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19/03/24, 23:10 Aula 01 https://digital.unipar.br/d2l/le/lessons/8753/topics/94730 1/16 AULA Introdução à Bioética 19/03/24, 23:10 Aula 01 https://digital.unipar.br/d2l/le/lessons/8753/topics/94730 2/16 Nesta aula, os seguintes tópicos serão explorados: 1 Tópico Definição dos conceitos: ética, moral e deontologia. 2 Tópico O surgimento da bioética: histórico e origem. 3 Tópico Definição de bioética e seus princípios. 19/03/24, 23:10 Aula 01 https://digital.unipar.br/d2l/le/lessons/8753/topics/94730 3/16 A Bioética é uma área de estudo que nos oferece uma interconexão entre questões sociais, culturais, epidemiológicas, jurídicas e éticas que surgem devido aos avanços científicos na área da saúde e dilemas éticos, enraizada na reflexão crítica sobre as questões morais e éticas provocadas pelos avanços das pesquisas em saúde. Dessa forma, a Bioética nos convida a questionar, refletir e discernir, oferecendo uma estrutura para orientar a pesquisa, a prática clínica e as políticas que moldam nosso relacionamento com a vida, desde o nascimento até questões ligadas ao fim da existência. Para compreender esse complexo panorama, é essencial internalizar conceitos fundamentais que antecedem a Bioética, a saber, ética, moral e deontologia. Somente ao consolidar essas bases é que podemos aprofundar nossa compreensão na busca entre o progresso científico e os princípios bioéticos. Ética: A ética, originada do termo grego "ethos", refere-se aos costumes e caráter de um grupo social (Moore, 1975). Essa área da filosofia busca entender o que é moralmente correto ou errado, estabelecendo princípios para orientar ações individuais e coletivas. Ao observar e interpretar fatos cotidianos, a ética equilibra emoção e razão na tomada de decisões, considerando tanto critérios subjetivos, como valores pessoais e consciência moral, quanto objetivos, como regras e normas (Rossete, 2018). Moral: O termo "moral" tem origem no latim, “mores”, que significa costumes, indicando que a moralidade é aprendida e pode ser adquirida ou perdida ao longo da vida, envolvendo caráter, sentimentos e costumes (Hossne; Segre, 2011). A moral pode se modificar com o tempo ou mudanças de hábitos dentro de uma sociedade, uma vez que é definida a partir das necessidades de convivência, sendo influenciada pela ética, que pode fundamentá-la (Rossete, 2018). Tópico 01 Definição dos conceitos: ética, moral e deontologia 19/03/24, 23:10 Aula 01 https://digital.unipar.br/d2l/le/lessons/8753/topics/94730 4/16 Embora ética e moral sejam conceitos distintos, estão intimamente conectadas, a ética depende da moral como base para suas reflexões, enquanto a moral necessita da ética para repensar e estabelecer uma relação crucial para a abertura ao diálogo ético-moral, evitando o dogmatismo (Pedro, 2014). Conexão Desvende os segredos da conduta moral que enriquece a vida com Lúcia Helena Galvão, da Nova Acrópole. Assista ao vídeo inspirador durante a Semana da Arte 2023 e embarque numa jornada de reflexão sobre os valores que tornam nossa existência verdadeiramente bela. https://go.eadstock.com.br/glM https://go.eadstock.com.br/glM 19/03/24, 23:10 Aula 01 https://digital.unipar.br/d2l/le/lessons/8753/topics/94730 5/16 Figura 1 - Relação entre ética e moral Fonte: Pedro (2014). Deontologia A Deontologia, termo de origem grega que significa "dever" ou "obrigação", estuda os princípios, fundamentos e sistema da moral, oferecendo orientação moral e jurídica nas relações profissionais de saúde com a sociedade, fundamentada na ética e na lei. Concentra-se nos deveres e direitos, estabelecendo normas com base em fundamentos éticos (Alexander; Moore 2007). Relação entre ética, moral e deontologia A relação entre ética, moral e deontologia é evidente na medida em que a ética estabelece os fundamentos teóricos para a construção de sistemas morais, os quais, por sua vez, guiam a elaboração de códigos deontológicos. Sendo assim, é fundamental compreender que esses conceitos não operam de maneira isolada, a ética inspira a moral, a moral contextualiza a ética, e ambas servem como base para a formulação de códigos deontológicos (Hossene, 2006). 19/03/24, 23:10 Aula 01 https://digital.unipar.br/d2l/le/lessons/8753/topics/94730 6/16 Figura 2 - Círculos concêntricos da ética, moral e deontologia, segundo Prudente (2000). Fonte: adaptada de Mattar (2010). Segundo Prudente (2000), essa relação entre ética, moral e deontologia, pode ser exemplificada por meio de esferas interligadas. Na esfera mais ampla da ética, são elaborados os alicerces morais que, em um escopo mais restrito, configuram a moral aplicada aos padrões de conduta humana e social. Dentro desse contexto, a deontologia se manifesta em uma escala ainda mais específica e concêntrica, representando a dimensão ética particular de uma profissão, dessa forma, é possível observar que ética, moral e deontologia compartilham uma essência comum, em que a ética lida com questões universais, a moral ajusta esses princípios à diversidade cultural, e a deontologia direciona a aplicação prática desses princípios em domínios específicos (Prudente, 2000). 19/03/24, 23:10 Aula 01 https://digital.unipar.br/d2l/le/lessons/8753/topics/94730 7/16 PARA PENSAR Diante da complexidade das questões éticas, morais e deontológicas, é essencial compreender as nuances que permeiam esses conceitos. Em relação à ética, moral e deontologia, qual das seguintes afirmações está correta? a. A ética é sempre relativa e subjetiva, enquanto a moral e a deontologia são absolutas e universal. b. A ética e a moral são termos sinônimos, sem diferenças significativas entre eles, diferenciando-se da deontologia, que estuda os princípios, fundamentos e sistema da moral. c. A ética descarta completamente a influência cultural, sendo uma construção individual; enquanto a moral e deontologia, seguem uma vertente confluente, na busca pelo entendimento da influência cultural no indivíduo. d. A moralidade é exclusivamente determinada pela religião, sem consideração para perspectivas seculares. e. A ética estabelece os fundamentos teóricos para a construção de sistemas morais, os quais, por sua vez, guiam a elaboração de códigos deontológicos. Resposta: Alternativa E é a correta. Justificativa: A relação entre ética, moral e deontologia é evidente na medida em que a ética estabelece os fundamentos teóricos para a construção de sistemas morais, os quais, por sua vez, guiam a elaboração de códigos deontológicos. Sendo assim, é fundamental compreender que esses conceitos não operam de maneira isolada, a ética inspira a moral, a moral contextualiza a ética, e ambas servem como base para a formulação de códigos deontológicos. 19/03/24, 23:10 Aula 01 https://digital.unipar.br/d2l/le/lessons/8753/topics/94730 8/16 A origem da Bioética está fundamentada em eventos históricos que efetivamente conduziram ao seu surgimento, sendo imprescindível para seu entendimento traçar uma linha temporal, com os principais eventos que antecedem a utilização do termo "bioética". Isso permite compreender o contexto histórico de avanços científicos e tecnológicos, bem como profundas transformações sociais, políticas e culturais, que ocorreram paralelamente, sobretudo em pesquisas que envolviam seres humanos. Tópico 02 O surgimento da bioética: histórico e origem 19/03/24, 23:10 Aula 01 https://digital.unipar.br/d2l/le/lessons/8753/topics/94730 9/16 PARA PENSAR Em relação ao histórico da bioética, avalie as afirmações apresentadas e escolha aquela que reflete corretamente o desenvolvimento desta disciplina. Analise as opções atentamente para identificar a afirmativa que melhor representa um marco significativo na trajetória histórica da bioética. a. O termo "bioética" foi cunhado na Grécia Antiga por Hipócrates, marcando o início formal dessa disciplina. b. Na década de 70, os trabalhos de Potter, nos Estados Unidos, foram fundamentais para a formulaçãode princípios éticos para pesquisa envolvendo seres humanos. c. A bioética teve origens exclusivamente religiosas e não se desenvolveu como uma disciplina secular. d. O desenvolvimento da bioética é estritamente ligado à pesquisa médica, sem considerar dilemas éticos em outras áreas científicas. e. No século XIX, o Ministério da Saúde da Prússia desempenhou um papel crucial no estabelecimento dos fundamentos da bioética. Resposta: Alternativa B é a correta. Justificativa: Potter ressurge com o termo “bioética”, propondo uma ponte entre as ciências empíricas e as ciências humanas, promovendo uma reflexão sobre os avanços científicos e seus impactos na vida humana, mais especificamente do ponto de vista ético. Em resposta a essa necessidade, o governo e o Congresso norte-americanos formaram uma comissão em 1974, resultando na formulação do modelo principialista. 