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RESUMO PARA NP2 DE História do PENSAMENTO FILOSÓFICO

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(
História 
do 
PENSAMENTO FILOSÓFICO
Linha do tempo
 e Resumo
)
“A filosofia surge quando alguns gregos, admirados e espantados com a realidade, insatisfeitos com as explicações que a tradição lhes dera, começaram a fazer perguntas e buscar respostas para elas”. (CHAUÍ, 2003). Ficaram então, como legados da filosofia grega para o ocidente europeu, a aspiração ao conhecimento verdadeiro, à busca por explicações racionais para o existente e o uso do pensamento crítico.
A Filosofia nasce do esforço de cada homem que se ocupa em pensar a razão para a própria vida. Ao se deparar com esta tarefa, ao pensar o que é a missão da Filosofia em nosso tempo, descobrimos que não podemos deixar de dialogar com o produto filosófico criado nos últimos dois mil e quinhentos anos. Ele é a matéria prima que temos para trabalhar. 
A Filosofia tem como missão o esclarecimento da situação existencial do homem, a reflexão sobre seu modo de ser, a fim de proporcionar novas bases para o seu viver.
Há muitos modos de comparar a jornada histórica da razão, mas basta esta, — A missão da Filosofia reconhece que cada pensador trabalha com elementos que herda.
	Filósofo
	Teorias, Crenças e Correntes filosóficas
	Pressupostos, Princípios e 
Teoria do Conhecimento
	Tales de Mileto
	c. 624 - c. 546 a.C.
Pré-Socrático,
Teoria do "arché"
	Considerado o primeiro filósofo ocidental e focado em explicar o mundo através de princípios naturais; 
Contribuições para a cosmologia e a ciência natural.
precursor da filosofia da physis (ou natureza) por sua proposição da teoria da Arché, que significa "princípio" ou "origem". 
A teoria da Arché postulava a existência de uma substância fundamental e primordial que é a fonte de todas as coisas no universo. (o princípio de tudo)
Tales propôs que essa Arché, ou princípio originário único, era a água. 
Essa proposta de Tales é historicamente significativa porque marca uma mudança de paradigma do pensamento mitológico para uma abordagem racional e sistemática para compreender a natureza do universo. Ao identificar a água como a Arché, Tales lançou as bases para a investigação racional e científica do mundo natural, inaugurando assim a tradição da filosofia natural ou cosmologia na Grécia antiga. 
	Heráclito de Éfeso
 
	c. 535 - c. 475
Pré-Socrático
Doutrina do "fluxo perpétuo", onde tudo está em constante mudança.
Doutrina da Mudança Perpétua (Panta rei): Heráclito afirmava que tudo está em constante mudança e que nada permanece o mesmo.
	Explorou a mudança e a fluidez como fundamentais para a compreensão do mundo.
Para Heráclito, tudo aquilo que vemos nunca mais será igual ao que era no momento anterior e que, no instante seguinte, já não será mais o que foi antes. Com isso, ele afirmou que as coisas se transformam permanentemente e que, quando se quer fixar algo e revelar sua essência, já não se trata mais da mesma coisa, pois tudo parte da realidade que flui. É de autoria dele a frase: “Nunca nos banhamos duas vezes no mesmo rio”. 
Assim, não existe um ser estático, mas sim dinâmico, que pode ser capturado num determinado momento para que se diga como era naquele instante. Sendo assim, a essência dessa reflexão filosófica consiste em determinar que nada existe, já que tudo existe num instante e no momento seguinte deixa de existir, porque já sofreu um processo de transformação. 
	Parmênides de Eléia 
	
	c. 515 - c. 450 a.C
Pré-Socrático 
Teoria do Ser, onde afirma que o Ser é imutável, eterno e único, e que o movimento e a mudança são ilusórios.
	Para Parmênides, o ser é uno, imóvel, eterno, imutável. Desse modo, o devir, a mudança, seria ilusão e simples aparência; o movimento é, assim, engano dos nossos sentidos 
Criticou o conceito de mudança e fluidez de Heráclito. Defendeu a ideia de que a realidade é imutável e que o movimento e a mudança são ilusórios.
