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Direito Ambiental - Vicente Mello - Aulas 1a VA

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19/03/2024
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DIREITO AMBIENTAL
AULAS:
20/02, 27/02, 05/03, 12/03, 19/03, 26/03 (2024)
PROFESSOR: VICENTE BARRETO MELLO NETO
Conceitos de Meio Ambiente
 Lei nº 6.938/81 – PNMA: A Política Nacional do Meio Ambiente 
define, em seu art. 3º, inciso I, como “o conjunto de condições, leis, 
influências e interações de ordem física, química e biológica, que permite, 
abriga e rege a vida em todas as suas formas”.
 O conceito legal contido na PNMA até hoje sofre críticas por não prever 
expressamente um contexto social, e ser atrelado apenas aos elementos 
físicos e biológicos.
 Lei da Terra Boa (Lei Estadual 10.431/2006-BA): “a totalidade dos 
elementos e condições que, em sua complexidade de ordem física, 
química, biológica, socioeconômica e cultural, e em suas inter-relações, 
dão suporte a todas as formas de vida e determinam sua existência, 
manutenção e propagação, abrangendo o ambiente natural e o artificial”.
Conceitos de Meio Ambiente
 Segundo Hugo Nigro Mazzili, o conceito legal da PNMA possibilita que a 
defesa da flora, da fauna, das águas, do solo, do subsolo e do ar seja 
realizada de forma praticamente ilimitada, porém, acompanhamos o 
posicionamento de que houve omissão quanto ao meio ambiente de 
natureza social ou ainda imaterial.
 José Afonso da Silva define como “a interação do conjunto de 
elementos naturais, artificiais e culturais que propiciem o 
desenvolvimento equilibrado da vida em todas as suas formas”.
 Clara relação entre o meio ambiente e o direito à vida.
 Abarca todos os interesses de natureza ambiental, abrangendo o meio 
ambiente natural, cultural, do trabalho e urbano ou artificial.
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Espécies de Meio Ambiente
 Formado por todos os elementos naturais responsáveis pelo equilíbrio 
entre os seres vivos e o meio em que vivem, como solo, água, ar 
atmosférico, flora e fauna. (Celso Antônio Pacheco Fiorillo)
 O meio ambiente natural “abrange a atmosfera, as águas interiores, 
superficiais e subterrâneas, os estuários, o mar territorial, o solo, o 
subsolo, os elementos da biosfera, a fauna, a flora, o patrimônio 
genético e a zona costeira”. (Luís Paulo Sirvinkas)
 “Composto pelos seres vivos e o meio físico em que se inserem. 
Abrange o solo, a água, o ar atmosférico, a flora, a fauna e toda a 
biodiversidade.” (Frederico Amado)
 A espécie autônoma por excelência, visto que é a que mais se 
aproxima do entendimento comum do que é meio ambiente, através 
dos meios biótico (fauna, flora e patrimônio genético) e abiótico (meio 
físico de recursos naturais não biológicos).
1. Meio Ambiente Natural
Espécies de Meio Ambiente
 Trata-se do ambiente construído pela ação do homem, constituído 
pelo conjunto de edificações, equipamentos, rodovias e demais 
elementos que formam as cidades e povoamentos.
 Trata-se de uma transformação ocorrida no espaço físico do meio 
ambiente natural, decorrente da atividade humana, com o objetivo 
de viabilizar as ações sociais (moradia, saneamento, transporte, 
segurança, lazer, alimentação, etc.)
 Também à proteção à vida, visto que, por ele se protege o 
desenvolvimento urbano, abrangendo os direitos sociais e outros 
elementos relevantes para a sadia qualidade de vida da população. 
Aos curiosos: sobre as diretrizes nacionais do saneamento básico, veja 
Lei n. 11.445/2007 e trace sua relação com a proteção do meio 
ambiente.
2. Meio Ambiente Artificial ou Urbano (ou ainda, Construído)
Espécies de Meio Ambiente
 O meio ambiente cultural constitui-se pelo patrimônio artístico, arqueológico, histórico, 
paisagístico e turístico.
 Classificado pela doutrina como autônoma, mas de forma prática, alguns entendem 
como derivação do meio ambiente artificial, uma vez que resulta da atividade humana.
 O valor cultural agregado o difere das demais espécies de meio ambiente.
 Implica na proteção da vida, visto que o lazer e a cultura são meios eficazes para a 
melhoria da qualidade de vida da população.
 CF/88 - Art. 216: “Constituem patrimônio cultural brasileiro os bens de natureza material e 
imaterial, tomados individualmente ou em conjunto, portadores de referência à 
identidade, à ação, à memória dos diferentes grupos formadores da sociedade brasileira, 
nos quais se incluem: I - as formas de expressão; II - os modos de criar, fazer e viver; III - as 
criações científicas, artísticas e tecnológicas; IV - as obras, objetos, documentos, 
edificações e demais espaços destinados às manifestações artístico-culturais; V - os 
conjuntos urbanos e sítios de valor histórico, paisagístico, artístico, arqueológico, 
paleontológico, ecológico e científico.”
3. Meio Ambiente Cultural
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Espécies de Meio Ambiente
 Corresponde ao ambiente no qual é exercida a atividade laboral.
 Nem todos os doutrinadores entendem como espécie autônoma, e, assim 
como o meio ambiente cultural, é visto por uma parcela ainda maior de 
juristas como um derivado do meio ambiente artificial.
 Celso Antônio Pacheco Fiorillo entende que o meio ambiente do trabalho 
constitui-se pelo “local no qual as pessoas desempenham suas atividades 
laborais”.
 CF/88 – Art. 200: “Ao sistema único de saúde compete, além de outras 
atribuições, nos termos da lei: (...) VIII - colaborar na proteção do meio 
ambiente, nele compreendido o do trabalho.”
 João Manoel Grott entende como um conjunto de fatores físicos, 
climáticos ou de quaisquer outros que, interligados, ou não, estão 
presentes e envolvem o local de trabalho do indivíduo. Assim, observa-se 
que tal modalidade encontra-se relacionada à proteção da salubridade 
do ambiente de trabalho, de modo a proteger a saúde do trabalhador.
4. Meio Ambiente do Trabalho
Mas afinal, o que é esse tal de 
Direito Ambiental?
 Lúcia Reisewitz: O conjunto de normas jurídicas que regem a preservação, 
melhoria ou recuperação de um ambiente sempre que este for meio para 
garantir a sadia qualidade de vida humana e a manutenção da vida em 
todas as suas formas.
 Toshio Mukai: Um conjunto de normas e institutos jurídicos pertencentes a 
vários ramos do direito, os quais se encontram reunidos em decorrência de 
sua função instrumental para disciplinar o comportamento humano em 
relação ao meio ambiente.
 Édis Milaré: o complexo de princípios e normas reguladoras das atividades 
humanas que, direta ou indiretamente, possam afetar a sanidade do 
ambiente em sua dimensão global, visando sua sustentabilidade para as 
presentes e futuras gerações.
 Frederico Amado: ramo do direito público composto por princípios e regras 
que regulam as condutas humanas que afetam, potencial ou 
efetivamente, direta ou indiretamente, o meio ambiente, quer o natural, o 
cultural ou o artificial
Rima não intencional. Juro, pessoal!
O mesmo não posso dizer da última.
Evolução Histórica da Proteção
ao Meio Ambiente
 Apesar de ser um direito fundamental da humanidade (proteção do 
direito à vida, saúde, qualidade de vida, e, consequentemente, dignidade 
da pessoa humana), somente no Século XX começaram a ser 
implementadas políticas efetivas de proteção em relação a esse direito. 
 Durante séculos o homem tem agredido a natureza e o meio ambiente em 
que vive na busca de melhores condições de vida e também, de forma 
egoística, com o objetivo de obter maiores lucros em suas atividades.
 Raramente existia a consciência da prática da agressão ambiental, uma 
vez que predominava (no passado mesmo?) a ideia de que a natureza era 
inesgotavelmente e poderia ser eternamente explorada.
 Preocupação real com o meio ambiente e qualidade de vida da 
população após o fim da II Guerra Mundial e a qualidade de vida da 
população.
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Evolução Histórica da Proteção
ao Meio Ambiente
 As Dimensões (ou Gerações) dos Direitos Fundamentais:
1. Direitos de liberdade: direitos civis e políticos, em defesa do 
indivíduo em face do Estado. Marco: Revolução Francesa, no 
século XVIII. Requer abstenção do Estado. Exemplos: propriedade, 
manifestação do pensamento, igualdade,etc.
2. Direitos de Igualdade: direitos sociais, econômicos e culturais. 
Marcos: As Constituições Francesas desde 1791 traziam alguns 
desses direitos. A Constituição Mexicana de 1917 e a Constituição 
de Weimar (Alemanha) de 1919 consolidou tais direitos. Igualdade 
material, fática. Início da ideia de proteção aos hipossuficientes. 
Requer prestação material e jurídica do Estado para sanar 
desigualdades. Exemplos: exigir a construção de escolas, 
transporte público, saúde e saneamento, etc. Surgem ainda as 
garantias institucionais: garantias da imprensa, família, classes, etc.
Evolução Histórica da Proteção
ao Meio Ambiente
 As Dimensões (ou Gerações) dos Direitos Fundamentais:
3. Direitos de fraternidade (segundo Paulo Bonavides) ou direitos dos 
povos: são os direitos ligados à solidariedade. Pós II Guerra 
Mundial. Constitucionalismo contemporâneo, resultado da fusão 
das experiências americana e francesa. Características principais 
constitucionais: Reconhecimento da força normativa, 
rematerialização, fortalecimento da jurisdição e do Poder 
Judiciário, centralidade da Constituição e dos direitos 
fundamentais. Exemplos: Bonavides incluiu o direito ao 
desenvolvimento ou progresso, ao meio ambiente, à 
autodeterminação dos povos, sobre o patrimônio comum da 
humanidade e de comunicação. Outros autores acrescentaram o 
direito do consumidor, das crianças e dos idosos.