19/03/24, 23:10 Aula 01 https://digital.unipar.br/d2l/le/lessons/8753/topics/94730 10/16 Mas, afinal, o que é bioética? Com suas origens etimológicas grega, em "Bios" (vida) e "ethos" (ética), a bioética se apresenta como uma prática voltada ao cuidado de todas as formas de vida. No entanto, definir com precisão uma área tão complexa e multiprofissional como a bioética é desafiador e requer muito cuidado, dada sua natureza permeada por diversas variáveis. Diferentes autores contribuíram para a construção do conceito de bioética. Potter, em 1970, conceituou a bioética como a "ciência da sobrevivência e da qualidade de vida". Já Kemp, em 1977, com a influência das raízes etimológicas, configura a bioética como, " o cuidado das formas de vida em seu ambiente". Em 1978, Reich integrou à saúde a definição, concebendo a bioética como "a ética das ciências da vida e da saúde". Posteriormente, Mori, em 1994, a definiu como “a ética da qualidade de vida”; enquanto Kottow, em 1995, propôs que ela seja entendida como “a ética das afirmações humanas que podem ter efeitos irreversíveis sobre os fenômenos vitais”. Diferentemente, em 2001, Hottois percebeu a bioética como uma “prática discursiva e discurso prático”, abrindo espaço para amplas discussões (Jorge Filho, 2017). Tópico 03 Definição de bioética e seus princípios 19/03/24, 23:10 Aula 01 https://digital.unipar.br/d2l/le/lessons/8753/topics/94730 11/16 O legado bioético remonta a Hipócrates, o pai da medicina, que, por volta de 460 a.C., já estabelecia princípios éticos ao direcionar seu conhecimento para o benefício dos pacientes, evitando causar-lhes malefícios (Abreu, 2018). No entanto, somente em 1971, em resposta às transformações sociais nas décadas de 60 e 70, emergiram novos padrões morais e éticos que passaram a fundamentar as interações sociais, culminando no surgimento da bioética. O termo ganhou destaque com a publicação do livro "Bioethics: Bridge to the Future", de Van Rensselaer Potter (Diniz; Guilhem, 2005). O propósito inicial de Potter ao criar sua obra era identificar valores e normas que pudessem guiar a ação humana, promovendo a integração entre os valores humanos e os campos da medicina, biologia e ecologia. Em resposta a essa necessidade, o governo e o Congresso norte-americanos formaram uma comissão, em 1974, para alcançar um consenso sobre o desenvolvimento da pesquisa biomédica e comportamental. Ao longo de quatro anos de atividade, a comissão concluiu que ambas as áreas de pesquisa deveriam sempre obedecer aos princípios por ela estabelecidos, resultando na formulação do modelo principialista (Abreu, 2018). Modelo principialista O principialismo emerge como o modelo de bioética no qual seus criadores e adeptos reconhecem a necessidade de empregar um método específico para abordar, de maneira eficaz, os desafios éticos relacionados ao cuidado da saúde A diversidade de definições na bioética destaca sua complexidade e importância , sendo abordada por diversas perspectivas. Isso resulta em uma variedade de interpretações que, ao mesmo tempo, convergem para um núcleo central, fundamentado em princípios mais antigos do que o momento de sua conceitualização, o que é verdadeiramente essencial (Jorge Filho, 2017). 19/03/24, 23:10 Aula 01 https://digital.unipar.br/d2l/le/lessons/8753/topics/94730 12/16 humana. Esse método se fundamenta na observância de princípios específicos que servem como alicerce para a resolução de conflitos éticos, sendo eles: autonomia, beneficência, não maleficência e justiça (Abreu, 2018). Princípios da bioética Princípio da autonomia: O princípio da autonomia se ampara na consideração dos direitos fundamentais do indivíduo, pautado por uma moralidade que inspira o respeito mútuo, conforme expresso no pensamento de John Stuart Mill (1806- 1883), em “Sobre si mesmo, sobre seu corpo e sua mente”. Este princípio refere-se ao respeito pelo consentimento informado da pessoa, seja ela atualmente ou potencialmente enferma. Além de nortear as questões associadas ao consentimento informado, é também a base para o testamento vital, as diretivas antecipadas de vontade e a confidencialidade da informação médica (Oliveira, 2018). Conexão A seguir, confira duas obras audiovisuais que contribuirão para a ampliação do seu repertório. No filme “O Enfermeiro da Noite”: adaptado da história do enfermeiro Charles Cullen, condenado à prisão perpétua pela morte de 29 pacientes, podemos observar a violação principalmente de dois princípios fundamentais da bioética, a saber: a beneficência e a não maleficência. Já no documentário “O Holocausto Brasileiro”, lançado em 2016 e baseado no livro homônimo de Daniela Arbex, mostra o genocídio cometido no Hospital Colônia em Barbacena (MG). Neste caso, temos a violação de todos os princípios da bioética. 19/03/24, 23:10 Aula 01 https://digital.unipar.br/d2l/le/lessons/8753/topics/94730 13/16 A autonomia implica na liberdade de decisão sobre a própria vida, sendo associada à autodeterminação e ao autogoverno. Esse princípio defende que a liberdade de cada ser humano deve ser preservada. Compete aos profissionais de saúde fornecer informações técnicas para orientar as decisões do cliente, sem recorrer a formas de influência ou manipulação, permitindo que ele participe ativamente das decisões relacionadas ao seu cuidado e assistência à saúde (Stapenhorst et al., 2017). Princípio da beneficência: O princípio da beneficência expressa a ideia de que a atuação da equipe de saúde deve ser direcionada especificamente para o bem- estar do paciente, visando realizar o máximo bem para o maior número possível de pessoas. A ética demanda não apenas o tratamento adequado dos necessitados, com a abstenção de causar malefícios, mas também exige uma contribuição ativa para o bem-estar do próximo, por meio de ações positivas em favor daqueles que necessitam. Isso implica em minimizar os danos, considerar o paciente em sua totalidade e levar em conta as escolhas individuais do paciente (Stapenhorst et al., 2017). Princípio da não maleficência: Este princípio impõe o dever de se abster de causar qualquer mal, evitando danos ou riscos. O profissional assume o compromisso de avaliar e prevenir danos previsíveis (Stapenhorst et al., 2017). Diferentemente da beneficência, em que falhas raramente acarretam sanções legais, na não maleficência, o fracasso frequentemente resulta em punições legais. Esse princípio permite a ação não prejudicial com todas as pessoas, ao contrário da beneficência, que é impraticável de forma abrangente. Importante ressaltar que o fracasso na beneficência não é considerado imoral, enquanto na não maleficência pode ser visto como imoral. Em suma, a não maleficência traduz a ideia de que, quando não é possível realizar o bem, é crucial, ao menos, evitar o mal total (Abreu, 2018). Princípio da justiça: O princípio da justiça está vinculado à obrigação de assegurar igualdade nos tratamentos médicos e à distribuição justa e equitativa de recursos pelo Estado para os serviços de saúde, considerando asnecessidades individuais de cada cidadão. Este princípio enfatiza o compromisso com a imparcialidade na distribuição de riscos e benefícios relacionados à pesquisa, visando proporcionar um tratamento equitativo (Stapenhorst et al., 2017). 19/03/24, 23:10 Aula 01 https://digital.unipar.br/d2l/le/lessons/8753/topics/94730 14/16 PARA PENSAR Sr. João, de 60 anos, necessita passar por cirurgia cardíaca, que será realizada em breve. Para que autorize a realização do procedimento, ele precisa assinar um Termo de Consentimento Livre e Esclarecido, aplicado pelo Dr. Rubens, o médico responsável. Diante disso, assinale a alternativa que corresponde ao princípio da bioética que esse termo livre e voluntário obedece: a. Beneficência. b. Não maleficência. c. Equidade. d. Autonomia. e. Justiça. Resposta: Alternativa D é a correta. Justificativa: O princípio da autonomia refere-se ao respeito pelo consentimento informado da pessoa, seja ela atualmente ou potencialmente enferma. 19/03/24, 23:10 Aula 01 https://digital.unipar.br/d2l/le/lessons/8753/topics/94730 15/16 19/03/24, 23:10 Aula 01 https://digital.unipar.br/d2l/le/lessons/8753/topics/94730 16/16 19/03/24, 23:00 Aula 02 https://digital.unipar.br/d2l/le/lessons/8753/topics/94731 1/25 AULA Fundamentos bioéticos das práticas em saúde 19/03/24, 23:00 Aula 02 https://digital.unipar.br/d2l/le/lessons/8753/topics/94731 2/25 Nesta aula, os seguintes tópicos serão explorados: 1 Tópico Declaração Universal sobre Bioética e Direitos Humanos (DUBDH) 2 Tópico Declaração dos direitos do paciente 19/03/24, 23:00 Aula 02 https://digital.unipar.br/d2l/le/lessons/8753/topics/94731 3/25 Em 2005, durante sua 33ª Assembleia Geral, a Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (Unesco) aprovou, de forma unânime, um instrumento normativo internacional de grande importância, denominado Declaração Universal sobre Bioética e Direitos Humanos (DUBDH). Essa declaração representou uma expansão da abordagem da bioética, abrangendo não apenas os aspectos biomédicos e biotecnológicos, mas também os campos sanitário, social e ambiental. Assim, a DUBDH se configura como mais um recurso adicional para fortalecer os princípios democráticos, contribuindo para o aprimoramento da cidadania e a promoção dos direitos humanos universais (Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura, 2005). A Declaração visa fornecer uma estrutura global de princípios e diretrizes para orientar os Estados na formulação de legislações, políticas e instrumentos relacionados à bioética. Essa abordagem abrangente não se limita apenas aos âmbitos governamentais, mas também orienta as ações de diversos atores, incluindo indivíduos, grupos, comunidades, instituições e empresas, tanto públicas quanto privadas (Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura, 2005). 