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RESUMO AP2 - LOGÍSTICA EMPRESARIAL

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LOGÍSTICA EMPRESARIAL
RESUMO PARA AP2 2017.1 (INDICAÇÕES PARA AS AULAS: 17,18,22,23,E,25)
Aula 17: As estratégias de distribuição
Objetivos: utilizar as estratégias gerais para a distribuição logística; caracterizar a
operação de um centro de distribuição (CD) e analisar a decisão de terceirizar o processo
de armazenagem.
AS ESTRATÉGIAS GERAIS PARA A OPERAÇÃO DE REDES CENTRALIZADA E DESCENTRALIZADA
Em um sistema do tipo centralizado, a tomada de decisão é realizada em um local
central para a cadeia inteira. O objetivo consiste em minimizar o custo total do sistema,
satisfazendo algumas exigências de nível de serviço. Isso ocorre tanto quando a rede
logística pertence a uma única organização como quando estão incluídas muitas
organizações diferentes. Um controle centralizado conduz a uma otimização global.
Em outro sentido, em um sistema descentralizado, cada entidade ou instalação apenas
leva em consideração a identificação e a operação das estratégias mais eficazes para si
própria, sem considerar o impacto que isso pode acarretar nas outras entidades da cadeia
de suprimentos. Dessa forma, um controle descentralizado leva à otimização local.
Convém lembrar que, em um sistema logístico no qual cada instalação apenas pode
acessar as suas próprias informações, não é possível adotar uma estratégia de
centralização. Apenas com o emprego de Tecnologias de Informação e Comunicações (TIC) é
que as instalações de um sistema centralizado podem ter acesso à mesma base de dados.
Segundo Wanke (2003, p. 57): alguns dos aspectos motivadores, que determinam a
busca pela integração das operações de produção e logística, de forma a minimizar o custo
total são:
● a pressão para reduzir os níveis de estoques, em virtude dos elevados custos
de oportunidade envolvidos na manutenção dos estoques;
● a pressão para agilizar o atendimento ao cliente, com vistas a diminuir os
prazos de entrega e aumentar a disponibilidade, em virtude do aumento do grau
de exigência dos clientes atualmente;
● a pressão para customizar em massa, no sentido de oferecer, para uma grande
variedade de clientes distintos, produtos concebidos exclusivamente para
atender às suas necessidades específicas.
Conforme assinalam Simchi-Levi et al. (2003, p. 130), para cadeias de suprimentos
que se iniciam com um fabricante e o seu fornecedor ou distribuidor, e contínua, para o
caso de bens de varejo, até o varejista no seu estágio final, é possível identificar três
estratégias distintas na distribuição das suas saídas: a remessa direta, o estoque no
depósito e o cross-docking.
● Remessa direta: essa estratégia existe como uma tentativa de se evitar o emprego de
depósitos e de centros de distribuição. Vantagens: o varejista evita as despesas de
operação de um centro de distribuição, bem como reduz os lead times. Desvantagens:
falta de compartilhamento de riscos, na ausência de um depósito central e, ainda,
do aumento dos custos de transporte, tanto do fabricante quanto do distribuidor;
● Estoque no depósito: estratégia clássica, na qual os armazéns mantêm estoques, e
atendem os clientes na medida em que os itens vão sendo requeridos. Essa estratégia
se vale de alguns dos métodos de previsão de demanda típicos dos estoques
empurrados.
● Cross-docking: famosa pela Wal-Mart, a gigantesca cadeia de supermercados. Nesse
sistema, os depósitos funcionam como pontos de coordenação de estoques, em vez de
armazenamento de estoques. As mercadorias chegam aos depósitos a partir dos
fabricantes e são transferidas para veículos que vão atender aos varejistas
(lojas), sendo entregues o mais rápido possível. As mercadorias permanecem
pouquíssimo tempo no depósito (eventualmente até menos de 12 horas). Esse sistema
reduz os custos de estoques e diminui os lead times por meio da diminuição do tempo
de armazenamento.
ATIVIDADE 1 - Identifique as estratégias para os casos de cadeias de suprimentos que se iniciam com
um fabricante e o seu distribuidor, e deste até o varejista:
A. Supermercado em que chegam todo dia três carretas de fabricantes diferentes de sabão em pó,
descarregadas diretamente para os caminhões que, após completos, saem em direção às lojas.
Resposta: CROSS-DOCKING, porque não há estocagem e só é possível com forte esforço de
sincronização; o custo de estocagem praticamente é nulo, havendo o de transporte, por conta das
entregas freqüentes; também é relevante o custo de coordenação, para assegurar a sincronização
das entregas.
B. Chegada de carreta completa com refrigerantes em uma das lojas do supermercado. Resposta:
REMESSA DIRETA, quando é possível completar uma carga e solicitar que a entrega se faça
diretamente na loja; o custo de estocagem é nulo, ocorrendo apenas o de transporte.
C. Separação de mercadorias pedidas pelo mercado de Bonsucesso, com itens diversificados e de
baixo giro. Indicar os fatores de custo que devem ser observados em cada caso. Resposta:
ESTOQUE NOS DEPÓSITOS, em que materiais guardados no centro de distribuição são separados para
atender às lojas na medida em que são necessários; além do custo de transporte, o custo de
estocagem é o que se torna relevante.
AS CARACTERÍSTICAS DE OPERAÇÃO DE UM CENTRO DE DISTRIBUIÇÃO (CD)
O principal objetivo da administração de um CD consiste em gerenciar o trade-off
entre a qualidade do serviço prestado ao cliente e, simultaneamente, reduzir o custo
dessa operação de distribuição.
A ASLOG define o Centro de Distribuição (CD) como um armazém que tem por objetivo
realizar a gestão dos estoques de mercadorias na distribuição física. Em geral, esse
armazém recebe cargas consolidadas de diversos fornecedores. Essas cargas são, então,
fracionadas com intuito de consolidar os produtos em quantidade e variedade corretas,
para depois serem encaminhadas aos pontos de vendas, ou, em alguns casos, aos clientes
finais, conforme ilustrado na figura a seguir:
ATIVIDADE 2 - Como você explicaria o significado do compartilhamento do risco obtido com o uso de
centros de distribuição do tipo cross-docking?
Resposta Comentada: Para se valer de uma estratégia de cross-docking, todas as entidades envolvidas,
como clientes e fornecedores, devem estar conectadas com avançados sistemas de informação, para
assegurar que todas as retiradas e entregas sejam feitas no tempo necessário. É preciso que exista um
sistema de transporte rápido e responsivo para o cross-docking funcionar. As previsões de demanda são
fundamentais, o que requer um amplo compartilhamento de informações. Como as operações ao longo da
cadeia de suprimentos dependem da eficácia do cross-docking, podemos afirmar que as entidades
envolvidas compartilham o risco das operações.
A DECISÃO DE TERCEIRIZAR O PROCESSO DE ARMAZENAGEM
Com o fortalecimento dos esforços das empresas nos seus negócios centrais, surgiu a
tendência de terceirização dos serviços logísticos, sobretudo com o potencial de soluções
oferecido pela evolução das Tecnologias de Informação e Comunicações.
A causa mais frequente para uma decisão de utilizar armazenagem terceirizada é a
flexibilidade, devido a sua natureza de utilização, em especial com relação aos itens
sazonais e a granel, considerando-se que os custos de espaço podem ser mais importantes
que os de mão-de-obra. A perspectiva dessa escolha por seus usuários torna-se um fator
relevante, pois é por meio dela que o contratante observa o alinhamento com os seus
principais objetivos. Um exemplo é que quando necessita reduzir custos em função de uma
brusca variação de demanda, para diminuição da quantidade de produtos a serem armazenados
nos depósitos próprios, poderá escolher a exposição de risco reduzido do armazém alugado,
uma vez que as suas necessidades de curto prazo são satisfeitas e adequadas à conjuntura,
evitando qualquer comprometimento em longo prazo.
Principais vantagens em terceirizar o processo de armazenamento:
● custos e qualidade de serviços;
● redução de investimentos em ativos;
● foco na atividade central do negócio;
● maior flexibilidade operacional;
● maximização de retorno sobre osinvestimentos.
As principais desvantagens em se terceirizar o processo de armazenamento:
● perda de acesso às informações-chave do mercado;
● falta de envolvimento com as operações de campo (contato com cliente e
fornecedores);
● perda de sensibilidade às mudanças necessárias;
● ausência de habilidade em responder às mudanças das condições de negócio;
● dependência excessiva da empresa contratante ao operador logístico.
RESUMO
Uma questão básica do gerenciamento logístico consiste em como estruturar os
sistemas de distribuição, para que sejam capazes de atender de forma econômica os
mercados geograficamente distantes das fontes de produção, oferecendo níveis de serviço
cada vez mais altos em termos de disponibilidade de estoque e tempo de atendimento. Nesse
contexto, a atenção se volta para as instalações de armazenagem e como elas podem
contribuir para atender, de forma eficiente, as metas de nível de serviço estabelecidas.
Para os casos em que se tem uma cadeia de suprimentos que se inicia com um
fabricante e o seu fornecedor ou distribuidor, e continua, para o caso de bens de varejo,
até o varejista no seu estágio final, é possível identificar três estratégias distintas
na distribuição das suas saídas: a remessa direta, o estoque no depósito e o
cross-docking. A definição de centro de distribuição por nós adotada é da Associação
Brasileira de Logística (Aslog), que o conceitua como um armazém que tem por objetivo
realizar a gestão dos estoques de mercadorias na distribuição física. Em geral, esse
armazém recebe cargas consolidadas de diversos fornecedores. Essas cargas são, então,
fracionadas com intuito de consolidar os produtos em quantidade e variedade corretas,
para depois serem encaminhadas aos pontos de vendas ou, em alguns casos, aos clientes
finais. Objetivando fortalecer os esforços das empresas nos seus negócios centrais,
surgiu a tendência de terceirização dos serviços logísticos, sobretudo com o potencial de
soluções oferecido pela evolução das Tecnologias de Informação e Comunicações (TIC).