Evolução Histórica da Proteção
ao Meio Ambiente
 Aos curiosos:
4. Não há consenso em jurisprudência e doutrina. Segundo 
Bonavides: direito à democracia, informação e pluralismo. Outros 
autores: identificação genética do indivíduo, os direitos 
relacionados à bioengenharia e a biotecnologia. Têm-se que o 
direito à democracia se dá nesta geração/dimensão de forma 
ampliada materialmente, não apenas formal, buscando, por 
exemplo, a garantia dos direitos fundamentais das minorias. Ainda, 
quanto ao direito à informação, este abrange o direito de 
informar, ser informado e se informar. Por sua vez, o pluralismo, não 
se resume ao pluralismo de partidos políticos, mas também ao 
pluralismo religioso, artístico, cultural, ideológico, etc.
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Evolução Histórica da Proteção
ao Meio Ambiente
 Aos curiosos:
5. A mais nova e polêmica geração/dimensão. Bonavides inclui o 
direito à paz, que inicialmente era entendida de terceira 
dimensão. A doutrina que defende a inclusão diz que seria um 
direito extremamente relevante e até hoje não alcançado. O 
objetivo máximo da humanidade. Noção prescritiva. Alterou a 
natureza das dimensões ou gerações de direitos fundamentais, 
pois antes eram descritas apenas através dos momentos de 
surgimento desses direitos.
Evolução Histórica da Proteção
ao Meio Ambiente
 As visões do Direito Ambiental: As “linhas cêntricas”.
 Antropocentrismo: o meio ambiente serve ao homem, este é 
destacado e independente daquele, e os demais seres vivos (meio 
biótico) e o meio físico não são objetos autonomamente tuteláveis, 
ou seja, protegidos por sua própria natureza e importância como 
recurso quase ilimitado, suscetível de poder e gerador de bens aos 
mais diversos fins (agricultura, medicina, indústria). O que se 
protege é o homem e sua existência. A natureza é um instrumento 
essencial, porém, que deve ser protegido em razão das riquezas 
que fornece ao homem, que é tido como ponto central 
indiscutível.
Evolução Histórica da Proteção
ao Meio Ambiente
 As visões do Direito Ambiental: As “linhas cêntricas”.
 Ecocentrismo: entende que os ecossistemas não têm valor 
meramente instrumental ao homem. O equilíbrio da ecosfera se 
torna a preocupação central e mantê-lo é de importância maior 
do que aos seres vivos de forma individual. A tutela é ao meio 
ambiente em si, e o ser humano que deve agir como instrumento 
dessa manutenção, assumindo de forma notória e ativa seu lado 
biológico e ecológico.
 Biocentrismo: a valoração dos demais seres, independentemente 
do ser humano. A vida é um fenômeno único e a natureza tem 
valor intrínseco, e não instrumental. Desta corrente inspirou-se a 
defesa dos direitos dos animais, estes passam a ser dotados de 
direitos, especialmente os sencientes e autoconscientes.
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Evolução Histórica da Proteção
ao Meio Ambiente
 O DILEMA CARNÍVORO.
 Antropocentrismo: consumir carne se trata de uma liberdade de 
escolha do homem, não lhe sendo prejudicial à saúde (consumo 
de forma racional) e ainda gerando sensação de bem-estar.
 Ecocentrismo: o ser humano é onívoro, e, via de consequência, 
consome carne por necessidade biológica e age na condição de 
predador natural.
 Biocentrismo: os seres humanos devem consumir apenas vegetais 
ou alguns produtos de origem animal (ovos, leite), uma vez que os 
animais não racionais têm direito à vida e é vedado o seu 
sofrimento.
Fontes do Direito Ambiental
TIPOS DE FONTES DO DIREITO AMBIENTAL:
Assim como as demais áreas do Direito, o Direito Ambiental possui 
dois tipos de fontes.
- FONTES MATERIAIS
- FONTES FORMAIS
Fontes do Direito Ambiental
FONTES MATERIAIS: são as fontes fáticas.
- Principais questões ambientais contemporâneas, discutidas 
internacionalmente, nacionalmente ou internamente, podendo ser 
influenciadas ou não por acidentes ambientais.
- Tragédias e acidentes ambientais: fatos agravantes da situação 
ambiental que influenciam discussões e tomadas de decisão.
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Fontes do Direito Ambiental
PRINCIPAIS QUESTÕES AMBIENTAIS CONTEMPORÂNEAS
- Redução, fragmentação e/ou desfazimento da camada de 
ozônio. CFC (clorofluorcarbono). Convenção de Viena para a 
Proteção da Camada de Ozônio (1985). Protocolo de Montreal 
(1989). Substituição do CFC.
- Mudanças climática e Aquecimento Global. CO2 (dióxido de 
carbono) e CH4 (metano). Conferência do Rio de Janeiro (1992). 
Protocolo de Kyoto (1997). Redução dos gases do efeito estufa.
Fontes do Direito Ambiental
PRINCIPAIS QUESTÕES AMBIENTAIS CONTEMPORÂNEAS
- Resíduos. Indústria e consumismo em larga escala. Resíduos nas 
mais diversas formas, inclusive nuclear. Normas de tratamento 
adequado. 3Rs - Reduction (redução), Reuse (reuso), Recycling 
(reciclagem). +1R Logística Reversa (reverse logistics). Normas de 
tratamento adequado. Sanções contra poluidores.
- Perda da biodiversidade. Perda e fragmentação do habitat
natural. Introdução de espécimes e doenças exóticas. Exploração 
excessiva de espécies de fauna e flora. Uso de híbridos e 
monoculturas na agroindústria e programas de reflorestamento. 
Contaminação de solo, água, atmosfera. Mudanças climáticas.
Fontes do Direito Ambiental
PRINCIPAIS QUESTÕES AMBIENTAIS CONTEMPORÂNEAS
- Escassez de água. Desenvolvimento industrial. Grande massa 
populacional. Contaminação por poluentes. Desmatamento e 
urbanização alteram o ciclo hidrológico. Construções causam 
impermeabilização do solo e o escoamento superficial causa 
erosões e inundações. Valorização da água em escala global. 
Políticas de proteção. Política Nacional de Recursos Hídricos – Lei nº 
9.433/97 (art. 1º, II e art. 2º, I e II)
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Fontes do Direito Ambiental
TRAGÉDIAS, ACIDENTES e INCIDENTES AMBIENTAIS
- Diversos fatos ocorridos em diversos locais do mundo 
ocasionaram, em momentos e de formas bastante específicas, a 
criação de novas normas de Direito Ambiental.
- Ecologista suíço René Longet, sobre Seveso (1976) chama de 
“pedagogia da catástrofe”.
Fontes do Direito Ambiental
DESASTRE DE MINAMATA (JAPÃO – 1956):
- Envenenamento por mercúrio despejado no mar por fábrica de 
fertilizante químico (Corporação Chisso. Hidroelétrica) desde os 
anos de 1930, contaminando peixes, moluscos e aves.
- Doença, Mal ou Síndrome de Minamata: Demora 20 anos para se 
manifestar. +700 mortes. Quase 3.000 diagnosticados. Estima-se 2 
milhões de contaminados em menor grau.
- Primeiros casos; convulsões severas, surtos de psicose, perda de 
consciência, coma, febre muito alta e morte. Após identificação e 
início de tratamento; danos cerebraisgraves, incluindo distúrbios 
sensoriais em mãos e pés, danos à visão e audição, fraqueza e, em 
casos extremos, paralisia e morte.
Fontes do Direito Ambiental
- Empresa ocultou uso de mercúrio.
- 1959: pescadores locais destruíram parte da propriedade e atraiu 
a atenção pública.
- 1968: Governo japonês reconheceu a fonte e a contaminação 
química finalmente cessou.
Convenção de Minamata (2013):
- 140 países pactuaram limites de uso e emissão de mercúrio.
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Fontes do Direito Ambiental
Fontes do Direito Ambiental
TORREY CANYON (COSTA DA INGLATERRA - 1967):
- SS Torrey Canyon: petroleiro americano com capacidade de carga 
de 118.285 toneladas de petróleo bruto.
- Encalhou e partiu ao meio na costa oeste da Cornualha, Reino Unido.
- 119 mil m³ de óleo lançadas ao mar.
1969 - Convenção Internacional sobre Responsabilidade Civil em 
Danos Causados por Poluição por Óleo – CLC.
1971 - Convenção Internacional sobre a Constituição de um Fundo 
Internacional de Compensação por Danos Decorrentes da Poluição 
por Petróleo - FUND. (Responsabilidade Civil).
1973 - Convenção para a Prevenção da Poluição Causada por Navios 
- MARPOL.
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Fontes do Direito Ambiental
- Vários derramamentos seguintes determinaram a necessidade de 
regime mais amplo de proteção do meio marinho contra poluição 
por óleo e influenciaram a revisão do modelo.
1992 – A Convenção CLC foi substituída e a organização 
International Oil Pollution Compensation Funds (IOPC) passou a gerir 
os fundos sobre poluição por óleo. O Brasil não é Estado Parte do 
Fundo.
1978 – Amoco Cadiz: 230 mil m³ de petróleo;
1989 – Exxon Valdez: 40 mil à 120 mil metros cúbicos de petróleo;
2010 – Deepwater Horizon: 779 mil m³ de petróleo
Fontes do Direito Ambiental
SEVESO (ITÁLIA - 1976):
- Vazamento de dioxina de uma fábrica Icmesa, da La Roche, contaminou 
milhares de pessoas e animais em uma área em cerca de 320 hectares.
- 200 gramas de dioxina = 2 milhões e 200 mil toneladas de terra 
contaminada. Na água = pode causar morte de um milhão de pessoas. 
1000X mais tóxica que cianureto.
