Prévia do material em texto
Anti-hipertensivos Farmacologia Geral (Universidade Federal de Lavras) Digitalizar para abrir em Studocu A Studocu não é patrocinada ou endossada por nenhuma faculdade ou universidade Anti-hipertensivos Farmacologia Geral (Universidade Federal de Lavras) Digitalizar para abrir em Studocu A Studocu não é patrocinada ou endossada por nenhuma faculdade ou universidade Baixado por Alyane Caroline (alyanemartins28@gmail.com) lOMoARcPSD|32082343 https://www.studocu.com/pt-br?utm_campaign=shared-document&utm_source=studocu-document&utm_medium=social_sharing&utm_content=anti-hipertensivos https://www.studocu.com/pt-br/document/universidade-federal-de-lavras/farmacologia-geral/anti-hipertensivos/12718757?utm_campaign=shared-document&utm_source=studocu-document&utm_medium=social_sharing&utm_content=anti-hipertensivos https://www.studocu.com/pt-br/course/universidade-federal-de-lavras/farmacologia-geral/3603440?utm_campaign=shared-document&utm_source=studocu-document&utm_medium=social_sharing&utm_content=anti-hipertensivos https://www.studocu.com/pt-br?utm_campaign=shared-document&utm_source=studocu-document&utm_medium=social_sharing&utm_content=anti-hipertensivos https://www.studocu.com/pt-br/document/universidade-federal-de-lavras/farmacologia-geral/anti-hipertensivos/12718757?utm_campaign=shared-document&utm_source=studocu-document&utm_medium=social_sharing&utm_content=anti-hipertensivos https://www.studocu.com/pt-br/course/universidade-federal-de-lavras/farmacologia-geral/3603440?utm_campaign=shared-document&utm_source=studocu-document&utm_medium=social_sharing&utm_content=anti-hipertensivos Farmacologia, 8 de março de 2018 AGENTES ANTI- HIPERTENSIVOS Caso Clínico Um homem de 35 anos apresenta pressão arterial de 150/95 mmHg [hipertensão]. Em geral, parece uma pessoa saudável, é sedentário, toma alguns drinques por dia e não fuma. Tem história familiar de hipertensão, com morte do pai por infarto do miocárdio aos 55 anos. No exame físico, só é notável a presença de obesidade moderada. O nível de colesterol total é de 220 mg/dL e o de colesterol das lipoproteínas de alta densidade (HDL), de 40 mg/dL [limite baixo], o nível de glicose em jejum é de 105 mg/dL [pré-diabético]. A radiografia de tórax [procura por aumento do mediastino, indicando aumento da área cardíaca] é normal e o eletrocardiograma revela aumento do ventrículo esquerdo. Como você trataria esse paciente? Observação: tendência a dislipidemia. Existe um comitê nacional que diz exatamente o que vai acontecer com pacientes com hipertensão arterial. Há uma preocupação com isso. Até que ponto tem um jeito de tratar essa hipertensão arterial? O fator de risco cardiovascular nesse homem inclui a história familiar de doença coronariana e alto índice de colesterol (foi visto também que o alto índice de colesterol está presente em paciente com doença coronariana). O alargamento do EKG indica também uma hipertrofia do VE. A forte história familiar sugere que esse paciente tem uma hipertensão essencial. “É possível estabelecer uma causa específica para a hipertensão em apenas 10 a 15% dos pacientes. Considera-se o diagnóstico de hipertensão essencial ou primária em pacientes nos quais não é possível identificar nenhuma causa específica de hipertensão. Os pacientes com etiologia específica são considerados portadores de hipertensão secundária. É importante considerar as causas específicas em cada caso, visto que algumas delas são passíveis de tratamento cirúrgico definitivo: constrição da artéria renal, coarctação da aorta, feocromocitoma, doença de Cushing e aldosteronismo primário. ” “A hereditariedade da hipertensão essencial é estimada em cerca de 30%. Mutações em vários genes foram associadas a diversas causas raras de hipertensão. As variações funcionais dos genes do angiotensinogênio, da enzima conversora de angiotensina (ECA), dos receptores β 2-adrenérgicos e da α -aducina (uma proteína citoesquelética) parecem contribuir para alguns casos de hipertensão essencial. ” A hipertensão essencial era mais classificada antes de se entender melhor sobre algumas etiologias da hipertensão. No Davidson’s Principles and Practice of Medicine, um livro clássico de medicina interna