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1 CPA 20 Prof. Brito CEL - 62 99632 9118 2 SUMÁRIO Pag 1 Economia, Finanças e Estatísca 3 2 Renda Variável, Renda Fixa, Derivativos, Oferta Pública 19 3 Gestão de Risco 54 4 Fundos de Investimentos 69 5 Tributação 98 6 Previdência 109 7 Finanças Comportamentais 117 8 Lavagem de Dinheiro 121 9 Sistema Financeiro Nacional 128 10 Planejamento Financeiro 134 11 Compliance e Ética 140 12 Código Anbima 145 3 ECONOMIA FINANÇAS ESTATÍSTICA 4 1. Indicadores Econômicos Definição – Representam essencialmente dados e/ou informações das diferentes variáveis e fenômenos, componentes de um sistema econômico de um país, região ou estado. São fundamentais tanto para propiciar uma melhor compreensão da situação presente e o delineamento das tendências de curto prazo da economia, quanto para subsidiar o processo de tomada de decisões estratégicas dos agentes públicos (governo) e privados (empresas e consumidores). 1.1 PIB Produto Interno Bruto, calculado pelo IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, é o conjunto da produção final de bens e serviços realizada em território nacional independente da nacionalidade dos agentes econômicos, num determinado período de tempo. Desta forma, a produção realizada, por exemplo, pela General Motors (empresa americana) no Brasil, faz parte do PIB Brasileiro. Por outro lado, toda a riqueza gerada no exterior pela Petrobras, empresa brasileira, será considerado PIB do país onde estará sendo gerada esta riqueza. Algumas regras para cálculo do PIB Valor adicionado ou agregado: Na contagem do PIB, considera-se apenas bens e serviços finais, excluindo da conta todos os bens de consumo intermediário. Isso é feito com o intuito de evitar o problema da dupla contagem, quando valores gerados na cadeia de produção aparecem contados duas vezes na soma do PIB. Tome por exemplo a fabricação de um carro; em relação à montadora de veículos será considerado apenas o que ela adicionou para sua fabricação, caso contrário o aço, por exemplo, seria considerado duas vezes para efeito de PIB. Quanto à economia informal a partir das últimas mudanças metodológicas, anunciadas em 2007, percebe- se que o IBGE vem fazendo um grande esforço para considerar esta importante parte da economia nacional nos cálculos oficiais do PIB. A fórmula clássica para expressar o PIB é a seguinte: PIB= C + I + G + X – M Sendo: C = consumo privado I= total de investimentos realizados G = gastos governamentais X = volume de exportações M = volume de importações • Consumo: refere-se a todos os bens e serviços comprados pelas famílias e divide-se em três subcategorias: bens não duráveis, bens duráveis e serviços. • Investimentos: consiste nos bens adquiridos para uso futuro. Essa categoria divide-se em duas subcategorias: investimento fixo das empresas (formação bruta de capital fixo) e variação de estoques. • Despesas de Governo: são os bens ou serviços adquiridos pelos governo federal, estadual ou municipal. • Exportações: refere-se ao volume de produtos, bens e serviços vendidos ao exterior. • Importações: refere-se ao volume de produtos, bens e serviços comprados do exterior. 1.2 Índices de Inflação 1.2.1 IPCA – Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo • Conceito e Finalidade: Calculado mensalmente pelo IBGE – Instituto Brasileiro de geografia e Estatística, o IPCA é o índice utilizado pelo Banco Central do Brasil para o acompanhamento dos objetivos estabelecidos no sistema de metas de inflação, adotado a partir de julho de 1999, para o balizamento da política monetária. • Público-alvo de Análise: famílias com rendimentos mensais de 1 a 40 salários mínimos. 5 • Variáveis investigadas: os preços obtidos são os efetivamente cobrados ao consumidor, para pagamento à vista. A pesquisa é realizada em estabelecimentos comerciais, prestadores de serviços, domicílios e concessionárias de serviços públicos. • Metodologia do IPCA: os índices são calculados para cada região, através do cálculo da média aritmética simples de preços do produto que, comparadas em dois meses consecutivos, resultam no relativo das médias. A variável de ponderação do IPCA é o rendimento total urbano (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios – PNAD/96). • Periodicidade: Mensal, o período de coleta do IPCA estende-se, em geral, do dia 01 a 30 do mês de referência. 1.2.2 IGPM – Índice Geral de Preços de Mercado • Conceito e Finalidade: Calculado mensalmente pela FGV – Fundação Getúlio Vargas é o índice mais utilizado para a correção de contratos de aluguel e como indexador de algumas tarifas como energia elétrica. • Público-alvo da Análise: Indicador com ampla cobertura que, além de refletir a evolução de preços de atividades produtivas, também representam o movimento das operações de comercialização no atacado, no varejo e na construção civil. • Composição: é composto pela média ponderada do IPA (60%), IPC (30%) e INCC (10%). • Metodologia: os pesos convencionados representam a importância relativa de cada um desses índices no cômputo da despesa interna bruta. • Periodicidade: de 21 do mês anterior ao dia 20 do mês em referência. • Divulgação: no último dia útil do mês de referência. 1.3 Taxa de Câmbio – PTAX • O IGP-M corrige a NTN-C Nota do Tesouro Nacional série C. • É benchmark dos Fundos IGP-M e alguns Fundos Multi-índice • Composto por IPA (60%), IPC (30%) e INCC (10%) • Calculado e divulgado pela FGV – Fundação Getúlio Vargas. IPC – Índice de Preços ao Consumidor Medir o movimento médio de preços, mensal, de determinado conjunto de bens e serviços no mercado varejista, de abrangência nacional, com pesquisa de preços realizada nos principais centros consumidores do país, pesquisando famílias com renda de 1ª 33 salários mínimos. INCC – Índice Nacional de Custo de Construção Mede o ritmo evolutivo dos preços dos materiais de construção, serviços e mão-de- obra, relativos a construção civil. Sua abrangência é nacional, com pesquisa de preços realizada em doze capitais. IPA- Índice de Preços por Atacado Mede o movimento médio no atacado de preços em todas as capitais brasileiras. 6 A taxa de câmbio é o preço da moeda estrangeira expressa em moeda local. No caso de moedas de livre curso internacional, seus preços são determinados em boa medida pela relação entre oferta e procura no mercado global. Assim, o valor do dólar em relação ao euro ou ao iene reflete movimentos de oferta e procura em escala internacional e não apenas a procura por ienes ou euros nos mercados norte- americanos. A PTAX é a cotação oficial de todas as moedas estrangeiras e é calculada diariamente pelo Banco Central, através da média ponderada das negociações destas moedas. Características da Cobertura São publicados dados sobre: 1. A taxa de câmbio de referência do dólar dos Estados Unidos, conhecida no mercado como a taxa PTAX, que corresponde à média aritmética das taxas obtidas em quatro consultas diárias aos dealers de câmbio. 2. As paridades diárias do real em relação a 132 moedas, ouro e unidades de conta deorganizações internacionais, inclusive DESs. As paridades são calculadas com base nos preços das moedas em relação ao dólar dos Estados Unidos cotado pelas agências Bloomberg ou Reuters, e a taxa PTAX do dólar dos Estados Unidos. São publicadas as taxas de compra e venda do dólar pronto. Periodicidade Diária para a taxa PTAX. Tempestividade Logo após a divulgação do boletim intermediário de 13h. 1.4 Taxa SELIC Conceito: Representa a taxa de juros básica, ou de curto prazo, da economia brasileira. Taxa SELIC – Meta O Comitê de Política Monetária (COPOM) estabelece a meta para a taxa Selic com base na previsão de inflação ajustada para o exercício. E, tem a prerrogativa de fixar um viés de taxa de juros (de elevação ou de redução), que autoriza o Banco Central alterar esta meta, na direção do viés, sempre que julgar necessário. Taxa SELIC – Over Também conhecida como taxa overnight do Sistema Especial de liquidação e Custódia (SELIC), expressa na forma anual, base 252 dias úteis, é a taxa média ponderada pelo volume das operações de financiamento por um dia, lastreadas em títulos públicos federais e realizadas no sistema SELIC. 1.5 Taxa DI – Depósito Interfinanceiro Taxa média ponderada das operações realizadas entre instituições financeiras pelo prazo de um dia, com lastro em emissão do CDI – Certificado de Depósito Interfinanceiro, que é um título privado. São excluídas da média apurada eventuais operações que tenham sido realizadas entre instituições do mesmo grupo. É divulgada em % ao ano, considerando ano base de 252 dias. Liquidação da operação acontece em D+0 e registrada no sistema B3 7 1.6 Taxa Referencial de Juros Foi criada com a intenção de ser uma taxa básica que daria referência para o mercado sendo utilizada atualmente com indexador de vários investimentos e contratos com o SFH – Sistema Financeiro da Habilitação e do FGTS – Fundo de Garantia por tempo de serviço. TR = TBF X REDUTOR TBF – TAXA BASICA FINANCEIRA- Calculo baseado nas LTN 1.7 Política Monetária 1. Regime de metas para a inflação? O regime de metas para a inflação é um regime monetário no qual o banco Central se compromete a atuar de forma a garantir que a inflação observada esteja em linha com uma meta pré-estabelecida, anunciada publicamente. 