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Aposentadoria e Previdência Previdência Complementar para Servidores Públicos Estaduais e Municipais Enap, 2022 Fundação Escola Nacional de Administração Pública Diretoria de Desenvolvimento Profissional SAIS - Área 2-A - 70610-900 — Brasília, DF Fundação Escola Nacional de Administração Pública Diretoria de Desenvolvimento Profissional Conteudista/s Delúbio Gomes Pereira da Silva (Conteudista, 2022). Elaine Cristina Cavalcanti Sales (Conteudista, 2022). Lilian Alves de Almeida (Conteudista, 2022). Márcia Paim Romera (Conteudista, 2022). Mauricio Dias Leister (Conteudista, 2022). Rafael Alves do Nascimento Azevedo Roda (Conteudista, 2022). Curso desenvolvido no âmbito da Diretoria de Desenvolvimento Profissional – DDPRO 3Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública Sumário Módulo 1 – Contextualização do Sistema de Previdência do Brasil Unidade 1 – Pilares e Regimes de Previdência no Brasil .....................................6 1.1 Pilares da Previdência Social ..................................................................................... 6 1.2 Regime Geral de Previdência Social: principais aspectos. ..................................... 8 1.3 Regime Próprio de Previdência Social: principais aspectos ................................ 12 1.4 Regime de Previdência Complementar: principais aspectos .............................. 13 Unidade 2 – A Previdência Pública Oficial dos Servidores ................................15 2.1. Como um servidor público se aposenta no Brasil? ............................................. 15 2.2 Reforma da Previdência de 2019 e as regras de transição. ................................ 19 2.3. O funcionamento do Regime Próprio de Previdência Social ............................ 22 Unidade 3 – A Previdência Complementar para servidores públicos ..............23 3.1 Características e especificidades do RPC dos servidores públicos .................... 23 3.2 Panorama da Previdência Complementar dos Servidores Públicos .................. 25 3.3 Migrar ou não migrar, eis a questão ...................................................................... 27 Unidade 4 – Combinação de Regimes de Previdência .......................................29 4.1. Como fica a aposentadoria do servidor com e sem o Regime de Previdência Complementar? ............................................................................................................... 29 4.2. Importância da combinação dos regimes. ........................................................... 30 Módulo 2 – Previdência Complementar: Estrutura e Funcionamento Unidade 1 – Características Gerais do Regime de Previdência Complementar (RPC) ........................................................................................................................ 34 1.1 Principais conceitos para compreender a Previdência Complementar ............ 34 1.2 Tipos de Entidades e os principais atores do RPC ................................................ 35 1.3 Os principais normativos do RPC ........................................................................... 37 Unidade 2 – A Governança das Entidades de Previdência Complementar .....40 2.1. Órgãos de Governança ........................................................................................... 40 2.2 Estatuto e Convênio de Adesão .............................................................................. 41 2.3 Fiscalização e Regulação .......................................................................................... 42 2.4. Responsabilização dos gestores ............................................................................ 43 2.5 Transparência e os canais de acompanhamento do participante .................... 45 4Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública Módulo 3 – O Plano de Previdência: Entenda o seu funcionamento Unidade 1 – O Plano de Previdência e suas coberturas ....................................47 1.1 Plano de Contribuição Definida .............................................................................. 47 1.2 Tipos de Contribuição e Custos Administrativos .................................................. 48 1.3 Formas de Renda de Aposentadoria ...................................................................... 51 1.4 Coberturas adicionais .............................................................................................. 52 Unidade 2 – Regulamento do Plano de Previdência ..........................................54 2.1 Regulamento e suas regras principais ................................................................... 54 2.2 Institutos: direitos garantidos aos participantes .................................................. 55 Unidade 3 – Investimentos na Previdência Complementar .............................57 3.1 Como os recursos dos planos são investidos? ..................................................... 57 3.2 Limites e Classes de Investimentos ........................................................................ 57 3.3 Perfis de Investidores e Perfis de Investimentos. ................................................ 60 Unidade 4 – Tributação dos Planos de Benefícios .............................................. 62 4.1 Formas de Tributação: Progressiva e Regressiva ................................................. 62 4.2 Incentivos Fiscais ...................................................................................................... 65 Módulo 4 – A Previdência é sua: Monitorando seu Plano de Benefícios Unidade 1 – Monitorando o Plano de Benefícios ............................................... 66 1.1. Como acompanhar a poupança previdenciária .................................................. 66 1.2. Estratégias para aumentar sua renda de aposentadoria ................................... 68 REFERÊNCIAS .......................................................................................................... 70 5Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública Olá! Desejamos boas-vindas ao curso Previdência Complementar para Servidores Públicos dos Estados e Municípios. Este curso tem o objetivo apresentar os principais aspectos do Regime de Previdência Complementar para auxiliar a decisão dos servidores públicos estaduais e municipais à adesão a este regime. Desejamos um excelente estudo! 6Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública Módulo Contextualização do Sistema de Previdência do Brasil1 Unidade 1 – Pilares e Regimes de Previdência no Brasil Ao final desta unidade, você será capaz de identificar os regimes de previdência existentes e suas principais características. Vídeo 1 – Inaugural do curso 1.1 Pilares da Previdência Social O Sistema de Previdência no Brasil é composto por três regimes: O Regime Geral de Previdência Social (RGPS); o Regime Próprio de Previdência Social (RPPS); e o Regime de Previdência Complementar (RPC). https://youtu.be/5HKLOQL854A 7Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública Organograma Elaboração: SPREV/MTP. Edição: Enap. Os sistemas públicos de previdência têm inscrição obrigatória e são destinados a todos os trabalhadores que exercem atividades remuneradas. Como apresentado na figura acima, há dois regimes públicos: o Regime Geral de Previdência Social (RGPS), que é destinado a todos os trabalhadores do Brasil; e os Regimes Próprios de Previdência Social (RPPS), destinados aos servidores públicos da União, dos estados e Distrito Federal, e dos municípios que realizaram a sua instituição. Nos sistemas públicos, a contribuição é mensal e obrigatória para todos aqueles que exercem atividade remunerada, o que inclui os servidores públicos. No Regime Geral, é possível ainda a adesão de cidadãos que não exerçam trabalho remunerado, mas que podem se filiar à Previdência de maneira facultativa (não- obrigatória) a partir da inscrição formalizada com o pagamento da primeira contribuição sem atraso (segurados facultativos, conforme veremosadiante). Já o sistema de previdência privado é composto pelo Regime de Previdência Complementar (RPC). Como o próprio nome diz, esse regime é complementar ao sistema público de previdência e de contribuição facultativa, com a finalidade de oferecer uma proteção a mais ao trabalhador durante a aposentadoria. 8Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública 1.2 Regime Geral de Previdência Social: principais aspectos. Esse é o Regime a que a maioria dos trabalhadores está vinculado, destinado a pessoas que trabalham no setor privado – ou mesmo no setor público, quando não esteja filiado a regime próprio. É obrigatório (quem exerce atividade remunerada deve estar filiado/a), nacional (as mesmas regras valem em todo o país) e público. Você provavelmente já deve ter escutado falar do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), não é mesmo? Ele é o órgão responsável pela administração do regime geral de previdência social. Muitas pessoas conhecem o regime geral por INSS, por isso utilizaremos a denominação RGPS/INSS. No RGPS/INSS, as contribuições dos trabalhadores em idade ativa (atual geração de trabalhadores) financiam o pagamento dos atuais aposentados, havendo, portanto, solidariedade entre as gerações. Quando os trabalhadores de hoje conquistarem a aposentadoria, novos trabalhadores estarão contribuindo para o pagamento desses benefícios e assim por diante. É o que chamamos de regime de repartição simples, o qual funciona por meio de um pacto entre as diferentes gerações, garantido pela Constituição Federal. Esse método de financiamento é utilizado na maioria dos sistemas previdenciários públicos no mundo. Vale lembrar que os sistemas baseados no regime de repartição simples enfrentarão desafios para seu equilíbrio no futuro, devido ao envelhecimento e à redução da população em idade ativa. Exemplo para que você entenda bem como funciona: Suponha um trabalhador que hoje tenha 35 anos e contribua como trabalhador formal para a previdência social. Na verdade, ele não está contribuindo para a própria aposentadoria diretamente, mas para a do avô que está aposentado, por exemplo. 9Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública Por um lado, suas contribuições são utilizadas para pagar benefícios dos aposentados naquele momento. Por outro lado, quando ele se aposentar, as contribuições dos trabalhadores naquele momento é que vão pagar a aposentadoria dele. Assim, o trabalhador paga contribuição para poder ter o direito de se aposentar no futuro. É importante que você saiba que toda pessoa que contribui para o RGPS é uma pessoa segurada. E são as contribuições mensais que garantem que o segurado possa receber a aposentadoria e outros benefícios temporários (auxílio por incapacidade temporária, salário-maternidade) ou de risco (aposentadoria por incapacidade permanente) e que os dependentes possam receber a pensão por morte, por exemplo. Os segurados da Previdência Social podem ser obrigatórios ou facultativos. Os segurados obrigatórios são aqueles que devem, obrigatoriamente, recolher contribuição para o RGPS. São pessoas físicas que exercem, pelo menos, uma atividade remunerada, com vínculo empregatício ou não. Quem tem carteira assinada, por exemplo, está automaticamente filiado ao RGPS/INSS e é um segurado obrigatório. Os segurados obrigatórios se dividem nas seguintes categorias: empregados, empregados domésticos, trabalhadores avulsos, contribuintes individuais (trabalhadores autônomos, empresários) e segurados especiais (trabalhadores rurais). Por outro lado, os segurados facultativos são aqueles que não exercem atividade remunerada ou não possuem renda direta e fazem a opção, de forma voluntária, de contribuir para a Previdência Social, filiando-se ao RGPS/INSS. Com essa opção, a dona de casa, por exemplo, pode ser uma segurada. Isso vale também para o estudante, o estagiário, o bolsista e o desempregado, por exemplo. Ou seja, todo mundo pode se registrar para receber um benefício do RGPS/INSS, desde que tenha 16 anos ou mais. Para não perder a qualidade de segurado, o cidadão precisa: - Manter sua inscrição junto ao RGPS/INSS; e - Não interromper as contribuições mensais. 10Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública Além disso, o regime público constitui um seguro social com a função de compartilhar o risco de seus participantes. Pense num seguro de carro: todos pagam uma contribuição, e aqueles que têm problemas com o veículo possuem auxílio da seguradora. O seguro social da previdência é parecido: todos pagam contribuição, e aqueles que sofrem infortúnios, como acidentes e doenças que acarretem perda da capacidade para o trabalho, recebem benefícios. No caso de morte, os dependentes recebem o benefício da pensão por morte. Portanto, partindo do princípio de que todos os trabalhadores precisam estar protegidos em caso de perda da capacidade de trabalho, o que pode acontecer em qualquer momento da vida, a Previdência Social funciona também como um seguro que garante a renda do trabalhador e de sua família em casos de doença, acidente, gravidez, reclusão, morte ou idade avançada, por exemplo. O objetivo é trazer segurança para a população. Os principais benefícios oferecidos pelo Regime Geral de Previdência Social aos seus segurados, são: Aposentadoria por Idade É um benefício concedido ao segurado do RGPS/INSS que atingir determinada idade mais avançada. Para os trabalhadores urbanos, a idade de acesso ao benefício é de 65 anos para os homens e 62 anos para as mulheres. Para os trabalhadores rurais, ela é de 60 anos para os homens e 55 anos para as mulheres. Lembre-se: para solicitar o benefício, os trabalhadores urbanos precisam comprovar contribuição de 15 anos, se mulher e de 20 anos, se homem. Os segurados especiais têm de provar, com documentos, 180 meses de atividade rural. Aposentadoria por Incapacidade Permanente (antiga aposentadoria por invalidez) Concedido ao segurado que, por doença ou acidente, for considerado, pela perícia médica federal, incapaz de exercer suas atividades ou outro serviço que lhe garanta o sustento. Aposentadoria Especial Para o trabalhador que exerce suas atividades com exposição a agentes nocivos à saúde, podendo ser agentes físicos, químicos ou biológicos (por período de 15, 20 ou 25 anos). 11Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública Auxílio por incapacidade temporária (antigo auxílio-doença) Benefício concedido ao segurado que é impedido de trabalhar por doença ou acidente por mais de 15 dias consecutivos. Auxílio-acidente Benefício pago ao trabalhador que sofre um acidente e fica com sequelas que reduzem permanentemente sua capacidade de trabalho. Auxílio-reclusão É devido aos dependentes de pessoa segurada recolhida à prisão, durante o período em que estiver presa em regime fechado. A carência de contribuição exigida para fazer jus ao benefício é de 24 meses. Salário Maternidade É devido a pessoa segurada por ocasião do parto, inclusive o natimorto, aborto não criminoso, adoção ou guarda judicial para fins de adoção. Salário-família Valor pago ao empregado de baixa renda, inclusive o doméstico, e ao trabalhador avulso, de acordo com o número de filhos. Filhos maiores de 14 anos não têm direito, exceto se tiverem deficiência (para os quais não há limite de idade). Pensão por morte Benefício pago à família do segurado do RGPS/INSS em decorrência de seu falecimento, observadas as condições de dependência. 12Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública 1.3 Regime Próprio de Previdência Social: principais aspectos O Regime Próprio de Previdência Social (RPPS) é a previdência pública dos servidores, de inscrição obrigatória. O RPPS assegura aos servidores efetivos os benefícios de aposentadoria e pensão por morte. Cada ente público da Federação (União, Distrito Federal, estados e municípios) pode, assim, organizar a previdência de seus servidores. No Brasil, a União, o DistritoFederal, os estados e todas as capitais instituíram regimes próprios, bem como outros cerca de 2.100 municípios. Muitos municípios, entretanto, não o fizeram, de forma que seus servidores são vinculados ao Regime Geral de Previdência Social (RGPS). O RPPS deve ser custeado, obrigatoriamente, pelo respectivo ente federativo (por exemplo, estado ou município) e pelos seus servidores públicos, mediante contribuição previdenciária. Vamos entender um pouco mais sobre os segurados do RPPS? Todo servidor público titular de cargo efetivo de entes públicos que criaram seus RPPS é uma pessoa segurada. Os servidores que ocupam cargos exclusivamente comissionados, os servidores temporários e os empregados públicos regidos pela Consolidação das Leis do Trabalho - CLT são, por previsão constitucional, vinculados ao RGPS, cujos benefícios são geridos pelo INSS e as contribuições arrecadadas pela Receita Federal do Brasil. A partir da Nova Previdência – reforma aprovada pela Emenda Constitucional nº 103, de 12 de novembro de 2019 –, todos os entes que possuírem RPPS estão obrigados a instituir seus regimes de previdência complementar, de adesão voluntária dos servidores. Assim, o valor da aposentadoria do servidor público pelo RPPS estará limitado ao teto do RGPS, assim como o trabalhador da iniciativa privada. 13Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública 1.4 Regime de Previdência Complementar: principais aspectos O Regime de Previdência Complementar é o terceiro pilar que compõe o Sistema Previdenciário Brasileiro. Esse regime privado foi criado para as pessoas que querem ter rendimentos na aposentadoria que sejam superiores aos do RGPS/INSS. Sim, o RGPS tem um limitador no valor do benefício, calculado e revisto anualmente. O teto do RGPS/INSS é o valor máximo que você pode receber de qualquer benefício da previdência social, por exemplo, a aposentadoria. O valor do teto previdenciário é atualizado pelo Governo Federal anualmente. Em 2022, o teto foi estipulado em R$ 7.087,22. Portanto, a previdência complementar, também chamada de previdência privada, será um instrumento adicional que auxiliará na garantia de tranquilidade financeira na idade avançada, pois ajuda a manter o poder econômico na aposentadoria. Por isso que é tão importante entender como o Regime de Previdência Complementar funciona, bem como conscientizar-se de que quanto mais cedo começar a contribuir, mais o tempo trabalhará a seu favor na formação de sua poupança previdenciária. De forma geral, as principais características do Regime de Previdência Complementar, são: • Facultatividade (regime opcional); • Autonomia em relação aos regimes públicos; • Baseado na formação de reservas (poupança individual); • Operado por entidades abertas e entidades fechadas de previdência complementar. Para conhecer mais sobre essas características e definições iniciais da previdência complementar, assista ao vídeo com a professora Elaine Cavalcanti, subsecretária do Regime de Previdência Complementar: Vídeo 2 – Regime de Previdência Complementar: principais aspectos https://youtu.be/DdNaHcWzs9M https://youtu.be/DdNaHcWzs9M 14Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública Quer conhecer melhor os dados do Regime de Previdência Complementar? Acesse o Relatório Gerencial de Previdência Complementar atualizado trimestralmente pela Subsecretaria do Regime de Previdência Complementar: https://www.gov. br/trabalho-e-previdencia/pt-br/acesso-a-informacao/dados- abertos/dados-abertos-previdencia/previdencia-complementar/ dados-abertos-previdencia-complementar Chegamos ao final do conteúdo referente aos Pilares e Regimes de Previdência no Brasil. Agora você conhece as principais características dos regimes públicos (RGPS e RPPS) e do regime privado (RPC). Preenchido pela(o) conteudista. https://www.gov.br/trabalho-e-previdencia/pt-br/acesso-a-informacao/dados-abertos/dados-abertos-previdencia/previdencia-complementar/dados-abertos-previdencia-complementar https://www.gov.br/trabalho-e-previdencia/pt-br/acesso-a-informacao/dados-abertos/dados-abertos-previdencia/previdencia-complementar/dados-abertos-previdencia-complementar https://www.gov.br/trabalho-e-previdencia/pt-br/acesso-a-informacao/dados-abertos/dados-abertos-previdencia/previdencia-complementar/dados-abertos-previdencia-complementar https://www.gov.br/trabalho-e-previdencia/pt-br/acesso-a-informacao/dados-abertos/dados-abertos-previdencia/previdencia-complementar/dados-abertos-previdencia-complementar 15Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública Unidade 2 – A Previdência Pública Oficial dos Servidores Ao final desta unidade, você será capaz de compreender as principais regras da aposentadoria dos servidores públicos e as alterações promovidas pela Reforma da Previdência, incluindo as regras de transição para os atuais servidores; além de reconhecer os aspectos gerais do funcionamento de um Regime Próprio de Previdência Social – RPPS. 2.1. Como um servidor público se aposenta no Brasil? Muitos servidores públicos se aposentam por meio de um Regime Próprio de Previdência Social (RPPS), ao invés de se aposentarem pelo famoso INSS (Instituto Nacional do Seguro Social). Para ser mais exato, o INSS é quem administra as aposentadorias e pensões dos que estão inscritos no Regime Geral de Previdência Social (RGPS). Você sabe o que é um RPPS? É um regime de aposentadoria e pensão exclusivo para servidores públicos. Os RPPS foram criados pelos entes federativos para assegurar os benefícios de aposentadoria e pensão por morte aos servidores titulares de cargos efetivos. A União, os estados, o Distrito Federal, todas as capitais e diversos municípios em todas as unidades federativas têm RPPS, que totalizam cerca de 2.152 no país. Se instituído um RPPS, os servidores efetivos de todos os órgãos, poderes autarquias e fundações serão vinculados ao regime. Na União e nos estados, os membros da magistratura, ministério público, tribunais de contas e defensoria pública também são vinculados ao RPPS. Diferentemente, os militares das Forças Armadas e Policiais Militares dos Estados fazem parte do Sistema de Proteção Social dos Militares, de que trata a Lei nº 13.954/2019. Nos estados e municípios que instituíram RPPS, as regras de concessão de aposentadoria e pensão para os servidores e seus dependentes são as previstas na respectiva legislação ou na Constituição Federal, que podem ou não ter sido alteradas para adequação às alterações introduzidas pela Reforma da Previdência de 2019. Vale lembrar que muitos municípios (cerca de 3.445), entretanto, não têm RPPS, de forma que seus servidores são vinculados ao RGPS. Ou seja, esses servidores municipais se aposentarão pelo INSS, observando as regras de concessão aplicadas 16Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública para os trabalhadores em geral. Não existe obrigatoriedade de instituição da previdência complementar para os servidores públicos dos municípios vinculados ao RGPS. Voltando aos RPPS, no caso daqueles que se adequaram às normas estabelecidas pela Reforma da Previdência de 2019, o servidor poderá se aposentar nas modalidades apresentadas no vídeo a seguir, com professor Delúbio da Silva, da subsecretaria do Regime Próprio de Previdência Social: Vídeo 3 – Como um servidor público se aposenta no Brasil 2.1.1 Cálculo do Benefício Uma vez compreendidos os requisitos a serem cumpridos para um servidor público requerer a aposentadoria, é importante saber alguns parâmetros sobre o valor que será pago como aposentadoria: 1. O valor da aposentadoria é fruto da média salarial de toda a vida profissional; 2. Sobre essa média é aplicado um fator que é maior quanto maior for o tempo de contribuição para o RPPS e/ou RGPS. Assim sendo, para ter direito à aposentadoria no valor de 100% da média dos salários de contribuição, serão necessários 40 anos de contribuição para ambos os sexos; 3. Além disso, esse valor final não podeser inferior a um piso, que é o salário-mínimo, nem superior a um teto, que é aquele praticado pelo INSS; 4. A única exceção ao teto do INSS é o caso do servidor público que tenha ingressado antes da implantação do regime de previdência complementar e NÃO pediu para migrar para esse novo regime que combina RPPS com o RPC. Após a instituição da Previdência Complementar pelo Ente Federativo, o servidor público que ingressar no serviço público https://youtu.be/aHd-NlvOoEI 17Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública terá obrigatoriamente, como limite de aposentadoria, o teto do RGPS (R$ 7.087, 22 em 2022), mesmo que sua remuneração seja superior ao limite do RGPS. Nesse caso, é fundamental que o servidor opte pelo ingresso no regime de previdência complementar. A Reforma da Previdência estabeleceu também que os RPPS devem praticar alíquotas de contribuição cobradas dos servidores dos estados, Distrito Federal e municípios no mínimo iguais às dos servidores federais, previstas na EC nº 103/2019. A alíquota de contribuição de referência dos servidores federais é de 14%, com faixas progressivas de acordo com a remuneração. Como agora o servidor público que ingressar no serviço público tem sua aposentadoria limitada pelo teto do INSS, a EC nº 103/2019 tornou obrigatória a instituição do Regime de Previdência Complementar (RPC) pelos entes federativos que possuem RPPS, para que esse trabalhador tenha uma forma de complementar sua renda na aposentadoria. O prazo previsto na EC para implantação do RPC foi de dois anos (até 13/11/2021), mas para fins de emissão do Certificado de Regularidade Previdenciária, foi previsto um prazo adicional, que venceu em 31/03/2022. E se o ente realizar contratações de servidores com remuneração acima do teto do INSS, além de aprovar a lei, é necessário celebrar convênio com uma entidade de previdência complementar e ter esse convênio aprovado pela PREVIC, até 30/06/2022. Na prática, só com esse convênio de adesão é que o servidor público poderá contratar um plano de previdência privada patrocinado pelo seu empregador. Como visto antes, os requisitos e parâmetros da aposentadoria dos servidores públicos expostos até aqui são para aqueles entes que se adequaram às normas estabelecidas pela Reforma da Previdência de 2019. Mas para os Municípios que não atualizaram o respectivo regime próprio de previdência social às regras contidas na EC 103/2019, tais regras e parâmetros permanecem de acordo com a legislação vigente antes da Reforma da Previdência. Na prática, isso significa tempos de contribuição e idades mínimas exigidas diferentes para a aposentadoria voluntária, como podemos ver a seguir: 18Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública Aposentadoria Voluntária Para os servidores públicos dos Municípios que não fizeram sua reforma, os homens se aposentarão aos 60 anos de idade com 35 anos de tempo de contribuição e as mulheres, aos 55 anos de idade com 30 anos de tempo de contribuição, além de 10 anos de efetivo exercício no serviço público e 5 anos no cargo em que se der aposentadoria para ambos os sexos. Para os professores, aos 55 anos de idade e 30 anos de contribuição exclusivamente em efetivo exercício das funções de magistério na educação infantil; e, no ensino fundamental e médio, se homem, aos 50 anos de idade e 25 anos de contribuição exclusivamente em efetivo exercício das funções de magistério na educação infantil e no ensino fundamental e médio, além de 10 (dez) anos de efetivo exercício de serviço público e 5 (cinco) anos no cargo efetivo em que for concedida a aposentadoria, para ambos os sexos. No que diz respeito ao parâmetro de cálculo da aposentadoria dos servidores desses municípios, para se ter direito a 100% da média dos salários de contribuição, são exigidos 35 anos de contribuição, se homem, e 30 anos de contribuição, se mulher. E continuam valendo a regra do piso e do teto que foi explicada antes: não pode ser uma aposentadoria inferior ao salário-mínimo nem superior ao teto do RGPS, com exceção do servidor público que tenha ingressado antes da implantação do regime de previdência complementar e não optou pela mudança de suas regras de aposentadoria (migração). Consolidação dos atos normativos dos RPPS Foi recentemente publicada a Portaria MTP nº 1.467, de 02 de junho de 2022, que consolidou todos os atos normativos relacionados à organização e funcionamento dos RPPS, contemplando inclusive as regras de benefícios. Confira em: https://www.gov.br/trabalho-e-previdencia/pt-br/assuntos/ previdencia-no-servico-publico/legislacao-dos-rpps/portarias/ copy_of_PortariaMTPn1.467de02jun2022.pdf Se você quiser acessar a legislação atualizada dos RPPS, acesse: https://www.gov.br/trabalho-e-previdencia/pt-br/assuntos/ previdencia-no-servico-publico/legislacao-dos-rpps Estatísticas e Informações dos RPPS — Português (Brasil) (www. gov.br) https://www.gov.br/trabalho-e-previdencia/pt-br/assuntos/previdencia-no-servico-publico/legislacao-dos-rpps/portarias/copy_of_PortariaMTPn1.467de02jun2022.pdf https://www.gov.br/trabalho-e-previdencia/pt-br/assuntos/previdencia-no-servico-publico/legislacao-dos-rpps/portarias/copy_of_PortariaMTPn1.467de02jun2022.pdf https://www.gov.br/trabalho-e-previdencia/pt-br/assuntos/previdencia-no-servico-publico/legislacao-dos-rpps/portarias/copy_of_PortariaMTPn1.467de02jun2022.pdf https://www.gov.br/trabalho-e-previdencia/pt-br/assuntos/previdencia-no-servico-publico/legislacao-dos-rpps https://www.gov.br/trabalho-e-previdencia/pt-br/assuntos/previdencia-no-servico-publico/legislacao-dos-rpps https://www.gov.br/trabalho-e-previdencia/pt-br/assuntos/previdencia-no-servico-publico/estatisticas-e-informacoes-dos-rpps-1/estatisticas-e-informacoes-dos-rpps https://www.gov.br/trabalho-e-previdencia/pt-br/assuntos/previdencia-no-servico-publico/estatisticas-e-informacoes-dos-rpps-1/estatisticas-e-informacoes-dos-rpps 19Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública 2.2 Reforma da Previdência de 2019 e as regras de transição. Você pode estar se perguntando sobre o que acontece com quem já estava no serviço público quando veio a Reforma da Previdência de 2019. Essa é uma preocupação justa, pois as novas regras exigindo maior tempo de contribuição e potencial redução do benefício de aposentadoria começaram a valer quando você talvez já estivesse no meio do caminho para se aposentar. Para isso, foram criadas as regras de transição. Essas regras existem para que não se pegue de surpresa quem estava perto de alcançar determinado direito de aposentadoria. Para ilustrar melhor, suponha o caso de um servidor público que já estava próximo de se aposentar, e aí veio a Reforma da Previdência de 2019, fazendo com que ele tenha que trabalhar mais 5 anos. Pode parecer injusto, certo? Nesse caso se aplica a regra de transição para que o impacto das novas condições seja mais suave para quem já estava no mercado de trabalho antes da reforma. É exatamente isso que aconteceu com a vigência da Reforma da Previdência, que está valendo desde o dia 13/11/2019. E para garantir regras diferenciadas aos servidores que já estavam no serviço público na data de publicação da Reforma da Previdência, foi estabelecido um regramento de transição para o servidor. O servidor público que se encaixa nessa situação poderá escolher entre duas opções de regra de transição, conforme abaixo detalhado: 1ª Regra de Transição para Servidores Públicos - EC 103/2019 Para os servidores públicos estaduais e municipais em que o respectivo ente aprovou a reforma da previdência nos moldes estabelecidos pela EC 103/2019, a 20Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública aposentadoria voluntária será concedida quando cumpridos os seguintes requisitos cumulativamente: I - 56 anos de idade, se mulher, e 61 anos de idade, se homem (elevados para 57 anos/M e 62 anos/H a partir de 2022); II - 30 anos de contribuição, se mulher, e 35 anos de contribuição,se homem; III - 20 anos de efetivo exercício no serviço público e 5 anos no cargo efetivo em que se der a aposentadoria; e IV - somatório da idade e do tempo de contribuição, incluídas as frações, equivalente a 86 pontos, se mulher, e 96 pontos, se homem, e a partir de jan/2020, a pontuação de ambos os sexos será acrescida a cada ano de 1 ponto, até atingir 100 pontos (M) e 105 (H). Regra de Transição para professor I - 51 anos de idade, se mulher, e 56 anos de idade, se homem (elevados para 52 ano/M e 57 anos/H a partir de 2022); II - 25 anos de contribuição, se mulher, e 30 anos de contribuição, se homem; III - 20 (vinte) anos de efetivo exercício no serviço público e 5 (cinco) anos no cargo efetivo em que se der a aposentadoria; e IV - somatório da idade e do tempo de contribuição, incluídas as frações, equivalente a 81 pontos, se mulher, e 91 pontos, se homem, e a partir de jan/2020, a pontuação de ambos os sexos será acrescida a cada ano de 1 ponto, até atingir 92 pontos (M) e 100 (H). 