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REVISÃO PROCESSO CIVIL

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REVISÃO PROCESSO CIVIL
1. LIQUIDAÇÃO DE SENTENÇA - incidente complementar (art. 509 - 512)
Não há mais discussões sobre o mérito, mas sim sobre o que é e o quanto é devido.
Serve para suprir a decisão por isso o caráter complementar na decisão existente. Caso o
título não seja líquido, é necessária a prévia “liquidação da sentença”.
Art. 324 - O pedido deve ser determinado - certo -líquido.
indeterminado - genérico - ilíquido
REGRA: Sentença líquida
Exceção: Sentença ilíquida
Art. 491. Na ação relativa à obrigação de pagar quantia,
ainda que formulado pedido genérico, a decisão definirá
desde logo a extensão da obrigação, o índice de
correção monetária, a taxa de juros, o termo inicial de
ambos e a periodicidade da capitalização dos juros, se
for o caso, salvo quando:
I - não for possível determinar, de modo definitivo, o
montante devido;
II - a apuração do valor devido depender da produção de
prova de realização demorada ou excessivamente
dispendiosa, assim reconhecida na sentença.
§ 1o Nos casos previstos neste artigo, seguir-se-á a
apuração do valor devido por liquidação.
§ 2o O disposto no caput também se aplica quando o
acórdão alterar a sentença.
● Aplica-se em sentença, acórdão, decisão interlocutória - art. 356. Julgamento
antecipado parcial do mérito, título executivo extrajudicial onde a obrigação tenha
sido convertida em pecúnia (perdas e danos).
✓ Quais as modalidades?
Art. 509. Quando a sentença condenar ao pagamento
de quantia ilíquida, proceder-se-á à sua liquidação, a
requerimento do credor ou do devedor:
I - por arbitramento, quando determinado pela sentença, convencionado pelas partes
ou exigido pela natureza do objeto da liquidação;
● Na liquidação por arbitramento, o juiz intimará as partes para a apresentação de
pareceres ou documentos elucidativos, no prazo que fixar, e, caso não possa decidir
de plano, nomeará perito, observando-se, no que couber, o procedimento da prova
pericial. Aqui fala-se em arbitramento e se for necessário perícia.
.
II - pelo procedimento comum, quando houver necessidade de alegar e provar fato
novo.
● Liquidação pelo procedimento comum: Na liquidação pelo procedimento comum, o
juiz determinará a intimação do requerido, na pessoa de seu advogado ou da
sociedade de advogados a que estiver vinculado, para, querendo, apresentar
contestação no prazo de 15 (quinze) dias, observando-se, a seguir, no que couber, o
disposto no Livro I da Parte Especial deste Código. Pode ou não ocorrer a perícia.
Aqui ocorrem as quatro fases.
✓ Quais as hipóteses de cabimento de cada uma delas?
- Liquidação incidental ou incidente: TEE obrigação convertida em pecúnia
- Processo de liquidação - art. 515, § 1º
§ 1o Nos casos dos incisos VI a IX, o devedor será
citado no juízo cível para o cumprimento da sentença ou
para a liquidação no prazo de 15 (quinze) dias.
VI - a sentença penal condenatória transitada em
julgado;
VII - a sentença arbitral;
VIII - a sentença estrangeira homologada pelo Superior
Tribunal de Justiça;
IX - a decisão interlocutória estrangeira, após a
concessão do exequatur à carta rogatória pelo Superior
Tribunal de Justiça;
- Fase de liquidação: dentro do mesmo processo
● Liquidação por arbitramento, qual a principal diferença entre a liquidação por
arbitramento e procedimento comum? Qual delas tem que se alegar e provar fato
novo? Nessa também pode acontecer a perícia, então não necessariamente a
perícia ocorre pelo arbitramento.
2. CUMPRIMENTO DE SENTENÇA
É indispensável a existência de um título executivo judicial que contemple obrigação
certa, líquida e exigível.
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2015/lei/l13105.htm#parteespeciallivroi
Provisório (arts. 520 a 522, CPC)
Admite-se o cumprimento de sentença fundada em título executivo judicial ainda que
não transitada em julgado, ou seja, contra o qual pende o julgamento de recurso sem efeito
suspensivo. Comprimento fundado em título não definitivo - logo, passível de anulação ou
reforma. Corre por iniciativa e responsabilidade do exequente, que se obriga, se a sentença
for reformada, a reparar os danos que o executado haja sofrido - responsabilidade objetiva.
Fica sem efeito, sobrevindo decisão que modifique ou anule a sentença objeto da execução,
restituindo-se as partes ao estado anterior e liquidando-se eventuais prejuízos nos mesmos
autos.