Nesse sentido, a causa mais freqüente para uma decisão de utilizar armazenagem
terceirizada é a flexibilidade que as empresas podem auferir, em face das variações da
demanda.
Questões de provas anteriores referentes à aula 17:
 1) Na tomada de decisão relativa à elaboração da estratégia logística, existe uma decisão que leva
à minimização dos custos totais do sistema logístico ao mesmo tempo em que a otimização global se
verifica. Diga qual é esta decisão e caracterize-a:
Resposta: Trata-se da decisão que opta pelo controle centralizado. Num sistema do tipo centralizado,
a tomada de decisão é realizada em um local central para a cadeia inteira. O objetivo consiste em
minimizar o custo total do sistema, satisfazendo algumas exigências de nível de serviço. Isto ocorre
tanto quando a rede logística pertence a uma única organização, ou mesmo quando estão incluídas
muitas organizações diferentes. Um controle centralizado conduz a uma otimização global.
 2) Em regra, não existe uma receita padrão para que se possa determinar quais são os aspectos mais
relevantes em um determinado problema de distribuição, ou mesmo quais estratégias serão
bem-sucedidas nessa tarefa. Esse autor registra que muitas empresas são capazes de implementar com
sucesso abordagens completamente distintas. Além disso, é possível encontrar cadeias de suprimentos
que utilizam em conjunto várias estratégias de distribuição, e ainda assim estão obtendo êxito em
suas operações. Diga como o componente relativo às informações influencia o projeto da Cadeia de
Suprimentos:
Resposta: Um projeto de uma cadeia de suprimentos que atenda a uma determinada situação, produto ou
empresa específica, apenas poderá ser definido se forem consideradas com atenção as especificidades
da situação. Nesse sentido, a disponibilidade de informações desempenha um papel relevante na cadeia
de suprimentos. Em algumas situações, a cadeia de suprimentos deve ser projetada para tornar a
informação disponível. Em outros casos, a cadeia deve ser configurada para tirar vantagens de
informações que já estão disponíveis. E ainda, em muitos casos, uma cadeia de suprimentos deve ser
projetada para compensar a falta de informação. A primeira grande questão relativa à estratégia
logística diz respeito à escolha entre o controle centralizado e o controle descentralizado.
3) Uma rede centralizada de distribuição costuma ser tão eficaz quanto uma rede descentralizada,
pois os decisores nesse tipo de rede podem atuar de forma análoga aos tomadores de decisão nas
redes descentralizadas, tendo ainda a possibilidade de optarem por considerar a interação entre
todas as decisões tomadas em distintos locais na rede de suprimentos. Em um sistema logístico no
qual cada instalação apenas pode acessar as suas próprias informações, não é possível adotar uma
estratégia de centralização. Apenas com o emprego de Tecnologia de Informação e Comunicações (TIC)
é que as instalações de um sistema centralizado podem ter acesso à mesma base de dados. Com relação
ao emprego das TIC, existe o conceito de ponto único de contato para toda a informação disponível.
Descreva o que significa o conceito de ponto único de contato e diga se esta é uma exigência fácil
de ser atendida.
Resposta: Tal conceito significa que a informação possa ser acessada imediatamente, e seja a mesma,
independentemente de qual seja a forma de consulta utilizada (fax, Internet, telefone, quiosque no
shopping etc.) ou de quem esteja realizando a consulta. Tal exigência ainda é difícil de ser
atendida, em razão do fato de que, para atender uma consulta específica de um determinado cliente, a
informação requerida pode estar localizada dentro de uma empresa apenas, e, em determinados casos,
dentro de várias empresas.
 4) Apesar das vantagens da centralização no tocante ao compartilhamento de informações,
eventualmente um sistema não pode ser centralizado de forma natural, pois as empresas fabricantes,
as empresas distribuidoras e os varejistas podem ser de diferentes proprietários, que possuem
objetivos distintos. Para tentar acomodar estes casos e ainda assim ampliar o nível de eficiência
do sistema, são formadas as alianças estratégicas na rede logística, que têm caráter multifacetado,
com metas de longo prazo, e onde riscos e recompensas são compartilhados. Existem alguns aspectos
motivadores, que determinam uma crescente busca pela integração das operações de produção e
logística, de tal forma a minimizar o custo total, para um determinado nível de serviço, no âmbito
de uma cadeia de suprimentos. Enuncie e explique quais são estes aspectos motivadores:
Resposta: a pressão para reduzir os níveis de estoques, em virtude dos elevados custos de
oportunidade envolvidos na manutenção dos estoques; a pressão para agilizar o atendimento ao cliente,
com vistas a diminuir os prazos de entrega e aumentar a disponibilidade, em virtude do aumento do
grau de exigência dos clientes atualmente; a pressão para customizar em massa, no sentido de oferecer
para uma grande variedade de clientes distintos, produtos concebidos exclusivamente para atender às
suas necessidades específicas.
AULA 18: O VALOR DA INFORMAÇÃO NA REDE LOGÍSTICA
A REVOLUÇÃO DA INFORMAÇÃO NO AMBIENTE CORPORATIVO:
O conceito de "Era do Conhecimento" ou "Era da Informação" vem sendo cada vez mais
utilizado, bem como o uso de expressões como: "Sociedade da Informação", "Tecnologia da
Informação" e "Ciência da Computação". Essas novidades conceituais e doutrinárias foram,
cada vez mais, incorporadas no contexto das organizações que desejam manter ou ampliar
sua vantagem competitiva no ambiente dos mercados.
A ampliação dos recursos da Tecnologia de Informações e Comunicações (TIC) deu-se
paulatinamente, conforme a seguinte perspectiva histórica. Com o avanço do fenômeno da
globalização no final do século XX e início do século XXI. Dentro das organizações, de
maneira geral, esse fenômeno passou a ser percebido no momento em que países – até então
limitados ao mercadointerno – mostraram interesse em expandir seus negócios e dar
partida para conquistar um mercado mais agressivo e competitivo. As grandes organizações
que se viram ameaçadas com todo esse desenvolvimento proporcionado pelo mundo globalizado
sentiram a necessidade de modernizar-se e aumentar seu market-share (participação no
mercado).
A TI é um conceito que serve para designar o conjunto de recursos tecnológicos e
computacionais para geração e uso da informação, tendo em vista que sua finalidade e sua
utilidade permitem o desenvolvimento dos sistemas de informação, que auxiliam a empresa
em seus negócios, processos e atividades.
ATIVIDADE 1 - Escolha uma atividade (pode ser a sua atividade profissional, a sua atividade escolar
etc.) e relacione cinco fatos que envolvem essa atividade com as TIC.
Resposta Comentada: Vamos dividir a atividade em três partes. A primeira é relacionada com a
atividade profissional. Certamente você: (i) possui um e-mail para as comunicações internas e
externas; (ii) acessa os sites que contêm informações em tempo real (cotações, notícias etc.); (iii)
opera um sistema de informações na condição de usuário, para digitar dados do seu trabalho ou para
buscar informações etc.; (iv) utiliza uma agenda de trabalho, em que constem não só seus horários
disponíveis como também o de seus colegas; (v) vale-se de um software de apresentação para expor uma
ideia ou de uma planilha eletrônica para elaborar um gráfico etc.
A segunda parte é relacionada com sua atividade escolar (se você ainda não exercer uma atividade
profissional). Certamente você: (i) possui um e-mail para as comunicações com os colegas e tutores;
(ii) acessa os sites que contêm informações para suas pesquisas; (iii) participa de chats sobre os
assuntos de seu interesse na atividade escolar e, também, se vale desse recurso para tirar dúvidas;
(iv) utiliza uma agenda com os seus compromissos de estudo; (v) vale-se de um software para elaborar
seus textos e trabalhos de pesquisa, ou de uma planilha eletrônica, para elaborar cálculos e
gráficos.
A terceira parte está relacionada à atividade empresarial, a saber: A TI (e depois, nos dias atuais,
TIC) afetou profundamente as atividades das empresas, impactando, também, as atividades logísticas. O
melhor exemplo é a possibilidade de um cliente – seja um consumidor final do produto, seja um cliente
corporativo – acompanhar o andamento de seu pedido, desde a fábrica até o endereço final de entrega.
A REVOLUÇÃO DAS TIC NA LOGÍSTICA / CADEIA DE SUPRIMENTOS:
Pela definição do Council of Logistics Management: logística é a parte do
Gerenciamento da Cadeia de Abastecimento que planeja, implementa e controla o fluxo e
armazenamento eficiente e econômico de matérias-primas, materiais semiacabados e produtos
acabados, bem como as informações a ela relativas, desde o ponto de origem até o ponto de
consumo, com o propósito de atender às exigências dos clientes.
A globalização tem desafiado muitas empresas, obrigando-as a garantir a
continuidade de suas atividades com qualidade e desenvolvimento de novas frentes de
atuação. Os clientes estão cada vez mais exigentes, visto que as informações mudam
constantemente e as fontes de conhecimento são mais abrangentes, logo, exigem do mercado
produtos de qualidade e com preços reduzidos. O ciclo de vida dos produtos, ou seja, o
período transcorrido entre o lançamento de um produto e a sua retirada do mercado, está
cada vez mais curto.
A logística tem papel fundamental para vencer esses desafios. Seu papel estratégico
tem evoluído, suas atividades estão mais amplas. Na busca por reduzir os custos e agregar
o máximo de valor ao cliente final, surgiu o conceito conhecido como Supply Chain
Management, que consiste no estabelecimento de relações de parcerias, de longo prazo,
entre os componentes de uma cadeia produtiva, que passarão a planejar estrategicamente
suas atividades e partilhar informações de modo a desenvolver as suas atividades
logísticas de forma integrada, através e entre suas organizações. Com isso melhoram o
desempenho conjunto pela busca de oportunidades, implementada em toda a cadeia, e pela
redução de custos para agregar mais valor ao cliente final (NETO et alii, 2002).
