Buscar

Neuroanatomia: Aspectos e Divisões

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 22 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 22 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 22 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

Introdução à 
Neuroanatomia
SUMÁRIO
1. Alguns aspectos fi logênicos do sistema nervoso ............................................. 3
2. Planos anatômicos ......................................................................................... 5
3. Divisões do sistema nervoso ........................................................................... 5
Divisão anatômica ........................................................................................................ 5
Divisão embriológica .................................................................................................. 12
Divisão fi siológica ...................................................................................................... 14
Divisão com base na segmentação ou metameria .................................................. 19
Referências ........................................................................................................................21
Introdução à Neuroanatomia   3
1. ALGUNS ASPECTOS FILOGÊNICOS 
DO SISTEMA NERVOSO
O sistema nervoso é um dos principais agentes responsáveis pelas extraordinárias 
capacidades humanas, além dos processos de perceber, agir, aprender e lembrar. Tais 
atividades só foram possíveis por meio da atividade de bilhões de células compo-
nentes do tecido neuronal (neurônios e neuroglias), conferindo a nós a consciência, o 
pensamento e o comportamento.
Dessa forma, a neuroanatomia entra como o estudo de tal sistema, num parâmetro 
macroscópico, observando suas generalidades e particularidades. Além disso, é impor-
tante sabermos que esse sistema está intimamente relacionado ao processo evolutivo 
dos seres vivos, de tal forma, que a sua adaptação foi possível a partir do desenvolvimen-
tos de três propriedades básicas:
• Irritabilidade: dá início ao impulso sendo a propriedade que permite a célula ter 
sensibilidade ao meio ambiente.
• Condutibilidade: é a propriedade de levar o impulso pelo meio interno.
• Contratilidade: é a propriedade que produz uma resposta do ser vivo ao estímu-
lo de início.
É importante lembrarmos que essa propriedade está presente em todos os seres 
vivos. Até os seres menos complexos, como as amebas, ao serem tocadas com mi-
cromanipulador, se afastam do ponto em que ocorreu o toque Para que isso ocorra, 
elas tiveram que sentir o estímulo, conduzir a informação no seu corpo unicelular, 
projetando seus pseudópodes e reagir. Entenderam?
Figura 1: Ameba emitindo pseudópodes. 
Fonte: Rattiya Thongdumhyu/Shutterstock.com
Introdução à Neuroanatomia   4
Com o aparecimento de seres mais complexos, como os animais, suas células, 
que obedecem a essas propriedades, se especializaram – as células da contratilida-
de se tornaram as musculares primitivas, passando a ocupar posições mais internas 
nesses organismos, perdendo, assim, contato com o meio externo. No entanto, na 
superfície externa desses animais, surgiram células bem diferenciadas, sendo elas 
responsáveis pela captação de estímulos (irritabilidade), os redirecionando-os para 
as células musculares (condutibilidade).
Essas novas células, especializadas tanto na irritabilidade como na condutibilida-
de, consistem nos primeiros neurônios. Esse tipo celular, sendo a unidade fundamen-
tal, com função básica de receber, processar e transmitir informação, é responsável 
pela captação da informação, conduzi-la ao SNC (sistema nervoso central) e retrans-
miti-la para os órgãos alvos no corpo. Ademais, a depender de sua função, ela pode 
ser considerada:
• Aferente: são aferentes ou sensitivos os neurônios, fibras ou nervos que trazem 
impulsos a uma determinada área do sistema nervoso.
• Eferentes: são eferentes ou motores os que levam impulsos dessa área.
FLUXOGRAMA DAS PROPRIEDADES BÁSICAS DOS SERES VIVOS
Condutibilidade
Propriedades 
básicas dos 
seres vivos
ContratilidadeIrritabilidade
Primeiros neurônios Células musculares primitivas
Fonte: Autoria própria.
Introdução à Neuroanatomia   5
2. PLANOS ANATÔMICOS
Focando um parâmetro microscópico, a visualização da divisão anatômica do sis-
tema nervoso é muito facilitada com o entendimento da tridimensionalidade de suas 
estruturas em nosso organismo. Para isso, vamos voltar aos conceitos de plano ana-
tômico, não sendo restrito ao estudo da neuroanatomia, mas muito utilizado na inter-
pretação da neuroimagem. Temos em número de 3 planos anatômicos principais:
Figura 2: Imagens de uma TC de crânio e representações de planos anatômicos 
em cortes axial, coronal e sagital. 
