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By @kakashi_copiador
RESUMO DE DIREITO CONSTITUCIONAL
Poder Legislativo
● Tem como funções típicas legislar e fiscalizar. Também exerce funções atípicas
de administrar (ex: realização de concursos públicos e licitações) e julgar (ex:
Senado Federal julga o Presidente da República por crimes de responsabilidade).
● Em nível federal, o Poder Legislativo é bicameral; em nível estadual e
municipal, unicameral.
○ Nível federal: O Congresso Nacional é composto por 2 (duas) Casas
legislativas (Câmara dos Deputados e Senado Federal).
○ Nível estadual: Assembleia Legislativa / Nível distrital: Câmara Legislativa do
DF.
○ Nível municipal: Câmara Municipal.
Sessão conjunta do Congresso Nacional:
● A Câmara e o Senado se reúnem simultaneamente para deliberar sobre matéria
de competência do Congresso Nacional. A contagem de votos é feita em cada
uma das Casas, separadamente.
Hipóteses de sessão conjunta:
● Inaugurar a sessão legislativa;
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● Elaborar o regimento comum e regular a criação de serviços comuns às
duas Casas;
● Receber o compromisso do Presidente e do Vice-Presidente da República;
● Conhecer do veto e sobre ele deliberar;
● Discussão e votação da lei orçamentária;
● Delegar ao Presidente da República a competência para editar lei
delegada.
Sessão unicameral
● O Congresso Nacional atua como se fosse uma só Casa legislativa, isto é, os votos
dos Deputados Federais e Senadores são tomados em seu conjunto. A CF/88
previu apenas uma hipótese de sessão unicameral. Trata-se da reunião, já
realizada, para a revisão constitucional, ocorrida 5 anos após a promulgação da
CF/88.
Legislatura
● Tem duração de 4 (quatro) anos, coincidindo com o mandato dos Deputados
Federais.
Sessão legislativa ordinária (SLO)
● É o período normal de trabalho do Congresso Nacional. Segundo o art. 57, caput,
da CF/88, o Congresso Nacional reunir-se-á, anualmente, na Capital Federal, de 2
de fevereiro a 17 de julho e de 1º de agosto a 22 de dezembro. São dois períodos
legislativos.
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● A sessão legislativa não será interrompida sem a aprovação do projeto de Lei de
Diretrizes Orçamentárias.
● Em uma legislatura, ocorrem 4 (quatro) sessões legislativas ordinárias.
Sessão legislativa extraordinária (SLE)
● Ocorre fora do período normal de trabalho do Congresso Nacional, isto é,
acontece durante os recessos parlamentares.
○ Na sessão legislativa extraordinária, o Congresso apenas irá deliberar sobre
a matéria para a qual foi convocado e sobre medidas provisórias em vigor
na data da convocação.
○ Não há pagamento de parcela indenizatória em razão da convocação
extraordinária.
Hipóteses de convocação extraordinária
Art 57 (...) § 6º A convocação extraordinária do Congresso Nacional far-se-á:
I - pelo Presidente do Senado Federal, em caso de decretação de estado de defesa
ou de intervenção federal, de pedido de autorização para a decretação de estado de
sítio e para o compromisso e a posse do Presidente e do Vice-Presidente da
República;
II - pelo Presidente da República, pelos Presidentes da Câmara dos Deputados e do
Senado Federal ou a requerimento da maioria dos membros de ambas as Casas,
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em caso de urgência ou interesse público relevante, em todas as hipóteses deste
inciso com a aprovação da maioria absoluta de cada uma das Casas do Congresso
Nacional.
Estrutura do Poder Legislativo
● Câmara dos Deputados
○ É composta por representantes do povo (Deputados Federais), eleitos pelo
sistema proporcional, em cada Estado, em cada Território e no Distrito
Federal.
■ O número total de Deputados Federais, bem como a representação
por Estado e pelo Distrito Federal, será estabelecido por lei
complementar.
■ Os Territórios Federais têm o número fixo de 4 (quatro) Deputados
Federais.
● Senado Federal
○ É composto por representantes dos Estados e do Distrito Federal
(Senadores), eleitos pelo sistema majoritário simples.
■ Cada Estado e o Distrito Federal elege três Senadores, com mandato
de oito anos (art. 46, § 1º, CF). A representação de cada Estado e do
Distrito Federal renova-se de quatro em quatro anos,
alternadamente, por um e dois terços (art. 46, § 2º, CF).
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■ Cada senador é eleito com 2 (dois) suplentes.
