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NP 4426-2013

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Norma 
Portuguesa
 
NP 4426 
2013 
 
 
 
Proteção contra descargas atmosféricas 
Sistemas com dispositivo de ionização não radioativo 
 
Protection contre la foudre 
Systèmes de protection contre la foudre à dispositif d’amorçage 
 
Protection against lightning 
Early streamer emission air terminals 
 
ICS 
91.120.40 
 
 
 
 
HOMOLOGAÇÃO 
Termo de Homologação n.º 00/2013, de 2013-00-00 
A presente Norma resulta da revisão da NP 4426:2003 
(Ed 1) + Emenda 1:2009 
 
 
 
 
ELABORAÇÃO 
CTE 81 (IEP) 
 
2ª EDIÇÃO 
agosto de 2013 
 
CÓDIGO DE PREÇO 
X022 
 
 
 
 IPQ reprodução proibida 
 
 
 
Rua António Gião, 2 
2829-513 CAPARICA PORTUGAL 
Tel. + 351-212 948 100 Fax + 351-212 948 101 
E-mail: ipq@ipq.pt Internet: www.ipq.pt 
 
 
(em branco) 
 
 
 
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Preâmbulo 
A presente Norma foi elaborada pela Comissão Técnica Eletrotécnica CTE 81, “Proteção contra descargas 
atmosféricas e seus efeitos”, cujo secretariado é assegurado pelo ONS/IEP. 
A presente Norma destina-se a substituir a NP 4426:2003 e a sua Emenda 1:2009 
NOTA: Esta Norma contém cor. A impressão pode não reproduzir as cores apresentadas na versão eletrónica desta Norma.
 
 
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Sumário Página 
Preâmbulo ................................................................................................................................................ 4 
Introdução ................................................................................................................................................ 5 
1 Objetivo e campo de aplicação ............................................................................................................ 6 
2 Referências normativas ........................................................................................................................ 6 
3 Termos e definições .............................................................................................................................. 7 
4 Sistema de proteção contra descargas atmosféricas com para-raios com dispositivo de ionização 12 
5 Sistema de proteção contra descargas atmosféricas com dispositivo de ionização não radioativo 14 
6 Sistemas de terras ................................................................................................................................. 28 
7 Medidas especiais .................................................................................................................................. 32 
8 Dossier de execução, verificação e manutenção ................................................................................. 34 
Anexo B (informativo) Cartas de Ng ....................................................................................................... 67 
Anexo C (normativo) PDI: procedimentos de ensaios e requisitos ....................................................... 68 
Anexo D (normativo) PDI: procedimentos de ensaios e requisitos ....................................................... 68 
Anexo E (informativo) Exemplo de valores do coeficiente kc ............................................................... 84 
 
 
 
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Introdução 
Não existe nenhuma norma internacional ou europeia específica de para-raios com dispositivo de ionização. 
A presente Norma especifica, no estado atual do conhecimento e da tecnologia, os requisitos para conceber 
um projeto para uma proteção satisfatória contra descargas atmosféricas diretas, das estruturas (prédios, 
instalações, equipamentos etc.) e áreas abertas (áreas de armazenamento, áreas de lazer ou desportivas, etc.) 
por para-raios com dispositivo de ionização e fornece as diretivas sobre os meios de realizar essa proteção. 
Uma instalação de proteção contra descargas atmosféricas concebida e construída de acordo com a presente 
Norma não pode, como em tudo ao que concerne a fenómenos naturais, garantir a proteção absoluta de 
estruturas, pessoas ou objetos. Contudo, a aplicação desta Norma deve reduzir significativamente o risco de 
danos causados por descargas atmosféricas em estruturas ou áreas abertas protegidas. 
As disposições descritas na presente Norma representam as condições mínimas para garantir uma proteção 
estatisticamente eficaz. 
Esta nova edição é uma revisão completa da Norma Portuguesa NP 4426:2003 e da sua Emenda 1:2009, 
após a publicação da série de Normas Europeias EN 62305, mais particularmente da EN 62305-3, que define 
os requisitos para proteção de estruturas contra descargas atmosféricas. 
A série de Normas Europeias EN 62305 não trata da tecnologia de para-raios com dispositivo de avanço da 
ionização. Desta forma, a revisão da NP 4426 tornou-se então essencial para fornecer os requisitos de 
conceção de um para-raios com dispositivo de avanço da ionização bem como as regras de instalação de um 
sistema de proteção contra descargas atmosféricas mediante este dispositivo. 
Para que não exista qualquer conflito com a série das Normas Europeias EN 62305 a presente Norma não faz 
qualquer referência a esta, mas utiliza sempre que necessário as disposições nela referidas para a conceção e 
construção do sistema de proteção contra descargas atmosféricas. 
 