Fonte: samunella/Shutterstock.com
3. DIVISÕES DO SISTEMA NERVOSO
O sistema nervoso pode ter sua organização, logo, a sua divisão a partir de alguns 
critérios como: anatomia, filogenética, funcional, segmentação ou metameria.
Divisão anatômica
O sistema nervoso é dividido anatomicamente num componente central e num 
periférico.
O sistema nervoso central (SNC) consiste nas estruturas nervosas localiza-
das dentro do esqueleto axial, sendo elas: a cavidade craniana e o canal vertebral. 
Respectivamente a esses espaços, temos as seguintes estruturas que compõem o 
SNC: o encéfalo e a medula espinhal. Juntos, eles formam o neuroeixo.
Introdução à Neuroanatomia   6
A estrutura mais cranial, o encéfalo, corresponde à verdadeira maquinaria no fun-
cionamento do nosso corpo, sendo a porção mais central dentro do crânio. Ela ainda 
é subdividida em:
• Cérebro: formado pela união do telencéfalo com o diencéfalo.
• Cerebelo.
• Tronco encefálico
Figura 3: Superfície medial do cérebro. 
Fonte: Vasilisa Tsoy/Shutterstock.com
 Se liga! O cérebro tem sua organização em giros e sulcos. Os giros 
são feitos de substância cinzenta no córtex tendo sua área definida pelas depres-
sões que fazem parte do córtex. Os sulcos são essas depressões do córtex que 
permitem que o mesmo tenha sua superfície aumentada, porém, não aumentam 
o seu volume. Profundamente a esse córtex, temos as estruturas subcorticais, 
formadas tanto por substância branca (na qual encontramos as fibras das vias 
ascendentes e descendentes) quanto por substância cinzenta, sendo ela reunida 
nos núcleos da base (são eles: caudado, putâmen, globo pálido etc).
Introdução à Neuroanatomia   7
Neste material, vamos apenas introduzir e definir cada um desses componentes 
do SNC, para, quando formos estudar cada qual em seus respectivos materiais, tere-
mos uma noção básica de sua definição, anatomia e função. Beleza?
Então, começando pelo cérebro, sabemos que ele é composto pelo telencéfalo 
e pelo diencéfalo. A primeira estrutura consiste em dois hemisférios corticais e na 
lâmina terminal. Cada hemisfério possui 3 polos (frontal, temporal e occipital), 3 
margens (superior, medial e inferior), 5 lobos (frontal, parietal, temporal, occipital e 
insular – sendo o último “escondido” pelo parênquima cortical) e 3 faces (dorsolate-
ral, medial e inferior). E são nessas faces que encontramos os sulcos e os giros, que 
serão melhor estudados em próximos resumos.
Figura 4: Vista do plano sagital do cérebro com seus lobos e regiões. 
Fonte: Hank Grebe/Shutterstock.com.
Já o outro componente do cérebro, o diencéfalo, diferente do telencéfalo, é uma 
estrutura ímpar localizada na porção cerebral mais inferior, sendo compreendida por: 
tálamo – um grande centro de retransmissão de fibras entre o nosso córtex e estru-
turas subcorticais; hipotálamo – grande regulador da homeostase; subtálamo – que 
atua no circuito motor de forma subsidiária; e epitálamo – relacionado com a sincro-
nização do ritmo circadiano. 
Introdução à Neuroanatomia   8
O cerebelo, por sua vez, segue uma anatomia parecida com a do cérebro: tem 
dois hemisférios agora unidos por um vérmis o qual fica na linha mediana. Possui 
um córtex que é delimitado por folhas e tem sulcos. Diferente das demais estruturas 
já citadas, que estão localizadas no compartimento supratentorial da base do crâ-
nio, o cerebelo se encontra no compartimento infratentorial. Ele é dividido em lobo 
flóculo-nodular, lobo anteriore lobo posterior. Na semiologia neurológica, testamos 
a funcionalidade do cerebelo principalmente durante os exames de coordenação e 
equilíbrio. 
Já como estrutura mais caudal do encéfalo, temos o tronco encefálico, também 
sendo a porção mais primitiva dentre as outras. O tronco está intimamente relacio-
nado com o funcionamento da homeostase do corpo, sendo de extrema importância 
para a manutenção da vida. Podemos evidenciar isso, por exemplo, por meio dos 
exames feitos para diagnosticar morte encefálica, que testam se o tronco está fun-
cionante ou não. Profundamente a ele, temos diversos núcleos de pares cranianos, 
além da formação reticular. Num ponto de vista anatômico, o tronco encefálico é di-
vidido em, no sentido craniocaudal: mesencéfalo, ponte e bulbo.