O pensamento de Parmênides pode ser melhor compreendido por meio da sua inquietação diante da solução proposta por Heráclito de que todas as coisas são e não são ao mesmo tempo, uma vez que permanecem em constante mutação. Ele acreditava ser isso impossível, porque uma coisa é ou não é. 
Afirmava que as coisas possuem um ser e este ser é. Com essa reflexão, Parmênides chegou ao princípio lógico que os filósofos atuais denominam de “princípio da identidade”. Por meio dele, é possível afirmar que o ser é único. Pode-se afirmar ainda que o ser é eterno, pois se ele tivesse um princípio, antes dele, haveria o não ser, o que não é possível, porque o não ser inexiste. Caso existisse, ele também seria um ser, o que, por si só, seria um erro, já que apenas o ser pode existir. 
	Sócrates
	
	c. 469 - 399 a.C.
Sofística
Filosofia moral; método socrático (ironia e maiêutica)
Sócrates usava a ironia socrática e a maiêutica para estimular seus alunos a descobrir a verdade por meio de perguntas e diálogo.
	Sócrates foi considerado um dos maiores sábios da humanidade. Nada deixou escrito. Suas ideias foram divulgadas por dois de seus discípulos, Xenofonte e Platão.
Sócrates enfatizou a importância da autoconsciência e do questionamento constante para alcançar a verdade e a virtude. 
Inaugurou o período clássico da filosofia grega, também chamado de período antropológico. 
O problema do conhecimento passou a ser então uma questão central na filosofia socrática, pois "a briga" de Sócrates com os sofistas tinha por objetivo resgatar o amor pela sabedoria e a valorização pela busca da verdade.
· Sócrates inaugurou seu método fundamentando-se nos princípios da ironia e o da maiêutica, que se constituem como caminhos para conhecer a verdade a partir do autoconhecimento (conhecer-te a ti mesmo). 
Seu método maiêutico buscava extrair conhecimento do interlocutor através do diálogo.
O ponto de partida da filosofia socrática reside no fato de que o primeiro passo em direção à verdade é o reconhecimento da própria ignorância.
o conhecimento de Sócrates não é livresco, mas sim vivo e em processo de se fazer; o conteúdo é a experiência cotidiana. À Filosofia cabe o papel dogmático.
Sócrates foi acusado de corromper a juventude e de não acreditar nos deuses da cidade.
	Platão
	c. 428/427 - c. 348/347 a.C
Idealismo 
Teoria das Ideias; dualismo corpo-mente
Teoria das Formas (ou Ideias) e Alegoria da Caverna: Platão argumentava que além do mundo sensível, existe um mundo das formas ou ideias perfeitas e eternas, das quais as coisas no mundo sensível são apenas cópias imperfeitas.
	o mundo sensível era uma cópia imperfeita do mundo das ideias. As coisas no mundo sensível são apenas reflexos ou sombras das formas perfeitas que existem no mundo das ideias. 
· O mundo sensível seria composto por coisas físicas e materiais que podemos ver, ouvir, tocar, cheirar e saborear é o mundo em que vivemos.
· Mundo das Ideias: É um reino transcendente e imaterial. Nele, existem formas perfeitas e imutáveis de todas as coisas que percebemos no mundo sensível. 
Ele também defendia um dualismo entre o mundo material e o mundo das formas ou ideias.
A Alegoria da Caverna: 
Platão representa a realidade como uma caverna escura, onde prisioneiros estão acorrentados desde a infância, de costas para a entrada. Eles só podem ver as sombras das formas projetadas na parede à sua frente, criadas pela luz que entra através de uma fogueira situada atrás deles. Essas sombras são sua única percepção da realidade.
· as sombras não são reais. São apenas uma representação distorcida e limitada da realidade.
A concepção de conhecimento presente na Alegoria da Caverna é a ideia de que o conhecimento genuíno não pode ser obtido apenas através dos sentidos ou da percepção sensorial. 
A verdadeira compreensão requer um processo de educação e reflexão que transcenda as aparências superficiais e as opiniões comuns. 