1.7.1 Instrumentos de Política Monetária Política Monetária é a atuação de autoridades monetárias sobre a quantidade de moeda em circulação, de créditos e das taxas de juros controlando a liquidez global do sistema econômico. Para tanto, dispõe de três instrumentos básicos. a) Compra e Venda de Títulos Públicos – Open Market O mercado aberto funciona com base numa rede nacional de negociadores de títulos federais. Semanalmente, o Tesouro Nacional emite títulos, cujo montante, é leiloado pelo Banco Central do Brasil às instituições financeiras participantes do sistema financeiro nacional. O mercado aberto permite ao Banco Central: ✓ adequar continuamente o volume dos meios de pagamento às necessidades da economia, atuando no curto prazo com títulos de efeito quase- moeda; ✓ regular a taxa de juros praticada pelos agentes econômicos. b) Redesconto É uma concessão de assistência financeira do Banco Central do Brasil a instituições do Sistema Financeiro Nacional na forma de empréstimo de liquidez destinados a atender eventuais problemas de liquidez, de natureza circunstancial e de curto prazo. O mercado interbancário pode realizar operações para suprir suas necessidades normais através do CDI – Certificado de Depósito Interfinanceiro. A utilização do redesconto da autoridade monetária se restringe aos casos mais graves ou a valores que o sistema não pode auto-financiar. O redesconto tem um caráter punitivo já que opera com taxa de juros mais altas que as praticadas pelo mercado. Os efeitos do redesconto se fazem sentir no médio prazo já que os bancos que estão utilizando essa assistência financeira procuram reformular suas posições em busca do equilíbrio na liquidez. c) Depósito Compulsório Trata-se de um recolhimento feito pela rede bancária de determinado percentual sobre seus depósitos à vista e/ou a prazo, de acordo com a política estabelecida pelo Banco Central do Brasil. O recolhimento é feito em moeda ou em títulos federais da dívida pública. A política de reservas compulsórias afeta indistintamente todos os bancos e reflete diretamente na quantidade de dinheiro de cada banco que pode ofertar ao mercado via operações de crédito. É considerado um instrumento de política monetária de longo prazo. 8 Efeito no mercado Instrumento Finalidade Curto prazo Open Market Controle diário da liquidez do sistema financeiro Médio prazo Redesconto Empréstimos de liquidez Longo prazo Reserva Compulsória Conter a expansão do crédito Política Monetária Restritiva Efeito na Taxa de Juros Open Market BACEN vende títulos públicos – retira dinheiro – contração dos meios de pagamento e da liquidez da economia. Redesconto Prazo reduzido e taxa de juros do empréstimo elevada – causa redução na liquidez do sistema. Compulsório O governo eleva o percentual exigido de reserva compulsória – reduz o efeito multiplicador e, conseqüentemente, a liquidez da economia. Política Monetária Expansiva Efeito na Taxa de Juros Open Market BACEN compra títulos públicos – coloca dinheiro – expansão dos meios de pagamento e da liquidez da economia. Redesconto Prazo ampliado e taxa de juros do empréstimo reduzida – efeito positivo na liquidez do sistema. Compulsório O governo reduz o percentual exigido de reserva compulsória – aumenta o efeito multiplicador e, conseqüentemente, a liquidez da economia. 1.8 COPOM – Comitê de Política Monetária 1. O que é o COPOM e porque foi criado? O Comitê de Política Monetária, ou Copom, é o órgão decisório da política monetária do Banco Central do Brasil, responsável por estabelecer a meta para a taxa Selic e seu eventual viés. O comitê foi criado em junho de 1996 com o objetivo de estabelecer um ritual adequado ao processo decisório de política monetária e aprimorar sua transparência. 2. Quais são seus objetivos? No atual regime de metas para a inflação, o principal objetivo da política monetária implementada pelo Copom é o alcance das metas de inflação estabelecidas pelo Conselho Monetário Nacional (CMN). Se, em um determinado ano, a inflação ultrapassar a meta estabelecida pelo CMN, o presidente do Banco Central deverá encaminhar uma Carta Aberta ao ministro da Fazenda, explicando as razões do não cumprimento da meta, bem como as medidas necessárias para trazer a inflação de volta à trajetória predefinida e o tempo esperado para que essas medidas surtam efeito. 3. Quem são seus membros? O Copom é composto pelos membros da Diretoria Colegiada do Banco Central, incluindo seu Presidente que tem direito ao voto decisório em caso de empate na decisão da política monetária. 9 4. Quando acontecem suas reuniões? As reuniões ordinárias do Copom eram mensais até 2005. Em 2006, essas reuniões passaram a acontecer oito vezes ao ano, aproximadamente a cada seis semanas, e continuam ocupar dois dias. A primeira seção começa na tarde de terça-feira, e a reunião é concluída, normalmente, no fim da tarde do dia seguinte. O Copom pode se reunir extraordinariamente, convocado pelo presidente do Banco Central, em função de alterações inesperadas do cenário macroeconômico. 5. O que é o viés de taxa de juros? O Copom pode estabelecer viés de taxa de juros (de elevação ou redução), prerrogativa que autoriza o presidente do Banco Central a alterar a meta para a taxa Selic na direção do viés a qualquer momento entre as reuniões regulares do Copom. O viés é utilizado, normalmente, quando alguma mudança significativa na conjunturaeconômica for esperada. 1.9 Política Fiscal Política Fiscal é a administração das receitas (tributos) e dos gastos do governo e afetará diretamente o nível de demanda na economia, influenciando a renda, consumo e poupança dos indivíduos. Portanto, será sempre implementada em consonância com a Política Monetária. Qual a diferença entre as duas, política monetária e fiscal? A política monetária é implementada pelo Banco Central enquanto as decisões de política fiscal são implementadas pelo governo federal. Entretanto ambas podem ser usadas para influenciar a performance da economia no curto prazo. Financiamento do Setor Público x Dívida Pública Defini-se dívida pública como sendo a dívida contraída pelo governo com entidades ou pessoas da sociedade para: • financiar parte de seus gastos que não são cobertos com a arrecadação de impostos; ou • alcançar alguns objetivos de gestão econômica, tais como controlar o nível de atividade, o crédito e o consumo ou, ainda, para captar recursos no exterior. Superávit primário, Déficit primário, Déficit nominal e Necessidade de financiamento do setor público O orçamento da União, assim como dos estados e dos municípios, é dividido em receitas e despesas. E as receitas e despesas se subdividem em operacionais e financeiras. Quando as despesas operacionais superam as receitas operacionais, surge o déficit primário. O contrário é o superávit primário. O déficit total inclui, além do resultado operacional, os gastos com juros, amortizações e a correção da dívida pública. É também chamado de déficit nominal. 1.10 Política Cambial 1.10.1 Regime Cambial Regime de Câmbio Fixo A fixação da taxa de câmbio é responsabilidade das autoridades monetárias – e não do mercado; O Banco Central precisa dispor de reservas internacionais para intervir no mercado de câmbio e com isso garantir a manutenção da paridade fixa. Ela visa principalmente o controle de preços e inflação, barateando a entrada de produtos importados para fazer concorrência aos nacionais ou até mesmo suprir demandas eventuais. 10 Regime de Câmbio Flutuante A taxa de câmbio é determinada, exclusivamente, através da operação das forças de mercado. Este regime visa basicamente o equilíbrio das contas externas, onde o mercado, baseado na necessidade ou no excesso de divisas do país, é quem determina o nível adequado da taxa de câmbio. Conhecido por trazer um nível maior de volatilidade à taxa de câmbio utilizada nas transações internacionais. Regime de Flutuação “Suja” No Memorando de Política Econômica enviado ao Fundo Monetário Internacional em 1999 o Banco Central justifica eventuais intervenções no mercado para manter o câmbio próximo a um nível considerado de equilíbrio. O estabelecimento, em julho de 1999, da política de metas inflacionárias, juntamente com a avaliação, pelo Banco Central, de que variações na taxa de câmbio constituem um fator importante na determinação da inflação esperada, ampliou o leque de justificativas para intervenções no mercado de câmbio, a partir de determinadas cotações, não explicitadas pelo governo. Dessa forma, pode-se considerar a política cambial brasileira instaurada em 1999 situando-se entre um regime de Flutuação “suja” e um regime de Câmbio Flutuante. 1.10.2 Cupom Cambial O Cupom Cambial reflete a diferença entre o custo de oportunidade de fundos em Reais. (Taxa Selic ou DI) é a expectativa de desvalorização cambial do Real frente às moedas estrangeiras, normalmente refletida por contratos futuros da BMF – Bolsa Mercantil e de Futuros, tomando-se o dólar Americano como referência. Representa portanto a diferença entre os níveis de taxa de juros doméstica e internacional para instrumentos financeiros indexados a moedas estrangeiras. 𝐶𝑢𝑝𝑜𝑚 = 𝐶𝑢𝑠𝑡𝑜 𝑑𝑒 𝑂𝑝𝑜𝑟𝑡𝑢𝑛𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒 𝑉𝑎𝑟𝑖𝑎çã𝑜 𝐶𝑎𝑚𝑏𝑖𝑎𝑙 𝐸𝑠𝑝𝑒𝑟𝑎𝑑𝑎 Quanto às moedas negociadas temos a seguinte classificação • Moedas livremente conversíveis Moedas como o Dólar, Euro, Libra Esterlina e o iene possuem grande liquidez e podem ser negociadas com facilidade a qualquer momento em qualquer mercado. • Moedas não conversíveis Moedas que não são aceitas em transações do comércio internacional como o Real. No caso Brasileiro, podemos dizer que para pequenas transações de ligadas e turismos e pequenas compras o Real é parcialmente conversível entre os vizinhos. Podemos concluir que: Câmbio valorizado favorece as importações Câmbio desvalorizado favorece as exportações 1.11 Reservas Internacionais Quando um país não consegue cobrir o déficit em transações correntes do Balanço de Pagamentos com a entrada de capitais (empréstimos e financiamentos, investimentos diretos etc), ele geralmente recorre às suas reservas para realizar esse equilíbrio. A pergunta natural é saber de onde vêm tais reservas. 