- Superaquecimento do reator de dioxina causou vazamento por válvula 
defeituosa. Nuvem tóxica. Sem sistema de advertência ou plano de 
alarme à população. Prefeito avisado 27 horas de atraso, não foi 
informado que era ou o que era dioxina.
- Pássaros atingidos pela nuvem tóxica começaram a cair do céu e 
crianças foram hospitalizadas com diarreia, enjoos e irritação na pele. 
Nove dias após o acidente, mencionou-se, pela primeira vez, a palavra 
"dioxina".
Fontes do Direito Ambiental
- Interdição da fábrica após nuvem contaminar área de 1.800 hectares 
de terra e cerca de 30 mil moradores. 75 mil animais morreram ou 
tiveram que ser abatidos.
- O solo contaminado removido e lacrado em duas bacias de 
concreto do tamanho de um estádio de futebol.
- Conteúdo do reator guardado em 41 galões para tratamento final, 
desapareceu por 8 meses, até ser encontrado enterrado 60m de uma 
escola em um vilarejo francês com 300 pessoas. Incinerado 9 anos 
depois do vazamento.
- Aumento drástico nos casos de doenças cardíacas e vasculares. 
Morte por leucemia duplicou. Tumores cerebrais triplicaram. 10X mais 
casos de câncer no fígado e da vesícula. Aumento das mortes por 
doenças de pele (carcinomas, melanomas, erisipela, esclerodermia, 
alergias).
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1989 - A Convenção de Basileia sobre o Controle de Movimentos 
Transfronteiriços de Resíduos Perigosos e seu Depósito. Busca reduzir 
produção e eliminar dejetos industriais. Exportação autorizada 
somente se o país produtor não puder eliminar o lixo sem poluir e 
com autorização do país importador.
Fontes do Direito Ambiental
BOPHAL (ÍNDIA - 1984):
- 40 toneladas de gases tóxicos vazaram na fábrica de pesticidas da empresa 
Union Carbide (EUA). 
- Mais de 500 mil pessoas expostas aos gases. O número total de mortes é 
controverso: inicialmente cerca de 3.300 mortes diretas. Há quem diga que 
foram 8 mil mortos diretos em 3 dias. Estimativa de mais 10 mil mortes indiretas 
por doenças derivadas da inalação do gás.
- Empresa negou informações sobre os contaminantes e não houve tratamento 
adequado. Suspeitas de “agente laranja” (derivado de dioxina). Anos depois, 
empresa informou que era isocianato de metila (1ª arma química usada em 
uma Guerra Mundial).
- Cerca de 150 mil pessoas ainda sofrem com os efeitos do acidente e 
aproximadamente 50 mil pessoas estão incapacitadas para o trabalho, devido 
a problemas de saúde.
Fontes do Direito Ambiental
- 6 medidas de segurança. Todas fracassaram por falha, estarem 
desligadas ou serem ineficientes. Corte de custos com segurança 
pela matriz (EUA).
- A empresa recusou pagar US$ 220 milhões. Depois de cinco anos 
de disputa legal, acordo de US$ 470 milhões. De US$ 370 a US$ 533 
por pessoa.
- Adquirida pela Dow Chemicals em 2001. US$ 9,3 bilhões. Dow se 
tornou a maior indústria química do mundo, com receita anual 
passou a ser superior a US$ 24 bilhões, e ativos avaliados em mais 
de US$ 30 bilhões.
- O maior acidente industrial do mundo custou US$ 0,48 por ação.
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Fontes do Direito Ambiental
CUBATÃO (BRASIL - 1984):
- Duto de gasolina da Petrobrás passava abaixo da Vila Socó, 
favela de palafitas. Vazamento de 700.000 litros de gasolina que se 
alastraram por toda área alagada e gases inflamáveis que se 
espalhou pela atmosfera.
- Duas grandes explosões e incêndio. 93 mortos e mais de 4.000 
feridos em dados oficiais. Dados extraoficiais apontam cerca de 
700 mortos, destes, menos de 70 seriam adultos e o restante seriam 
crianças de zero à pouco mais de 7 anos que não tiveram seus 
corpos encontrados.
- As famílias de 96 mortos foram indenizadas, mas nenhuma foi 
relocada.
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CHERNOBYL (UCRÂNIA - 1986):
- Maior acidente nuclear da história.
- Resultado de falha humana. Descumprimento de diversos itens 
dos protocolos de segurança.
- A explosão matou dois trabalhadores da usina e deixou o reator 
nuclear exposto. O incêndio subsequente estendeu-se durante dias 
e jogou na atmosfera uma elevada quantidade de material 
radioativo (iodo-131, césio-137 e estrôncio-90), que se espalhou 
pelo mundo.
- Altos níveis de radiação em locais como Polônia, Áustria, Suécia, 
Bielorrússia e até Reino Unido, Estados Unidos e Canadá.
Fontes do Direito Ambiental
Fontes do Direito Ambiental
FUKUSHIMA (JAPÃO – 2011:
- Segundo maior acidente nuclear da história.
- Desastre natural que provocou um desastre nuclear.
- Usina nuclear foi atingida por um tsunami provocado por um 
maremoto de magnitude 8,7.
- Material radioativo foi liberado na atmosfera. Cerca de 30% do 
material liberado por Chernobyl.
- O programa contínuo de limpeza intensiva para descontaminar as 
áreas afetadas e desmantelar a usina levará de 30 a 40 anos.
- Em 2013 foi detectada uma enorme quantidade de água radioativa 
em vazamentos contínuos vazamentos no interior da usina e alguns no 
mar.
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Fontes do Direito Ambiental
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FONTES FORMAIS: São as normas escritas, influenciadas pelo 
pensamento ambientalista sobre as questões e necessidades 
ambientais, assim como construídas para mitigar os desastres 
ambientais.
- Fontes formais internacionais: os diversos tratados internacionais 
assinados pelo Brasil
- Fontes formais de direito interno: as leis e normas de origem 
constitucional, assim como as políticas e dispositivos legais do direito 
nacional.
Fontes do Direito Ambiental
PRINCIPAIS FONTES FORMAIS INTERNACIONAIS:
1972 – Conferência de Estocolmo
- Consenso sobre a urgente necessidade de reação global para 
frear a deterioração ambiental.
- Partida dos princípios ambientais.
- As constituições posteriores passaram a adotar o princípio do meio 
ambienteecologicamente equilibrado como direito fundamental.
- Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA): 
agência interna do Sistema das Nações Unidas (ONU) responsável 
por promover a conservação do meio ambiente e o uso eficiente 
de recursos sob o prisma do desenvolvimento sustentável.
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PRINCIPAIS FONTES FORMAIS INTERNACIONAIS:
1992 – Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e 
Desenvolvimento (ECO92, Rio-92, Cúpula ou Cimeira da Terra)
- Não é dotada de natureza jurídica de tratado.
- Reafirmou princípios da Declaração de Estocolmo e explicitou 
outros, como a responsabilidade objetiva por danos ao meio 
ambiente, poluidor-pagador, desenvolvimento sustentável.
- Nela foram elaboradas a Convenção sobre Diversidade Biológica, 
a Convenção sobre Mudanças do Clima, Declaração de Princípios 
sobre o Uso das Florestas, Declaração do Rio e a Agenda 21.
Fontes do Direito Ambiental
PRINCIPAIS FONTES FORMAIS INTERNACIONAIS:
1997 – Protocolo de Kyoto (ou Rio+5)
- Países signatários se comprometem à reduzir significativamente a 
emissão de gases responsáveis pelo efeito estufa.
- Redução gradual ou a eliminação de imperfeições de mercado, 
incentivos fiscais, isenções tributárias e tarifárias, subsídios para os 
setores emissores de gases do efeito estufa. 
Fontes do Direito Ambiental
PRINCIPAIS FONTES FORMAIS INTERNACIONAIS:
2002 – Cúpula Mundial sobre Desenvolvimento Sustentável de 
Joanesburgo. 
- Reforço do compromisso de aceleração de esforços para 
cumprimento dos tratados e encontros anteriores.
- Declaração de Joanesburgo em Desenvolvimento Sustentável
- Plano de Implementação.
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Fontes do Direito Ambiental
PRINCIPAIS FONTES FORMAIS INTERNACIONAIS:
2012 – Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento 
Sustentável (Rio+20). 
- Recoloca o meio ambiente na agenda comum internacional com 
novos focos;
- Economia verde;
- Erradicação da pobreza.
Fontes do Direito Ambiental
PRINCIPAIS FONTES FORMAIS DE DIREITO INTERNO:
1605 – Regimento do Pau-Brasil: “proteção das florestas”. Primeira lei de 
cunho ambiental no Brasil. Autorização da Coroa Portuguesa para 
explorar esse recurso natural valioso na época mediante impostos e 
taxas.
1797 – Carta régia: “proteção dos rios, nascentes e encostas”. 
Declara-os como propriedade da Coroa. Novamente com olhar 
econômico.
1799 - Regimento de Cortes de Madeiras: estabeleceu regras para a 
derrubada das árvores. Impostos, taxas e impunidade.
Fontes do Direito Ambiental
PRINCIPAIS FONTES FORMAIS DE DIREITO INTERNO:
1850 – Lei nº 601: Primeira lei de terras. Regulamentar ocupação e 
uso do solo.
1911 – Decreto nº 8.843: 1ª reserva florestal do Brasil (Território do 
Acre)
1916 – Código Civil: Aborda temas acerca de recursos naturais, mas 
de forma individualista. A proteção do meio ambiente e seus 
recursos como um bem econômico da propriedade privada.
1830 - Código Criminal: proibia o corte ilegal de madeira. Sem 
eficácia.
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Fontes do Direito Ambiental
PRINCIPAIS FONTES FORMAIS DE DIREITO INTERNO:
1934 – Constituição Federal: Função social da propriedade ganha 
relevância jurídica como essencial para manter o meio ambiente e os 
direitos sociais. Primeiras normas efetivas de proteção ambiental per se, 
e não por seu valor econômico. (influência de México 1917 e 
Alemanha 1919)
1934 – Código Florestal: impôs limites ao uso da terra e exploração das 
florestas pautado no princípio da função social da propriedade.