do Reino Unido, é colocada como uma das causas de doenças cardiovasculares, inclusive a hipertensão, a intolerância ao glúten, o que ninguém considerava a alguns anos atrás. Era considerada apenas doença celíaca, quando na verdade leva a diabetes, hipertensão, doença coronária, por exemplo. O glúten afeta a estrutura endotelial devido aos anticorpos produzidos. ~ Às vezes a hipertensão essencial não era tão essencial como a gente achava que era, perfeito? ~ O paciente de passar por uma avaliação de screening, incluindo função renal, de tireóide, pedido de eletrólitos do sangue, um Ecocardiograma (dizendo o tamanho da parede do VE, se há uma alteração valvular, hipertrofia). O controle inicial desse paciente pode ser comportamental, dieta, exercícios aeróbicos, sono adequado (fundamental, pois regula apetite, comportamento sexual, memória, secreção hormonal, dentre várias coisas). No entanto, muitos pacientes requerem medicação. O que fazem os diuréticos tiazídicos? Não fazem muita diurese, mas reduzem a pressão arterial por meio de grande espoliação de sódio. Outros de primeira linha são os inibidores da enzima conversora da angiotensina, bloqueadores do receptor de angiotensina, bloqueadores de canal de cálcio e β-bloqueadores. Um único agente deve ser prescrito e então o paciente será reavaliado após 1 mês. Se um segundo agente por necessário, ou um terceiro, um deles deve ser o Baixado por Alyane Caroline (alyanemartins28@gmail.com) lOMoARcPSD|32082343 https://www.studocu.com/pt-br?utm_campaign=shared-document&utm_source=studocu-document&utm_medium=social_sharing&utm_content=anti-hipertensivos diurético tiazídico. O paciente deve ser periodicamente avaliado. O quadro apresentado em sala mostra as diferentes classificações de hipertensão de acordo com a pressão sistólica e diastólica e aponta que quando se tem uma classificação diferente da sistólica para diastólica, você considera a maior para classificar aquele paciente. ~ Lembrando que nunca é uma única medida. Deve- se olhar para pupila, ver se há dilatação, pois a colocação do aparelho pode dilatar a pupila por lançar na corrente sanguínea alguns milimols de adrenalina...~ Professor fala da classificação abaixo: *Estágio 2 tem que ser tratada e controlada!! Teste Que 5 informações podem ser obtidas do gráfico. Controle – diurese basal. 1. A administração de 2 diuréticos aumentou a taxa de eliminação de sódio na diurese. 2. A hidroclorotiazida produziu aumento na taxa de eliminação de sódio em doses baixas, abaixo de 0,1 mg/kg, enquanto com a furosemida foram necessárias doses na faixa de 2-5 mg/kg até próximo de 10 mg/kg. 3. A hidroclorotiazida atinge o platô (sistema de transporte não pode ser inibido mais) da taxa de eliminação de sódio e depois não aumenta mais, não passando de 6-7 mEq/kg, enquanto a furosemida requer doses mais altas, mas tem um aumento exponencial, com taxa de eliminação que é o dobro da hidroclorotiazida. *(Não consegui escutar muito dessa parte.) O que a furosemida faz no paciente além do efeito diurético? Aumento o fluxo no vasa reta, fazendo perder muita água. Mas faz o que principalmente? Se você tirar o rim do paciente e injetar furosemida na veia, o que acontece? A pressão cai. O que aquela menina do Brasileirinho, aquela saltadeira de quadra (Daiane dos Santos) usou para melhorar a performance dela e foi banida e suspensa, perdeu a pontuação? Acharam no sangue dela furosemida. A furosemida diminui a hipertensão pulmonar, aumenta a captação de oxigênio (abre a via respiratória e abre o fluxo sanguíneo pulmonar),aumenta o fluxo sanguíneo no músculo esquelético, então ela sai do chão, ela voa. Entenderam agora? Aumenta a força muscular dela, mesmo que perca sódio um pouco, ela compensa isso. Principalmente pelo poder dilatador de músculo liso que ela tem via prostaciclina e óxido nítrico. Perfeito? Então a furosemida ela não é só um diurético, ela é uma substância com vários potenciais. *A leve descida na curva da hidroclorotiazida após o platô é consequente da computação do gráfico, não houve queda, mantem o nível alto. Com 100 mg/Kg você não tem mais sódio para trocar, os carreadores estão saturados. Em uma curva dose x resposta, após a subida há saturação e