 5 técnicas mais comuns de paisagismo 
Descubra abaixo algumas das técnicas mais comuns de paisagismo: 
1- Jardins verticais 
Com o aumento da necessidade de espaços verdes por parte da população, e 
a falta de contato com a natureza dentro do espaço privado, começaram a surgir novas 
 
 
7 
 
 
ideias onde a mistura entre a natureza e a engenharia era inevitável. Uma das 
soluções encontradas para responder à falta de área verde urbana, foi a criação de 
autênticas telas vivas de vegetação natural. Esta nova solução chamada de Jardim 
Vertical, tornou-se uma ferramenta na qual seria possível a introdução de natureza na 
arquitetura existente, de forma otimizada quer em espaço público, quer em espaço 
privado. Através dos Jardins Verticais, é possível aumentar a relação entre os espaços 
fechados e os espaços abertos urbanos, recriando áreas naturais onde as melhorias 
de conforto físico e psicológico são bastante notáveis. Atualmente, a popularidade dos 
Jardins Verticais é um tema muito ativo no dia-a-dia das empresas de jardinagem e 
Ateliers de Arquitetura, existindo várias técnicas e soluções construtivas modelares 
possíveis de utilizar (COSTA, 2017). 
 
 
Fonte: i.pinimg.com 
 
Para Costa (2017), o conceito de Jardim Vertical não é recente, somente foi 
criada uma diferenciação entre o crescimento natural (criado pela natureza) e artificial 
(feito pela mão do homem). Artificialmente, o projetista tenta recriar um ambiente de 
forma a promover o bom desenvolvimento de cada espécie. No geral a escolha de 
material vegetal é feita sobre os vários requisitos existentes no local de forma a 
encontrar as melhores opções de acordo com o espaço. Através de Jardins Verticais 
podemos introduzir na cidade uma simbiose entre as novas formas de arquitetura e 
natureza, reforçando assim a ligação entre ambos, dentro de cidades. Aplicando 
 
 
8 
 
 
vegetação nas fachadas dos edifícios podemos potenciar a estética dos edifícios e 
reforçar as suas camadas de isolamento térmico e sonoro. 
Patrick Blanc na década de 1980, inovou a técnica de verticalização de jardins 
e criou obras de paredes verdes, com a ideia de unir em um espaço vertical, diferentes 
espécies de plantas, das mais variadas partes do mundo. Para isso, criou um sistema 
hidropônico, através da instalação de placas de PVC, acopladas a mantas de rega 
que sobrepostas a essas estruturas encontraria ali o lugar ideal para a fixação de 
plantas e sua sobrevivência. Isso fez com que sua técnica fosse conhecida 
mundialmente não só pela tecnologia, mas também pela união de arte, cidades, e 
jardins, criando ambientes agradáveis e belos (VERTICAL GARDEN, 2016). 
 
2- Fazer caminhos 
 
 
Fonte: i.pinimg.com 
 
Os caminhos de jardim são um convite ao contato com a natureza, conduzem 
a circulação dos visitantes no espaço, ajudam a preservar as plantas e a compor a 
estética do recanto verde da casa. Um caminho bem projetado faz diferença na 
experiência de quem o utiliza. Para decidir onde o caminho deve ficar é preciso 
primeiro pensar em sua função e não existe regra para o traçado, que pode ser 
sinuoso ou geométrico, dependendo da paisagem e do estilo da arquitetura da casa. 
 
 
9 
 
 
Também é importante considerar os demais elementos que vão compor o jardim. 
Entre os principais materiais para as calçadas estão pedras, madeira, artefatos de 
cimento, cerâmica e tijolo. Os pisos antiderrapantes são preferenciais, que dão mais 
segurança ao tráfego. Opte por pedras assentadas com cimento ou por blocos de 
concreto encaixados, que deixam a superfície uniforme, são antiderrapantes e não 
absorvem calor. Outra opção são os módulos de concregamas, vazados e feitos em 
concreto, indicados para áreas de tráfego intenso, que permitem o plantio de grama 
formando uma superfície permeável e uniforme. (NEVES, 2016) 
No caso de caminhos com madeira, como dormentes, cruzetas e bolachas de 
eucaliptos, é preciso tratar o material com uma mistura de verniz e areia, criando uma 
base antiderrapante. Tijolos queimados também tendem a criar limo sobre sua 
superfície, por isso, o ideal é impermeabiliza-lo com resina liquida. Outro material 
muito usado é a pedra de São Tomé, que tem característica áspera, garantindo maior 
segurança. Já os pisos de cerâmica são uma opção prática, fácil de limpar e de grande 
durabilidade. 
Se a casa tem animais de estimação, o ideal é escolher materiais que tenham 
uma drenagem mais rápida de líquidos. Os animais podem pisar na grama ou 
bordaduras do jardim e espalhar sujeira. Por isso, materiais de coloração escura, 
como pedras portuguesas, também podem ser uma boa solução, uma vez que 
disfarçam eventuais sujeiras. Pedras pequenas e cepas de madeira devem ser 
evitadas, pois podem ser ingeridas por crianças e animais. Outro fator importante é a 
distâncias das passadas. Se forem pequenas ou grandes demais podem ocasionar 
desconforto ou até mesmos acidentes. (NEVES, 2016) 
A manutenção e preservação depende do material utilizado para o caminho e 
as espécies que o cercam. É recomendada a retirada mensal das ervas daninhas que 
brotam no trajeto, além da retirada de folhas secas e podas de grama, quando 
necessário. Os caminhos também devem manter uma certa distância das plantas mais 
sensíveis para protegê-las no momento da circulação. (NEVES, 2016) 
3- Revestimentos e pisos: para separar e organizar espaços com plantas e 
grama. 
 
 
10 
 
 
 
Fonte: encrypted 
 
4- Bancos e mesas: para transformar o ambiente em um espaço mais 
funcional. 
 
 
Fonte: mlstatic.com 
 
5- Plantar em vasos: a grande vantagem é a mobilidade para o luar desejado 
e várias configurações. 
 
 
11 
 
 
 
Fonte: construindodecor.com.br 
4 PRINCÍPIOS DE COMPOSIÇÃO PAISAGÍSTICA 
A sensibilidade e a imaginação são os fundamentos básicos de qualquer obra 
de arte. O paisagista utiliza a criatividade e a sensibilidade para elaborar sua obra de 
arte em função do meio ambiente. (GOULART, 2017). 
 