✓ Quais os pressupostos que devem estar presentes para que possamos falar
em cumprimento provisório?
Essa sentença tem que ter sido desafiada por um recurso ainda não julgado - não
transitada em julgado - e o recurso não pode ter efeito suspensivo, se tiver não tem como
realizar o cumprimento provisório.
✓ Quando é necessário prestar caução?
Na hipóteses de levantamento de depósito em dinheiro e a prática de atos que importem
transferência de posse ou alienação de propriedade ou de outro direito real, ou dos quais
possa resultar grave dano ao executado, é necessário prestar caução suficiente e idônea,
arbitrada de plano pelo juiz e prestada nos próprios autos. Porém, não é necessária para
iniciar o cumprimento provisório, apenas para levantar o dinheiro ou para praticar atos que
importem expropriação dos bens do executado, pois pode haver danos de difícil reparação
ou irreversíveis ao patrimônio do executado, nesses casos.
✓ Há exceções? Quais?
Sim. Porém a regra é que ocorra a prestação da caução.
Art. 521. A caução prevista no inciso IV do art. 520
poderá ser dispensada nos casos em que:
I - o crédito for de natureza alimentar,
independentemente de sua origem;
II - o credor demonstrar situação de necessidade;
III – pender o agravo do art. 1.042;
IV - a sentença a ser provisoriamente cumprida estiver
em consonância com súmula da jurisprudência do
Supremo Tribunal Federal ou do Superior Tribunal de
Justiça ou em conformidade com acórdão proferido no
julgamento de casos repetitivos.
Parágrafo único. A exigência de caução será mantida
quando da dispensa possa resultar manifesto risco de
grave dano de difícil ou incerta reparação.
3. TÍTULOS EXECUTIVOS:
Judiciais (art. 515, CPC)
Art. 515. São títulos executivos judiciais, cujo
cumprimento dar-se-á de acordo com os artigos
previstos neste Título:
I - as decisões proferidas no processo civil que
reconheçam a exigibilidade de obrigação de pagar
quantia, de fazer, de não fazer ou de entregar coisa;
II - a decisão homologatória de autocomposição judicial;
III - a decisão homologatória de autocomposição
extrajudicial de qualquer natureza;
IV - o formal e a certidão de partilha, exclusivamente em
relação ao inventariante, aos herdeiros e aos sucessores
a título singular ou universal;
V - o crédito de auxiliar da justiça, quando as custas,
emolumentos ou honorários tiverem sido aprovados por
decisão judicial;
VI - a sentença penal condenatória transitada em
julgado;
VII - a sentença arbitral;
VIII - a sentença estrangeira homologada pelo Superior
Tribunal de Justiça;
IX - a decisão interlocutória estrangeira, após a
concessão do exequatur à carta rogatória pelo Superior
Tribunal de Justiça;
X - (VETADO).
§ 1o Nos casos dos incisos VI a IX, o devedor será citado
no juízo cível para o cumprimento da sentença ou para a
liquidação no prazo de 15 (quinze) dias.
§ 2o A autocomposição judicial pode envolver sujeito
estranho ao processo e versar sobre relação jurídica que
não tenha sido deduzida em juízo.
● Quando estivermos diante das hipóteses dos incisos VI a IX do art. 515 do CPC, não
estaremos diante de uma “nova fase” mas de uma nova ação, já que o título
executivo foi criado fora dos quadros da jurisdição cível.
Extrajudiciais (art. 784, CPC)
Segundo o texto do art. 783 do CPC, a execução para a cobrança de crédito
fundar-se-á SEMPRE em título de obrigação: certa, líquida e exigível.
Art. 784. São títulos executivos extrajudiciais:
I - a letra de câmbio, a nota promissória, a duplicata, a
debênture e o cheque;
II - a escritura pública ou outro documento público
assinado pelo devedor;
III - o documento particular assinado pelo devedor e por
2 (duas) testemunhas;
IV -o instrumento de transação referendado pelo
Ministério Público, pela Defensoria Pública, pela
Advocacia Pública, pelos advogados dos transatores ou
por conciliador ou mediador credenciado por tribunal;
V - o contrato garantido por hipoteca, penhor, anticrese
ou outro direito real de garantia e aquele garantido por
caução;
VI - o contrato de seguro de vida em caso de morte;
VII - o crédito decorrente de foro e laudêmio;
VIII - o crédito, documentalmente comprovado,
decorrente de aluguel de imóvel, bem como de encargos
acessórios, tais como taxas e despesas de condomínio;
IX - a certidão de dívida ativa da Fazenda Pública da
União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios,
correspondente aos créditos inscritos na forma da lei;
X - o crédito referente às contribuições ordinárias ou
extraordinárias de condomínio edilício, previstas na
respectiva convenção ou aprovadas em assembleia
geral, desde que documentalmente comprovadas;
XI - a certidão expedida por serventia notarial ou de
registro relativa a valores de emolumentos e demais
despesas devidas pelos atos por ela praticados, fixados
nas tabelas estabelecidas em lei;
XII - todos os demais títulos aos quais, por disposição
expressa, a lei atribuir força executiva.