não consegue mais atingir aquela resposta. Fica alto, mas não é tão alto quanto aquela primeira alta que veio. Você tem que considerar a quantidade de sódio que você tá consumindo, os carreadores que foram inibidos, a intensidade da resposta. Se os carreadores estão todos inibidos, como é que pode aumentar mais o sódio? Então para de aumentar tanto, a diferença vai dando uma diminuída. (Depois de muito caos, é isso). Outro ponto gerado pelo aumento do tiazídico é que não melhora a resposta, mas você vai ter efeitos colaterais, como hiponatremia, aumento de ácido Dose (mg/kg) Q ua nt id a d e d e só d io e xc re ta d o na u ri na Baixado por Alyane Caroline (alyanemartins28@gmail.com) lOMoARcPSD|32082343 úrico, aumento de cálcio, em homens, diminuição da libido, da ereção. A eficácia da furosemida é muito maior que da hidroclorotiazida. Quais os efeitos colaterais da furosemida numa taxa alta? Hipopotassemia, hiponatremia, ototoxicidade... Para entender a hipertensão arterial, tem que estudar a substância. Quando for necessário intervir, tem que pensar no benefício que isso vai trazer você tratando a hipertensão arterial do paciente com o fármaco. Todo fármaco vai trazer algum problema. Aqui tem uma coisa muito interessante, quando você pensa em pressão arterial você tem que pensar nisso: PA = DC x RVP. O que faz a Resistência Vascular Periférica? Você pode pensar, positivamente, α1, α2, angiotensina II, endotelina. O que vai relaxar? Óxido nítrico, receptor β2. O Débito Cardíaco depende do volume sistólico e da frequência cardíaca. O que você pode usar pra diminuir o DC? Bloqueio β1. Então se você usar uma substância que bloqueia β e bloqueia um pouco α, você consegue controlar razoavelmente a pressão arterial. Mas todo mundo sabe que a RVP depende da quantidade de canal de cálcio presente. Então você pode pensar em interferir nesses canais. Posso interferir na FC com bloqueador do canal de cálcio. Posso interferir na fração de ejeção com o bloqueador do canal de cálcio. O gráfico abaixo é do Guyton (insira aqui sotaque francês), que é um livro de fisiologia SÉRIO. Temos a pressão arterial em mm Hg, oscilando de 80 a 120. Essa curva de pressão é na aorta, o sangue é ejetado na aorta, sobre a pressão, atinge um pico, de repente o sangue tende a voltar. Quem faz isso? A diástole. Por que sangue não volta para o ventrículo? A pressão não cai rapidamente? Pois a válvula aórtica fecha (incisura observada no gráfico). A tendência da pressão diastólica é ficar em um nível sempre abaixo de 100 mm Hg. A pressão sistólica sobe, ela acompanha as mudanças. O que sobre essa pressão diastólica? Ingesta maciça de sódio. Gráfico pressão x Idade O que chama atenção nesse gráfico? Paulo Melo tem 60 anos, o que você espera que seja a pressão dele? 120, 130 por 80, 90. Ela é 120/80 mm Hg, às vezes aumenta quando fica chateado com a gente (a gente também, mas a gnt tem arma branca, vlw Tailani). Existe algo muito importante que regula essa sensibilidade, a maneira como essa frequência é feita, a fração de ejeção, o volume que é bombeado e o tônus vascular. Isso tudo é controlado e regulado em reflexo ao tônus vascular periférico através do sistema simpático. Então, a primeira ideia que veio foi: se impedir a atividade simpática eu regulo a pressão arterial. Grande besteira. Substâncias como Reserpina que desnervam, multilam, tiram toda a atividade simpática, não era capaz de regular a pressão arterial, continuava hipertenso. Professor cita caso em que a pressão do paciente foi controlada, mas a qualidade de vida ficou muito ruim. É importante uma alimentação leve, sem sódio, caminhar (não é pra correr, nem todo mundo aguenta o impacto). Baixado por Alyane Caroline (alyanemartins28@gmail.com) lOMoARcPSD|32082343 https://www.studocu.com/pt-br?utm_campaign=shared-document&utm_source=studocu-document&utm_medium=social_sharing&utm_content=anti-hipertensivos Hipertensão arterial Diminuir a resistência vascular é fundamental, mas mexer no vaso e capacitância também. Pode ser feita isso aqui: você melhorar a perda de sódio, interromper esse sistema renina-angiotensina- aldosterona, mexer na inervação adrenérgica (p.e., a reserpina), não sobra nada aqui, os receptores ficam