É bom lembrarmos que internamente ao encéfalo, temos estruturas chamadas de 
ventrículos encefálicos, por onde circula o liquor, diminuindo o efeito do peso do en-
céfalo além de fornecer proteção mecânica a seus componentes.
 Conceito: Ventrículos encefálicos são cavidades localizadas in-
ternamente ao encéfalo, revestidas de epitélio epididimário, por onde percorrer 
o liquor cefalorraquidiano (LCR). São em número de quatro cavidades, duas pa-
res (ventrículos laterais) e duas ímpares (terceiro e quarto ventrículo), que são 
ligadas uma as outras por diversos canais, formando o sistema ventricular.
 Na prática! Sabemos que a análise clínica do liquor em ambiente 
hospitalar nos ajuda a identificarmos possíveis patologias que possam afetar o 
funcionamento homeostático de nosso SNC, como, por exemplo, a meningite. 
Dessa forma, para ser analisada sua composição e/ou cultura, o LCR deve ser 
recolhido OU por punção occipital (referencial anatômico: abaixo do crânio, re-
colhendo o liquor da cisterna magna) OU por punção lombar (referencial anatô-
mico: entre L3-L4 ou L4-L5).
Introdução à Neuroanatomia   9
Figura 5: Representações dos exames de coleta de LCR por punção lombar. 
Fonte: Aldona Griskeviciene/Shutterstock.com
Como último componente do SNC, temos o mais caudal e primitivo, que é a me-
dula espinhal. Ela consiste numa massa cilindroide de tecido nervoso situado dentro 
do canal vertebral da coluna, limitada superiormente pelo bulbo, ao nível do forame 
magno, e inferiormente até a vértebra L2. 
 Na prática! O conhecimento da topografia medular na coluna é 
importante para a investigação clínica de patologias que podem afetar tanto 
essa estrutura do SNC como suas raízes, principalmente em pacientes com cer-
vicalgia ou lombalgia. Para isso, utilizam-se exames de ressonância magnética, 
que permitem analisar a medula e as partes moles das articulações da coluna.
Já o sistema nervoso periférico (SNP) é formado pelas estruturas localizadas 
fora desse esqueleto. Essas estruturas são os nervos, os gânglios e as terminações 
motoras e sensitivas.
Nervos consistem em cordões esbranquiçados que atuam unindo o SNC aos ór-
gãos periféricos. 
A depender da porção do SNC que estamos estudando, esse nervo pode ser divi-
dido em: nervos cranianos, caso estejam ligados ao encéfalo; e nervos espinhais, se 
estiverem ligados à medula espinhal;
No entanto, em relação à sua funcionalidade, são divididos em: nervos motores, 
sensitivos ou mistos (quando sua composição possui fibras tanto sensitivas como 
nervosas).
Introdução à Neuroanatomia   10
Já os gânglios, correspondem ao aglomerado de corpos neuronais localizados fo-
ra do SNC. Da mesma forma que os nervos, os gânglios também são caracterizados 
como sensitivos ou motores (participam do sistema nervoso autônomo).
Por fim, as terminações nervosas, localizadas na extremidade das fibras consti-
tuintes dos nervos, também segue a mesma divisão: uma motora, formada pela placa 
motora; e uma sensitiva, composta pelos exteroceptores (recebem estímulos do meio 
externo), visceroceptores (recebem estímulos dos órgãos internos) e propriocepto-
res (informam o SNC sobre a posição do corpo ou sobre a força necessária para a 
coordenação).
 
Figura 6: Estruturas nervosas periféricas por transparência no corpo humano. 
Fonte: Systemoff/Shutterstock.com
Introdução à Neuroanatomia   11
DIVISÃO ANATÔMICA DO SISTEMA NERVOSO
Sistema 
nervoso 
central 
(SNC)
Encéfalo
Medula espinhal
Cérebro
Cerebelo
Tronco 
encefálico
Telencéfalo
Diencéfalo
Mesencéfalo
Ponte
Bulbo
Sistema 
nervoso 
periférico 
(SNP)
Nervos
Gânglios
Cranianos
Espinhais
Terminações 
nervosas
Fonte: Autoria própria.