O objetivo da logística é disponibilizar o produto certo, na hora certa e no local
certo, com um preço competitivo e acessível ao cliente. Para atingir o sucesso no final
do fluxo, é necessário conjugar e utilizar da
melhor maneira possível o fluxo de informações
combinado com o fluxo de materiais,
possibilitando a redução de inventários, a maior
utilização dos ativos envolvidos, a eliminação de
desperdícios, a otimização dos sistemas de
transporte e armazenagem.
Além de possuir um bom planejamento
logístico, as empresas devem estar atentas ao
meio externo, para enfim alcançar as perspectivas
prospectadas. O processo de gestão deve interagir
com as dimensões que o pensamento administrativo
moderno designa por "Cinco Forças de Porter" e
tornar efetiva a cadeia de valor (MINTZBERG et
alii, 2000).
Cadeia de valor é o nome dado ao conjunto
em que a logística (cadeia de suprimentos) está
inserida. Ela é responsável pela entrada dos
insumos e os acompanha até a entrega do produto
ao cliente (relação com os fornecedores, ciclos
de produção e venda, até a fase de
distribuição).
ATIVIDADE 2 - Carlos foi estudar Administração para ajudar a conduzir a empresa da família. Ele
ficou impressionado com os conceitos de cadeia de suprimentos e de horizontalização que aprendeu.
Ele tem pensado em como inserir a empresa em uma cadeia, de modo a aumentar as vantagens dessa
ideia, principalmente para fazer frente à concorrência. O negócio da família é constituído por uma
confecção e comercialização em três lojas de bairro de roupas masculinas, incluindo acessórios e
calçados. Além da produção de roupas, a empresa compra de alguns fornecedores as mercadorias, para
entrega direta nas lojas. Nesta semana, na aula sobre Sistemas de Informações, ele discutiu o texto
proposto pelo professor conforme a seguir: Não se pode garantir que a logística empresarial, por si
só, alcance o sucesso. Além de alinhar a cultura organizacional às mudanças impostas, é essencial
que a informação flua livre e rapidamente por toda a rede de suprimentos. O fluxo informacional e a
integração entre os membros da organização são atividades inter-relacionadas em uma cadeia de
suprimentos. É fundamental que o uso da informação seja aplicado como diferencial estratégico,
colocando as organizações que investem nesses recursos em vantagem competitiva junto às demais.
Carlos acredita que pode mostrar como as Tecnologias de Informação e de Comunicação (TIC) estão
revolucionando a logística e a Cadeia de Suprimentos. Pediu ao pai e aos irmãos para conversar
sobre um plano que ajudaria a reduzir os estoques e melhoraria o atendimento aos clientes, através
da modernização dos computadores e sistemas em uso na empresa. Carlos pediu a você que o ajudasse,
demonstrando como as TIC estão afetando a logística e a Cadeia de Suprimentos.
Resposta Comentada: Inicialmente, caberia um esboço de como poderia funcionar a Cadeia de Suprimentos
da empresa: (imagem ao lado)
A razão para o esboço é identificar o fluxo de informações e de produtos. Isso porque a
interconexão entre os departamentos da empresa é essencial, assim como a comunicação com os clientes
e fornecedores. Sem os recursos das TIC não seria possível fazer fluírem as informações de maneira
rápida e segura por toda a Cadeia de Suprimentos. Assim, é justificável todo e qualquer investimento
em TIC que melhore:
● a comunicação com os clientes, via e-mail, site e
terminais disponíveis para consulta/exposição de
produtos;
● a comunicação das lojas com os fornecedores para a
entrega rápida e certa através da integração do
sistema de compras com os sistemas dos fornecedores;
● a comunicação das lojas com a produção (confecção),
através da integração do sistema de vendas com o de
gestão de estoques, para assegurar disponibilidade
das mercadorias;
● a comunicaçãoda confecção com os fornecedores para
a entrega rápida e certa através da integração do PCP, do sistema de compras e dos sistemas dos
fornecedores.
O FUNCIONAMENTO DOS SISTEMAS DE INFORMAÇÕES NA CADEIA DE SUPRIMENTOS:
Existe uma ferramenta muito utilizada pelas organizações, conhecida como PCP –
Planejamento e Controle da Produção. Esse mecanismo permite compreender e decidir sobre o
melhor emprego dos recursos de produção, com respeito aos custos envolvidos e às
restrições inerentes ao processo.
Esse planejamento permite o entendimento da
relação entre as atividades da empresa. Por
exemplo, a área de suprimentos demanda informações
e gera informações para o financeiro, portanto ela
deve estar conectada ao departamento de finanças,
visto que esse é que determina os orçamentos, os
custos etc. Por sua vez, a engenharia industrial
determinará os maquinários que serão utilizados,
as peças, os novos arranjos; a área de vendas só
poderá vender de acordo com a capacidade produtiva
etc.
Os Sistemas de Informações permitem o
gerenciamento de todas as atividades que envolvem
a produção de um produto, desde a compra de
matérias-primas até a sua expedição ao cliente.
Esses contribuem para o processo logístico porque
permitem o uso mais adequado das informações no
contexto da produção. A informação utilizada de maneira correta poderá diminuir a
possibilidade de atrasos e erros nos processos, poupando tempo de trabalho e diminuindo o
lead time. O objetivo de um gestor de Tecnologia de Informação na organização é permitir
que os sistemas empregados estejam em constantes aperfeiçoamentos, de tal forma que os
mesmos possibilitem uma melhor orientação das rotinas de trabalho e orientem a tomada de
decisão.
Assim, com os avanços tecnológicos proporcionados pela globalização, as informações
são processadas de um modo mais rápido e confiável. A combinação de hardwares
(computadores, códigos de barras – entrada e saída de dados) e softwares é utilizada para
controlar e gerenciar as operações das organizações. Os investimentos em Sistemas de
Informação podem ser muito custosos, porém as vantagens são inúmeras. Como exemplo, a
oferta de informações aos clientes, o que traz feedback positivo para a organização. No
conjunto dos sistemas de informações, destacam-se os SIG – Sistemas de Informações
Gerenciais.
ATIVIDADE FINAL - Carlos fez uma apresentação tão boa para o pai e os irmãos que os convenceu a
investir em recursos de TIC na empresa. Resolveram desenvolver um planejamento para tal, de forma a
tornar o negócio ágil e competitivo. Carlos novamente pediu sua ajuda para analisar o funcionamento
do Sistema de Informações Logísticas que a empresa deve utilizar em sua cadeia de suprimentos. Ele
informou que há um PCP na confecção que está interligado às lojas. Os compradores trabalham
diretamente com os vendedores e fornecedores, efetuando os pedidos aos fornecedores e as ordens de
serviço para a confecção. O PCP emite os
pedidos de compra das matérias-primas ou
componentes, assim como os demais
materiais necessários ao fluxo produtivo.
Resposta Comentada: O funcionamento de um
Sistema de Informações Logísticas tem como
base estar inserido em um subsistema do
SIG – Sistema de Informações Gerenciais —
que trata das informações logísticas,
desdobradas em quatro níveis:
● Primeiro nível – registra as
transações e consultas das
operações logísticas e que
permitirão os relatórios gerenciais
para a tomada de decisão nos três
níveis de gerenciamento:
operacional ou de supervisão, média
gerência ou tático, e o de alta
gestão ou estratégico. As vendas,
as compras, os recebimentos, as entradas e saídas de estoque, os fornecimentos às lojas etc.
são registrados. Nesse nível, encontram-se todas as transações necessárias à movimentação e
estocagem de materiais.
● Segundo nível – permite a geração de relatórios diários e a análise dos fatos que merecem
providências no dia seguinte, a cargo dos supervisores. Permitem, também, a qualquer momento, a
verificação de volumes ou somas de operações ou exceções que precisam ser tratadas. Uma entrega
atrasada, um pedido de urgência ao fornecedor e um contato com uma loja sobre determinada
mercadoria são exemplos de providências a serem tomadas nesse nível.
● Terceiro nível – permite a geração de relatórios específicos e a análise da eficiência na
resolução dos problemas. Permite que providências e melhorias sejam adotadas em médio prazo. A
análise do fluxo de caixa e do controle de custos com transportes, a necessidade de ações para
aumentar as vendas ou promoções, o desempenho de determinada loja ou mercadoria.
● Quarto nível – gera informações para a tomada de decisão em nível estratégico, adaptando as
operações de acordo com as exigências do mercado em prazos médio e longo. O próprio
planejamento estratégico é elaborado tomando por base a consolidação das operações do dia a
dia.
RESUMO
Conceitos como "Era do Conhecimento" ou "Era da Informação", "sociedade da
informação", "tecnologia da informação" e "ciência da computação" vêm sendo cada vez mais
utilizados e incorporados no contexto das organizações para que elas mantenham ou ampliem
sua vantagem competitiva no ambiente dos mercados. Empresas que antes adotavam sistemas
burocráticos e lentos de comunicação buscaram investir em um conceito moderno, conhecido
como Tecnologia da Informação e da Comunicação, que serve para designar o conjunto de
recursos tecnológicos e computacionais para geração, transmissão e uso da informação. As
informações chegam mais precisas e concretas. A rapidez e a facilidade de comunicar-se
permitem que todas as áreas da organização comuniquem-se de forma rápida e simples. Uma
ferramenta barata e prática que é indispensável para uma comunicação empresarial
eficiente é a internet. Pela definição do Council of Logistics Management, logística é a
parte do gerenciamento da cadeia de abastecimento que planeja, implementa e controla o
fluxo e armazenamento eficiente e econômico de matérias primas, materiais semiacabados e
produtos acabados, bem como as informações a ela relativas, desde o ponto de origem até o
ponto de consumo, com o propósito de atender a exigências dos clientes, que estão cada
vez mais exigentes, visto que as informações mudam constantemente e as fontes de
conhecimento são mais abrangentes. O objetivo da logística é disponibilizar o produto
certo, na hora certa e no local certo, com um preço competitivo e acessível ao cliente.
