Prévia do material em texto
Resumo da Unidade de Estudo A Antropologia em uso Objetivos: Compreender a importância do campo para a pesquisa antropológica e a sistematização dos conceitos sobre o homem; Fundamentar o olhar sobre o concreto visando reformular conceitos abstratos derivados da especulação sobre a realidade de vivência do homem e sua cultura; Entender os procedimentos, metodologia e postura na relação com o outro e seu ambiente cultural; Enfatizar a natureza da investigação antropológica e a nova perspectiva que o campo promove para a alteridade e o acolhimento das diferentes culturas. Resumo da unidade: Nesse capítulo, os autores fazem um convite à compreensão e à aplicação dos conheci- mentos sobre o desenvolvimento da Antropologia. Evolução esta que a tornou um impor- tante instrumento de análise sobre o Homem na sua realidade social. Segundo os autores, a pesquisa de campo deu sustentação a Antropologia para compor as mais diversas for- mas de representação do homem no seu dia a dia. Essa evolução é creditada à Bronislaw Malinowski através da sua pesquisa e obra “Argonautas do Pacífico Ocidental”, publicada no início do século XIX. A partir dele, o trabalho de campo consolidou-se como prática antropológica, equiparando-se aos trabalhos realizados nos laboratórios das ciências nat- urais. Antes de Malinowski os indivíduos e seus costumes eram vistos como algo exótico, após ele o antropólogo observa e registrar os costumes como elementos constitutivos de uma dada realidade social e cultural. A partir disso, o trabalho de campo, constituído pelo en- contro do pesquisador com o objeto de pesquisa, e o confronto do antropólogo com as teorias antropológicas possibilitaram testar os conceitos, teorias e modelos de interpre- tação da Antropologia. Ademais, os autores complementam que o trabalho do antropólogo é um encontro deste com o “outro”, na tentativa de traduzi-lo. Para isso, o pesquisador registra sua observação em um diário de campo que, posteriormente, será confrontado com sua própria cultura. Dessa comparação emerge os elementos da organização social, até então camuflados. Por isso, o trabalho de campo representa um elemento importantíssimo na composição da Antropologia como disciplina e status de ciência. Conforme os autores, o trabalho do antropólogo edifica-se à medida que absorve a real- idade social. Sendo assim, o olhar, o ouvir e o escrever são ferramentas indispensáveis nesse processo. Em suma, o olhar apurado do pesquisador confrontado com o referen- cial teórico possibilita-o observar a realidade social, até certo ponto, isento de um olhar ingênuo. Por fim, o autor Pedro Fernandes de Queiroz relata uma experiência em campo na co- munidade dos Negros do Riacho, iniciada na graduação do curso de Ciências Sociais na Universidade Estadual do Rio Grande do Norte (UERN) e, posteriormente, ampliada no mestrado em Sociologia pela Universidade Federal da Paraíba (UFPB). Essa pesquisa nasceu tanto da exigência do curso de um relatório de pesquisa quanto de uma inqui- etação do estudante, a saber: “como homens brancos julgam-se superiores aos home- ns não-brancos?”. Para isso, ele foi a campo e por observações, conversas, entrevistas, pesquisa no acervo local conseguiu construir o material necessário para sua pesquisa. Além disso, relata as dificuldades do pesquisador na coleta de dados. Guia de estudo: A: A partir da leitura do capítulo, estruture uma compreensão sobre o trabalho de campo e, como esse, pode servir para ampliar a teoria antropológica ou negá-la. B: Com base no estudo dessa unidade, elenque uma compreensão clara sobre a reinvenção da Antropologia a partir do encontro do antropólogo com as teorias antropológicas. C: Conforme apontado nesse capítulo, apresente como a posição social e os conhecimentos teóricos podem afetar o olhar, o ouvir e o escrever no trabalho do antropólogo.