2ª Regra de Transição para Servidores públicos - EC 103/2019 21Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública Para os servidores públicos estaduais e municipais onde o respectivo ente aprovou a reforma da previdência nos moldes estabelecidos pela EC 103/2019, a aposentadoria voluntária será concedida quando cumpridos os seguintes requisitos cumulativamente: I - 57 anos de idade, se mulher, e 60 anos de idade, se homem; II - 30 anos de contribuição, se mulher, e 35 anos de contribuição, se homem; III - para os servidores públicos, 20 anos de efetivo exercício no serviço público e 5 anos no cargo efetivo em que se der a aposentadoria; IV – cumprir um tempo adicional de contribuição equivalente ao tempo que faltaria para se aposentar na época em que a Reforma entrou em vigor (13/11/2019). Regra de Transição para professor Para o professor que comprovar exclusivamente tempo de efetivo exercício das funções de magistério na educação infantil e no ensino fundamental e médio, serão reduzidos, para ambos os sexos, os requisitos de idade e de tempo de contribuição em 5 (cinco) anos. 2.2.1 Cálculo de Benefício As regras de transição vistas dizem respeito ao momento em que o servidor poderá pleitear a aposentadoria. Sobre o valor da aposentadoria, cabe as seguintes observações: a) para os servidores que ingressaram até 31 de dezembro de 2003, o valor da aposentadoria será a totalidade do valor que recebia no seu último cargo efetivo (ou seja, integralidade), destacando-se que na 1ª regra exige-se adicionalmente a idade mínima de 62 anos(M) ou 65 anos (H); b) para os demais servidores o valor do benefício de aposentadoria será calculado como demonstrado anteriormente, ou seja, pela média dos salários de contribuição, sendo exigidos para atingir os 100% da medida 40 anos de contribuição para ambos os sexos na 1ª regra e 30 anos (M) ou 35 anos (H) na 2ª regra. 22Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública 2.3. O funcionamento do Regime Próprio de Previdência Social Conheça as principais características no vídeo “RPPS: aspectos gerais”, apresentado por Allex Albert Rodrigues - Subsecretário dos RPPS - Secretaria de Previdência do Ministério do Trabalho e Previdência. Vídeo 4 – RPPS: aspectos gerais Quer se manter atualizado sobre a legislação e projetos dos RPPS? É divulgado mensalmente o informativo “Acontece na SRPPS”, que tem por objetivo nivelar e atualizar os gestores dos RPPS e dos entes federativos sobre a legislação e os mais diversos temas relevantes para a gestão desses regimes. Confira em: https:// www.gov.br/previdencia/pt-br/assuntos/previdencia-no-servico- publico/acontece-na-srpps/acontece-na-srpps. Muito bem, você conseguiu entender as regras de funcionamento da Previdência Pública oficial dos servidores públicos e pôde compreender como um servidor público se aposenta no Brasil por meio do RGPS e do RPPS. Compreendeu também que, para os servidores públicos estaduais e municipais com RPPS, a reforma da previdência de 2019 estabeleceu a obrigatoriedade de oferecimento aos servidores do regime complementar de previdência. Que bom que você chegou até aqui! Agora chegou a hora de você testar seus conhecimentos. https://youtu.be/Pl6wcjpQIdw https://www.gov.br/previdencia/pt-br/assuntos/previdencia-no-servico-publico/acontece-na-srpps/acontece-na-srpps https://www.gov.br/previdencia/pt-br/assuntos/previdencia-no-servico-publico/acontece-na-srpps/acontece-na-srpps https://www.gov.br/previdencia/pt-br/assuntos/previdencia-no-servico-publico/acontece-na-srpps/acontece-na-srpps 23Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública Unidade 3 – A Previdência Complementar para servidores públicos Ao final desta unidade, você será capaz de identificar as características e especificidades do Regime de Previdência Complementar (RPC) do servidor público. Conhecerá um panorama dos Regimes de Previdência do Servidor Público (RPPS) já instituídos por estados e municípios no Brasil. 3.1 Características e especificidades do RPC dos servidores públicos A partir da reforma aprovada pela Emenda Constitucional nº 103, de 12 de novembro de 2019, a instituição do Regime de Previdência Complementar passou a ser obrigatória para todos os entes federativos que possuem RPPS, de adesão voluntária dos servidores. Isso significa que, depois de aprovada a Lei de Instituição do RPC pelos estados e municípios e após realizada a contratação de uma entidade de previdência privada, os novos servidores poderão realizar a sua opção pela adesão ao Regime de Previdência Complementar. A obrigatoriedade de instituição do RPC não torna obrigatória a adesão pelo servidor à previdência complementar. Essa obrigação se aplica aos entes federativos que devem oferecer planos de previdência privada aos seus servidores. Independentemente da opção do servidor por ingressar no plano de previdência contratado pelo seu estado ou município, é importante destacar que, para os novos servidores contratados a partir da instituição do RPC no seu ente, os benefícios de aposentadoria e pensão a serem concedidos pelo RPPS estarão limitados ao teto estabelecido para os benefícios do Regime Geral de Previdência Social. 24Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública Esse novo servidor que tenha remuneração acima do teto do RGPS deve ingressar em um plano de previdência complementar para que possa ter um benefício de aposentadoria semelhante à sua remuneração da ativa ao receber a complementação de aposentadoria pelo RPC. Os planos de previdência privada dos servidores públicos possuem as mesmas regras gerais de funcionamento dos planos de empregados de empresas privadas ou de estatais amplamente comercializados no Brasil. No entanto, importante esclarecer algumas especificidades estabelecidas pela legislação em relação a oferta desses planos pelos entes. Características Específicas do RPC do Servidor Público 1) Planos de Contribuição Definida: o plano a ser ofertado é somente na modalidade de contribuição definida. Nesta modalidade de plano, o servidor e o patrocinador contribuem um valor determinado mensalmente e o valor do benefício de aposentadoria varia de acordo com o tempo de contribuição, o total acumulado e a rentabilidade das aplicações realizadas no período. 2) Paridade contributiva: a contribuição do ente patrocinador deve ser igual à do servidor participante do plano até o limite da alíquota máxima fixada na Lei de Instituição do RPC. Importante mencionar que aos servidores devem ser oferecidas coberturas de morte e invalidez. Coberturas adicionais podem ser contratadas por meio da entidade administradora do plano. No vídeo a seguir, a professora Marcia Romera, subsecretaria do Regime de Previdência Complementar, apresenta mais sobre essas características e especificidades da previdência complementar do servidor público: Vídeo 5 – Características e Especificidades do RPC do Servidor Público https://youtu.be/H04OO1_Zbbchttps://youtu.be/H04OO1_Zbbc 25Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública Quer conhecer melhor o histórico do desenvolvimento do Regime de Previdência Complementar do servidor público no Brasil? Três etapas marcam o desenvolvimento da previdência complementar no Brasil. • 1ª fase: marcada pela formação dos marcos legais do Regime de Previdência Complementar – RPC e do Regime Próprio de Previdência Social – RPPS entre 1998 e 2003; • 2ª fase: caracterizada pela implantação de fato do RPC na União e em alguns poucos estados e municípios com a criação das Entidades Fechadas de Previdência Complementar de natureza pública entre 2011 e 2019; • 3ª fase: inicia-se com a Emenda Constitucional 103/2019, que torna obrigatória a implementação do RPC em todos os entes da Federação com RPPS. Quer saber mais? Acesse o artigo 7 da página 192 para compreender o histórico do desenvolvimento da previdência complementar do servidor público: https://bityli.com/EdScdr 3.2 Panorama da Previdência Complementar dos Servidores Públicos A previdência complementar do servidor público já é uma realidade nos estados e municípios do Brasil. Antes da reforma de 2019, a União e alguns estados e municípios optaram pelo oferecimento do RPC aos seus servidores. O processo de implantação iniciou-se de fato em 2013 com o início do funcionamento do RPC pela União e pelo estado de São Paulo, seguidos pelo Rio de Janeiro (2013) e Espírito Santo (2014). Em novembro de 2019, apenas 20 entes federativos tinham o RPC em funcionamento com planos de previdência geridos pelas 12 entidades de previdência do servidor público, criadas para administrar esses planos. A partir da reforma de 2019 e com a obrigatoriedade de instituição do regime pelos entes e de ampliação das entidades autorizadas a ofertar o RPC para servidores públicos, o número de entes com a Lei aprovada e com a entidade de previdência contratada aumentou de forma expressiva. Até o primeiro semestre de 2022, dos 2.151 estados e municípios que possuem RPPS instituído 1.733, ou seja, mais de 80%, já https://bityli.com/EdScdr 26Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública haviam aprovado suas leis de instituição do RPC. Desse total, cerca de 370 já contrataram Entidades de Previdência e passaram a oferecer os planos aos servidores. No vídeo a seguir o professor Frederico Viana de Araújo, que atua na subsecretaria do Regime de Previdência Complementar, irá apresentar um panorama do RPC do Servidor Público e onde buscar dados atualizados sobre a previdência do servidor público. Vídeo 6 – Panorama do RPC do Servidor Público Para facilitar as consultas relacionadas à evolução do RPC dos Entes, a Subsecretaria do Regime de Previdência Complementar (SURPC) criou o Painel de Acompanhamento Mensal da Implementação do RPC pelos Entes Federativos que está disponível no site da Secretaria de Previdência (SPREV), no link: https://bit.ly/3sJD9wI Instituição do RPC como requisito de Manutenção da Regularidade Previdenciária do Ente Federativo Os entes federativos devem instituir regime de previdência complementar para os seus servidores titulares de cargos efetivos, na forma dos §§ 14 a 16 do art. 40 da Constituição Federal. O prazo conferido pela EC nº 103/2019 foi até 13/11/2021. A obrigação de instituição do RPC foi incluída como critério de análise para a emissão do Certificado de Regularidade Previdenciária pela Secretaria de Previdência, a partir de 1º de abril de 2022. Sem ele, os estados ou municípios ficam impedidos de receber transferências voluntárias de recursos; obter garantia, direta ou indireta, da União; e contratar operações de crédito com instituições federais. Mais orientações sobre a forma de instituição da previdência complementar podem ser acessadas no Guia da Previdência https://youtu.be/2eyHQv8FGJ4 https://bit.ly/3sJD9wI 27Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública Complementar para Entes Federativos: https://www.gov.br/ previdencia/pt-br/assuntos/previdencia-complementar/mais- informacoes/publicaes. 3.3 Migrar ou não migrar, eis a questão Com a obrigatoriedade de instituição da previdência complementar pelos entes federativos, os novos servidores que ingressarem após sua instituição terão as suas aposentadorias limitadas ao teto do RGPS e a opção de ingressarem para o plano de previdência complementar contratado pelo seu município ou estado. Todavia, aos servidores que já estavam na administração pública no momento de sua instituição, é permitido a escolha da adesão ou não ao RPC do servidor público. A migração é a possibilidade, dada pela Constituição Federal, aos servidores que já estão na administração pública no momento da instituição da previdência complementar, de optar pelo ingresso no RPC e limitar o pagamento de benefícios do RPPS ao teto do RGPS. Essa opção é expressa e irretratável, isto é, uma vez realizada não pode ser revogada. O servidor que optar pela migração passa a participar dos dois regimes (RPPS e RPC) e o seu benefício de aposentadoria do RPPS passa a ser limitado ao teto do RGPS. Como funciona o Benefício Especial da União O benefício especial é um direito assegurado aos membros e servidores titulares de cargo efetivo da União, suas autarquias e fundações, aos membros do Poder Judiciário, do Ministério Público da União e do Tribunal de Contas da União que tenham ingressado no serviço público até a data anterior ao início da vigência do regime de previdência complementar de que trata a Lei nº 12.618, de 2012 (3 de fevereiro de 2013, para o Executivo e Legislativo; 13 de outubro de 2013, para o Judiciário e Ministério Público), e que nele permaneceram sem perda do vínculo efetivo e optaram pelo referido regime de previdência na forma do § 16 do art. 40 da Constituição Federal. Não possui natureza previdenciária, é benefício estatutário de natureza compensatória. https://www.gov.br/previdencia/pt-br/assuntos/previdencia-complementar/mais-informacoes/publicaes https://www.gov.br/previdencia/pt-br/assuntos/previdencia-complementar/mais-informacoes/publicaes https://www.gov.br/previdencia/pt-br/assuntos/previdencia-complementar/mais-informacoes/publicaes 28Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública O benefício especial será devido enquanto perdurar o pagamento do benefício pago a título de aposentadoria ou pensão por morte de que trata o art. 40 da Constituição Federal. Extinguindo-se estes, cessa também o pagamento do benefício especial. A Medida Provisória nº 1.119, de 25 de maio de 2022, reabriu o prazo para os servidores federais optarem pela migração até 30 de novembro de 2022. Mais detalhes podem ser acessados neste parecer da Advocacia Geral da União que firma entendimentos sobre o tema: PRC- JL-03-2020 (planalto.gov.br) e também no site da FUNPRESP: https://www.funpresp.com.br/migracao-do-rpps-para-o-rpc/ janela2022/. Se você é servidor antigo da administração pública, este podcast foi feito para você e esclarece as principais dúvidas sobre essa tomada de decisão. Para ouvir o bate- papo com os especialistas Lilian Alves de Almeida e Narlon Gutierre Nogueira, que são subsecretários do Regime de Previdência Complementar, aperte o play e boa aula! Podcast 1 – Migrar ou não migrar, eis a questão http://www.planalto.gov.br/CCIVIL_03/AGU/Pareceres/2019-2022/PRC-JL-03-2020.htm http://www.planalto.gov.br/CCIVIL_03/AGU/Pareceres/2019-2022/PRC-JL-03-2020.htm https://www.funpresp.com.br/migracao-do-rpps-para-o-rpc/janela2022/ https://www.funpresp.com.br/migracao-do-rpps-para-o-rpc/janela2022/ https://anchor.fm/enap/episodes/EV-G-Previdncia-Complementar-para-Servidores-Pblicos-Estaduais-e-Municipais---Migrar-ou-no-migrar--eis-a-questo-e1so63l 29Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública Unidade 4 – Combinação de Regimes de Previdência Ao final desta unidade, você será capaz de compreender como fica a aposentadoria do servidor que optar por não aderir à previdência complementare entender a importância da combinação de regimes previdenciários. 