19/03/24, 23:00 Aula 02 https://digital.unipar.br/d2l/le/lessons/8753/topics/94731 4/25 A Declaração tem como objetivo primordial promover o respeito à dignidade humana e proteger os direitos humanos, assegurando à vida e às liberdades fundamentais. Reconhecendo a importância da liberdade da pesquisa científica e dos benefícios decorrentes dos avanços tecnológicos, a declaração destaca a necessidade de que essas atividades estejam em consonância com princípios éticos, respeitando a dignidade humana e os direitos fundamentais (Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura, 2005). Ao promover o acesso equitativo aos avanços médicos, científicos e tecnológicos, a declaração visa garantir a ampla disseminação e o rápido compartilhamento de conhecimento, com especial atenção às necessidades dos países em desenvolvimento. Além disso, a DUBDH também busca, salvaguarda e promoção dos interesses das gerações presentes e futuras, assim como a importância da biodiversidade e sua conservação como uma preocupação compartilhada pela humanidade (Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura, 2005). Princípios da Declaração Universal sobre Bioética e Direitos Humanos De acordo com a DUBDH, é imprescindível respeitar todos os princípios nas decisões tomadas ou práticas desenvolvidas por aqueles a quem ela é dirigida (Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura, 2005). Objetivos fundamentais da Declaração Universal sobre Bioética e Direitos Humanos 19/03/24, 23:00 Aula 02 https://digital.unipar.br/d2l/le/lessons/8753/topics/94731 5/25 19/03/24, 23:00 Aula 02 https://digital.unipar.br/d2l/le/lessons/8753/topics/94731 6/25 19/03/24, 23:00 Aula 02 https://digital.unipar.br/d2l/le/lessons/8753/topics/94731 7/25 19/03/24, 23:00 Aula 02 https://digital.unipar.br/d2l/le/lessons/8753/topics/94731 8/25 Considerando os objetivos e princípios da presente Declaração Universal sobre Bioética e Direitos Humanos, é essencial uma análise abrangente, em que seus princípios devem ser entendidos como complementares e interligados. Cada princípio deve ser interpretado considerando os demais, de maneira relevante e apropriada para cada situação. (Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura, 2005). 19/03/24, 23:00 Aula 02 https://digital.unipar.br/d2l/le/lessons/8753/topics/94731 9/25 PARA PENSAR Durante sua 33ª Assembleia Geral, em 2005, a Unesco aprovou por unanimidade a Declaração Universal sobre Bioética e Direitos Humanos, um instrumento normativo internacional crucial. Assinale a alternativa correta em relação a essa declaração. a. Conforme a declaração mencionada, em casos de indivíduos incapazes de consentirem para autorização de pesquisa e prática médica, o critério a ser utilizado para a realização das práticas, será a partir do interesse público e o bem comum. b. A Declaração Universal sobre Bioética e Direitos Humanos tem como objetivo agilizar os procedimentos médicos e pesquisas na área da saúde, visando aprimorar a disseminação do conhecimento, por meio de divulgação digital. c. A declaração representou uma expansão da abordagem da bioética, abrangendo não apenas os aspectos biomédicos e biotecnológicos, mas também os campos sanitário, social e ambiental. d. Os princípios orientadores da Declaração Universal sobre Bioética e Direitos Humanos devem ser examinados de maneira específica, levando em consideração as circunstâncias particulares de cada caso, se o mesmo for realmente concreto. e. A Declaração Universal sobre Bioética e Direitos Humanos abrange apenas os aspectos biomédicos e biotecnológicos. Resposta: Alternativa C é a correta. Justificativa: A Declaração Universal sobre bioética e Direitos humanos também abordou a importância da questão sanitária, ambiental e social. E com isso se configurou mais um recurso adicional para fortalecer os princípios democráticos, contribuindo para o aprimoramento da cidadania e a promoção dos direitos humanos universais. 19/03/24, 23:00 Aula 02 https://digital.unipar.br/d2l/le/lessons/8753/topics/94731 10/25 O direito à saúde e ao bem-estar representa uma prerrogativa fundamental que permeia todas as esferas da existência humana. Dessa forma, o fundamento do conceito de Direitos Humanos no Atendimento ao Paciente está enraizado na estrutura que combina saúde e direitos humanos. Trata-se de uma reinterpretação do direito internacional dos direitos humanos, bem como das bases conceituais e instrumentos constitucionais, em uma abordagem voltada para a proteção e promoção da saúde, tanto individual quanto comunitária (Mann, 2006). A Declaração Universal de Direitos Humanos, estabelecida pela Organização das Nações Unidas em 1948, destaca: Conexão O Direito do Paciente e a Ética Médica são pilares fundamentais no contexto da prestação de serviços de saúde, estabelecendo diretrizes essenciais para a relação entre profissionais da saúde e aqueles que buscam assistência médica. Amplie seus conhecimentos sobre o tema ouvindo: https://go.eadstock.com.br/gmg https://go.eadstock.com.br/gmg 19/03/24,23:00 Aula 02 https://digital.unipar.br/d2l/le/lessons/8753/topics/94731 11/25 “que todos os seres humanos nascem livres e iguais em dignidade e em direitos”. O direito à saúde e ao bem-estar é fundamental, exercendo influência em todas as esferas da vida e para que os profissionais de saúde atendam plenamente às suas responsabilidades no contexto do "direito à saúde"; é crucial assegurar a prestação de cuidados com o mais elevado padrão possível, sempre respeitando a dignidade fundamental de cada paciente (Daher, 2015). O relato mais antigo, que registra a importância de se fazer o bem para um paciente, pode ser encontrado no Juramento de Hipócrates (século V a.C), em que é possível constatar vários elementos, enfatizando o compromisso com o bem- estar dos pacientes (Veatch, 1997). “Aplicarei os regimes para o bem do doente segundo o meu poder e entendimento, nunca para causar dano ou mal a alguém” (Hipócrates). Deste modo, concepção dos direitos dos pacientes se baseia em noções fundamentais dos direitos humanos, consistindo em princípios ético-jurídicos que estabelecem como todas as pessoas, independentemente de fatores específicos, como características de cor, raça, etnia e crença, devem ser tratadas quando sob cuidados de saúde (Cohen; Ezer, 2013). Os órgãos governamentais têm o dever de respeitar, proteger, prestar contas e garantir esses direitos. Contudo, para uma efetiva concretização, é essencial um aprimoramento por parte dos profissionais de saúde, dos familiares e amigos dos pacientes, bem como dos próprios pacientes, no que diz respeito ao entendimento e cuidado com seus próprios corpos (Daher, 2015). Quais são os principais Direitos dos Pacientes? 19/03/24, 23:00 Aula 02 https://digital.unipar.br/d2l/le/lessons/8753/topics/94731 12/25 No trabalho de Daher (2015), são destacados alguns direitos fundamentais do paciente, conforme evidenciado: 19/03/24, 23:00 Aula 02 https://digital.unipar.br/d2l/le/lessons/8753/topics/94731 13/25 19/03/24, 23:00 Aula 02 https://digital.unipar.br/d2l/le/lessons/8753/topics/94731 14/25 Os direitos do paciente visam promover, de maneira abrangente, a saúde individual e comunitária, empregando os princípios dos direitos humanos e a legislação pertinente nesse contexto de cuidados. A legislação médica, embasada no direito civil, orienta a conduta profissional no atendimento ao paciente, destacando as interações entre pacientes e cuidadores para assegurar o respeito aos direitos. A não observância dessas responsabilidades pode resultar em ações legais em busca de compensação por danos decorrentes da violação direta dos direitos ou de danos físicos provenientes dessa infração (Peled-Raz, 2017). 19/03/24, 23:00 Aula 02 https://digital.unipar.br/d2l/le/lessons/8753/topics/94731 15/25 PARA PENSAR A Declaração dos direitos do paciente representa uma prerrogativa fundamental que permeia todas as esferas da existência humana. Dessa forma, assinale a alternativa que corresponde ao direito que assegura que o paciente tenha acesso às informações sobre seu diagnóstico e procedimentos médicos. a. Direito à Dignidade Humana. b. Direito de acesso aos registros médicos. c. Direito à assistência espiritual. d. Direito ao acesso à informação. e. Direito a cuidados de boa qualidade. Resposta: Alternativa D é a correta. Justificativa: O Direito ao acesso à informação assegura que o paciente tenha acesso ao seu diagnóstico e aos procedimentos médicos. 19/03/24, 23:00 Aula 02 https://digital.unipar.br/d2l/le/lessons/8753/topics/94731 16/25 Privacidade A compreensão do conceito de privacidade pode ser abordada por duas perspectivas distintas. A primeira enfoca o controle que um indivíduo possui sobre o acesso dos outros às informações pessoais, enquanto a segunda define a privacidade como uma condição ou estado de intimidade (Loch, 2007). Segundo Styffe (1997), o direito individual se configura na capacidade de decidir quando, como e até que ponto as informações fornecidas podem ser transmitidas ou reveladas. Essa visão converge com a definição do Conselho Nacional de Pesquisa dos Estados Unidos, que entende privacidade como a vontade do indivíduo de restringir a divulgação de informações pessoais (National Research Council, 1997). Além disso, a privacidade também está estabelecida na Declaração Universal sobre Bioética e Direitos Humanos no artigo 9: A vida privada das pessoas em causa e a confidencialidade das informações que lhes dizem pessoalmente respeito devem ser respeitadas. Tanto quanto possível, tais informações não devem ser utilizadas ou difundidas para outros fins que não aqueles para que foram coligidos ou consentidos, e devem estar em conformidade com o direito internacional, e nomeadamente com o direito internacional relativo aos direitos humanos. Com relação à privacidade do paciente, o direito à privacidade dos dados médicos garante que as informações e problemas de saúde individuais permaneçam inacessíveis a terceiros (Ozair et al., 2015). Todas as informações provenientes de interações médicas são tratadas como confidenciais, com o acesso protegido. O acesso aos dados de saúde do paciente só é permitido com sua autorização ou por 19/03/24, 23:00 Aula 02 https://digital.unipar.br/d2l/le/lessons/8753/topics/94731 17/25 ordem judicial. Em situações em que o paciente não pode conceder permissão devido à idade ou condições de saúde, o representante legal ou cuidador pode fazê- lo. A proteção legal das informações médicas no Brasil é respaldada pela Constituição de 1988, que garante, em seu capítulo I, artigo 5º, alínea X, os Direitos e Garantias Fundamentais (Buckovich; Rippen; Rozen, 1999). São invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem das pessoas, assegurado o direito a indenização pelo dano material ou moral decorrente de sua violação. Assim, a partir de uma perspectiva normativa, que engloba aspectos éticos e legais, a privacidade se apresenta como um dos direitos fundamentais do indivíduo. Esse direito se refere à prerrogativa de cada pessoa de exercer controle exclusivo sobre esferas que abrangem as esferas da sua vida como, por exemplo, sua intimidade. 