Para atingir o sucesso no final do fluxo, é necessário conjugar e utilizar da melhor
maneira possível o fluxo de informações combinado com o fluxo de materiais,
possibilitando a redução de inventários, a maior utilização dos ativos envolvidos, a
eliminação de desperdícios e a otimização dos sistemas de transporte e armazenagem. O
sucesso de uma organização depende, também, da interconexão entre seus diversos
departamentos. Cadeia de valor é o nome dado ao conjunto em que a logística (cadeia de
suprimentos) está inserida. Ela é responsável pela entrada dos insumos e os acompanha até
a entrega do produto ao cliente (relação com os fornecedores, ciclos de produção e venda,
até a fase de distribuição). Os Sistemas de Informações permitem o gerenciamento de todas
as atividades que envolvem a produção de um bem ou serviço, desde a compra de
matérias-primas até a sua expedição ao cliente. Eles contribuem para o processo logístico
porque permitem o uso mais adequado das informações no contexto da produção. A informação
utilizada de maneira correta poderá diminuir a possibilidade de atrasos e erros nos
processos, poupando tempo de trabalho e diminuindo o lead time. A grande tendência é de
que a gestão logística invista cada vez mais em sistemas de informação e recursos de
telecomunicação, com o objetivo de melhorar a gerência dos fluxos. Isso demonstra que o
binômio informação logística é fundamental para uma empresa que deseja se manter no
mercado competitivo e globalizado.
Questões de provas anteriores referentes à aula 18 (Só foi encontrado uma questão):
 1) Nos diasde hoje as organizações precisam estar atentas aos relacionamentos e às necessidades de
seus negócios. O emprego de tecnologia de informação nas cadeias de distribuição tem apresentado
grande crescimento, devido à necessidade de ter um produto e/ou serviço de qualidade no mercado. O
fluxo deve ser gerenciado com eficácia, deve existir uma forte relação entre as cadeias de
suprimentos. Faça uma análise da cadeia de suprimentos dentro de uma perspectiva mais abrangente,
tal como uma cadeia de valor e ressalta a importância das TIC para o êxito desta cadeia.
Resposta: Quando analisamos uma cadeia de comercialização numa visão mais abrangente de cadeia de
valor, percebemos que temos de considerar os relacionamentos que tornam essa cadeia mais competitiva
e com menores custos para cada um dos elementos da mesma. Logo, tendo um produto de qualidade,
confiável, que é produzido com alta tecnologia e de preço final baixo, a possibilidade de aumentar
seu market-share e conquistar o consumidor, é muito maior. Além da necessidade de acompanhar os
elementos da cadeia de suprimentos, necessita-se gerenciar outras informações que devem ser
compartilhadas como demandas previstas e reais, negociações e ordens de fornecimento, dados
técnicos e garantias, programas de produção e ordens de coleta de transportadoras, documentos
fiscais e suas respectivas conferências, etc. Por essa relação de processos e fatos geradores de
dados, é fácil observar a necessidade imperiosa de se ter máxima produtividade no processamento das
informações e das atividades.
AULA 19 - PROCESSO DE PLANEJAMENTO DE REDE
INTRODUÇÃO
A aula apresenta o processo de planejamento da rede logística, fundamental para a
eficiência e nível de serviço da distribuição de produtos. A rede logística envolve o
conjunto de instalações (fábricas, fornecedores, portos, depósitos, lojas) para a
produção, movimentação e disponibilização de produtos. A definição da rede considera
aspectos geográficos (localização das instalações) e temporais (disponibilidade do
produto para o consumidor). A base de dados sólida é crucial para a configuração adequada
da rede.
REDES LOGÍSTICAS
O texto destaca a abordagem da rede logística como uma complexa interconexão de
várias instalações e o fluxo de produtos entre elas. Essas instalações podem incluir não
apenas as fábricas, mas também os fornecedores de matéria-prima, os portos de entrada e
saída, os armazéns e depósitos para estocagem
temporária, além dos pontos de venda finais, como
lojas varejistas e consumidores.
Uma ideia central é que, embora os
consumidores finais percebam os produtos apenas
como itens disponíveis nas prateleiras das lojas,
na verdade, esses produtos percorrem um caminho
complexo ao longo de uma rede logística antes de
chegar às mãos dos clientes. Esse percurso pode
envolver diversas etapas, como fabricação,
transporte, armazenagem e distribuição.
O texto ressalta a importância de planejar
essa rede logística de forma cuidadosa, levando
em consideração uma série de fatores. Isso inclui
a análise de dados detalhados sobre os produtos, clientes, custos de transporte e
armazenagem, entre outros. Além disso, destaca a necessidade de recursos computacionais e
processos analíticos para elaborar um plano que estabeleça a estrutura adequada para
suportar os fluxos de produtos.
A figura apresentada, ilustra uma rede logística genérica, com pontos de origem
(como fábricas e fornecedores), armazéns regionais e de campo, e pontos de demanda
(clientes finais e intermediários). Esses elementos estão interligados de diferentes
maneiras, criando configurações variadas de rede.
O texto também aborda a importância de considerar aspectos geográficos e temporais
no planejamento da rede logística. Isso envolve, por exemplo, a localização estratégica
das instalações de acordo com os custos e a disponibilidade de produtos próximos aos
clientes. Além disso, destaca-se a preocupação com os custos logísticos e como o
planejamento estratégico das empresas têm incluído cada vez mais a logística como parte
fundamental para a competitividade.
Em resumo, o texto enfatiza a complexidade e a importância do planejamento
eficiente da rede logística, destacando a necessidade de considerar uma variedade de
fatores para garantir sua eficácia e contribuição para o sucesso das operações
empresariais.
ATIVIDADE 1 - Todos conhecem a cadeia de varejo Casas Bahia (chegou a ser o maior anunciante do
Brasil). Você deve ler o texto a seguir, divulgado pela própria organização, e responder se ele
descreve a sua rede logística; citar duas razões que justifiquem sua resposta; enumerar os
elementos que são característicos da rede e que estão presentes no texto; e, por fim, citar os
elementos ou instalações que não constam do texto.
“A Casas Bahia possui 7 Centros de Distribuição (CD) responsáveis pelo abastecimento de todas
as lojas da rede. Os CDs estão localizados em Jundiaí, Ribeirão Preto, São Bernardo do Campo (SP),
Betim (MG), São José dos Pinhais (PR), Duque de Caxias (RJ) e Campo Grande (MS).
Com 300 mil m², o CD de Jundiaí é o 2º maior do mundo. Os CDs de Duque de Caxias (RJ), Ribeirão
Preto (SP), Betim (MG), São Bernardo do Campo (SP), São José dos Pinhais (PR) e Campo Grande (MS)
possuem, respectivamente, 180, 36, 26, 96, 70 e 12 mil m² de área construída.
Além dos centros de distribuição, a rede possui 5 entrepostos, localizados em Goiânia (GO),
Brasília (DF), Porto Alegre (RS), Maringá (PR) e Itajaí (SC). Esses entrepostos recebem os produtos
dos CDs que depois são redistribuídos em caminhões médios para entrega aos clientes. Hoje, a
capacidade total de armazenagem da Casas Bahia nos seus depósitos é de 7,4 milhões de m³.
Para garantir a entrega dos produtos aos clientes no prazo máximo de 48 horas, a Casas Bahia
não terceiriza sua frota. A rede conta com 2.254 veículos pesados próprios que, em 2006, percorreram
115 milhões de quilômetros, o equivalente a 2.854 voltas ao redor da terra, com uma média mensal de
908 mil entregas. Em datas comemorativas, como Dia das Mães e Natal, por exemplo, esse número chegou
ao volume de 1,2 milhão de entregas/ mês.”
(Fonte: www.casasbahia.com.br/imprensa)
Resposta comentada: Sim, o texto descreve uma rede logística. Se nos abstrairmos da linguagem
publicitária (o texto está no site da empresa e não contém análise nem críticas, é claro),
verificaremos a presença dos armazéns regionais, no texto chamados de Centros de Distribuição, que
são sete. Menciona, também, os armazéns de campo, no texto denominados de entrepostos (que são em
número de cinco). Há várias características que nos permite configurar a rede logística:
a) possuir Centros de Distribuição e entrepostos – armazéns – para distribuição dos produtos. Eles
estão geograficamente dispostos;
b) Prazo estabelecido para entrega dos produtos aos clientes, apresentando a dimensão temporal da
rede;
c) Entrega aos clientes através de uma frota de 2.254 caminhões;
d) Configuração da capacidade de estocagem em área e em cubagem (é calculada multiplicando-se as
medidas de comprimento x altura x largura de cada volume a ser estocado ou transportado);
e) Dimensionamento da rede para picos, como o Dia das Mães e o Natal.
Os elementos característicos da rede, tomando por base a Figura 19 ponto 3, são:
> origens: fornecedores, portos e fábricas de móveis;
> armazéns regionais e de campo;
> lojas;
> centros de demanda: Clientes.
O texto, pelo visto anteriormente, não faz menção aos elementos relacionados com as origens:
portos (produtos advindos do exterior ou de regiões mais distantes do País), fornecedores
(fabricantes no país, fazendo entrega nos armazéns) e fábricas, que são de móveis, no caso dessa
empresa - Casas Bahia.
http://www.casasbahia.com.br/imprensa
PROCESSO DE PLANEJAMENTO DA REDE LOGÍSTICA:
Após o conceito da rede logística, vamos estudar como elaborar um plano para
criá-la. Um bom projeto de rede tem a seguinte seqüência:
1. levantamento de dados, com a construção de uma base de dados;
2. sistema de processamento de dados, viacomputador, para definir o projeto de rede;
3. análise do projeto de rede.