4.1. Como fica a aposentadoria do servidor com e sem o Regime de Previdência Complementar? A partir da reforma aprovada pela Emenda Constitucional nº 103/2019, o valor da aposentadoria do servidor público pelo RPPS estará limitado ao teto do RGPS/INSS. Consequentemente, as contribuições ao RPPS desses servidores também estão limitadas ao valor máximo estabelecido para os benefícios do RGPS. O servidor público que ingressar no serviço após a instituição do RPC terá obrigatoriamente sua aposentadoria limitada ao teto do RGPS/INSS – R$ 7.087,22 – ano de 2022 (valor atualizado anualmente), mesmo com remuneração superior ao limite do RGPS. A partir dessas alterações, o servidor que possuir remuneração acima do teto do RGPS/INSS e quiser se aposentar recebendo um benefício de aposentadoria próximo ao seu salário da ativa, deverá realizar uma combinação de regimes previdenciários, ou seja, combinar o RPPS, regime público e o RPC, regime privado. Como você já viu, a Previdência Complementar é facultativa, ou seja, é preciso que você faça voluntariamente uma opção por ela, tornando-se assim um participante. Na maior parte dos entes federativos, os servidores que ingressarem em cargo cuja remuneração seja superior ao teto do RGPS/INSS, a inscrição aos planos de benefícios de previdência complementar se dará de forma automática. Poderá o servidor, entretanto, caso não deseje permanecer vinculado ao plano, solicitar, a qualquer momento, o cancelamento da sua inscrição. Nas solicitações realizadas no prazo de até noventa dias da data da inscrição, os valores dos descontos serão restituídos com 30Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública correção monetária ao servidor. No entanto, caso o seu ente não tenha realizado sua inscrição de forma automática, você poderá realizar essa opção por meio da área responsável pelos recursos humanos de seu ente. No vídeo a seguir, o professor Rafael Roda, que atua na subsecretaria do Regime de Previdência Complementar, apresenta alguns casos práticos para que você possa compreender como fica a aposentadoria de quem optar e de quem não optar pelo Regime de Previdência Complementar. Vídeo 7 – Como fica a aposentadoria do servidor com e sem o RPC? 4.2. Importância da combinação dos regimes. Agora você sabe que, com a adesão ao RPC, o servidor público fica vinculado a dois regimes previdenciários independentes. As contribuições previdenciárias referentes à parcela da remuneração que ultrapassar o teto do RGPS/INSS passam a ser depositadas em conta individual capitalizada em nome do participante na entidade privada de previdência. Esses recursos acumulados serão utilizados para o financiamento de um benefício de aposentadoria adicional que, no momento da aposentadoria, somar-se-á ao benefício recebido pelo RPPS e contribuirá para a manutenção do nível de renda que o servidor recebia durante a fase ativa. Para o servidor, é uma possibilidade de manter um padrão de poder aquisitivo com a complementação de renda, ter uma maior rentabilidade de recursos e aproveitar, da melhor forma possível, sua aposentadoria. Vamos analisar melhor a seguir algumas vantagens dessa combinação. 4.2.1 Diversificação das fontes de pagamento Com a combinação de regimes previdenciários, a aposentadoria passa a ser custeada parte pelo RPPS e parte pelo RPC. A diversificação das fontes de pagamento da sua aposentadoria é importante, uma vez que esses regimes apresentam características distintas e alguns riscos muito específicos. https://youtu.be/t3jxEWo7ByE 31Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública A previdência pública depende primordialmente do regime de repartição, no qual os servidores que estão na ativa contribuem para o custeio dos benefícios daqueles que já estão aposentados, ou de capitalização coletiva, que tem um forte componente solidário entre os segurados. Nesse regime, há o risco permanente de novas reformas, dada a dinâmica demográfica e do mercado de trabalho, que podem afetar o valor do benefício de aposentadoria. Nesse caso, poderá haver alterações nas regras de idade e cálculo do benefício e na alíquota de contribuição, entre outros fatores que poderão afetar o valor da aposentadoria no futuro. Não há, porém, o risco direto do mercado financeiro, uma vez que os valores dos benefícios são reajustados conforme a regra estabelecida na lei e não sofrem alteração de acordo com o tipo ou o desempenho das aplicações dos recursos capitalizados ou arrecadados pelo ente. No RPC ocorre o oposto. Como o benefício do servidor depende unicamente do saldo acumulado na conta individual do participante, não está exposto ao impacto de eventuais reformas decorrentes da dinâmica demográfica e do mercado de trabalho. Porém, uma vez que os recursos são capitalizados e aplicados pela entidade no mercado financeiro, estão diretamente suscetíveis aos riscos e variação do valor das aplicações do mercado financeiro. Desse modo, a combinação de regimes é uma ótima opção para o servidor. Ao contar com mais de um regime de previdência, o servidor diversifica as fontes de financiamento e pagamento do benefício, tornando possível minimizar os riscos inerentes aos regimes e evitar maiores oscilações em sua renda de aposentadoria. Vem conferir esse resumo: + RPPS: • Financiamento: capitalização coletiva ou repartição; • Risco de alterações na forma de cálculo dos benefícios; • Risco de reformas dada a dinâmica demográfica e do mercado de trabalho; • Não suscetível a impactos do mercado financeiro (repartição) ou menos suscetível (capitalização coletiva). + RPC: • Financiamento: capitalização individual; • Apresenta pequeno risco de reformas, dada a dinâmica demográfica e do mercado de trabalho; • Suscetível a impactos do mercado financeiro. 32Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública 4.2.2 Aproveitar os benefícios do RPC Além da proteção do poder aquisitivo e da diversificação de diferentes fontes de renda, ao aderir ao RPC, o servidor agrega algumas vantagens que somente esse regime tem: Planejamento Previdenciário • Com o RPC, o servidor pode planejar com quanto deseja contribuir e simular o impacto de suas contribuições no valor de seus benefícios; • O valor dos benefícios pagos depende unicamente das reservas acumuladas pelo participante. Não há teto para os benefícios pagos pelo RPC; • Além das contribuições normais, é permitido ao participante fazer contribuições adicionais facultativas ou esporádicas ao plano de benefícios. Acesso à poupança individual de aposentadoria no RPC Em caso de perda do vínculo de trabalho com o ente federativo, o servidor não perde os recursos acumulados no RPC. As entidades de previdência devem, obrigatoriamente, facultar ao servidor as seguintes opções: Resgate: possibilidade de sacar os recursos acumulados pelo participante em sua conta; Portabilidade: possibilidade de transferir os recursos para outra entidade de previdência; Benefício Proporcional Diferido: possibilidade de manter os recursos no plano e esperar para receber o benefício proporcional no momento da aposentadoria; Autopatrocinio: possibilidade de permanecer no plano custeando a sua parte e a do patrocinador. 33Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública Acesso aos produtos oferecidos pela Entidade A adesão ao plano de benefícios permite que o servidor tenha acesso a diversos produtos fornecidos pelas entidades, por exemplo: • Empréstimos pessoais; • Programas de cashback; • Seguros de Vida; • Planos aos Familiares. A adesão ao RPC possibilita ao servidor a sua proteção, em caso de incapacidade permanente, e da família, em caso de morte, uma vez que os planos preveem a cobertura ou a extensão dos benefícios aos dependentes. Planejamento Tributário: • As contribuições para o RPC são dedutíveis da base de cálculo do Imposto de Renda de Pessoa Física até o limitede 12% da renda bruta; • O saldo acumulado ao longo da vida não entra em inventário, por isso, em caso de morte, o patrimônio é transferido sem burocracia para os herdeiros. Se você quiser conhecer melhor os regimes de previdência, acesse as Apostilas do Programa Bem-Estar Financeiro, disponíveis através do link: https://www.gov.br/trabalho-e-previdencia/ pt-br/assuntos/previdencia-complementar/mais-informacoes/ publicaes. Muito bem, você conseguiu entender a importância da combinação de regimes e compreender como fica a aposentadoria do servidor que não optar pela adesão ao regime de previdência complementar. Que bom que você chegou até aqui! Agora está na hora de você testar seus conhecimentos. https://www.gov.br/trabalho-e-previdencia/pt-br/assuntos/previdencia-complementar/mais-informacoes/publicaes https://www.gov.br/trabalho-e-previdencia/pt-br/assuntos/previdencia-complementar/mais-informacoes/publicaes https://www.gov.br/trabalho-e-previdencia/pt-br/assuntos/previdencia-complementar/mais-informacoes/publicaes 34Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública Unidade 1 – Características Gerais do Regime de Previdência Complementar (RPC) Ao final desta unidade, você será capaz de reconhecer os tipos de entidades, seus atores e os principais conceitos e normativos da previdência complementar. 1.1 Principais conceitos para compreender a Previdência Complementar O Regime de Previdência Complementar (RPC), como você já viu, é aquele que tem o objetivo de oferecer uma proteção adicional aos trabalhadores/servidores públicos por ocasião da aposentadoria. Com as mudanças trazidas pela Emenda Constitucional nº 103/2019, talvez seja necessário e muito importante que você contribua para a previdência complementar. Lembrando que o ente federativo (estado, Distrito Federal ou município), ao adotar o RPC mediante uma lei de sua iniciativa, estará sujeito à limitação dos seus benefícios de aposentadoria ou pensão por morte, por exemplo, ao valor máximo estabelecido pelo RGPS/INSS. Retomando alguns conceitos que você já viu, essa previdência complementar é facultativa para o servidor público e baseada na constituição de reservas. Ou seja, você escolhe se vai aderir e, ao aderir, contribui para a sua própria poupança previdenciária. Na adesão à previdência complementar, você vai ingressar em um plano de benefícios de caráter previdenciário. Esse plano tem um conjunto de direitos e obrigações reunidos em um regulamento. O objetivo é pagar benefícios Módulo Previdência Complementar: Estrutura e Funcionamento2 35Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública previdenciários ou assistenciais aos seus participantes e beneficiários. O pagamento de tais benefícios é formado pela poupança composta com as contribuições de patrocinadores e participantes e da rentabilidade dos investimentos, descontados os custos administrativos. As entidades são as operadoras do regime de previdência e administram os recursos dos participantes dos planos de benefícios. Vamos conhecer mais um pouco sobre o funcionamento delas e os atores que fazem parte do RPC? 1.2 Tipos de Entidades e os principais atores do RPC O Regime de Previdência Complementar é operado pelas Entidades Abertas de Previdência Complementar (EAPC) e pelas Entidades Fechadas de Previdência Complementar (EFPC). As entidades abertas e entidades fechadas têm por objetivo principal administrar os recursos dos participantes dos planos de benefícios para a formação de uma poupança previdenciária, a fim de resguardar os trabalhadores para um futuro financeiro melhor e mais tranquilo. Essas entidades possuem características muito distintas entre si, desde o tipo de constituição até a forma com que lidam com os recursos previdenciários dos participantes. Também são reguladas e supervisionadas por diferentes órgãos públicos. Para conhecer essas características distintas das entidades abertas e entidades fechadas de previdência complementar, acesse o vídeo a seguir com o professor Maurício Dias Leister, da Subsecretaria do Regime de Previdência Complementar: Vídeo 8 – Entidades de Previdência Complementar: principais características https://youtu.be/JCNSFwbq_Pg https://youtu.be/JCNSFwbq_Pg 36Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública Para resumir as características das entidades abertas e entidades fechadas de previdência complementar e facilitar o seu entendimento, verifique o quadro comparativo abaixo: Como você viu no vídeo, as entidades abertas de previdência complementar estarão autorizadas a administrar e executar planos de benefícios de previdência complementar a serem ofertados pelos estados e municípios aos seus servidores somente após a publicação de uma lei complementar que discipline o tema. Desse modo, a partir daqui o curso vai tratar de aspectos do regime de previdência complementar aplicáveis às entidades fechadas, tudo bem? Vamos juntos! Agora que você conhece as características gerais do RPC e os tipos de entidades de previdência privada, é importante conhecer quem são seus principais atores e qual o papel que cada um deles desempenha dentro do Regime. Alguns desses nomes você já pode ter visto por aqui. 37Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública Participante - é a pessoa que adere ao plano de previdência privada administrado por uma entidade de previdência complementar. Ou seja, o servidor público que aderir à previdência complementar ofertada por seu ente federativo será chamado de participante. Beneficiário - o próprio participante ou a pessoa por ele indicada para receber o pagamento relativo ao benefício contratado. Exemplo: o beneficiário será o próprio participante no caso de contratação de previdência privada com benefício de pagamento de renda mensal. Mas se a contratação incluir seguro de morte em nome do cônjuge e o participante vier a falecer, o beneficiário será o cônjuge sobrevivente. Patrocinador - é o empregador, empresa ou o órgão público (União, estados, Distrito Federal e municípios) que oferece plano de previdência complementar, administrado por entidades fechadas, para os seus empregados ou servidores. Instituidor - é o sindicato, a associação ou órgão de caráter profissional, classista ou setorial que institui plano de previdência privada para os seus associados ou membros, a ser administrado por uma entidade fechada. Atualmente, os planos para familiares dos participantes são oferecidos por instituidores. 