Fonte: jardineiro.net 
 
Os princípios básicos da composição são: 
1. Mensagem: 
 
 
12 
 
 
Como em toda obra de arte, deve o artista, ao compor o jardim, transmitir ao 
espectador uma mensagem emotiva. Para que o jardim expresse algo emotivo ao 
observador é importante e necessário que os elementos nele utilizados, por suas 
linhas, formas, cores, texturas, sons e aromas, também proporcionem reações 
emocionais. 
2. Unidade e Variedade: 
A unidade em um jardim se consegue quando sentimos que todo ele forma um 
conjunto harmônico e não existe nenhum elemento supérfluo ou em discordância. A 
unidade só é conseguida em todas as características dos elementos, seja em suas 
linhas, formas, volumes, espaços, proporções, nas cores e na soma destes fatores. 
3. Ritmo: 
O ritmo é a disposição inteligente dos elementos. Ele pode ser obtido através 
da repetição de formas, pela proporção de tamanhos e por movimento de linha 
contínuo. 
4. Equilíbrio: 
É a estabilidade que se determina quando forças opostas se encontram, se 
compensam e se destroem mutuamente. O equilíbrio essencial para qualquer projeto 
é responsável pela sensação de estabilidade oferecida por uma composição presente 
no campo visual. O equilíbrio se classifica em simétrico ou estático e o assimétrico ou 
dinâmico. 
5. Centro de Interesse: 
Em toda paisagem deve haver um elemento de destaque que atraia a atenção 
e desperte um sentimento de admiração e prazer. Se considera um centro de interesse 
uma representação de um componente ou elemento de grande peso visual e 
conceitual. É um ponto para o qual se deseja atrair a atenção do observador.Vários centros de interesse, de peso visual semelhantes, quando visíveis ao 
mesmo tempo podem gerar divisão, confusão. Para isso o número de focos ou 
detalhes observados de cada ponto de vista deve ser cuidadosamente planejado. 
6. Contraste e Analogia: 
O contraste se obtém quando se colocam juntos objetos com características 
opostas em linha, tonalidade, textura, forma e cor. O contraste é o valor dos elementos 
 
 
13 
 
 
e aumenta sua potência, variedade e profundidade. O contraste não é uma 
discordância. 
A analogia é uma mescla de características mais próximas, assim como reunir 
duas cores vizinhas ou dois tons próximos. 
7. Dominância: 
Significa que em uma composição de um jardim deverá haver sempre um 
elemento principal que superará os outros elementos aplicados. O princípio de 
dominância pode ser aplicado a todos os três atributos ou dimensões da cor, 
tonalidade, o valor e a intensidade. (GOULART, 2017). 
5 COMO ESCOLHER PLANTAS EM UM PROJETO PAISAGÍSTICO 
 
Fonte: tirolplantas.com 
 
O projeto e confecção de um jardim parecem, à primeira vista, depender 
apenas do plantio de gramíneas, flores, arbustos e árvores numa combinação 
visualmente harmoniosa. Se detalhes aparentemente desimportantes forem 
ignorados, não só a estética do jardim será comprometida; as estruturas das 
edificações, a limpeza do ambiente e até mesmo o impacto ambiental causado por 
pragas e espécies invasoras e/ou parasitas podem vir a sofrer com a inexistência de 
um projeto paisagístico. (TRINDADE, 2020) 
 
 
14 
 
 
Saber o nome das plantas é importante. Ter consciência da necessidade de 
adubo, água e luz solar faz parte indissociável de qualquer esboço de jardim. Contudo, 
há detalhes importantíssimos como: 
Localização geográfica – As cinco regiões brasileiras possuem diferenças 
gritantes de clima e cada uma comporta espécies de plantas devidamente 
aclimatadas. Não permita que a simples noção de beleza faça com que uma planta 
tropical sofra em uma região de clima frio, e evite o plantio de espécies com histórico 
invasor ou que seja prejudicial à fauna e flora locais, como o famoso caso da murta 
que transmite o greening aos laranjais. 
Incidência de raios solares – Saber os horários em que o sol incide com maior 
ou menor intensidade sobre o jardim é importante, já que existem plantas que 
precisam de luz solar matinal ou vespertina mais intensa e outras de ambientes 
sombreados mas com luz indireta. A força do sol influi muito na evapotranspiração 
das plantas, com maior ou menor abundância, e no tempo de regas. 
Velocidade dos ventos – Algumas espécies da flora adaptam-se 
perfeitamente aos fortes ventos litorâneos; outras necessitam de brisa leve a 
agradável que não dissipe a frágil tessitura de caules e folhas. Saber termos 
meteorológicos como barlavento e sotavento é a diferença entre ter ou não um jardim 
protegido dos efeitos deletérios do vento. 
Crescimento radicular – As raízes de uma árvore precisam crescer e se firmar 
para que ela possa extrair do substrato os nutrientes necessários à sua subsistência. 
Contudo, plantar uma árvore sem levar em consideração o vigor do crescimento das 
raízes pode causar transtornos como a destruição de calçadas, muros, tubulações 
subterrâneas de água, esgoto e telefonia e o comprometimento de fundações de 
casas e piscinas. Antes de optar por qualquer árvore, verifique onde ela será plantada 
e o tropismo (movimento que conduz o crescimento) de suas raízes. 
Queda das folhas – Simplificando, há duas espécies de árvores e plantas 
segundo o critério de permanência das folhas nos galhos: as caducifólias, que perdem 
a maior parte da folhagem geralmente durante o inverno, e as perenifólias, que 
mantêm a integridade das copas verdes eliminando as folhas secas paulatinamente. 
Se o jardim for essencialmente natural, sem perímetros cimentados ou asfaltados, ter 
espécies caducifólias não será necessariamente um problema, já que as folhas caídas 
 
 
15 
 
 
se transformaram em matéria orgânica. Caso contrário, escolha com cuidado a árvore 
para que ninguém amaldiçoe o momento de varrer as folhas e limpar calhas. 
Periodicidade das regas – É um complemento à posição geográfica descrita 
acima. As diferentes espécies da flora destinada à jardinagem e ao paisagismo 
possuem especificidades de regas muito claras e que precisam ser obedecidas. O 
jardim ideal é aquele em que há o mínimo de discrepância entre as necessidades de 
regas. Traduzindo: quanto mais plantas com necessidades hídricas equivalentes, 
menor trabalho para o jardineiro (ou seja, você mesmo, a não ser que “você mesmo” 
seja o Warren Buffett). Caso isso não seja possível, como acontece na maioria das 
vezes, programe as regas com o auxílio de aspersores ou equipamentos semelhantes. 
Toxicidade – Um dos itens mais importantes para quem tem crianças e 
animais domésticos. A beleza de algumas plantas ornamentais pode esconder 
toxinas, alcaloides e demais substâncias tóxicas que podem causar desde irritações 
cutâneas e mal-estar até a morte. Uma das fontes mais confiáveis para saber quais 
plantas possuem perigo toxicológico significativo é a página do Ministério da Saúde. 
Lá a Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz) organiza o Sinitox, Sistema Nacional de 
informações Tóxico-Farmacológicas, com informações pertinentes sobre diversas 
espécies tóxicas da flora. 
Adubação – O substrato onde a planta crescerá e se desenvolverá é o único 
“supermercado” disponível para ela. Todos os nutrientes para que a fotossíntese seja 
efetiva é retirada do solo em que ela está fixada, por isso a quantidade de adubo, 
fertilizante e demais nutrientes deve obedecer às necessidades peculiares de cada 
planta. E aqui o velho axioma de Paracelso precisa ser seguido à risca: a diferença 
entre remédio e veneno está na dose. Cuidado com o excesso e a a falta de adubação 
(TRINDADE, 2020) 
5.1 Elementos chave de Paisagismo: arbustos, gramas, forrações e pisos 
Assim como os elementos arquitetônicos que compõe e conformam o espaço 
construído – piso, paredes e teto, os elementos vegetais também são capazes de 
conformar espaços livres em áreas de grande, média e pequena escala, de parques 
a jardins residenciais, atuando como estruturadores espaciais. Segundo Benedito 
 
