Buscar

REVISÃO - DIREITO FINANCEIRO E TRIBUTÁRIO

Prévia do material em texto

REVISÃO - DIREITO FINANCEIRO E TRIBUTÁRIO
1. Classifique despesas e receitas públicas:
Despesas: é previsão do conjunto de gastos a serem realizados pelo ente público
para o funcionamento e a manutenção dos serviços prestados à população.
Despesas podem ser:
- Despesas Correntes: são aquelas que não contribuem diretamente para a
formação ou aquisição de um bem de capital, necessárias à manutenção da
máquina pública.
- Despesas de Capital: são aquelas que contribuem diretamente para a
formação ou aquisição de um bem de capital.
Receitas: é a receita produzida pela renda de seus bens, obtida pela prestação de
serviços públicos arrecadada do povo coercitivamente em caráter definitivo ou obtida
através de empréstimos. Ingressos de recursos financeiros nos cofres do Estado.
Podem ser:
1. Correntes ou de Capital - critérios econômicos - Lei 4320/64:
- Correntes: são arrecadadas dentro do exercício, aumentam as
disponibilidades financeiras do Estado, e constituem instrumento para
financiar os objetivos definidos nos programas e ações
correspondentes às políticas públicas.
- Capital: aumentam as disponibilidades financeiras do Estado, porém
não provocam efeito sobre o patrimônio líquido.
2. Ordinária ou extraordinária - de acordo com a periodicidade ou ocorrência -
Construção Doutrinária:
- Ordinária: obtidas de formas rotineira, periódica.
- Extraordinária: obtidas de formas irregular, esporádica, temporária.
3. Originária ou Derivadas - de acordo com a origem - Construção Doutrinária:
- Originária: é aquela auferida pelo Estado em decorrência da
exploração de seu patrimônio, sem o exercício do Poder soberano.
Ex: Tarifa ou Preço Público.
- Derivada: são as provenientes do patrimônio de particular, impostas
coercitivamente aos cidadãos em decorrência do Poder Soberano do
Estado.
Ex: Impostos, taxas, contribuição de melhoria, contribuição social e
empréstimo compulsório.
2. Quais os princípios orçamentários públicos?
- Unidade ou totalidade: todas as receitas e despesas devem estar previstas
em um só documento. Existe divergência doutrinária quanto à aplicação do
princípio apenas a LOA ou as demais, àqueles que defendem a aplicação na
LDO e no PPA chamam o princípio de totalidade.
- Universalidade: a LOA de cada ente federado deverá conter todas as
receitas e as despesas de todos os poderes, órgãos , entidades, fundos e
fundações instituídas e mantidas pelo poder público.
- Anualidade ou periodicidade: o orçamento tem sua vigência limitada ao
exercício de um período financeiro.
- Reserva legal ou legalidade: não pode haver despesa pública sem antes
ter ocorrido autorização legislativa. O orçamento deve ser instituído por lei,
bem como eventuais créditos suplementares e especiais.
- Exclusividade: impedimento de que nas leis orçamentárias haja normas
pertencentes a outra matéria jurídica.
- Equilíbrio orçamentário: montante das receitas e das despesas devem
estar previsto de forma equilibrada.
- Publicidade: todos os atos relativos à atuação do Estado para a condução
da “coisa” pública precisam ser publicadas para possibilitar o acesso à
população.
- Clareza: o orçamento público deve ser claro e compreensível para qualquer
indivíduo.
- Não vinculação da receita de imposto à despesa: a arrecadação à título
de impostos é destinada a caixa único para satisfazer toda despesa, sendo
vedada a vinculação da receita de impostos a órgão, fundo ou despesa,
salvo exceções previstas na CF (ações e serviços públicos de saúde,
educação e atividades da administração tributária + prestação de garantias a
operações de crédito por antecipação de receita).
3. Como se organiza o orçamento público no direito brasileiro?
Lei de iniciativa do Poder Executivo, aprovado pelo Legislativo.