§ 1o A propositura de qualquer ação relativa a débito
constante de título executivo não inibe o credor de
promover-lhe a execução.
§ 2o Os títulos executivos extrajudiciais oriundos de país
estrangeiro não dependem de homologação para serem
executados.
§ 3o O título estrangeiro só terá eficácia executiva
quando satisfeitos os requisitos de formação exigidos
pela lei do lugar de sua celebração e quando o Brasil for
indicado como o lugar de cumprimento da obrigação.
4. FRAUDE À EXECUÇÃO
Diferentemente da fraude contra credores, a fraude à execução é ato do devedor
executado que viola a própria atividade jurisdicional do Estado. (Art. 792, CPC) Portanto, é
considerada um crime pois além de frustrar o direito de receber o crédito - direito do credor -
como já há uma execução tramitando, o ato de fraudar a execução, frustra a própria
atuação do Estado e, por isso, é considerada mais grave que a Fraude a Credores.
✓ Quais são as hipóteses de fraude à execução?
Art. 792. A alienação ou a oneração de bem é
considerada fraude à execução:
I - quando sobre o bem pender ação fundada em direito
real ou com pretensão reipersecutória, desde que a
pendência do processo tenha sido averbada no
respectivo registro público, se houver;
II - quando tiver sido averbada, no registro do bem, a
pendência do processo de execução, na forma do art.
828;
III - quando tiver sido averbado, no registro do bem,
hipoteca judiciária ou outro ato de constrição judicial
originário do processo onde foi arguida a fraude;
IV - quando, ao tempo da alienação ou da oneração,
tramitava contra o devedor ação capaz de reduzi-lo à
insolvência;
V - nos demais casos expressos em lei. (ROL
EXEMPLIFICATIVO)
§ 1o A alienação em fraude à execução é ineficaz em
relação ao exequente.
§ 2o No caso de aquisição de bem não sujeito a registro,
o terceiro adquirente tem o ônus de provar que adotou as
cautelas necessárias para a aquisição, mediante a
exibição das certidões pertinentes, obtidas no domicílio
do vendedor e no local onde se encontra o bem.
§ 3o Nos casos de desconsideração da personalidade
jurídica, a fraude à execução verifica-se a partir da
citação da parte cuja personalidade se pretende
desconsiderar.
§ 4o Antes de declarar a fraude à execução, o juiz deverá
intimar o terceiro adquirente, que, se quiser, poderá opor
embargos de terceiro, no prazo de 15 (quinze) dias.
✓ Sempre haverá a necessidade de insolvência do devedor?
Não. Em casos como o do inciso I, quando sobre o bem pender ação fundada em
direito real ou com pretensão reipersecutória, reconhece-se uma presunção absoluta de
fraude à execução. De modo que a fraude poderá ser reconhecida, inclusive antes da
penhora. Não é necessário a insolvência nesse caso, tendo em vista que a ação é fundada
em direito real ou com pretensão reipersecutória.
✓ Como proceder se estivermos diante de um bem não passível de registro?
No caso de aquisição de bem não sujeito a registro, o terceiro adquirente tem o ônus
de provar que adotou as cautelas necessárias para a aquisição, mediante a exibição das
certidões pertinentes, obtidas no domicílio do vendedor e no local onde se encontra o bem.
- Art. 792, § 2º.
5. AVERBAÇÃO PREMONITÓRIA
A averbação premonitória é instrumento que gera cientificação geral de oneração
sob o princípio da publicidade registral e imobiliária. Confere ao operador de direito, tanto
exequente, quanto terceiros de boa fé cientificação de que o bem em questão está sob
penhora judicial.
Art. 828. O exequente poderá obter certidão de que a
execução foi admitida pelo juiz, com identificação das
partes e do valor da causa, para fins de averbação no
registro de imóveis, de veículos ou de outros bens
sujeitos a penhora, arresto ou indisponibilidade.
§ 1o No prazo de 10 (dez) dias de sua concretização, o
exequente deverá comunicar ao juízo as averbações
efetivadas.
§ 2o Formalizada penhora sobre bens suficientes para
cobrir o valor da dívida, o exequente providenciará, no
prazo de 10 (dez) dias, o cancelamento das averbações
relativas àqueles não penhorados.