1.3 Os principais normativos do RPC O artigo 202 da Constituição Federal, além de estabelecer as características do regime privado de previdência, dispôs que sua regulação seria por lei complementar. Em atendimento ao comando constitucional, foram publicadas as Leis Complementares nº 108 e nº 109, ambas de 29 de maio de 2001. Essas leis regulamentam a Previdência Complementar e estabelecem as suas regras específicas. Para conhecer um pouco mais sobre essas legislações, vamos começar pela Lei Complementar nº 109/2001, que, além de reforçar as características do regime apresentadas no artigo 202 da Constituição Federal, contempla todo o campo da Previdência Complementar e estabelece os parâmetros para as entidades abertas e entidades fechadas. Vamos conferir alguns pontos que a Lei Complementar nº 109/2001 apresenta: 38Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública • Normativo basilar do RPC; • Regras de aplicação geral para planos de benefícios dos segmentos aberto e fechado de previdência complementar; • Governança das entidades; • Institutos (direitos) assegurados aos participantes dos planos de benefícios: Resgate, Portabilidade, Autopatrocínio e Benefício Proporcional Diferido; • Regras gerais de fiscalização; • Responsabilidade dos dirigentes; • Intervenção e liquidação extrajudicial. Já a Lei Complementar nº 108/2001 disciplina a relação das entidades fechadas de previdência complementar com patrocinadores da Administração Pública (União, estados,Distrito Federal e eunicípios, suas autarquias, fundações, sociedades de economia mista e outras entidades públicas). Conhecer essa lei é importante para você, servidor público! Vamos conferir alguns pontos principais que a LC nº 108/2001 apresenta: • Disposições acerca dos planos com patrocínio público; • Formas de custeio e fiscalização; • Estabelecimento da contribuição “paritária” entre patrocinador e participante (significa que a contribuição normal do patrocinador não pode exceder a do participante); • Critérios detalhados relativos à governança das entidades fechadas. Importante lembrar que o art. 40 da CF, nos §§ 14, 15 e 16, também trata da temática do RPC para servidores públicos. A Portaria MTP nº 1467, de 2 de junho de 2022, também estabelece regramento para o RPC dos servidores públicos, em seu art. 158. Por fim, se você quiser saber de regras específicas para o RPC do seu ente, você deve acessar a lei local de instituição do RPC. Acompanhe, a seguir, outras normas importantes para as entidades fechadas de previdência complementar: 39Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública Essas e outras normas sobre o regime de previdência complementar podem ser acessadas na publicação “Fundos de Pensão - Coletânea de Normas”, referida ao final. Quer conhecer a legislação aplicada ao segmento fechado do Regime de Previdência Complementar? Acesse a Coletânea da Previdência Complementar: https://www. gov.br/trabalho-e-previdencia/pt-br/assuntos/previdencia- complementar/legislacao. Você conseguiu finalizar o conteúdo referente às características gerais do Regime de Previdência Complementar! Agora você conhece as diferenças entre as entidades abertas e entidades fechadas, os principais atores do Regime e seus normativos mais importantes. https://www.gov.br/trabalho-e-previdencia/pt-br/assuntos/previdencia-complementar/legislacao https://www.gov.br/trabalho-e-previdencia/pt-br/assuntos/previdencia-complementar/legislacao https://www.gov.br/trabalho-e-previdencia/pt-br/assuntos/previdencia-complementar/legislacao 40Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública Unidade 2 – A Governança das Entidades de Previdência Complementar Ao final desta unidade, você será capaz de compreender a estrutura dos órgãos de governança do RPC, e dos responsáveis pela fiscalização e regulação das entidades fechadas de previdência complementar. Conhecerá também os principais canais oficiais de transparência e acompanhamento do plano de previdência. 2.1. Órgãos de Governança A governança está diretamente relacionada com a gestão das entidades de previdência que deve ser norteada pelo dever de zelar pela poupança previdenciária do participante, por princípios éticos, de prudência e transparência. Por meio do estabelecimento de boas práticas de governança, é possível direcionar para que as decisões sejam orientadas no interesse dos planos de benefícios e, então, dos participantes, assistidos e patrocinadores. Tudo isso tem por finalidade preservar o direito dos participantes e garantir que a entidade atinja seu objetivo principal: o pagamento dos benefícios dos planos previdenciários. A legislação vigente exige que as entidades possuam órgãos ou agentes que irão compor uma estrutura mínima de governança. No vídeo a seguir, a professora Elaine Borges - Subsecretaria do Regime de Previdência Complementar - irá apresentar quais são e como funcionam esses órgãos que compõem a estrutura mínima de governança das entidades fechadas. Vídeo 9 – Órgãos de Governança https://youtu.be/3hVZGx5MdTI 41Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública A Resolução CGPC nº 13/2004 dispõe sobre princípios e boas práticas de governança, gestão e controles internos a serem implementados no âmbito das entidades fechadas, sempre observado o porte, a complexidade e os riscos inerentes aos planos de benefícios. Ela pode ser consultada na Coletânea de Normas da Previdência Complementar – disponível em: https://www.gov.br/trabalho-e-previdencia/pt-br/assuntos/ previdencia-complementar/legislacao. 2.2 Estatuto e Convênio de Adesão O estatuto da entidade fechada de previdência complementar e o convênio de adesão são instrumentos jurídicos que estabelecem, respectivamente, as regras de funcionamento da entidade e a relação entre esta e o patrocinador do plano de benefícios. Ambos os instrumentos dependem de aprovação prévia do órgão fiscalizador, a Superintendência Nacional de Previdência Complementar (Previc). 2.2.1 Estatuto: É o instrumento que estabelece as regras de organização e funcionamento da Entidade Fechada de Previdência Complementar. Nele consta sua estrutura administrativa, os cargos e as respectivas atribuições. Deverá constar no estatuto: • Identificação da entidade (nome, sede e foro); • O objeto da entidade; • O prazo de duração (que deverá ser indeterminado); • Quem pode ser participante, assistido, patrocinador ou instituidor de plano de benefícios; • A estrutura organizacional: quais são os órgãos e suas atribuições, a composição, a forma de acesso, além da duração e término do mandato dos seus membros. https://www.gov.br/trabalho-e-previdencia/pt-br/assuntos/previdencia-complementar/legislacao https://www.gov.br/trabalho-e-previdencia/pt-br/assuntos/previdencia-complementar/legislacao 42Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública O estatuto deve trazer claramente a segregação de atividades e funções, além da definição das atribuições de cada instância de governança, cabendo à Diretoria Executiva a administração da entidade, em conformidade com a política traçada pelo Conselho Deliberativo, ao passo que o controle interno caberá ao Conselho Fiscal. O estatuto não deverá dispor sobre matéria específica de regulamento de plano de benefícios. 2.2.2 Convênio de Adesão: O convênio de adesão estabelece a relação entre o patrocinador e a entidade. É por meio desse instrumento que se formaliza a relação contratual entre aquele e este. Nele são estabelecidos direitos e obrigações para as partes em relação ao plano de benefícios. O convênio de adesão deverá conter: • Quem é o patrocinador ou instituidor e quem é a entidade; • Qual é o plano de benefícios a que se refere a adesão; • Quais são os direitos e as obrigações do patrocinador ou instituidor e da entidade; • A vigência, com data de início e indicação de que o convênio será por tempo indeterminado; • Quais são as condições para retirada de patrocinador ou instituidor; • Se há ou não solidariedade entre patrocinadores ou instituidores com relação aos respectivos planos; • O foro para dirimir todo e qualquer questionamento oriundo do convênio de adesão. 2.3 Fiscalização e Regulação No Regime de Previdência Complementar, as atividades de fiscalização e regulação são fundamentais para a construção de um sistema de previdência sólido e eficiente, capaz de tratar os riscos operacionais e prevenir potenciais casos de desvios de conduta, fraudes e ilícitos que possam afetar os objetivos das entidades de previdência e, consequentemente, colocar em riscos a aposentadoria dos participantes. 43Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública Nesse sentido, é de suma importância a atuação dos órgãos de regulação e fiscalização do Regime de Previdência Complementar. No vídeo a seguir, o professor Carlos Marne - Superintendência Nacional de Previdência Complementar - PREVIC apresenta quais são e como funcionam esses órgãos, bem como o papel dos patrocinadores, instituidores e participantes como atores responsáveis pela fiscalização da atuação das entidades de Previdência. Vídeo 10 – Fiscalização e Regulação 2.4. Responsabilização dos gestores O regime de previdência complementar fechado tem um arcabouço robusto de normas, guias, manuais orientativos e recomendatórios, procedimentos e supervisão que visa à maior transparência e aprimoramento da gestão e dos controles internos das entidades fechadas a partir de boas práticas de governança,administração, avaliação de riscos e investimentos. A atuação dos órgãos de regulação e de supervisão se baliza em munir o corpo técnico-profissional, em especial os gestores, das entidades de ferramentas e referências que norteiam suas decisões de maior responsabilidade, segurança, prudência, transparência e eficiência, zelando pela manutenção dos padrões éticos e os objetivos da previdência complementar. Assim, o processo de responsabilização, no âmbito da previdência complementar fechada, desenvolve-se desde a adoção de medidas preventivas até a repressão das infrações e ilícitos cometidos à legislação. Quem pode ser responsabilizado em uma entidade fechada Todos os dirigentes, procuradores com poderes de gestão e membros de conselhos estatutários responderão pelos danos ou prejuízos que causarem, por ação ou omissão, às entidades. São também considerados responsáveis os representantes dos patrocinadores e instituidores, atuários, auditores independentes, técnicos ou membros dos Comitês de Investimentos e outros profissionais que prestem serviços técnicos à EFPC, diretamente ou por intermédio de pessoa jurídica contratada. Há três tipos de responsabilidades que podem ser imputadas aos gestores – administrativa, civil e penal - em decorrência de más https://youtu.be/SCjIxBNibRk 44Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública práticas de administração e o cometimento de atos ilegais, todas elas, expressamente, previstas na Lei Complementar nº 109, de 29 de maio de 2001, conforme artigos 63, 64 e 65, com tipos infracionais previstos em decreto. As três esferas são independentes e podem ser apuradas de forma simultânea, nas instâncias competentes, com sanções aplicadas cumulativamente. Isso quer dizer que a responsabilização no âmbito civil, além de gerar o dever de reparar o dano ou prejuízo causado na sua extensão, há a responsabilidade administrativa em relação ao desempenho da função, podendo, ainda, a conduta praticada incorrer em crime previsto na legislação penal. 2.4.1 Processo Administrativo A PREVIC atua permanentemente na supervisão do Regime quer seja determinando ações ou punindo os responsáveis por atos ou omissões, contrários à lei, em detrimento dos interesses e direitos das partes envolvidas. Para que essas medidas mencionadas tenham plena eficiência, existe uma legislação rigorosa para punir desvios de conduta e a inobservância ao arcabouço legal. Para esse fim, o Decreto editado para dar cumprimento ao art. 66 da Lei Complementar nº 109/2001 regulamenta o processo administrativo para apuração de infrações no âmbito do regime fechado de previdência complementar, além de tratar da aplicação das penalidades administrativas. As penalidades administrativas a que estão sujeitos aqueles gestores que praticam infrações são: i) advertência; ii) suspensão do exercício de atividades em entidades de previdência complementar; iii) inabilitação para o exercício de cargo ou função em entidades de previdência complementar; e iv) multa de dois mil reais a um milhão de reais, podendo ser aplicadas cumulativamente de acordo com o potencial dano da conduta praticada. 45Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública Tipos Penais para responsabilizar criminalmente aqueles que praticam crimes no âmbito da previdência fechada. A jurisprudência tem admitido a aplicação da Lei nº 7.492, de 16 de junho de 1986, que “define os crimes contra o sistema financeiro nacional, e dá outras providências”, com base no art. 1º, parágrafo único, inciso I. O art. 4º, da Lei nº 7.492/86 fixa as seguintes penas: “Art. 4º Gerir fraudulentamente instituição financeira: Pena - Reclusão, de 3 (três) a 12 (doze) anos, e multa. Parágrafo único. Se a gestão é temerária: Pena - Reclusão, de 2 (dois) a 8 (oito) anos, e multa”. 2.5 Transparência e os canais de acompanhamento do participante No regime de previdência complementar, o acesso às informações e a transparência sobre a gestão dos planos de previdência direcionadas aos participantes constitui mandamento constitucional, como pode ser observado no § 1° do art. 202. A Lei Complementar nº 109, de 2001, incorporou esse mandamento, na medida em que determinou a observância do princípio da transparência como diretriz das relações entre as entidades, seus participantes e assistidos. A entidade deve disponibilizar informações aos participantes de forma ativa, independente de solicitação: 1.Priorizando as plataformas digitais de comunicação; 3. Utilizando recursos didáticos, como infográficos, tabelas e lâminas informativas; 4. Aplicando uma linguagem clara e acessível. Portanto, a entidade deve desenvolver em seus canais de comunicação extratos, materiais e procedimentos para informar a todos os seus participantes sobre a situação dos planos de benefícios e, mais importante, sobre a evolução de sua poupança previdenciária. O participante deve estar atento à importância de acompanhar o desempenho de seu plano e da gestão realizada pela entidade. Visando à maior transparência e publicidade do segmento, o Conselho Nacional de Previdência Complementar - CNPC, órgão regulador do regime de previdência complementar fechado, 46Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública estabeleceu uma série de princípios que as entidades devem seguir no fornecimento de informações a seus participantes. Tais medidas visam fornecer, no tempo hábil, informações previdenciárias básicas aos participantes de planos, sem a necessidade de solicitação por parte deles, importantes tanto para o acompanhamento da atuação da entidade em relação à gestão de recursos quanto para o planejamento e possíveis desvios ao longo de toda sua fase de acumulação, com foco na fase de renda. No vídeo a seguir, a professora Márcia Paim Romera, Subsecretaria do Regime de Previdência Complementar, apresenta quais são os canais de acompanhamento do plano de previdência e o que determina a legislação em relação à divulgação de informações aos participantes. Vídeo 11 – Transparência e os canais de acompanhamento do participante Que bom que você chegou até aqui! Agora chegou a hora de você testar seus conhecimentos. https://youtu.be/oy0BejAcNxw https://youtu.be/oy0BejAcNxw 47Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública Unidade 1 – O Plano de Previdência e suas coberturas Ao final desta unidade, você será capaz de conhecer o plano de contribuição definida, seus tipos de contribuição, custos administrativos, formas de renda e coberturas adicionais. 