 
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1 Objetivo e campo de aplicação 
A presente Norma aplica-se aos sistemas de proteção contra descargas atmosféricas com dispositivo de 
ionização não radioativo, para proteger as estruturas, edifícios e áreas abertas contra os impacto diretos de 
descargas atmosféricas. Este dispositivo SPDI (Sistema de proteção contra descargas atmosféricas com 
dispositivo de ionização) deve ser ensaiado, selecionado e instalado de acordo com esta Norma. 
2 Referências normativas 
Os documentos a seguir referenciados são indispensáveis à aplicação deste documento. Para referências 
datadas, apenas se aplica a edição citada. Para referências não datadas, aplica-se a última edição do 
documento referenciado (incluindo as emendas). 
EN 50164-1 Lightning Protection Components (LPC) – Part 1: Requirements for connection 
components 
EN 50164-2 Lightning Protection Components (LPC) – Part 2: Requirements for conductors 
and earth electrodes 
EN 50164-3 Lightning Protection Components (LPC) – Part 3: Requirements for isolating spark 
gaps 
EN 50164-7 Lightning Protection Components (LPC) – Part 7: Requirements for earthing 
enhancing compounds 
EN 60060-1 High-voltage test techniques – Part 1: General definitions and test requirements 
EN 60079-10-1 Explosive atmospheres – Part 10-1: Classification of areas – Explosive gas 
atmospheres 
EN 60079-10-2 Explosive atmospheres – Part 10-2: Classification of areas – Combustible dust 
atmospheres 
CLC/TS 61643-12 Low-voltage surge protective devices – Part 12: Surge protective devices connected 
to low-voltage power distribution systems – Selection and application principles 
UTE C 15-443 Protection des installations électriques basse tension contre les surtensions 
d'origine atmosphérique ou dues à des manœuvres – Choix et installation des 
parafoudres 
EN 60068-2-52 Environmental testing – Part 2: Tests – Test Kb: Salt mist, cyclic (sodium chloride 
solution) 
EN 61000-6-2 Electromagnetic compatibility (EMC) – Part 6-2: Generic standards – Immunity for 
industrial environments 
EN 61000-6-3 Electromagnetic compatibility (EMC) – Part 6-3: Generic standards – Emission 
standard for residential, commercial and light-industrial environments 
EN 61180-1 High-voltage test techniques for low-voltage equipment – Part 1: Definitions, test 
and procedure requirements 
EN 61241-10 Electrical apparatus for use in the presence of combustible dust – Part 10: 
Classification of areas where combustible dusts are or may be present 
EN 61643-11 Low-voltage surge protective devices – Part 11: Surge protective devices connected 
to low-voltage power systems – Requirements and tests 
EN ISO 6988Metallic and other non-organic coatings – Sulfur dioxide test with general 
condensation of moisture (ISO 6988:1985) 
 
 
 
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3 Termos e definições 
Para os fins da presente Norma aplicam-se os seguintes termos e definições: 
3.1 protetores coordenados 
Conjunto de protetores de sobretensões, coordenados e instalados corretamente para reduzir danos nos 
equipamentos elétricos e eletrónicos de telecomunicações e de dados. 
3.2 corrente de choque (Iimp) 
Corrente de pico (Ipico), definida por uma carga Q e uma energia específica W / R. 
3.3 evento perigoso 
Descarga atmosférica que atinge o objeto a proteger ou perto desse objeto. 
3.4 arco perigoso 
Arco elétrico causado por uma descarga atmosférica que provoca danos físicos dentro da estrutura a 
proteger. 
3.5 condutor de baixada 
Parte do sistema de proteção contra descargas atmosféricas que se destina a conduzir a corrente da descarga 
atmosférica do PDI para a terra. 
3.6 para-raios com dispositivo de ionização (PDI) 
Para-raios que nas mesmas condições, gera um traçador ascendente de inicialização mais rápido que um 
para-raios de haste simples. 
NOTA Um para-raios com dispositivo de ionização é composto por uma ponta de captura, um dispositivo de ionização, um 
elemento de fixação e uma ligação aos condutores de baixada. 
3.7 sistema de proteção contra descargas atmosféricas com dispositivo de ionização (SPDI) 
Sistema completo baseado em um ou mais PDI e todos os elementos necessários para conduzir a corrente da 
descarga atmosférica à terra com toda a segurança a fim de proteger uma estrutura, um edifício ou uma área 
aberta contra os impacto diretos das descargas atmosféricas. 
NOTA: Este sistema de proteção inclui tanto as proteções interiores como exteriores contra descargas atmosféricas. 
3.8 terra 
Parte de um SPDI, projetado para conduzir e dissipar a corrente da descarga atmosférica no solo. 
3.9 instalação elétrica 
Todos os componentes e linhas de energia. 
3.10 sistemas eletrónicos 
Sistema composto pelos componentes eletrónicos sensíveis, tais como equipamentos de comunicações, 
computadores, sistemas de controlo e sistemas de medição, sistemas de rádio e as instalações de eletrónica de 
potência. 
 