 
16 
 
 
Abbud, “O paisagismo é a única expressão artística em que participam os cinco 
sentidos do ser humano. Enquanto a arquitetura, a pintura, a escultura e as demais 
artes plásticas usam e abusam apenas da visão, o paisagismo envolve também o 
olfato, a audição, o paladar e o tato, o que proporciona uma rica vivência sensorial, ao 
somar as mais diversas e completas experiências perceptivas. Quanto mais um jardim 
consegue aguçar todos os sentidos, melhor cumpre seu papel”. (PEREIRA, 2020) 
De maneira prática, trouxemos alguns posts para contribuir para os projetos de 
paisagismo. No primeiro post abordamos sobre planos, clareiras e disposição de 
árvores e no segundo sobre árvores, arbustos, grama e forrações nos espaços livres. 
Neste artigo abordaremos sobre arbustos, gramas, forrações e pisos. 
5.1.1 Arbustos 
 
 
portalangels.com 
 
Muito utilizados na conformação dos jardins clássicos e palacianos junto à 
técnica de topiaria – responsável por podar plantas e arbustos de modo artístico 
ornamental, hoje, este elemento vegetal é utilizado de modo contemporâneo, unindo 
sensorialidade e segurança. 
Arbustos podem ser associados a guarda-corpos, assim como já dito. Sendo 
assim, pela altura média e disposição dos galhos é frequentemente utilizado de modo 
a proteger determinadas áreas ou limites, como o perímetro de lagos e responsável 
 
 
17 
 
 
por separar parques de rios, mas ainda, propiciando visadas ao mesmo, por exemplo. 
(PEREIRA, 2020) 
5.1.2 Grama e forrações 
Junto à composição das espécies vegetais torna-se essencial a variação de 
coberturas vegetais aos pisos. O primeiro ponto a ser colocadoé quanto à diferença 
entre grama e forrações: gramas são camadas de vegetação constituídas por terra, 
raízes e gramíneas, conformando tapetes a serem aplicados sob o terreno que com o 
tempo, tende a se fortalecer como unidade. Pela baixa altura e tipo de folha, permite 
receber cargas sem deteriorar rapidamente, resultando então em uma área pisoteável. 
Já as forrações, são espécies vegetais de baixa estatura que apresentam uma 
variação de cores, texturas, folhagens, ramificações, medidas e espessuras, não 
permitindo ser pisada, estabelecendo áreas não pisoteáveis. 
 
 
Fonte: compregrama.com.br 
 
Vale destacar que tanto a grama quanto as forrações apresentam uma gama 
de tons de verdes e cores, capazes de criar diversas experiências com o usuário. 
(PEREIRA, 2020) 
5.1.3 Pisos 
 
 
 
18 
 
 
 
Fonte: alanaedhibrido.files.wordpress.com 
 
Ao flanar pelos espaços conformados é importante compreender que o 
pedestre nunca obtém a percepção integral do desenho espacial. Leigos podem ter 
leves compreensões da conformação do espaço, mas, torna-se imprescindível que 
inconscientemente experiencie-o e parte deste pode ser assegurado junto ao desenho 
dos pisos. Já foi dito ao longo deste artigo que em linhas gerais há dois modelos de 
áreas caminháveis – principal e secundário, contanto, apenas junto à disposição das 
árvores, arbustos e gramas não são suficientes, é necessário à utilização de pisos 
secos garantindo a demarcação destes. No caso de pisos secos, pedras são os 
materiais mais utilizados (portuguesa, mineira, etc.), que por sua vez, podem ser 
substituídas por pisos drenantes, normalmente composto por pedriscos, placas a base 
de cimento ou resinas (fulget ou placas de concreto). Estes tipos de pisos e pedras 
normalmente apresentam uma gama de cores, texturas e medidas, frequentemente 
utilizadas na área de passeio, permitindo conformar desenhos especiais ou mosaicos. 
Mas vale ressaltar que o desenvolvimento de desenhos deve ser conformado em 
pequena ou média escala para que o pedestre perceba o mesmo. (PEREIRA, 2020) 
 
 
 
19 
 
 
6 JARDINS 
6.1 Origem dos jardins 
Com o derretimento das geleiras que cobriam todo o nosso planeta no fim da 
era glacial, por volta do oitavo milênio antes de Cristo, que o homem transforma sua 
relação com a natureza. Com o derretimento deu-se origem aos primeiros desertos, 
florestas e rios. Ao longo dos cursos d’água, onde a terra era mais fértil e as condições 
de vida mais favoráveis, foi que o homem estabeleceu sua primeira residência fixa e 
passou a enxergar uma nova maneira de se relacionar com o espaço natural: com a 
possibilidade de cultivar e irrigar a própria comida, a vida nômade deixou de ser uma 
necessidade. Na antiga região da Mesopotâmia – atual Iraque, Síria e Turquia – as 
comunidades passaram a se instalar às margens dos rios Tigre e Eufrates. A 
canalização das águas originou campos agrícolas, aldeias e pequenas cidades. Foi 
então que surgiu a necessidade de o homem organizar esses espaços de plantio da 
sua subsistência (Araújo, 2014). 
Segundo Araújo (2014), a princípio, a jardinagem realizada com fins 
alimentícios e medicinais, com o decorrer dos tempos, adquiriu status de expressão 
cultural e passou a ser desenvolvida, também, com a finalidade ornamental dos 
espaços. Esteve sujeita a ideias e aspirações políticas, sociais, religiosas e 
econômicas de determinados grupos. Transformou-se assim em arte: a arte de 
transformar a natureza e a paisagem. 
Os jardins são produtos culturais que, através de sua estrutura e organização 
compositiva, revelam como os grupos sociais concebem seu próprio mundo, sua 
paisagem, o tempo e os sentidos fez eu me desafiar. Nos jardins, por meio de plantas, 
cores, odores e sabores, discursos e narrativas são sedimentados através das 
práticas sociais e das experiências senso-somáticas. Contudo, essa é uma 
abordagem pouco trabalhada na Arqueologia. Os trabalhos que envolvem a 
Arqueologia e jardim são, em grande parte, voltados aos vestígios de antigas 
estruturas, à restauração, às discussões do jardim enquanto patrimônio, aos 
elementos botânicos, entre outros. (COELHO, 2018). 
 
