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REVISÃO PROCESSO CIVIL 1. LIQUIDAÇÃO DE SENTENÇA - incidente complementar (art. 509 - 512) Não há mais discussões sobre o mérito, mas sim sobre o que é e o quanto é devido. Serve para suprir a decisão por isso o caráter complementar na decisão existente. Caso o título não seja líquido, é necessária a prévia “liquidação da sentença”. Art. 324 - O pedido deve ser determinado - certo -líquido. indeterminado - genérico - ilíquido REGRA: Sentença líquida Exceção: Sentença ilíquida Art. 491. Na ação relativa à obrigação de pagar quantia, ainda que formulado pedido genérico, a decisão definirá desde logo a extensão da obrigação, o índice de correção monetária, a taxa de juros, o termo inicial de ambos e a periodicidade da capitalização dos juros, se for o caso, salvo quando: I - não for possível determinar, de modo definitivo, o montante devido; II - a apuração do valor devido depender da produção de prova de realização demorada ou excessivamente dispendiosa, assim reconhecida na sentença. § 1o Nos casos previstos neste artigo, seguir-se-á a apuração do valor devido por liquidação. § 2o O disposto no caput também se aplica quando o acórdão alterar a sentença. ● Aplica-se em sentença, acórdão, decisão interlocutória - art. 356. Julgamento antecipado parcial do mérito, título executivo extrajudicial onde a obrigação tenha sido convertida em pecúnia (perdas e danos). ✓ Quais as modalidades? Art. 509. Quando a sentença condenar ao pagamento de quantia ilíquida, proceder-se-á à sua liquidação, a requerimento do credor ou do devedor: I - por arbitramento, quando determinado pela sentença, convencionado pelas partes ou exigido pela natureza do objeto da liquidação; ● Na liquidação por arbitramento, o juiz intimará as partes para a apresentação de pareceres ou documentos elucidativos, no prazo que fixar, e, caso não possa decidir de plano, nomeará perito, observando-se, no que couber, o procedimento da prova pericial. Aqui fala-se em arbitramento e se for necessário perícia. . II - pelo procedimento comum, quando houver necessidade de alegar e provar fato novo. ● Liquidação pelo procedimento comum: Na liquidação pelo procedimento comum, o juiz determinará a intimação do requerido, na pessoa de seu advogado ou da sociedade de advogados a que estiver vinculado, para, querendo, apresentar contestação no prazo de 15 (quinze) dias, observando-se, a seguir, no que couber, o disposto no Livro I da Parte Especial deste Código. Pode ou não ocorrer a perícia. Aqui ocorrem as quatro fases. ✓ Quais as hipóteses de cabimento de cada uma delas? - Liquidação incidental ou incidente: TEE obrigação convertida em pecúnia - Processo de liquidação - art. 515, § 1º § 1o Nos casos dos incisos VI a IX, o devedor será citado no juízo cível para o cumprimento da sentença ou para a liquidação no prazo de 15 (quinze) dias. VI - a sentença penal condenatória transitada em julgado; VII - a sentença arbitral; VIII - a sentença estrangeira homologada pelo Superior Tribunal de Justiça; IX - a decisão interlocutória estrangeira, após a concessão do exequatur à carta rogatória pelo Superior Tribunal de Justiça; - Fase de liquidação: dentro do mesmo processo ● Liquidação por arbitramento, qual a principal diferença entre a liquidação por arbitramento e procedimento comum? Qual delas tem que se alegar e provar fato novo? Nessa também pode acontecer a perícia, então não necessariamente a perícia ocorre pelo arbitramento. 2. CUMPRIMENTO DE SENTENÇA É indispensável a existência de um título executivo judicial que contemple obrigação certa, líquida e exigível. http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2015/lei/l13105.htm#parteespeciallivroi Provisório (arts. 520 a 522, CPC) Admite-se o cumprimento de sentença fundada em título executivo judicial ainda que não transitada em julgado, ou seja, contra o qual pende o julgamento de recurso sem efeito suspensivo. Comprimento fundado em título não definitivo - logo, passível de anulação ou reforma. Corre por iniciativa e responsabilidade do exequente, que se obriga, se a sentença for reformada, a reparar os danos que o executado haja sofrido - responsabilidade objetiva. Fica sem efeito, sobrevindo decisão que modifique ou anule a sentença objeto da execução, restituindo-se as partes ao estado anterior e liquidando-se eventuais prejuízos nos mesmos autos. ✓ Quais os pressupostos que devem estar presentes para que possamos falar em cumprimento provisório? Essa