11 Normalmente, elas têm origem em superávits do Balanço de Pagamentos obtidos em anos anteriores. Esse saldo positivo é canalizado para um piscinão denominado “reservas”. É como se uma grande barragem fosse recebendo água para enfrentar um período de estiagem. Quanto maiores forem as reservas em moeda forte, maiores serão as garantias para uma economia enfrentar eventuais déficits futuros. A existência de grandes reservas garante também a estabilidade da taxa de câmbio. Por quê? A resposta é que, se o déficit em transações correntes não for coberto pela conta capital, o governo poderá lançar mão de suas reservas para fazê-lo, sem ter de desvalorizar o câmbio. Finalmente, em casos excepcionais o Governo pode lançar mão de linhas de crédito que detém junto ao FMI – fundo Monetário Internacional ou outros organismos multilaterais de ajuda financeira. 1.12 Balanço de Pagamento Registro contábil realizado pelo Banco Central do Brasil e tem como finalidade escriturar as entradas e saídas de recursos em moeda estrangeira. O BP se subdivide em: Balança Comercial Balança de Serviços Transferências Unilaterais Conta Capital Balança Comercial – inclui basicamente as exportações (crédito) e as importações (débito) de mercadorias. Balança de Serviços – A Balança de Serviços registra as receitas e despesas de diversos tipos de transação, destacando-se os transportes, os seguros, as viagens internacionais, os royalties, a assistência técnica, os lucros e os juros da dívida externa.. Transferências Unilaterais - As Transferências Unilaterais (ou donativos) compreendem os pagamentos e recebimentos sem contrapartida de serviços, tais como doações, remessas de imigrantes etc Transações Correntes – Conta do Balanço de Pagamentos constitui da Balança Comercial, Balança de Serviços e das Transferências Unilaterais. O resultado dessas três contas é o superávit (ou déficit) das Transações Correntes. Conta de Capital – Contas que representam modificações nos direitos e obrigações de residentes no país para com não residentes. Inclui: • Investimentos referentes ao capital de residentes no exterior • Empréstimos e financiamentos de longo e médio prazo • Empréstimos de curto prazo que registram os empréstimos recebidos do exterior e concedidos para outros países • Financiamentos obtidos na cobertura de importações e concedidos quando das exportações • Amortizações, pagamento do principal referente à empréstimos e financiamentos tomados no exterior e os pagamentos do principal feitos por não residentes referentes a empréstimos e financiamentos concedidos pelo país ao exterior. Balanço de Pagamentos Transações Correntes • Balança Comercial • Conta de Serviços • Transferências Unilaterais Conta de Capitais Empréstimos, financiamentos, investimentos externo direto, amortização de empréstimos obtidos, reinvestimentos e capitais de curto prazo. Transações Correntes Balança Comercial Exportações menos Importações 12 2 Conceito Básico de Finanças 2.1Taxa de Juros Nominal e Taxa Real de Juros Taxa Nominal É a taxa expressa nos contratos financeiros sendo esta visível aos seus participantes. Exemplo: contratos de empréstimos e financiamentos, aplicações financeiras, etc. Podemos dividir o rendimento que ela representa em duas partes: • a primeira será a mera recuperação do poder de compra do investidor remunerando-o pela inflação; • a outra parte refere-se ao ganho acima da inflação que visa remunerar também o risco de investimento. Conhecido como rendimento real. veja fórmula: Em que: iN = Taxa Nominal iR = Taxa Real INFL = índice de inflação Exemplo 1: Imagine uma determinada taxa de juros real de 7,50% ao ano e um índice de inflação de 3,72% ao ano. Baseado na fórmula acima, calcule a taxa nominal de juros. Logo: a taxa nominal de juros será de 11,50% ao ano. Taxa Real É calculada a partir da taxa nominal de juros, descontando-se os efeitos inflacionários, podemos ser inclusive negativa. O objetivo é determinar o quanto se ganhou ou perdeu, desconsiderando a inflação, neste caso medida por qualquer índice disponível (IGP-M, IPCA, etc). Observe a fórmula abaixo: Onde: iR = Taxa Real de Juros Conta de Serviços Os itens mais significativos dessa conta são as despesas com o pagamento de juros da dívida externa e as remessas de lucros e dividendos do capital estrangeiro investidor no país. Transferências Unilaterais Fluxo de recursos de entrada de remessas de brasileiros que trabalham no exterior para o Brasil menos fluxo de recursos de saída de estrangeiros para seus países de origem. iN = [(1 + iR)x(1 + INFL) – 1]x 100 iN = [(1 + 0,75)x(1 + 0,0372) – 1]x 100 = 1111,50% Taxa Nominal – Podemos dizer que também do ponto de vista econômico, a Taxa Nominal de Juros (iN) é a taxa na qual está embutida a recomposição do poder de compra do dinheiro, baseado em um índice de inflação, acrescido de uma taxa de remuneração pelo capital ou taxa real. 13 iN = Taxa Nominal de Juros 𝐼𝑅 = [( 1+𝑖𝑁 1+𝐼𝑁𝐹𝐿 ) − 1] × 100 INFL = Índice de Inflação Exemplo 1: Considerando que uma taxa nominal de juros é de 7,14% ao semestre e a inflação do período media pelo IGP-M, por exemplo, foi de 3,22%, veja o cálculo da taxa real de juros, baseado na fórmula acima: 𝐼𝑅 = [( 1+0,0714 1+0,0322 ) − 1] × 100 iR = 3,80% ao semestre Exemplo 2: Considere a Taxa SELIC de 12% ao ano e um índice de inflação previsto para o ano de 4%. Calcule a taxa real de juros. 𝐼𝑅 = [( 1+0,12 1+0,04 ) − 1] × 100 iR = 7,69% ao ano. 2.2 Capitalização Simples No regime de capitalização simples a taxa de juros incide apenas sobre o capital inicial, portanto a taxa de juros será aplicada sempre sobre o mesmo capital pelos seus diversos períodos. 𝑀 = 𝐶 (1 + 𝑖 × 𝑛) Exemplo: Uma aplicação de R$100 feita por 3 meses a uma taxa de 2% ao mês. Qual o rendimento acumulado no final de 3 meses? CAPITAL JUROS MONTANTE R$ 100 R$ 100 x 2% =R$ 2 R$ 102,00 R$ 100 R$ 100 x 2% =R$ 2 R$ 104,00 R$ 100 R$ 100 x 2% =R$ 2 R$ 106,00 2.3 Capitalização Composta Já no regime de capitalização composto a taxa incide sobre o capital inicial acrescido dos juros do período anterior, ou seja, os juros de cada período são gerados pela aplicação de sua taxa sobre a soma do capital anterior e seu respectivo juro. 𝑀 = 𝐶(1 + 𝑖)𝑛 Taxa Real Indica qual foi o ganho ou perda que o investidor teve efetivamente no seu investimento depois de excluído o índice da inflação. 14 Exemplo: Veja o mesmo exemplo acima, agora usando os juros compostos CAPITAL JUROS MONTANTE R$ 100 R$ 100 x 2% =R$ 2 R$ 102,00 R$ 102 R$ 100 x 2% =R$ 2,04 R$ 104,04 R$ 104 R$ 100 x 2% =R$ 2,08 R$ 106,12 Neste regime de capitalização, os juros são formados ao final de cada intervalo unitário de tempo. São gerados pelo montante (principal + juros anterior) existente no início de cada intervalo. 2.4 Taxa Proporcional Duas taxas são proporcionais quando, considerados o mesmo prazo e o mesmo capital, produzem o mesmo montante, no regime de capitalização simples de juros. Exemplo: dada a taxa de 1% ao mês, calcular a taxa anual Ia = 1 x 12 = 12% aa 2.5 Taxa Equivalente Duas taxas são equivalentes quando, considerados o mesmo prazo e o mesmo capital, produzem o mesmo montante, no regime de capitalização composto de juros. Exemplo: dada a taxa de 1% ao mês, calcular a taxa anual, agora a equivalente 𝑖𝑎 = ((1 + 1%)12- 1) x 100 = 12,68% aa Taxas Equivalentes: Regime de capitalização composta (ex. 0,5% a.m. é equivalente a 6,17% a.a.) Taxas proporcionais: Regime de capitalização simples (ex. 0,5% a.m. é proporcional a 6% a.a.) 2.6 Fluxo de Pagamentos Relações e Conceitos 2.6.1 Valor Presente, Valor Futuro e Taxa de Desconto Denomina-se valor presente de um fluxo de caixa o valor monetário do ponto zero da escala de tempo em que é equivalente à soma de suas parcelas futuras, descontadas por uma determinada taxa de juros, denominada de taxa de desconto. O valor futuro, para determinada taxa de juros por período, é a soma dos montantes de cada um dos termos da série de pagamentos/recebimento. A taxa de desconto é a taxa de juros utilizada para calcular o valor presente do fluxo de pagamentos apresentando uma relação proporcionalmente inversa. Quando os juros sobem o valor cai, frente a uma redução na taxa de desconto teremos uma valorização nos valores calculados. 