LEVANTAMENTO DE DADOS:
A distinção entre “dado” e “informação”: dado - resultado de investigação, cálculo
ou pesquisa; informação - para a informática, é a mensagem suscetível de ser tratada
pelos meios informáticos; conteúdo dessa mensagem. Pode ser ainda a interpretação ou
significado dos dados, ou, ainda, o produto do processamento de dados.
Dados genéricos para a base de dados:
● Lista de produtos;
● Localizações: clientes, pontos de estocagem, pontos de origens;
● Demanda por produto;
● Transporte;
● Armazenagem;
● Pedidos;
● Custos dos materiais;
● Tamanhos de embarque dos produtos;
● Níveis do estoque;
● Custos do capital;
● Serviços ao cliente;
● Equipamentos e instalações;
● Distribuição de vendas.
Fontes de dados:
● Primárias: documentos operacionais da empresa, pesquisa de dados logísticos,
pesquisa qualitativa.
● Secundárias: documentos contábeis, relatórios contábeis, pesquisa de dados
logísticos.
ORGANIZAÇÃO DOS DADOS
Este capítulo aborda a organização dos dados coletados para o projeto da rede
logística. A codificação adequada dos dados é fundamental para facilitar a análise e
otimizar o processo de planejamento, e é um passo crucial para o sucesso do projeto da
rede logística. A escolha da técnica de codificação deve ser feita com base nas
características específicas do projeto e nos objetivos da empresa. A utilização de
sistemas de informação geográfica (GIS) pode auxiliar na visualização e análise dos dados
geográficos, facilitando a tomada de decisões.
Codificação do Produto
A codificação do produto visa registrar as operações com o produto de forma
eficiente e precisa. As técnicas utilizadas incluem código de barras e RFID
(identificação por radiofrequência). O código do produto deve ser fácil de interpretar,
permitir agrupamentos por características relevantes e ser compatível com diferentes
sistemas de transporte.
Codificação Geográfica
A codificação geográfica é essencial para a distribuição física e análise espacial
da rede. Os dados de vendas organizados geograficamente facilitam o planejamento da rede
e otimizam as análises de transporte, estocagem e localização das instalações. O código
geográfico pode ser representado pelo CEP (Código de Endereçamento Postal) ou por
coordenadas de latitude e longitude. Sistemas de GPS (Global Positioning System) podem
ser utilizados para criar a malha geográfica com pontos de interesse (origens,
armazenamento e demanda) e seus respectivos fluxos.
Considerações Finais:
RESUMO: O planejamento da rede logística é essencial para a otimização da cadeia de
suprimentos e a satisfação do cliente. A coleta e organização de dados confiáveis são
cruciais para a tomada de decisões informadas sobre a configuração da rede. A aula
forneceu uma visão abrangente do processo de planejamento da rede logística, desde a
coleta de dados até a análise do projeto final.
ATIVIDADE FINAL - Você deve fazer o levantamento dos dados necessários para o projeto de
rede logística com as seguintes características:
a) uma fábrica, localizada no centro da cidade;
b) três fornecedores de matérias-primas e componentes na cidade;
c) um armazém junto à fábrica;
d) dois depósitos, um na zona norte e outro na zona sul;
e) clientes na cidade.
Resposta comentada: Inicialmente, você deve fazer um
desenho, para melhor compreensão da rede:
Em seguida, devemos responder à seguinte pergunta:
que dados preciso reunir para projetar minha rede de forma
que não seja nem insuficiente para o fluxo de produtos nem
superdimensionada?
A resposta a essa pergunta será formulada pelo
conjunto de dados definidos:
a) Lista dos produtos, devidamente codificados.
b) Localizações:
a. clientes – relação dos clientes e seus endereços
completos, principalmente do CEP (código de
endereçamento postal);
b. pontos de estocagem:
i. CD Fábrica;
ii. CD Zona Sul;
iii. CD Zona Norte;
c. pontos de origens:
i. fábrica;
ii. Fornecedor I;
iii. Fornecedor II;
iv. Fornecedor III;
c) Demanda por produto – por código de produto devemos relacionar à quantidade/mês demandada.
d) Transporte – custo de transporte pelas rotas básicas:
a. fornecedor I - Fábrica;
b. fornecedor II - Fábrica;
c. fornecedor III – Fábrica;
d. fábrica – C D Zona Sul;
e. fábrica – C D Zona Norte.
e) Taxa de Armazenagem:
a. C D Fábrica;
b. C D Zona Sul;
c. C D Zona Norte.
f) Pedidos:
a. tempo da visita do vendedor ao cliente ao escritório da fábrica;
b. tempo que leva da transcrição do pedido do vendedor no sistema de Faturamento e Expedição;
c. custo de processamento por item pedido.
g) Estrutura de custos dos materiais:
a. matérias-primas;
b. componentes;
c. outros materiais (M R O);
d. mão-de-obra;
e. custos indiretos;
f. custos de comercialização;
g. despesas administrativas.
h) Tamanhos de embarque dos produtos.
i) Níveis do estoque:
a. C D Fábrica;
b. C D Zona Sul;
c. C D Zona Norte;
d. por produto (código do produto – código do C D – estoque médio – método de controle
do estoque – área e cubagem estocada).
j) Pedidos:
a. freqüência (diária, semanal, mensal);
b. tamanho;
c. sazonalidade – sim ou não, quantidade máxima e mínima por período.
k) Custo do capital como taxa de imobilização em estoques.
l) Fluxo de matérias-primas e componentes:
a. Fornecedor 1 – Fábrica;
b. Fornecedor 2 – Fábrica;
c. Fornecedor 3 – Fábrica.
m) Distribuição das vendas:
a. Por código de origem – armazém;
b. Por armazém – cliente.
AULA 20 - A CONFIGURAÇÃO DA REDE LOGÍSTICA
ASPECTOS DA CONFIGURAÇÃO DA REDE LOGÍSTICA
O texto aborda a configuração da rede logística, que envolve a localização de
fornecedores, depósitos, centros de distribuição e varejistas. Essa configuração impacta
o desempenho da empresa a longo prazo, influenciando custos e nível de serviço. A
configuração da rede logística é uma decisão estratégica complexa que exige análise
cuidadosa dos trade-offs entre custos, nível de serviço e eficiência operacional. O
objetivo é encontrar a configuração ideal que atenda às necessidades da empresa e
maximize sua competitividade no mercado.
Decisões Estratégicas - o gestor logístico deve tomar decisões estratégicas sobre a rede,
como: número de depósitos; localização ideal de cada depósito; espaço físico de cada
depósito; alocação das cargas nos depósitos. Conexões entre clientes e produtos a serem
despachados.
Objetivo da Configuração: o objetivo principal da configuração da rede logística é
minimizar os custos anuais do sistema, incluindo:
● Custos de compras e produção;
● Custos de manutenção de estoques;
● Custos de operação das instalações (fixos, armazenamento e manuseio);
● Custos de transporte.
Nível de Serviço: os custos da rede logística devem estar alinhados ao nível de serviço
desejado para os clientes, conforme visto na Aula 5 sobre ROI.
Modal de Transporte: as decisões sobre o modal de transporte são consideradas táticas e
podem ser alteradas com base na variação dos custos dos modais.
Trade-offs na Configuração: aumentar o número de depósitos na rede gera trade-offs, como:
● Melhoria no nível de serviço (redução do tempo de entrega);
● Aumento dos custos de estocagem;
● Aumento dos custos de setup e despesas gerais;
● Redução dos custos de transporte de saída;
● Aumento dos custos de transporte de entrada.
Equilíbrio entre Custos e Benefícios: a empresa precisa encontrar um equilíbrio entre os
custos de implantação de novos depósitos e os benefícios em termos de serviço e redução
de custos.
Gerenciamento da Rede Logística: O gerenciamento eficiente da rede logística é crucial
para o sucesso da empresa no cenário competitivo atual. A empresa deve se concentrar em
gerenciar a rede e seus processos internos para alcançar a liderança na competição.
Abertura de Novos Depósitos: a abertura de novos depósitos deve ser considerada com base
na consolidação do transporte e no comportamento dos pedidos. A consolidação de pedidos
menores em um único depósito pode reduzir os custos de transporte, mas o aumento
excessivo de depósitos pode diminuiresse efeito.
Giro e Nível de Estoque: o número de depósitos na rede impacta o giro e o nível de
estoque. A alocação de estoques em múltiplos depósitos permite oferecer um alto nível de
serviço aos clientes.
A figura ilustra a relação entre o
número de depósitos e o custo total de
transporte. O custo total tende a diminuir com
a adição de novos depósitos até um ponto
ótimo, após o qual os ganhos com a
consolidação diminuem.
Verbete: Custo de setup – são os custos de
preparação para o início de operações.
ATIVIDADE 1: No dia 5 de dezembro de 2009, o jornal
Brasil Econômico publicou a seguinte reportagem:
“Nasce o 4º maior grupo do Brasil. Com Casas Bahia,
Pão de Açúcar tornou-se uma empresa de R$40 bilhões e
1.807 lojas. o Pão de Açúcar negociava fundir sua
operação de eletroeletrônicos, a Globex, com a maior
rede de eletros do país, a Casas Bahia, de Michael Klein. abre parêntese, reticências, fecha
parêntese a fusão entre a Casas Bahia e a Globex pode levar a sinergias no valor de R$ 2 bilhões.
abre parêntese, reticências, fecha parêntese Com a fusão, o Grupo Pão de Açúcar torna-se a quarta
maior empresa aberta do país, com receita de R$ 40 bilhões e 1.807 lojas, segundo dados da
economática. abre parêntese, reticências, fecha parêntese A De acordo com Michael Klein, presidente
do Conselho da Nova Casas Bahia, as empresas vão trabalhar em nichos de negócios, cada marca com seu
alcance específico. Casas Bahia, com foco nas classes C,D e E e Ponto Frio, voltada para as classes A
e B. O primeiro levantamento mostra que 100 lojas estão em zonas conflitantes e podem ser fechadas”.