sentença tem que ter sido desafiada por um recurso ainda não julgado - não transitada em julgado - e o recurso não pode ter efeito suspensivo, se tiver não tem como realizar o cumprimento provisório. ✓ Quando é necessário prestar caução? Na hipóteses de levantamento de depósito em dinheiro e a prática de atos que importem transferência de posse ou alienação de propriedade ou de outro direito real, ou dos quais possa resultar grave dano ao executado, é necessário prestar caução suficiente e idônea, arbitrada de plano pelo juiz e prestada nos próprios autos. Porém, não é necessária para iniciar o cumprimento provisório, apenas para levantar o dinheiro ou para praticar atos que importem expropriação dos bens do executado, pois pode haver danos de difícil reparação ou irreversíveis ao patrimônio do executado, nesses casos. ✓ Há exceções? Quais? Sim. Porém a regra é que ocorra a prestação da caução. Art. 521. A caução prevista no inciso IV do art. 520 poderá ser dispensada nos casos em que: I - o crédito for de natureza alimentar, independentemente de sua origem; II - o credor demonstrar situação de necessidade; III – pender o agravo do art. 1.042; IV - a sentença a ser provisoriamente cumprida estiver em consonância com súmula da jurisprudência do Supremo Tribunal Federal ou do Superior Tribunal de Justiça ou em conformidade com acórdão proferido no julgamento de casos repetitivos. Parágrafo único. A exigência de caução será mantida quando da dispensa possa resultar manifesto risco de grave dano de difícil ou incerta reparação. 3. TÍTULOS EXECUTIVOS: Judiciais (art. 515, CPC) Art. 515. São títulos executivos judiciais, cujo cumprimento dar-se-á de acordo com os artigos previstos neste Título: I - as decisões proferidas no processo civil que reconheçam a exigibilidade de obrigação de pagar quantia, de fazer, de não fazer ou de entregar coisa; II - a decisão homologatória de autocomposição judicial; III - a decisão homologatória de autocomposição extrajudicial de qualquer natureza; IV - o formal e a certidão de partilha, exclusivamente em relação ao inventariante, aos herdeiros e aos sucessores a título singular ou universal; V - o crédito de auxiliar da justiça, quando as custas, emolumentos ou honorários tiverem sido aprovados por decisão judicial; VI - a sentença penal condenatória transitada em julgado; VII - a sentença arbitral; VIII - a sentença estrangeira homologada pelo Superior Tribunal de Justiça; IX - a decisão interlocutória estrangeira, após a concessão do exequatur à carta rogatória pelo Superior Tribunal de Justiça; X - (VETADO). § 1o Nos casos dos incisos VI a IX, o devedor será citado no juízo cível para o cumprimento da sentença ou para a liquidação no prazo de 15 (quinze) dias. § 2o A autocomposição judicial pode envolver sujeito estranho ao processo e versar sobre relação jurídica que não tenha sido deduzida em juízo. ● Quando estivermos diante das hipóteses dos incisos VI a IX do art. 515 do CPC, não estaremos diante de uma “nova fase” mas de uma nova ação, já que o título executivo foi criado fora dos quadros da jurisdição cível. Extrajudiciais (art. 784, CPC) Segundo o texto do art. 783 do CPC, a execução para a cobrança de crédito fundar-se-á SEMPRE em título de obrigação: certa, líquida e exigível. Art. 784. São títulos executivos extrajudiciais: I - a letra de câmbio, a nota promissória, a duplicata, a debênture e o cheque; II - a escritura pública ou outro documento público assinado pelo devedor; III - o documento particular assinado pelo devedor e por 2 (duas) testemunhas; IV -o instrumento de transação referendado pelo Ministério Público, pela Defensoria Pública, pela Advocacia Pública, pelos advogados dos transatores ou por conciliador ou mediador credenciado por tribunal; V - o contrato garantido por hipoteca, penhor, anticrese ou outro direito real de garantia e aquele garantido por caução; VI - o contrato de seguro de vida em caso de morte; VII - o crédito decorrente de foro e laudêmio; VIII - o crédito, documentalmente comprovado, decorrente de aluguel de imóvel, bem como de encargos acessórios, tais como taxas e despesas de condomínio; IX - a certidão de dívida ativa da Fazenda Pública da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, correspondente aos créditos inscritos na forma da lei; X - o crédito referente às contribuições ordinárias ou extraordinárias de condomínio edilício, previstas na respectiva convenção ou aprovadas em assembleia geral, desde que