todos vazios. A própria secreção de renina depende dessa inervação, a resposta simpática faz secretar renina. O drive simpático é importante, ele permite a vocês ter mudança de humor, alegria, tristeza, reação de dor, náusea, vômito. Quando você abole o sistema adrenérgico você tira a emoção das pessoas. ~ Relatos de dor e sofrimento sobre aula prática em cachorros~ Após o uso de Reserpina, ao injetar adrenalina o cão tinha um pico hipertensivo. Por que isso ocorria ao injetar uma catecolamina? Você aumenta a expressão de receptores. Como intervir? Fármacos usados na hipertensão (lista do Katzung com nomes citados pelo professor): Diuréticos: tiazídicos, diuréticos de alça, espironolactona, eplerenona; Simpaticoplégicos de ação central: clonidina, metildopa; Bloqueadores dos terminais nervosos simpáticos/ Inibidores de catecolaminas: reserpina, guanetidina, moxonidina; α-bloqueadores: prazosina, terazosina, doxazosina; β-bloqueadores: metoprolol, carvedilol, nebivolol, propranolol, atenolol; Vasodilatadores: verapamil, diltiazem, nifedipino, anlodipino, di-hidropiridinas, hidralazina, minoxidil; Agentes paraenterais: nitroprusseto, fenoldopam, diazócido, labetalol; Inibidores da enzima conversora de angiotensina (ECA): captopril; Bloqueadores dos receptores de Angiotensina II: losartana; Inibidores da renina: alisquireno. A fenilalanina é um ácido aromático ingerido na dieta, ele atravessa a barreira hematocefálica e tem um carreador especial, fenilalaniltransferase (as crianças que nascem com deficiência da enzima dão teste do pezinho positivo). Se a fenilalanina sobre uma hidroxilação pela fenilalanina hidroxilase, transformando em outro aminoácido, a tirosina. Com mais outra hidroxila você cria o grupamento catecol, formando o dihidroxifenilalanina, ou DOPA. Dentro da vesícula na região do controle da pressão arterial, a DOPA sofre uma descarboxilação e esse hidrogênio muda de lugar, a DOPA deixa de ser um aminoácido e passa ser uma catecolamina, chamada DOPAmina. Dentro da vesícula essa catecolamina sofre a ação de uma enzima chamada dopamina beta-hidroxilase, passa a forma noradrenalina, que atua em α1, α2, β1, β2, dopamina a1, dopamina a2, N... (?) atua em vários lugares, dependendo da concentração. A síntese desses aminoácidos é essencial a vida! Existe uma parte do seu corpo que produz uma enzima chamada feniletanolamina N-metiltransferase, presente nas células cromafins adrenais. O córtex da adrenal tem todo um sistema porta especial, que drena todo o cortisol e faz formar a feniletanolamina Baixado por Alyane Caroline (alyanemartins28@gmail.com) lOMoARcPSD|32082343 N-metiltransferase. Então, o cortisol faz com que mantenha esse drive de catecolaminas. No bulbo, existe um núcleo chamado núcleo do trato solitáriocom regiões sensíveis a essas substâncias. O que tem de tão importante aqui que é um receptor α2? Quando você dá a metildopa (que é a L-dopa com um metil no carbono α, formando α-metildopa). Qual a importância da metildopa como anti-hipertensivo? É o recomendado para mulheres gestantes. A hidralazina, que é um vasodilatador inespecífico e a metildopa são fundamentais para mulheres hipertensas. Ninguém dá importância a isso até que você fique grávida e esteja hipertensa. Discussão do Artigo do New England Journal of Medicine Trata-se de um artigo do Jornal, de abril de 1993, que fala sobre a monoterapia para hipertensão em homens, com a comparação de 6 agentes anti- hipertensivos e um placebo (desprovida de atividade farmacológica, sem relação dose x efeito). Características como a idade e a raça são determinantes da reposta da pressão sanguínea ao específico agente anti-hipertensivo, mas esta questão clinicamente importante não foi examinada em estudos suficientemente grandes, envolvendo todos os tratamentos padrão, para determinar o efeito de tais fatores. Métodos: Em um estudo duplo-cego randomizado em 15 clínicas, nós atribuímos 1292 homens com pressão arterial diastólica de 95 a 109 mm Hg, após um período de uso de placebo, para receber placebo (PLAC) ou um dos seis medicamentos: HCTZ - Hidroclorotiazida (12,5 a 50 mg por dia) – Diurético [reduz sódio]; ATEN - Atenolol (25 a 100 mg por dia) – β- bloqueador [diminui FC e força