𝑭𝑽 = 𝑷𝑽(𝟏 + 𝒊)𝒏 𝑃𝑉 = 𝐹𝑉 (1 + 𝑖)𝑛 𝑃𝑈 = 𝑉𝑁 (1 + 𝑖)𝑛 15 2.6.2 Custo de Oportunidade Em contraste com a definição de custo contábil (o que foi realmente pago) de bens ou ativos financeiros, o conceito de custo de oportunidade surge quando optamos por determinada alternativa de investimento em detrimento de outras, também viáveis. Sendo assim, representa o benefício que foi desprezado ao se escolher uma alternativa em relação à uma segunda melhor opção. O que é desprezado ou sacrificado, refere-se justamente ao custo de oportunidade. É interessante notar que quando escolhemos algo temos a tendência a olhar apenas para aquilo que foi obtido com a escolha (custo contábil) não atentando para os benefícios que foram sacrificados pelo fato de não se ter escolhido outras alternativas. O custo de oportunidade também pode ser visto com o custo de carregamento de determinada escolha de investimento. Exemplo: Imagine que o rendimento bruto de investir na Bolsa de Valores por 1 ano tenha sido de 15% e que a segunda melhor opção de investimento, igualmente viável, sejam os títulos de renda fixa, cujo rendimento esteja ao redor de 10% ao ano. Logo, o custo de oportunidade do investimento em ações na Bolsa de Valores é a taxa de 10% que você poderia ter ganhado caso tivesse optado por uma operação de renda fixa. 2.7 Taxa livre de Risco Vamos aqui fazer uma diferenciação do que é: Taxa livre de risco, de Ativos livre de risco. Taxa livre de risco é o rendimento produzido por um ativo livre de risco. Vamos então entender o conceito de que vem a ser um ativo livre de risco. no contexto da Moderna Teoria de Finanças. A primeira propriedade deste ativo livre de risco é que seu retorno não deve estar correlacionado com o de outros ativos de risco presentes na economia como, por exemplo, mercado acionário. Nos EUA aproximações razoáveis para esta situação seriam os retornos das Letras do Tesouro e outros títulos do Governo Federal Americano de 10 a 30 anos de duração (treasuries). Outra questão fundamental para que se pode chamar de ativo livre de risco está relacionadaao risco de crédito de seu emissor. Desta forma os ativos livre de risco representam uma referência para uma série de investimentos, sejam eles de natureza financeira ou não. Adaptando-se estes conceitos ao mercado brasileiro, podemos dizer que os títulos públicos federais representam nosso ativo financeiro de melhor qualidade e portanto devem servir de referência para os demais investimentos. 3. Princípios Básicos da Estatística 3.1 Medidas de Posição 2.1.1. Medidas de Posição Central: Média, Mediana e Moda As medidas de posição são os valores que visam identificar as características de concentração dos elementos de uma amostra. Esses valores são muitas vezes denominados de tendência central, visto que, geralmente os dados agrupados concentram-se em torno da posição central da distribuição. As principais medidas de posição são: média, mediana e moda. MÉDIA – É a medida de tendência central mais comumente utilizada. Existem vários tipos de media, destacando- se a média aritmética simples, ponderada e harmônica e geométrica. Nesta certificação a média abordada é a media aritmética simples 16 𝑀é𝑑𝑖𝑎 = ∑ 𝑋𝑖 𝑛 𝑖=1 𝑛 Exemplo: Calcule a Média do retorno das ações: ANO RETORNO 2007 10% 2008 20% 2009 15% 2010 5% 2011 40% MEDIANA – A mediana é outra medida de tendência central que expressa o valor que divide um conjunto de valores pela metade, ou seja, exatamente em duas partes iguais. O primeiro passo para se calcular a mediana o rol de elementos devem ser colocados em ordem crescente. Se o número de valores for par, tem se: 𝑀𝑒𝑑𝑖𝑎𝑛𝑎 = 𝑛 + 1 2 Se o número de elementos for ímpar, a mediana é representada simplesmente pela média aritmética dos dois valores centrais. 𝑀𝑒𝑑𝑖𝑎𝑛𝑎 = 𝑛 2 Exemplo 1: Calcule a Mediana dos retornos de um ativo ANO RETORNO 2007 10% 2008 20% 2009 15% 2010 5% 2011 40% 2.1.2. Medidas de Dispersão: Variância e Desvio Padrão São duas as medidas de dispersão (variância e desvio padrão). O desvio padrão é representado por σ (sigma), quando calculado de dados de uma população e por S, quando obtido da amostra (estimativa média da população). Essa medida visa medir estatisticamente a variabilidade (grau de dispersão) de um conjunto de valores em relação a sua média. O desvio padrão da população é obtido pela expressão: 𝑆 = √∑ (𝑋𝑖 − �̅�)2 𝑛 𝑛 𝑖=1 Deduções estatísticas indicam que se for usado (n-1) como denominador do cálculo do desvio padrão de uma amostra, apura-se uma estimativa de dispersão mais representativa da população, notadamente quando o número de elementos ficar abaixo de 30 (n<30). A variância, por outro lado, é definida com sendo o quadrado do desvio padrão. É identificada por 𝜎2 𝑒 𝑆2, respectivamente variância da população e variância da amostra. De outra maneira, pode-se dizer que o desvio padrão é a raiz quadrada da variância. 17 Exemplo: Calcule o desvio padrão dos preços dos ativos dado uma população ANO RETORNO 2007 10% 2008 20% 2009 15% 2010 5% 2011 40% 3.3 Distribuição Normal Uma distribuição de dados dita como normal conta com algumas importantes propriedades: Seus dados possuem uma classe média predominante e outras classes se distribuem à volta desta forma aproximadamente simétrica e com freqüência a decrescer à medida que se afastam da classe média; 1 desvio Padrão = 68% 2 desvios Padrões = 95% 3 desvios Padrões = 99% 3.4 Intervalo de Confiança Um intervalo de confiança é uma faixa ou a extensão de valores ou dados que represente a probabilidade de conter um determinado parâmetro estatístico a ser estimado para um conjunto de dados representados por uma distribuição normal. 3.5 Coeficiente de Correlação e Covariância Dadas duas séries de dados, existirão várias medidas estatísticas que podem ser usadas para analisar como as duas séries se movem através do tempo. Se na mesma direção (quando uma sobe a outra também sobe) ou em direções contrárias (quando uma cai à outra sobe). As duas mais largamente usadas são: a correlação e a covariância. Covariância Seu sinal, positivo ou negativo, indica o tipo de relação entre duas séries de dados. Coeficiente de Correlação Seu valor vai ficar entre menos 1 e mais 1 e será assim que poderemos observar a dependência entre duas variáveis. 18 A covariância fornece uma medida não padronizada do grau no qual elas se movem, e é estimada tomando o produto dos desvios da média, para cada variável, em cada período. O sinal na covariância indica o tipo de relação que as duas variáveis tem. Um sinal positivo indica que elas movem na mesma direção e, um negativo, que elas se movem em direções opostas. Enquanto a covariância cresce com o poder do relacionamento, ainda é relativamente difícil fazer julgamentos sobre o poder do relacionamento entre as duas variáveis observando a covariância, pois, a exemplo da variância, visto anteriormente, ela não é padronizada. O Coeficiente de correlação é a medida padronizada em formato de índice da relação entre duas variáveis. Ela é calculada com base na covariância. Varia de (-1 a 1). Uma correlação próxima a zero indica que as duas variáveis não estão relacionadas. Uma correlação positiva indica que as duas variáveis se movem juntas, sendo a relação mais forte quanto mais a correlação se aproxima de 1. Uma correlação negativa indica que as duas variáveis se movem em direções opostas, sendo que a relação fica mais forte quanto mais próxima de menos 1 ela ficar. 3.6 Coeficiente de Determinação ou R2 O quadrado do coeficiente de correlação é chamado de coeficiente de determinação ou simplesmente R2. Será um número sempre positivo, variando de zero até 1, e demonstra quão forte é a relação entre duas variáveis, sendo 0 a mais fraca de 1 a mais forte. É muito utilizada nas operações de proteção, conhecidas como “hedging” para sabermos qual o grau de proteção que estamos atingindo, ou sua eficácia. Exemplo: 1) Suponha que você tem uma posição da ação “A” e queira fazer uma operação de proteção utilizando o índice Bovespa. 2) Suponha também que o coeficiente de correlação entre esta ação e o Ibovespa seja 0,8, ou seja, em 80% das vezes que o preço da ação sobe ou cai, o mesmo ocorre em o índice Bovespa. 3) O coeficiente R2 indicará a eficácia dessa proteção respondendo à seguinte pergunta: quanto da variação do preço da ação tem a ver com a variação do Ibovespa através da seguinte fórmula: Seu R2 será: 𝑅2 = (0,80)2 = 0,64 Assim sendo: 64% da variação dos preços da ação “A” pode ser explicada pela variação do Ibovespa. Cabe agora ao analista concluir se, com o coeficiente R2 de 0,64, a operação fornece o nível de proteção adequado. Qual a utilidade prática do coeficiente de correlação? 1. Para carteiras de Renda Variável Ao construir carteiras de renda variável, o coeficiente de correlação pode nos ajudar a fazer uma diversificação eficiente, ou seja, escolher papéis com baixa correlação, que não subam e caiam de preço ao mesmo tempo. 2. Utilização na proteção de carteiras: “hedging” A proposta de cobertura, ou “hedging”, para determinado fator de risco de um passivo, por exemplo, nada mais é do que encontrar um ativo com o qual este passivo tenha forte correlação. Desta forma, todas as variações no passivo serão neutralizadas pelas mesmas variações no ativo. 19 RENDA VARIÁVEL RENDA FIXA DERIVATIVOS 20 1. Instrumentos de Renda Variável Diferentemente dos instrumentos de renda fixa, na renda variável não se pode determinar a rentabilidade nominal do investimento o que implica em risco de maiores perdas. Por que então investir nestes instrumentos? Diversificação de carteira, perspectiva de maiores ganhosapesar de maiores riscos, taxa de juros em queda, horizonte de longo prazo, são algumas das razões que levam o investidor a este mercado. 1.1. Definição De todos os instrumentos de renda variável e ação é, o mais popular. Vamos ao seu conceito. Uma ação é um título nominativo e negociável que representa a menor fração do capital social de uma empresa – sociedade anônima ou sociedade por ações. O acionista, como proprietário da empresa, tem direito a participação nos seus resultados proporcionalmente ao número de ações possuídas. 