documentalmente comprovadas; XI - a certidão expedida por serventia notarial ou de registro relativa a valores de emolumentos e demais despesas devidas pelos atos por ela praticados, fixados nas tabelas estabelecidas em lei; XII - todos os demais títulos aos quais, por disposição expressa, a lei atribuir força executiva. § 1o A propositura de qualquer ação relativa a débito constante de título executivo não inibe o credor de promover-lhe a execução. § 2o Os títulos executivos extrajudiciais oriundos de país estrangeiro não dependem de homologação para serem executados. § 3o O título estrangeiro só terá eficácia executiva quando satisfeitos os requisitos de formação exigidos pela lei do lugar de sua celebração e quando o Brasil for indicado como o lugar de cumprimento da obrigação. 4. FRAUDE À EXECUÇÃO Diferentemente da fraude contra credores, a fraude à execução é ato do devedor executado que viola a própria atividade jurisdicional do Estado. (Art. 792, CPC) Portanto, é considerada um crime pois além de frustrar o direito de receber o crédito - direito do credor - como já há uma execução tramitando, o ato de fraudar a execução, frustra a própria atuação do Estado e, por isso, é considerada mais grave que a Fraude a Credores. ✓ Quais são as hipóteses de fraude à execução? Art. 792. A alienação ou a oneração de bem é considerada fraude à execução: I - quando sobre o bem pender ação fundada em direito real ou com pretensão reipersecutória, desde que a pendência do processo tenha sido averbada no respectivo registro público, se houver; II - quando tiver sido averbada, no registro do bem, a pendência do processo de execução, na forma do art. 828; III - quando tiver sido averbado, no registro do bem, hipoteca judiciária ou outro ato de constrição judicial originário do processo onde foi arguida a fraude; IV - quando, ao tempo da alienação ou da oneração, tramitava contra o devedor ação capaz de reduzi-lo à insolvência; V - nos demais casos expressos em lei. (ROL EXEMPLIFICATIVO) § 1o A alienação em fraude à execução é ineficaz em relação ao exequente. § 2o No caso de aquisição de bem não sujeito a registro, o terceiro adquirente tem o ônus de provar que adotou as cautelas necessárias para a aquisição, mediante a exibição das certidões pertinentes, obtidas no domicílio do vendedor e no local onde se encontra o bem. § 3o Nos casos de desconsideração da personalidade jurídica, a fraude à execução verifica-se a partir da citação da parte cuja personalidade se pretende desconsiderar. § 4o Antes de declarar a fraude à execução, o juiz deverá intimar o terceiro adquirente, que, se quiser, poderá opor embargos de terceiro, no prazo de 15 (quinze) dias. ✓ Sempre haverá a necessidade de insolvência do devedor? Não. Em casos como o do inciso I, quando sobre o bem pender ação fundada em direito real ou com pretensão reipersecutória, reconhece-se uma presunção absoluta de fraude à execução. De modo que a fraude poderá ser reconhecida, inclusive antes da penhora. Não é necessário a insolvência nesse caso, tendo em vista que a ação é fundada em direito real ou com pretensão reipersecutória. ✓ Como proceder se estivermos diante de um bem não passível de registro? No caso de aquisição de bem não sujeito a registro, o terceiro adquirente tem o ônus de provar que adotou as cautelas necessárias para a aquisição, mediante a exibição das certidões pertinentes, obtidas no domicílio do vendedor e no local onde se encontra o bem. - Art. 792, § 2º. 5. AVERBAÇÃO PREMONITÓRIA A averbação premonitória é instrumento que gera cientificação geral de oneração sob o princípio da publicidade registral e imobiliária. Confere ao operador de direito, tanto exequente, quanto terceiros de boa fé cientificação de que o bem em questão está sob penhora judicial. Art. 828. O exequente poderá obter certidão de que a execução foi admitida pelo juiz, com identificação das partes e do valor da causa, para fins de averbação no registro de imóveis, de veículos ou de outros bens sujeitos a penhora, arresto ou indisponibilidade. § 1o No prazo de 10 (dez) dias de sua concretização, o exequente deverá comunicar ao juízo as averbações efetivadas. § 2o Formalizada penhora sobre bens suficientes para cobrir o valor da dívida, o exequente providenciará, no prazo de 10 (dez) dias, o cancelamento das averbações relativas àqueles não penhorados. § 3o O juiz determinará o cancelamento das averbações, de ofício ou a requerimento, caso o exequente não o faça no prazo. § 4o Presume-se em fraude à execução a alienação ou a oneração de bens efetuada após a averbação. § 5o O exequente que promover averbação manifestamente indevida ou não cancelar as averbações nos termos do § 2o indenizará a parte contrária, processando-se o incidente em autos apartados. 