 
20 
 
 
6.2 Jardins antigos 
Jardim Egípcio 
A partir da metade do segundo milênio a.C., as pinturas das tumbas passaram 
a incluir cenas de jardins que constituem o principal testemunho da forma compositiva 
e do tipo de plantas que formavam os jardins do Antigo Egito. Mais do que 
representações de jardins existentes, esses desenhos eram jardins simbólicos 
incluídos nos pertences das tumbas para deleite da alma ali enterrada. As tumbas que 
contêm pinturas desse tipo pertenciam a ricos comerciantes ou administradores 
importantes que provavelmente possuíam em vida jardins comparáveis às pinturas. É 
provável, assim, que sua fonte de inspiração seja proveniente dos jardins que 
realmente existiam, fato documentado por escavações arqueológicas. Uma dessas 
pinturas murais, encontrada em Tebas, é conhecida como jardim de Sennefer 
(AFONSO, 2017). 
 
 
Fonte: hav120151.files 
 
 
21 
 
 
 
Os jardins egípcios, por influência da presença do rio Nilo, seguiam critérios de 
plantio baseados na agricultura desenvolvida na planície do rio. As plantas eram 
posicionadas perto dos vales, utilizando canais de irrigação divididos em tabuleiros, 
em conformidade com o conhecimento da dinâmica da água. Desde o antigo império 
já existiam pomares plantados com videiras, figueiras, sombreados por sicômoros, 
plantas e frutos destinados para uso de seus proprietários. Sendo todas elas, plantas 
úteis e sagradas. Além disso, os jardins egípcios também eram caracterizados pelo 
uso de esculturas, muros e apresentação de desenhos de linhas retas e formas 
simétricas. Existe também, posteriormente, o surgimento de casas de campo, 
consequência direta da transformação do jardim como um lugar de repouso agradável 
e autossuficiente. Conceito que passa a ser representado em pinturas das tumbas. 
Não é para menos que as mais antigas referências de pinturas, sejam de jardins ou 
de elementos agrícolas, são encontradas no Egito, sobretudo em tumbas para que o 
morto pudesse desfrutá-lo do outro lado (BELLÈ, 2013). 
Jardim Grego 
 
Fonte: cdn.olhares.pt 
 
Devido ao solo rochoso e montanhoso e ao clima quente e seco, nunca permitiu 
à região da Grécia um local ideal para uma jardinagem organizada. Suas formas se 
aproximavam dos naturais, fugindo das linhas simétricas. Os jardins gregos eram um 
prolongamento das casas aos quais pertenciam e a construção de colunas e pórticos 
 
 
22 
 
 
fazia uma harmoniosa ligação entre o ambiente interior com o exterior. Contudo, com 
o conceito grego de Bosques Sagrados (um lugar natural, abençoado e dedicado aos 
deuses, com vegetação virgem e sem intervenção humana. 
Era um jardim lírico religioso no qual se expressava a antítese de uma 
concepção agrícola da exploração da natureza), os gregos não procuravam a beleza 
nos jardins. Eram lugares naturais, sem a intervenção humana, abençoados e 
dedicados aos deuses da mitologia grega onde, segundo sua crença, os deuses e 
deusas visitavam a Terra. Eles eram cultivados próximos a algum santuário e 
consagrado a uma das divindades da fecundidade (JESUS, 2018). No entanto, a 
permanência nesses bosques sagrados só era permitida a sacerdotes (COURI, 2017). 
É da Grécia que se tem notícia do surgimento do vaso com flores anuais 
utilizados para oferendas ao deus Adônis. Foi só depois da conquista de Alexandre 
que os gregos passaram a adotar um formato de jardim parecido com os persas, 
sendo que o luxo apareceu pela primeira vez no jardim de Epicure (JESUS, 2018). 
Jardim Romano 
O jardim romano é uma mistura das artes gregas já que eles trouxeram diversos 
tipos de monumentos e estátuas como fontes, divindades etc., mas acresceram a 
criatividade romana. Isso porque o início do jardim romano estáassociado 
principalmente com as tradições e características culturais deles, sobretudo à família 
(JESUS, 2018). 
 
 
Fonte: img.elo7.com.br 
 
 
23 
 
 
Depois das batalhas e conquistas os romanos voltavam para as suas famílias 
e propriedades. Eles buscavam então fugir das cidades a fim de descansar. Assim, 
começaram a construir casas de campo nos arredores de Roma. Essas famílias, 
geralmente de aristocratas tradicionais possuíam enormes terrenos fora da cidade e, 
ao longo do tempo, essas propriedades foram se dividindo formando vilas. Dessa 
maneira, o jardim era desenvolvido no entorno da casa de habitação com a presença 
de vinhedos, prados e culturas. As vedações que delimitavam a vila eram 
habitualmente dissimuladas por loureiros e outras plantas de ornamento. “É a partir 
do século I D.C. que o Jardim Romano 12se assume como jardim propriamente dito, 
com função de lazer, servindo de cenário às festas e despertando os sentidos, 
nomeadamente a visão e o olfato, através da utilização das plantas. Esse tipo de 
jardim era chamado de Jardim dos Prazeres. Era regular, ordenado e simples e 
desenvolvia-se em pequenos pátios e terraços (em terrenos desnivelados) com 
esculturas, fontes centrais, jogos de água, tanques, piscinas, termas, teatros, grutas, 
pavilhões, pórticos, canteiros, sebes podadas. A topiária principalmente de buxo 
(também cipreste e loureiro), fez com que o arbusto passasse a ser um elemento 
escultórico de grande versatilidade e essencial num jardim” (NUNES, 2010, p.3). 
Essas composições paisagísticas nestes espaços sociais faziam aquele que o 
frequentasse sentisse o frescor do vento, o aroma das flores, o ameno calor do sol, 
fugindo da poeira e dos ruídos. Por estarem integrados às residências havia ainda, 
nesse momento, a interpenetração casa-jardim, onde as paredes eram pintadas com 
paisagens e os muros revestidos com trepadeiras. 
 
Jardim Oriental 
Os jardins orientais foram criados possuindo uma visão de jardim voltada à 
natureza, à contemplação, à imobilidade e ao silêncio. Eles eram construídos em 
função da topografia, da vegetação e do clima existentes, sem se prenderem as 
formas rígidas e simétricas. Os jardins orientais são extremamente elaborados e cada 
minúcia tem muita relevância, como a água, as pedras, a areia, o cascalho e as 
lanternas (MATTIUZ, 2017). 
 
 
 
24 
 
 
 
Fonte: marcosrsantos.com.br 
 
Segundo SCALISE (2010), “A arte na jardinagem oriental consiste em 
concentrar a atenção sobre o essencial, seja das formas precisas ou a sutileza dos 
matizes; todas as plantas são extremamente valorizadas”. 
Jardim Medieval 
Era definido como um jardim de lazer, enclausurado com altas paredes 
protetoras e rodeado de plantas aromáticas e árvores frutíferas (NUNES, 2010). essas 
invasões e pestes fizeram com que as cidades e castelos tivessem que se proteger, 
fechando e fortificando-se (BELLÉ, 2013). 
 