1.1 Plano de Contribuição Definida Os planos de previdência privada são oferecidos pelas entidades de previdência complementar. No caso dos servidores públicos, esses planos podem ser oferecidos pelas entidades fechadas de previdência complementar. Lembrando que, para que as entidades abertas ofereçam planos acessíveis aos servidores públicos, ainda é necessário lei que regulamente o tema. Desse modo, estaremos falando das regras aplicadas aos planos das entidades fechadas, tudo bem? A Constituição Federal estabeleceu que o regime de previdência complementar destinado aos servidores públicos ocupantes de cargo efetivo oferecerá plano de previdência privada somente na modalidade contribuição definida. Vamos entender um pouco sobre o plano de contribuição definida? Como o próprio nome diz, nessa modalidade de plano de benefícios, o valor da contribuição é previamente definido pelo participante, no caso, o servidor público. Já o valor do benefício a ser recebido na aposentadoria vai variar, a depender da poupança acumulada ao longo do tempo de contribuição. Módulo O Plano de Previdência: Entenda o seu funcionamento3 48Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública Ou seja, você contribui para a construção de sua própria renda complementar de aposentadoria. Além da sua contribuição, lembre-se que seu empregador (patrocinador do plano de benefícios)também irá contribuir para a sua reserva previdenciária. É preciso verificar somente qual o valor máximo de contribuição estabelecido pelo patrocinador (em geral, as alíquotas máximas de contribuição do RPC de entes federativos já constituídos variam entre 6,5% a 8,5%). A sua contribuição, somada à contribuição do seu empregador e fatores como o tempo de acumulação no plano e rentabilidade desses valores vão formar o seu valor de benefício de aposentadoria a ser pago pela previdência privada. Como visto, nos planos de contribuição definida, o benefício de aposentadoria não é definido previamente. No entanto, as entidades devem oferecer estimativas do valor que o participante receberá na aposentadoria por meio de simulações. É importante que você monitore frequentemente a evolução do seu saldo no plano para verificar se é necessário mudar o valor da contribuição mensal com o objetivo de atingir a renda complementar desejada no futuro. 1.2 Tipos de Contribuição e Custos Administrativos 1.2.1 Tipos de Contribuição Você já deve ter notado que, dentro da modalidade de contribuição definida, o percentual de contribuição a ser destinado ao seu plano de benefícios, além de outros fatores, vai ajudar a definir o saldo final da sua conta individual. É importante que você saiba que, além das contribuições mensais normais efetuadas ao plano de benefícios, é possível que você realize contribuições facultativas, esporádicas ou eventuais. Os tipos de contribuição abaixo se aplicam aos servidores do RPPS com remuneração acima do teto do RGPS/INSS e que terão aposentadorias/ pensões limitadas ao teto do RGPS/INSS. Veja a definição de cada uma delas: Contribuição Normal É a contribuição básica definida pelo próprio participante e realizada todos os meses. Em geral, essa contribuição já é descontada automaticamente do salário a ser recebido mensalmente. Haverá a contrapartida e contribuição ao plano pelo patrocinador, desde que os participantes sejam segurados do RPPS e recebam remuneração que exceda o limite máximo do RGPS/INSS. A base de cálculo do servidor público e do patrocinador estará definida no regulamento e, geralmente, incide sobre o salário de participação (remuneração bruta do servidor menos o teto do RGPS/INSS). 49Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública Observe que a contribuição do patrocinador não poderá exceder a do participante. Consulte o regulamento do plano de benefícios e verifique como é definido o salário de participação. Contribuição Adicional É facultativa e geralmente mensal com percentual livremente escolhido pelo participante. Não tem contrapartida do patrocinador. O regulamento do plano pode estabelecer percentual mínimo incidente sobre o salário de participação para esse tipo de contribuição. Contribuição Voluntária Essa contribuição tem caráter facultativo, esporádico e não tem contrapartida do patrocinador. Como o próprio nome diz, é não frequente e não apresenta um padrão regular. O participante do plano de benefícios pode optar, por exemplo, por realizar uma contribuição esporádica na ocasião de recebimento de alguma renda extra ao longo do ano (por exemplo, herança, venda de imóvel, férias, restituição de imposto de renda, etc.). A nomenclatura desses tipos de contribuição pode variar de acordo com cada regulamento. Observe! Para os servidores que: • Recebem remuneração abaixo do teto do RGPS/INSS; ou • Ingressaram no serviço público antes da implantação da previdência complementar pelo seu empregador e não optaram pela migração, as contribuições serão definidas pelo participante conforme regulamento e sem contrapartida do patrocinador. Para aqueles que desejam incrementar a poupança previdenciária, as contribuições facultativas e esporádicas são uma boa opção. 50Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública É importante, ainda, verificar o percentual de suas contribuições sempre que possível, afinal, você está planejando um futuro mais seguro. Os regulamentos de planos, em geral, preveem a possibilidade de alteração das alíquotas de contribuição normal e adicional, desde que observados os limites fixados. 1.2.2 Custos Administrativos O custeio administrativo são os recursos destinados nos planos de benefícios para o pagamento das despesas administrativas da entidade de previdência privada, tais como folha de pagamento, pagamento de serviços terceirizados de gestão de investimentos, manutenção do escritório, telefonia, entre outros. Essas despesas, portanto, são exatamente os gastos realizados pelas entidades de previdência privada na administração dos planos de benefícios. Para a cobertura das despesas administrativas, as entidades fechadas de previdência complementar podem cobrar dois tipos de taxas dos participantes, independentemente de estarem aposentados ou não: taxa de administração e taxa de carregamento. Taxa de Administração É o valor percentual incidente sobre o montante total acumulado pelos participantes. Portanto, é uma cobrança sobre o estoque de recursos acumulados. Taxa de Carregamento É um valor percentual incidente sobre cada contribuição ou benefício pago. Portanto, é uma cobrança sobre um fluxo. É importante ter em mente que há limites para o custeio administrativo das EFPC quando ofertam planos de previdência para servidores públicos: até 1% de taxa de administração; ou até 9% de taxa de carregamento. Observe! A entidade deverá anualmente estabelecer qual taxa irá cobrar, pois ela pode decidir cobrar apenas uma delas ou ambas. Isso é estabelecido no regulamento do plano. 51Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública As taxas de administração ou carregamento também compõem um fator essencial no resultado da reserva previdenciária. Apenas como ilustração, 1% a mais de taxa de administração pode reduzir a renda do benefício de aposentadoria complementar em até 20%. No entanto, é importante ressaltar que o valor da taxa de administração ou de carregamento não pode ser o único fator na avaliação da entidade, tendo em vista que taxas maiores podem ser consequência de uma gestão de recursos mais sofisticada e que se compense em retornos maiores ao participante. 1.3 Formas de Renda de Aposentadoria O Benefício de Aposentadoria da previdência complementar é considerado um benefício programado, ou seja, em que a data do seu início é previsível conforme as condições estabelecidas no regulamento do plano. Esse benefício poderá ser solicitado pelo participante do plano desde que atendidas algumas condições estabelecidas em regulamento. Via de regra, as condições serão as seguintes: • Estar recebendo aposentadoria pelo regime de previdência do ente federativo a que o servidor estiver vinculado (RGPS ou RPPS); • Ter efetuado o mínimo de 60 contribuições mensais ao plano de benefícios ou o mínimo estabelecido no regulamento; e • Ter cessado o vínculo funcional com o patrocinador. Nos planos de previdência complementar ofertados pelos entes federativos, esse benefício será calculado com base no saldo da conta do participante e será, em regra, recebido em forma de renda mensal não vitalícia. O servidor participante poderá receber um percentual (a ser definido no regulamento) em pagamento único e o restante recebido pela opção entre duas formas de renda: • Renda por Percentual do Saldo de Conta. • Renda em Cotas por Prazo Certo. Assista ao vídeo com a professora Elaine Cavalcanti da Subsecretaria do Regime de Previdência Complementar para conhecê-las! 52Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública Vídeo 12 – Formas de pagamento de benefícios Além do benefício de aposentadoria, são devidos aos participantes o benefício por invalidez (incapacidade permanente) e o benefício por morte. Benefício por Invalidez (incapacidade permanente) Para o recebimento do benefício, o participante deve atestar a invalidez (incapacidade permanente) mediante comprovação da concessão do benefício de aposentadoriaincapacidade permanente pelo RGPS/INSS ou pelo RPPS. Caso não tenha vínculo com regime previdenciário, a comprovação deve ser emitida por médico indicado pela própria entidade. Benefício por Morte Em caso de falecimento do participante, os beneficiários indicados por ele receberão o benefício por morte, calculado com base no saldo da conta. Em caso de participante sem beneficiários, o saldo existente será pago aos herdeiros legais mediante documentação comprobatória. Observe! Esses benefícios também são calculados conforme você viu no vídeo. 1.4 Coberturas adicionais Ao aderir ao plano de previdência complementar, o servidor público terá acesso ao benefício de aposentadoria, o benefício por invalidez (incapacidade permanente) e o benefício por morte. Esses benefícios da previdência complementar são obrigatórios, mas não são necessariamente vitalícios. Ou seja, há o risco, por exemplo, de a sua renda complementar de aposentadoria terminar antes de você morrer. Como vimos, esse benefício, diferentemente dos benefícios pagos pelo RPPS, não é vitalício, ele vai durar por um prazo certo conforme o regulamento do plano. Para que você não fique sem essa renda complementar nos seus últimos anos de vida, o regulamento do plano previdenciário poderá prever a possibilidade de contratação de um seguro adicional para esse caso. https://youtu.be/j9xIzkU3uGU 53Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública A contratação dessas coberturas adicionais, caso prevista na entidade de previdência, será opcional e realizada individualmente pelo participante com uma seguradora, por intermédio da entidade de previdência. Existem dois tipos de coberturas adicionais: 1. Cobertura de Risco por Morte e Invalidez: Indenização adicional ao saldo acumulado pelo participante em caso de evento de morte ou invalidez. 2. Cobertura de Risco por Sobrevivência: Valor que deve ser pago ao participante em decorrência da sua sobrevivência ao fim do pagamento do benefício programado pela EFPC. Caso o participante faça opção pela contratação do seguro para a cobertura de risco, ocorrendo invalidez ou morte, será adicionado ao saldo de conta do participante a indenização paga pela seguradora. Essa indenização pode ser na forma de pagamento único ou renda continuada, a depender do estabelecido no contrato. Lembre-se: Verifique sempre o regulamento do plano de benefícios! Que bom que você chegou até aqui! Nesta unidade você conheceu aspectos importantes dos planos de previdência de caráter complementar. 54Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública Unidade 2 – Regulamento do Plano de Previdência Ao final desta unidade, você será capaz de compreender o conteúdo do regulamento de um plano de previdência complementar e as regras para acesso aos institutos - resgate, portabilidade, autopatrocínio e benefício proporcional diferido - assegurados aos participantes dos planos de benefícios. 2.1 Regulamento e suas regras principais O regulamento dispõe sobre as regras de funcionamento do plano de benefícios e estabelece condições, direitos e obrigações do participante e do patrocinador. Portanto, deve trazer os tipos de benefícios oferecidos, as contribuições do participante e do patrocinador, as regras de elegibilidades e outras disposições. O regulamento do plano de benefícios depende de aprovação prévia do órgão fiscalizador, a Superintendência Nacional de Previdência Complementar – Previc. Você irá encontrar no regulamento regras como: • Quem são participantes e assistidos; • Os tipos de benefícios e as formas de pagamento; • As regras de concessão dos benefícios; • Custeio do plano - o que será considerado fonte de receita e de despesa administrativa; • A definição do salário de participação, a base de cálculo para seu benefício (a depender do regulamento poderá ter outra denominação); • As alíquotas de contribuição; • As regras associadas aos institutos do benefício proporcional diferido, da portabilidade, do resgate e do autopatrocínio. O regulamento também refletirá o regramento estabelecido na Lei de Instituição do RPC do ente federativo. Importante observar que não serão tratados no regulamento assuntos como: plano de custeio, regras de empréstimos e financiamentos a participantes e assistidos e 55Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública serviços de assistência à saúde. Cada um desses temas terá um documento próprio publicado pela entidade. Recomendação! Conhecer o regulamento do plano é fundamental para o planejamento de sua aposentadoria. Pare alguns minutos e consulte o regulamento do plano oferecido pelo seu estado ou município. Ele estará disponível no site da entidade contratada pelo ente federativo. Estude e analise as regras associadas às contribuições, institutos e formas de pagamento da renda. A legislação estabelece que o regulamento do plano de benefícios não deve ser extenso. Deve ser escrito em linguagem simples, objetiva e direta para garantir a transparência das regras e sua compreensão pelos participantes. Para mais informações, consulte a resolução CNPC n° 40, de 30 de março de 2021, que dispõe sobre regulamento e os demais instrumentos jurídicos que estabelecem as relações entre patrocinadores, participantes e entidades. A referida legislação e as demais normas relacionadas ao Regime de Previdência Complementar estão disponíveis na Coletânea de Normas de Previdência Complementar, acessível através do link: https://www.gov.br/trabalho-e-previdencia/pt-br/assuntos/ previdencia-complementar/legislacao. 