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4800702 - Pesquisa Educacional: Questões Teórico-Metodológicas e Prática Pedagógica
Profª Cristiane M. C. Gottschalk – 1º sem. de 2023 – T-02
Nome:_____________________________________ Nº USP: ________________
Assinatura:__________________________________
Trabalho (individual)
 
Textos de referência: Azanha, José Mário Pires. Uma Idéia de Pesquisa Educacional (caps 1, 2, 3, 4, 6 e apêndice), “Democratização do ensino: Vicissitudes da Idéia no Ensino Paulista” e “Cultura escolar brasileira: um programa de pesquisa”; Nagel, Ernest. “A Ciência e o Senso Comum”; Copi, I. Introdução à Lógica (capítulos 1 e 13); Wittgenstein, Ludwig. Investigações filosóficas (parágrafos selecionados); Hanson, N. R. “Observação e Interpretação”; Ryle, G. “Ensino e Treinamento” e Passmore, J. “Ensinando a ser crítico”.
Entregar até 28-06-23 na plataforma do e-disciplinas (no máximo 3 páginas, letra Times Roman, tamanho 12).
Com base nos textos acima, responda às seguintes questões:
1) (3,0 ptos) Ler o texto sobre a lenda de Os três príncipes de Serendip (ver arquivo postado no e-disciplinas) e, com base na obra de Azanha Uma Idéia de Pesquisa Educacional:
a) Fazer uma reflexão própria sobre a possibilidade de se alcançar uma totalidade desconhecida de antemão a partir de determinados indícios (no sentido em que a lenda aponta), tendo em vista a compreensão da vida/cultura escolar.
b) Em que sentido, para Azanha, o estudo do cotidiano seria uma alternativa tanto ao abstracionismo pedagógico como ao tecnicismo educacional?
2) (3,0 ptos) Escolher uma das opções abaixo:
Opção A - Alain (pseudônimo de Émile-Auguste Chartier, 1868-1951) foi um pedagogo francês que fez descrições densas (no sentido de Ryle - cf. cap. 6 Azanha) do cotidiano escolar dos liceus em que lecionou no início do século passado. Da perspectiva teórica de Ryle em seu texto, “Ensino e treinamento” e/ou a partir das passagens selecionadas em aula da segunda fase do pensamento de Wittgenstein, comente os seguintes trechos do cap. LIV de suas Reflexões sobre a educação*:
“Só existe um método para inventar: é imitar. Só há um método para bem pensar: é continuar algum pensamento antigo e experimentado.(...) A ideia oposta fornece naturalmente a contraprova, sendo familiar naqueles que não receberam a cultura humana, e que improvisam sobre novos fatos; e essa outra ideia, muito brilhante à primeira vista, é fraca e oca quando dela nos aproximamos. Eu a reconheci nesses tolos pedagogos dos quais os professores não sabem se livrar, porque dizem, entre outras coisas que têm grandes possibilidades de serem também tolas, que a originalidade da criança é mais preciosa que qualquer outra coisa, e que é necessário que evitemos ditar-lhe pensamentos, mas, pelo contrário, deixá-la sonhar diante de uma página em branco, de modo que o que ela escrever seja espontâneo e próprio, e não do mestre. Ora, o que escrever deixada assim entregue a si mesma, será justamente o lugar-comum, como este escolar que, devendo descrever uma torre antiga, não esqueceu “as pedras enegrecidas pelo tempo”, apesar do fato de que poderia ver de um relance que a torre em questão era sensivelmente mais clara de cor que as construções que a cercavam; e isso mostra que nossas observações são sempre feitas através das ideias que temos, ou, por outro lado, que os meios de expressão reinam tiranicamente sobre as opiniões. (...) Daí, volto à minha ideia de que é preciso ajudar a criança, dirigi-la, conduzi-la, e de que é por esse meio que faremos com que ela emita enfim seu pensamento próprio, coisa rara, coisa preciosa pelo fato de que valerá para todos, assim como um verso de Homero. (...) Veremos nascer então a observação nova, a expressão matizada de um sentimento, as primeiras marcas de estilo, enfim. E quanto mais tivermos auxiliado, mais inventará. A arte de aprender se reduz, portanto, a imitar por muito tempo e copiar por muito tempo, como qualquer músico sabe, e qualquer pintor. E a escrita apresenta esta importante verdade àqueles que sabem ver, porque a escrita das pessoas mal instruídas são semelhantes, e as diferenças, quando existem, são efeito de extravagância ou de acidente. Por outro lado, a escrita do homem culto lhe é própria, apesar de ser mais submetida ao modelo comum.” (pp. 133-4)
Opção B - Explicite com suas palavras a crítica que Azanha faz à pesquisa participante (pp. 91-96 de Uma Ideia de Pesquisa Educacional), e comente-as a partir das observações de Hanson sobre o par conceitual “observação/interpretação” e/ou das reflexões filosóficas de Wittgenstein sobre as condições de sentido de um enunciado empírico. 
3- (4,0 ptos) Com base no texto de Azanha, Cultura escolar brasileira - Um programa de pesquisas, no qual o autor propõe um "esforço preliminar de adentramento da cultura própria que [a instituição escolar] historicamente desenvolveu" (pp. 67-8), esboce um projeto que possa se inserir em uma das grandes três áreas de pesquisa sugeridas pelo autor:
1.A função cultural da escola em face da diversidade cultural da clientela;
2. Relações entre saber teórico e saber escolar;
3. Vida escolar, política e reformas educacionais.
Uma vez escolhida uma destas três áreas, delimite um problema a ser investigado, formule sua hipótese e apresente seus principais referenciais teóricos, justificando suas escolhas.
Bom trabalho!
* Émile Chartier (Alain). Reflexões sobre a educação. São Paulo, Saraiva, 1972. O texto integral do capítulo LIV também segue em anexo.

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