 
Fonte: blogfeitobrasil 
 
 
25 
 
 
 
Dessa forma, a tradição de jardins se mantinha nos monastérios e conventos 
que geralmente seguiam o formato retangular com circulação em forma de cruz, em 
pequenos espaços planos, quadrados e fechados por muros que eram revestidos de 
trepadeiras, contendo plantas medicinais (voltadas à produção de perfumes e 
remédios), condimentares, flores-de-corte (usadas para ornamentação dos altares), 
além de horta e pomar (AFONSO, 2017). 
São três os tipos de jardins existentes dessa época: o jardim dos prazeres 
fechado, a horta utilitária e o jardim de plantas medicinais, explorado pelas ordens 
monásticas. Mas também era possível encontrar pequenos jardins domésticos, 
cultivados pelas mulheres (JESUS, 2018). A maior contribuição desse período foram 
os labirintos; os “jardins secretos” (Hortus conclusus) usados amplamente em 
monastérios; e o crescente incentivo ao cultivo de plantas para alimentação e uso 
medicinal (MATTIUZ, 2017). 
Sob a soberania da igreja, acreditava-se que um jardim muito denso era um 
local para habitação de demônios, além da total renegação da cultura pagã, pois todos 
os povos eram considerados pagãos: egípcios, persas etc. Assim, a principal 
característica para os jardins desse período era a simplicidade. Passeios retos; 
assentos rústicos; cercas cobertas por romãs (na parte mais alta) e roseiras (na parte 
mais baixa). Na mesma época da difusão da idade média no mundo cristão ocidental, 
na península ibérica, os países conquistados pelos árabes desenvolviam seus jardins 
extremamente evocativos inspirados nos moldes persas (JESUS, 2018). 
Jardim Italiano 
A grande maioria dos jardins estava situada no campo, em colinas e encostas 
por serem locais mais frescos e com uma vista panorâmica agradável. Neles a 
residência ficava sempre em destaque, ocupando a parte mais elevada do terreno 
(MATTIUZ,2017). Sendo que o percurso para se chegar a casa era feito “através de 
uma sucessão de escadarias, rampas, terraços, grutas e fontes. Estes elementos 
proporcionavam um efeito arquitetural perfeito com a paisagem, unindo a arte e a 
natureza” (JESUS, 2018). 
 
 
26 
 
 
 
Fonte: jardineiro.net 
 
A medida que se afastava da moradia, o jardim se tornava mais verde e com 
áreas sombreadas (MATTIUZ, 2017). Foi assim que se iniciou “a restauração dos mais 
belos parques e dos jardins das “vilas romanas” que serviram como modelo para a 
construção de novos jardins” (SCALISE, 2010). 
Jardim Frances 
 
 
Fonte: i1.wp.com 
 
O renascimento chegou mais tarde e por quase dois séculos os jardins 
franceses eram altamente influenciados pelos italianos, exemplos dessa época são 
 
 
27 
 
 
os jardins de Charles VIII (Amboise)19e o do cardeal arcebispo de Rouen, George 
d'Amboise (Gaillon). Até que, com o espírito de contrarreforma e a progressiva 
afirmação da autoridade monárquica, a França encontrou o auge do seu poder e 
riqueza a partir do século XVII (BELLÉ, 2013). 
O renascimento chegou mais tarde e por quase dois séculos os jardins 
franceses eram altamente influenciados pelos italianos, exemplos dessa época são 
os jardins de Charles VIII (Amboise)19e o do cardeal arcebispo de Rouen, George 
d'Amboise (Gaillon). Até que, com o espírito de contrarreforma e a progressiva 
afirmação da autoridade monárquica, a França encontrou o auge do seu poder e 
riqueza a partir do século XVII (BELLÉ, 2013). 
Criou então o seu próprio modelo de paisagismo e nasceu o estilo francês 
“Como reflexo da prosperidade, do poder e da inflexibilidade do governo, o modelo 
francês adota como premissa ‘o homem domina a natureza’” (BELLÉ, 2013). 
Ao longo da história os jardins que foram surgindo destacavam alguns pontos 
de alguns dos jardins da antiguidade, exagerando-o, às vezes incluindo novos 
elementos, aprimorando, mas o “pezinho” está lá no passado. Funcionando em muitos 
momentos até mesmo como uma reapropriação ou lembrança relacional de um 
passado glorioso, exótico etc. Vejamos a simetria, por exemplo, existente nos jardins 
mesopotâmicos, persas, egípcio e até mesmo romanos. Os princípios formais deles 
foram difundidos na Europa através das comunicações terrestres e marítimas 
estabelecidas entre essas regiões. Assim, o sistema de proporções e simetria 
baseado na geometria regular (princípio de organização dos jardins egípcios e persas) 
predominou nos jardins europeus anteriores ao século XVIII (AFONSO, 2017) 
7 VEGETAÇÃO EM ÁREAS URBANAS 
A vegetação implantada em áreas urbanas ainda é majoritariamente percebida 
como paisagismo contemplativo, que busca harmonizar ambientes e prover conforto 
visual a observadores. Todavia, a vegetação no meio urbano exerce funções 
ambientais além do paisagismo, mas que passam despercebidas pela maioria das 
pessoas. A demografia exerce influência sobre a satisfação humana (MORRIS e 
GUERRA, 2014). 
 
 
28 
 
 
 
Fonte: encrypted 
 
Além da função estética, a concepção funcional do paisagismo urbano procuratirar o máximo proveito dos serviços que árvores isoladas ou agrupadas em bosques, 
florestas, parques e outros ambientes possam oferecer. Áreas urbanizadas funcionam 
como ilhas de calor, onde as temperaturas são mais altas e a umidade relativa do ar 
mais baixa do que em zonas rurais e naturais. Nas metrópoles brasileiras, ocorrem 
diferenças de até 10oC entre bairros arborizados e não arborizados nas horas mais 
quentes do dia no verão. Não é mera coincidência que bairros mais quentes são 
justamente aqueles com menor percentagem de cobertura vegetal. Em nível regional, 
a absorção de água e a transpiração das plantas são fundamentais para manter o 
ciclo hidrológico e, consequentemente, as condições climáticas regionais (CORRÊA, 
2015) 
Sombra e evapotranspiração transformam árvores em amenizadores da 
temperatura e umidificadores do ar. Alguns cálculos comparam uma árvore adulta ao 
poder de resfriamento de cinco aparelhos de ar condicionado. Espaços vegetados são 
atualmente concebidos como parte da infraestrutura urbana. O verde urbano, formado 
por parques, praças, rotatórias, ruas arborizadas, jardins, remanescentes de 
vegetação nativa e outros, é capaz de transformar paisagens, amenizar o clima árido 
das cidades e melhorar a qualidade de vida de suas populações. (SANCHES, 2011) 
 