Com base no texto anterior, podemos verificar que as empresas Globex e Casas Bahia esperam
significativos ganhos com a fusão de suas operações, os chamados ganhos de sinergia. Para que elas
consigam alcançar seus objetivos, será necessário adotar algumas medidas de cunho estratégico em
suas operações logísticas. Quais ações estratégicas você iria sugerir para os gestores da nova
empresa?
Resposta Comentada: Considerando que a configuração da rede compreende aspectos que se relacionam com
a localização da planta, do depósito e dos varejistas, eu partiria desses elementos para conduzir a
estratégia a ser seguida. Esses aspectos vão orientar a tomada de decisão estratégica que implicam
efeitos de longo prazo nas empresas. As decisões fundamentais que o gestor deve tomar com relação a
essa questão compreendem, em primeiro lugar, a determinação do número apropriado de depósitos na
rede, pois isto causará um impacto no volume de suas operações. Por sua vez, a determinação da
localização ótima de cada depósito é uma decisão que vai afetar os custos de transporte. Uma vez
definida a localização, é preciso determinar o espaço físico de cada depósito, pois isso se refletirá
na sua capacidade de estocagem e no capital de giro a ser investido. Em seguida, é preciso decidir os
critérios de alocação das cargas nos depósitos, para otimizar o seu manejo. Por fim é preciso
determinar as conexões entre clientes e produtos a serem despachados de cada depósito
AS INFORMAÇÕES ESTRATÉGICAS PARA A CONFIGURAÇÃO DA REDE LOGÍSTICA
Cada Rede Logística possui uma configuração compatível com os problemas que
pretendeu otimizar quando da sua idealização. Simchi-Levi et alii (2003, página 42)
assinalam que um problema típico de configuração de rede pressupõe o estudo e o
gerenciamento de uma grande quantidade de dados e informações, destacando-se:
a) a localização dos clientes, dos varejistas, dos depósitos e centros de distribuição,
das fábricas e dos fornecedores;
b) a descrição pormenorizada de todos os produtos, com a informação dos volumes e modos
de transporte especiais, tais como itens refrigerados;
c) a demanda anual para cada produto por localização do cliente;
d) as tarifas de transporte por modal;
e) os custos de armazenagem nos depósitos, sobretudo a mão de obra, os encargos
financeiros sobre o estoque e custos fixos de operação;
f) o tamanho da remessa e frequência para entrega aos clientes;
g) os custos de processamento de pedidos;
h) as metas e exigências do serviço ao cliente.
Para que possa ser feita uma análise mais efetiva, é preciso inicialmente realizar
a agregação dos dados segundo alguns critérios consagrados. Existem critérios de
agregação tanto de clientes, quanto de itens. Em regra, os clientes localizados próximos
uns dos outros devem ser agrupados por alguma técnica de agrupamento. Os clientes podem
ser agrupados pelo CEP (Código de Endereçamento Postal), pelo seu nível de serviço ou
pela frequência de entrega, sendo que nestes dois últimos casos eles são agrupados por
classes. Cada agrupamento representa uma unidade ou aglomerado organizacional e para
efeito de análise os clientes de cada unidade devem ser substituídos por um único cliente
teórico, no centro do aglomerado. Por sua vez, os itens são agrupados de acordo com um
número razoável de grupos de produtos. Os critérios de agrupamento são: por padrão de
distribuição e por tipo de produto.
No critério de agrupamento por padrão de distribuição, todos os itens apanhados na
mesma fonte e despachados para os mesmos clientes devem ser agrupados. Por sua vez, no
critério de agrupamento por tipo de produto, aqueles itens análogos são agrupados, ainda
que se diferenciem em modelos ou estilos.
Um dos principais benefícios advindos da agregação é o fato de que ela reduz a
imprevisibilidade da demanda pelos itens na medida em que a variabilidade dos despachos
periódicos se reduz com a agregação. As medidas de variabilidade de uma série de dados
são a variância da série e a raiz quadrada da variância, que é conhecida como
Desvio-Padrão. Uma medida de eficiência, em termos de redução da variabilidade, é o
Coeficiente de Variação (CV), que consiste no quociente entre o desvio-padrão e a média
de uma série de dados. Quanto menor for o Coeficiente de Variação, menor será a
variabilidade por unidade do dado considerado.
Simchi-Levi et alii (2003, página 45) relatam que, em pesquisas realizadas nos
EUA, foi constatado que a agregação de dados em torno de 150 a 200 pontos de entrega, em
geral resulta em não mais de 1% de erro na estimativa dos custos totais de transporte, o
que pode ser considerado significativo para o planejamento da rede. A seguir,
apresentamos algumas recomendações doutrinárias com relação à agregação de dados para o
planejamento da Rede Logística:
(a) o planejador deve agregar pontos de demanda para 150 a 200 locais de destino. Se os
clientes forem agregados em classes de acordo com seus níveis de serviço ou frequência de
entrega, cada classe deve ter entre 150 a 200 pontos agregados;
(b) o planejador deve assegurar-se de que cada região tenha aproximadamente a mesma
quantidade de demanda total, o que faz com que, em geral as regiões tenham tamanhos
geográficos diferentes;
(c) o planejador deve situar os pontos agregados no centro de cada região e deve agrupar
os produtos em torno de 20 a 50 grupos de produtos. Isso significa que, para efeito de
planejamento de configuração de rede, todos os clientes de uma determinada região devem
ser considerados como um único cliente agregado, situado no centro da
região de agregação.
Verbetes:
Variância - em uma série de dados, é uma medida estatística que
representa a média dos afastamentos quadráticos de cada elemento da
série em relação à média dos elementos.
Desvio-Padrão - é a raiz quadrada da variância. Representa-se o
desvio-padrão da série de dados x por sigma x.
Coeficiente de Variação - é a razão entre o desvio-padrão e a média de
uma série de dados.
RESUMO:
Uma Rede Logística, que compreende um conjunto de fornecedores, depósitos, centros
de distribuição e pontos de varejo, bem como uma grande diversidade de matérias-primas,
estoques em processo e produtos acabados que estão permanentemente fluindo entre as
diversas organizações no ambiente de negócios corporativo.
Vimos que a configuração da rede pode compreender aspectos estratégicos que se
relacionam com a localização da planta, do depósito e dosvarejistas. Esses aspectos
dizem respeito à determinação do número, da localização, do espaço físico e dos critérios
de alocação das cargas nos depósitos, além das conexões entre clientes e produtos a serem
despachados de cada depósito.
Destacamos nesta aula que o grande objetivo da configuração da Rede Logística
consiste em buscar a minimização dos custos anuais do sistema, que se subordinam a uma
variedade de exigências acerca do nível de serviços pretendido, com relação aos
determinantes do ROI. Essa configuração envolve também o gerenciamento de uma série de
trade-offs.
Vimos que um princípio básico que se relaciona com a abertura de um novo depósito é
a consolidação do transporte e que este procedimento vai depender da tendência do
comportamento dos pedidos. Além disso, a alocação dos estoques por múltiplos depósitos
permite que a organização fique potencialmente capaz de disponibilizar elevados níveis de
serviços.
Verificamos que cada Rede Logística possui uma configuração compatível com os
problemas que pretendeu otimizar quando da sua concepção. Trata-se de um problema
complexo devido à quantidade de informações com que tem que lidar. Para que possa ser
feita uma análise mais efetiva na otimização da rede, é preciso inicialmente realizar a
agregação dos dados segundo alguns critérios consagrados. Vimos que existem critérios de
agregação tanto de clientes quanto de itens.
Por fim, verificamos que um dos principais benefícios advindos da agregação é o
fato de que a mesma reduz a imprevisibilidade da demanda pelos itens, na medida em que a
variabilidade dos despachos periódicos se reduz com a agregação. A medida de performance
empregada para avaliar o resultado da agregação é o Coeficiente de Variação, que se busca
reduzir.
AULA 21 - A CONFIGURAÇÃO DA REDE LOGÍSTICA 2
OS ASPECTOS DE TRANSPORTES NA REDE LOGÍSTICA
Este capítulo aprofunda os aspectos de transportes na rede logística, focando na
estimativa dos custos, na escolha do modal adequado e na tomada de decisões estratégicas,
táticas e operacionais. Os aspectos de transportes na rede logística são de fundamental
importância para o sucesso da operação. A estimativa precisa dos custos, a escolha do
modal adequado e a tomada de decisões estratégicas, táticas e operacionais eficientes são
essenciais para garantir a competitividade da empresa e a satisfação dos clientes.
Estimativa dos Custos de Transporte
A estimativa dos custos de transporte é fundamental para a modelagem da rede de
distribuição. A principal dificuldade reside na incorporação de tarifas de transporte de
frotas terceirizadas. Diferenças entre custos de transporte por caminhão (CC) e pequenas
remessas (PR) devem ser consideradas. As empresas que transportam na modalidade CC
subdividem o universo de entregas em regiões com custos por quilômetro entre elas. As
empresas que operam na modalidade PR utilizam tarifas por categorias, especiais e gerais.
A escolha do modal mais eficiente deve conciliar custos e nível de serviço ao cliente.
Gestão de Transportes
A gestão de transportes é essencial na rede logística, impactando custos e nível de
serviço. A complexa gestão de transportes é responsável por fluxos de matéria-prima e
produtos acabados. Os transportes respondem por 1/3 a 2/3 dos custos logísticos, exigindo
gerenciamento eficiente. Um bom gerenciamento de transportes reduz custos, otimiza ativos
e melhora o nível de serviço.
Níveis de Decisão
Marques (2003) propõe três níveis de decisões em relação aos transportes na rede
logística: estratégico, tático e operacional.
- Nível Estratégico: Decisões de longo prazo
relacionadas à definição da rede logística, modal e
frota. Definição da rede logística considera
localização de fábricas, CDs, fornecedores,
clientes e fluxos de materiais. O objetivo é o
menor custo logístico total, com nível de serviço
definido pela empresa. A escolha do modal considera
tempo de transporte, consistência na entrega,
frequência, disponibilidade e flexibilidade. A
decisão sobre a frota envolve custo, qualidade do
serviço, rentabilidade, fluxo de caixa, retorno de
investimentos e competitividade do setor.