19/03/24, 23:00 Aula 02 https://digital.unipar.br/d2l/le/lessons/8753/topics/94731 18/25 19/03/24, 23:00 Aula 02 https://digital.unipar.br/d2l/le/lessons/8753/topics/94731 19/25 Conexão A preservação da privacidade e confidencialidade é um elemento crucial nos Direito do Paciente, na Ética em saúde e na prestação de serviços de saúde. Em um cenário em que a confiança é alicerçada na relação entre profissionais e aqueles que procuram assistência médica, manter as informações pessoais dos pacientes seguras se torna um compromisso imprescindível. Amplie seus conhecimentos sobre o tema lendo os artigos relacionados à privacidade e confidencialidade: Artigo: HULKOWER, Rachel; PENN, Matthew; SCHMIT, Cason. Privacy and confidentiality of public health information. Public Health Informatics and Information Systems, p. 147-166, 2020. PYRRHO, Monique; CAMBRAIA, Leonardo; DE VASCONCELOS, Viviane Ferreira. Privacy and health practices in the digital age. The American Journal of Bioethics, v. 22, n. 7, p. 50-59, 2022. https://go.eadstock.com.br/gmh https://go.eadstock.com.br/gmh https://go.eadstock.com.br/gmi https://go.eadstock.com.br/gmi 19/03/24, 23:00 Aula 02 https://digital.unipar.br/d2l/le/lessons/8753/topics/94731 20/25 Confidencialidade O conceito de confidencialidade nos cuidados de saúde remonta ao Juramento de Hipócrates (Martin, 2014). A preservação da confidencialidade e o respeito à privacidade representam princípios éticos consolidados nas profissões de saúde, evidenciando a responsabilidade de salvaguardar as informações de terceiros adquiridas no exercício profissional. Esses princípios estabelecem a base da confiança que deve reger a relação profissional-paciente (Villas-Bôas, 2015). Desde a década de 70, com o surgimento da bioética moderna, a confidencialidade passou a trilhar o caminho dos direitoshumanos, refletindo as significativas transformações no pensamento da saúde pública e comunitária (Martin, 2014). Em relacionamentos médico-paciente, a confidencialidade é preservada quando os profissionais de saúde se comprometem a não divulgar informações sem permissão (Styffe, 1997). Kottow (1995) enfatiza que a confidencialidade limita a divulgação da informação compartilhada no encontro clínico ao âmbito interpessoal, diferenciando-se conceitualmente da privacidade. A autorização do paciente para a divulgação não viola a confidencialidade, embora ocorra perda de privacidade. “Tudo o que vier ao meu conhecimento no exercício da minha profissão ou no comércio diário com os homens, que não deva ser divulgado no exterior, manterei em segredo e nunca revelaremos”. 19/03/24, 23:00 Aula 02 https://digital.unipar.br/d2l/le/lessons/8753/topics/94731 21/25 A confidencialidade em relações clínicas abrange a manutenção do sigilo interpessoal e a proteção do registro da informação, mesmo com acesso a prontuários por vários profissionais, uma vez que esse acesso visa o benefício na assistência ao paciente. Dessa forma, é possível destacar que entre privacidade e confidencialidade existe uma diferença, uma vez que a privacidade abrange atributos únicos e distintivos de uma pessoa, como pensamentos, sentimentos ou fantasias, enquanto a confidencialidade, necessariamente, implica um contexto relacional que envolve, no mínimo, duas pessoas. Assim, romper a privacidade se torna uma condição prévia para o estabelecimento da confidencialidade no âmbito da relação entre duas pessoas (Winslade, 1995). Saiba mais sobre os limites entre privacidade e confidencialidade na história em quadrinhos a seguir. Explore as nuances dos pensamentos e relações, nas quais cada quebra de privacidade molda o delicado equilíbrio da confidencialidade. Uma jornada visual sobre os segredos que conectam e separam. Segurança profissional A segurança do profissional de saúde desempenha um papel central na garantia de práticas assistenciais seguras e na promoção da segurança do paciente no contexto da saúde diária (Vázquez et al., 2017). A abordagem da segurança do profissional está intrinsecamente ligada à cultura de segurança do paciente, na qual todos os trabalhadores, incluindo profissionais de cuidados e gestores, assumem a responsabilidade não apenas por sua própria segurança, mas também pela segurança de colegas, pacientes e familiares (Brasil, 2013). 19/03/24, 23:00 Aula 02 https://digital.unipar.br/d2l/le/lessons/8753/topics/94731 22/25 Sendo assim, promover a segurança em ambientes de saúde envolve a implementação de diversas estratégias, como de iniciativas em educação contínua, treinamentos e capacitações. Além disso, outros aspectos fundamentais a levar em consideração incluem a superação da cultura punitiva, a adequação de recursos humanos e físicos, bem como o desenvolvimento contínuo de pesquisas e protocolos, que atuam como ferramentas para reforçar a segurança. Dessa forma, compreender os fatores que impactam na segurança do profissional diante de questões éticas e bioéticas pode orientar intervenções que garantam boas práticas e decisões seguras (Nora; Beghetto, 2020). Para abordar efetivamente a segurança do profissional de saúde, é essencial considerar as dimensões éticas e bioéticas relacionadas ao conhecimento, emoções e interações do profissional com o mundo, isso inclui aspectos inerentes ao agir profissional, integrando processos como consciência, empatia, responsabilidades e tomada de decisões autônomas (Freitas; Oguisso; Fernandes, 2010). 19/03/24, 23:00 Aula 02 https://digital.unipar.br/d2l/le/lessons/8753/topics/94731 23/25 PARA PENSAR A privacidade e a confidencialidade são conceitos fundamentais em diversas áreas, incluindo a prestação de serviços de saúde. Dessa forma, assinale a alternativa que corresponde a distinção entre esses dois conceitos. a. Privacidade se refere à proteção das informações pessoais, enquanto confidencialidade está relacionada ao direito de uma pessoa controlar o acesso a essas informações. b. Privacidade e confidencialidade são termos intercambiáveis e podem ser usados como sinônimo em contextos de assistência à saúde. c. Privacidade diz respeito à segurança física da pessoa, enquanto confidencialidade está relacionada à proteção de dados médicos. d. Privacidade e confidencialidade são conceitos exclusivos do campo jurídico e não têm aplicação prática na prestação de cuidados de saúde. e. A privacidade se refere, exclusivamente, à segurança dos registros médicos, enquanto a confidencialidade diz respeito às escolhas pessoais do paciente. Resposta: Alternativa A é a correta. Justificativa: A alternativa diferencia corretamente a privacidade, que se concentra na proteção das informações pessoais, da confidencialidade, que está relacionada à preservação do sigilo das informações compartilhadas durante uma relação médico-paciente. 19/03/24, 23:00 Aula 02 https://digital.unipar.br/d2l/le/lessons/8753/topics/94731 24/25 19/03/24, 23:00 Aula 02 https://digital.unipar.br/d2l/le/lessons/8753/topics/94731 25/25 Unidade: Aula: BIOÉTICA E BIOSSEGURANÇA Profa. Me. Tâmila Siminski Melhorança 1 1 2 Introdução a Bioética: definição dos conceitos ética, moral e deontologia INTRODUÇÃO A BIOÉTICA 3 • A Bioética é uma área de estudo que nos oferece uma interconexão entre questões: Epidemiológicas Éticas Sociais Culturais Jurídicas Avanços científicos na área da saúde e dilemas éticos DEFINIÇÃO DOS CONCEITOS: 4 Deontologia Moral Ética ÉTICA 5 • A ética, refere-se aos costumes e caráter de um grupo social. Essa área da filosofia busca entender o que é moralmente correto ou errado, estabelecendo princípios para orientar ações individuais e coletivas. Ao observar e interpretar fatos cotidianos, a ética equilibra emoção e razão na tomada de decisões, considerando tanto critérios subjetivos, como valores pessoais e consciência moral, quanto objetivos, como regras e normas. Fig01 MORAL 6 • O termo moral significa costumes, indicando que a moralidade é aprendida e pode ser adquirida ou perdida ao longo da vida. Envolvendo caráter, sentimentos e costumes. A moral pode se modificar com o tempo ou mudanças de hábitos dentro de uma sociedade, uma vez que é definida a partir das necessidades de convivência, sendo influenciada pela ética, que pode fundamentá-la. Fig02 Mudanças na sociedade, na sua cultura e nos seus hábitos RELAÇÃO ENTRE ÉTICA E MORAL 7 • Embora ética e moral sejam conceitos distintos, estão intimamente conectadas, a ética depende da moral como base para suas reflexões, enquanto a moral necessita da ética para repensar e estabelecer uma relação crucial para a abertura ao diálogo ético-moral, evitando o dogmatismo. Ética Moral DEONTOLOGIA 8 • A Deontologia, termo que significa "dever" ou "obrigação", estuda os princípios, fundamentos e sistema da moral, oferecendo orientação moral e jurídica nas relações profissionais de saúde com a sociedade, fundamentada na ética e na lei. • Concentra-se nos deveres e direitos, estabelecendo normas com base em fundamentos éticos. Fig03 RELAÇÃO ENTRE ÉTICA, MORAL E DEONTOLOGIA 9 • A ética estabelece os fundamentos teóricos para a construção de sistemas morais, os quais, por sua vez, guiam a elaboração de códigos deontológicos. A, a moral, e. Inspira a moral Ética Ambas servem como base para a formulação de códigos deontológicos Deontologia Contextualiza a ética Moral Moral Aplicação ao comportamento humano e social Deontologia Aplicação às profissões Ética Princípios gerais REFERÊNCIA 10 Fig01: https://img.freepik.com/vetores-premium/personagem-de-desenho-grafico-vetorial-d