O prisioneiro só alcança o verdadeiro conhecimento quando é capaz de ver as coisas como elas realmente são, além das sombras ilusórias na caverna, e reconhecer a existência do mundo das formas ideais.
O Banquete:
Platão foi o autor do diálogo filosófico intitulado “O banquete”, que abordauma conversação acerca do amor (Eros), que teve como participantes Apolodoro, Fedro, Agatão, Sócrates e outros. Nesse diálogo, aparece a famosa concepção do amor exposto por Sócrates, que por sua vez, narra o que lhe falou a sacerdotisa Diotima.
Ele via o processo de conhecimento como uma jornada de ascensão do mundo sensível para o mundo das ideias, onde a verdadeira realidade reside. 
	Aristóteles
	384 - 322 a.C.
Desenvolveu uma vasta gama de disciplinas, incluindo lógica, metafísica, ética, política, física e biologia.
Teoria da Causalidade e Lógica Aristotélica:
Aristóteles desenvolveu uma teoria complexa de causas e uma lógica formal que influenciou profundamente o pensamento ocidental.
	Discípulo de Platão, rompe com os ensinamentos do mestre após a sua morte e desenvolve o seu próprio sistema, rejeitando a teoria das ideias e o dualismo platônico.
Como alternativa propõe, em sua Metafísica, uma concepção de real que parte da substância individual, composta de matéria e forma (indissociáveis)
A matéria é o que os torna diferentes uns dos outros, enquanto a forma é como essa matéria é organizada em cada indivíduo 
A visão aristotélica supõe que tudo na realidade possui uma finalidade. A natureza apresenta uma regularidade, uma ordem, e isso não pode ser obra do acaso: deve existir um propósito.
A mesma estratégia argumentativa é usada na noção de causa e do problema da causalidade ao introduzir sua Teoria das Quatro Causas 
1. Causa formal. Trata-se da forma ou modelo que faz com que a coisa seja o que é
2. Causa material. É o elemento constituinte da coisa, a matéria de que é feita. 
3. Causa eficiente. Consiste na fonte primária da mudança, o agente da transformação da coisa. 
4. Causa final. Trata-se do objetivo, propósito, finalidade da coisa. 
a teoria aristotélica sobre o conhecimento destaca a interação entre a experiência sensorial, a razão e a intuição na formação do entendimento humano
Aristóteles defende que o conhecimento verdadeiro é adquirido por meio da observação empírica e da investigação científica do mundo físico. 
	Santo Agostinho
	354 - 430 d.C.
Patrística 
Teoria da Iluminação onde o conhecimento é obtido por meio da graça divina.
	Foi influenciado pela filosofia de Platão, especialmente em relação à questão da alma e do bem.
Ofereceu uma visão integradora da fé e da razão.
Ele acreditava que a filosofia pode servir como um caminho que prepara o terreno para a aceitação da fé, mas é a fé que verdadeiramente ilumina e transforma a alma
Foi um dos principais pensadores da Patrística, período em que os pais da Igreja buscavam conciliar a fé cristã com a filosofia grega.
Agostinho, bispo de Hipona, viveu na Alta Idade Média, momento em que havia grande influência dos padres da Igreja, integrando o movimento denominado de Patrística.
· Neste período, buscar a aliança entre razão e fé significava reconhecer a razão como uma auxiliar da fé, útil somente para justificá-la, sendo assim, a filosofia subordinada à religião.
Agostinho retomou a filosofia platônica da dicotomia entre o mundo sensível e o mundo das ideias, mas substituiu este último pelas ideias divinas
Criou a teoria da Iluminação, segundo a qual recebemos de Deus o conhecimento das verdades eternas.
Ele também desenvolveu uma teologia baseada na noção de Deus como ser supremo, eterno e amoroso, que criou o mundo e governa sobre todas as coisas.
	São Tomás de Aquino
	1225 - 1274	
Escolástica 
Síntese entre a fé cristã e a razão aristotélica.
Escolástica é o período da filosofia medieval que segue a Patrística.
São Tomás de Aquino é um dos principais filósofos da Escolástica.
	Sintetizou a filosofia aristotélica com a teologia cristã, utilizando a razão para compreender a fé 	
Seu uso da razão para explicar dogmas religiosos foi criticado por alguns teólogos ortodoxos, que acreditavam na primazia da fé sobre a razão.