1934 – Código de Águas: instrumento de proteção à utilização de 
recursos hídricos. Regulava muito mais a propriedade e a exploração 
da água como recurso natural do que a efetiva proteção ambiental.
Fontes do Direito Ambiental
PRINCIPAIS FONTES FORMAIS DE DIREITO INTERNO:
1964 – Estatuto da Terra: reivindicado por movimentos sociais que 
exigiam mudanças estruturais na propriedade e no usa da terra.
1965 – Código Florestal: ampliou a proteção à flora. Previa a 
criação de espaços ambientalmente protegidos, como RLs 
(reservas legais) e APPs (áreas de preservação permanente).
1967 - Código de Caça, Pesca e Mineração: Ditadura. Ótica 
individualista e econômica da exploração da fauna. Passava a ser 
crime a captura de animais silvestres, a caça profissional, o 
comércio de espécies da fauna e de produtos originários de sua 
caça. Sem eficácia pois não era aplicada com rigor. Caiu no 
esquecimento.
Fontes do Direito Ambiental
PRINCIPAIS FONTES FORMAIS DE DIREITO INTERNO:
1967 – Código de Mineração: Regularizando a exploração mineral, 
trazia alguma preocupação como o meio ambiente, especialmente 
quando interpretado e aplicado em consonância com a Constituição 
de 1988 e outras normas ambientais posteriores.
1975 – Norma de reparação da poluição provocada por atividades 
industriais: empresas poluidoras ficam obrigadas à prevenir e corrigir 
contaminação do meio ambiente.
1981 – Política Nacional do Meio Ambiente (Lei 6.938/81): Cria e regula 
o SISNAMA – Sistema Nacional do Meio Ambiente. Cria a estrutura 
administrativa ambiental base do país, assim como o licenciamento 
ambiental, zoneamento ambiental, mais espaços protegidos.
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Fontes do Direito Ambiental
PRINCIPAIS FONTES FORMAIS DE DIREITO INTERNO:
1985 – Lei da ACP - Ação Civil Pública: um dos pilares da chamada 
“jurisdição civil coletiva”. Instrumento processual para defesa de 
interesses transindividuais.
1988 – Constituição Federal: primeira a dispor capítulo próprio para 
proteção ambiental.
1998 – Lei de Crimes Ambientais: sanções penais e administrativas.
2000 – Lei do SNUC – Sistema Nacional de Unidades de 
Conservação. Compila diversas normas de proteção ambiental. 
Regra espaços ambientalmente protegidos.
Fontes do Direito Ambiental
PRINCIPAIS FONTES FORMAIS DE DIREITO INTERNO:
2001 – Estatuto das Cidades: Instrumentos de preservação do meio 
ambiente no espaço urbano e racionalização e ordenação do 
crescimento das cidades.
2009 – Política Nacional da Mudança do Clima: Diretrizes e 
instrumentos à serem implantados com vistas à reduzir o 
aquecimento global.
2012 – Código Florestal: Proteção da vegetação nativa, uso 
sustentável das florestas, em harmonia como crescimento e 
desenvolvimento econômico.
Evolução Jurídica do
Direito Ambiental Brasileiro
FASES DA TUTELA DO MEIO AMBIENTE NO BRASIL:
1ª Fase - Tutela Econômica: da chegada dos portugueses à segunda 
metade do Século XX.
Do res nullius ad infinitum ao reconhecimento indireto de sua limitação, 
passível de ser privatizado, individualizado, portanto, detentor de valor.
Preocupação meramente econômica. Valoração econômica: oferta 
e essencialidade. Oferta limitada ou limitável, por esgotamento ou 
demora em sua reconstituição.
Código Civil de 1916: direito de vizinhança (arts. 554, 555, 567, 584, etc.)
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Evolução Jurídica do
Direito Ambiental Brasileiro
FASES DA TUTELA DO MEIO AMBIENTE NO BRASIL:
2ª Fase - Tutela Sanitária: de 1950 à 1980.
Preponderância na tutela da saúde e da qualidade de vida 
humana.
Preocupação do legislador com o aspecto da saúde. Aspecto 
econômico-utilitário da proteção do bem ambiental ainda existe 
(até hoje).
Código Florestal (Lei n. 4.771/65), o Código de Caça (Lei n. 
5.197/67), o Código de Mineração (Decreto-lei n. 227/67), a Lei de 
Responsabilidade Civil por Danos Nucleares (Lei n. 6.453/77), etc.
Evolução Jurídica do
Direito Ambiental Brasileiro
FASES DA TUTELA DO MEIO AMBIENTE NO BRASIL:
3ª Fase - Tutela Autônoma: 1981 à atualidade.
Mudança de paradigma: o homem deixa de ser o centro das 
atenções e passa a ter no meio ambiente em si mesmo 
considerado o foco da tutela.
Marco Inicial: Lei n. 6.938/81 — Política Nacional do Meio Ambiente.
Forte influência internacional: Conferência Internacional sobre o 
Meio Ambiente de Estocolmo (1972); experiência legislativa norte-
americana (lei do ar puro, lei da água limpa); criação do estudo 
deimpacto ambiental.
Evolução Jurídica do
Direito Ambiental Brasileiro
FASES DA TUTELA DO MEIO AMBIENTE NO BRASIL:
A Política Nacional do Meio Ambiente rompendo paradigmas:
■ Novo paradigma ético - Proteção a todas as formas de vida. Conceito 
biocêntrico (art. 3º, I).
■ Visão holística - Ser humano inserido como parte integrante do meio 
ambiente.
■ Meio ambiente como objeto autônomo de tutela jurídica. Bem único, 
imaterial e indivisível.
■ Conceitos gerais: parâmetro de norma geral ambiental (piso legislativo para 
as demais normas ambientais, nacional, estadual ou municipal)
■ Política ambiental: diretrizes, objetivos e fins para a proteção ambiental.
■ Microssistema de proteção ambiental: mecanismos de tutela civil, 
administrativa e penal do meio ambiente.
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Evolução Jurídica do
Direito Ambiental Brasileiro
FASES DA TUTELA DO MEIO AMBIENTE NO BRASIL:
A Constituição Federal de 1988 e a autonomia do Direito Ambiental 
Brasileiro:
■ Status constitucional de ciência autônoma;
■ Direito expressamente protegido pela Constituição com um 
capítulo inteiro;
■ Princípios do Direito Ambiental (art. 225);
■ Tutela material: forneceu o complemento necessário à proteção 
sistemática do meio ambiente.
Conceitos Gerais do
Direito Ambiental Brasileiro
CONCEITO DE MEIO AMBIENTE
art. 3º, I, da Lei n. 6.938/81:
“Art. 3º Para os fins previstos nesta Lei, entende-se por:
I — meio ambiente, o conjunto de condições, leis, influências e 
interações de ordem física, química e biológica, que permite, abriga e 
rege a vida em todas as suas formas; (...).”
- Não retrata apenas a ideia de espaço.
- Combinação de relações e interações de ordem física, química e 
biológica entre matérias vivos (bióticas) e não vivas (abióticas) 
ocorrentes nesse ambiente (espaço) e que são responsáveis pela 
manutenção, abrigo e pela regência de todas as formas de vida 
existentes nele.
Conceitos Gerais do
Direito Ambiental Brasileiro
CONCEITO DE MEIO AMBIENTE
- Ministro Antonio Herman de Vasconcellos e Benjamin (STJ): “(…) o 
conceito normativo de meio ambiente é teleologicamente biocêntrico 
(permite, abriga e rege a vida em todas as suas formas), mas 
ontologicamente ecocêntrico (o conjunto de condições, leis, influências e 
interações de ordem química, física e biológica)”
- Aspecto Ontológico – Natureza (o que é): relações e interações de 
ordem física, química e biológica entre matérias vivos (bióticas) e não vivas 
(abióticas) ocorrentes nesse ambiente (espaço). 
- Aspecto Teleológico – Finalidade (para que é): a proteção, o abrigo e a 
preservação de todas as formas de vida, através da preservação do 
equilíbrio do ecossistema.
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Conceitos Gerais do
Direito Ambiental Brasileiro
Aspecto 
ONTOLÓGICO
(ECOCÊNTRICO)
Formas
BIÓTICAS e 
ABIÓTICAS
“(…) o conjunto de 
condições, leis, 
influências e 
interações de ordem 
física, química e
biológica (...)”
Aspecto 
TELEOLÓGICO
(BIOCÊNTRICO)
CONSERVAÇÃO de 
TODAS as FORMAS 
DE VIDA
“(…) que permite, 
abriga e rege a vida 
em todas as suas 
formas; (...)”
Conceitos Gerais do
Direito Ambiental Brasileiro
BEM AMBIENTAL: o objeto do Direito Ambiental
- Constituição Federal de 1988:
“Art. 225. Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente 
equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à sadia 
qualidade de vida, (...) para as presentes e futuras gerações.”
- Equilíbrio ambiental essencial à qualidade de vida, das presentes 
e futuras gerações de todos os seres vivos. (Ecocentrismo e 
Biocentrismo).
Conceitos Gerais do
Direito Ambiental Brasileiro
BEM AMBIENTAL: componentes ou recursos ambientais
- os componentes naturais (água, solo, ar, fauna, flora, etc.)
■ processo ecológico e manejo das espécies (art. 225, § 1º, I);
■ diversidade de patrimônio genético (art. 225, § 1º, II);
■ espaços territoriais e seus componentes (art. 225, § 1º, III);
■ proteção da fauna e da flora e da sua função ecológica, evitando 
a extinção das espécies (art. 225, § 1º, VII);
■ recuperação do meio ambiente degradado pela recuperação das 
áreas de exploração de recursos minerais (art. 225, §§ 2º e 3º);
■ florestas e formas de vegetação entendidas como patrimônio 
nacional e resguardadas dentro de condições que assegurem a 
preservação do meio ambiente, inclusive quanto ao uso dos recursos 
naturais e ecossistemas naturais; etc. ((art. 225, §§ 4º).