Introdução à Neuroanatomia   12
Divisão embriológica
 Hora da revisão! O sistema nervoso se desenvolve a partir do 
folheto embrionário mais externo, o ectoderma, que, ao ser induzido pela no-
tocorda, se espessando, forma a placa neural. Essa estrutura começa a sofrer 
invaginações sucessivas, formando a goteira neural. Por fim, ao se fechar, essa 
goteira se torna o tubo neural, estrutura responsável pela origem do SNC.
 Conceito: Notocorda consiste numa estrutura celular presente 
durante o desenvolvimento embriológico dos animais cordados, atuando como 
eixo de sustentação craniocaudal na região posterior do embrião. Além de indu-
zir a formação do tubo neural, ela é substituída pela coluna vertebral, nos verte-
brados, ou se persiste como sustentação em outros animais não vertebrados 
desse grupo.
Desde o início de sua formação, o tubo neural não possui calibre uniforme. Sendo 
assim, sua dilatação possui certas irregularidades, formando distintas estruturas do 
nosso SNC. A parte cranial, que formará o arquencéfalo ou encéfalo primitivo, se di-
lata à medida que ocorre seu desenvolvimento, diferente da porção mais caudal, que 
dá origem à medula primitiva.
Vale ressaltar que não existe apenas um par de dilatações bilaterais no arquencé-
falo e sim três vesículas encefálicas primitivas. De cranial para caudal, temos:
Figura 7: Embrião durante a neurulação
Fonte: Fonte: Betty Ray/Shutterstock.com
Introdução à Neuroanatomia   13
• Prosencéfalo: com o desenvolvimento do embrião, é formado deste duas vesí-
culas, o telencéfalo e o diencéfalo.
• Durante o desenvolvimento do prosencéfalo, as vesículas telencefálicas 
laterais crescem muito mais que as diencefálicas, ao ponto que, ao com-
pletar a formação do SNC do embrião, os hemisférios cerebrais oriundos 
do telencéfalo escondem quase completamente a parte mediana dele 
mesmo, além do diencéfalo.
• Mesencéfalo: durante o desenvolvimento embrionário, ele não se modifica.
• Rombencéfalo: dará origem ao metencéfalo (formando a ponte e o cerebelo) e 
ao mielencéfalo (formando o bulbo).
Figura 8: Desenvolvimento do cérebro. 
Fonte: Veronika By/Shutterstock.com
 Se liga! Diante o exposto, fica evidente a extrema importância do 
período fetal para a formação e desenvolvimento do sistema nervoso central, 
ao ponto que fatores externos como substâncias teratogênicas, alguns medi-
camentos, álcool, irradiação, drogas e infecções congênitas podem interferir 
ativamente nas etapas desse processo. Caso ocorram no primeiro trimestre 
da gestação, essas interferências podem afetar o processo de proliferação 
neuronal, resultando numa diminuição do número de células nervosas e/ou em 
microcefalia. Já se ocorrem no segundo ou no terceiro, a interferência será na 
fase de organização neuronal, redução na quantidade de sinapses e ocasionar 
quadros de atraso no desenvolvimento neuropsicomotor e cognitivo do feto. 
Mas não devemos nos restringir a essas substâncias nocivas: durante a desnu-
trição materna ou nos primeiros anos de vida da criança, diante a interferências 
externas ao feto ou lactente, respectivamente, o processo de mielinização do 
sistema nervoso será prejudicado, podendo resultar em atrasos na aquisição de 
habilidades e no desenvolvimento neuropsicomotor normal da criança. Atrasos 
que podem, muitas vezes, ser irreversíveis.
Introdução à Neuroanatomia   14
Divisão fisiológica
O sistema nervoso, a partir de um viés fisiológico, pode ser dividido em sistema 
nervoso somático e sistema nervoso visceral.Enquanto o primeiro está relacionado 
com a forma que o organismo interage com o meio ambiente externo a ele, o segun-
do está relacionado com o controle das vísceras par a homeostasia corpórea. Além 
dessas diferenças, tanto a divisão somática, como a divisão visceral possuem um 
componente aferente e um outro eferente.
No caso do somático, seu componente aferente é responsável por conduzir ao 
SNC os impulsos originados nos receptores periféricos, informando-os acerca do 
mecanismo externo que causou essa irritação. Já o eferente atua levando as in-
formações processadas nos centros nervosos até os nossos músculos estriados 
esqueléticos, realizando os movimentos voluntários. Temos como exemplo de uma 
ação cooperativa entre esses dois componentes o arco reflexo.