§ 3o O juiz determinará o cancelamento das averbações,
de ofício ou a requerimento, caso o exequente não o
faça no prazo.
§ 4o Presume-se em fraude à execução a alienação ou a
oneração de bens efetuada após a averbação.
§ 5o O exequente que promover averbação
manifestamente indevida ou não cancelar as averbações
nos termos do § 2o indenizará a parte contrária,
processando-se o incidente em autos apartados.
6. PROCEDIMENTO DA EXECUÇÃO DE TEE QUE CONTENHA OBRIGAÇÃO DE
PAGAR QUANTIA CERTA CONTRA DEVEDOR SOLVENTE - Art. 784, CPC
Processo de execução em que o que se busca é executar um devedor que deve
cumprir uma obrigação consistente em pagar uma quantia certa conforme estipulado em um
TEE. Esse devedor deve ser solvente, ou seja, ter seu patrimônio positivo maior do que o
seu patrimônio negativo (tem que ter mais patrimônio do que dívidas).
Em termos gerais, a execução de título executivo extrajudicial que contenha
obrigação de pagar quantia certa se desenvolve mediante a penhora - ato constritivo-, os
quais devem ser avaliados e, poderão ou não sofrer a incidência de atos expropriatórios¹, a
depender do ocorrido durante o processo de execução.
Art. 824. A execução por quantia certa realiza-se pela
expropriação de bens do executado, ressalvadas as
execuções especiais.
✓ Quais os pressupostos da PI? - Art. 798, CPC
Art. 798. Ao propor a execução, incumbe ao exequente:
I - instruir a petição inicial com:
a) o título executivo extrajudicial;
b) o demonstrativo do débito atualizado até a data de
propositura da ação, quando se tratar de execução por
quantia certa;
c) a prova de que se verificou a condição ou ocorreu o
termo, se for o caso;
d) a prova, se for o caso, de que adimpliu a
contraprestação que lhe corresponde ou que lhe
assegura o cumprimento, se o executado não for
obrigado a satisfazer a sua prestação senão mediante a
contraprestação do exequente;
II - indicar:
a) a espécie de execução de sua preferência, quando
por mais de um modo puder ser realizada;
b) os nomes completos do exequente e do executado e
seus números de inscrição no Cadastro de Pessoas
Físicas ou no Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica;
c) os bens suscetíveis de penhora, sempre que possível.
Parágrafo único. O demonstrativo do débito deverá
conter:
I - o índice de correção monetária adotado;
II - a taxa de juros aplicada;
III - os termos inicial e final de incidência do índice de
correção monetária e da taxa de juros utilizados;
IV - a periodicidade da capitalização dos juros, se for o
caso;
V - a especificação de desconto obrigatório realizado.
✓ Diante da falta de um desses pressuposto, o que deverá ocorrer?
Após ajuizada a ação, o juiz verificará se estão presentes os requisitos da petição
inicial do art. 798 do CPC.Caso não estejam presentes os requisitos o juiz intimará o
exequente para que proceda na emenda da petição inicial nos moldes do artigo 321 do
CPC.
Art. 801. Verificando que a petição inicial está
incompleta ou que não está acompanhada dos
documentos indispensáveis à propositura da execução, o
juiz determinará que o exequente a corrija, no prazo de
15 (quinze) dias, sob pena de indeferimento.
✓ O executado é citado para? Qual prazo?
Sendo positivo o juízo de admissibilidade, o juiz procederá na citação do
executado. No processo de execução o executado é citado para pagar a dívida,
sendo esta já acrescida de 10% de honorários advocatícios, nos termos do art. 827
do CPC.
Art. 829. O executado será citado para pagar a dívida no
prazo de 3 (três) dias, contado da citação.
✓ Num mandado citatório terá a ordem de penhora e avaliação dos bens?
Sim. - Art. 829, §§ 2º e 3º, CPC
§ 1o Do mandado de citação constarão, também, a ordem
de penhora e a avaliação a serem cumpridas pelo oficial
de justiça tão logo verificado o não pagamento no prazo
assinalado, de tudo lavrando-se auto, com intimação do
executado.
§ 2o A penhora recairá sobre os bens indicados pelo
exequente, salvo se outros forem indicados pelo
executado e aceitos pelo juiz, mediante demonstração de
que a constrição proposta lhe será menos onerosa e não
trará prejuízo ao exequente.
✓ O que irá constar no mandado se o oficial de justiça não encontrar o
executado?
Se o Oficial de Justiça não encontrar o executado, arrestar-lhe-á tantos bens
quantos bastem para garantir a execução. - Art. 830, CPC.
● Requisitos para realizar a pré-penhora:
- Se o Oficial de Justiça não encontrar o executado;
- Não o encontrando o oficial apreenderá tantos bens quanto bastem para a
execução.