cardíaca]; CAPT - Captopril (25 a 100 mg por dia) – Inibidor da ECA [reduz o sistema renina-angiotensina, que mantem o drive simpático, o sódio e o tônus vascular, além disso sem a angiotensina a placenta não funciona]; CLON - Clonidina (0,2 a 0,6 mg por dia) – Simpaticoplégicos de ação central [atua no centro vasomotor, no núcleo solitário]; DILT - uma preparação de liberação prolongada de Diltiazem (120 a 360 mg por dia) – Bloqueador de canal de Ca2+ [atua no vaso e no coração]; PRAZ - Prazosina (4 a 20 mg por dia) – Bloqueador de receptor de α1 [mexe na resistência vascular] *Segundo o professor serão cobradas cada uma dessas substâncias, rs. As doses de fármacos foram tituladas para uma meta de menos de 90 mmHg para a pressão diastólica máxima, e os pacientes continuaram a receber terapia por pelo menos um ano. Resultados: A idade média dos pacientes randomizados foi de 59±10 anos e 48% eram negros. A pressão arterial média na linha de base foi de 152±14/99±3 mm Hg. [±Erro padrão] A terapia com Diltiazem teve a maior taxa de sucesso: 59% dos pacientes tratados atingiram a meta de pressão arterial no final da fase de titulação [ajuste] e tiveram uma pressão arterial diastólica de menos de 95 mmHg em um ano. Atenolol foi bem sucedido por esta definição em 51% dos pacientes, Clonidina em 50%, Hidroclorotiazida em 46%, Captopril em 42% e Prazosina em 42%. Todos esses agentes foram superiores ao placebo (taxa de sucesso de 25%) [olha que doidera]. Diltiazem ficou em primeiro lugar em desempenho para negros mais jovens (<60 anos) e negros mais velhos (≥ 60 anos), entre os quais a taxa de sucesso foi de 64%, Captopril para brancos mais jovens (taxa de sucesso, 55%) e Atenolol para brancos mais velhos (68%). A intolerância medicamentosa foi mais frequente com Clonidina (14%) e Prazosina (12%) do que com os demais medicamentos. A Clonidina, além de ser um anti-hipertensivo ruim, em algumas pessoas induz o comportamento de suicídio, isso é uma praga, não sei como ainda prescrevem isso. No entanto (não é pra queimar a Clonidina, tá?), ela é usada injeta líquor para dar analgesia em pacientes com depressão com dor neuropática, não como anti-hipertensivo, mas Baixado por Alyane Caroline (alyanemartins28@gmail.com) lOMoARcPSD|32082343 https://www.studocu.com/pt-br?utm_campaign=shared-document&utm_source=studocu-document&utm_medium=social_sharing&utm_content=anti-hipertensivos numa quantidade mínima que dará esse efeito opioide, atuando no receptor α2 ativando todo o sistema de opióides endógenos. O opióde apaga memória, tira a tristeza, mexe no centro do prazer, que é o núcleo Accumbens. Em dose muito alta tem o efeito oposto, por isso como anti- hipertensivo é perigoso. Sempre que tiver Clonidina no estudo, olhem com cuidado. A Prazosina também mexe no sistema adrenérgico. Conclusão: Entre os homens, a raça e a idade têm um efeito importante na resposta à terapia com uma única droga para a hipertensão. Além do custo e da qualidade de vida, esses fatores devem ser considerados na escolha inicial de um medicamento. Em 1988, havia um comitê (Comitê Nacional Conjunto de Detecção, Avaliação e Tratamento da Hipertensão Arterial) tentando estabelecer uma substância que fosse única. A característica da amostra que foi estudada é que o grupo é composto por veteranos de guerra do Department of Veterans Affairs, que são fichados, controlados ano a ano no hospital de veteranos militares. Tem toda a identificação do paciente. Na metodologia diz que no desenho do estudo e seleção dos pacientes esses veteranos foram escolhidos, estando distribuindo por todo o país. A entrevista para obter informações sobre efeitos colaterais foi conduzida a cada visita, além de perguntas sobre como o paciente se sentia, dormia, alimentação, vários critérios foram colocados. A pressão arterial de parâmetro foi calculada como a média das leituras obtidas nas duas últimas visitas clínicas no período anterior à randomização. A adesão do paciente foi determinada com base no atendimento clínico do paciente e na contagem de comprimidos. Os pacientes foram randomizados se sua pressão arterial diastólica média em duas visitas consecutivas foi entre 95 e 109 mm Hg e se os valores não diferiram