e-ilustracao-para-escolher-expressoes-faciais_516790-328.jpg?w=740 Fig02: https://img.freepik.com/vetores-premium/tomada-de-decisoes-comerciais-duvida-sob re-opcoes-confusao-sim-ou-nao-esquerda-ou-direita_175634-28028.jpg?w=996Fig03: https://www.bing.com/images/create/deontologia-concentra-se-nos-deveres-e-direit os2c-e/1-65cbc88fb90e42b3aeb5fc219c7cca9e?id=PPvs4ebczIE7ENC5RQ4%2Bkw.NdV fAMDxem3zSm8DXJ0pNw&view=detailv2&idpp=genimg&thid=OIG3.EQr.qjc6ftEbDAXY T2_v&form=GCRIDP&ajaxhist=0&ajaxserp=0 https://img.freepik.com/vetores-premium/personagem-de-desenho-grafico-vetorial-de-ilustracao-para-escolher-expressoes-faciais_516790-328.jpg?w=740 https://img.freepik.com/vetores-premium/personagem-de-desenho-grafico-vetorial-de-ilustracao-para-escolher-expressoes-faciais_516790-328.jpg?w=740 https://img.freepik.com/vetores-premium/tomada-de-decisoes-comerciais-duvida-sobre-opcoes-confusao-sim-ou-nao-esquerda-ou-direita_175634-28028.jpg?w=996 https://img.freepik.com/vetores-premium/tomada-de-decisoes-comerciais-duvida-sobre-opcoes-confusao-sim-ou-nao-esquerda-ou-direita_175634-28028.jpg?w=996 Unidade: Aula: BIOÉTICA E BIOSSEGURANÇA Profa. Me. Tâmila Siminski Melhorança 1 2 2 O surgimento da bioética: histórico e origem O SURGIMENTO DA BIOÉTICA 3 • A origem da Bioética está fundamentada em eventos históricos que efetivamente conduziram ao seu surgimento. O SURGIMENTO DA BIOÉTICA: HISTÓRICO E ORIGEM 4 1900 1927 1930 1931 1º documento que estabelecia os princípios éticos da experimentação em seres humanos. Experimento com a vacina BCG em 100 crianças, sem o consentimento de seus pais, onde infelizmente, 75 crianças morreram. Ministro do Interior da Alemanha promulgou diretrizes para novas terapêuticas e pesquisa em seres humanos. Ministério da Saúde da Prússia Fritz Jahr Fig01 Desastre de Lübeck 14 Diretrizes O SURGIMENTO DA BIOÉTICA: HISTÓRICO E ORIGEM 5 1933 1945 1947 1948 1966 Alemanha nazista foi palco de eventos cruéis relacionados à implementação de políticas eugenistas e racistas. 10 princípios para a pesquisa médica em seres humanos, visando proteger de abusos e violações dos direitos humanos. Segunda Guerra Mundial Código de Nuremberg Declaração Universal dos Direitos Humanos “Bomba de Beecher” Fig02 Fig03 Dr. Henry Beecher O SURGIMENTO DA BIOÉTICA: HISTÓRICO E ORIGEM 6 O professor norte-americano, bioquímico e oncologista, que ressurge com o termo bioética. Van Rensselaer Potter 1970 1971 Defendendo uma perspectiva holística que considera não apenas os aspectos técnicos, mas também os valores e impactos sociais da ciência e da medicina. Seu trabalho ajudou no desenvolvimento de políticas e práticas éticas em saúde. Fig04 REFERÊNCIA 7 Fig01: https://www.bing.com/images/create/bioc3a9tica-e-pesquisa-com-animais2c-plantas 2c-humanos-/1-65cbd1af31f845a5866a1137ef0a37b9?id=M8VQ3n%2Bo1WbQNUBHj hAIBA%3D%3D&view=detailv2&idpp=genimg&thid=OIG2.VAF8t596hFSbsnlVhekp&for m=GCRIDP&ajaxhist=0&ajaxserp=0 Fig02:https://www.lifeder.com/fritz-jahr/ Fig03:https://jornalissimo.com/historia/a-declaracao-universal-dos-direitos-humanos-f az-70-anos/ Fig04:https://www.harvardmagazine.com/2017/02/henry-knowles-beecher Fig05:https://s3.amazonaws.com/s3.timetoast.com/public/uploads/photo/16309574/i mage/e8f015c1684d9eda2a280cd3db7902e4 https://www.lifeder.com/fritz-jahr/ https://jornalissimo.com/historia/a-declaracao-universal-dos-direitos-humanos-faz-70-anos/ https://jornalissimo.com/historia/a-declaracao-universal-dos-direitos-humanos-faz-70-anos/ https://www.harvardmagazine.com/2017/02/henry-knowles-beecher https://s3.amazonaws.com/s3.timetoast.com/public/uploads/photo/16309574/image/e8f015c1684d9eda2a280cd3db7902e4 https://s3.amazonaws.com/s3.timetoast.com/public/uploads/photo/16309574/image/e8f015c1684d9eda2a280cd3db7902e4 Unidade: Aula: BIOÉTICA E BIOSSEGURANÇA Profa. Me. Tâmila Siminski Melhorança 1 3 2 Definição de bioética e seus princípios MAS AFINAL, O QUE É BIOÉTICA? 3 Fig01 Fig02BIOÉTICA Vida Ética 2001 1978 1977 DEFINIÇÃO DE BIOÉTICA 4 1970 1994 “Ciência da sobrevivênc ia e da qualidade de vida" "Bioética é o cuidado das formas de vida em seu ambiente" “A ética da qualidade de vida” Potter MoriKemp Reich “A ética das ciências da vida e da saúde". 1995 Kottow “A ética das afirmações humanas que podem ter efeitos irreversíveis sobre os fenômenos vitais”. Hottois A bioética como uma “prática discursiva e discurso prático” Autonomia Beneficência Não maleficência Justiça PRINCÍPIOS DA BIOÉTICA 5 Principialismo Surge com a necessidade de empregar um método específico para abordar de maneira eficaz os desafios éticos relacionados ao cuidado da saúde humana. Esse método se fundamenta na observância de princípios específicos que servem como alicerce para a resolução de conflitos éticos, sendo eles: PRINCÍPIOS DA BIOÉTICA 6 • Autonomia A autonomia implica na liberdade de decisão sobre a própria vida, sendo associada à autodeterminação e ao autogoverno. Esse princípio defende que a liberdade de cada ser humano deve ser preservada. Compete aos profissionais de saúde fornecer informações técnicas para orientar as decisões do paciente, sem recorrer a formas de influência ou manipulação, permitindo que ele participe ativamente das decisões sobre seu cuidado e assistência à saúde. Fig03 PRINCÍPIOS DA BIOÉTICA 7 • Beneficência Expressa a ideia de que a atuação da equipe de saúde deve ser direcionada especificamente para o bem-estar do paciente, visando realizar o máximo bem para o maior número possível de pessoas. Isso implica em minimizar os danos, considerar o paciente em sua totalidade e levar em conta as escolhas individuais do paciente. Fig04 PRINCÍPIOS DA BIOÉTICA 8 • Não maleficência Este princípio impõe o dever de se abster de causar qualquer mal, evitando danos ou riscos. O profissional assume o compromisso de avaliar e prevenir danos previsíveis. Diferentemente da beneficência, onde falhas raramente acarretam sanções legais, na não-maleficência, o fracasso frequentemente resulta em punições legais. O fracasso na beneficência não é considerado imoral, enquanto na não-maleficência pode ser visto como imoral. Fig05 PRINCÍPIOS DA BIOÉTICA 9 • Justiça Está vinculado à obrigação de assegurar igualdade nos tratamentos médicos e à distribuição justa e equitativa de recursos pelo Estado para os serviços de saúde, considerando as necessidades individuais de cada cidadão. Este princípio enfatiza o compromisso com a imparcialidade na distribuição de riscos e benefícios relacionados à pesquisa, visando proporcionar um tratamento equitativo Fig06 PRINCÍPIOS DA BIOÉTICA 10 Desigualdade Acesso desigual a oportunidade Equidade Ferramentas personalizadas para mitigar a desigualdade Justiça Consertando o sistema para oferecer acesso igual a ferramentas e oportunidades Igualdade Ferramentas e assistência distribuídas uniformemente Fig07 REFERÊNCIA 11 Fig01: https://www.bing.com/images/create/representar-22bio22-de-um-lado-da-balanc3a7a-e-22c3a9tica22-/1-65ca4d09eaee46b4b4b233eb162f9b49?id=40IBOD ha%2f%2bdazxIhQJ%2boKg%3d%3d&view=detailv2&idpp=genimg&thId=OIG2.Wwnsoz8GogZJd_1uFizk&FORM=GCRIDP&ajaxhist=0&ajaxserp=0 Fig02: https://stock.adobe.com/br/images/puzzle-icon-teamwork-concept-jigsaw-linear-sign-on-white-background-editable-vector-illustration-eps10/243194972 Fig03: https://www.bing.com/images/create/desenho-de-uma-estrada-com-dois-caminhos-e-uma-pes/1-65cbddd2612942b1acd5d3355e9dbd80?id=IgpB%2Fy%2BE Ke2x2DJ59y6Ztg%3D%3D&view=detailv2&idpp=genimg&thid=OIG4.xuLLdfF6rrynnXT1Z8vF&form=GCRIDP&ajaxhist=0&ajaxserp=0 Fig04: https://mvaenfermagem.blogspot.com/2015/09/comunicacao-reflexao.html Fig05: https://www.bing.com/images/create/peofissional-da-sac3bade-segurando-uma-tesoura2c-mas-o/1-65cbe49f365e4185ad60b4950357a8a8?id=JvoZV3V54d1 YzNpJ4gPX2Q%3d%3d&view=detailv2&idpp=genimg&thId=OIG4.WePyskgcU0Liz1y_Vhjs&FORM=GCRIDP&ajaxhist=0&ajaxserp=0 Fig06: https://www.bing.com/images/create/imagem-representando-assegurar-igualdade-nos-trata/1-65cbe725f9444bde8007f51957caa992?id=V86onEARGmwH6h17XNcZug%3d%3d&view=detailv2&idpp=genimg&thId=OIG3.kXn.q6wCEJmoE7DRAPAW&FORM=GCRIDP&ajaxhist=0&ajaxserp=0 Fig07: https://brasil.elpais.com/verne/2020-06-16/a-igualdade-de-oportunidades-explicada-com-uma-macieira-quatro-quadrinhos-e-um-meme.ht ml https://stock.adobe.com/br/images/puzzle-icon-teamwork-concept-jigsaw-linear-sign-on-white-background-editable-vector-illustration-eps10/243194972 https://www.bing.com/images/create/desenho-de-uma-estrada-com-dois-caminhos-e-uma-pes/1-65cbddd2612942b1acd5d3355e9dbd80?id=IgpB/y%2BEKe2x2DJ59y6Ztg%3D%3D&view=detailv2&idpp=genimg&thid=OIG4.xuLLdfF6rrynnXT1Z8vF&form=GCRIDP&ajaxhist=0&ajaxserp=0 https://www.bing.com/images/create/desenho-de-uma-estrada-com-dois-caminhos-e-uma-pes/1-65cbddd2612942b1acd5d3355e9dbd80?id=IgpB/y%2BEKe2x2DJ59y6Ztg%3D%3D&view=detailv2&idpp=genimg&thid=OIG4.xuLLdfF6rrynnXT1Z8vF&form=GCRIDP&ajaxhist=0&ajaxserp=0 https://mvaenfermagem.blogspot.com/2015/09/comunicacao-reflexao.html https://www.bing.com/images/create/peofissional-da-sac3bade-segurando-uma-tesoura2c-mas-o/1-65cbe49f365e4185ad60b4950357a8a8?id=JvoZV3V54d1YzNpJ4gPX2Q%3d%3d&view=detailv2&idpp=genimg&thId=OIG4.WePyskgcU0Liz1y_Vhjs&FORM=GCRIDP&ajaxhist=0&ajaxserp=0 https://www.bing.com/images/create/peofissional-da-sac3bade-segurando-uma-tesoura2c-mas-o/1-65cbe49f365e4185ad60b4950357a8a8?id=JvoZV3V54d1YzNpJ4gPX2Q%3d%3d&view=detailv2&idpp=genimg&thId=OIG4.WePyskgcU0Liz1y_Vhjs&FORM=GCRIDP&ajaxhist=0&ajaxserp=0 https://www.bing.com/images/create/imagem-representando-assegurar-igualdade-nos-trata/1-65cbe725f9444bde8007f51957caa992?id=V86onEARGmwH6h17XNcZug%3d%3d&view=detailv2&idpp=genimg&thId=OIG3.kXn.q6wCEJmoE7DRAPAW&FORM=GCRIDP&ajaxhist=0&ajaxserp=0 https://www.bing.com/images/create/imagem-representando-assegurar-igualdade-nos-trata/1-65cbe725f9444bde8007f51957caa992?id=V86onEARGmwH6h17XNcZug%3d%3d&view=detailv2&idpp=genimg&thId=OIG3.kXn.q6wCEJmoE7DRAPAW&FORM=GCRIDP&ajaxhist=0&ajaxserp=0 