6. PROCEDIMENTO DA EXECUÇÃO DE TEE QUE CONTENHA OBRIGAÇÃO DE PAGAR QUANTIA CERTA CONTRA DEVEDOR SOLVENTE - Art. 784, CPC Processo de execução em que o que se busca é executar um devedor que deve cumprir uma obrigação consistente em pagar uma quantia certa conforme estipulado em um TEE. Esse devedor deve ser solvente, ou seja, ter seu patrimônio positivo maior do que o seu patrimônio negativo (tem que ter mais patrimônio do que dívidas). Em termos gerais, a execução de título executivo extrajudicial que contenha obrigação de pagar quantia certa se desenvolve mediante a penhora - ato constritivo-, os quais devem ser avaliados e, poderão ou não sofrer a incidência de atos expropriatórios¹, a depender do ocorrido durante o processo de execução. Art. 824. A execução por quantia certa realiza-se pela expropriação de bens do executado, ressalvadas as execuções especiais. ✓ Quais os pressupostos da PI? - Art. 798, CPC Art. 798. Ao propor a execução, incumbe ao exequente: I - instruir a petição inicial com: a) o título executivo extrajudicial; b) o demonstrativo do débito atualizado até a data de propositura da ação, quando se tratar de execução por quantia certa; c) a prova de que se verificou a condição ou ocorreu o termo, se for o caso; d) a prova, se for o caso, de que adimpliu a contraprestação que lhe corresponde ou que lhe assegura o cumprimento, se o executado não for obrigado a satisfazer a sua prestação senão mediante a contraprestação do exequente; II - indicar: a) a espécie de execução de sua preferência, quando por mais de um modo puder ser realizada; b) os nomes completos do exequente e do executado e seus números de inscrição no Cadastro de Pessoas Físicas ou no Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica; c) os bens suscetíveis de penhora, sempre que possível. Parágrafo único. O demonstrativo do débito deverá conter: I - o índice de correção monetária adotado; II - a taxa de juros aplicada; III - os termos inicial e final de incidência do índice de correção monetária e da taxa de juros utilizados; IV - a periodicidade da capitalização dos juros, se for o caso; V - a especificação de desconto obrigatório realizado. ✓ Diante da falta de um desses pressuposto, o que deverá ocorrer? Após ajuizada a ação, o juiz verificará se estão presentes os requisitos da petição inicial do art. 798 do CPC.Caso não estejam presentes os requisitos o juiz intimará o exequente para que proceda na emenda da petição inicial nos moldes do artigo 321 do CPC. Art. 801. Verificando que a petição inicial está incompleta ou que não está acompanhada dos documentos indispensáveis à propositura da execução, o juiz determinará que o exequente a corrija, no prazo de 15 (quinze) dias, sob pena de indeferimento. ✓ O executado é citado para? Qual prazo? Sendo positivo o juízo de admissibilidade, o juiz procederá na citação do executado. No processo de execução o executado é citado para pagar a dívida, sendo esta já acrescida de 10% de honorários advocatícios, nos termos do art. 827 do CPC. Art. 829. O executado será citado para pagar a dívida no prazo de 3 (três) dias, contado da citação. ✓ Num mandado citatório terá a ordem de penhora e avaliação dos bens? Sim. - Art. 829, §§ 2º e 3º, CPC § 1o Do mandado de citação constarão, também, a ordem de penhora e a avaliação a serem cumpridas pelo oficial de justiça tão logo verificado o não pagamento no prazo assinalado, de tudo lavrando-se auto, com intimação do executado. § 2o A penhora recairá sobre os bens indicados pelo exequente, salvo se outros forem indicados pelo executado e aceitos pelo juiz, mediante demonstração de que a constrição proposta lhe será menos onerosa e não trará prejuízo ao exequente. ✓ O que irá constar no mandado se o oficial de justiça não encontrar o executado? Se o Oficial de Justiça não encontrar o executado, arrestar-lhe-á tantos bens quantos bastem para garantir a execução. - Art. 830, CPC. ● Requisitos para realizar a pré-penhora: - Se o Oficial de Justiça não encontrar o executado; - Não o encontrando o oficial apreenderá tantos bens quanto bastem para a execução. Art. 830, §1º: Art. 830. Se o oficial de justiça não encontrar o executado, arrestar-lhe-á tantos bens quantos