Art. 830, §1º:
Art. 830. Se o oficial de justiça não encontrar o
executado, arrestar-lhe-á tantos bens quantos bastem
para garantir a execução.
§ 1o Nos 10 (dez) dias seguintes à efetivação do arresto,
o oficial de justiça procurará o executado 2 (duas) vezes
em dias distintos e, havendo suspeita de ocultação,
realizará a citação com hora certa, certificando
pormenorizadamente o ocorrido.
- Se o oficial de justiça chegar para citar o executado e não o encontrar, o oficial fará
uma pré-penhora dos bens do executado. Após a efetivação da pré-penhora, o
oficial procurará o executado nos dez dias seguintes por mais duas vezes em dias
diferentes. Se o oficial suspeitar de ocultação, realizará a citação com hora certa e
vai certificar o ocorrido por escrito para juntar o processo.
§ 2o Incumbe ao exequente requerer a citação por edital, uma vez frustradas a pessoal
e a com hora certa.
§ 3o Aperfeiçoada a citação e transcorrido o prazo de pagamento, o arresto
converter-se-á em penhora, independentemente de termo.
- Se citado o réu pessoalmente, por hora certa ou por edital, transcorrido o prazo de
três dias sem pagamento, ocorrerá a conversão da pré-penhora em penhora.
✓ Os sujeitos do art. 799 devem ser intimados ainda que o valor supere o valor
de ambos os créditos? É necessário intimar o credor com garantia real (art.
804)?
Com o ajuizamento de ação de execução deve-ser verificado se existem sujeitos que
possuem garantia real, eles sempre devem ser intimados em razão da garantia do valor do
bem. Trata-se de incumbência do exequente, sendo ineficaz a alienação diante da não
intimação.
Art. 799. Incumbe ainda ao exequente:
I - requerer a intimação do credor pignoratício,
hipotecário, anticrético ou fiduciário, quando a
penhora recair sobre bens gravados por penhor,
hipoteca, anticrese ou alienação fiduciária;
II - requerer a intimação do titular de usufruto, uso ou
habitação, quando a penhora recair sobre bem gravado
por usufruto, uso ou habitação;
III - requerer a intimação do promitente comprador,
quando a penhora recair sobre bem em relação ao qual
haja promessa de compra e venda registrada;
IV - requerer a intimação do promitente vendedor,
quando a penhora recair sobre direito aquisitivo derivado
de promessa de compra e venda registrada;
V - requerer a intimação do superficiário, enfiteuta ou
concessionário, em caso de direito de superfície,
enfiteuse, concessão de uso especial para fins de
moradia ou concessão de direito real de uso, quando a
penhora recair sobre imóvel submetido ao regime do
direito de superfície, enfiteuse ou concessão;
VI - requerer a intimação do proprietário de terreno
com regime de direito de superfície, enfiteuse,
concessão de uso especial para fins de moradia ou
concessão de direito real de uso, quando a penhora
recair sobre direitos do superficiário, do enfiteuta ou do
concessionário;
VII - requerer a intimação da sociedade, no caso de
penhora de quota social ou de ação de sociedade
anônima fechada, para o fim previsto no art. 876, § 7o;
VIII - pleitear, se for o caso, medidas urgentes;
IX - proceder à averbação em registro público do ato de
propositura da execução e dos atos de constrição
realizados, para conhecimento de terceiros.
X - requerer a intimação do titular da
construção-base, bem como, se for o caso, do titular
de lajes anteriores, quando a penhora recair sobre o
direito real de laje; (Incluído pela Lei nº
13.465, de 2017)
XI - requerer a intimação do titular das lajes, quando a
penhora recair sobre a construção-base.
Art. 804. A alienação de bem gravado por penhor,
hipoteca ou anticrese será ineficaz em relação ao credor
pignoratício, hipotecário ou anticrético não intimado.
§ 1o A alienação de bem objeto de promessa de compra
e venda ou de cessão registrada será ineficaz em
relação ao promitente comprador ou ao cessionário não
intimado.
§ 2o A alienação de bem sobre o qual tenha sido
instituído direito de superfície, seja do solo, da plantação
ou da construção, será ineficaz em relação ao
concedente ou ao concessionário não intimado.
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2015/lei/l13105.htm#art876%C2%A77
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2017/Lei/L13465.htm#art57
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2017/Lei/L13465.htm#art57
§ 3o A alienação de direito aquisitivo de bem objeto de
promessa de venda, de promessa de cessão ou de
alienação fiduciária será ineficaz em relação ao
promitente vendedor, ao promitente cedente ou ao
proprietário fiduciário não intimado.