2.2 Institutos: direitos garantidos aos participantes Em nossa vida, passamos por diversos momentos que podem repercutir no planejamento financeiro, sobretudo quando traçamos uma meta a longo prazo, como é o caso da poupança previdenciária. Para auxiliar nesses momentos de adaptação do seu orçamento, o participante pode lançar mão de alguns institutos ou direitos a ele garantidos, sendo eles: resgate, portabilidade, autopatrocínio e benefício proporcional diferido. As regras para o exercício desses institutos estão detalhadas no regulamento do seu plano de previdência. https://www.gov.br/trabalho-e-previdencia/pt-br/assuntos/previdencia-complementar/legislacao https://www.gov.br/trabalho-e-previdencia/pt-br/assuntos/previdencia-complementar/legislacao 56Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública Institutos: Resgate: possibilidade de sacar os recursos acumulados em sua conta; Portabilidade: possibilidade de transferir os recursos para outro plano de previdência privada; Benefício Proporcional diferido: possibilidade de suspender as contribuições ao plano, mantendo os recursos nele e esperar para receber o benefício proporcional no momento da aposentadoria; Autopatrocinio: possibilidade de permanecer no plano custeando a sua parte e a do patrocinador, após a cessação do vínculo. No vídeo a seguir, o professor Rafael Roda, da Subsecretaria do Regime de Previdência Complementar, apresenta as regras para acesso aos institutos. Vídeo 13 – Institutos: direitos garantidos aos participantes Nesta unidade você conheceu aspectos importantes do regulamento dos planos de benefícios e dos institutos. Como participante de um plano de previdência complementar, é fundamental sempre verificar o que diz o regulamento. https://youtu.be/8uuSx1rpBFI 57Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública Unidade 3 – Investimentos na Previdência Complementar Ao final desta unidade, você será capaz de reconhecer a forma como os recursos dos planos são investidos e as diferentes classes de investimentos. 3.1 Como os recursos dos planos são investidos? Os recursos dos participantes e dos patrocinadores que são depositados nos planos de previdência por meio das contribuições são investidos pelas entidades com o objetivo de rentabilizar esses valores. Na aplicação dos recursos, as entidades fechadas de previdência complementar observam as regras estabelecidaspelo Conselho Monetário Nacional (CMN) e as diretrizes de sua Política de Investimento (PI). Para entender essas regras, diretrizes e como os recursos dos planos são investidos, assista ao vídeo abaixo com o José Carlos Sampaio Chedeak, da Superintendência Nacional de Previdência Complementar. Vídeo 14 – Como os recursos dos planos são investidos? Ficou claro que tanto a regra estabelecida pelo CMN quanto a política de investimento da entidade de previdência complementar têm como objetivo proteger os interesses dos participantes e assistidos dos planos de benefícios, além de garantir transparência no processo de investimento. 3.2 Limites e Classes de Investimentos Como você viu no vídeo, o Conselho Monetário Nacional, órgão normativo máximo do Sistema Financeiro Nacional, é quem estabelece normas que disciplinam a aplicação dos recursos garantidores dos planos administrados pelas entidades fechadas de previdência complementar. A Resolução CMN nº 4.994/2022 estabeleceu 6 segmentos de aplicação dos recursos das entidades. Vamos conhecer um pouco mais sobre eles? https://youtu.be/ESmcFZSVjyo 58Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública Veja abaixo suas definições: + Renda Fixa Possui regras previamente definidas de remuneração, ou seja, você sabe antecipadamente exatamente qual será a regra de rendimento do seu investimento. Nessa classe de investimento, já são definidos na hora da aplicação o prazo e a taxa de remuneração ou índice que será utilizado. Exemplo: títulos públicos e privados (debêntures e outros), Cédulas de Crédito Bancário (CCB), entre outros. + Renda Variável Possui retornos não definidos no momento da aplicação, que variam conforme as condições do mercado em que estão inseridos, podendo variar positivamente ou negativamente. Exemplo: ações de empresas listadas em bolsa, Brazilian Depositary Receipts (BDR), entre outros. + Estruturado Segmento abrangente de investimento, e está associado a participações relevantes no capital de empresas, com potencial de crescimento e que, em geral, ainda possuam capital fechado (sem negociação na bolsa de valores), ou, ainda, no desenvolvimento de projetos. Exemplo: Fundos de Investimento em Participações (FIP), Fundo de Investimentos classificados como multimercado (FIM), entre outros. + Imobiliário No caso das entidades fechadas de previdência complementar, só é possível investir no segmento imobiliário por meio de fundos imobiliários. Não é possível a aquisição direta de imóveis. Exemplo: Fundos de Investimentos Imobiliários (FII), Fundo de Investimento em Cotas de FII (FICFII), entre outros. + Operação com Participantes São os empréstimos e financiamentos diretos que as entidades de previdência complementar podem realizar com os participantes dos seus planos. + Exterior Consiste na aplicação dos recursos em ativos financeiros fora do Brasil, por exemplo, ações de empresas estrangeiras. No caso das EFPC, não 59Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública é permitida a compra direta de ativos financeiros emitidos no exterior, somente de fundos de investimentos constituídos no Brasil. Para esses segmentos de aplicação dos recursos, em linhas gerais, a Resolução CMN nº 4.994/2022 estabelece os seguintes limites: Fonte: Resolução CMN nº 4.994/2022. A resolução CMN nº 4.994/2022 estabelece limites individuais adicionais para cada classe de investimentos. Para conhecê-los, acesse: https://www.gov.br/economia/pt-br/orgaos/entidades- vinculadas/autarquias/previc/regulacao/normas/resolucoes/ resolucoes-cmn/resolucao-cmn-ndeg-4-994-de-24-de-marco- de-2022.pdf/view. Observe! As entidades de previdência complementar alocam os recursos sob sua administração principalmente em produtos de renda fixa e de renda variável. Os percentuais variam conforme o perfil dos participantes e dos planos, na tentativa de maximizar o retorno esperado para um dado limite de risco que elas podem tomar, além da observância dos limites legais estabelecidos pelos reguladores e do que é estipulado em sua Política de Investimento (PI). https://www.gov.br/economia/pt-br/orgaos/entidades-vinculadas/autarquias/previc/regulacao/normas/resolucoes/resolucoes-cmn/resolucao-cmn-ndeg-4-994-de-24-de-marco-de-2022.pdf/view https://www.gov.br/economia/pt-br/orgaos/entidades-vinculadas/autarquias/previc/regulacao/normas/resolucoes/resolucoes-cmn/resolucao-cmn-ndeg-4-994-de-24-de-marco-de-2022.pdf/view https://www.gov.br/economia/pt-br/orgaos/entidades-vinculadas/autarquias/previc/regulacao/normas/resolucoes/resolucoes-cmn/resolucao-cmn-ndeg-4-994-de-24-de-marco-de-2022.pdf/view https://www.gov.br/economia/pt-br/orgaos/entidades-vinculadas/autarquias/previc/regulacao/normas/resolucoes/resolucoes-cmn/resolucao-cmn-ndeg-4-994-de-24-de-marco-de-2022.pdf/view 60Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública 3.3 Perfis de Investidores e Perfis de Investimentos. Depois de conhecer como os recursos dos planos de previdência complementar são investidos nas entidades, é importante conhecer sobre os perfis de investidores e os perfis de investimentos. Isso mesmo, estamos falando de dois perfis. O perfil de investidor é como o participante se identifica, e o perfil de investimento é o que a entidade de previdência vai te oferecer como carteira de investimentos. Vamos entender melhor? Começaremos pelo perfil de investidor. O perfil de investidor diz muito sobre você e a forma com a qual lida com investimentos, a tolerância ao risco, preferências ao investir, retornos esperados e eventuais perdas financeiras. Normalmente, os investidores são classificados em: conservador, moderado ou agressivo. Conheça suas características! Conservador: Nesse perfil se encaixam pessoas com mais aversão ao risco, que buscam maior segurança, mesmo que seja necessário abrir mão de maior rentabilidade. Não toleram perda de capital. É mais provável que um percentual elevado da carteira deste investidor esteja alocado em investimentos de renda fixa e um percentual baixo, em renda variável. Por exemplo: pessoas mais próximas da aposentadoria. Moderado: É um meio termo. Aqui se encaixam pessoas que possuem alguma tolerância ao risco, sendo um pouco mais arriscado que o perfil anterior. Toleram alguma perda de capital em busca de maiores retornos esperados. É provável que haja um balanceamento/equilíbrio entre investimentos de renda fixa e de renda variável na carteira deste investidor. Por exemplo: pessoas que estão na fase intermediária de seu ciclo profissional. Agressivo: Pessoas que admitem investimentos de maior risco, objetivando maior retorno esperado. Para tanto, toleram perdas de capital e focam mais no longo prazo. É mais provável que um percentual elevado da carteira deste investidor esteja alocado em investimentos de renda variável. Por exemplo: pessoas mais jovens, com educação financeira que podem arriscar mais em investimentos com maior risco. 61Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública Agora que conhecemos os perfis de investidores, vamos entender melhor os perfis de investimentos? Os especialistas José Carlos Sampaio Chedeak, da Superintendência Nacional de Previdência Complementar, e Elaine Cavalcanti, da Subsecretaria do Regime de Previdência Complementar, apresentam em um bate-papo no podcast abaixo, as diferentes maneiras que cada pessoa tem de lidar com os riscos, as entidades de previdência complementar podem oferecer diferentes perfis de investimentos. Aperte o play e boa aula! Podcast 2 – É possível escolher um perfil de investimento? Você chegou ao final desta unidade! https://anchor.fm/enap/episodes/EV-G-Previdncia-Complementar-para-Servidores-Pblicos-Estaduais-e-Municipais----possvel-escolher-um-perfil-de-investimento-e1so08b 62Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública Unidade 4 – Tributação dos Planos de Benefícios Ao final desta unidade, você será capaz de identificar as diferenças entre a tabela progressivae a tabela regressiva do Imposto de Renda e os benefícios fiscais ligados ao Regime de Previdência Complementar. 4.1 Formas de Tributação: Progressiva e Regressiva Existem duas formas de tributação possíveis nos planos de previdência complementar: a progressiva e a regressiva. Entre essas duas opções, VOCÊ ESCOLHE! Isso mesmo, você como participante do plano de previdência deve definir o regime de tributação ou, como também é chamado, a tabela progressiva ou regressiva, que vai impactar nos impostos pagos pelo seu plano no futuro. E quando você deve fazer essa escolha? No início do plano, mais especificamente até o último dia útil do mês seguinte ao da efetivação da adesão ao plano de previdência. Por exemplo: suponha que você ingresse no plano em qualquer dia do mês de janeiro, então você tem até o último dia útil de fevereiro para escolher o regime de tributação. E aqui cabem observações importantes: • Caso o participante/servidor não faça a opção no prazo estabelecido, o regime de tributação aplicado será o progressivo; • Caso o participante opte pela tributação progressiva, é possível alterar sua escolha para a tabela regressiva. No entanto, a opção pelo regime de tributação regressivo é irreversível; • Ao alterar a tributação progressiva para regressiva, o tempo de acumulação no plano iniciará do zero, desconsiderando, assim, o tempo de acumulação no regime progressivo. 63Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública Desse modo, é fundamental que você conheça e entenda como funcionam essas formas de tributação para poder efetuar com mais segurança a sua escolha. Vamos lá? O que é a tributação PROGRESSIVA? A tributação progressiva ou tabela progressiva é aquela aplicada no Imposto de Renda e que incide sobre os salários e demais rendas recebidas pelos cidadãos. As alíquotas nessa tabela aumentam de acordo com a faixa de valores recebidos, variando entre 0% (isento) e 27,5% (alíquota máxima). Ou seja, quanto maior a renda recebida, maior a alíquota de imposto a incidir. Verifique a tabela abaixo: A forma de tributação dos benefícios ou do resgate será baseada no total da renda anual bruta do servidor participante e a respectiva alíquota e imposto. Na prática, a tributação no regime progressivo vai acontecer da seguinte forma: • No resgate: é cobrado imposto de renda na fonte na alíquota de 15%, sendo que, dependendo da faixa do valor recebido ou resgatado e sua respectiva alíquota, o acerto será realizado na Declaração de Ajuste Anual de Imposto de Renda; • No recebimento do benefício: o imposto de renda será de acordo com as alíquotas vigentes da tabela progressiva. Nesse caso o acerto final, considerando todas as rendas brutas tributáveis do participante e todas as deduções autorizadas por lei, também será realizado na declaração anual de ajuste. 64Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública O que é a tributação REGRESSIVA? Se na tabela progressiva o que conta é a faixa de renda, na tributação regressiva, ou tabela regressiva, o fator que determina a alíquota do imposto é o tempo de permanência dos recursos investidos no plano de previdência privada. Esse é um regime alternativo de tributação próprio para a previdência complementar! O objetivo aqui é incentivar a permanência do participante no plano no longo prazo, pois, ao alongar o tempo, o participante terá acesso a alíquotas que chegam a 10%, independentemente de sua renda bruta. Acompanhe a figura abaixo: Conforme você viu na figura acima, a diminuição da alíquota depende do tempo de contribuição no plano, ou seja, quanto mais tempo o seu dinheiro estiver no plano de previdência, menos imposto você pagará. Importante dizer que, no regime regressivo, tanto o resgate quanto os benefícios são tributados a alíquotas regressivas conforme o prazo de acumulação de recursos no plano. Não há ajuste da declaração anual do IRPF, nem complementação ou restituição do imposto; a tributação é exclusiva/definitiva na fonte. A tabela regressiva leva em consideração o tempo em que o investimento fica no plano, desse modo, os pagamentos dos benefícios consideram os primeiros aportes realizados pelo participante, de maneira que neles incidam as menores alíquotas de IR. O prazo de acumulação é contado para cada pagamento separadamente. Ou seja, seguem a lógica do sistema PEPS: Primeiro valor que Entra no plano é o Primeiro valor que Sai. 65Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública Para facilitar o seu entendimento e consolidar o que foi abordado até aqui, verifique a tabela abaixo. 4.2 Incentivos Fiscais Você sabia que é possível reduzir a carga tributária do participante sobre os valores aportados anualmente ao Regime de Previdência Complementar? Quer entender os incentivos fiscais atrelados à previdência complementar? Assista ao vídeo abaixo com a advogada e professora de Direito Tributário, Patrícia Linhares Gaudenzi. Vídeo 15 – Incentivos Fiscais da Previdência Complementar Como você viu no vídeo, as contribuições dos participantes aos planos de previdência complementar podem ser deduzidas até o limite de 12% dos rendimentos tributáveis no ajuste anual do imposto de renda. Haverá tributação apenas no recebimento do benefício ou resgate das contribuições, a depender da tabela escolhida: progressiva ou regressiva. Agora que você conheceu as formas de tributação e os incentivos fiscais aplicados às entidades de previdência complementar, acesse o exercício avaliativo para verificar os conhecimentos adquiridos. Boa sorte! https://youtu.be/yUh9R-mX5H8 66Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública Unidade 1 – Monitorando o Plano de Benefícios Identificar como é possível acompanhar o plano de previdência complementar contratado e melhorar a renda na aposentadoria. 