São Tomás de Aquino se configurou como um dos maiores expoentes da escolástica, ao efetuar uma releitura da filosofia de Aristóteles à luz do cristianismo.
Aristóteles foi o filósofo grego que exerceu maior influência sobre o pensamento de Santo Tomás de Aquino
No período escolástico, foi estabelecida uma aliança entre a razão e a fé, na qual a razão era considerada “serva da teologia”.
Coube a Tomás de Aquino a tarefa de mostrar a solução definitiva para o conflito existente nas relações entre a razão e a fé. 
Para São Tomás a Filosofia e a Teologia são conhecimentos distintos, porque a Filosofia se fundamenta no exercício da razão humana e a Teologia na revelação divina (na fé). 
Apesar de serem independentes, apresentam, por vezes, os objetos de estudo comuns, como a existência de Deus, a essência da alma, entre outros. Por esse motivo, a distinção entre essas ciências tem origem mais do objeto formal, pois a teologia estuda o dogma pelo método da autoridade ou da revelação, e a filosofia o analisa pela demonstração científica ou pela razão. Portanto, teologia e filosofia não são ciências contraditórias, pois ambas procuram a verdade, e esta é uma só.
Para Tomás de Aquino, nada está na inteligência que não tenha estado antes nos sentidos, motivo pelo qual não podemos ter de Deus, de pronto, uma noção imediata. 
Com o objetivo de provar sua existência, Tomás procede a posteriori, ou seja, não da ideia de Deus, mas sim dos efeitos por Ele proporcionados. Dessa forma, ele utiliza o mundo sensível, cuja existência é dada pelos sentidos como ponto de partida, bem como a metafísica de Aristóteles, para demonstrar a existência de Deus
	Descartes
	1596 - 1650
Racionalismo
Cogito ergo sum
Dualismo cartesiano, que separa o mundo físico (corpo) do mundo mental (mente ou alma).
	Descartes é conhecido por sua famosa frase "Penso, logo existo", que expressa a certeza do próprio pensamento como ponto de partida irrefutável para a busca do conhecimento. Ele também defendia um dualismo entre mente (res cogitans) e matéria (res extensa). 
Ele argumentou que, mesmo que duvidemos de tudo, inclusive da existência do mundo material e da própria natureza da realidade, não podemos duvidar do fato de que estamos pensando. O ato de pensar, segundo Descartes, é indubitável e é uma experiência direta da consciência.
Ênfase na dúvida metódica visando ao conhecimento indubitável.
Seu dualismo mente-corpo e sua ênfase no raciocínio dedutivo foram criticados por filósofos empiristas como Locke, que enfatizavam a experiência sensorial como fonte primária de conhecimento.
“Cogito" é uma palavra latina que significa "eu penso". Essa famosa expressão faz parte de uma de suas proposições filosóficas mais conhecidas: "Cogito, ergo sum", que traduzido para o português significa "Eu penso, logo existo".
	Locke
	1632 - 1704
Defensor do empirismo; teoria da tabula rasa
	Locke acreditava que a mente humana é uma "tábula rasa" no nascimento, ou seja, uma folha em branco, e que todo o conhecimento vem da experiência sensorial.
Locke é empirista e critica a teoria das ideias inatas de Descartes. Dessa forma, para Locke o conhecimento só começa após a experiência sensível e, portanto, não existem ideias inatas.
	Kant
	1724 - 1804
Criticismo 
Crítica da Razão Pura; ética deontológica
	não são os sujeitos que se conformam aos objetos, mas sim os objetos que se conformam às faculdades do sujeito. 
Para ele, o conhecimento é constituído de forma e matéria. A forma do conhecimento é dada pela razão, que é uma estrutura a priori, isto é, anterior à experiência e independente dela. Já os seus conteúdos são empíricos, ou seja, a matéria do conhecimento depende da experiência que temos com os objetos. 