● Comissões
○ As comissões podem ser permanentes ou temporárias. Na constituição de
cada Comissão, é assegurada, tanto quanto possível, a representação
proporcional dos partidos ou dos blocos parlamentares que participam da
respectiva Casa (art. 58, §1º, CF).
■ Certos projetos de lei podem ser discutidos e votados diretamente
pelas comissões, sem que precise ir ao Plenário da Casa Legislativa.
Trata-se de procedimento legislativo abreviado. Ressalte-se que,
mesmo nas hipóteses em que é aplicável o procedimento legislativo
abreviado, o projeto de lei pode ser votado em Plenário caso haja
recurso de 1/10 dos membros da Casa Legislativa.
Comissões Parlamentares de Inquérito (CPIs)
● As CPIs realizam a investigação parlamentar, produzindo o inquérito legislativo.
As CPIs não julgam, não acusam e não promovem a responsabilidade de
ninguém. As conclusões da CPI, quando for o caso, são encaminhadas ao
Ministério Público, a fim de que promova a responsabilidade civil ou criminal dos
infratores. As CPIs podem ser criadas pela Câmara dos Deputados e pelo Senado
Federal, em conjunto ou separadamente.
Requisitos para a criação de CPI
● Para a criação de CPI, exige-se:
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i) requerimento de 1/3 (um terço) dos membros da Casa Legislativa;
ii) indicação de fato determinado a ser investigado e;
iii) fixação de prazo certo para a conclusão dos trabalhos.
● Os requisitos para a criação de CPI estão sujeitos ao controle jurisdicional.
● A CPI é um direito das minorias. Em virtude disso, o STF considera
inconstitucional que o requerimento de criação de CPI seja submetido à
deliberação do Tribunal.
● Não se admite a criação de CPI para investigações genéricas.
● É possível que ocorram sucessivas prorrogações de prazo da CPI, dentro da
mesma legislatura.
Poderes de Investigação das CPIs
● As CPIs têm competência para convocar qualquer pessoa para depor
(particulares, servidores públicos, Ministros de Estado e titulares de órgãos
ligados à Presidência da República), na qualidade de testemunhas ou indiciados.
As testemunhas, uma vez convocadas por CPI, são obrigadas a comparecer,
sendo cabível, inclusive, a requisição de força policial para promover-lhes a
condução coercitiva.
● Segundo o STF, o privilégio contra a autoincriminação se aplica a qualquer
pessoa ouvida por CPI, independentemente de estar na condição de testemunha
ou de investigada. O depoente em CPI pode ter a assistência de advogado.
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● As CPIs têm poder para determinar a realização de perícias e exames necessários
à dilação probatória, bem como requisição de documentos e busca de todos os
meios de prova legalmente admitidos.
● As CPIs podem determinar a quebra de sigilo bancário, fiscal e telefônico.
Limitações aos poderes das CPIs
● Os poderes das CPIs são limitados pelos direitos fundamentais e pelo princípio
da separação de poderes.
● As CPIs não podem determinar prisão, exceto em flagrante delito.
● As CPIs não podem determinar a aplicação de medidas cautelares.
● As CPIs não podem determinar interceptação telefônica e a busca e apreensão
domiciliar.
● As CPIs não podem apreciar atos de natureza jurisdicional.
● As CPIs não podem convocar o Chefe do Poder Executivo para depor.
Atribuições do Poder Legislativo
● O art. 48, CF/88, relaciona as atribuições do Congresso Nacional que dependem
de sanção do Presidente da República, ou seja, que se efetivam mediante a
edição de lei.
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● O art. 49, CF/88, relaciona as competências exclusivas do Congresso Nacional,
que se materializam mediante decretolegislativo e, portanto, independem de
sanção presidencial.
● O art. 51, CF/88, relaciona as competências privativas da Câmara dos Deputados,
que se materializam mediante resolução e, portanto, independem de sanção
presidencial.
● O art. 52, CF/88, relaciona as competências privativas do Senado Federal, que se
materializam mediante resolução e, portanto, independem de sanção
presidencial.
ATENÇÃO: É importante que seja feita uma boa leitura desses dispositivos. Não há
necessidade de decorar tudo, mas vale a pena que o candidato tenha uma noção geral
dessas atribuições.
Imunidade material dos parlamentares
● Segundo o art. 53, CF/88, os Deputados e Senadores são invioláveis, civil e
penalmente, por quaisquer de suas opiniões, palavras e votos.
● Segundo o STF, a imunidade material alcança todas as manifestações dos
congressistas em que se identifique uma conexão entre o ato praticado e o
exercício do mandato parlamentar. Assim, mesmo manifestações fora do recinto
do Congresso Nacional poderão estar abrangidas pela imunidade material.