https://brasil.elpais.com/verne/2020-06-16/a-igualdade-de-oportunidades-explicada-com-uma-macieira-quatro-quadrinhos-e-um-meme.html https://brasil.elpais.com/verne/2020-06-16/a-igualdade-de-oportunidades-explicada-com-uma-macieira-quatro-quadrinhos-e-um-meme.html Unidade: Aula: BIOÉTICA E BIOSSEGURANÇA Profa. Me. Tâmila Siminski Melhorança 2 1 2 Fundamentos bioéticos das práticas em saúde DECLARAÇÃO UNIVERSAL SOBRE BIOÉTICA E DIREITOS HUMANOS 3 • Em 2005, durante sua 33ª Assembleia Geral, a Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (Unesco) aprovou, de forma unânime, um instrumento normativo internacional de grande importância denominado Declaração Universal sobre Bioética e Direitos Humanos (DUBDH). Essa declaração representou uma expansão da abordagem da bioética, abrangendo não apenas os aspectos biomédicos e biotecnológicos, mas também os campos sanitário, social e ambiental. Fig01 OBJETIVOS FUNDAMENTAIS DA DECLARAÇÃO UNIVERSAL SOBRE BIOÉTICA E DIREITOS HUMANOS 4 • A Declaração tem como objetivo primordial: • Promover o respeito à dignidade humana; • Proteger os direitos humanos; • Assegurando à vida e às liberdades fundamentais; • Reconhecer a importância da pesquisa científica e dos benefícios decorrentes dos avanços tecnológicos, que estejam em consonância com princípios éticos; • Garantir a ampla disseminação e o rápido compartilhamento de conhecimento, com especial atenção às necessidades dos países em desenvolvimento; • Promoção dos interesses das gerações presentes e futuras; • Proteção biodiversidade e sua conservação. Benefício e Dano Autonomia e Responsabilidade Individual Consentimento Indivíduos sem a Capacidade para Consentir Dignidade Humana e Direitos Humanos PRINCÍPIOS DA DECLARAÇÃO UNIVERSAL SOBRE BIOÉTICA E DIREITOS HUMANOS 5 1º 2º 3º 4º 5º Princípios Privacidade e Confidencialidade Igualdade, Justiça e Equidade Não-Discriminação e Não-Estigmatização Respeito pela Diversidade Cultural e pelo Pluralismo Respeito pela Vulnerabilidade Humana e pela Integridade Individual PRINCÍPIOS DA DECLARAÇÃO UNIVERSAL SOBRE BIOÉTICA E DIREITOS HUMANOS 6 6º 7º 9º 10º 8ºPrincípios Responsabilidade Social e Saúde Compartilhamento de Benefícios Proteção das Gerações Futuras Proteção do Meio Ambiente, da Biosfera e da Biodiversidade Solidariedade e Cooperação PRINCÍPIOS DA DECLARAÇÃO UNIVERSAL SOBRE BIOÉTICA E DIREITOS HUMANOS 7 11º 12º 13º 14º 15º Princípios PRINCÍPIOS DA DECLARAÇÃO UNIVERSAL SOBRE BIOÉTICA E DIREITOS HUMANOS 8 Considerando os objetivos e princípios da presente Declaração Universal sobre Bioética e Direitos Humanos, é essencial uma análise abrangente, onde seus princípios devem ser entendidos como complementares e interligados. Fig02 REFERÊNCIA 9 Fig01:http://dinizbioetica.com.br/declaracao-universal-sobre-bioetica-e-direitos-huma nos-e-resolucao-4662012-analise-comparativa/ Fig02: https://www.bing.com/images/create/declarac3a7c3a3o-universal-sobre-bioc3a9tica- e-direitos-hum/1-65cc15caf2d045a68a3a0fcc7582ede6?id=XcDl%2fQFoKZ4DHlLf1PePF A%3d%3d&view=detailv2&idpp=genimg&thId=OIG3.3XxPORpvaxm37So_dhlF&FORM= GCRIDP&ajaxhist=0&ajaxserp=0 http://dinizbioetica.com.br/declaracao-universal-sobre-bioetica-e-direitos-humanos-e-resolucao-4662012-analise-comparativa/ http://dinizbioetica.com.br/declaracao-universal-sobre-bioetica-e-direitos-humanos-e-resolucao-4662012-analise-comparativa/ Unidade: Aula: BIOÉTICA E BIOSSEGURANÇA Profa. Me. Tâmila Siminski Melhorança 2 2 2 Declaração dos direitos do paciente DIREITOS DO PACIENTE 3 O direito à saúde e ao bem-estar representa uma prerrogativa fundamental que permeia todas as esferas da existência humana. Dessa forma, o fundamento do conceito de Direitos Humanos no Atendimento ao Paciente está enraizado na estrutura que combina saúde e direitos humanos. Fig01 DECLARAÇÃO UNIVERSAL DE DIREITOS HUMANOS 4 A Declaração Universal de Direitos Humanos, estabelecida pela Organização das Nações Unidas em 1948, destaca: “que todos os seres humanos nascem livres e iguais em dignidade e em direitos” Os órgãos governamentais têm o dever de respeitar, proteger, prestar contas e garantir esses direitos. Fig02 PRINCIPAIS DIREITOS DOS PACIENTES 5 • Direito a cuidados de boa qualidade O acesso aos serviços de saúde deve ser igualitário, sem qualquer tipo de discriminação. Os pacientes devem receber tratamento imparcial, tanto profissionalmente quanto no acesso a seguros de saúde e deve ter acesso a aconselhamento abrangente para suas necessidades. Fig03 PRINCIPAIS DIREITOS DOS PACIENTES 6 • Direito ao consentimento informado e escolha do tratamento Os pacientes têm o direito de participar ativamente nas decisões sobre sua saúde, sendo essencial o respeito da equipe médica por suas escolhas e qualquer procedimento não autorizado é considerado uma agressão, mesmo em ambientes médicos. O consentimento informado busca transparência e compreensão, indo além da obtenção de permissão, e a comunicação eficaz entre médico e paciente é crucial para diminuir as dúvidas e aprimorar a satisfação do paciente. Fig04 PRINCIPAIS DIREITOS DOS PACIENTES 7 • Direito de acesso à informação Os pacientes têm o direito de receber informações abrangentes sobre sua condição de saúde e o médico deve garantir que ele esteja informado sobre a natureza da sua condição, alternativas, custos e riscos do tratamento proposto. Fig05 PRINCIPAIS DIREITOS DOS PACIENTES 8 • Direito à confidencialidade A equipe de saúde deve promover políticas e procedimentos que garantam a confidencialidade dos registros dos pacientes. O médico está proibido de divulgar informações sem o consentimento do paciente. No entanto, esse princípio ético não é absoluto e pode ser anulado em situações críticas. Se a quebra for necessária, deve ser feita de maneira a minimizar danos e estar em conformidade com a legislação vigente. Fig06 PRINCIPAIS DIREITOS DOS PACIENTES 9 • Direitode acesso aos registros médicos Os pacientes têm o direito de revisar e obter cópias de seus registros médicos, gratuitamente ou mediante uma taxa razoável. Os prestadores de cuidados de saúde devem estar disponíveis para explicar o conteúdo desses registros. Fig07 PRINCIPAIS DIREITOS DOS PACIENTES 10 • Direitos do paciente inconsciente ou incapacitado Quando um paciente não pode decidir devido à falta de capacidade, um substituto deve assumir essa responsabilidade, priorizando as preferências e melhores interesses do paciente. Fig08 Se um procurador de saúde for designado pelo paciente, essa escolha deve ser respeitada. Na ausência de um procurador, membros da família podem atuar como substitutos, seguindo diretrizes estaduais. PRINCIPAIS DIREITOS DOS PACIENTES 11 • Direito à Dignidade Humana Os pacientes têm o direito de ser tratados com dignidade em todas as fases de sua jornada médica, incluindo condições crônicas. O cuidado de qualidade abrange a eficaz gestão da dor, cuidados paliativos e de suporte. Durante esse processo, é essencial que os profissionais de saúde respeitem a autonomia do paciente, proporcionando a melhor qualidade de vida possível. Fig09 PRINCIPAIS DIREITOS DOS PACIENTES 12 • Direito à Assistência Espiritual A equipe de saúde deve respeitar integralmente todas as crenças religiosas, dado o papel crucial que desempenham nos processos de saúde e doença do paciente. Essa influência é especialmente marcante e em diversas culturas, onde as tradições religiosas têm fortes vínculos, principalmente em momentos de doença e morte. Fig10 REFERÊNCIA 13 Fig01: https://www.ufsm.br/midias/arco/cuidados-paliativos Fig02:https://trilhante.com.br/novidade/todos-os-seres-humanos-nascem-livres-e-iguais-em-dignidade-e-em-direitos Fig03:https://www.bing.com/images/create/equipe-multidiciplinar/1-65cc1ab955a5453c93f8b3e78f2ab32a?id=aMw2nwbQ0qxzth%2bcX mNirw%3d%3d&view=detailv2&idpp=genimg&thId=OIG4.daNxkPiAzYuyrjhV6df0&FORM=GCRIDP&ajaxhist=0&ajaxserp=0 Fig04: https://bulcaoezeferino.adv.br/falha-no-dever-de-informar-gera-indenizacao/ Fig05: https://br.freepik.com/vetores-premium/paciente-e-submetido-a-desenho-de-exame-medico-de-ressonancia-magnetica-ou-raio-x_13076 885.htm Fig06: https://www.bing.com/images/create/equipe-de-saude-com-varios-cadeados-direito-do-pa/1-65cc2087057f413f9100fc4c8e78eb86?id=9e 2NPtb6VnTReTqZmTsSHA%3d%3d&view=detailv2&idpp=genimg&thId=OIG3.d9VwWhGggedRrxLIx7QB&FORM=GCRIDP&ajaxhist=0&ajaxse rp=0 Fig07: https://www.bing.com/images/create/desenho-paciente-tendo-acesso-aos-registros-mc3a9dico/1-65cc223208ed4abcaaaa2ab00939a296 ?id=bkD3DGAtJJ%2bOosaYXdM3cA%3d%3d&view=detailv2&idpp=genimg&thId=OIG4.qYvAV6ZBqVqEsy068HeY&FORM=GCRIDP&ajaxhist= 0&ajaxserp=0 Fig08: https://www.bing.com/images/create/desenho-paciente-inconsciente-ou-incapacitado/1-65cc22fd92fa498392f3e4e1e279cada?id=OOzYl4 EA8%2fmVgUOXumGMDA%3d%3d&view=detailv2&idpp=genimg&thId=OIG4.rjqLsF7Em8nF8BS_a7Mg&FORM=GCRIDP&ajaxhist=0&ajaxse rp=0 Fig09: https://www.meuvademecumonline.com.br/blog/direitos-humanos/ Fig10: https://mundoeducacao.uol.com.br/sociologia/estado-laico.htm https://www.ufsm.br/midias/arco/cuidados-paliativos https://trilhante.com.br/novidade/todos-os-seres-humanos-nascem-livres-e-iguais-em-dignidade-e-em-direitos https://www.bing.com/images/create/equipe-multidiciplinar/1-65cc1ab955a5453c93f8b3e78f2ab32a?id=aMw2nwbQ0qxzth%2bcXmNirw%3d%3d&view=detailv2&idpp=genimg&thId=OIG4.daNxkPiAzYuyrjhV6df0&FORM=GCRIDP&ajaxhist=0&ajaxserp=0 https://www.bing.com/images/create/equipe-multidiciplinar/1-65cc1ab955a5453c93f8b3e78f2ab32a?id=aMw2nwbQ0qxzth%2bcXmNirw%3d%3d&view=detailv2&idpp=genimg&thId=OIG4.daNxkPiAzYuyrjhV6df0&FORM=GCRIDP&ajaxhist=0&ajaxserp=0 https://bulcaoezeferino.adv.br/falha-no-dever-de-informar-gera-indenizacao/ https://br.freepik.com/vetores-premium/paciente-e-submetido-a-desenho-de-exame-medico-de-ressonancia-magnetica-ou-raio-x_13076885.htm