Dessa forma, enquanto os racionalistas privilegiam a razão no processo de conhecimento e os empiristas, a experiência sensível, Kant realiza uma espécie de síntese entre as duas concepções. Para ele, o conteúdo do conhecimento vem de fora, isto é, do mundo exterior, mas esse conteúdo adapta-se à nossa forma de conhecer, isto é, à nossa estrutura racional interior.
Ele também criticou a metafísica tradicional e os limites da razão pura.
Kantintroduziu a distinção entre conhecimento a priori e a posteriori em sua filosofia. Segundo ele, o conhecimento a priori é independente da experiência sensorial e é baseado em estruturas cognitivas inatas da mente humana, enquanto o conhecimento a posteriori é adquirido através da experiência empírica.
Na teoria kantiana, o conhecimento a priori está relacionado com as categorias do entendimento, que são princípios fundamentais que organizam e estruturam nossa experiência. Essas categorias são aplicadas aos dados sensoriais para formar o conhecimento. 
Kant argumenta que o conhecimento a priori não acrescenta nada aos objetos além do que é fornecido pelo sujeito pensante. Ou seja, as categorias do entendimento moldam a maneira como percebemos e compreendemos os objetos, mas não adicionam características aos objetos que não derivem das estruturas cognitivas do sujeito.
	Hegel
	1770 - 1831
Dialética hegeliana; idealismo objetivo
	Hegel desenvolveu uma abordagem dialética da história e da filosofia, argumentando que o progresso humano ocorre por meio de contradições e sínteses sucessivas. Ele também defendia um idealismo que via a realidade como um processo dialético de autodesenvolvimento.
Hegel, prosseguindo na árdua tarefa de unificar o dualismo de Kant, substituiu o eu de Fichte e o absoluto de Schelling por outra entidade: a ideia. A ideia, para Hegel, deve ser submetida necessariamente a um processo de evolução dialética, regido pela marcha triádica da tese, da antítese e da síntese.
A dialética, noção defendida por Hegel, caracteriza-se: pela oposição entre a afirmação e a negação, produzindo uma superação.
Segundo Hegel, a dialética opera em três estágios: a tese (uma ideia ou estado de coisas), a antítese (uma oposição ou contradição à tese) e a síntese (uma resolução ou reconciliação das contradições). Esse processo dialético ocorre em esferas como história, sociedade, natureza e pensamento filosófico.
	Husserl
	1859 - 1938
Fenomenologia; redução fenomenológica
	Husserl propôs a fenomenologia como um método para investigar a estrutura da consciência e a experiência subjetiva. Sua redução fenomenológica busca suspender os preconceitos e pressupostos para alcançar uma compreensão direta da realidade tal como é experimentada.
	Heidegger
	1889 - 1976
Fenomenologia 
Ser-no-mundo (Dasein); hermenêutica existencial
	A filosofia de Heidegger, sobretudo a partir de Ser e tempo (Sein und Zeit, 1927), se propõe a uma revisão da tradição metafísica ocidental, que considera dominada pelo racionalismo e pela centralidade da questão do conhecimento, ao passo que a questão do ser, a ontologia, que deveria ser mais fundamental, tornou-se secundária. 
É este o sentido básico da tese heideggeriana do “esquecimento do ser” na filosofia ocidental. Sua filosofia visa recuperar a centralidade do ser, de sua manifestação mais fundamental, cujo ponto de partida localiza no pensamento dos pré-socráticos, reinterpretando nessa direção os fragmentos sobretudo de Parmênides e Heráclito. Na fase final de sua obra, Heidegger vê na poesia a linguagem que mais se aproxima 
desse encontro com o ser, valorizando o sentido filosófico da obra de poetas como, por exemplo, Hölderlin. Daí a sua afirmação de que “a linguagem é a morada do ser.”
Propõe uma revisão radical da tradição filosófica ocidental, particularmente da metafísica. Ele critica a tradição filosófica anterior, que ele vê como dominada pelo racionalismo e pela preocupação excessiva com questões epistemológicas, como o conhecimento objetivo e a validade lógica. Heidegger argumenta que essa ênfase no conhecimento obscureceu questões mais fundamentais relacionadas ao ser e à existência.