É formado pelos:
PPA - Plano Plurianual: 4 anos - estabelece de forma regionalizada as diretrizes,
objetivos e metas da Administração Pública federal para as despesas de capital e
outras delas decorrentes e para as relativas aos programas de duração continuada;
- instrumento de planejamento estratégico.
- estabelece macro-objetivos a serem alcançados no período de 4 anos.
LDO - Lei de Diretrizes Orçamentárias - 1 ano - com base nos objetivo traçados no
PPA, orienta a elaboração do LOA. Compreenderá as metas e prioridades da
administração pública federal, incluindo as despesas de capital para o exercício
financeiro subsequente, orientará a elaboração da lei orçamentária anual.
LOA - Lei Orçamentária Anual - 1 ano - peça única que compreenderá três
orçamentos: orçamento fiscal, orçamento de investimento e orçamento da
seguridade social.
4. A CF divide o sistema Tributário em 5 espécies de tributos, quais são elas,
explique.
- Impostos: É o tributo cuja obrigação tem por fato gerador uma situação
independente de qualquer atividade estatal específica, relativa ao
contribuinte (Art. 16 do CTN). Para exigir o imposto de certo indivíduo, não é
preciso que o Estado lhe preste algo determinado.
- Taxas: (Art. 145, II, CF c/c Art. 77 do CTN) - As taxas têm hipótese de
incidência ou fato gerador, vinculado a uma atividade específica do Estado.
São exigidas em razão do exercício do poder de polícia ou pela utilização
efetiva ou potencial de serviços públicos específicos e divisíveis. O fato
gerador desse tributo é configurado por uma atuação estatal, ou seja, o
Estado realiza determinada atividade e, em razão disso, cobra uma taxa do
sujeito passivo que auferiu algum benefício. Contraprestação do contribuinte.
- Empréstimo compulsório: (Art. 148, CF) Empréstimos que têm por objetivo
atender a despesas extraordinárias, decorrentes de calamidade pública, de
guerra externa ou de sua iminência, ou ainda, no caso de investimento de
caráter urgente e de relevante interesse nacional. São forçados, coativos e
restituíveis.
- Contribuição de Melhoria: (Art. 145, III) tributo instituído para fazer face ao
custo de obras públicas de que decorra valorização imobiliária, tendo como
limite total a despesa realizada e como limite individual o acréscimo de valor
que da obra resultar para cada imóvel beneficiado.
- Contribuição Social/Contribuição Especial: É terminologicamente
incorreto utilizar a expressão “contribuições sociais” como gênero, pois elas
são apenas a subespécie de contribuição especial utilizada pela União,
quando essa quer conseguir recursos tributários para atuar na área social.
Surgem como espécies tributárias afetadas a objetivos previamente
determinados. Seriam exações instituídas com específicos propósitos de
arrecadação para manutenção e intervenção em áreas econômicas e sociais
da população.
* Competência exclusiva da União para a criação das contribuições, há
exceções.
O legislador previu a possibilidade de a União instituir três espécies de
contribuição, quais sejam:
- Contribuições sociais: A Constituição Federal consagra direitos
sociais prestados pelo Poder Público em favor de toda à população,
objetivando a busca do bem-estar social.No art. 6o da Carta Magna,
encontramos rol não exaustivo de direitos sociais contemplados pelo
ordenamento jurídico:
Art. 6o São direitos sociais a educação, a saúde, a alimentação, o
trabalho, a moradia, o transporte, o lazer, a segurança, a previdência
social, a proteção à maternidade e à infância, a assistência aos
desamparados, na forma desta Constituição.
- Contribuições de seguridade social;
- Outras contribuições sociais;
- Contribuições sociais gerais.
- Contribuições de intervenção no domínio econômico - CIDE: são
tributos extrafiscais. É destinada ao Poder Público com finalidade
regulatória, sendo caracterizada como um instrumento de intervenção
no domínio econômico, tendo função extrafiscal, isto, é de corrigir
distorções em setores da atividade econômica.
