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Imunização do Prematuro Extremo

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Imunização do Prematuro Extremo
Fernanda Pinheiro Ransolin
Imbituba S/C
28/01/2023.
Com o avanço de tecnologias para prematuros com baixo peso e idade gestacional, temos necessidades de entender como funciona o sistema imunológico dessas crianças, há necessidade de mais estudos sobre a provocação antigênica para esclarecimento da capacidade da resposta imunológica. Com as vacinas são adiadas para crianças com peso mínimo de 2 kg ou idade gestacional de 35 semanas.
Devido às limitações naturais do sistema imunológico do prematuro, existe o desafio de encontrar um esquema de vacinação ideal, devido á resposta celular quanto á resposta humoral que precisam ser esclarecidos, principalmente à eficácia e à reatogenicidade das vacinas. São esperado que em prematuros a resposta vacinal não sejam igual à criança nascida a termo, tanto pelo peso, internações médicas no período neonatal, o uso de corticosteroides por longo tempo, a administração de derivados do sangue e imunoglobulinas, que passam das datas para o inicio do esquema vacinal.
As doses para os RN prematuros e de baixo peso deve ser as mesmas para o RN a termo, não devem ser fracionadas, deve-se ter o cuidado com as agulhas a ser utilizadas na aplicação das vacinas para minimizar o dano muscular.
A imunização passiva é a administração de anticorpos a um receptor, onde o objetivo é fornecer proteção imediata contra agentes microbianos, uma substância tóxica ou célula. E indicado ao paciente não imunizado, quando exposto a doença infecciosa, e a imunização ativa esta contra indicada, por exemplo, varicela, ou não tenha sido feita antes da exposição como exemplo à raiva e tétano, ou ainda a imunização ativa não foi disponível, exemplo o vírus respiratório sincicial-VRS. Nem sempre é efetiva, tendo duração de 1 a 6 semanas. 
Imunoglobulinas recomendadas no primeiro ano de vida:
Imunoglobolina humana anti-hepatite B (IGHAHB), recomendado para RNs de mães portadoras do vírus da hepatite, por via intramuscular 0,5ml. Aplicar preferencialmente nas primeiras 12 a 24 horas de vida até no máximo, o sétimo dia de vida.
Imunoglobulina humana antivaricela zoster (IGHAVZ), recomendado para prematuros nascidos entre 28 a 36 semanas exposto ao vírus da varicela, quando a mãe tiver história negativa para varicela. Prematuros nascidos com menos de 28 semanas ou menores de 1 kg e exposto à varicela, independente da história materna de varicela. A dose é de 125 UI por via intramuscular e deve ser aplicada em até 96 horas após o contato.
Imunoglobulina humana antitetânica (IGHAT) é recomendada para RNS prematuros com lesões potencialmente metanogênicas, independentemente da história vacinal da mãe. A dose de 250 UI, por via intramuscular.
Anticorpo monoclonal (palivizumabe) indicada até 28 semanas, idade gestacional, no primeiro ano de vida. Até 32 semanas, idade gestacional, nos primeiros seis meses de vida e bebês com doença pulmonar crônica da prematuridade e/ou cardiopatia congênita, até o segundo ano de vida, desde que estejam em tratamento destas condições nos últimos seis meses. Utiliza-se inclusive em RNs hospitalizados. O esquema são doses mensais consecutivas de 15 mg/kg de peso, via intramuscular, até no máximo cinco aplicações.
A imunoglobulina intravenosa não é recomendada como procedimento de rotina no prematuro extremo, mas pode ser utilizados em casos escolhidos, como terapia adjunta, particularmente naqueles prematuros com neutropenia.
As vacinas indicadas ao RN pré-termo são:
BCG, em dose única, o mais precocemente possível, se o mesmo já esteja com peso maior ou igual a 2 kg. Observar o histórico familiar, suspeita de imunodeficiência ou RNS cuja mãe fizeram uso de biológicos durante a gestação, a vacinação poderá ser postergada ou contraindicada.
Hepatite B, primeira dose nas primeiras 12 horas, com esquema vacinal de 4 doses, 0, 2, 4 e 6 meses em RNs nascidos com peso inferior a 2kg ou idade gestacional menor que 33 semanas, aplicar preferencialmente a hexavalente acelular, inclusive em RNs hospitalizados. Lembrando que o atual esquema de vacinação contra hepatite B já inclui quatro doses para todas as crianças (uma HB monovalente mais três penta), não sendo necessário o acréscimo de mais dose. RNs de mais com HBSAg+ devem receber ao nascer a vacina e a imunoglobulina especifica contra hepatite B (IGHAHB).
Crianças nascidas com menos de 1 kg podem apresentar mais episódios de apneia quando vacinadas com a vacina absorvida da difteria, tétano e pertussis (DTP), mas isso acontece com menor frequência com a administração de vacina absorvida difteria, tétano e pertussis acelular (DTPa). 
O uso simultâneo de múltiplas doses injetáveis também pode associar à apneia, sendo assim deve-se dar preferencia à administração de menor numero de injeções em cada visita. Em crianças nascidas com menos de 1 kg ou menos de 31semanas de gestação (prematuros extremos), a primeira dose de DTPa pode ser feita a partir de dois meses, as vacinas acelulares reduzem o risco de eventos adversos.
Considerar o uso de analgésico-antitérmicos profiláticos em prematuros extremos para reduzir riscos de eventos adversos, principalmente cardiorrespiratórios e convulsões.
REFERÊNCIAS
Calendários de vacinação SBim pacientes especiais – 2022-2023. Disponível em: <https://sbim.org.br/images/calendarios/calend-sbim-pacientes-especiais.pdf>.Acesso em: 27 de janeiro de 2023.
Manual dos Centros de Referência para Imunobiológicos Especiais. Disponível em: <https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/manual_centros_imunobiologicos_especiais_5ed.pdf>.Acesso em: 27 de janeiro de 2023
Imunização ativa e passiva no prematuro extremo. Disponível em: <https://www.scielo.br/j/jped/a/HcdfqvtkhvHFWcMgPnS687n/?lang=pt>.Acesso em: 25 de janeiro de 2023.

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