Deslocamento da centralidade da questão do conhecimento: Heidegger acredita que a tradição filosófica ocidental deslocou erroneamente a questão do ser para um plano secundário em relação à questão do conhecimento. Ele argumenta que a ontologia (investigação do ser) deveria ser a base sobre a qual toda a filosofia é construída, pois é através da compreensão do ser que podemos entender o significado e o propósito de nossa existência.
Heidegger enfatiza a importância da questão do ser (ontologia), que ele considera mais fundamental do que a questão do conhecimento. Em vez de se concentrar nas questões tradicionais da epistemologia, como "O que podemos conhecer?" ou "Como podemos conhecer?", Heidegger busca investigar o significado do ser, ou seja, o que significa existir, ser-no-mundo e ser-com-os-outros. Ele argumenta que a compreensão do ser é essencial para uma compreensão mais profunda da existência humana e do mundo.
O SURGIMENTO DA FILOSOFIA
Como surge a Filosofia? Ela surge repentinamente ou de modo lento e gradativo? Como ocorre a transição do pensamento mítico para o pensamento filosófico? Essa transição foi um processo lento e gradativo e não significou o desaparecimento das concepções míticas. Segundo Jean Pierre Vernant, em As origens do pensamento grego, esse pensamento racional denominado de Filosofia foi propiciado pelas formas de organização social, política e econômica da cidade-estado, assim, pode-se afirmar que a filosofia é filha da polis grega.
A PASSAGEM DO PENSAMENTO MÍTICO PARA O PENSAMENTO FILOSÓFICO-CIENTÍFICO
O pensamento mítico consiste em uma forma pela qual um povo explica aspectos essenciais da realidade em que vive: a origem do mundo, 
O funcionamento da natureza e dos processos naturais e as origens deste povo, bem como seus valores básicos. 
O mito caracteriza-se sobretudo pelo modo como estas explicações são dadas, ou seja, pelo tipo de discurso que constitui. O próprio termo grego mythos (μυθoσ) significa um tipo bastante especial de discurso, o discurso ficcional ou imaginário, sendo por vezes até mesmo sinônimo de “mentira”. 
· As lendas e narrativas míticas não são produto de um autor ou autores, mas parte da tradição cultural e folclórica de um povo. 
· Por ser parte de uma tradição cultural, o mito configura assim a própria visão de mundo dos indivíduos, a sua maneira mesmo de vivenciar esta realidade. Nesse sentido, o pensamento mítico pressupõe a adesão, a aceitação dos indivíduos, na medida em que constitui as formas de sua experiência do real. 
· Um dos elementos centrais do pensamento mítico e de sua forma de explicar a realidade é o apelo ao sobrenatural, ao mistério, ao sagrado, à magia. As causas dos fenômenos naturais, aquilo que acontece aos homens, tudo é governado por uma realidade exterior ao mundo humano e natural, superior, misteriosa, divina, a qual só os sacerdotes, os magos, os iniciados, são capazes de interpretar, ainda que apenas parcialmente. São os deuses, os espíritos, o destino que governam a natureza, o homem, a própria sociedade. . 
O pensamento filosófico-científico representa assim uma ruptura bastante radical com o pensamento mítico, enquanto forma de explicar a realidade. 
Entretanto, se o pensamento filosófico-científico surge por volta do séc.VI a.C., essa ruptura com o pensamento mítico não se dá de forma completa e imediata. Ou seja, o surgimento desse novo tipo de explicação não significa o desaparecimento por completo do mito, do qual aliás sobrevivem muitos elementos mesmo em nossa sociedade contemporânea, em nossas crenças, superstições, fantasias etc., isto é, em nosso imaginário. O mito sobrevive ainda que vá progressivamente mudando de função, passando a ser antes parte da tradição cultural do povo grego do que a forma básica de explicação da realidade. Contudo, sua influência permanece, mesmo em escolas de pensamento filosófico como o pitagorismo e na obra de Platão. É nesse sentido que devemos entender a permanência da referência aos deuses nos filósofos gregos daquele período. 
É claro que essa mudança de papel do pensamento mítico, bem como a perda de seu poder explicativo, resultam de um longo período de transição e de transformação da própria sociedade grega, que tornam possível o surgimento do pensamento filosófico-científico no séc. VI a.C. 