- Contribuições de interesse de categorias profissionais ou econômicas
(corporativas): são destinadas a organizar e manter as entidades
associativas. A função das contribuições de interesse de categorias
profissionais é constituir receita para financiar as entidades
representativas.
5. Pela divisãodas competências constitucionais quais tributos competem a
cada ente federado.
- Impostos Federais - art. 153, CF:
II - Imposto de Importação de Produto Estrangeiro
IE - Imposto de Exportação para o exterior
IPI - Imposto sobre Produto Industrializado
IR - Imposto de renda
ITR - - Imposto sobre Propriedade Territorial Rural
IOF - Imposto sobre Operação Financeira
+
IGF - Imposto sobre grandes fortunas
Imposto Extraordinário de guerra
Imposto Residual
- Impostos estaduais e distritais - art. 155:
ITCMD
ICMS
IPVA
- Impostos Municipais - art. 156:
IPTU
ISS
Imposto de Transmissão
6. O pagamento de condenações judiciais pela Fazenda Pública se dá de que
forma?
Far-se-ão por precatórios ou RPV’s.
Como é estabelecida a ordem para a efetivação do pagamento.
Ordem de pagamento: Os pagamentos devidos pelas Fazendas Públicas Federal,
Estaduais, Distrital e Municipais, em virtude de sentença judiciária, far-se-ão
exclusivamente na ordem cronológica de apresentação dos precatórios e à conta
dos créditos respectivos, proibida a designação de casos ou de pessoas nas
dotações orçamentárias e nos créditos adicionais abertos para este fim.
Ordem cronológica - preferência:
1º Verbas alimentícias de natureza alimentar cujo titular seja idoso;
2º Verbas alimentícias comuns;
3º Ordem Cronológica.
7. Qual o conceito de tributo? Explique cada um de seus elementos.
Art. 3º, CTN - Tributo é toda prestação pecuniária compulsória, em moeda ou cujo
valor nela se possa exprimir, que não constitua sanção de ato ilícito, instituída em lei
e cobrada mediante atividade administrativa plenamente vinculada.
- Prestação Pecuniária: prestação que deve ser satisfeita em dinheiro, só pode
ser pago em dinheiro em espécie;
- Compulsória - obrigatória;
- Não constitua sanção de ato ilícito - multas não são tributos, é uma sanção.
Apesar do tributo poder ser aplicado frente a ocorrência de ato ilícito;
- Criado por lei;
- Cobrada mediante atividade administrativa plenamente vinculada - uso de
dois poderes vinculado e discricionário, toda atividade está prevista em lei,
não há margem para escolha.
_________________________________________________________________________
- O que é direito financeiro? Ramo do Direito Público que estuda a atividade financeira
do Estado, consistente na obtenção dos recursos (receitas), bem como em sua
gestão e aplicação (despesas) de forma a garantir o funcionamento do aparelho
estatal e a realização de suas metas, visando a satisfação das necessidades da
coletividade.
- O que é direito tributário? Ramo do Direito Público que tem por objeto a disciplina
das relações jurídicas entre o Estado e os particulares, decorrentes do poder
impositivo e fiscal exclusivo do Estado, que se impõe sobre as atividades
econômicas dos particulares, além de definir as situações passíveis de tributação,
delimitando a competência tributária e os atos da administração, no sentido de
cobrar e fiscalizar a arrecadação, bem como de penalizar os infratores.
- O que é orçamento público? Instrumento de que dispõe o poder público para
expressas, em determinado período de tempo, o seu programa de atuação,
discriminando a origem no montante dos recursos a serem obtidos, bem como os
dispêndios a serem efetuados.
- Instrumento de Planejamento e Execução das Finanças Públicas.
- Estima receitas e fixa despesas a serem executadas em um exercício
financeiro.
- Natureza jurídica = lei. Porém não gera direitos objetivos. Posição do STF: é
uma lei em sentido formal, mas é um ato administrativo condição em sentido
material, uma vez que prevê as receitas e autoriza as despesas, mas não cria direito
subjetivo.

Mais conteúdos dessa disciplina