- Nível Tático: Decisões de médio prazo
relacionadas ao planejamento da gestão de
transportes. Seleção e contratação de
transportadores com base em parâmetros
estruturados, evitando prejuízos por atrasos e
perda de mercado. Planejamento dos transportes
define regras e premissas para a elaboração de roteiros, adequando a frota ao nível de
serviço e à redução de custos. Gestão do transporte inbound é importante para compras em
FOB, evitando custos desnecessários e buscando sinergias entre inbound e outbound.
Análise de fretes de retorno busca aproveitar veículos em trânsito para evitar envio de
outro veículo, facilitada pela gestão conjunta de inbound e outbound.
- Nível Operacional:
Decisões relacionadas às atividades cotidianas da empresa, agrupadas na
"Programação dos Transportes", que compreende roteirização, consolidação de cargas,
escolha do tipo de veículo, emissão de documentos, tracking e programação de carga e
descarga. Outras atividades dependem das informações geradas pela programação, como
auditoria de frete, monitoramento do nível de serviço e do custo das atividades.
Considerações Adicionais
A escolha da frota terceirizada deve ser feita com base em critérios rigorosos,
como confiabilidade, custo, qualidade do serviço e flexibilidade. A análise dos custos de
transporte deve considerar todos os custos envolvidos, incluindo custos de combustível,
pedágios, manutenção dos veículos, mão de obra e seguros. O uso de softwares de
otimização de rotas pode auxiliar na redução dos custos de transporte e na melhoria da
eficiência da operação. A comunicação eficaz entre os diferentes departamentos da empresa
é fundamental para o sucesso da gestão de transportes.
ATIVIDADE 1: Com base nos dados a seguir descritos, realize uma análise de eficiência das redes
logísticas em questão, com base nos custos por quilômetro e por SKU, destacando qual delas seria
mais apropriada para aumentar a competitividade de uma empresa que necessitasse optar por um
operador logístico, com vistas ao transporte de 150.000 S K Us por mês.
Sistema Logístico A: Esse sistema possui a capacidade de transportar 400.000 SKUs por mês, por meio
de uma frota de 120 veículos, cada um com capacidade de carga de 180 SKUs. Foram realizadas 2300
viagens no mês, com o total de 345.000 quilômetros percorridos. O custo da operação logística
importou o montante de 86.250,00 em combustível, 6.580,00 em lubrificantes diversos, 26.000,00 em
pneus e peças de reposição, 14.300,00 de mão de obra em oficinas, 300.000,00 de salários e encargos
dos motoristas e despachantes.
Sistema Logístico B: Esse sistema possui a capacidade de transportar 430.000 SKUs por mês, por meio
de uma frota de 90 veículos, cada um com capacidade de carga de 200 SKUs. Foram realizadas 2500
viagens no mês, com o total de 435.000 quilômetros percorridos. O custo da operação logística
importou o montante de 106.250,00 em combustível, 9.580,00 em lubrificantes diversos, 20.000,00
em pneus e peças de reposição, 12.300,00 de mão de obra em oficinas, 240.000,00 de salários e
encargos dos motoristas e despachantes.
Resposta comentada
Em primeiro lugar, é preciso determinar o custo de operação de cada sistema isoladamente.
Depois devemos calcular a quilometragem média
por viagem, o número de SKUs por viagem, e o
número de viagens por veículo.
- Sistema Logístico A: o total de 345.000
quilômetros divididos por 2300 viagens no mês
implica uma média de 150 quilômetros por viagem.
2300 viagens divididas por 120 veículos implicam
em média 19,17 viagens por veículo. 400.000 SKUs
divididos por 2300 viagens implicam em média
173,9 SKUs por viagem.
- Sistema Logístico B: O total de 435.000
quilômetros divididos por 2500 viagens no mês
implica uma média de 174 quilômetros por viagem.
2500 viagens divididas por 90 veículos implicam
em média 27,78 viagens por veículo. 430.000
divididos por 2500 viagens implicam 172 SKUspor
viagem.
Em seguida devemos calcular o custo por
quilômetro de cada sistema:
- Sistema Logístico A: 433.130,00
divididos por 345.000 quilômetros perfazem aproximadamente 1,26 por quilômetro.
- Sistema Logístico B: 388.130,00 divididos por 435.000 quilômetros perfazem aproximadamente 89
centavos por quilômetro.
Analisando a operação dos dois sistemas temos:
- O sistema A transporta 173,9 SKUs por viagem ao custo de 150 quilômetros vezes 1,26 por viagem.
Isso implica um custo de 92 centavos por SKU transportado.
- O sistema B transporta 172 SKUs por viagem ao custo de 174 quilômetros vezes 89 centavos por
viagem. Isso implica um custo de R$1,11 por SKU transportado.
Observe que, embora o sistema B seja mais eficiente em termos de custo por quilômetro, como ele
emprega os seus veículos com a carga inferior à sua capacidade máxima, ele acaba perdendo eficiência
na operação.
CONSIDERAÇÕES RELATIVAS AOS DEPÓSITOS E À OPERAÇÃO DE PICKING.
Este capítulo aprofunda as considerações sobre depósitos e a operação de picking na
rede logística, focando na capacidade real do depósito, na localização, na operação de
picking e nas tecnologias disponíveis. Destaca ainda a importância de se considerar a
capacidade real do depósito, a localização estratégica e o planejamento da operação de
picking para o sucesso da rede logística. A escolha da tecnologia adequada para o picking
deve ser feita com base nas características da operação e do orçamento disponível. O
objetivo final é alcançar produtividade, velocidade e precisão na separação dos pedidos,
contribuindo para a satisfação do cliente e a competitividade da empresa.
Capacidade Real do Depósito
A estimativa da capacidade real do depósito é crucial para o planejamento da rede
de distribuição. A taxa de giro do estoque é usada para estimar o nível de estoque médio,
considerando o fluxo anual de materiais. A boa doutrina recomenda que o espaço de
armazenamento necessário seja o dobro do nível de estoque médio, considerando o volume
das paletes e o espaço para acesso e manipulação.
Localização dos Depósitos
A localização dos depósitos deve considerar:
● Condições geográficas e infraestrutura.
● Disponibilidade de recursos naturais e mão de obra.
● Regulamentação local e tributos.
● Interesse público.
Nem todos os critérios podem ser absolutos, e a ponderação do impacto de cada um na
operação do depósito é necessária. A decisão sobre a localização também deve estar
alinhada com o nível de serviço exigido, considerando a distância máxima entre cliente e
depósito. As expectativas de alteração na demanda dos clientes devem ser consideradas no
planejamento da rede, para evitar descasamentos entre necessidades e capacidade.
Aspectos que Influenciam a Localização
● Disponibilidade de produto para atender ao nível de serviço desejado.
● Respostas rápidas às ordens de produção ou compras.
● Alocação de estoques próximos aos clientes.
● Tempo necessário para disponibilizar o produto ao consumidor.
Crescimento da Variedade de Itens e Mudanças na Operação
Aumento da variedade de itens nos depósitos, devido ao lançamento de novos produtos
e à diversificação. Crescimento das entregas diretas ao consumidor, impulsionando a
demanda por armazenagem. Mudança da operação de simples armazenagem para Centros de
Distribuição (CDs) com foco no picking. Aumento da importância do picking, representando
60% dos custos de um CD.
Planejamento da Atividade de Picking
Três decisões importantes:
● Delimitação de uma área específica para picking,
independente da estocagem.
● Organização do trabalho.
● Seleção de tecnologias a serem adotadas.
Separação da Área de Picking
A área de estocagem ocupa um grande espaço, e a separação dos
pedidos nessa área implica grandes deslocamentos dos operadores.
Alternativas para reduzir o tempo de deslocamento:
● Algoritmos para definição de rotas de coleta.
● Métodos alternativos de organização do trabalho.
● Lógicas de endereçamento que minimizem a distância média de movimentação.
● Identificação clara e objetiva nos endereços de coleta.
Área específica para picking:
● Grau de complexidade depende do tamanho das unidades de separação, número de
pedidos, variedade de itens e tempo disponível.
● Categorias de separação: paletes, camadas de paletes, caixas, caixas
fracionadas e itens.
● Maior complexidade exige uma área específica para picking.
Organização do Trabalho no Picking
Métodos para minimizar a ociosidade e reduzir
os custos de deslocamento e busca por produtos:
● Picking discreto: cada operador coleta
um pedido completo.
● Picking por zona: cada operador coleta
pedidos em uma zona específica.
● Picking por lote: os itens são agrupados
por pedido e coletados em lotes.
● Picking por onda: programação por turno
para coleta em períodos específicos.
● Combinação dos métodos anteriores.
Sistemas e Equipamentos de Picking
A escolha do sistema depende das características da operação e do orçamento
disponível. Alguns sistemas e equipamentos:
1. Flow-rack: equipamento para separação de caixas e itens, similar a um
refrigerador de latas.
2. A-frame: sistema modular com alta produtividade, capacidade de separar
centenas de itens em pouco tempo.
3. Carrosséis: equipamentos rotacionais que apresentam os itens ao operador,
eliminando a procura.
4. Sistemas de estocagem e coleta automáticos (miniloads): alto custo, operam
apenas com caixas.
5. Separação por radiofrequência: baixo custo, alta flexibilidade, mas
desempenho limitado pela velocidade do operador.
6. Picking by-light: concilia desempenho e flexibilidade, integrando esteiras
rolantes, leitores óticos, sensores e flow-racks.
A busca por produtividade, velocidade e precisão no picking levou as empresas a
adotarem novas tecnologias. No entanto, o autor ressalta que a simples adoção de
tecnologia não garante melhorias operacionais. É preciso utilizá-la como ferramenta para
desenvolver novos processos eficientes.