§ 4o A alienação de imóvel sobre o qual tenha sido
instituída enfiteuse, concessão de uso especial para fins
de moradia ou concessão de direito real de uso será
ineficaz em relação ao enfiteuta ou ao concessionário
não intimado.
§ 5o A alienação de direitos do enfiteuta, do
concessionário de direito real de uso ou do
concessionário de uso especial para fins de moradia será
ineficaz em relação ao proprietário do respectivo imóvel
não intimado.
§ 6o A alienação de bem sobre o qual tenha sido
instituído usufruto, uso ou habitação será ineficaz em
relação ao titular desses direitos reais não intimado.
✓ Uma vez citado o executado, quais medidas deverá tomar?
● Citado para pagar em 3 dias, pagando ocorre a extinção da obrigação, extinção do
processo.
O executado não é citado para discutir as teses jurídicas porque não há um título.
Em regra, não há o que discutir. Ele é citado para pagar. O que se discute nesse momento é
o como, quando e quanto pagar.
Se não houver o pagamento já saí a ordem para o Oficial de Justiça fazer a penhora.
● Se optar por não pagar, pode solicitar o parcelamento em 15 dias - no mesmo prazo
dos embargos, reconhecendo o crédito do exequente e comprovando o depósito de
trinta por cento do valor em execução, acrescido de custas e de honorários de
advogado, o executado poderá requerer que lhe seja permitido pagar o restante em
até 6 (seis) parcelas mensais, acrescidas de correção monetária e de juros de um
por cento ao mês. - conforme os moldes do art.916², máximo de 6 parcelas.
● Se não pagar e não quiser pagar de forma parcelada, pode opor embargos à
execução em 15 dias³.
✓ Quais os pressupostos para concessão do parcelamento do art. 916? Qual o
prazo?
Se optar por não pagar, pode solicitaro parcelamento em 15 dias - no mesmo prazo
dos embargos, reconhecendo o crédito do exequente e comprovando o depósito de
trinta por cento do valor em execução, acrescido de custas e de honorários de advogado,
o executado poderá requerer que lhe seja permitido pagar o restante em até 6 (seis)
parcelas mensais, acrescidas de correção monetária e de juros de um por cento ao mês. -
conforme os moldes do art.916, máximo de 6 parcelas.
Art. 916. No prazo para embargos, reconhecendo o
crédito do exequente e comprovando o depósito de trinta
por cento do valor em execução, acrescido de custas e
de honorários de advogado, o executado poderá
requerer que lhe seja permitido pagar o restante em até
6 (seis) parcelas mensais, acrescidas de correção
monetária e de juros de um por cento ao mês.
§ 1o O exequente será intimado para manifestar-se sobre
o preenchimento dos pressupostos do caput, e o juiz
decidirá o requerimento em 5 (cinco) dias.
§ 2o Enquanto não apreciado o requerimento, o
executado terá de depositar as parcelas vincendas,
facultado ao exequente seu levantamento.
§ 3o Deferida a proposta, o exequente levantará a
quantia depositada, e serão suspensos os atos
executivos.
§ 4o Indeferida a proposta, seguir-se-ão os atos
executivos, mantido o depósito, que será convertido em
penhora.
§ 5o O não pagamento de qualquer das prestações
acarretará cumulativamente:
I - o vencimento das prestações subsequentes e o
prosseguimento do processo, com o imediato reinício
dos atos executivos;
II - a imposição ao executado de multa de dez por cento
sobre o valor das prestações não pagas.
§ 6o A opção pelo parcelamento de que trata este artigo
importa renúncia ao direito de opor embargos
§ 7o O disposto neste artigo não se aplica ao
cumprimento da sentença.
✓ Qual o prazo para opor embargos à execução?
Se não pagar e não quiser pagar de forma parcelada, pode opor embargos à
execução em 15 dias. - Art. 915.
Art. 914. O executado, independentemente de
penhora, depósito ou caução, poderá se opor à
execução por meio de embargos.
§ 1o Os embargos à execução serão distribuídos por
dependência, autuados em apartado e instruídos com
cópias das peças processuais relevantes, que poderão
ser declaradas autênticas pelo próprio advogado, sob
sua responsabilidade pessoal.
§ 2o Na execução por carta, os embargos serão
oferecidos no juízo deprecante ou no juízo deprecado,
mas a competência para julgá-los é do juízo
deprecante, salvo se versarem unicamente sobre vícios
ou defeitos da penhora, da avaliação ou da alienação
dos bens efetuadas no juízo deprecado.
Art. 915. Os embargos serão oferecidos no prazo de
15 (quinze) dias, contado, conforme o caso, na forma
do art. 231.
7. EXECUÇÃO CONTRA À FAZENDA PÚBLICA
✓ A Fazenda é citada para? Qual o prazo?