https://br.freepik.com/vetores-premium/paciente-e-submetido-a-desenho-de-exame-medico-de-ressonancia-magnetica-ou-raio-x_13076885.htm https://www.bing.com/images/create/equipe-de-saude-com-varios-cadeados-direito-do-pa/1-65cc2087057f413f9100fc4c8e78eb86?id=9e2NPtb6VnTReTqZmTsSHA%3d%3d&view=detailv2&idpp=genimg&thId=OIG3.d9VwWhGggedRrxLIx7QB&FORM=GCRIDP&ajaxhist=0&ajaxserp=0 https://www.bing.com/images/create/equipe-de-saude-com-varios-cadeados-direito-do-pa/1-65cc2087057f413f9100fc4c8e78eb86?id=9e2NPtb6VnTReTqZmTsSHA%3d%3d&view=detailv2&idpp=genimg&thId=OIG3.d9VwWhGggedRrxLIx7QB&FORM=GCRIDP&ajaxhist=0&ajaxserp=0 https://www.bing.com/images/create/equipe-de-saude-com-varios-cadeados-direito-do-pa/1-65cc2087057f413f9100fc4c8e78eb86?id=9e2NPtb6VnTReTqZmTsSHA%3d%3d&view=detailv2&idpp=genimg&thId=OIG3.d9VwWhGggedRrxLIx7QB&FORM=GCRIDP&ajaxhist=0&ajaxserp=0 https://www.bing.com/images/create/desenho-paciente-tendo-acesso-aos-registros-mc3a9dico/1-65cc223208ed4abcaaaa2ab00939a296?id=bkD3DGAtJJ%2bOosaYXdM3cA%3d%3d&view=detailv2&idpp=genimg&thId=OIG4.qYvAV6ZBqVqEsy068HeY&FORM=GCRIDP&ajaxhist=0&ajaxserp=0 https://www.bing.com/images/create/desenho-paciente-tendo-acesso-aos-registros-mc3a9dico/1-65cc223208ed4abcaaaa2ab00939a296?id=bkD3DGAtJJ%2bOosaYXdM3cA%3d%3d&view=detailv2&idpp=genimg&thId=OIG4.qYvAV6ZBqVqEsy068HeY&FORM=GCRIDP&ajaxhist=0&ajaxserp=0 https://www.bing.com/images/create/desenho-paciente-tendo-acesso-aos-registros-mc3a9dico/1-65cc223208ed4abcaaaa2ab00939a296?id=bkD3DGAtJJ%2bOosaYXdM3cA%3d%3d&view=detailv2&idpp=genimg&thId=OIG4.qYvAV6ZBqVqEsy068HeY&FORM=GCRIDP&ajaxhist=0&ajaxserp=0 https://www.bing.com/images/create/desenho-paciente-inconsciente-ou-incapacitado/1-65cc22fd92fa498392f3e4e1e279cada?id=OOzYl4EA8%2fmVgUOXumGMDA%3d%3d&view=detailv2&idpp=genimg&thId=OIG4.rjqLsF7Em8nF8BS_a7Mg&FORM=GCRIDP&ajaxhist=0&ajaxserp=0 https://www.bing.com/images/create/desenho-paciente-inconsciente-ou-incapacitado/1-65cc22fd92fa498392f3e4e1e279cada?id=OOzYl4EA8%2fmVgUOXumGMDA%3d%3d&view=detailv2&idpp=genimg&thId=OIG4.rjqLsF7Em8nF8BS_a7Mg&FORM=GCRIDP&ajaxhist=0&ajaxserp=0 https://www.bing.com/images/create/desenho-paciente-inconsciente-ou-incapacitado/1-65cc22fd92fa498392f3e4e1e279cada?id=OOzYl4EA8%2fmVgUOXumGMDA%3d%3d&view=detailv2&idpp=genimg&thId=OIG4.rjqLsF7Em8nF8BS_a7Mg&FORM=GCRIDP&ajaxhist=0&ajaxserp=0 https://www.meuvademecumonline.com.br/blog/direitos-humanos/ https://mundoeducacao.uol.com.br/sociologia/estado-laico.htm Unidade: Aula: BIOÉTICA E BIOSSEGURANÇA Profa. Me. Tâmila Siminski Melhorança 2 3 2 Privacidade, Confidencialidade e Segurança profissional Segunda define a privacidade como uma condição ou estado de intimidade Primeira enfoca o controle que um indivíduo possui sobre o acesso dos outros às informações pessoais. PRIVACIDADE 3 • Duas perspectivas: PRIVACIDADE 4 • Declaração Universal sobre Bioética e Direitos Humanos no artigo 9: “A vida privada das pessoas em causa e a confidencialidade das informações que lhes dizem pessoalmente respeito devem ser respeitadas. Tanto quanto possível, tais informações não devem ser utilizadas ou difundidas para outros fins que não aqueles para que foram coligidos ou consentidos, e devem estar em conformidade com o direito internacional, e nomeadamente com o direito internacional relativo aos direitos humanos”. PRIVACIDADE 5 A proteção legal das informações médicas no Brasil é respaldada pela Constituição de 1988, que garante, em seu capítulo I, artigo 5º, alínea X, os Direitos e Garantias Fundamentais: “São invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem das pessoas, assegurado o direito a indenização pelo dano material ou moral decorrente de sua violação”. Fig01 CONFIDENCIALIDADE 6 O conceito de confidencialidade nos cuidados de saúde remonta ao Juramento de Hipócrates: “Tudo o que vier ao meu conhecimento no exercício da minha profissão ou no comércio diário com os homens, que não deva ser divulgado no exterior, manterei em segredo e nunca revelaremos”. CONFIDENCIALIDADE 7A preservação da confidencialidade e o respeito à privacidade representam princípios éticos consolidados nas profissões de saúde, evidenciando a responsabilidade de salvaguardar as informações de terceiros adquiridas no exercício profissional. Esses princípios estabelecem a base da confiança que deve reger a relação profissional-paciente. Fig02 PRIVACIDADE E CONFIDENCIALIDADE 8 A preservação da privacidade e confidencialidade é um elemento crucial nos Direito do Paciente, na Ética em saúde e na prestação de serviços de saúde. Em um cenário onde a confiança é alicerçada na relação entre profissionais e aqueles que procuram assistência médica, manter as informações pessoais dos pacientes seguras, se torna um compromisso imprescindível. Fig03 Fig04 SEGURANÇA PROFISSIONAL 9 A segurança do profissional de saúde está intrinsecamente ligada à cultura de segurança do paciente, na qual todos os trabalhadores, incluindo profissionais de cuidados e gestores, assumem a responsabilidade não apenas por sua própria segurança, mas também pela segurança de colegas, pacientes e familiares. • Fatores que impactam na segurança do profissional Superação da cultura punitiva Adequação de recursos humanos e físicos Desenvolvimento contínuo de pessoas, pesquisas e protocolos REFERÊNCIA 10 Fig01: https://pt.linkedin.com/pulse/orienta%C3%A7%C3%B5es-para-m%C3%A9dicos-nas-re des-sociais-ad%C3%A9la%C3%AFde-vandeputte Fig02: https://www.youtube.com/watch?v=lTI4iDQ5SxQ Fig03: https://www.bing.com/images/create/confidencialidade-na-sac3bade-diz-respeito-c3a 0-protec3a7c3a3o/1-65cc33865e104a289ba3ead44eaa9a4d?id=yvXy%2fj5hUeH41Mrs l%2fKJ4g%3d%3d&view=detailv2&idpp=genimg&thId=OIG2.x6pLjrrEELzDiRbYrzLc&FO RM=GCRIDP&ajaxhist=0&ajaxserp=0 Fig04: https://www.bing.com/images/create/privacidade-sobre-suas-informac3a7c3b5es-pes soais/1-65cc320d7d5a43479be607c8170a1da4?id=hiJzRRM1ijo4aJPETrd7dA.UlOr2ojLv tjExRfiowkj%2BQ&view=detailv2&idpp=genimg&thid=OIG1.WDrcJA5fyTcPG1Fz2SOF&f orm=GCRIDP&ajaxhist=0&ajaxserp=0 https://pt.linkedin.com/pulse/orienta%C3%A7%C3%B5es-para-m%C3%A9dicos-nas-redes-sociais-ad%C3%A9la%C3%AFde-vandeputte https://pt.linkedin.com/pulse/orienta%C3%A7%C3%B5es-para-m%C3%A9dicos-nas-redes-sociais-ad%C3%A9la%C3%AFde-vandeputte https://www.youtube.com/watch?v=lTI4iDQ5SxQ Unidade: Aula: BIOÉTICA E BIOSSEGURANÇA Profa. Me. Tâmila Siminski Melhorança 3 1 2 Bioética e pesquisa: Impacto da tecnologia e da ciência na sociedade AVANÇOS TECNOLÓGICOS 3 • Os avanços tecnológicos e científicos têm trazido incontestáveis benefícios à sociedade, impactando diversos setores da vida. No entanto, é importante ressaltar que nem todo progresso nessas áreas resulta automaticamente em benefícios. Fig01 AVANÇOS TECNOLÓGICOS 4 • Um exemplo emblemático para não esquecer é o impacto da bomba de Hiroshima, lançada em 1945 como parte do Projeto Manhattan. A devastadora explosão resultou em mortes imediatas, ferimentos graves, liberação de radiação e efeitos a longo prazo, levantando questões éticas e políticas profundas com relação as novas tecnologias. Isso deu origem ao movimento antinuclear, influenciando tratados internacionais como o Tratado de Não Proliferação Nuclear (TNP). Fig02 AVANÇOS TECNOLÓGICOS 5 • Em 1960, Belding Screibner, David Dillard e Wayne Quinton inventaram o shunt de Scribner, um dispositivo inovador de hemodiálise. Esse dispositivo permitiu os tratamentos regulares em pacientes com insuficiência renal crônica, resultando em melhorias significativas na qualidade de vida e na sobrevida desses indivíduos. Fig03 Fig04 A INFLUÊNCIA DA INTERNET NA MEDICINA E OS DESAFIOS DA INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL 6 • A importância da internet como meio revolucionário de informação e atualização de pesquisas é incontestável. No entanto, abundância de informações online, variando entre conteúdos sérios e irrelevantes, dificulta a distinção da veracidade desses conteúdos. Ponto negativo: embate de pacientes munidos de informações online e médicos Ponto positivo: crescimento exponencial na produção científica Fig05 Fig06 A INFLUÊNCIA DA INTERNET NA MEDICINA E OS DESAFIOS DA INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL 7 • Outra notável inovação criada na era da internet é a inteligência artificiai (IA), compreendida como uma ferramenta criada por humanos para auxiliar na resolução de problemas e facilitar processos de trabalho, buscando emular as habilidades "cognitivas" presentes nas mentes humanas. • Com o surgimento da IA, surge também um desafio ético para os seres humanos ao estabelecerem relações com algo artificial e não natural. Em consonância com essa preocupação ética, o Pentágono anunciou, em 2020, estar em processo de adoção de princípios para o uso da IA. Fig07 PRINCÍPIOS SUGERIDOS PARA BIOÉTICA DA INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL 8 Finalidades e funcionalidades da IA devem buscar benefícios para toda a vida humana, a sociedade e o universo A IA não deve transgredir as normas sociais e morais, sendo essencialmente livre de preconceitos Deve ser clara, sem ocultar intenções secretas, sendo facilmente compreensível, detectável, incorruptível e perceptível. Designers e desenvolvedores devem reconhecer a responsabilidade que carregam pelos resultados e impactos da IA. Beneficência Defesa de valores LucidezResponsabilidade REFERÊNCIA 9 Fig01: https://blog.portaleducacao.com.br/evolucao-tecnologica-e-as-mudancas-sociais/ Fig02: https://www.bbc.com/portuguese/resources/idt-a05a8804-1912-4654-ae8a-27a56f1c2b8 a Fig03: https://abdominalkey.com/ethical-issues-in-hemodialysis/ Fig04: https://www.tribunapr.com.br/conteudo-publicitario/santa-casa/hemodialise-curitiba/ Fig05: https://isc.ufba.br/saude-sem-fake-news-conheca-o-canal-para-desmascarar-boatos-de-s aude/ Fig06: https://noticias.unb.br/117-pesquisa/2870-por-um-impacto-cada-vez-maior-unidades-ava liam-producao-cientifica-na-unb Fig07: https://www.unite.ai/pt/ferramentas-de-recrutamento-de-ia/ https://blog.portaleducacao.com.br/evolucao-tecnologica-e-as-mudancas-sociais/ https://www.bbc.com/portuguese/resources/idt-a05a8804-1912-4654-ae8a-27a56f1c2b8a https://www.bbc.com/portuguese/resources/idt-a05a8804-1912-4654-ae8a-27a56f1c2b8a https://abdominalkey.com/ethical-issues-in-hemodialysis/ https://www.tribunapr.com.br/conteudo-publicitario/santa-casa/hemodialise-curitiba/ https://isc.ufba.br/saude-sem-fake-news-conheca-o-canal-para-desmascarar-boatos-de-saude/ https://isc.ufba.br/saude-sem-fake-news-conheca-o-canal-para-desmascarar-boatos-de-saude/ https://noticias.unb.br/117-pesquisa/2870-por-um-impacto-cada-vez-maior-unidades-avaliam-producao-cientifica-na-unb https://noticias.unb.br/117-pesquisa/2870-por-um-impacto-cada-vez-maior-unidades-avaliam-producao-cientifica-na-unb https://www.unite.ai/pt/ferramentas-de-recrutamento-de-ia/ Unidade: Aula: BIOÉTICA E BIOSSEGURANÇA Profa. Me. Tâmila Siminski Melhorança 3 2 2 Bioética nas pesquisas com animais PESQUISAS COM ANIMAIS 3 • As pesquisas com animais desempenham um papel crucial no progresso científico, fornecendo as bases para avanços, especialmente na saúde humana e animal. A experimentação animal é essencial para obter resultados de testes antes da aplicação em seres humanos, impulsionando o desenvolvimento de novas terapêuticas e diversas soluções benéficas para a sociedade Fig01 PESQUISAS COM ANIMAIS 4 1927 1949 1959 Foi publicado o 1º documento voltado para proteger os direitos dos seres vivos Dr. Fritz Jarh 1º documento sobre ética em pesquisa humana, destacou a importância de fundamentar experimentos em humanos em estudos prévios em animais. Código de Nuremberg Propuseram o princípio dos Três R's Russel e Burch Apesar de o uso de animais em pesquisas ser justificado, não havia normas legais que o regulamentassem Dr. Fritz Jarh PRINCÍPIO DOS TRÊS R'S 5 Fig02 Fig03 Fig04 SubstituiçãoReduzir Refinamento REDUZIR6 Sugere a maior redução possível do número de animais a serem utilizados em um experimento Fig05 REFINAMENTO 7 Indica a redução do sofrimento dos animais, visando ao maior conforto dos mesmos durante a execução do experimento Fig06 SUBSTITUIÇÃO 8 Fig07 Fig08 Significa trocar animais de desenvolvimento superior por formas de vida mais primitivas, ou por outros métodos PESQUISAS COM ANIMAIS 9 • No Brasil, as primeiras manifestações legais acerca do bem-estar dos animais surgiram com o Decreto Federal nº 24.645, de 1934. Esse decreto estabeleceu penalidades, incluindo multas e prisão, para atos de abuso ou crueldade contra qualquer animal, reconhecendo as práticas com fins científicos. • Já em 1997 o projeto de Lei 3964/97, além de adotar os princípios dos Três R, propôs a criação da Comissão de Ética para o Uso de Animais (CEUA) e a instituição do Conselho Nacional de Controle de Experimentação Animal (CONCEA), que atua como controlador das atividades de pesquisa envolvendo animais . PESQUISAS COM ANIMAIS 10 • Em 2008 foi publicada a Lei Arouca (legislação federal Nº 11.794/2008), que desempenha um papel fundamental na proteção dos animais utilizados em atividades de ensino e pesquisa científica em todo o território nacional. Esta lei estabelece normas para a criação, utilização, manutenção e preservação do bem-estar animal durante experimentações. Todos os projetos de pesquisa que envolvem animais passam por uma cuidadosa avaliação da Comissão de Ética no Uso de Animais (CEUA) de cada instituição irá analisar Os protocolos experimentais, considerando a existência de recursos substitutivos e se o pesquisador prioriza o bem-estar animal antes, durante e após o experimento. PESQUISAS COM ANIMAIS 11 • Em suma, a contribuição dos animais como modelos na biologia humana e no estudo de doenças é incontestável, impulsionando avanços substanciais na compreensão, prevenção e gestão de condições humanas ao fornecer informações valiosas sobre processos biológicos fundamentais. No entanto, é essencial reconhecer as limitações dessas pesquisas e a importância de mitigar efetivamente os riscos para os animais, em conformidade com as normas e legislações específicas de cada país em relação à pesquisa com animais Fig09 REFERÊNCIA 12 Fig01: https://www.peritoanimal.com.br/testes-em-animais-o-que-sao-tipos-e-alternativas-23404.html Fig02: https://www.flaticon.com/br/icone-gratis/diminuir_3102284?term=grafico+diminuindo&page=1&position=1&origin=search&related_id=3 102284 Fig03: https://www.flaticon.com/br/icone-gratis/rato_3553088?term=rato&page=1&position=83&origin=search&related_id=3553088 Fig04: https://www.flaticon.com/br/icone-gratis/sem-conexao_2032259?term=conex%C3%A3o+internet&related_id=2032259 Fig05: https://pt.dreamstime.com/ilustra%C3%A7%C3%A3o-stock-rato-em-experi%C3%AAncias-do-laborat%C3%B3rio-image87374544 Fig06: https://pt.dreamstime.com/ilustra%C3%A7%C3%A3o-stock-rato-em-experi%C3%AAncias-do-laborat%C3%B3rio-image87374080 Fig07: https://br.freepik.com/vetores-premium/conceito-de-ciencias-matematicas-vetor-linha-banner-em-forma-de-coracao-ilustr acao-matematica_48559523.htm Fig08: https://www.istockphoto.com/br/vetor/%C3%ADcones-da-linha-fina-do-laborat%C3%B3rio-tra%C3%A7ado-edit%C3%A1vel -gm1292466542-387262328?phrase=procariota Fig09: https://issuu.com/escoladeveterinariaufmg/docs/caderno_tecnico_67_bem_estar_animal https://www.peritoanimal.com.br/testes-em-animais-o-que-sao-tipos-e-alternativas-23404.html https://www.flaticon.com/br/icone-gratis/diminuir_3102284?term=grafico+diminuindo&page=1&position=1&origin=search&related_id=3102284 https://www.flaticon.com/br/icone-gratis/diminuir_3102284?term=grafico+diminuindo&page=1&position=1&origin=search&related_id=3102284 https://www.flaticon.com/br/icone-gratis/rato_3553088?term=rato&page=1&position=83&origin=search&related_id=3553088 https://www.flaticon.com/br/icone-gratis/sem-conexao_2032259?term=conex%C3%A3o+internet&related_id=2032259 https://pt.dreamstime.com/ilustra%C3%A7%C3%A3o-stock-rato-em-experi%C3%AAncias-do-laborat%C3%B3rio-image87374544 https://pt.dreamstime.com/ilustra%C3%A7%C3%A3o-stock-rato-em-experi%C3%AAncias-do-laborat%C3%B3rio-image87374080 https://br.freepik.com/vetores-premium/conceito-de-ciencias-matematicas-vetor-linha-banner-em-forma-de-coracao-ilustracao-matematica_48559523.htm https://br.freepik.com/vetores-premium/conceito-de-ciencias-matematicas-vetor-linha-banner-em-forma-de-coracao-ilustracao-matematica_48559523.htm https://www.istockphoto.com/br/vetor/%C3%ADcones-da-linha-fina-do-laborat%C3%B3rio-tra%C3%A7ado-edit%C3%A1vel-gm1292466542-387262328?phrase=procariota https://www.istockphoto.com/br/vetor/%C3%ADcones-da-linha-fina-do-laborat%C3%B3rio-tra%C3%A7ado-edit%C3%A1vel-gm1292466542-387262328?phrase=procariota https://issuu.com/escoladeveterinariaufmg/docs/caderno_tecnico_67_bem_estar_animal Unidade: Aula: BIOÉTICA E BIOSSEGURANÇA Profa. Me. Tâmila Siminski Melhorança 3 3 2 Contribuição da bioética na preservação ambiental CONTRIBUIÇÃO DA BIOÉTICA NA PRESERVAÇÃO AMBIENTAL 3 • O ser humano tem uma relação de dependência com o meio em que vive e sua relação pode ser analisada através das perspectivas éticas do antropocentrismo e biocentrismo. Historicamente estabelecia a ideia de que os recursos naturais eram inesgotáveis, conferindo plenos direitos ao ser humano sobre a natureza. Antropocentrismo Ressurge com uma sensibilidade ambiental, enfatizando a conscientização sobre a finitude dos recursos naturais e a necessidade de proteção e conservação Biocentrismo CONTRIBUIÇÃO DA BIOÉTICA NA PRESERVAÇÃO AMBIENTAL 4 • Contudo, somente no século XX, que a preocupação e conscientização ambiental passaram a ser destaque, devido às primeiras consequências das mudanças climáticas identificadas após a Segunda Guerra Mundial e às consequências devastadoras do uso inadequado da tecnologia nuclear. • Nesse contexto e por esses motivos, Potter propôs, em 1970, a bioética como um campo de estudo destinado a examinar a sobrevivência da civilização humana em consonância com a preservação do planeta como um todo. Fig01 A BIOÉTICA O MEIO AMBIENTE 5 • A bioética, devido à sua abrangência, contempla uma diversidade de temas, entre eles uma subárea específica denominada ecoética, onde a discussão ética foca nas consequências imprevisíveis do desenvolvimento econômico, industrial, científico e tecnológico, bem como nas intervenções ecológicas e genéticas na natureza, incluindo os impactos sociais e políticos do capitalismo. Fig02 OS TRÊS “P” QUE AMEAÇAM A HUMANIDADE 6 População Poluição Pobreza O ambiente natural constitui um sistema complexo, no qual interagem agentes físicos, químicos, biológicos e fatores sociais, exercendo influência significativa sobre os seres vivos. Esta perspectiva sustenta os principais fatores de ameaça à humanidade. Esses elementos geram inúmeros impactos adversos, intensificando os desafios enfrentados globalmente. A BIOÉTICA O MEIO AMBIENTE 7 A bioética, ao fundamentar-se nos princípios de justiça, equidade, beneficência e solidariedade, destaca a necessidade de: • Reduzir desigualdades sociais, • Promover acesso a melhores condições de saúde, • Promover melhores condições de educação, • Promover melhores condições ambientais. A Lei Federal nº 6.938/81 aborda a política ambiental, com metas de preservação, melhoria e recuperação da qualidade ambiental, favorecendo a vida, o desenvolvimento socioeconômico e a proteção da dignidade humana. REFERÊNCIA 8 Fig01: https://www.casalocomotiva.com.br/post/arte-sa%C3%BAde-e-tecnologia Fig02: http://ipama.org.pe/2018/01/30/opinion-la-ecoetica-peru/ https://www.casalocomotiva.com.br/post/arte-sa%C3%BAde-e-tecnologia http://ipama.org.pe/2018/01/30/opinion-la-ecoetica-peru/