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Conceitos Gerais do
Direito Ambiental Brasileiro
BEM AMBIENTAL: componentes ou recursos ambientais
Constituição Federal de 1988:
“Art. 225. Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente 
equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade 
de vida, impondo-se ao Poder Público e à coletividade o dever de 
defendê-lo e preservá-lo para as presentes e futuras gerações.
§ 1º Para assegurar a efetividade desse direito, incumbe ao Poder Público:
I — Preservar e restaurar os processos ecológicos essenciais e prover o 
manejo ecológico das espécies e ecossistemas;
II — Preservar a diversidade e a integridade do patrimônio genético do País 
e fiscalizar as entidades dedicadas à pesquisa e manipulação de material 
genético;
Conceitos Gerais do
Direito Ambiental Brasileiro
BEM AMBIENTAL: componentes ou recursos ambientais
III — Definir, em todas as unidades da Federação, espaços territoriais e seus 
componentes a serem especialmente protegidos, sendo a alteração e a 
supressão permitidas somente através de lei, vedada qualquer utilização 
que comprometa a integridade dos atributos que justifiquem sua proteção;
IV — Exigir, na forma da lei, para instalação de obra ou atividade 
potencialmente causadora de significativa degradação do meio 
ambiente, estudo prévio de impacto ambiental, a que se dará 
publicidade;
V — Controlar a produção, a comercialização e o emprego de técnicas, 
métodos e substâncias que comportem risco para a vida, a qualidade de 
vida e o meio ambiente;
Conceitos Gerais do
Direito Ambiental Brasileiro
BEM AMBIENTAL: componentes ou recursos ambientais
VI — Promover a educação ambiental em todos os níveis de ensino 
e a conscientização pública para a preservação do meio 
ambiente;
VII — Proteger a fauna e a flora, vedadas, na forma da lei, as 
práticas que coloquem em risco sua função ecológica, provoquem 
a extinção de espécies ou submetam os animais a crueldade.
§ 2º Aquele que explorar recursos minerais fica obrigado a 
recuperar o meio ambiente degradado, de acordo com solução 
técnica exigida pelo órgão público competente, na forma da lei.
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Conceitos Gerais do
Direito Ambiental Brasileiro
BEM AMBIENTAL: componentes ou recursos ambientais
§ 3º As condutas e atividades consideradas lesivas ao meio 
ambiente sujeitarão os infratores, pessoas físicas ou jurídicas, a 
sanções penais e administrativas, independentemente da 
obrigação de reparar os danos causados.
§ 4º A Floresta Amazônica brasileira, a Mata Atlântica, a Serra do 
Mar, o Pantanal Mato-Grossense e a Zona Costeira são patrimônio 
nacional, e sua utilização far-se-á, na forma da lei, dentro de 
condições que assegurem a preservação do meio ambiente, 
inclusive quanto ao uso dos recursos naturais.
Conceitos Gerais do
Direito Ambiental Brasileiro
BEM AMBIENTAL: componentes ou recursos ambientais
§ 5º São indisponíveis as terras devolutas ou arrecadadas pelos 
Estados, por ações discriminatórias, necessárias à proteção dos 
ecossistemas naturais.
§ 6º As usinas que operem com reator nuclear deverão ter sua 
localização definida em lei federal, sem o que não poderão ser 
instaladas.
Conceitos Gerais do
Direito Ambiental Brasileiro
BEM AMBIENTAL: componentes ou recursos ambientais
Não há dúvida acerca dos componentes naturais como bens 
tutelados pelo Direito Ambiental, pela própria interpretação 
sistemática do art. 225, da Constituição Federal de 1988.
Mas e quanto aos os componentes artificiais? Os artificiais (ruas, 
praças, parques, etc.), socioculturais (bens históricos e culturais) e 
laborais(microambientes do trabalho)?
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Conceitos Gerais do
Direito Ambiental Brasileiro
BEM AMBIENTAL: componentes ou recursos ambientais
- Meio ambiente natural: tutela é ecocêntrica, visando atender à 
proteção de todas as formas de vida (biocêntrica).
- Meio ambiente artificial: tutela precipuamente antropocêntrica, 
preocupa-se principalmente com a qualidade de vida da 
população humana.
- Recursos ambientais artificiais se voltariam mais para os bens do 
Direito Urbanístico, Direito Econômico, Direito Civil, Direito do 
Trabalho, Direito Cultural, etc.
Conceitos Gerais do
Direito Ambiental Brasileiro
BEM AMBIENTAL: componentes ou recursos ambientais
“A incolumidade do meio ambiente não pode ser comprometida 
por interesses empresariais nem ficar dependente de motivações 
de índole meramente econômica, ainda mais se se tiver presente 
que a atividade econômica, considerada a disciplina 
constitucional que a rege, está subordinada, dentre outros 
princípios gerais, àquele que privilegia a ‘defesa do meio ambiente’ 
(CF, art. 170, VI), que traduz conceito amplo e abrangente das 
noções de meio ambiente natural, de meio ambiente cultural, de 
meio ambiente artificial (espaço urbano) e de meio ambiente 
laboral” (STF, Tribunal Pleno, ADI 3.540 MC/DF, rel. Min. Celso de 
Mello, DJ 3-2-2006)
Conceitos Gerais do
Direito Ambiental Brasileiro
BEM AMBIENTAL: componentes ou recursos ambientais
“AMBIENTAL E PROCESSUAL CIVIL. PRESERVAÇÃO ARQUITETÔNICA DO PARQUE 
LAGE (RJ). ASSOCIAÇÃO DE MORADORES. LEGITIMIDADE ATIVA. PERTINÊNCIA 
TEMÁTICA CARACTERIZADA. CONCEITO LEGAL DE ‘MEIO AMBIENTE’ QUE 
ABRANGE IDEAIS DE ESTÉTICA E PAISAGISMO (ARTS. 225, CAPUT, DA CR/88 E 3º, 
INC. III, ALÍNEAS ‘A’ E ‘D’ DA LEI N. 6.938/81). (…) 3. Em primeiro lugar, a 
Constituição da República vigente expressamente vincula o meio ambiente à 
sadia qualidade de vida (art. 225, caput), daí por que é válido concluir que a 
proteção ambiental tem correlação direta com a manutenção e melhoria da 
qualidade de vida dos moradores do Jardim Botânico (RJ). 4. Em segundo 
lugar, a legislação federal brasileira que trata da problemática da preservação 
do meio ambiente é expressa, clara e precisa quanto à relação de continência 
existente entre os conceitos de loteamento, paisagismo e estética urbana e o 
conceito de meio ambiente, sendo que este último abrange os primeiros.
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Conceitos Gerais do
Direito Ambiental Brasileiro
BEM AMBIENTAL: componentes ou recursos ambientais
5. Neste sentido, importante citar o que dispõe o art. 3º, inc. III, alíneas ‘a’ e 
‘d’, da Lei n. 6.938/81, que considera como poluição qualquer degradação 
ambiental resultante de atividades que direta ou indiretamente 
prejudiquem a saúde e o bem-estar da população e afetem condições 
estéticas do meio ambiente. (…)” (STJ, 2ª Turma, REsp 876.931/RJ, rel. Min. 
Mauro Campbell Marques, DJ 10-9-2010).
No mesmo sentido:
- Medida Cautelar n. 21.879/RJ (2013/0371446-1), Min. Napoleão Nunes 
Maia Filho, publicado em: 5-11-2013 (STJ)
- Agravo em Recurso Especial n. 454.215/RO (2013/0416719-2), Min. 
Humberto Martins, publicado em: 13-2-2014 (STJ).
Conceitos Gerais do
Direito Ambiental Brasileiro
BEM AMBIENTAL: natureza jurídica
- Art. 225, CF/88 c/c art. 99, I, Código Civil: bem de uso comum do 
povo.
- Arts. 100 e 102, Código Civil: inalienáveis e não sujeitos à 
usucapião.
- Art. 225, § 1º, CF/88: de necessidade geral, precisam ser geridos e 
regulamentados pelo Poder Público.
- Intenção de que o bem ambiental teria regime jurídico de bem 
público (regidos pelo Poder Público).
Conceitos Gerais do
Direito Ambiental Brasileiro
BEM AMBIENTAL: natureza jurídica
- Titularidade pertence ao povo, desta e das futuras gerações. 
Portanto, indetermináveis.
- Naturalmente indivisíveis, ou seja, não se repartem sem que isso 
represente uma alteração das suas propriedades ecológicas. Esses 
bens, assim como o resultado da sua combinação (o equilíbrio 
ecológico), são insuscetíveis de divisão pela vontade humana.
- Sendo o bem ambiental do povo, de titularidade indeterminável e 
objeto indivisível, conclui-se de que se trata de um bem difuso.
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Conceitos Gerais do
Direito Ambiental Brasileiro
BEM AMBIENTAL: natureza jurídica
- Não encontra fronteiras espaciais e territoriais. Interligação 
química, física e biológica dos bens ambientais, não é possível ao 
ser humano estabelecer limites ou paredes que isolem os fatores 
ambientais.
- Ubiquidade do bem ambiental. Onipresente.
- Bem ubíquo.
Conceitos Gerais do
Direito Ambiental Brasileiro
BEM AMBIENTAL: natureza jurídica
- O equilíbrio ecológico é altamente instável, é um objeto 
extremamente sensível. 
- Qualquer variação de algum de seus componentes bióticos ou 
abióticos, ou uma simples variação de tempo ou espaço, pode lhe 
causar um sério desequilíbrio.
- Bem instável.
