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Fatos Jurídicos e Provas


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1- Sim, é fato jurídico. Do tipo sentido amplo, ocasionado pela ação humana. Pois embora tenha havido um processo que extinguiu o fato jurídico, ele o foi por algum período de tempo (nem que seja o do julgamento do mérito da questão). Explico-me, quase um paradoxo, pois conforme a decisão do magistrado, (fls 04/05), houve um processo para anular um fato jurídico, embora após a decisão, as pessoas retornem ao seu status quo, como se nada daquilo tivesse existido, visto que foi extinto o processo de execução.
Pois conforme Cristiano Chaves e Nelson Rosenvald: 
...o fato jurídico é aquele acontecimento capaz de produzir efeitos (isto é, capaz de criar, modificar, substituir ou extinguir situações jurídicas concretas) trazendo consigo uma potencialidade de produção de efeitos, mas não necessariamente fazendo com que decorram tais consequências.
	E, embora seja fato jurídico, não é ato jurídico, pois, conforme os citados doutrinadores as ações humanas ilícitas são os atos ilícitos (art. 186 e 187, CC), que segundo essa classificação não são considerados tipos de atos jurídicos, posição não unânime na doutrina.
2- No meu entender, enquadram-se os 2 primeiros casos, pois inclusive na decisão emitida pela magistrada, há menção a uma gravação na qual o advogado coage diretamente, seu então cliente. Fato que amolda-se ao art 151 do CC/02, dirigindo-se aos bens do Sr Airton, fato que é mencionado novamente no Acórdão (fls 08/14), como segue:
...” o áudio que veio à colação e que fundamenta basicamente toda a sentença não mereceu qualquer enfrentamento pelo exequente, possivelmente porque não há justificativa para a postura que ali assume e revela, constrangendo e ameaçando o embargante, sem qualquer pejo”.
	No caso da lesão, vemos novamente o caso amoldar-se ao art 157 do CC/02, pois que por inexperiência o Sr Airton é cobrado por ter assinado documento no qual obrigava-se a prestação desproporcional. 
	Por último, o art 156 no Código Civil, nos traz que “Art. 156. Configura-se o estado de perigo quando alguém, premido da necessidade de salvar-se, ou a pessoa de sua família, de grave dano conhecido pela outra parte, assume obrigação excessivamente onerosa”. E nesse caso, não houve um caso como o tipificado no citado instituto.
3- É prescricional pois conforme as características seguintes podemos diferenciá-los:
	Prescrição
	Decadência
	- a prescrição é um instituto de interesse privado;
- é renunciável, tácita ou expressamente;
- os prazos prescricionais não podem ser modificados pela vontade das partes;
- pode ser alegada em qualquer grau de jurisdição, pela parte a quem aproveita;
- admissibilidade de suspensão e interrupção do prazo prescricional;
- pode ser conhecida pelo juiz de ofício.
	- é de interesse público;
- não admite renúncia;
- pode ser conhecida a qualquer tempo ou grau de jurisdição;
- os prazos decadenciais não admitem suspensão e interrupção;
- o juiz deve conhecer de oficio.
4- No meu entender, de parte a parte, foram utilizados todos os elementos probatórios descritos pelo artigo 212 do código civil, pois vemos nos 3 documentos anexados à notícia (sentença, acórdão e decisão) que há menções a cada um dos elencados: I confissão; II documento; III testemunha; IV presunção (inclusive tendo a magistrada citado que o “modus operandi” do advogado em questão, com outros condôminos era o mesmo, valorando inclusive isso como conduta que ...“não observava a ética recomendável em suas relações profissionais, compelindo as pessoas na direção de seus desígnios”... (fls 08/14 do acórdão); e V perícia.

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