bastem para garantir a execução. § 1o Nos 10 (dez) dias seguintes à efetivação do arresto, o oficial de justiça procurará o executado 2 (duas) vezes em dias distintos e, havendo suspeita de ocultação, realizará a citação com hora certa, certificando pormenorizadamente o ocorrido. - Se o oficial de justiça chegar para citar o executado e não o encontrar, o oficial fará uma pré-penhora dos bens do executado. Após a efetivação da pré-penhora, o oficial procurará o executado nos dez dias seguintes por mais duas vezes em dias diferentes. Se o oficial suspeitar de ocultação, realizará a citação com hora certa e vai certificar o ocorrido por escrito para juntar o processo. § 2o Incumbe ao exequente requerer a citação por edital, uma vez frustradas a pessoal e a com hora certa. § 3o Aperfeiçoada a citação e transcorrido o prazo de pagamento, o arresto converter-se-á em penhora, independentemente de termo. - Se citado o réu pessoalmente, por hora certa ou por edital, transcorrido o prazo de três dias sem pagamento, ocorrerá a conversão da pré-penhora em penhora. ✓ Os sujeitos do art. 799 devem ser intimados ainda que o valor supere o valor de ambos os créditos? É necessário intimar o credor com garantia real (art. 804)? Com o ajuizamento de ação de execução deve-ser verificado se existem sujeitos que possuem garantia real, eles sempre devem ser intimados em razão da garantia do valor do bem. Trata-se de incumbência do exequente, sendo ineficaz a alienação diante da não intimação. Art. 799. Incumbe ainda ao exequente: I - requerer a intimação do credor pignoratício, hipotecário, anticrético ou fiduciário, quando a penhora recair sobre bens gravados por penhor, hipoteca, anticrese ou alienação fiduciária; II - requerer a intimação do titular de usufruto, uso ou habitação, quando a penhora recair sobre bem gravado por usufruto, uso ou habitação; III - requerer a intimação do promitente comprador, quando a penhora recair sobre bem em relação ao qual haja promessa de compra e venda registrada; IV - requerer a intimação do promitente vendedor, quando a penhora recair sobre direito aquisitivo derivado de promessa de compra e venda registrada; V - requerer a intimação do superficiário, enfiteuta ou concessionário, em caso de direito de superfície, enfiteuse, concessão de uso especial para fins de moradia ou concessão de direito real de uso, quando a penhora recair sobre imóvel submetido ao regime do direito de superfície, enfiteuse ou concessão; VI - requerer a intimação do proprietário de terreno com regime de direito de superfície, enfiteuse, concessão de uso especial para fins de moradia ou concessão de direito real de uso, quando a penhora recair sobre direitos do superficiário, do enfiteuta ou do concessionário; VII - requerer a intimação da sociedade, no caso de penhora de quota social ou de ação de sociedade anônima fechada, para o fim previsto no art. 876, § 7o; VIII - pleitear, se for o caso, medidas urgentes; IX - proceder à averbação em registro público do ato de propositura da execução e dos atos de constrição realizados, para conhecimento de terceiros. X - requerer a intimação do titular da construção-base, bem como, se for o caso, do titular de lajes anteriores, quando a penhora recair sobre o direito real de laje; (Incluído pela Lei nº 13.465, de 2017) XI - requerer a intimação do titular das lajes, quando a penhora recair sobre a construção-base. Art. 804. A alienação de bem gravado por penhor, hipoteca ou anticrese será ineficaz em relação ao credor pignoratício, hipotecário ou anticrético não intimado. § 1o A alienação de bem objeto de promessa de compra e venda ou de cessão registrada será ineficaz em relação ao promitente comprador ou ao cessionário não intimado. § 2o A alienação de bem sobre o qual tenha sido instituído direito de superfície, seja do solo, da plantação ou da construção, será ineficaz em relação ao concedente ou ao concessionário não intimado. http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2015/lei/l13105.htm#art876%C2%A77 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2017/Lei/L13465.htm#art57 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2017/Lei/L13465.htm#art57 § 3o A alienação de direito aquisitivo de bem objeto de promessa de venda, de promessa de cessão ou de alienação fiduciária será ineficaz em relação ao promitente vendedor, ao promitente cedente ou ao proprietário fiduciário não intimado. § 4o A alienação de imóvel sobre o qual tenha sido instituída