1.2. Tipos de ações: Ordinárias, Preferenciais, Certificados de Depósito (ADRs e BDRs) e Bônus de Subscrição. Ação Ordinária Conhecida como ON, confere o direito de voto nas Assembléias deliberativas da empresa, permitindo votar para eleger diretores, aprovar demonstrações financeiras, modificar estatutos sociais, etc. No Brasil, as ações ordinárias estão concentradas no grupo controlador que em geral detém mais de 50% do capital votante. Essa situação resulta em dois desdobramentos: • O preço das ordinárias não incorpora o prêmio pelo controle pois não há risco de se perder o controle das decisões da empresa. • As ações preferenciais geralmente são as ações mais negociadas do mercado secundário. Ação preferencial Conhecida como PN, não concede o direito de voto mas assegura a prioridade na distribuição de dividendo ou no reembolso do capital no caso da liquidação da empresa. Pela nova Lei das S/As a quantidade de ações preferenciais não pode ultrapassar 50% do total das ações emitidas. Empresas que já possuíam a proporcionalidade de 2/3 de PN antes da entrada em vigor da nova Lei podem mantê-la em novas emissões. Ação Ordinária: Concede o direito de voto nas Assembléias. Ação Preferencial: Não concede o direito de voto. As preferências ou vantagens das ações preferenciais podem consistir: I – em prioridade na distribuição de dividendo, fixo ou mínimo; II – em prioridade no reembolso do capital, com prêmio ou sem ele; ou III – na acumulação das preferências e vantagens de que tratam os incisos I e II. Independentemente do direito de receber ou não o valor de reembolso do capital com prêmio ou sem ele, as ações preferenciais sem direito de voto ou com restrição ao exercício deste direito, somente serão admitidas à negociação no mercado de valores mobiliários se a elas for atribuída PELO MENOS UMA das seguintes preferências ou vantagens: • Direito de participar do dividendo a ser distribuído, correspondente a, pelo menos, 25% (vinte e cinco por cento) do lucro líquido do exercício ou • Direito ao recebimento de dividendo, por ação preferencial, pelo menos 10% (dez por cento) maior do que o atribuído a cada ação ordinária; ou Os dividendos não poderão ser distribuídos em prejuízo do capital social, salvo quando, em caso de liquidação da companhia, essa vantagem tiver sido expressamente assegurada. Se o acionista preferencial deixar de receber dividendos por 3 anos consecutivos adquire o direito de voto. American Depositary Receipt – ADR • O ADR (American Depositary Receipt) é um recibo negociável que representa a propriedade de ações emitidas por empresas não-americanas. 21 • Foi desenvolvido para permitir que investidores americanos tivessem acesso ao mercado de ações de outros países, através da Bolsa de Valores Americana, em condições e práticas muito semelhante àquelas existentes no EUA. • No caso de emissão de ADR’s por empresas Brasileiras, as ações ficam depositadas em um banco custodiante no Brasil e servem de lastro para a emissão do ADR, que será negociado junto a Bolsa de Valores de Nova Iorque. • É sempre com base nessas ações (lastro) que um banco nos Estados Unidos emite o ADR. • O ADR concede ao acionista que o possui, o direito sobre todos os dividendos, subscrições, bonificações, além do ganho de capital. • Os investidores podem converter seus ADR’s em ações da companhia e negociá-las no Brasil se assim quiserem. • O DR (Depositary Receipt) também permite, a eventual captação de recursos no mercado internacional – não só nos Estados Unidos (ADR), mas em outros mercados como Europa e Ásia. Brasil Estados Unidos Banco Custodiante – Mantém ações, lastro do ADR, em custódia. Banco Emissor – Emite o ADR que será negociado na bolsa americana. O acionista que adquire ações na Bovespa ou na bolsa de Nova York e o acionista que adquire DRs NO EXTERIOR OU NO Brasil têm exatamente os mesmo direitos. ADR Nível 1 • Negociados no mercado de balcão • Emitidos com base em ações que foram depositadas no banco custodiante. • Não há oferta paralela dos títulos custodiados nos Estados Unidos. • A companhia não capta recursos – são ações já existentes. • Não provoca alterações no balando da companhia. ADR Nível 2 • Negociados numa bolsa de âmbito nacional dos Estados Unidos • Emitidos com base em ações que foram depositadas no banco custodiante • Não há oferta paralela dos títulos custodiados nos Estados Unidos • A companhia não capta recursos – são ações já existentes. • Não provoca alterações no balanço da companhia • As demonstrações financeiras devem estar de acordo com os US GAAP (Princípios de Contabilidades Geralmente Aceitos nos Estados unidos ADR Nível 3 • Negociados numa bolsa de âmbito nacional dos Estados Unidos • Emitidos com base em novas ações emitidas e depositadas no banco custodiante e vinculados a uma oferta pública nos Estados Unidos. • A companhia capta recursos – são ações novas • Provoca alterações no balanço da companhia • As demonstrações financeiras devem estar de acordo com os US GAAP (Princípios de Contabilidade Geralmente Aceitos nos Estados Unidos). Regra 144 A • O ADR emitido segundo as normas 144 A corresponde às colocações privadas. Negociado em mercado de balcão, não exige adaptação aos padrões US GAAP, pois é destinado à investidores institucionais qualificados, permitindo a captação de recursos. 22 O DR é um instrumento que permite que ações de uma empresa sejam negociadas em países diferentes do seu país de origem. Somente o ADR nível 3 resulta em captação de novos recursos para a companhia. BDR – Brazilian Depositary Receipt Operação inversa ao ADR, os BDRs são certificados representativos de valores mobiliários de emissão de companhia aberta, ou assemelhada, com sede no exterior e emitidos por instituição depositária no Brasil. Participantes do Programa I – Instituição custodiante – a instituição, no país de origem dos valores mobiliários, autorizada por órgão similar à CVM a prestar serviços de custódia. II – Instituição depositária ou emissora – a instituição que emitir, no Brasil, os correspondentes certificados de depósito, com base nos valores mobiliários custodiados no país de origem. III – Empresa patrocinadora – a companhia aberta, ou assemelhada, com sede no exterior, emissora dos valores mobiliários objeto dos certificados de depósito, e que esteja sujeita à supervisão e fiscalização de entidade ou órgão similar à CVM. Somente serão aceitos valores mobiliários de emissão de companhias abertas, ou assemelhadas, com sede em países cujos órgãos reguladores tenham celebrado com a CVM acordo de cooperação sobre consulta, assistência técnica e assistência mútua para a troca de informações. Poderão ser instituídos programas de BDR’s patrocinados ou não pela companhia aberta. • O programa de BDR patrocinado caracteriza-se por ser instituído por uma única instituição depositária ou emissora, contratada pela companhia emissora dos valores mobiliários objeto dos certificados de depósitos, podendo ser classificados nos Níveis I, II e III, conforme quadro abaixo. • O programa de BDR não patrocinado caracteriza-se por ser instituído por uma ou mais instituições ou emissora do certificado, sem um acordo com a companhia e com negociação nos moldes do Nível I Características doBDR’s Brazilian Depositary Receipt Nível I Nível II Nível III Negociável em bolsa, balcão e SEN (Sistema Eletrônico de Negociação) Sim Sim Sim Lastro em valores mobiliários existentes Sim Sim Não Lastro em novas emissões Não Não Sim Demonstrativos contábeis adaptados à legislação do Brasil Não Sim Sim Cia. deve prestar informações a seu país Não Sim Sim Registro do Cia. na CVM Não Sim Sim Registro de emissão na CVM Não Não Sim Bônus de Subscrição A companhia poderá emitir, dentro do limite de aumento do capital autorizado no estatuto, título negociáveis denominados “bônus de subscrição”, que conferem aos seus titulares, nas condições constantes do certificado, direto de subscrever ações do capital social, que será exercido mediante apresentação do título à companhia e pagamento do preço de emissão das ações. A deliberação sobre emissão de bônus de subscrição compete à Assembléia geral. 1.3. AGO (Assembléia Geral Ordinária) e AGE (Assembléia Geral Extraordinária). Conceitos e Atribuições A Assembléia, convocada e instalada de acordo com a lei e o estatuto, tem poderes para decidir todos os negócios relativos ao objeto da companhia e tomar as resoluções que julgar convenientes à sua defesa e desenvolvimento. 23 Compete privativamente à Assembléia geral, dentre outras atribuições: • Reformar o estatuto social; • Eleger ou destituir, a qualquer tempo, os administradores e fiscais da companhia. • Tomar, anualmente, as contas dos administradores e deliberar sobre as demonstrações financeiras por eles apresentadas. • Autorizar a emissão de debêntures. 1.4. Direitos dos Acionistas 1.4.1. Voto A autoridade máxima de uma companhia é a Assembléia dos Acionistas. Somente os titulares de ações ordinárias têm o direito de voto na Assembléia de Acionistas podendo, portanto, determinar o destino da empresa. Cada ação ordinária = um voto 1.4.2. Direito de participação no acervo em caso de liquidação Segundo a Lei das S.A., em caso de liquidação, antes de ultimada a liquidação e depois de pagos todos os credores, deve-se fazer rateios entre os acionistas, à proporção que se forem apurando os haveres sociais. 