· A partir da invasão da Grécia pelas tribosdóricas vindas provavelmente da Ásia central em torno de 900 a 750 a.C., começam a surgir as cidades-Estado, nas quais haverá uma participação política mais ativa dos cidadãos, e uma progressiva secularização da sociedade. A religião vai tendo seu papel reduzido, paralelamente ao surgimento de uma nova ordem econômica baseada agora em atividades comerciais e mercantis. 
· O pensamento mítico, com seu apelo ao sobrenatural e aos mistérios, vai assim deixando de satisfazer às necessidades da nova organização social, mais preocupada com a realidade concreta, com a atividade política mais intensa e com as trocas comerciais. É nesse contexto que o pensamento filosófico-científico encontrará as condições favoráveis para o seu nascimento.
· É Aristóteles, como dissemos acima, que afirma ser Tales de Mileto, no séc. VI a.C., o iniciador do pensamento filosófico-científico. Podemos considerar que este pensamento nasce basicamente de uma insatisfação com o tipo de explicação do real que encontramos no pensamento mítico. 
OS PRÉ-SOCRÁTICOS 
Os primeiros filósofos da Grécia antiga, que viveram por volta do século VI a.C. Eles buscavam explicar a natureza e o mundo ao seu redor sem recorrer a divindades ou forças sobrenaturais, diferenciando-se assim da tradição mítica. Seu pensamento era naturalista, focado em entender a natureza com base em causas puramente naturais.
Parmênides e Heráclito foram dois importantes pré-socráticos. Eles representam correntes de pensamento rivais na filosofia grega. Parmênides defendia uma visão monista, onde o Ser é a realidade única subjacente à diversidade das coisas, criticando a ideia de movimento como apenas uma ilusão. Já Heráclito partia do movimento como fundamental para entender o real, vendo o conflito entre opostos como a causa desse movimento. Ele também enfatizava o conceito de logos, que indicava a racionalidade do real.
As obras desses filósofos se perderam, e o que conhecemos de seus pensamentos são apenas fragmentos e citações em obras de filósofos posteriores como Platão e Aristóteles. Essa falta de material original torna a interpretação de sua filosofia bastante desafiadora.
COSMOGONIA X COSMOLOGIA
Uma cosmogonia é uma explicação mitológica a respeito da origem das coisas, distinta, portanto, da cosmologia, que pode ser entendida como uma investigação racional a respeito do cosmos (a totalidade das coisas). 
Apesar das inúmeras diferenças que separam as duas formas de discurso a respeito da totalidade das coisas, tanto a cosmogonia como a cosmologia possuem algo em comum: buscam explicar a totalidade das coisas (cosmos)
CRITICISMO 
O criticismo articulou-se em torno a três questões: 
o que posso conhecer?
o que devo fazer? e 
o que me é lícito esperar? 
Para que estas três questões permitissem um avanço da razão, elas foram reunidas em uma quarta: 
o que é o homem? 
E essa a questão que Heidegger (1889-1976), no século que termina, retoma por um outro caminho" (STEIN, 1997, p.105). Entre Kant e Heidegger existe a contribuição de Husserl (1859-1938), a ele coube deixar a compreensão mais subjetiva da representação do real, própria do kantismo, para realçar o aspecto objetivo, "na ida intencional As coisas mesmas" (REALE, 1999, p.14). Husserl nos ensinou que a experiência do mundo natural, pela qual podemos estudar as causas e submetê-las a leis, guarda um sentido originário de vivência direta. Esta nova realidade é a base da experiência cultural, descoberta como uma ampliação da experiência natural. Como nos explicou Reale (1994, p.16):
desde Husserl, se distingue melhor a experiência natural da experiência ética, desenvolvendo-se a primeira segundo relações de causalidade, enquanto a segunda depende de causa motivacional, a qual reflete a intencionalidade da consciência. em razão de motivos que podemos tratar da experiência ética, que abrange o social.
ATITUDE FILOSÓFICA INDAGA: O que é? Como é? Por que é?, São perguntas sobre a essência, a significação ou a estrutura e a origem de todas as coisas. É uma forma consciente e crítica de compreender o mundo e a realidade, por meio do uso da reflexão.