enfiteuse, concessão de uso especial para fins de moradia ou concessão de direito real de uso será ineficaz em relação ao enfiteuta ou ao concessionário não intimado. § 5o A alienação de direitos do enfiteuta, do concessionário de direito real de uso ou do concessionário de uso especial para fins de moradia será ineficaz em relação ao proprietário do respectivo imóvel não intimado. § 6o A alienação de bem sobre o qual tenha sido instituído usufruto, uso ou habitação será ineficaz em relação ao titular desses direitos reais não intimado. ✓ Uma vez citado o executado, quais medidas deverá tomar? ● Citado para pagar em 3 dias, pagando ocorre a extinção da obrigação, extinção do processo. O executado não é citado para discutir as teses jurídicas porque não há um título. Em regra, não há o que discutir. Ele é citado para pagar. O que se discute nesse momento é o como, quando e quanto pagar. Se não houver o pagamento já saí a ordem para o Oficial de Justiça fazer a penhora. ● Se optar por não pagar, pode solicitar o parcelamento em 15 dias - no mesmo prazo dos embargos, reconhecendo o crédito do exequente e comprovando o depósito de trinta por cento do valor em execução, acrescido de custas e de honorários de advogado, o executado poderá requerer que lhe seja permitido pagar o restante em até 6 (seis) parcelas mensais, acrescidas de correção monetária e de juros de um por cento ao mês. - conforme os moldes do art.916², máximo de 6 parcelas. ● Se não pagar e não quiser pagar de forma parcelada, pode opor embargos à execução em 15 dias³. ✓ Quais os pressupostos para concessão do parcelamento do art. 916? Qual o prazo? Se optar por não pagar, pode solicitaro parcelamento em 15 dias - no mesmo prazo dos embargos, reconhecendo o crédito do exequente e comprovando o depósito de trinta por cento do valor em execução, acrescido de custas e de honorários de advogado, o executado poderá requerer que lhe seja permitido pagar o restante em até 6 (seis) parcelas mensais, acrescidas de correção monetária e de juros de um por cento ao mês. - conforme os moldes do art.916, máximo de 6 parcelas. Art. 916. No prazo para embargos, reconhecendo o crédito do exequente e comprovando o depósito de trinta por cento do valor em execução, acrescido de custas e de honorários de advogado, o executado poderá requerer que lhe seja permitido pagar o restante em até 6 (seis) parcelas mensais, acrescidas de correção monetária e de juros de um por cento ao mês. § 1o O exequente será intimado para manifestar-se sobre o preenchimento dos pressupostos do caput, e o juiz decidirá o requerimento em 5 (cinco) dias. § 2o Enquanto não apreciado o requerimento, o executado terá de depositar as parcelas vincendas, facultado ao exequente seu levantamento. § 3o Deferida a proposta, o exequente levantará a quantia depositada, e serão suspensos os atos executivos. § 4o Indeferida a proposta, seguir-se-ão os atos executivos, mantido o depósito, que será convertido em penhora. § 5o O não pagamento de qualquer das prestações acarretará cumulativamente: I - o vencimento das prestações subsequentes e o prosseguimento do processo, com o imediato reinício dos atos executivos; II - a imposição ao executado de multa de dez por cento sobre o valor das prestações não pagas. § 6o A opção pelo parcelamento de que trata este artigo importa renúncia ao direito de opor embargos § 7o O disposto neste artigo não se aplica ao cumprimento da sentença. ✓ Qual o prazo para opor embargos à execução? Se não pagar e não quiser pagar de forma parcelada, pode opor embargos à execução em 15 dias. - Art. 915. Art. 914. O executado, independentemente de penhora, depósito ou caução, poderá se opor à execução por meio de embargos. § 1o Os embargos à execução serão distribuídos por dependência, autuados em apartado e instruídos com cópias das peças processuais relevantes, que poderão ser declaradas autênticas pelo próprio advogado, sob sua responsabilidade pessoal. § 2o Na execução por carta, os embargos serão oferecidos no juízo deprecante ou no juízo deprecado, mas a competência para julgá-los é do juízo deprecante, salvo se versarem unicamente sobre vícios ou defeitos da penhora, da avaliação ou da alienação dos bens efetuadas no juízo deprecado. Art. 915. Os embargos serão oferecidos no prazo de 15 (quinze) dias, contado, conforme o caso, na forma do art. 231. 