em mais de 6 mm Hg entre as visitas. Professor fala da importância do duplo-cego nesses tipos de pesquisa, na qual nem o paciente nem o avaliador sabem o fármaco que está sendo dado. Cita caso em que participou de uma pesquisa sobre benzodiazepínicos e a amnésias, isso antes do escândalo do uso de “boa noite Cinderela”, já sabendo que isso poderia ocorrer. A tabela 1 trata das características dos pacientes randomizado, quanto ao número de pacientes, idade, pressão sistólica, diastólica, frequência cardíaca, massa corporal, tabagismo e consumo de etanol. Percebe-se que os valores são em geral bem parecidos (FC, massa corporal...), são pessoas normais, com atividades normais. Professor passa por essa tabela, sem mais explicações. Baixado por Alyane Caroline (alyanemartins28@gmail.com) lOMoARcPSD|32082343 Sobre essa tabela, o Atenolol é a substância que atua direto no débito cardíaco que deveria interferir mais na pressão sistólica. No entanto, não foi o observado. A pressão sistólica está ligada à que? Uma descarga simpática, liberação de adrenalina, aumenta muito a força de ejeção do ventrículo, aumenta a fração de ejeção, faz cair a resistência vascular periférica via β-2 com receptor da adrenalina. No gráfico, mostra que a Clonidina interfere no drive simpático reduzindo de maneira significativa a pressão sistólica. Daí o grande sucesso das substâncias antiadrenérgicas, apesar de ser a Clonidina, essa desgraça. A Hidroclorotiazida diminui a pressão sistólica pela perda de sódio, consequentemente diminuição de volume e também aumento da resposta ao hormônio adrenérgico (ninguém consegue explicar isso direito). Em todos os grupos houveram respostas (pela legenda, uma resposta foi definida como uma pressão diastólica menor que 90 mm Hg ao final do período de tilulação e menos de 95 mm Hg ao final de 1 ano de tratamento), inclusive no uso de placebo. 41% dos 1292 dos pacientes inicialmente randomizados completaram o estudo. Baixado porAlyane Caroline (alyanemartins28@gmail.com) lOMoARcPSD|32082343 https://www.studocu.com/pt-br?utm_campaign=shared-document&utm_source=studocu-document&utm_medium=social_sharing&utm_content=anti-hipertensivos “O perfil de resposta para cada dose de medicação durante a fase de titulação mostrou que uma alta proporção de pacientes com resposta atingiu a meta para essa fase na menor dosagem.” Quanto aos efeitos colaterais, chamam atenção: Nos pacientes tratados com Hidroclorotiazida, as comparações por pares demonstraram que o aumento do colesterol sérico de 3,3 mg por decilitro (0,086 mmol por litro) foi significativamente diferente do decréscimo de 9,3 mg por decilitro (0,24 mmol por litro) no grupo prazosina, mas não foi diferente das alterações no grupo placebo ou nos outros grupos, e não persistiu em um ano [se você observar, a Hidroclorotiazida foi ótimo, mas gerou efeito colateral de aumento do colesterol, mais que outros] A glicemia de jejum aumentou significativamente em 6,7 mg por decilitro (0,37 mmol por litro) no grupo hidroclorotiazida em comparação com os grupos placebo, captopril e atenolol, e permaneceu elevada em dois anos [além do aumento do colesterol, também apresentou aumento na glicemia]. Esse aumento da glicemia em jejum é acarretado pela ativação de canais de K+ em células β pancreáticas, levando a uma hiperpolarização, diminuindo a secreção de insulina. Isso mostra que é importante que a dose seja ajustada, evitando os efeitos colaterais. Nesses gráficos, chama atenção que em homens negros mais velhos o Captopril teve uma resposta inferior ao placebo. Essa informação é importante, principalmente considerando o nosso país. Além disso, o Captopril estava no auge quando essa pesquisa foi levantada, isso arrebentou com o Captopril. Já em jovens brancos, o Captopril apresentou o melhor resultado. É extremamente difícil fazer esse tipo de análise [no Brasil] porque esse trabalho é muito grande, nos EUA você consegue dividir os indivíduos afrodescendentes e causasianos, indo na genealogia de 3 ou 4 gerações. Aqui no Brasil é muito dificil isso, saber o que predomina. Por isso na prática é mais difícil fazer essa separação. Um teste deve ser feito com o paciente. Qual a lição desse trabalho para a