Conceitos Gerais do
Direito Ambiental Brasileiro
BEM AMBIENTAL: natureza jurídica
- O equilíbrio ecológico é essencial à manutenção, à conservação e ao 
abrigo sadios, de todas as formas de vida.
- Bem essencial.
- É causador e suscetível de danos por reflexão. A lesão ao equilíbrio 
ecológico pode causar, por via de reflexo, lesão à outros direitos privados, 
assim como os danos causados em outros bens podem, via reflexa, 
provocar danos ambientais.
- Bem refletivo.
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Conceitos Gerais do
Direito Ambiental Brasileiro
BEM AMBIENTAL: natureza jurídica
- Importância para a proteção de todas as formas de vida não 
cessa nunca.
- Um dano cometido ao meio ambiente sempre irradiará efeitos 
permanentes e até acentuados com o passar do tempo, sendo 
necessária a sua efetiva restauração (provocada ou natural) para 
que se reconquiste o equilíbrio perdido.
- Bem perene.
Conceitos Gerais do
Direito Ambiental Brasileiro
BEM AMBIENTAL: natureza jurídica
- Não são totalmente conhecidos pelo ser humano, pois não são 
fruto da criação humana.
- Bem incognoscível.
Conceitos Gerais do
Direito Ambiental Brasileiro
CARACTERÍSTICAS E NATUREZA
DO BEM AMBIENTAL
Bem público
Titulares 
indetermináveis
Reflexibilidade
Ubiquidade
Incognoscibilidade
Bem difuso
Essencialidade
Indivisibilidade
Instabilidade
Perenidade
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Conceitos Gerais do
Direito Ambiental Brasileiro
POLUIDOR
- Toda pessoa física ou jurídica, pública ou privada, direta ou 
indiretamente responsável pela degradação ambiental. (Lei n. 
6.938/81, art. 3º, IV).
- Art. 225, caput, e §3º, da CF/88: qualquer pessoa, física ou jurídica, 
pública ou privada, pode se enquadrar no conceito de poluidor e 
assim ser responsabilizada civil, penal ou administrativamente.
- Não está atrelado à noção de licitude ou ilicitude. Pode haver 
poluidor que aja licitamente e poluidor que aja ilicitamente. 
Civilmente, ambos respondem da mesma forma pelos prejuízos 
ambientais
Conceitos Gerais do
Direito Ambiental Brasileiro
POLUIDOR
“(...) O conceito de poluidor, no Direito Ambiental brasileiro, é 
amplíssimo , confundindo-se, por expressa disposição legal, com o 
de degradador da qualidade ambiental (...). 12. Para o fim de 
apuração do nexo de causalidade no dano urbanístico-ambiental 
e de eventual solidariedade passiva, equiparam-se quem faz, 
quem não faz quando deveria fazer, quem não se importa que 
façam, quem cala quando lhe cabe denunciar, quem financia 
para que façam e quem se beneficia quando outros fazem (…)” 
(STJ, 2ª Turma, REsp 1.071.741/SP, rel. Min. Herman Benjamin, DJ 16-
12-2010).
Conceitos Gerais do
Direito Ambiental Brasileiro
REsp 1.056.540/GO, Informativo n. 404 do STJ:
“Trata-se de ação civil pública (ACP) na qual o MP objetiva a recuperação 
de área degradada devido à construção de usina hidrelétrica, bem como 
indenização pelo dano causado ao meio ambiente. A Turma entendeu 
que a responsabilidade por danos ambientais é objetiva e, como tal, não 
exige a comprovação de culpa, bastando a constatação do dano e do 
nexo decausalidade. Contudo, não obstante a comprovação do nexo de 
causalidade ser a regra, em algumas situações dispensa-se tal 
necessidade em prol de uma efetiva proteção do bem jurídico tutelado. É 
isso que ocorre na esfera ambiental, nos casos em que o adquirente do 
imóvel é responsabilizado pelos danos ambientais causados na 
propriedade, independentemente de ter sido ele ou o dono anterior o real 
causador dos estragos. A responsabilidade por danos ao meio ambiente, 
além de objetiva, também é solidária. A possibilidade de responsabilizar o 
novo adquirente de imóvel já danificado apenas busca dar maior 
proteção ao meio ambiente, tendo em vista a extrema dificuldade de 
precisar qual foi a conduta poluente e quem foi seu autor. (...)” (STJ, 2ª 
Turma, REsp 1.056.540/GO, rel. Min. Eliana Calmon, julgado em 25-8-2009).
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Conceitos Gerais do
Direito Ambiental Brasileiro
Poluidor indireto: O Estado pode ser responsabilizado solidariamente com
os particulares por danos ambientais, devido à falha no dever de fiscalização.
REsp 1.666.027/SP, no STJ:
“O Superior Tribunal de Justiça firmou o entendimento de que o ente federado 
tem o dever de fiscalizar e preservar o meio ambiente e combater a poluição 
(Constituição Federal, art. 23, VI, e art. 3º da Lei 6.938/1981), podendo sua 
omissão ser interpretada como causa indireta do dano (poluidor indireto), o 
que enseja sua responsabilidade objetiva. Precedentes: AgRg no REsp 
1.286.142/SC, Rel. Ministro Mauro Campbell Marques, Segunda Turma, DJe 28-2-
2013; AgRg no Ag 822.764/MG, Rel. Ministro José Delgado, Primeira Turma, DJ 2-
8-2007; REsp 604.725/PR, Rel. Ministro Castro Meira, Segunda Turma, DJ 22-8-
2005. (...)” (REsp 1.666.027/SP, Rel. Ministro HERMAN BENJAMIN, SEGUNDA 
TURMA, julgado em 19-10- 2017, DJe 1º-2-2018).
Conceitos Gerais do
Direito Ambiental Brasileiro
POLUIDOR
- A mera potencialidade de lesão ou de ilícito ambiental enseja, de 
imediato, a tutela jurisdicional preventiva (Princípio da Precaução), 
pois o retorno ao estado anterior é quase sempre impossível.
- Pode ocupar o polo passivo o sujeito que pratique ou pretenda 
praticar atividade potencialmente causadora de degradação do 
meio ambiente.
Conceitos Gerais do
Direito Ambiental Brasileiro
POLUIÇÃO
Art. 3º, III, da PNMA:
“Art. 3º Para os fins previstos nesta Lei, entende-se por: (...)
III — poluição, a degradação da qualidade ambiental resultante de 
atividades que direta ou indiretamente:
a) prejudiquem a saúde, a segurança e o bem-estar da população;
b) criem condições adversas às atividades sociais e econômicas;
c) afetem desfavoravelmente a biota;
d) afetem as condições estéticas ou sanitárias do meio ambiente;
e) lancem matérias ou energia em desacordo com os padrões 
ambientais estabelecidos; (...).”
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Conceitos Gerais do
Direito Ambiental Brasileiro
POLUIÇÃO
- São poluentes as atividades praticadas pelo homem das quais 
resulte degradação da qualidade ambiental
- A exemplificação nas alíneas corresponde à efeitos da poluição, 
sendo imperfeita e antropocêntrica.
- Será poluição toda e qualquer atividade que, direta ou 
indiretamente, cause desequilíbrio ecológico.
- Os efeitos da poluição são variáveis e podem afetar tanto o 
ecossistema natural quanto o artificial.
Conceitos Gerais do
Direito Ambiental Brasileiro
POLUIÇÃO
- É a degradação da qualidade ambiental resultante das atividades humanas.
- Qualquer atividade humana, lícita ou ilícita, de que resulte a degradação da 
qualidade ambiental. (Lei n. 6.938/81, art. 3º, III). Poluente.
- Readequação necessária, pois independe dos efeitos trazidos nas alíneas do 
inc. III, já que estes efeitos podem demorar anos para se manifestarem. Mas 
somente o fim destes que inicia a contagem do prazo prescricional.
- Decorre sempre de ato do ser humano, seja pessoa física ou jurídica.
- Danos ao meio ambiente causados por fenômenos ambientais (queimadas 
causadas por raios, erupções vulcânicas, etc.) não são atos de poluição, 
embora causem degradação do meio ambiente.
- Toda poluição causa degradação, mas nem toda degradação é causada 
por poluição.
Conceitos Gerais do
Direito Ambiental Brasileiro
- STJ: Responsabilização civil ambiental da noção de risco, afastando qualquer 
excludente oposta pelo poluidor responsabilizado.
“(...) 2. No caso, a premissa vencedora do acórdão é a de que a 
responsabilidade por dano ambiental é objetiva, informada pela teoria do risco 
integral, tendo por pressuposto a existência de atividade que implique riscos 
para a saúde e para o meio ambiente, sendo o nexo de causalidade o fator 
aglutinante que permite que o risco se integre na unidade do ato que é fonte 
da obrigação de indenizar, de modo que aquele que explora a atividade 
econômica coloca-se na posição de garantidor da preservação ambiental, e 
os danos que digam respeito à atividade estarão sempre vinculados a ela, por 
isso descabe a invocação, pelo responsável pelo dano ambiental, de 
excludentes de responsabilidade civil e, portanto, irrelevante a discussão 
acerca da ausência de responsabilidade por culpa exclusiva de terceiro ou 
pela ocorrência de força maior” (EDcl no REsp 1.346.430/PR, rel. Min. Luis Felipe 
Salomão, 4ª Turma, julgado em 5-2-2013, DJe 14-2-2013).
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Princípios do Direito Ambiental
Fonte do Direito: ideias centrais de um determinado sistema jurídico. 
Sentido lógico, harmônico, racional e coerente. Profunda influência na 
interpretação legal.
Estrita relação de compatibilidade entre a aplicação das regras jurídicas e 
os comandos normativos decorrentes dos princípios:
a) Contradição = incorreta
b) Múltiplas interpretações = prevalência da mais compatível 
C) Ausência de regra (lacuna) = construção através dos princípios.
ATENÇÃO: não há consenso na doutrina e jurisprudência acerca de alguns 
dos princípios de Direito Ambiental. Por tal motivo, estudaremos os 
princípios de forma abrangente.