7. EXECUÇÃO CONTRA À FAZENDA PÚBLICA ✓ A Fazenda é citada para? Qual o prazo? A Fazenda é citada para opor embargos à execução em 30 dias - art. 910, CPC. ✓ Diante da rejeição dos embargos bem como da improcedência dos embargos, uma vez interposto o recurso de apelação, em quais efeitos será recebida a apelação? Apesar da disposição contida no inciso III, § 1º do art. 1012, tendo em vista a execução em discussão ser contra à Fazenda Pública, por construção legislativa - ope legis, considerando o conteúdo do art. 100 da CF, terá duplo efeito - devolutivo suspensivo - à apelação contra sentença que rejeita embargos ou os julga improcedentes. Em face da Fazenda Pública opera se somente pelo procedimento dos precatórios. Não há qualquer outro pagamento que possa ser realizado senão nos termos do art. 100, CF. Assim a suspensão sempre será automática, o art. 100, §§1º e 3º da Constituição Federal prevê que os pagamentos efetuados pela Fazenda Pública, em decorrência de sentença judicial, somente poderão ser efetuados após o trânsito em julgado desta. Isto é, só será possível a realização do pagamento se não houver possibilidade de se discutir a questão nos autos. Nas palavras de Fredie Didier: “O trânsito em julgado a que se refere o § 1° do art. 100 da Constituição Federal é o da sentença que julgar os embargos à execução. É isso porque o valor a ser incluído no orçamento deve ser definitivo, não pendendo qualquer discussão a seu respeito…” Não há como se aceitar a expedição de precatório, bem como de requisição de pequeno valor, sem que o valor do débito seja definitivo. Não se está a tratar de verba de particular, a qual pode ser livremente disposta. Trata-se de verba pública que, portanto, é indisponível, com o que apenas pode ser expedido o ofício requisitório para o Tribunal quando o débito for líquido e certo. A norma que exige decisão transitada em julgado é de hierarquia constitucional e, como tal, está no ápice da pirâmide kelseniana das normas jurídicas. Sendo assim, todas as demais http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2015/lei/l13105.htm#art231 regras do ordenamento devem ser com ela compatíveis, inclusive o Código de Processo Civil. ✓ Quais as possíveis matérias que pode a Fazenda alegar em sede de embargos? ✓ O mandado citatório possui ordem de pagamento? 8. PROTESTO DA DECISÃO JUDICIAL TRANSITADA EM JULGADO O protesto de decisão judicial é mais uma ferramenta à disposição do credor, trata-se de um meio de coerção para forçar o cumprimento de sentença, para garantir a efetividade das decisões e o adimplemento dos créditos objetos de cobrança judicial. ✓ Como ocorre? Depois de transcorrido o prazo para pagamento voluntário, tratando-se o protesto de um meio coercitivo para o cumprimento da sentença, poderá a decisão transitada em julgado ser levada a protesto. Art. 517. A decisão judicial transitada em julgado poderá ser levada a protesto, nos termos da lei, depois de transcorrido o prazo para pagamento voluntário previsto no art. 523 (15 dias). § 1o Para efetivar o protesto, incumbe ao exequente apresentar certidão de teor da decisão. § 2o A certidão de teor da decisão deverá ser fornecida no prazo de 3 (três) dias e indicará o nome e a qualificação do exequente e do executado, o número do processo, o valor da dívida e a data de decurso do prazo para pagamento voluntário. § 3o O executado que tiver proposto ação rescisória para impugnar a decisão exequenda pode requerer, a suas expensas e sob sua responsabilidade, a anotação da propositura da ação à margem do título protestado. § 4o A requerimento do executado, o protesto será cancelado por determinação do juiz, mediante ofício a ser expedido ao cartório, no prazo de 3 (três) dias, contado da data de protocolo do requerimento, desde que comprovada a satisfação integral da obrigação. ✓ Se o executado propor ação rescisória o que pode fazer diante do protesto? O executado que tiver proposto ação rescisória para impugnar a decisão exequenda pode requerer, a suas expensas e sob sua responsabilidade, a anotação da propositura da ação à margem do título protestado. - Art. 517, §3º 9. Enfiteuse - art. 784, VII CPC Direito que uma pessoa adquire de usar, gozar, fruir de determinado bem imóvel alheio, mediante uma remuneração paga anualmente, que se denomina foro. A lei civil também utiliza os termos aforamento ou emprazamento para designar a constituição de uma enfiteuse. O art. 678 do Código Civil de 1916, que disciplina a matéria assim o define: Art. 678. Dá-se a enfiteuse, aforamento, ou emprazamento, quando por ato entre vivos, ou de última vontade, o proprietário