gente? Medicamento deve ser ajustado ao paciente, não existe a pílula mágica para todo mundo. A prescrição do fármaco é individualizada. No Goodman & Gilman, o último pedaço da terapia anti-hipertensiva é voltado para melhora da qualidade de vida das pessoas, atividades que causam prazer. Além de sexo, idade e raça, a hipertensão envole padrão de vida, nível socioeconômico, tudo isso deve ser considerado. Esse artigo mostra também a importância da adesão ao tratamento, uma vez que os pacientes eram acompanhados periodicamente. Isso aqui ficou solto mesmo: o Alisquireno é um antagonista da Renina, produzida no rim pelo aparelho justaglomerular, atua convertendo angiotensinogênio em angiotensina. Por que o critério do estudo foi utilizando a pressão diastólica e não a sistólica? O objetivo da urinoterapia anti-hipertensiva no mundo inteiro é abaixar a pressão diastólica. Toda vez que você aumenta a pós-carga, o coração hipertrofia, todos tem EKG com hipertrofia do VE. A pressão sistólica aumenta em resposta a diastólica. Se você abaixar a diastólica, progessivamente o VE vai adaptando. Eventualmente tem pessoas que desde jovem tem hipertensão sistólica, já tem hipertrofia de VE, isso é uma patologia própria que é menos frequente. β-bloqueadores A hipertensão arterial é uma mina de ouro para a indústria farmacêutica. Apareceram vários até o Baixado por Alyane Caroline (alyanemartins28@gmail.com) lOMoARcPSD|32082343 Carvedilol, ficou mais ou menos 20 anos sem aparecer um bloqueador β de novo. O Carvedilol bloqueia α e β, mas por que ele é tão importante? Na imagem acima todo controlam a hipertensão sistêmica, esses marcados em especial são seletivos, bloqueiam mais β1, alguns podem ser por via intravenosa, de efeito rápido, na emergência hipertensiva. 4 mecanismos anti-hipertensivos dos β-bloqueadores: Diminuição da fração de ejeção, pressão sistólica Diminuição da frequência cardíaca Diminui a secreção de Renina Diminui o drive simpático (qual o melhor ansiolítico sem ser o benzodiazepínico? Propanolol) Nosso maior pavor é a hipertensão arterial durante a cirurgia. O cirurgião às vezes está manipulando uma estrutura do intestino e faz um clamp, o drive simpático aumenta, isso é uma resposta isquêmica. Isso deve ser controlado com a anestesia e controlar a PA. Por que é importante bloquear o receptor β? Ele controla a velocidade do encurtamento e relaxamento, no inotropismo cardíaco. Esse acoplamento nas proteínas contráteis, Ca2+ liberando e sendo recaptado, é controlado por um receptor β via adenilil ciclase com a proteína G. A fosforilação que o AMPc causa aqui, levando a essa resposta metabólica é fundamental, vai controlar e diminuir o Ca2+. Aqui entra o Diltiazem, protegendo o coração e o vaso. Bloqueio β adrenérgico mexe com tudo isso, diminui a frequência cardíaca, volume sistólico e o débito cardíaco no final, diminui a Renina. Isso responde a pergunta da importância. Baixado por Alyane Caroline (alyanemartins28@gmail.com) lOMoARcPSD|32082343 https://www.studocu.com/pt-br?utm_campaign=shared-document&utm_source=studocu-document&utm_medium=social_sharing&utm_content=anti-hipertensivos Deve ser seletivo ou senão terá mais efeitos pulmonares e periféricos. Um paciente com hipertensão arterial e extrassístole, e tem doença coronária. Foi passado um beta- bloqueador para ele que regulou a pressão arterial e retirou o desconforto cardíaco e as extrassístoles. Ele não tem asma, qual o bloqueador beta que poderia ser usado, ainda mais que ele é motorista da 1001 e dirige às vezes 8 horas por dia? O Propanolol é potente, 80 mg é a dose de referência. Ele só tem bloqueio (não tem atividade agonista, atividade simpática intrínseca, etc). Tem meia-vida de 2-6 horas, a atuação no plasma é muito rápida. É lipossolúvel, rapidamente passa a barreira hematocefálica e se ele é uma substância ansiolítica tem grande chance de ser uma substância que dá sonolência. Não pode ser dada a esse motorista. Uma pessoa com muita bradicardia você procura aquele que tenha atividade intrínseca, que ele mesmo possa aumentar a frequência. Sobre a função hepática é muito importante, principalmente agora que se usa beta-bloqueador para tratar hipertensão porta. O professor apresentou