Fonte do Direito: ideias centrais de um determinado sistema jurídico. 
Sentido lógico, harmônico, racional e coerente. Profunda influência na 
interpretação legal.
Estrita relação de compatibilidade entre a aplicação das regras jurídicas e 
os comandos normativos decorrentes dos princípios:
a) Contradição = incorreta
b) Múltiplas interpretações = prevalência da mais compatível 
C) Ausência de regra (lacuna) = construção através dos princípios.
ATENÇÃO: não há consenso na doutrina e jurisprudência acerca de alguns 
dos princípios de Direito Ambiental. Por tal motivo, estudaremos os 
princípios de forma abrangente.
Princípios do Direito Ambiental
PRINCÍPIO DO DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL: o “prima principium”.
- Tido por muitos doutrinadores do mundo todo como o princípio principal 
do Direito Ambiental e com conceito em constante desenvolvimento.
- Conferência de Estocolmo de 1972 sob o título de “abordagem do 
ecodesenvolvimento”, expressão ainda muito utilizada em alguns países da 
Europa, Ásia e América Latina.
- “O desenvolvimento que procura satisfazer as necessidades da geração 
atual, sem comprometer a capacidade das gerações futuras de 
satisfazerem as suas próprias necessidades” (Comissão Mundial sobre Meio 
Ambiente e Desenvolvimento, Relatório Brundtland - Nosso Futuro Comum, 
1987). Gro Harlem Brundtland. Primeira Ministra da Noruega.
Princípios do Direito Ambiental
PRINCÍPIO DO DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL: o “prima principium”.
- Necessidade da coexistência harmônica do desenvolvimento econômico 
com os limites ambientais, evitando o esgotamento dos recursos naturais e 
preservando-os para as futuras gerações.
- Desafios: crescente pobreza e crescentes impactos ambientais.
- Soluções: Equidade social + prudência ecológica + eficiência econômica
- Declaração da Rio 92: proteção do meio ambiente como parte 
integrante do processo de desenvolvimento.
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Princípios do Direito Ambiental
PRINCÍPIO DO DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL: o “prima principium”.- “Art. 225. Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem 
de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao 
Poder Público e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para as 
presentes e futuras gerações.”
- “Art. 170. A ordem econômica, fundada na valorização do trabalho humano e na 
livre iniciativa, tem por fim assegurar a todos existência digna, conforme os ditames 
da justiça social, observados os seguintes princípios: (…) III - função social da 
propriedade; (…) VI - defesa do meio ambiente, inclusive mediante tratamento 
diferenciado conforme o impacto ambiental dos produtos e serviços e de seus 
processos de elaboração e prestação;” (Princípio da Ordem Econômica)
- “Art. 186. A função social é cumprida quando a propriedade rural atende, 
simultaneamente, segundo critérios e graus de exigência estabelecidos em lei, aos 
seguintes requisitos: I - aproveitamento racional e adequado; II - utilização 
adequada dos recursos naturais disponíveis e preservação do meio ambiente; (...)”
Princípios do Direito Ambiental
PRINCÍPIO DA SOLIDARIEDADE INTERGERACIONAL
- Assegurar a solidariedade das presentes gerações em relação às futuras, 
para que também estas possam usufruir dos recursos naturais
- Ligado ao Princípio do Desenvolvimento Sustentável.
PRINCÍPIO DA UBIQUIDADE
- O meio ambiente “abriga e rege a vida em todas as suas formas” (art. 3º, 
I, da Lei n. 6.938/81).
- Onipresença do bem ambiental: não encontra qualquer fronteira, seja 
espacial, territorial ou mesmo temporal.
Princípios do Direito Ambiental
PRINCÍPIO DA COOPERAÇÃO ENTRE OS POVOS
- Não bastam apenas políticas nacionais de tutela do entorno.
- É imprescindível a construção de estreita relação de cooperação entre os 
povos.
- Política mundial/global de proteção e preservação do meio ambiente.
- Regras menos preocupadas com a soberania nacional e mais vinculadas 
a uma cooperação internacional, acompanhando o caráter onipresente 
da natureza.
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Princípios do Direito Ambiental
PRINCÍPIO DA PARTICIPAÇÃO
- Participação solidária na proteção do meio ambiente.
- Dever social na tutela ao meio ambiente.
- “Art. 225. (…) impondo-se ao Poder Público e à coletividade o dever de defendê-
lo e preservá-lo.”
- Dever da sociedade por duas posturas:
■ negativa: impõe a adoção de comportamentos individuais (personalíssimos) de 
não praticar atos que possam ser ofensivos ao meio ambiente e seus componentes;
■ positiva: impõe adoção de comportamentos sociais/coletivos consistentes numa 
tomada de atitude(comissiva, portanto), que não se resumam apenas à esfera 
individual, tendentes à proteção ambiental. Ex.: pressionar as decisões políticas do 
Estado, exigir que todos façam a sua parte, participar na tomada de decisões na 
defesa do meio ambiente e da construção de políticas públicas, etc.
Princípios do Direito Ambiental
PRINCÍPIO DA INFORMAÇÃO AMBIENTAL
- Amplo acesso à efetiva informação de tudo o que diz respeito ao meio 
ambiente.
- Direito fundamental de saber tudo a respeito dos bens ambientais que são 
essenciais à sadia qualidade de vida.
- Direito da população a ter informação precisa sobre os males ambientais que 
um produto causa na natureza, os maiores poluidores e degradadores das 
florestas brasileiras, os imóveis que não se conectam à rede de esgoto nas 
cidades, etc.
- Instrumento fundamental na implementação e na realização do direito 
ambiental.
- Possibilita a participação popular e evita o autoritarismo do poder público, 
servindo como mecanismo de controle democrático dos atos públicos.
Princípios do Direito Ambiental
PRINCÍPIO DA INFORMAÇÃO AMBIENTAL
■ Relatório de Impacto Ambiental (RIMA): tem por finalidade tornar 
acessíveis ao público as informações contidas no Estudo de Impacto 
Ambiental (EIA) (Resolução CONAMA n. 1/86).
■ Selo Ruído: previsto na Resolução CONAMA n. 237/97, que instituiu o 
Programa Nacional de Controle da Poluição Sonora.
■ Relatório de Qualidade do Meio Ambiente , a ser divulgado anualmente 
pelo IBAMA (art. 9º, X, da Lei n. 6.938/81).
■ Obrigatoriedade de publicação do pedido de licenciamento ambiental 
(art. 10º, § 1º, da Lei n. 6.938/81).
■ Avisos publicitários dos males causados à saúde por produtos como o 
cigarro.
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Princípios do Direito Ambiental
PRINCÍPIO DA EDUCAÇÃO AMBIENTAL
- Art. 225. § 1º, CF/88: “Para assegurar a efetividade desse direito, incumbe ao 
Poder Público: (…) VI - promover a educação ambiental em todos os níveis de 
ensino e a conscientização pública para a preservação do meio ambiente;”
- educação ambiental ≠ consciência ecológica
- Instrumento: “educação ambiental em todos os níveis de ensino”
- Objetivo: “conscientização pública para a preservação do meio ambiente”
- Art. 1º da Lei n. 9.795/99: “Art. 1º Entende-se por educação ambiental os 
processos por meio dos quais o indivíduo e a coletividade constroem valores 
sociais, conhecimentos, habilidades, atitudes e competências voltadas para a 
conservação do meio ambiente, bem de uso comum do povo, essencial à 
sadia qualidade de vida e sua sustentabilidade.”
- Resultado à LOOOOONGO PRAZO, porém essencial, necessário.
Princípios do Direito Ambiental
PRINCÍPIO DA EDUCAÇÃO AMBIENTAL
- Art. 42 da Lei n. 4.771/65 (Código Florestal);
- Art. 35 da Lei n. 5.197/67 (proteção à fauna);
- Art. 1º da Lei n. 6.902/81 (estações ecológicas);
- Lei n. 6.938/81 - educação ambiental erigida à princípio e objetivo da Política 
Nacional do Meio Ambiente:
“Art. 2º A Política Nacional do Meio Ambiente (...) atendidos os seguintes 
princípios: (…) X — educação ambiental a todos os níveis de ensino, inclusive a 
educação da comunidade, objetivando capacitá-la para participação ativa 
na defesa do meio ambiente.”
“Art. 4º A Política Nacional do Meio Ambiente visará: (…) V — (...) à formação 
de uma consciência pública sobre a necessidade de preservação da 
qualidade ambiental e do equilíbrio ecológico; (...)”
Princípios do Direito Ambiental
PRINCÍPIO DA EDUCAÇÃO AMBIENTAL
- Lei n. 9.795/99 - Política Nacional de Educação Ambiental
■ Capítulo I — Da Educação Ambiental (arts. 1º a 5º).
■ Capítulo II — Da Política Nacional de Educação Ambiental (arts. 6º a 13).
■ Capítulo III — Da Execução da Política Nacional de Educação Ambiental 
(arts. 14 a 19).
■ Capítulo IV — Disposições Finais (arts. 20 e 21).
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Princípios do Direito Ambiental
PRINCÍPIO DO POLUIDOR/USUÁRIO-PAGADOR (PPP/PUP)
- Incorporado à Política Ambiental pela Organização para a Cooperação e 
Desenvolvimento Econômico (OCDE) em 1972, constitui um dos fundamentos 
do Direito Ambiental (Conferência de Estocolmo 1972), fazendo parte da 
política global do meio ambiente.
- O poluidor deve suportar os custos do implemento das medidas de 
prevenção e controle da poluição, para estimular o uso racional dos recursos 
ambientais escassos e evitar distorções do comércio internacional e 
investimentos para assegurar que o ambiente permaneça em níveis aceitáveis. 
O custo dessas medidas deveriam refletir-se no preço dos bens e serviços.