atribui a outrem o domínio útil do imóvel, pagando a pessoa, que o adquire, e assim se constitui enfiteuta, ao senhorio direto uma pensão, ou foro, anual, certo e invariável. ● Conhecida atualmente como "um aluguel perpétuo", posto que nesse instituto jurídico, o direito de propriedade é partido em dois (Domínio direto e Domínio útil), sendo que o titular do direito do domínio direto é um credor que cobra um arrendo anual denominado Foro (0,6%) e Laudêmio de 2,5% ou 5% em caso de venda do imóvel, sobre a propriedade, que fica sobre a responsabilidade tributária dos titulares do domínio útil. Direito real de função, que dá origem a dois títulos executivos: Transmissão da propriedade guardando parasi o direito de proprietário. No sentido de transmitir a propriedade do imóvel só que o domínio direto mantendo-se com o proprietário e o domínio útil passa para o terceiro. Pode usar, gozar e dispor, ou seja, pode-se fruir, usar da coisa e também se for do interesse do terceiro vender o imóvel. Com a transferência da propriedade ocorre a obrigação de pagamento anual de valor, taxa. - Proprietário - senhoria direta; - Terceiro - foreiro, enfiteuta Se por acaso ocorrer a venda deve ser pago um laudêmio à senhoria. Este “aluguel” pago pela utilização do imóvel público possui o nome jurídico de foro. Todos aqueles que usufruíam das áreas de propriedade da coroa deveriam pagar o foro anualmente, como contraprestação. Por se tratar de imóveis da então "Coroa", aquele que era o "inquilino" - cujo nome jurídico mais adequado é "foreiro" - poderia transferir, apenas, a titularidade da posse à terceiros ( mediante venda, doação, permuta e etc...). Todavia, para que a transferência fosse realizada, era necessário a anuência da Coroa. Esta, por seu turno, para abdicar do direito de reivindicar o imóvel para si, consolidando a propriedade plena, cobrava espécie de "comissão de concordância" ou, mais tecnicamente, o laudêmio. O pagamento do laudêmio importava em renúncia do real proprietário do imóvel ao seu direito de preferência sobre o domínio útil. ______________________________________________________________________ ¹ Art. 825. A expropriação consiste em: I - adjudicação; II - alienação; III - apropriação de frutos e rendimentos de empresa ou de estabelecimentos e de outros bens. ² Art. 916. No prazo para embargos, reconhecendo o crédito do exequente e comprovando o depósito de trinta por cento do valor em execução, acrescido de custas e de honorários de advogado, o executado poderá requerer que lhe seja permitido pagar o restante em até 6 (seis) parcelas mensais, acrescidas de correção monetária e de juros de um por cento ao mês. § 1o O exequente será intimado para manifestar-se sobre o preenchimento dos pressupostos do caput, e o juiz decidirá o requerimento em 5 (cinco) dias. § 2o Enquanto não apreciado o requerimento, o executado terá de depositar as parcelas vincendas, facultado ao exequente seu levantamento. § 3o Deferida a proposta, o exequente levantará a quantia depositada, e serão suspensos os atos executivos. § 4o Indeferida a proposta, seguir-se-ão os atos executivos, mantido o depósito, que será convertido em penhora. § 5o O não pagamento de qualquer das prestações acarretará cumulativamente: I - o vencimento das prestações subsequentes e o prosseguimento do processo, com o imediato reinício dos atos executivos; II - a imposição ao executado de multa de dez por cento sobre o valor das prestações não pagas. § 6o A opção pelo parcelamento de que trata este artigo importa renúncia ao direito de opor embargos § 7o O disposto neste artigo não se aplica ao cumprimento da sentença. ³ Art. 914. O executado, independentemente de penhora, depósito ou caução, poderá se opor à execução por meio de embargos. § 1o Os embargos à execução serão distribuídos por dependência, autuados em apartado e instruídos com cópias das peças processuais relevantes, que poderão ser declaradas autênticas pelo próprio advogado, sob sua responsabilidade pessoal. § 2o Na execução por carta, os embargos serão oferecidos no juízo deprecante ou no juízo deprecado, mas a competência para julgá-los é do juízo deprecante, salvo se versarem unicamente sobre vícios ou defeitos da penhora, da avaliação ou da alienação dos bens efetuadas no juízo deprecado. Art. 915. Os embargos serão oferecidos no prazo de 15 (quinze) dias, contado, conforme o caso, na forma do art. 231. http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2015/lei/l13105.htm#art231