 
29 
 
 
8 PAISAGISMO BIOCLIMÁTICO 
 
Fonte: archtrends.com 
 
A mudança de temperatura é um dos aspectos mais perceptíveis em regiões 
metropolitanas pelo mundo e geram efeitos como as ilhas de calor. O efeito da ilha 
de calor é definido como a característica mais evidente do clima urbano, provocando 
alterações no fluxo energético dos sistemas ecológicos urbanos (YANG, QIAN, 
SONG, & ZHENG, 2016). Dentre as medidas para a amenização destes impactos 
estão a otimização da paisagem urbana com a implementação de áreas verdes 
(YANG et al., 2016). Dentre as causas diversas para o efeito das ilhas de calor, o 
principal aspecto é a baixa presença ou a total ausência de vegetação em muitas 
áreas na cidade de São Paulo (BARROS & LOMBARDO, 2016). 
Quando devidamente planejado em prol da qualidade ambiental das cidades, o 
sistema de vegetação reduz de forma significativa as ilhas de calor através do 
sombreamento e do processo de evapotranspiração (LIVESLEY, MCPHERSON, & 
CALFAPIETRA, 2016). Ao promover sombra para edifícios, pavimentos e 
pessoas, as árvores reduzem o consumo de energia, mantém as pessoas protegidas 
dos raios ultravioletas, oferecem sensação de frescor e evitam o excesso de 
armazenamento de energia térmica pelos materiais (SOUZA, 2019). Estudos 
comprovam também que a temperatura do ar é amenizada por meio da 
evapotranspiração da vegetação (BALLINAS & BARRADAS, 2016). Nesse 
 
 
30 
 
 
processo, a vegetação utiliza a energia solar para evaporação da água, 
oferecendo benefícios de resfriamento para a área onde atua. 
Outro aspecto importante para o planejamento da vegetação em áreas 
urbanas é o monitoramento da vegetação. Recentemente, um laboratório de 
pesquisa chamado Senseable City Lab do Instituto de Tecnologia de 
Massachusetts (MIT) localizado em Cambridge, Estados Unidos, desenvolveu o 
método Green View Index (Índice de Visão Verde) que trata da quantificação da copa 
das árvores presentes nas ruas (LI, ZHANG, LI, RICARD, & MENG, 2015). No 
estudo por Li e colaboradores (2015), a cidade estudada com maior percentual 
de cobertura vegetal foi a cidade de Tampa (Flórida/EUA) com 36,1% enquanto a 
cidade de São Paulo apresentou um índice de vegetação de apenas 11,7% (MIT 
SENSEABLE LAB, 2017). Dessa forma, o monitoramento é importante para saber 
o estado atual dos locais e decidir quais áreas necessitam prioritariamente de 
ações projetuais e de planejamento. 
A vegetação possui a capacidade de amenizar o efeito da poluição urbana de 
várias maneiras. Uma delas é a absorção de gases poluentes como SO2 e NOx 
através dos estômatos das folhas. Estes gases se difundem de maneira semelhante 
ao CO2 e podem ser metabolizados pelas plantas, apesar de causarem prejuízos 
fisiológicos às mesmas (AYOADE, 2011). Outras substâncias tóxicas como o 
formaldeído, benzina e tricloroetileno podem ser absorvidas, e a retirada de CO2 do 
ar, com a posterior estocagem de carbono na estrutura da planta por meio da 
fotossíntese é um mecanismo eficiente para equilibrar as quantidades desse gás na 
atmosfera. As plantas também são capazes de remover temporariamente os 
poluentes particulados ao retê-los na superfície da folha, até serem levados pelas 
águas da chuva, ou ainda ficarem incorporados ao solo quando a folha se desprender 
(SHINZATO, 2009). 
Os efeitos na saúde humana são diversos e em sua maioria estão relacionados 
com algum dos benefícios ecossistêmicos, exemplo: diminuição da concentração de 
poluentes atmosféricos pelas plantas e melhora de doenças respiratórias. A Figura 
1 ilustra as principais vias nas quais as áreas verdes podem contribuir positivamente 
para a saúde humana. (AMATO-LOURENÇO et al. 2016) 
 
 
31 
 
 
8.1 Escolha das espécies de árvores 
 
 
Fonte: static.vecteezy.com 
 
Muitas vezes acontecem erros irreversíveis pela escolha errada da espécie, em 
geral agravados pela desconsideração das necessidades mínimas das árvores, tais 
como as relacionadas às características do solo, à quantidade demandada de água, 
à necessidade de incidência de luz solar e de espaço necessário ao seu 
desenvolvimento. Para que não ocorram problemas com as árvores plantadas em vias 
públicas, é necessário conhecer as características e os comportamentos que lhes são 
distintos (LIMA et al, 2017). 
A manutenção das espécies nativas é de extrema importância para a 
preservação das mesmas e contribuem com o triunfo do funcionamento dos projetos 
de arborização. Segundo Ceccheto (2014), ao se utilizarem as espécies nativas 
regionais na arborização urbana, a coexistência e sobrevivência dessas espécies em 
escala local poderiam ser garantidas. 
Segundo Cechetto; Christmann e Oliveira (2014) as espécies nativas possuem 
diversas qualidades favoráveis em relação às exóticas, sendo algumas delas: 
adaptabilidade garantida ao clima e solo; melhor desenvolvimento metabólico; 
maiores possibilidades de produção de flores e frutos saudáveis; propicia a 
alimentação para animais também nativos, conservando a fauna local; promulga a 
 
 
32 
 
 
proliferação da espécie, evitando a sua extinção; evita o aumento de espécies 
invasoras exóticas e as doenças e pragas ocasionadas pelas mesmas; além de 
oferecer os benefícios comuns a todos os gêneros arbóreos. Contudo, podemos 
reconhecer assim até, determinada região ou ambiente por conta das características 
da vegetação local, podendo até assim atrair turistas para o local de interesse. 
8.2 Benefícios gerais da arborização 
 
Fonte: ibflorestas.org.br 
 
De acordo com Lira Filho (2012) o paisagismo e suas funções sociais, trazem 
consigo privilégio para o bem-estar da população. Em vista disso, o autor detalha que 
nos pontos em que há uma grande circulação de pessoas, a vegetação cumpre o 
papel de tornar o ambiente agradável para habitação uma vez que: 
 [...] Através da presença 
de vegetação, pode proporcionar redução dos níveis 
de ruídos, diminuição da temperatura gerada pelas 
ilhas de calor, em decorrência da reflexão do asfalto 
e grandes massas de concreto, e, principalmente, 
redução dos índices de poluição (LIRA FILHO, 2012, 
p. 147) 
 
 
 