A Fazenda é citada para opor embargos à execução em 30 dias - art. 910, CPC.
✓ Diante da rejeição dos embargos bem como da improcedência dos embargos,
uma vez interposto o recurso de apelação, em quais efeitos será recebida a
apelação?
Apesar da disposição contida no inciso III, § 1º do art. 1012, tendo em vista a execução em
discussão ser contra à Fazenda Pública, por construção legislativa - ope legis, considerando
o conteúdo do art. 100 da CF, terá duplo efeito - devolutivo suspensivo - à apelação contra
sentença que rejeita embargos ou os julga improcedentes.
Em face da Fazenda Pública opera se somente pelo procedimento dos precatórios. Não há
qualquer outro pagamento que possa ser realizado senão nos termos do art. 100, CF. Assim
a suspensão sempre será automática, o art. 100, §§1º e 3º da Constituição Federal prevê
que os pagamentos efetuados pela Fazenda Pública, em decorrência de sentença judicial,
somente poderão ser efetuados após o trânsito em julgado desta. Isto é, só será possível a
realização do pagamento se não houver possibilidade de se discutir a questão nos autos.
Nas palavras de Fredie Didier:
“O trânsito em julgado a que se refere o § 1° do art. 100 da
Constituição Federal é o da sentença que julgar os embargos à
execução. É isso porque o valor a ser incluído no orçamento
deve ser definitivo, não pendendo qualquer discussão a seu
respeito…”
Não há como se aceitar a expedição de precatório, bem como de requisição de pequeno
valor, sem que o valor do débito seja definitivo. Não se está a tratar de verba de particular, a
qual pode ser livremente disposta. Trata-se de verba pública que, portanto, é indisponível,
com o que apenas pode ser expedido o ofício requisitório para o Tribunal quando o débito
for líquido e certo.
A norma que exige decisão transitada em julgado é de hierarquia constitucional e, como tal,
está no ápice da pirâmide kelseniana das normas jurídicas. Sendo assim, todas as demais
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2015/lei/l13105.htm#art231
regras do ordenamento devem ser com ela compatíveis, inclusive o Código de Processo
Civil.
✓ Quais as possíveis matérias que pode a Fazenda alegar em sede de embargos?
✓ O mandado citatório possui ordem de pagamento?
8. PROTESTO DA DECISÃO JUDICIAL TRANSITADA EM JULGADO
O protesto de decisão judicial é mais uma ferramenta à disposição do
credor, trata-se de um meio de coerção para forçar o cumprimento de sentença, para
garantir a efetividade das decisões e o adimplemento dos créditos objetos de cobrança
judicial.
✓ Como ocorre?
Depois de transcorrido o prazo para pagamento voluntário, tratando-se o protesto de
um meio coercitivo para o cumprimento da sentença, poderá a decisão transitada em
julgado ser levada a protesto.
Art. 517. A decisão judicial transitada em julgado poderá
ser levada a protesto, nos termos da lei, depois de
transcorrido o prazo para pagamento voluntário previsto
no art. 523 (15 dias).
§ 1o Para efetivar o protesto, incumbe ao exequente
apresentar certidão de teor da decisão.
§ 2o A certidão de teor da decisão deverá ser fornecida
no prazo de 3 (três) dias e indicará o nome e a
qualificação do exequente e do executado, o número do
processo, o valor da dívida e a data de decurso do prazo
para pagamento voluntário.
§ 3o O executado que tiver proposto ação rescisória para
impugnar a decisão exequenda pode requerer, a suas
expensas e sob sua responsabilidade, a anotação da
propositura da ação à margem do título protestado.
§ 4o A requerimento do executado, o protesto será
cancelado por determinação do juiz, mediante ofício a
ser expedido ao cartório, no prazo de 3 (três) dias,
contado da data de protocolo do requerimento, desde
que comprovada a satisfação integral da obrigação.
✓ Se o executado propor ação rescisória o que pode fazer diante do protesto?
O executado que tiver proposto ação rescisória para impugnar a decisão exequenda
pode requerer, a suas expensas e sob sua responsabilidade, a anotação da propositura da
ação à margem do título protestado. - Art. 517, §3º
9. Enfiteuse - art. 784, VII CPC
Direito que uma pessoa adquire de usar, gozar, fruir de determinado bem imóvel alheio,
mediante uma remuneração paga anualmente, que se denomina foro.
A lei civil também utiliza os termos aforamento ou emprazamento para designar a
constituição de uma enfiteuse. O art. 678 do Código Civil de 1916, que disciplina a matéria
assim o define:
Art. 678. Dá-se a enfiteuse, aforamento, ou
emprazamento, quando por ato entre vivos, ou de
última vontade, o proprietário atribui a outrem o
domínio útil do imóvel, pagando a pessoa, que o
adquire, e assim se constitui enfiteuta, ao senhorio
direto uma pensão, ou foro, anual, certo e invariável.