Figura 9: Arco reflexo. 
Fonte: EreborMountain/Shutterstock.com
Introdução à Neuroanatomia   15
DIVISÃO EMBRIOLÓGICA DO SISTEMA NERVOSO
Divisão embriológica Divisão anatômica
Arquencéfalo
Prosencéfalo
Mesencéfalo
Rombencéfalo Metencéfalo
Mielencéfalo
Cérebro
Mesencéfalo
Cerebelo e 
ponte
Bulbo
Telencéfalo
Diencéfalo
Fonte: Autoria própria.
Introdução à Neuroanatomia   16
Em relação ao visceral, tanto o aferente como o eferente atuam na integração 
das diversas vísceras visando a manutenção da constância do nosso meio interno. 
Sendo assim, o componente aferente é responsável por conduzir os impulsos nervo-
sos originados em nossos visceroceptores até o nosso SNC. Já o eferente, atua le-
vando tais impulsos até nossas vísceras, enviando a resposta processada em nosso 
centro nervoso até glândulas, músculos lisos ou músculo estriado cardíaco. 
Figura 10: O reflexo de alongamento. 
Fonte: joshya/Shutterstock.com
Esse componente visceral motor é denominado de sistema nervoso autônomo 
(SNA), que pode ser dividido em simpático, relacionado com os processos fisiológi-
cos durante momentos de “luta ou fuga”, e em parassimpático, responsável por es-
timular ações que permitem ao organismo. Num viés anatômico, podemos ressaltar 
ainda algumas diferenças principais entre o sistema nervoso simpático do parassim-
pático, como podemos ver no quadro a seguir.
Introdução à Neuroanatomia   17
Diferenças anatômicas e farmacológicas entre 
os sistemas simático e parassinpático
Componentes do sna Simpático Parassimpático
Origem
Toracolombar
(T1 à l2)
Craniossacral
(Tronco encefálico e S2 à S4)
Localização 
do gânglio
Próximo
ao SNC
Próxima à
víscera
Fibras 
pré-ganglionares
Curta Longa
Fibras 
pós-ganglionares
Longa Curta
Neurotransmissores
(sinapse com gânglio)
Acetilcolina Acetilcolina
Neurotransmissores
(sinapse com víscera)
Noradrenalina* Acetilcolina
*Acetilcolina também está no simpático como neurotransmissor visceral nas 
glândulas sudoríparas e vasculatura dos músculos estriados.
Fonte: Autoria própria.
Como já foi dito, o sistema nervoso simpático responde a situações de estresse, 
estimulando ações como: taquicardia e taquipneia, hipertensão, sudorese, hiperglice-
mia, diminuição da motilidade e digestão. Anatomicamente, ele é formado pelo tron-
co simpático, pelos nervos esplâncnicos e pelos gânglios pré-vertebrais.
• O tronco simpático corresponde à cadeia de gânglios paravertebrais unidos 
por ramos interganglionares que se estende da base do crânio ao cóccix bi-
lateralmente. Por esse tronco, passam fibras simpáticas pré-ganglionares e 
pós-ganglionares.
• Os nervos esplâncnicos são cordões esbranquiçados formados pelas fi-
bras pré-ganglionares que passam pelo tronco SEM realizar sinapse a nível 
paravertebral.
• Por fim, os gânglios pré-vertebrais são o conjunto de corpos neuronais loca-
lizados anteriormente a coluna vertebral, onde as fibras pré-ganglionares dos 
nervos esplâncnicos realizam sinapse.
Já o sistema nervoso parassimpático permite ao corpo responder a situações de 
calma, realizando as ações opostas ao simpático: bradicardia e bradipneia, anidríase, 
hipoglicemia, aumento da motilidade e digestão. Anatomicamente, ele é formado 
pelos núcleos de alguns pares cranianos, além dos nervos esplâncnicos pélvicos. 
Dentre esses núcleos, nós temos:
Introdução à Neuroanatomia   18
• Núcleo de Edinger-Westphal – nervo oculomotor (III), que inerva os músculos 
intrínsecos da pupila.
• Núcleo salivatório superior – nervo facial (VII), que inerva as glândulas sub-
mandibulares e sublinguais.
• Núcleo lacrimal – nervo facial (VII), que inerva a glândula lacrimal.
• Núcleo salivatório inferior – nervo glossofaríngeo (IX), que inerva as glândulas 
parótidas.