33 
 
 
O planejamento urbanístico que leva em conta o aumento da arborização 
além de reduzir a temperatura local, traz diversos benefícios associados, como a 
economia de energia e bem-estar. Com o aumento da temperatura global, é predito 
através de estudos o aumento da demanda energética pelo usode ar condicionado 
esistemas de resfriamento, com alguns estudos apontando para acréscimos de 
mais de 70% (ISAAC & VAN VUUREN, 2009). Visto que o aumento da vegetação 
pode garantir a diminuição da necessidade e dos custos ligados ao resfriamento 
de ambientes (SOUZA, 2019). 
Ayoade (2011) afirma que “com o aumento populacional e o aumento das 
capacidades tecnológica/científicas da humanidade, percebeu-se que o homem pode 
influenciar e tem de fato influenciado o clima, apesar dessa ação ser feita 
principalmente numa escala local”. Um dos resultados de tais influências é 
caracterizado pelo fenômeno da Ilha de Calor. 
As áreas verdes urbanas também garantem a diminuição da poluição 
atmosférica e sonora, melhoria estética e impactos na saúde humana, além de 
influenciar os campos sociais e econômicos ao oferecer uma ampla gama de 
serviços e melhorias substanciais no bem-estar comunitário e individual 
(LOCATELLI, ARANTES, POLIZEL, SILVA-FILHO, & FRANCO, 2018). As árvores, 
através de suas copas densas, funcionam como barreiras reduzindo a velocidade dos 
ventos e amortecendo os ruídos tão comuns na cidade, principalmente nas áreas 
centrais, onde diariamente circulam um grande número de pessoas fazendo compras 
ou trabalhando e de veículos numa sinfonia auditiva irritante e nociva à saúde pública. 
(PINHEIRO et al, 2017) 
A vegetação possui a capacidade de amenizar o efeito da poluição urbana de 
várias maneiras. Uma delas é a absorção de gases poluentes como SO2 e NOx 
através dos estômatos das folhas. Estes gases se difundem de maneira semelhante 
ao CO2 e podem ser metabolizados pelas plantas, apesar de causarem prejuízos 
fisiológicos às mesmas (AYOADE, 2011). Outras substâncias tóxicas como o 
formaldeído, benzina e tricloroetileno podem ser absorvidas, e a retirada de CO2 do 
ar, com a posterior estocagem de carbono na estrutura da planta por meio da 
fotossíntese é um mecanismo eficiente para equilibrar as quantidades desse gás na 
atmosfera. As plantas também são capazes de remover temporariamente os 
 
 
34 
 
 
poluentes particulados ao retê-los na superfície da folha, até serem levados pelas 
águas da chuva, ou ainda ficarem incorporados ao solo quando a folha se desprender 
(SHINZATO, 2009). 
Os efeitos na saúde humana são diversos e em sua maioria estão relacionados 
com algum dos benefícios ecossistêmicos, exemplo: diminuição da concentração de 
poluentes atmosféricos pelas plantas e melhora de doenças respiratórias. A Figura 
1 ilustra as principais vias nas quais as áreas verdes podem contribuir positivamente 
para a saúde humana. (AMATO-LOURENÇO et al. 2016). 
Diante de todos os benefícios já citados, a implementação da vegetação 
inserida no projeto de arborização urbana, se desempenha um papel vital para o 
bem-estar dos moradores. Com capacidade única de controlar muitos efeitos 
adversos do meio urbano, a arborização, seguindo o planejamento indicado, 
contribuirá para a qualidade de vida em prol de toda a comunidade local (SOUZA, 
2019). 
9 PAISAGISMO COMESTÍVEL 
 
Fonte: bp.blogspot.com 
 
Ao falar sobre a parte econômica, encontra-se o paisagismo comestível, sobre 
qual Veríssimo e Name (2017) comentam, definindo-o como uma ferramenta útil em 
que pode ser usada para complementar a alimentação das pessoas, e contribuir na 
 
 
35 
 
 
redução à fome, por ser um método que visa à produção de alimentos. Nesse sentido, 
entende-se que o paisagismo, pode ser usado especificamente com o objetivo de 
produzir alimentos, sendo convencionais ou as denominadas Plantas Alimentícias 
Não Convencionais (PANC), como também para a produção de plantas medicinais. 
Assim sendo, o paisagismo comestível pode complementar a alimentação e ser 
utilizado como uma fonte de renda adicional. Na concepção de paisagismo 
econômico, o mesmo pode ser visto como um produto para consumo, em prol do bem-
estar das pessoas que irão usufruir. Nesse mesmo raciocínio, Backes (2013) descreve 
que: ‘‘Paisagismo produtivo pode ser definido como a criação de macro e micro 
paisagens com afinalidade de produzir alimentos, plantas terapêuticas, combustíveis, 
etc.,sem perder a “estética ecológica” de cada local. 
Árvores e áreas verdes plantadas, como as hortas urbanas, fornecem frutas e 
pólen para animais e insetos, que por sua vez são responsáveis pela polinização e 
pelo equilíbrio biológico local, além de constituírem locais de refúgios para a 
microfauna e a avifauna. (AMATO-LOURENÇO et al. 2016). 
 
 
 
36 
 
 
Figura 1 - Vias em que exposições a áreas verdes podem resultar em desfechos na 
saúde (Adaptado de James et al., 2015). 
10 HISTÓRICO DA ARBORIZAÇÃO URBANA 
Desde os primórdios, o homem sempre esteve ligado à natureza, 
primeiramente usufruindo do que ela era capaz de proporcionar através da caça e da 
coleta, mas a partir do momento em que deixou de ser nômade, houve o 
desenvolvimento da agricultura, que fez com que essa relação homem/natureza fosse 
modificada. Assim, passando por anos de desenvolvimento, rural, foi na metade do 
século XV que o desenvolvimento urbano ganhou força na Europa. Com a Revolução 
Industrial houve ainda um aumento ainda maior da urbanização, uma vez que a 
necessidade de mão de obra nas cidades acabou por causar um acúmulo de pessoas 
em um menor espaço, pois as cidades, cresceram em população e sofreram diversas 
mudanças, aos poucos adquirindo as configurações atuais. A ocorrência de vegetação 
em espaços públicos aconteceu no século XVII, que já podia ser visto em várias 
cidades da Europa que possuíam seu passeio ajardinado. A arborização ganhou ainda 
mais destaque a partir das atividades de planejamento urbano de cidades, uma vez 
que com a necessidade de atividades sanitaristas para melhora da qualidade de vida, 
as ruas ficam mais amplas e comportam assim um planejamento paisagístico, a 
Exemplo de Paris. (THIES, 2020) 
A arborização urbana tem fundamental importância no equilíbrio do 
ecossistema e na qualidade de vida da população. O desempenho da arborização vai 
além da estética, apresenta funções diversas e torna-se principal regulador e formador 
de microclima. A morfologia das espécies que serão utilizadas, suas características 
próprias e condições de um desenvolvimento harmonioso com o mínimo de 
intervenções contribuem para o sucesso do projeto. (THIES, 2020) 
A história da arborização de vias públicas no Brasil, segundo Kochi & Clemente 
(2012), é confundida com a história do próprio país. Ainda no século XVII, o Recife foi 
o primeiro núcleo urbano com planejamento de arborização de rua para reproduzir 
ares de uma cidade europeias. A função estética parecia ser o ponto principal, mas 
diante de suas inúmeras funções exercidas sobre o ambiente, as árvores se 
 