1.4.3. Fiscalização Os acionistas possuem uma série de mecanismos que permitem a fiscalização da gestão dos negócios da companhia. São eles: • Demonstrações Financeiras: através das demonstrações publicadas pelas empresas os acionistas podem verificar os efeitos de todas as deliberações tomadas pelos administradores bem como o desempenho da companhia. • Assembléia Gerais: nas Assembléias Gerais os acionistas elegem os administradores e deliberam sobre todos os atos relevantes à vida da companhia; • Conselho Fiscal: segundo o artigo 163 da Lei das S.A. a companhia poderá ter um conselho fiscal de modo permanente ou nos exercícios sociais em que for instalado a pedido dos acionistas. O Conselho Fiscal terá a competência de fiscalizar os atos dos administradores e verificar o comprimento dos seus deveres legais e estatutários. 1.4.4. Preferência de Subscrição É o direito de aquisição de novo lote de ações pelos acionistas – com preferência na subscrição – em quantidade proporcional às possuídas, em contrapartida à estratégia de aumento de capital da empresa. Para incentivar o investimento adicional nas novas ações a empresa procura estabelecer um preço de emissão inferior à cotação em bolsa de valores. Exemplo: um investidor tem 10.000 ações de uma empresa que fará um aumento de capital de 20%. Esse investidor terá o direito (não é obrigado) de comprar 2.000 ações (20% da posição que tem hoje). A subscrição deve ocorrer dentro do período previsto pelo preço de R$ 8,00. É provável que o valor de mercado da ação esteja por volta de R$ 10,00 O direito de subscrição pode ser negociado em bolsa no período que antecede o término da operação de aumento do capital.Se o acionista não exercer seu direito sua participação no capital social ficará diluída. 1.4.5. Direito de Retirada O direito de retirada (ou de recesso) é conferido a qualquer acionista e pode ser exercido desde que ele, no prazo de 30 dias da publicação da ata da Assembléia, contra o que for deliberado sobre as matérias: 1. Criação de ações preferenciais, ou aumento de classes existentes sem guardar proporção com as demais ações. 2. Alterações nas ações preferenciais: vantagens, condições de resgate, criação de nova classe mais favorecida. 3. Redução do dividendo obrigatório. 4. Incorporação da companhia em outra ou fusão. 5. Participação em grupo de sociedades. 24 6. Mudança do objeto da companhia. 1.5. Remuneração do Acionista Os ganhos auferidos pelo investidor que detém ações de uma empresa têm componentes distintos: • O ganho (ou perda) de capital, decorrente de oscilações do preço da ação no mercado em relação ao preço pago; • A renda decorrente da distribuição do lucro gerado pela empresa e outros proventos a saber: ✓ Dividendos ✓ Juros sobre Capital Próprio ✓ Bonificação ✓ Subscrição 1.5.1. Dividendos Valor em dinheiro distribuído ao acionista como participação nos resultados da Companhia, na proporção da quantidade de ações possuídas. O acionista tem direito de receber como dividendo obrigatório, em cada exercício, a parcela dos lucros estabelecida no estatuto, ou, se este for omisso, metade do lucro líquido do exercício. O estatuto da companhia pode estabelecer o pagamento de dividendo de duas formas: a) Dividendo fixo: corresponde a determinado porcentual sobre o capital social ou sobre o lucro; b) Dividendo mínimo: as ações preferenciais participam do lucro distribuído em igualdade de condições com as ações ordinárias, depois de a estas últimas ter sido pago o mínimo. O dividendo, ainda que fixo ou cumulativo, não pode ser distribuído em prejuízo do capital social, salvo quando, em caso de liquidação da companhia, essa vantagem tiver sido expressamente assegurada. A companhia pode atribuir ao acionista detentor de ações preferenciais a prioridade no recebimento de dividendo, significando que este acionista recebe seu dividendo antes do acionista detentor de ações ordinárias. Esta hipótese é valida quando não houver lucro suficiente a ser distribuído a todos os acionistas da companhia. Não incide imposto de renda sobre os dividendos recebidos pelos acionistas. 1.5.2. Juros sobre Capital Próprio Remuneração alternativa da empresa ao acionista, limitada ao valor da TJLP (Taxa de Juros de Longo Prazo) A principal diferença é que, ao contrário dos dividendos, os juros sobre capital são dedutíveis da base de calculo do IR e CSLL (Contribuição Social Sobre Lucro Líquido), ou seja, eles são classificados como despesa e reduzem o valor de IR e CSLL a pagar pela empresa. Para o acionista que recebe esse rendimento haverá tributação de 15% na fonte. 1.5.3. Bonificação Consiste na incorporação de reservas de lucro ao capital social, mediante emissão de novas ações distribuídas gratuitamente aos acionistas, em número proporcional às já possuídas. A bonificação aumenta a quantidade de ações da empresa, sem alterar o valor do patrimônio líquido. Excepcionalmente, além dos dividendos, uma empresa poderá conceder à seus acionistas uma participação adicional nos lucros por meio de uma bonificação em dinheiro. 1.5.4. Ganho de Capital O ganho de capital é a diferença positiva entre o preço de venda e o preço de compra da ação. O investidor que adquiriu ações por R$ 10,00 cada uma e vendeu por R$ 12,00, realizou um ganho de capital de R$ 2,00 por ação, ou seja, 20%. Se esse mesmo investidor vendeu por R$ 9,00, realizou uma perda de capital de R$ 1,00 por ação, ou seja, -10% 1.5.5 Subscrição Direito que o acionista tem de manter a sua participação na empresa quando do aumento do capital. Caso este não queira exercer este direito o mesmo poderá vender este direito, obtendo com isto uma remuneração. 25 1.6. Direitode representação. Eventos societários 1.6.1. Acionista Controlador: conceito, implicações de acordo de acionistas. Entende-se por acionista controlador a pessoa física ou jurídica, ou grupo de pessoas vinculadas por acordo de voto, que tem: • Direitos que lhe assegurem a maioria dos votos nas Assembléias Gerais; • O poder de eleger a maioria dos administradores da companhia; • O poder para dirigir as atividades da companhia e orientar o funcionamento de seus órgãos, definindo a estratégia da empresa. 1.6.2. Acionista Minoritário: direito de voto e retirada O acionista minoritário é o proprietário com direito a voto, cujo total não lhe garante o controle da sociedade. O direto de recesso ou de retirada consiste na faculdade assegurada aos acionistas minoritários de, caso discordem de certas deliberações da Assembléia Geral, nas hipóteses expressamente previstas em lei, retirar- se da companhia, recebendo o valor das ações de sua propriedade (art. 137, caput, da Lei das S.A) A função do direito de recesso é a de proteger a acionista minoritário contra determinadas modificações substanciais na estrutura da companhia ou contra a redução nos direitos assegurados por suas ações, desobrigando-o de permanecer sócio de uma companhia substancialmente diversa daquela à qual se associou ao adquirir as ações. Tag along (extensão do prêmio de controle) Trata-se da extensão do prêmio de controle, direito conferido a acionistas minoritários em caso de alienação de ações realizada pelos controladores da companhia. A alienação, direta ou indireta, do controle da companhia aberta somente pode ser contratada sob a condição, suspensiva ou resolutiva, de que o adquirente se obrigue a fazer oferta pública de aquisição das ações com direito a voto de propriedade dos demais acionistas da companhia, de modo a lhes assegurar o preço no mínimo igual a 80% do valor pago por ação com direito a voto, integrante do bloco de controle. Fontes de informação O conjunto de informações que os administradores das companhias fornecem ao acionistas, analistas de investimentos, credores e comunidade em geral, abrange os seguintes documentos: • Relatório de Administração • Demonstrações Financeiras com Notas Explicativas • Parecer dos Auditores Independentes 1.7. Oferta Primária e Secundária Oferta Primária (underwriting) Na oferta primária de ações a empresa faz uma emissão de novas ações para colocação junto ao público. Desta forma, a empresa capta novos recursos, impactando a relação capital próprio/capital de terceiros. Neste caso, os acionistas que não subscrevem as novas ações que estão sendo emitidas terão a sua participação no capital da empresa diminuída (diluída). Oferta Secundária ou Block Trade Na oferta secundária de ações não ocorre emissão de novas ações. A oferta secundária especifica as condições em que um determinado lote de ações, pertencente a algum acionista, será colocado no mercado. Neste caso, não existe impacto direto na empresa, uma vez que através da oferta secundária as ações da empresa simplesmente serão transferidas de um acionista para outro. Oferta Primária: a empresa emite novas ações e, portanto, capta recursos no mercado. Oferta Secundária: a empresa não emite novas ações e, portanto, não capta recursos financeiros no mercado. A oferta de venda de ações é feita, normalmente, por um grande acionista. 1.8. Precificação – Aspectos Relevantes 26 O objetivo de qualquer metodologia de análise de ações é determinar o preço justo de uma ação com o objetivo de identificar oportunidades de investimentos ou, do lado das companhias, oportunidades da emissão ou colocação de novas ações. Os principais métodos de avaliação de investimentos em ações são: • Múltiplos de mercado • Fluxo de caixa descontado Múltiplos de mercado A avaliação de ações pelo sistema de múltiplos é bastante difundida no mercado apesar de controversa. O raciocínio básico é simples. Observe: 1. Calcula-se os múltiplos de várias empresas; 2. As ações que apresentarem os menores índices estão subavaliadas em relação às demais. Significa que podem propiciar retorno em menor tempo. Recomendação de compra. 