- Jamais pode traduzir a ideia de “pagar para poluir”. Custo ambiental não 
tem valoração pecuniária correspondente. Ninguém pode comprar o direito 
de poluir.
Princípios do Direito Ambiental
PRINCÍPIO DO POLUIDOR/USUÁRIO-PAGADOR (PPP/PUP)
- Conferência Internacional Rio-92 - Declaração de Princípios, nº 16:
“As autoridades nacionais devem esforçar-se para promover a internalização 
dos custos de proteção do meio ambiente e o uso dos instrumentos 
econômicos, levando-se em conta o conceito de que o poluidor deve, em 
princípio, assumir o custo da poluição, tendo em vista o interesse público, sem 
desvirtuar o comércio e os investimentos internacionais.”
- Finalidade econômica: internalizar no preço dos produtos todos os custos 
socioambientais (externalidades negativas: matéria-prima, resíduos, poluição 
etc.), mitigando a privatização de lucros e socializaçãodas perdas.
- Externalidades: reflexos sociais (benéficos ou maléficos) que um produto 
causa. Normalmente é Impossível medi-las, e, por isso, geralmente não estão 
incluídas no preço do produto.
Princípios do Direito Ambiental
PRINCÍPIO DO POLUIDOR/USUÁRIO-PAGADOR (PPP/PUP)
- Interpretação Jurídica-Ambiental: Uma vez permitido o uso incomum do 
bem ambiental (uso econômico, não ecológico), o usuário deve ser 
responsável pelos meios de prevenção, controle e compensação da 
eventual perda ambiental resultante da atividade econômica. Não se 
compra o direito de poluir mediante a internalização do custo 
socioambiental.
- Custo insuportável para a sociedade, ainda que internalizado, impede 
que o produto seja fabricado e que o custo da produção seja socializado, 
de acordo com a interpretação jurídica do poluidor-pagador.
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Princípios do Direito Ambiental
PRINCÍPIO DO POLUIDOR/USUÁRIO-PAGADOR (PPP/PUP)
Em síntese: os bens ambientais são difusos e esgotáveis, portanto, todos 
que sejam responsáveis pela utilização desses bens em seu proveito (e em 
detrimento da sociedade) devem arcar com este déficit da coletividade.
Somente quando o prejuízo ambiental puder ser suportado e trouxer 
benefícios para a sociedade, ele deve ser internalizado por aquele que usa 
do meio ambiente em seu proveito, promovendo a redistribuição 
equitativa das externalidades ambientais.
Porém, caso não haja capacidade de suportar o dano ambiental e não 
houver a possibilidade de internalização, o produto não pode ser 
fabricado ou consumido. Ex.: baterias mais modernas.
Princípios do Direito Ambiental
PRINCÍPIO DO POLUIDOR/USUÁRIO-PAGADOR (PPP/PUP)
- PPP: proteção da qualidade do bem ambiental, mediante a verificação prévia da 
possibilidade ou não de internalização de custos ambientais no preço do produto, 
até um patamar que não justifique economicamente a sua produção, ou que 
estimule a promoção ou a adoção de tecnologias limpas que não degradem a 
qualidade ambiental.
- PUP: Imputar-se àquele que faz uso do bem ambiental em seu exclusivo proveito 
os prejuízos sentidos por toda a sociedade. A diferença, contudo, é que, agora, as 
preocupações não se voltam mais à poluição do meio ambiente, mas ao uso dos 
bens ambientais. Repita-se, ainda que não haja qualquer degradação.
- Diferença: enquanto o poluidor-pagador preocupa-se com a qualidade do 
ambiente e de seus componentes, o usuário-pagador volta suas atenções à 
quantidade dos recursos ambientais. Criar consciência para o uso racional dos 
recursos naturais, permitindo uma socialização justa e igualitária de seu uso.
Princípios do Direito Ambiental
PRINCÍPIO DO POLUIDOR/USUÁRIO-PAGADOR (PPP/PUP)
USUÁRIO-PAGADORPOLUIDOR-PAGADOR
- Visa imputar ao usuário dos bens
ambientais o custo por seu “empréstimo”.
- Destina-se a atividades não poluentes.
- Preocupa-se com a quantidade dos
recursos naturais
- Visa, quando possível, internalizar no
custo dos produtos os prejuízos sentidos
por toda a sociedade com a degradação do
meio ambiente.
- Destina-se a atividades poluentes.
- Preocupa-se com a qualidade dos
recursos naturais.
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Princípios do Direito Ambiental
PRINCÍPIO DA PREVENÇÃO
- Prevenção = cautela, cuidado.
- Condutas no sentido de evitar o dano ambiental.
- Uma vez ocorrido qualquer dano ambiental, sua reparação efetiva é 
praticamente impossível.
- Art. 225, CF/88: proteção não deve ser entendida apenas no sentido 
reparatório, mas principalmente no sentido preventivo,
- Proteção e preservação = conservação da qualidade de vida para as 
futuras gerações.
Princípios do Direito Ambiental
PRINCÍPIO DA PREVENÇÃO
- Dano previsto. Já estudado e razoavelmente quantificável.
- Dano ambiental quase sempre é irreversível. Não há retorno ao status quo 
ante.
- Sabendo-se que a atividade apresenta riscos de dano ao meio ambiente, 
esta não poderá ser desenvolvida; pois caso ocorra qualquer dano 
ambiental, sua reparação é praticamente impossível
Princípios do Direito Ambiental
PRINCÍPIO DA PRECAUÇÃO
- Não se trata do mesmo princípio da prevenção acima estudado. 
Precaução é um princípio distinto do Princípio da Prevenção.
- O Princípio da Precaução antecede a prevenção: sua preocupação não 
é evitar o dano ambiental, e sim evitar qualquer risco de dano ao meio 
ambiente.
- Prevenção = evidência. Já conhecido.
- Precaução = risco. Desconhecido.
- Quando não se tem certeza se um empreendimento pode ou não causar 
danos ambientais. É onde atua o princípio da precaução.
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Princípios do Direito Ambiental
PRINCÍPIO DA PRECAUÇÃO
- Busca evitar o risco mínimo ao meio ambiente quando houver incerteza 
científica acerca da sua potencial degradação (dúvida científica da 
potencialidade do dano ao meio ambiente)
- Ex.: liberação e descarte de organismo geneticamente modificado no meio 
ambiente, utilização de fertilizantes ou defensivos agrícolas, instalação de 
atividade ou obra, etc.
- Declaração de princípios da Conferência das Nações Unidas Rio-92:
“De modo a proteger o meio ambiente, o princípio da precaução deve ser 
amplamente observado pelos Estados, de acordo com suas capacidades. 
Quando houver ameaça de danos sérios ou irreversíveis, a ausência de 
absoluta certeza científica não deve ser utilizada como razão para postergar 
medidas eficazes e economicamente viáveis para prevenir a degradação 
ambiental.”
Princípios do Direito Ambiental
PRINCÍPIO DA PRECAUÇÃO
- “Inversão da prova”: ao invés de caber aos órgãos de proteção 
ambiental provarem que uma atividade pode causar danos ambientais, é 
o empreendedor quem deve demonstrar cabalmente que a atividade não 
apresenta qualquer risco.
- Informativo STJ nº 418:
“DANO. MEIO AMBIENTE. PROVA. INVERSÃO. (...) Dessa forma, a aplicação 
do princípio da precaução pressupõe a inversão do ônus probatório: 
compete a quem se imputa a pecha de ser, supostamente, o promotor do 
dano ambiental a comprovação de que não o causou ou de que não é 
potencialmente lesiva a substância lançada no ambiente. (...)” (STJ, 2ª 
Turma, REsp 1.060.753/SP, rel. Min. Eliana Calmon, julgado em 1º-12-2009).
Princípios do Direito Ambiental
PRINCÍPIO DA FUNÇÃO SOCIOAMBIENTAL DA PROPRIEDADE PRIVADA 
- Os bens ambientais possuem fins e usos múltiplos, podendo servir ao mesmo 
tempo ao ecossistema natural e ao meio social, na maioria das vezes, não 
necessariamente com proveito econômico.
- Contudo, às vezes não há convergência entre esses usos. O uso social e o 
econômico não se compatibilizam com a sua função ecológica.
- Novas atribuições humanas às funções dos bens ambientais além daquelas às 
quais naturalmente se prestam, não são capazes de alterar as propriedades 
desses elementos ou alterar suas as funções vitais e imanentes ao meio 
ambiente como fatores indispensáveis à manutenção do equilíbrio ecológico.
- Sempre deve prevalecer a função ecológica dos bens ambientais sobre 
outras funções que o homem venha a lhes atribuir. As atividades humanas que 
dependem da função ecológica, e não o contrário.
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Princípios do Direito Ambiental
PRINCÍPIO DA FUNÇÃO SOCIOAMBIENTAL DA PROPRIEDADE PRIVADA 
- o uso artificial (econômico, social, etc.) do bem ambiental não pode 
comprometer o desempenho de sua função ecológica e de seu uso 
comum, direitos de todos, das presentes e futuras gerações.
- Sempre deve prevalecer a função ecológica dos bens ambientais sobre 
outras funções que o homem venha a lhes atribuir. As atividades humanas 
que dependem da função ecológica, e não o contrário.
- A função socioambiental da propriedade privada manda que o exercício 
das faculdades inerentes ao domínio se dê de modo a não prejudicar a 
função ecológica dos bens ambientais. O equilíbrio ecológico pertence à 
todos.
Princípios do Direito Ambiental
PRINCÍPIO DA RESPONSABILIDADE AMBIENTAL 
- Quando há falha em cumprir os princípios da prevenção e precaução, 
há o princípio da responsabilização pelosdanos ambientais causados.
- Tríplice responsabilidade ambiental: implicações conjuntas (simultâneas) e 
independente das esferas administrativa, cível e penal.
- Não há, com poucas exceções, obrigatoriedade ou hierarquia entre as 
esferas.
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