1.1. Como acompanhar a poupança previdenciária A aposentadoria paga pelo Regime Próprio de Previdência Social ou Regime Geral de Previdência Social não varia no dia a dia de acordo com as evoluções do mercado financeiro. Desde o começo, você já sabe de antemão qual será a regra de cálculo do seu benefício de aposentadoria pública. Por exemplo, desde a Reforma da Previdência de 2019, você já sabe que o benefício de aposentadoria: • Será fruto da média salarial ao longo da sua trajetória profissional; • Será no mínimo igual a 60% dessa média se você contribuir o tempo mínimo exigido por lei. E para ter 100% da média, será preciso contribuir por 40 anos; • Não será inferior a um salário-mínimo; • Terá um teto que é corrigido pela inflação anualmente. E mesmo na hipótese de haver outra reforma previdenciária antes de você se aposentar, ela tende a contar com regras de transição que suavizarão o impacto no seu benefício. Ou seja, você pode ter uma ideia minimamente adequada de qual será seu benefício de aposentadoria pelos regimes públicos de previdência social com bastante antecedência. Já nos planos de previdência privada oferecidos aos servidores públicos pelo estado ou município em que trabalham, não ocorre o mesmo. Por que isso acontece? Porque tais planos de previdência complementar são na modalidade Contribuição Definida. Ou seja, eu sei exatamente qual a regra de contribuição mensal enquanto estou na fase de acumulação, mas não há previamente estabelecida uma regra de cálculo da renda de aposentadoria que esse plano de previdência privada pagará. Desse modo, não há um benefício definido previamente. Módulo A Previdência é sua: Monitorando seu Plano de Benefícios4 67Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública A renda que um servidor público receberá do seu plano de previdência privada será definida apenas quando ele requerer a aposentadoria. Nesse instante, a entidade de previdência complementar que administra o plano fará o cálculo da renda a ser paga com base no saldo acumulado até aquele momento. Perceba que esse saldo variará em função de alguns fatores. Por exemplo: • Quantidade e valor dos aportesrealizados no plano, tanto pelo servidor público quanto pelo seu empregador (patrocinador); • A rentabilidade alcançada pelo plano a partir do direcionamento dos investimentos realizados pelo administrador do plano; • Os custos administrativos cobrados ao longo do tempo. Por esse motivo é importante que o participante de um plano de previdência privada monitore periodicamente a evolução do seu saldo investido, bem como a simulação de quanto o saldo acumulado gerará de renda na aposentadoria. Uma boa opção é fazer esse monitoramento pelo menos uma vez por ano. Para que você não esqueça e para que fique mais prático, utilize datas fáceis de lembrar, como o mês do seu aniversário ou o momento de fazer a declaração anual de imposto de renda. Afinal de contas, para esta declaração, você pode precisar pegar o informe de rendimentos do plano de previdência privada, por que não aproveitar e já avaliar como está a evolução desse plano? Vejamos então uma receita prática de como fazer um monitoramento adequado do plano de previdência privada: 1. O primeiro passo é verificar o saldo acumulado no extrato do participante. Por qualquer canal de atendimento da entidade de previdência complementar que administre o plano de previdência privada é possível solicitar esse documento. Vamos supor um exemplo em que, ao abrir o extrato, o servidor público descobre que tem R$60.000 de saldo, fruto das contribuições dele e do empregador; 2. Com base nesse saldo, é possível simular quanto será o saldo no momento da aposentadoria se a dinâmica de aportes permanecer a mesma que já é praticada. A maioria das entidades de previdência complementar oferecem esses simuladores em seus próprios sites. Suponha que esse servidor público tenha uma contribuição mensal de R$600,00, somando a contribuição dele e do seu empregador. Ele também tem mais 20 anos de contribuições a fazer até atingir a idade de 68Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública aposentadoria. Com esses dados, ele consegue pelo simulador chegar à estimativa de que na idade de aposentadoria terá um saldo acumulado de R$750.000; 3. De posse desse saldo projetado na aposentadoria, é possível simular a renda a ser gerada. No exemplo em questão, esse servidor conseguiu junto à entidade de previdência complementar uma projeção de que a renda por 20 anos gerada a partir de um saldo de R$750.000 será de R$3.000 por mês; 4. O servidor avaliou que R$3.000 de renda complementar além do que receberá da previdência social é pouco para o padrão de vida que gostaria de ter na aposentadoria. Assim sendo, ele procura corrigir a rota aumentando a sua contribuição mensal para a previdência privada em mais R$200. Com novas simulações ele percebe que o novo saldo final projetado será de R$920.000 e a nova renda complementar por 20 anos de R$4.000; 5. Repetindo esse exercício anualmente, é possível ir ajustando a rota, seja aumentando ou reduzindo os aportes para que se atinja o nível de renda desejado na fase inativa, sem grandes surpresas quando chegar a hora tão desejada de usufruir da aposentadoria. Perceba que no exemplo acima a renda complementar será paga por 20 anos. Essa simulação retrata o fato de que a renda complementar a ser paga pelos planos de contribuição definida pode não ser vitalícia. Isso é muito importante! Você deve atentar que há um risco de a renda complementar durar menos que seu tempo de aposentadoria. Verifique junto à entidade que administra o plano de previdência privada se é oferecido uma cobertura por sobrevivência, que seria uma espécie de seguro para cobrir esse risco. 1.2. Estratégias para aumentar sua renda de aposentadoria Agora que você já entendeu como acompanhar sua poupança previdenciária, vale a pena pensar em estratégias para aumentar sua renda na aposentadoria. Nesse sentido, o vídeo abaixo, apresentado por Mauricio Dias Leister, da Subsecretaria do Regime de Previdência Complementar, elenca 4 alternativas que podem auxiliar o participante na construção de sua renda complementar. Assista! 69Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública Vídeo 16 – Estratégias para aumentar sua renda de aposentadoria Muito bem, você conseguiu entender como monitorar seu plano de previdência privada e conheceu estratégias para aumentar sua renda na aposentadoria através da Previdência Complementar. Desse modo, você chegou ao final do seu curso. Que bom que você chegou até aqui! Parabéns! Agora só falta fazer o último exercício avaliativo disponível no ambiente virtual. Caso você tenha alguma dúvida no conteúdo apresentado ao longo dos módulos, retorne ao conteúdo das aulas. Importante te dizer que a Subsecretaria do Regime de Previdência Complementar disponibiliza um canal para dúvidas e sugestões. Caso precise, escreva para surpc.eduprev@economia.gov.br. Até mais! https://youtu.be/X9Z--JCklzs mailto:surpc.eduprev%40economia.gov.br?subject= 70Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública REFERÊNCIAS BRASIL. Ministério da Economia – Secretaria de Previdência. Regimes próprios de Previdência Social: consolidação da legislação federal. Brasília: 2021. Disponível em: https://www.gov.br/previdencia/pt-br/assuntos/previdencia-no-servico-publico/ legislacao-dos-rpps/leis-1/consolidacao-legislacao-rpps-atualizada-ate-28-de-junho- de-2021-isp.pdf. Acesso em: 12 julho 2022. BRASIL. Ministério da Economia. Secretaria Especial de Previdência e Trabalho. Guia da Previdência Complementar para Entes Federativos. Brasília: Subsecretaria do Regime de Previdência Complementar, 2019b. Disponível em: https://www. gov.br/trabalho-e-previdencia/pt-br/assuntos/previdencia-complementar/mais- informacoes/arquivos/guia_6-1ed.pdf. Acesso em: 24 maio 2022. BRASIL. Ministério do Trabalho e Previdência – Secretaria de Previdência. Módulo 07 – RGPS e RPPS: O que é a Previdência Pública? Brasília, 2021. Disponível em: https:// www.investidor.gov.br/portaldoinvestidor/export/sites/portaldoinvestidor/menu/ Menu_Academico/Programa_Bem-Estar_Financeiro/Apostilas/apostila_aluno_ bemestar_financeiro_aula_07-RGPS-final2.pdf. BRASIL. Ministério do Trabalho e Previdência – Secretaria de Previdência. Guia Previdência Complementar para Todos. Brasília, 2021. Disponível em: https://www. gov.br/trabalho-e-previdencia/pt-br/assuntos/previdencia-complementar/mais- informacoes/arquivos/prevcomptodos21-09.pdf. BRASIL. Ministério do Trabalho e Previdência – Secretaria de Previdência - Aplicação da Emenda Constitucional nº 103/2019 aos RPPS dos Estados, Distrito Federal e Municípios - Nota Técnica SEI nº 12212/2019/ME Disponível em: https://www.gov.br/ trabalho-e-previdencia/pt-br/assuntos/previdencia-no-servico-publico/legislacao- dos-rpps. BRASIL. Ministério do Trabalho e Previdência – Secretaria de Previdência. Guia da Previdência Complementar para Entes Federativos. Brasília, 2022 – 6ª edição. Disponível em: https://www.gov.br/trabalho-e-previdencia/pt-br/assuntos/ previdencia-complementar/mais-informacoes/arquivos/guia_6-1ed.pdf. BRASIL. Ministério do Trabalho e Previdência – Secretaria de Previdência. Módulo 08 – RPC: O que é a Previdência Complementar? Brasília, 2021. Disponível em: https://www.investidor.gov.br/portaldoinvestidor/export/sites/portaldoinvestidor/ menu/Menu_Academico/Programa_Bem-Estar_Financeiro/Apostilas/apostila_ aluno_bemestar_financeiro_aula_08_RPC-final3.pdf. https://www.gov.br/previdencia/pt-br/assuntos/previdencia-no-servico-publico/legislacao-dos-rpps/leis-1/consolidacao-legislacao-rpps-atualizada-ate-28-de-junho-de-2021-isp.pdf https://www.gov.br/previdencia/pt-br/assuntos/previdencia-no-servico-publico/legislacao-dos-rpps/leis-1/consolidacao-legislacao-rpps-atualizada-ate-28-de-junho-de-2021-isp.pdf https://www.gov.br/previdencia/pt-br/assuntos/previdencia-no-servico-publico/legislacao-dos-rpps/leis-1/consolidacao-legislacao-rpps-atualizada-ate-28-de-junho-de-2021-isp.pdf https://www.gov.br/trabalho-e-previdencia/pt-br/assuntos/previdencia-complementar/mais-informacoes/arquivos/guia_6-1ed.pdfhttps://www.gov.br/trabalho-e-previdencia/pt-br/assuntos/previdencia-complementar/mais-informacoes/arquivos/guia_6-1ed.pdf https://www.gov.br/trabalho-e-previdencia/pt-br/assuntos/previdencia-complementar/mais-informacoes/arquivos/guia_6-1ed.pdf https://www.investidor.gov.br/portaldoinvestidor/export/sites/portaldoinvestidor/menu/Menu_Academico/Programa_Bem-Estar_Financeiro/Apostilas/apostila_aluno_bemestar_financeiro_aula_07-RGPS-final2.pdf https://www.investidor.gov.br/portaldoinvestidor/export/sites/portaldoinvestidor/menu/Menu_Academico/Programa_Bem-Estar_Financeiro/Apostilas/apostila_aluno_bemestar_financeiro_aula_07-RGPS-final2.pdf https://www.investidor.gov.br/portaldoinvestidor/export/sites/portaldoinvestidor/menu/Menu_Academico/Programa_Bem-Estar_Financeiro/Apostilas/apostila_aluno_bemestar_financeiro_aula_07-RGPS-final2.pdf https://www.investidor.gov.br/portaldoinvestidor/export/sites/portaldoinvestidor/menu/Menu_Academico/Programa_Bem-Estar_Financeiro/Apostilas/apostila_aluno_bemestar_financeiro_aula_07-RGPS-final2.pdf https://www.gov.br/trabalho-e-previdencia/pt-br/assuntos/previdencia-complementar/mais-informacoes/arquivos/prevcomptodos21-09.pdf https://www.gov.br/trabalho-e-previdencia/pt-br/assuntos/previdencia-complementar/mais-informacoes/arquivos/prevcomptodos21-09.pdf https://www.gov.br/trabalho-e-previdencia/pt-br/assuntos/previdencia-complementar/mais-informacoes/arquivos/prevcomptodos21-09.pdf https://www.gov.br/trabalho-e-previdencia/pt-br/assuntos/previdencia-no-servico-publico/legislacao-dos-rpps https://www.gov.br/trabalho-e-previdencia/pt-br/assuntos/previdencia-no-servico-publico/legislacao-dos-rpps https://www.gov.br/trabalho-e-previdencia/pt-br/assuntos/previdencia-no-servico-publico/legislacao-dos-rpps https://www.gov.br/trabalho-e-previdencia/pt-br/assuntos/previdencia-complementar/mais-informacoes/arquivos/guia_6-1ed.pdf https://www.gov.br/trabalho-e-previdencia/pt-br/assuntos/previdencia-complementar/mais-informacoes/arquivos/guia_6-1ed.pdf https://www.investidor.gov.br/portaldoinvestidor/export/sites/portaldoinvestidor/menu/Menu_Academico/Programa_Bem-Estar_Financeiro/Apostilas/apostila_aluno_bemestar_financeiro_aula_08_RPC-final3.pdf https://www.investidor.gov.br/portaldoinvestidor/export/sites/portaldoinvestidor/menu/Menu_Academico/Programa_Bem-Estar_Financeiro/Apostilas/apostila_aluno_bemestar_financeiro_aula_08_RPC-final3.pdf https://www.investidor.gov.br/portaldoinvestidor/export/sites/portaldoinvestidor/menu/Menu_Academico/Programa_Bem-Estar_Financeiro/Apostilas/apostila_aluno_bemestar_financeiro_aula_08_RPC-final3.pdf 71Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública BRASIL. Ministério do Trabalho e Previdência – Subsecretaria do Regime de Previdência Complementar. Fundos de Pensão: Coletânea de Normas 2022. Brasília, 2022. Disponível em: https://www.gov.br/trabalho-e-previdencia/ pt-br/assuntos/previdencia-complementar/mais-informacoes/arquivos/ coletaneadenormas_22-03-1.pdf. BRASIL. Resolução CMN nº 4.994, de 24 de março de 2022. Disponível em: https:// www.gov.br/economia/pt-br/orgaos/entidades-vinculadas/autarquias/previc/ regulacao/normas/resolucoes/resolucoes-cmn/resolucao-cmn-ndeg-4-994-de-24- de-marco-de-2022.pdf/view Acesso em: 13 jul. 2022. BRASIL. Superintendência Nacional de Previdência Complementar. Modelo de Regulamento de Plano na Modalidade Contribuição Definida, CD 06 – Entes Federativos. Brasília, 2020. 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Como um servidor público se aposenta no Brasil? 2.2 Reforma da Previdência de 2019 e as regras de transição. 2.3. O funcionamento do Regime Próprio de Previdência Social Unidade 3 – A Previdência Complementar para servidores públicos 3.1 Características e especificidades do RPC dos servidores públicos 3.2 Panorama da Previdência Complementar dos Servidores Públicos 3.3 Migrar ou não migrar, eis a questão Unidade 4 – Combinação de Regimes de Previdência 4.1. Como fica a aposentadoria do servidor com e sem o Regime de Previdência Complementar? 4.2. Importância da combinação dos regimes. Unidade 1 – Características Gerais do Regime de Previdência Complementar (RPC) 1.1 Principais conceitos para compreender a Previdência Complementar 1.2 Tipos de Entidades e os principais atores do RPC 1.3 Os principais normativos do RPC Unidade 2 – A Governança das Entidades de Previdência Complementar 2.1. Órgãos de Governança 2.2 Estatuto e Convênio de Adesão 2.3 Fiscalização e Regulação 2.4. Responsabilização dos gestores 2.5 Transparência e os canais de acompanhamento do participante Unidade 1 – O Plano de Previdência e suas coberturas 1.1 Plano de Contribuição Definida 1.2 Tipos de Contribuição e Custos Administrativos 1.3 Formas de Renda de Aposentadoria 1.4 Coberturas adicionais Unidade 2 – Regulamento do Plano de Previdência 2.1 Regulamento e suas regras principais 2.2 Institutos: direitos garantidos aos participantes Unidade 3 – Investimentos na Previdência Complementar 3.1 Como os recursos dos planos são investidos? 3.2 Limites e Classes de Investimentos 3.3 Perfis de Investidores e Perfis de Investimentos. Unidade 4 – Tributação dos Planos de Benefícios 4.1 Formas de Tributação: Progressiva e Regressiva 4.2 Incentivos Fiscais Unidade 1 – Monitorando o Plano de Benefícios 1.1. Como acompanhar a poupança previdenciária 1.2. Estratégias para aumentar sua renda de aposentadoria REFERÊNCIAS