● Conhecida atualmente como "um aluguel perpétuo", posto que nesse instituto
jurídico, o direito de propriedade é partido em dois (Domínio direto e Domínio útil),
sendo que o titular do direito do domínio direto é um credor que cobra um arrendo
anual denominado Foro (0,6%) e Laudêmio de 2,5% ou 5% em caso de venda do
imóvel, sobre a propriedade, que fica sobre a responsabilidade tributária dos titulares
do domínio útil.
Direito real de função, que dá origem a dois títulos executivos:
Transmissão da propriedade guardando parasi o direito de proprietário. No sentido de
transmitir a propriedade do imóvel só que o domínio direto mantendo-se com o proprietário
e o domínio útil passa para o terceiro. Pode usar, gozar e dispor, ou seja, pode-se fruir, usar
da coisa e também se for do interesse do terceiro vender o imóvel. Com a transferência da
propriedade ocorre a obrigação de pagamento anual de valor, taxa.
- Proprietário - senhoria direta;
- Terceiro - foreiro, enfiteuta
Se por acaso ocorrer a venda deve ser pago um laudêmio à senhoria.
Este “aluguel” pago pela utilização do imóvel público possui o nome jurídico de foro. Todos
aqueles que usufruíam das áreas de propriedade da coroa deveriam pagar o foro
anualmente, como contraprestação.
Por se tratar de imóveis da então "Coroa", aquele que era o "inquilino" - cujo nome jurídico
mais adequado é "foreiro" - poderia transferir, apenas, a titularidade da posse à terceiros (
mediante venda, doação, permuta e etc...).
Todavia, para que a transferência fosse realizada, era necessário a anuência da Coroa.
Esta, por seu turno, para abdicar do direito de reivindicar o imóvel para si, consolidando a
propriedade plena, cobrava espécie de "comissão de concordância" ou, mais tecnicamente,
o laudêmio. O pagamento do laudêmio importava em renúncia do real proprietário do
imóvel ao seu direito de preferência sobre o domínio útil.
______________________________________________________________________
¹ Art. 825. A expropriação consiste em:
I - adjudicação;
II - alienação;
III - apropriação de frutos e rendimentos de empresa ou de estabelecimentos e de outros bens.
² Art. 916. No prazo para embargos, reconhecendo o crédito do exequente e comprovando o depósito de trinta
por cento do valor em execução, acrescido de custas e de honorários de advogado, o executado poderá
requerer que lhe seja permitido pagar o restante em até 6 (seis) parcelas mensais, acrescidas de correção
monetária e de juros de um por cento ao mês.
§ 1o O exequente será intimado para manifestar-se sobre o preenchimento dos pressupostos do caput, e o juiz
decidirá o requerimento em 5 (cinco) dias.
§ 2o Enquanto não apreciado o requerimento, o executado terá de depositar as parcelas vincendas, facultado ao
exequente seu levantamento.
§ 3o Deferida a proposta, o exequente levantará a quantia depositada, e serão suspensos os atos executivos.
§ 4o Indeferida a proposta, seguir-se-ão os atos executivos, mantido o depósito, que será convertido em
penhora.
§ 5o O não pagamento de qualquer das prestações acarretará cumulativamente:
I - o vencimento das prestações subsequentes e o prosseguimento do processo, com o imediato reinício dos
atos executivos;
II - a imposição ao executado de multa de dez por cento sobre o valor das prestações não pagas.
§ 6o A opção pelo parcelamento de que trata este artigo importa renúncia ao direito de opor embargos
§ 7o O disposto neste artigo não se aplica ao cumprimento da sentença.
³ Art. 914. O executado, independentemente de penhora, depósito ou caução, poderá se opor à execução por
meio de embargos.
§ 1o Os embargos à execução serão distribuídos por dependência, autuados em apartado e instruídos com
cópias das peças processuais relevantes, que poderão ser declaradas autênticas pelo próprio advogado, sob
sua responsabilidade pessoal.
§ 2o Na execução por carta, os embargos serão oferecidos no juízo deprecante ou no juízo deprecado, mas a
competência para julgá-los é do juízo deprecante, salvo se versarem unicamente sobre vícios ou defeitos da
penhora, da avaliação ou da alienação dos bens efetuadas no juízo deprecado.
Art. 915. Os embargos serão oferecidos no prazo de 15 (quinze) dias, contado, conforme o caso, na forma do
art. 231.
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2015/lei/l13105.htm#art231

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