3. As ações com maiores múltiplos estão superavaliadas. Recomendação de Venda. P/L – Índice Preço / Lucro. O famoso índice P/L indica o prazo – em número de anos – para recuperação do capital investido, dada estimativa de lucro por ação. 𝑃 𝐿 = 𝑃𝑟𝑒ç𝑜 𝑑𝑒 𝑀𝑒𝑟𝑐𝑎𝑑𝑜 𝐿𝑢𝑐𝑟𝑜 𝑝𝑜𝑟 𝐴çã𝑜 (𝐿𝑃𝐴) Exemplo: Se o investidor compra uma ação por $ 100 e espera ganhar $ 25 de lucro a cada ano, levará 4 anos para recuperar o capital investido. ($ 100 / $ 25 = 4) Quanto menor for o P/L, melhor. Significa que o retorno sobre o capital virá num tempo mais curto. VE / EBITDA – Valor da Empresa / EBITDA Esse múltiplo tem o mesmo conceito do P/L só que ao invés de considerar o lucro líquido contábil, utiliza-se o EBITDA que se aproxima do lucro da atividade em base de caixa. Um índice baixo indica que a empresa está subavaliada e pode representar uma decisão de compra para o investidor que esteja decidindo com base nesse múltiplo. 𝑉𝐸 𝐸𝑏𝑡𝑖𝑑𝑎 = 𝑉𝑎𝑙𝑜𝑟 𝑑𝑎 𝐸𝑚𝑝𝑟𝑒𝑠𝑎 𝐸𝐵𝑇𝐼𝐷𝐴 EBITDA – Earning Before Interest, Taxes, Depreciation and Amortization Traduzindo: Lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações. Quanto MENOR, MELHOR. Fluxo de Caixa Descontado Segundo o modelo de Fluxo de Caixa Descontado, o valor de um ativo é determinado pelo valor presente dos seus fluxos de caixa futuros, descontados a uma taxa de juros, que renumere o investidor pelo risco do investimento na empresa. Este valor deverá ser comparado com o preço de mercado da ação para a decisão de investimento. Esse é o método normalmente utilizado nas operações de fusões e aquisições entre empresas. Preço justo da ação = Valor presente dos fluxos de caixa descontados por uma taxa de juros. Análise Técnica ou “Grafista” e Análise Fundamentalista Análise Técnica Índice P/L: Quanto MENOR, MELHOR 27 “Tudo está refletido no preço de mercado”. Esta afirmação é a pedra fundamental da análise técnica. A não ser que seu significado completo seja perfeitamente entendido e aceito, nada do que vem depois faz muito sentido. O técnico acredita que tudo que possa vir a afetar o preço de mercado de uma ação ou de uma “commodity”, seja algo fundamental, político, psicológico, etc. já está refletido no preço corrente do ativo. O que quer dizer que a única coisa que interessa é estudar o comportamento desse preço. Por isso, a afirmação dos “grafistas” de que não se preocupam com os motivos das altas e das baixas, não é tão simplória como parece – é a lógica desta primeira premissa: a ação do mercado desconta tudo. Assim, basta estudar os mercados e deixá-los apontar qual a próxima tendência. Não se trata de tentar ser mais esperto ou puramente adivinhar e sim de estudar todo um elenco de ferramentas técnicas que permite um estudo racional das tendências. O analista técnico sabe que existem razões para a alta ou a baixa, mas não acredita que conhecer estas razões seja necessário em seu trabalho. “Os preços se movem em tendências”. Este é outro ponto essencial à análise técnica: o conceito de tendência. Sem acreditar nele, não adianta prosseguir, pois justamente o propósito da análise técnica é identificar as tendências nos seus primeiros estágios, para recomendar operações que se beneficiem dessas tendências. Há um corolário à premissa de que os preços se movem em tendências: uma tendência em curso tem maiores possibilidades de continuar do que de reverter, exatamente como enuncia o principio da inércia, estabelecido por Isaac Newton. Poderíamos também dizer que uma tendência continuará na mesma direção até que reverta. Parece uma coisa óbvia, mas a tarefa da análise técnica é identificar a existência de uma tendência e perceber os sinaisde sua reversão. Análise Fundamentalista Se fossemos fazer uma definição de Análise Fundamentalista bem resumida, diríamos que “Análise Fundamentalista é a arte de analisar e projetar resultados de uma empresa”. A Análise Fundamentalista baseia-se na Análise Econômico – Financeira de uma companhia, partindo do Balanço Geral apresentado pelas empresas e suas peças contábeis que fazem parte do Relatório Anual ou Informações Trimestrais (ITR) publicadas e divulgadas ao Mercado de Capitais ou na CVM – Comissão de Valores Mobiliários, Bolsas de Valores que negociem com ações ou em jornais de grande circulação. A partir do Balanço Geral, de acordo com o roteiro estabelecido pelas Áreas de Pesquisa ou Departamentos Técnicos das Instituições Financeiras, são reclassificadas as contas num modelo de análise estabelecido por cada departamento, não diferenciando em muito da classificação das contas padronizadas conforme a Lei das Sociedades Anônimas. Esta fase, chamamos de análise de balanço, que serve para montar um banco de dados histórico e selecionar premissas de indicadores que poderão ser utilizadas nas projeções de resultados futuros. A análise Microeconômica da empresa no seu contexto também será estudada e incorporado o Cenário Macroeconômico em que vivencia a economia e o setor onde atua a empresa (segunda fase) Após escolhidos os cenários micro (quantidade física de venda de produtos, preços, custos, perfil de endividamento, etc...) ou seja a “Equação da Empresa”, é acoplado o cenário macroeconômico ou indicadores de conjuntura, tais como: Inflação, Câmbio, Taxa de Juros, Outras Moedas, etc. Com a ajuda de softwares de análises e projeções são realizadas as projeções de resultados das empresas. 1.9. Impacto sobre os preços e quantidades das ações do investidor. Pagamento de dividendos, desdobramento (split), grupamentos e bonificação. Split = desdobramento de ações Ocorre quando a empresa aumenta a quantidade de ações em circulação, sem alterar o Capital Social da Empresa, reduzindo o valor unitário para aumentar a liquidez da ação no mercado. 28 Posição atual Posição após Split Quantidade ações 1.000 10.000 Valor unitário $100 $10 Capital investido $100.000 $100.000 Para o acionista não há alteração sobre o montante financeiro nem sua participação proporcional no capital da Companhia. Nesta operação simplesmente é feita a troca de ações de valores maiores por várias ações de menor valor. Traduzindo em miúdos... Equivale a trocar uma nota de $100 por 10 notas de $10. Grupamento ou Inplit Termo utilizado para designar o mero grupamento de ações: o número de papeis em poder do acionista diminui, sem alterar sua participação no capital da empresa, pois o valor nominal das ações se eleva proporcionalmente. É exatamente o inverso do Split, e a exemplo deste, como já dito, não há alterações sobre o montante financeiro nem sua participação na Companhia. Traduzindo em miúdos...Equivale a trocar 10 notas de $10 por uma nota de $100. Posição atual Posição após Inplit Quantidade ações 10.000 1.000 Valor unitário $10 $100 Capital investido $100.000 $100.000 TANTO O SPLIT COMO INPLIT TEM A FUNÇÃO DE DAR LIQUIDEZ AO PAPEL Ações ex-dividendos (ED) É o que se diz de uma ação que está sendo negociada sem os direitos de seus dividendos. Esta é uma denominação, em geral, utilizada por prazos curtos, apenas para caracterizar claramente uma situação que foi alterada. Por exemplo: • Suponha que uma empresa pague sempre dividendos em março. • Até a divulgação do valor destes dividendos referentes a exercício do ano anterior, ela estará sendo cotada considerando este direito incluído. • Assim que ela anunciar estes dividendos, por exemplo, em 15 de março do ano seguinte, a Bolsa de Valores define que o papel passa a ser negociado sem este direito, ou seja, sem o direito dos dividendos do ano anterior. • Mas continua sendo negociada com outros direitos que serão anunciados no futuro, até que sejam anunciados. O ex-dividendos é um título temporário que a ação recebe, apenas naqueles primeiros dias do anúncio de provento, para deixar bem claro que algo aconteceu com o papel naqueles dias, a ponto de eventualmente interferir em seu preço de mercado. São identificados na Bovespa pela sigla ED, de ex-dividendos. Veja um exemplo numérico: Uma ação cotada a R$ 10,00, anunciou um dividendo de R$ 1,20 Para apurar o preço “ex” dividendo basta subtrair o valor do dividendo do preço da ação Preço “ex” = $10,00 - $1,20 = $8,80 29 Na divulgação da distribuição de proventos, o preço da ação é ajustado de acordo com a fórmula utilizada pela Bovespa. A ação passará a ser cotada considerando o direito já recebido com o uso da expressão “ex”. 