REFLEXÃO FILOSÓFICA INDAGA: Por quê?, O quê?, Para quê?, dirigindo-se ao pensamento, aos seres humanos no ato da reflexão. São perguntas sobre a capacidade e a finalidade humanas para conhecer e agir. 
OS SOFISTAS: A necessidade de explicar o próprio ponto de vista estimulou os gregos a se prepararem para defender as próprias ideias. 
Para isso, contrataram mestres (sofisté), que ensinavam a defesa das opiniões, geralmente de forma brilhante, mas sem qualquer comprometimento com a verdade. Por esse motivo, os sofistas perderam prestígio social, e sofisma passou a designar a argumentação apenas aparentemente correta. 
A razão é que os Sofistas falavam sobre tudo, sem a preocupação de explicar com clareza e objetividade o que diziam. Eles valorizavam mais a retórica e a persuasão do que a busca pela verdade absoluta.
Apesar da importante contribuição dos sofistas, em formar para atuação democrática, eles também receberam críticas de Sócrates, Platão e Aristóteles. Essas críticas eram feitas pelo fato dos sofistas cobrarem para ensinar e, também, por defenderem certo relativismo e não se preocuparem com a busca da verdade, como fazia Sócrates.
MITO - A leitura apressada do mito nos leva a compreendê-lo como uma maneira fantasiosa de explicar a realidade, quando esta ainda não foi justificada pela razão. Sob esse enfoque, os mitos seriam lendas, fábulas, crendices e, portanto, um tipo inferior de conhecimento, a ser superado por explicações mais racionais. Tanto é que, na linguagem comum, costuma-se identificar o mito à mentira. 
A CONSCIÊNCIA MÍTICA E AS FUNÇÕES DO MITO
1. Como processo de compreensão da realidade, o mito não é lenda, pura fantasia, mas verdade. Quando pensamos em verdade, é comum nos referirmos à coerência lógica, garantida pelo rigor da argumentação e pela apresentação de provas. A verdade do mito, porém, resulta de uma intuição compreensiva da realidade, cujas raízes se fundam na emoção e na afetividade. 
2. Nesse sentido, antes de interpretar o mundo de maneira argumentativa, o mito expressa o que desejamos ou tememos, como somos atraídos pelas coisas ou como delas nos afastamos. 
Não se trata, porém, de qualquer intuição. Para melhor circunscrever o conceito de mito, precisamos de outro componente - o mistério - , pois ele sempre é um enigma a ser decifrado e como tal representa nosso espanto diante do mundo. O mistério é algo que não podemos compreender, por ser inacessível à razão e depender da fé. Um problema é algo que ainda não compreendemos, mas cuja resposta nos esforçamos para descobrir. 
Segundo alguns intérpretes, o "falar sobre o mundo" simbolizado pelo mito está impregnado do desejo humano de afugentar a insegurança, os temores e a angústia diante do desconhecido, do perigo e da morte. Para tanto, os relatos míticos se sustentam na crença, na fé em forças superiores que protegem ou ameaçam, recompensam ou castigam. 
Epopéias representam fatos e mitos recolhidos por diversos autores, o que se verifica pela diversidade de estilos dos dois poemas e pelas passagens indicativas de períodos históricos diferentes. 
Na vida dos gregos, as epopeias desempenharam um papel pedagógico significativo. Descreviam a história grega - o período da civilização micênica- e transmitiam os valores culturais mediante o relato das realizações dos deuses e dos antepassados. Por expressarem uma concepção de vida, desde cedo as crianças decoravam passagens desses poemas. 
As ações heroicas relatadas nas epopeias mostram a constante intervenção dos deuses, ora para auxiliar o protegido, ora para perseguir o inimigo. O indivíduo é presa do Destino, que é fixo, imutável. Assim diz o troiano Heitor: 
Nenhum homem me fará descer à casa de Hades contrariando o meu destino. Nenhum homem, afirmo, jamais escapou de seu destino, seja covarde ou bravo, depois de haver nascido. 
04/04/2024	História doPensamento Filosófico - resumo valdirene Oliveira	1

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