● A imunidade material tem como termo inicial a data da posse.
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Imunidade formal dos parlamentares
● Desde a expedição do diploma, os membros do Congresso Nacional não
poderão ser presos, salvo em flagrante delito de crime inafiançável (art. 53, § 2º,
CF). Segundo o STF, o parlamentar também poderá ser preso após uma sentença
judicial transitada em julgado.
● A Casa Legislativa poderá sustar o andamento de ação penal contra
parlamentar, por crime ocorrido após a diplomação. Uma vez recebida a
denúncia contra o Senador ou Deputado, por crime ocorrido após a diplomação,
o Supremo Tribunal Federal dará ciência à Casa respectiva, que, por iniciativa de
partido político nela representado e pelo voto da maioria de seus membros,
poderá, até a decisão final, sustar o andamento da ação. (art. 53, § 3º, CF).
● O afastamento de parlamentar para ocupar cargo no Poder Executivo resultará
na suspensão das imunidades parlamentares (imunidade material e imunidade
formal).
Prerrogativa de foro
● Segundo o art. 53, §1º, os Deputados e Senadores, desde a expedição do diploma,
serão submetidos a julgamento perante o Supremo Tribunal Federal.
● Segundo o STF, o foro por prerrogativa de função somente se aplica aos crimes
cometidos durante o exercício do cargo e que tenham relação com as funções
desempenhadas pelo parlamentar
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● A abertura de inquéritos criminais contra parlamentares estará sujeita à
autorização prévia do STF caso a investigação diga respeito a crimes cometidos
durante o exercício do cargo e que tenham relação com as funções
desempenhadas pelo parlamentar.
● Se o parlamentar deixar o cargo após o término da fase de instrução, será
mantida a competência do STF, ou seja, não haverá deslocamento da
competência para a primeira instância do Poder Judiciário.
Incompatibilidades dos parlamentares
Art. 54. Os Deputados e Senadores não poderão:
I - desde a expedição do diploma:
a) firmar ou manter contrato com pessoa jurídica de direito público, autarquia,
empresa pública, sociedade de economia mista ou empresa concessionária de
serviço público, salvo quando o contrato obedecer a cláusulas uniformes;
b) aceitar ou exercer cargo, função ou emprego remunerado, inclusive os de que
sejam demissíveis "ad nutum", nas entidades constantes da alínea anterior;
II - desde a posse:
a) ser proprietários, controladores ou diretores de empresa que goze de favor
decorrente de contrato com pessoa jurídica de direito público, ou nela exercer
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função remunerada;
b) ocupar cargo ou função de que sejam demissíveis "ad nutum", nas entidades
referidas no inciso I, "a";
c) patrocinar causa em que seja interessada qualquer das entidades a que se refere
o inciso I, "a";
d) ser titulares de mais de um cargo ou mandato público eletivo.
Perda do mandato parlamentar
Art. 55. Perderá o mandato o Deputado ou Senador:
I - que infringir qualquer das proibições estabelecidas no artigo anterior;
II - cujo procedimento for declarado incompatível com o decoro parlamentar;
III - que deixar de comparecer, em cada sessão legislativa, à terça parte das sessões
ordinárias da Casa a que pertencer, salvo licença ou missão por esta autorizada;
IV - que perder ou tiver suspensos os direitos políticos;
V - quando o decretar a Justiça Eleitoral, nos casos previstos nesta Constituição;
VI - que sofrer condenação criminal em sentença transitada em julgado.
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● Nas hipóteses do art. 55, I, II e VI, a perda do mandato será decidida pela maioria
absoluta da Casa Legislativa, mediante provocação da respectiva Mesa ou de
partido político representado no Congresso Nacional, assegurada ampla defesa.
A votação será aberta.
Art. 56. Não perderá o mandato o Deputado ou Senador:
I - investido no cargo de Ministro de Estado, Governador de Território, Secretário de
Estado, do Distrito Federal, de Território, de Prefeitura de Capital ou chefe de missão
diplomática temporária;
II - licenciado pela respectiva Casa por motivo de doença, ou para tratar, sem
remuneração, de interesse particular, desde que, neste caso, o afastamento não
ultrapasse cento e vinte dias por sessão legislativa.
● Caso Eduardo Cunha: A suspensão do exercício do mandato por decisão do STF
em sede cautelar penal não gera direito à suspensão do processo de cassação do
mandato por quebra de decoro parlamentar.
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