ATIVIDADE 2: Suponha que você tenha sido chamado para introduzir aperfeiçoamentos numa Rede
Logística, com vistas a agilizar o sistema de despacho de mercadorias para clientes varejistas, a
partir de um depósito do atacadista. A situação que você encontrou é a seguinte: o depósito recebe
caixas lacradas, de pequeno volume, que contêm apenas quatro possíveis itens de materiais de
limpeza (detergente líquido, sabão em pó, sabão em barra e desinfetante). As caixas recebem apenas
um tipo de item. Os clientes pedem desde uma caixa, até 5 dezenas delas por vez. Existe pouca mão
de obra disponível para o manuseio dos pedidos. São despachadas em média 380 caixas por dia, em
duas camionetes (com capacidade de transporte de 200 caixas cada). As camionetes fazem várias
saídas por dia. Os funcionários são acionados de forma intermitente ao longo do dia para reunir os
itens dos pedidos. As caixas ficam empilhadas em setores do depósito, conforme o item que contêm. A
área do depósito é suficiente para comportar os estoques. O atacadista lhe informou que gostaria de
otimizar o trabalho no depósito, pois verifica que está gastando muito combustível com os veículos
e tem recebido queixas por atrasos na entrega dos produtos aos clientes. Além disso, ele não possui
muitos recursos para investir. O que você faria para aperfeiçoar o sistema logístico desse
atacadista, com base nos dados fornecidos? Qual o sistema de picking que deveria ser adotado? Quais
os investimentos que você recomendaria?
Resposta comentada: Para aperfeiçoar o sistema logístico do atacadista seria apropriado estabelecer
em primeiro lugar um sistema de picking para o processamento dos pedidos. Em uma segunda fase,
deveria ser proposta a aquisição de equipamentos ou sistemas que melhorem a produtividade da operação
de picking. Com relação ao sistema de picking mais apropriado no caso em questão, é preciso
identificar quais as características dos itens e dos pedidos. Considerando que são despachadas 380
caixas por dia e que os veículos poderiam realizar uma saída com carga completa para suprir a demanda
diária econsiderando que as caixas são de pequeno volume e que não são exigidos diferentes métodos
de manuseio, seria apropriado que os pedidos fossem processados por lotes, destinando certo número de
pedidos para cada funcionário. Os veículos seriam carregados conforme as rotas mais eficientes
estabelecidas e sairiam uma única vez para atender os clientes em sua rota. Assim, o sistema de
picking mais apropriado para o caso em questão é o picking por lote. Considerando que o atacadista
possui pouco recurso disponível para investimentos, o único equipamento apropriado para aumentar a
eficiência do picking é o flow-rack, que seria capaz de operar tranquilamente com as caixas, de tal
forma a favorecer a separação dos pedidos.
ATIVIDADE FINAL: Com base nas informações a seguir, estabeleça a necessidade total do depósito em
termos de metros quadrados de área, bem como qual o equipamento ou sistema de picking mais
apropriado à operação, considerando que não existem muitos recursos para investimentos, nem estão
disponíveis equipamentos de flow-rack para venda num prazo de um ano e a gestão deve adotar medidas
imediatas. Informações: o depósito deve ter capacidade para comportar 200.000 SKUs, sendo que cada
SKU consiste numa caixa quadrada de 50 cm de lado, que admite empilhamento máximo de 8 caixas, sem
comprometer a integridade da carga. São vários itens distintos embalados nessas caixas.
Resposta Comentada: Em primeiro lugar devemos calcular qual a metragem quadrada requerida pelos SKUs
do depósito. Cada caixa ocupa um total de 0,25 m2 de área (0,5 m x 0,5 m). Como as caixas podem ficar
em pilhas de 8, as 200.000 caixas vão requerer espaço apenas para as caixas da base da pilha, ou seja
200.000 divididos por 8, que é igual a 25.000 pilhas. Essas 25.000 pilhas vão requerer 6.250 m2 de
área (0,25 m2 x 25.000). Como a regra diz que devemos dobrar o valor da área de armazenagem para
atender às necessidades de picking, isso implica que o depósito deva ter 12.500 m2 de área. Como
existem restrições orçamentárias para investimento, a solução tecnológica menos custosa para atender
ao picking em questão (já que não estão disponíveis os flow-racks) é o sistema de separação por
radiofrequência, que possui baixo custo e alta flexibilidade.
RESUMO
Uma das principais etapas da estruturação de um sistema de rede de distribuição é a
estimação dos custos do transporte. Em geral, as tarifas de transporte possuem uma
relação linear com a distância, mas não com o volume. Os custos diferem, considerando-se
o emprego de um operador logístico ou o uso de frota própria. Quando são analisados
sistemas de tarifas de transporte de uma frota terceirizada é necessário introduzir uma
categorização adicional no modo de transporte:
● as empresas que transportam a carga com o uso de caminhões, que recebem a referência
CC (carga do caminhão);
● as empresas que trabalham com carga menor do que a de um caminhão, também denominadas
de pequenas remessas (PR).
Outra questão importante no planejamento da rede é a capacidade real do depósito.
Com relação à localização de novos depósitos, eles devem satisfazer aos seguintes
requisitos: condições geográficas e infraestrutura, disponibilidade de recursos naturais
e mão de obra, a regulamentação local com relação à atividade e aos tributos, e o
interesse público.
O crescente aumento das entregas diretas ao consumidor resultante das vendas por
catálogo, pela internet, por telefone ou por meio do mostruário de lojas, aumentou a
demanda por operações de armazenagem nos depósitos e fez com que as empresas
reestruturassem as suas operações de armazenagem, de tal forma a capacitarem-se para
atender ao aumento do número de pedidos, relativos a uma maior variedade de itens, num
tempo de resposta cada vez menor. Esta foi uma razão pela qual a manutenção de armazéns
de produto acabado, com a mera finalidade de estocar mercadorias, tem sido aos poucos
substituída pelo manejo de Centros de Distribuição (CDs), cujo foco principal está na
atividade de picking, termo que representa a atividade de coleta e separação dos pedidos
de acordo com a necessidade de cada cliente. A complexidade da atividade de picking
implica a destinação de uma área do depósito especificamente para esta finalidade. O grau
de complexidade do picking é resultante dos seguintes aspectos: o tamanho das unidades de
separação, o número de pedidos expedidos por dia, a variedade de itens e o intervalo de
tempo disponível para a separação dos itens de um pedido. Para a realização do picking
existem vários sistemas e equipamentos disponíveis, que devem ser adotados conforme as
características da operação (diversidade de itens, tamanho das unidades de separação e
velocidade de operação) e de acordo com os itens processados (peso, forma e fragilidade).
Um dos elementos determinantes para a adoção desses sistemas pela empresa é o orçamento
disponível para o investimento.
AULA 22: A GESTÃO DO CICLO DE PEDIDOS
O SISTEMA DE PROCESSAMENTO DE PEDIDO
Este capítulo aprofunda o sistema de processamento de pedidos, focando no ciclo do
pedido, nas atividades envolvidas e nas tecnologias utilizadas. As atividades do
processamento de pedidos não são completamente generalizáveis. Características
específicas de certos tipos de pedidos devem ser consideradas, como pedidos para
indústria, varejo ou clientes específicos.
Ciclo do Pedido
O ciclo do pedido é o intervalo de tempo entre o pedido do cliente e a entrega do
produto ou serviço. O tempo de conclusão das atividades depende do tipo de pedido, sendo
distinto entre varejo e indústria.
Atividades do Processamento de Pedidos
- Preparação do Pedido: Inicia com a identificação da necessidade de compra e termina com
a seleção de fornecedores. A internet facilita a busca por fornecedores e informações
sobre produtos. As TIC beneficiam a preparação do pedido, como:
● Códigos de barras em supermercados e lojas.
● Sites com lojas virtuais.
● EDI (Electronic Data Interchange) para pedidos automáticos entre fornecedores
e clientes.
● RFID (Radio Frequency Identification) com tags para automatizar a coleta de
informações.
- Transmissão do Pedido: Ocorre após a decisão de compra e a preparação do pedido.
Transferência dos documentos do pedido para o local de atendimento. Formas de
transmissão:
● Manual: por funcionários ou correio (lento e suscetível a erros).
● Eletrônica: por internet, call centers, palm tops, telefones, EDI, fax,
satélite, etc. (rápida, confiável e precisa).
- Recebimento do Pedido: Compreende tarefas antes do atendimento do pedido:
● Verificação da exatidão das informações (descrição, quantidade, preço).
● Conferência da disponibilidade em estoque.
● Preparação da documentação (carteira ou cancelamento).
● Verificação do crédito do cliente.
● Transcrição das informações do pedido.
● Faturamento.
● A estimativa da data de entrega é calculada na fase de recebimento.
- Atendimento do Pedido: Compreende as atividades físicas para realizar as ações:
● Aquisição dos itens (retirada do estoque, produção ou compra).
● Embalagem dos itens para embarque.
● Programação do embarque de entregas.
● Preparação da documentação para o embarque.
Critérios de prioridade para os embarques:
● Primeiro pedido a ser recebido.
● Menor tempo de processamento.
● Ordem de prioridade do pedido.
● Menor tamanho e complexidade do pedido.
● Menor prazo de entrega prometido.
● Menor tempo restante até a data de entrega prometida.
A escolha da regra depende da justiça para os clientes, da importância dos pedidos
e da velocidade de processamento. O tempo de atendimento do pedido inclui a coleta,
embalagem ou produção, além da consolidação da carga. Parcelamento do embarque em caso de
falta de produto imediato. Retenção do pedido até a reposição do estoque para evitar
entregas parciais.
- Relatório da Situação do Pedido: Última fase do processamento de pedidos. Visa garantir
um nível ideal de serviço ao cliente. Não afeta o tempo global de processamento do
pedido. Compreende:
● Acompanhamento e localização do pedido

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