1.10. Conceitos Gerais das Práticas de Boa Governança Corporativa Governança corporativa é o conjunto de práticas e relacionamentos entre os Acionistas ou Cotistas, Conselho de Administração, Diretoria, Auditoria Independente e Conselho Fiscal, com a finalidade de: • Otimizar o desempenho da empresa; • Facilitar seu acesso a fontes de capital; e • Proteger os investidores e demais partes interessadas. A expressão é designada para abranger os assuntos relativos ao poder de controle e direção de uma empresa, e os diversos interesses que, de alguma forma, estão ligados à vida das sociedades comerciais. Para os investidores, a análise das práticas de governança auxilia na decisão de investimento, pois a governança determina o nível e as formas de atuação que estes podem ter na companhia, possibilitando-lhes exercer influencia no desempenho da mesma. Boas práticas de governança corporativa repercutem na redução do custo de capital, o que aumenta a viabilidade do mercado de capitais como alternativa de capitalização. A boa governança permite uma administração melhor, em benefício de todos os acionistas e daqueles que lidam com a empresa, contribuindo para uma sociedade mais justa e responsável. A análise das práticas de governança corporativa aplicadas ao mercado de capitais envolvem, principalmente: • Transparência na prestação de informações ao público em geral, • Eqüidade de tratamento dos acionistas. Governança Corporativa envolve principalmente: • transparência nas informações publicadas • tratamento igualitário dentre os acionistas. Recomendações da CVM – Comissão de Valores Mobiliários – em relação à boas práticas de Governança Corporativa 1.11 Os segmentos de listagem Nível a, Nível 2 e Novo Mercado da Bovespa. Os Níveis Diferenciados de Governança Corporativa são segmentos especiais de listagem que foram desenvolvidos com o objetivo de proporcionar um ambiente de negociação que estimulasse, simultaneamente, o interesse dos investidores e a valorização das companhias. Empresas listadas nesses segmentos oferecem aos seus acionistas investidores melhorias nas práticas de governança corporativa que ampliam os direitos societários dos acionistas minoritários e aumentam a transparência das companhias, com divulgação de maior volume de informações e de melhor qualidade, facilitando o acompanhamento de sua performance. A premissa básica é que a adoção de boas práticas de governança corporativa pela companhias confere maior credibilidade ao mercado acionário e, como conseqüência, aumenta a confiança e a disposição dos investidores em adquirirem as suas ações, pagarem um preço melhor por elas, reduzindo seu custo de captação A adesão das Companhias ao Nível 1 ou Nível 2 depende do grau de compromisso assumido e é formalizada por meio de um contrato, assinado pela BOVESPA, pela Companhia, seus administradores, conselheiros fiscais e controladores. Ao assinarem o contrato, as partes acordam em observar o Regulamento de Listagem do segmento específico, queconsolida os requisitos que devem ser atendidos pela Companhias listadas naquele segmento. Companhia Nível 1 30 As Companhias Nível 1 se comprometem, principalmente, com melhorias na prestação de informações ao mercado e com a dispersão acionária. Por exemplo, a companhia aberta listada no Nível 1 tem como obrigações adicionais à legislação: • Melhoria nas informações prestadas à CVM, à BOVESPA e ao público em geral. • Realização de reuniões públicas com analistas e investidores, ao menos uma vez por ano. • Apresentação de um calendário anual, do qual conste a programação dos eventos corporativos, tais como Assembléias, divulgação de resultados, etc • Divulgação dos termos dos contratos firmados entre a companhia e partes relacionadas. • Divulgação, em bases mensais, das negociações de valores mobiliários e derivativos de emissão da companhia por parte dos acionistas controladores. • Manutenção em circulação de uma parcela mínima de ações, representando 25% (vinte e cinco por cento) do capital social da companhia (free float) • Quando da realização de distribuições públicas de ações, adoção de mecanismos que favoreçam a dispersão do capital. Companhia Nível 2 As Companhia Nível 2 se comprometem a cumprir as regras aplicáveis ao Nível 1 e, adicionalmente, um conjunto mais amplo de práticas de governança relativas aos direitos societários dos acionistas minoritários. Por exemplo, a companhia aberta listada no Nível 2 tem como obrigações adicionais à legislação, além das exigências do Nível 1: • Divulgação de demonstrações financeiras de acordo com padrões internacionais IFRS ou US GAAP(*). • Conselho de Administração com mínimo de 5 (cinco) membros e mandato unificado de até 2 (dois) anos, permitida a reeleição. No mínimo, 20% (vinte por cento) dos membros deverão ser conselheiros independentes. • Direito de voto às ações preferenciais em algumas matérias, tais como, transformação, incorporação, fusão ou cisão da companhia e aprovação de contratos entre a companhia e empresas do mesmo grupo sempre que, por força de disposição legal ou estatutária, sejam deliberados em Assembléia geral. • Extensão para todos os acionistas detentores de ações ordinárias das mesmas condições obtidas pelos controladores quando da venda do controle da companhia e de, no mínimo, 100% (oitenta por cento) deste valor para os detentores de ações preferenciais (tag along). • Realização de uma oferta pública de aquisição de todas as ações em circulação, no mínimo, pelo valor econômico, nas hipóteses de fechamento do capital ou cancelamento do registro de negociação neste Nível. • Adesão à Câmara de Arbitragem do Mercado para resolução de conflitos societários. Além de presentes no Regulamento de Listagem, alguns desses compromissos deverão ser aprovados em Assembléias Gerais e incluídos no Estatuto Social da companhia. (*) IFRS: (International Financial Reporting Standard) são um conjunto de normas contábeis internacionais publicados e revisados pelo IASB (International Accounting Standards Board). Normas contábeis adotadas pela União Européia. US GAAP: United States Generally Accepted Accounting Principles) Normas contábeis adotadas nos Estados Unidos. Novo Mercado da BOVESPA A principal inovação do Novo Mercado, em relação à legislação, é a exigência de que o capital social da companhia seja composto somente por ações ordinárias. Porém, esta não é a única. Por exemplo, a companhia aberta participante do Novo Mercado tem como obrigações adicionais, além das exigências citadas nos Níveis 1 e 2. Extensão para todos os acionistas das mesmas condições obtidas pelos controladores quando da venda do controle da companhia (tag along). Cumprimento de regras de disclosure (= transparência) em negociações envolvendo ativos de emissão da companhia por parte de acionistas controladores ou administradores da empresa. Realização de uma oferta pública de aquisição de todas as ações em circulação, no mínimo, pelo valor econômico, nas hipóteses de fechamento do capital ou cancelamento do registro de negociação no Novo Mercado. Além de presentes no Regulamento de Listagem, alguns desses compromissos deverão ser aprovados em Assembléias Gerais e incluídos no Estatuto Social da companhia. Fique Ligado! Características exclusivas das empresas listadas no Novo Mercado: Emissão de ações ordinárias, apenas. Tag Along de 100% para todos os acionistas. 31 Lock-up period É o período após a colocação primária das ações, durante o qual os controladores (acionistas originais) não podem vender suas ações. As empresas que se listarem no NM (Novo Mercado) devem seguir a seguinte regra: até o 6° mês seguinte à oferta inicial os controladores não podem vender nenhuma ação e do 7° mês até o final do 1° ano após a emissão podem vender, no máximo, 40% de suas ações. O objetivo do mecanismo de lock up é transmitir maior segurança aos investidores de que os empreendedores, ao realizarem uma oferta de ações, não pretendem se desfazer das ações da empresa, mas sim buscar sócios para financiar a expansão de suas atividades. Silent Period A fim de assegurar a formação correta de preços e prevenir-se contra a publicação de informações não autorizadas sobre previsões de lucro ou qualquer outra informação importante antes de seu anúncio oficial, o “silent period” constitui-se de um período em que a empresa restringe-se de fazer comentários públicos até a publicação oficial de seu balanço. isto normalmente ocorre antes de uma emissão pública de ações. Por outro lado, se as previsões feitas anteriormente forem muito diferentes do que realmente deverá acontecer esta regra poderá ser quebrada para evitar prejuízos para novos acionistas. Free Float – Quantidade mínima de ações que devem permanecer em circulação no mercado. 32 TABELA RESUMO DE GOVERNAÇA CORPORATIVA Legislação Lei 10.303 Nível 1 Nível 2 Novo Mercado Requisitos de Transparência Requisitos Societários + Transparência Tag Along 80% ON 80% ON 100% ON e 100% PN 100% ON Proporção ON/PN 50% (para novas companhias) 100% ON Free Float 25% 25% 25% Conselho de Administração Mínimo 3 membros, eleitos pela Assembléia Geral, com mandato não superior a 3 anos, permitida a reeleição. Mínimo 5 membros, com mandato de 2 anos, permitida a reeleição. 20% dos Conselheiros devem ser independentes. Câmara de Arbitragem de Mercado* Não Não Sim Sim Lock up Period (apenas IPO) 100% 6 meses 40% restante Prazo convocação Assembléia 15 dias antecedência 15 dias antecedência 15 dias antecedência 15 dias antecedência Valores para IPO Mínimo $10 milhões Outros Fechamento de Capital Preço justo PL contábil, fluxo de caixa descontado, cotação de ações no mercado. Calendário anual de eventos corporativos. Reunião pública anual com analistas de investimento. Fechamento de Capital pelo valor econômico. Direito a voto para PN em assuntos específicos. *** Fechamento de Capital pelo valor econômico. Somente ações ON. *Câmara de Arbitragem de Mercado: solução privada, amigável e imparcial de conflitos por meio de árbitros (não cabe recurso ao judiciário). ** Informações prestadas trimestralmente: demonstrações de fluxo de fluxo de caixa; posições acionárias de quem detiver mais de 5% do K votante. ** Cumprimento de regras de transparência em negociações envolvendo ativos de emissão da Cia por parte de acionistas controladores ou administradores da mesma. *** Transformação, incorporação, fusão e cisão; aprovação de contratos entre a Cia e o acionista controlador. Avaliação de bens para aumento de K da Cia. Escolha de empresa especializada para determinação do valor econômico da Cia. 1.13 Clube de Investimentos Art. 1º O Clube de Investimento é