 
37 
 
 
mostraram muito benéficas para os habitantes desse meio (KOCHI & CLEMENTE, 
2012). O Rio de Janeiro foi outro importante marco no paisagismo brasileiro dos 
séculos XVIII e XIX tais como o Jardim Botânico e o passeio público. Já no século XX, 
Burle Marx iniciou um movimento de valorização da vegetação nativa que até então 
era desprezada nos projetos paisagísticos (MEDEIROS, 2009). 
A intervenção proposta para um determinado local necessita de um projeto, 
com diferentes peças a explicar e a ilustrar a visão do técnico, em que este tem ao ser 
dispor várias ferramentas substanciais que viabilizam a representação (Dias, 2014) 
bem como a comunicação das ideias. A cartografia (TERENO, 2015), fotografia (LIMA; 
BASSO, 2012), desenhos, modelação digital 3D, maquetes (FRANCISCO, 2013), 
entre outros, são algumas ferramentas que os arquitetos paisagistas utilizam para 
conceber um projeto. 
11 PAISAGISMO E SUSTENTABILIDADE 
O conceito da palavra sustentável tem origem no latim "sustentare", que 
significa sustentar, apoiar e conservar. Esse próprio conceito de sustentabilidade é 
definidopara longo prazo e trata-se de encontrar uma forma de desenvolvimento que 
atenda às necessidades do presente sem comprometer a capacidade das próximas 
gerações de suprir as próprias necessidades. (MAGALHÃES, 2016). 
A sustentabilidade tem como base cinco dimensões principais, que são a 
sustentabilidade social, ambiental, territorial, econômica e política. Mais duas 
dimensões ou critérios de sustentabilidade: cultural e ecológica, significando um 
processo de transformação no qual a exploração dos recursos, a direção dos 
investimentos, a orientação do desenvolvimento tecnológico e a mudança institucional 
se harmonizam e reforçam o potencial presente e futuro, a fim de atender às 
necessidades e aspirações humanas. Os benefícios sociais, ambientais e econômicos 
são muito destacados no paisagismo sustentável, pois contribuem para conservação 
de recursos naturais, levando a redução dos impactos ambientais e prejuízos à 
humanidade nas próximas gerações (SILVA, 2016). 
Paisagismo Sustentável requer a utilização de plantas específicas, 
considerando aspectos como a redução do uso de água, respeito ao ciclo natural de 
 
 
38 
 
 
crescimento e floração das espécies e o reaproveitamento de materiais descartados. 
Na ideia de sustentabilidade, espécies como bromélias, lírios, antúrios, violetas são 
flores populares que, além da beleza, têm em comum a vantagem de utilização de 
pouca água para cultivo e podem ser utilizadas em projetos de paisagismo. As 
cactáceas são espécies que também demandam menos água, sejam as de origem 
tropical ou desértica (SILVA, 2016). 
Para Alencar et. al. (2015), o paisagismo funcional deve ter caráter sutil, 
elaborado e planejado de forma que os jardins sejam um lugar de interação entre 
homem e natureza, e sensibilizar a relação do indivíduo com o tipo de funcionalidade 
dos mesmos, e ainda pode ser usado para a educação ambiental de forma empírica, 
através do intenso contato com o jardim e da ornamentação realizada para fins 
sustentáveis. 
De acordo com a Lei n° 9.885, de 18 de julho de 2000 e o decreto n°4.340 de 
22 de agosto de 2002 (Alencar et. al., 2015), o paisagismo deve ser implantado para 
o desenvolvimento ecológico, fazendo das cidades unidades de conservação da 
natureza para compensar parcialmente os impactos ambientais da urbanização. 
Segundo Gengo et. al. (2013), o jardim filtrante é um jardim utilizado para tratar 
esgotos domésticos ou industriais, com o uso de plantas nativas e aquáticas. Tem 
como principal objetivo a reciclagem da água para novos usos, como por exemplo: 
irrigação de jardins e a higienização de áreas de pátios. Ações de conservação da 
água e aplicação do reuso permite que a água tratada possa voltar a ser utilizada para 
irrigação, recreação, serviços e diversificação ecológica, entretanto, a água reciclada 
não costuma ser potável, devido à possibilidade de riscos para a saúde. 
Jardim filtrante. 
 
 
 
39 
 
 
 
Fonte: i.pinimg.com 
 
O jardim filtrante é composto basicamente por areia, pedras e plantas 
aquáticas. A água cinza do edifício, direcionada para esse jardim, forma um pequeno 
lago. As plantas realizam, assim, o tratamento dessa água. Sua manutenção é muito 
simples, contribui com a sustentabilidade do meio ambiente e ainda traz harmonia 
paisagística 
As plantas escolhidas devem ter capacidade de filtração e extração dos micros 
poluentes e nutrientes na água. Com essa capacidade, alguns fatores devem ser 
considerados, de acordo com Rocha et. al. (2015): 
• capacidade de resistir às diversas variações de temperatura; 
• consumo de oxigênio; 
• tolerância a diversos tipos de poluentes; 
• adaptações às condições de inundação e seca. 
12 LEGISLAÇÃO 
A Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania aprovou o Projeto de Lei 
2043/11, que regulamenta a profissão de paisagista. Conforme o texto, ficará 
assegurado o exercício do paisagismo aos profissionais que comprovarem, na data 
da publicação da futura lei, o exercício profissional por dois anos no mínimo. 
O relator, deputado Enrico Misasi (PV-SP), recomendou a aprovação após 
realizar ajuste no texto. A proposta, de autoria do deputado Ricardo Izar (PP-SP), 
 
 
40 
 
 
tramitava em caráter conclusivo. Assim, está aprovada pela Câmara dos Deputados 
e seguirá para análise do Senado após a redação final, a não ser que haja recurso 
para análise do Plenário. 
“Com o crescimento dos centros urbanos, o paisagismo passa a ter importância 
tanto artística como científica”, disse Izar. “Com isso, a profissão começa a ser 
regulamentada na maioria dos países desenvolvidos”, continuou o parlamentar. 
O texto foi aprovado na forma de substitutivo apresentado pela Comissão de 
Desenvolvimento Urbano, com emendas de outras duas comissões da Câmara. De 
acordo com o projeto, a profissão de paisagista poderá ser exercida por diplomados 
em curso superior de paisagismo ou arquitetura da paisagem, expedido por 
instituições brasileiras e estrangeiras. 
Além disso, o texto libera o ofício também para os pós-graduados em 
paisagismo ou arquitetura da paisagem, desde que possuam graduação em 
arquitetura, agronomia, engenharia florestal, biologia ou artes plásticas. Em todos os 
casos, o exercício da profissão de paisagista exigirá registro no órgão ou entidade 
responsável. 
Fonte: Agência Câmara de Notícias 
 
 
 
 
 
 
 
 
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