uma imagem do Review of Pharmacology mostrando a variabilidade da membrana celular, nos domínios celulares. Algumas pessoas apresentam um polimorfismo, que a resposta é muito individual aos beta-bloqueadores. No indivíduo basal, a resposta beta1 acoplado a Adenilil ciclase gera essa resposta do AMPc. Quando tem um agonista ele aumenta 3x. O indivíduo tomando Carvedilol bloqueia completamente isso. Já o indivíduo que tem uma variante genética, a atividade basal dele é diferente. Com o agonista, a resposta é baixa. A hipertensão arterial dele não vem da atividade basal do receptor dele, não está sendo contribuída pela atividade beta, esse anti-hipertensivo não é o adequado, e isso pode ser difícil de descobrir. O bloqueador interfere na resposta beta-1, na resposta periférica, no metabolismo lipídico, mexe na resposta pré-sináptica, modulando essa fase de liberação da resposta pré-sinaptica também. Professor passa vários slides dizendo que já vimos isso, inclusive a resposta coronária. Dizem que o Brasil deu de bandeja o Captopril para o mundo, o cara descobriu a ação do veneno da Jararaca e a indústria farmacêutica roubou. Não foi nada disso, o cara que descobriu o peptídeo potencializadorde bradicinina (PPB), Sérgio Ferreira, era um amigo pessoal do PM, ele queria trazer ele em Macaé, mas ele morreu em 2016 (triste história). Ele saiu do Brasil em 1965, ele era muito ativista, logo quando o Governo Militar assumiu. Levou o PPB e 3 trabalhos para o John R. Vane, que ganhou um Nobel por isso. Não deu o Captopril por que o Sérgio Ferreira é o colaborador dele e ele liberou para a indústria fazer. Milhões de dólares foram investidos e conseguiram reduzir a molécula. A história do Captopril foi uma Odisséia (teve muito mais história, tentei reduzir, viu). Inibidores da ECA e Bloqueadores do receptor da Angiotensina II Eles aumentam a Bradicinina, que faz recuperação do tecido, é importante manter ela alta. O uso do inibidor da ECA é importante pra reduz a angiotensina, mas alguns pacientes não toleram o aumento de Bradicinina, gerando tosse, dispneia, alergia com resposta cutânea. Baixado por Alyane Caroline (alyanemartins28@gmail.com) lOMoARcPSD|32082343 Usar antagonista do receptor de angiotensina protege da ação da aldosterona, porém sem aumentar a Bradicinina. Eles não estavam naquele estudo, por isso está sendo chamado atenção agora. A idéia é preservar a respota, não deixar que ocorra destruição do miócito cardíaco. Muitos desses remédios são pró-fármacos, sendo transformados em sustância ativa. O mais comum dele é Inalapril, que usamos mais. Eles podem causar tosse, hiperpotassemia, em algumas pessoas pode causar hipotensão (na maioria não dá). A angiotensina regula também a sede. Todo mundo pensa que o sistema renina-angiotensina é só periférico, atuando no sangue. Não, tem uma função fundamental de regular nosso comportamento e a resposta hipertensiva. O que acontece no cérebro de um indivíduo que tem hipertensão arterial essencial? Nós não sabemos, por isso eles tem efeitos importantes. Se você bloquear muito a angiotensina, você pode destruir o rim. Pontos importantes no tratamento da Hipertensão Arterial o Mexer com o tônus vascular o Mexer com a função cardíaca o Mexer com o sistema renina-angiotensina (não deixar de pensar que isso mexe com o cérebro também) Substâncias que podem ser usadas na emergência hipertensiva Na semana seguinte seria feito um painel apresentando isso. É preciso pensar no SNC. Na emergência hipertensiva, quando tem trauma cerebral, edema cerebral, o cérebro está preso em uma caixa, qualquer coisa que aumente essa pressão dentro da caixa, as carótidas tem que vencer uma pressão, com aumento da resistência, para perfundir melhor o cérebro. A pressão sobe para “salvar” o cérebro até o processo inflamatório diminuir. Eclâmpsia Aumento da pressão arterial na mulher grávida, com albuminúria e edema. É usado sulfato de magnésio, hidrolasina e metildopa para manter a pressão sistólica menor que 90 mm Hg. Baixado por Alyane Caroline (alyanemartins28@gmail.com) lOMoARcPSD|32082343 https://www.studocu.com/pt-br?utm_campaign=shared-document&utm_source=studocu-document&utm_medium=social_sharing&utm_content=anti-hipertensivos