• Núcleo motor dorsal do vago – nervo vago (X), responsável pelas funções pa-
rassimpática do trato digestório e cardiorrespiratório.
• Núcleo ambíguo – nervo vago (X), que inerva a laringe e a faringe.
 Na prática! Lesões, que afetam o gânglio cervicotorácico (estre-
lado) ou os plexos autônomos situados ao longo das artérias da cabeça e pes-
coço, repercutem numa tríade clínica ipsilateral caracterizada por miose pupilar, 
ptose palpebral e anidrose (supressão da transpiração). Essa tríade consiste 
na síndrome de Horner. Esses achados decorrem de uma disfunção simpáti-
ca ipsilateral à lesão, tendo como patologias de bases principais o tumor de 
Pancoast (carcinoma brônquico no ápice pulmonar que comprime o gânglio do 
tronco simpático) e a dissecção aguda da artéria carótida interna. 
DIVISÃO FUNCIONAL DO SISTEMA NERVOSO
Sistema 
nervoso 
somático
Aferente
Eferente
Sistema 
nervoso 
visceral
Aferente
Eferente (SNA)
Simpático
Parassimpático
Fonte: Autoria própria.
Introdução à Neuroanatomia   19
Divisão com base na segmentação ou 
metameria
 Hora da revisão! Galera, se lembram do conceito de “metame-
ria”? Então, metameria ou segmentação corporal consiste na organização do 
corpo animal em segmentos semelhantes ao longo de seu comprimento. 
A segmentação no sistema nervoso é feita a partir da correlação dentre as suas 
estruturas e de suas conexões com os nervos. Portanto, o sistema nervoso segmen-
tar consiste nas porções do SNC que estão relacionadas diretamente com os nervos, 
como tronco encefálico e medula, bem como todas as estruturas do sistema nervo-
so periférico. Já o sistema nervoso suprassegmentar, é composto pelas estruturas 
superiores ao segmentar que não possui tal metameria, sendo formado pelo cérebro 
e pelo cerebelo.
No entanto, sabemos que do cérebro são enviadas fibras que compõem os nervos 
olfatórios e ópticos, respectivamente no telencéfalo e no diencéfalo. No entanto, por 
eles não serem nervos típicos, eles estão excluídos dos critérios necessários para o 
sistema segmentar.
Diante o que foi estudado, podemos observar que nas estruturas do suprasseg-
mentar podemos encontrar córtex de substância cinzenta externamente à subs-
tância branca, enquanto as do segmentar não possui córtex, tendo sua substância 
cinzenta localizada interiormente à substância branca, formando núcleos. Essa orga-
nização de núcleos neuronais dentro de substância branca não é restrita ao segmen-
tar, já que, profundamente no cérebro, encontramos os famosos núcleos da base, já 
citados anteriormente.
Por fim, em relação à sua evolução, o segmentar surgiu antes do suprassegmen-
tar e, de modo funcional, está subordinado a ele.
Introdução à Neuroanatomia   20
DIVISÃO COM BASE NA SEGMENTAÇÃO DO SISTEMA NERVOSO
Sistema 
nervoso 
suprasseg- 
mentar
Cérebro
Cerebelo
Sistema 
nervoso 
segmentar
Tronco encefálico
Medula espinhal
SNP
MAPA MENTAL RESUMO
Organizada a partir de 4 critérios
Unidade 
funcional do 
sistema 
nervoso
Divisão 
funcional
Divisão 
embriológica
Divisão 
metameria
Divisão 
anatômica
Primeiros 
neurônios
CondutibilidadeIrritabilidade
Propriedades 
básicas
ContratilidadeCélulas musculares 
primitivas
Fonte: Autoria própria.
Fonte: Autoria própria.
Introdução à Neuroanatomia   21
REFERÊNCIAS
MACHADO, A.B.M. Neuroanatomia Funcional, 3ª ed., 2014. 
MENESES, M.S. Neuroanatomia Aplicada, 3ª ed., 2011. 
GRAY, H. Gray’s Anatomy, 41st, 2016.BAEHR, M. Duus’ Diagnóstico Topográfico em Neurologia, 5ª ed., 2015. 
KANDEL, E. R. Princípios de neurociências, 5ª ed. 2014
sanarfl ix.com.br
Copyright © SanarFlix. Todos os direitos reservados.
Sanar
Rua Alceu Amoroso Lima, 172, 3º andar, Salvador-BA, 41820-770

Continue navegando

Outros materiais