 
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3.11 ligação equipotencial 
Interligação ao SPDI, das partes condutoras separadas (ver 5.5) duma instalação por ligações diretas ou 
através de protetores de sobretensões reduzindo as diferenças de potencial causadas pela corrente da 
descarga atmosférica. 
3.12 barra principal de terras 
Barra utilizada para ligar os componentes naturais, condutores de baixada, condutores de terras, bainhas, 
blindagens que protegem os condutores e cabos de telecomunicações ou outro ao sistema de proteção contra 
descargas atmosféricas. 
3.13 superfície equivalente de exposição duma estrutura (Ad) 
Superfície do solo plana sujeita ao mesmo número de descargas atmosféricas que a estrutura a proteger. 
3.14 eficácia do PDI (ΔT) 
Diferença em microssegundos entre o tempo de emissão do traçador ascendente de um elemento captor PDI 
e um elemento captor de haste simples (PHS), medido em laboratório sob as condições definidas na presente 
documento. 
3.15 SPDI, isolado. 
SPDI, na qual o captor e o condutor de baixada são colocados de modo que a corrente da descarga 
atmosférica, não possa circular na estrutura a proteger. 
NOTA: Num SPDI isolado, os arcos perigosos entre o SPDI e a estrutura deverão ser evitados. 
3.16 SPDI, não isolado 
SPDI, na qual o captor e o condutor de baixada são colocados de modo que a corrente da descarga 
atmosférica pode fluir através da estrutura a proteger. 
3.17 falha dos sistemas elétricos e eletrónicos 
Danos permanentes nos sistemas elétricos e eletrónicos, devido a Lemp. 
3.18 corrente de falha (Ia) 
Valor mínimo de pico da corrente da descarga atmosférica que causa danos. 
3.19 lesões para os seres vivos 
Ferimentos, incluindo resultantes em morte, de pessoas ou animais, devido às tensões de contacto e de passo 
causados por uma descarga atmosférica. 
3.20 armaduras de aço interligadas 
Armaduras de aço dentro de uma estrutura, se consideradas como podendo assegurar a continuidade elétrica. 
3.21 sistema interno 
Compreende as instalações elétricas e eletrónicas dentro de uma estrutura. 
3.22 explosor de isolamento 
Componente que isola as várias partes condutoras da instalação, equipado com uma distância de descarga. 
 
 
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NOTA: Em caso de descarga atmosférica, as partes da instalação são temporariamente ligadas segundo a capacidade da descarga. 
3.23 impulso eletromagnético da descarga atmosférica (Lemp) 
Efeitos eletromagnéticos da corrente da descarga atmosférica. 
NOTA: Ela compreende as sobretensões conduzidas bem como os efeitos do campo eletromagnético. 
3.24 sistema de medidas de proteção contra Lemp (SMPI) 
Instalação completa de medidas de proteção contra Lemp para os sistemas interiores. 
3.25 densidade de descargas atmosféricas (Ng) 
Número de descargas atmosféricas por km2 por ano. Este valor pode ser obtido a partir da rede local de 
deteção de descarga atmosférica que atingem o solo. 
3.26 descarga atmosférica com impacto perto de um objeto 
Descarga atmosférica atingindo suficientemente perto o objeto a ser protegido para poder causar 
sobretensões perigosas. 
3.27 descarga atmosférica com impacto dum objeto 
Descarga atmosférica que atinge um objeto a proteger. 
3.28 descarga atmosférica na Terra 
Descarga elétrica de origem atmosférica entre a nuvem e a terra, consistindo de um ou vários arco(s). 
3.29 nível de proteção contra descargas atmosféricas (NP) 
Valor associado ao conjunto de parâmetros da corrente da descarga atmosférica, indicando a probabilidade 
de que os valores de conceção máximo e mínimo associados não serão ultrapassados se a descarga 
atmosférica aparecer de uma forma natural. 
NOTA: O nível de proteção contra descargas atmosféricas é utilizada para projetar as medidas de proteção; depende do jogo de 
parâmetros adequados da corrente da descarga atmosférica. 
3.30 zona de proteção contra descargas atmosféricas (ZPDI) 
Zona onde o ambiente eletromagnético da descarga atmosférica é definido. 
NOTA: As fronteiras de uma ZPDI não são necessariamente físicas (por exemplo, paredes, teto, pavimento, etc). 
3.31 perda (LX) 
Valor médio de perdas (pessoas e bens) resultantes de um tipo específico de dano devido a um evento 
perigoso, em relação ao valor (de pessoas e bens) do objeto a proteger. 
3.32 componente natural 
Elementos condutores localizados no exterior da estrutura, paredes ou situados no interior da estrutura, que 
podem ser utilizados para complementar o sistema de condutores de baixada do sistema de proteção contra 
descargas atmosféricas com dispositivo de ionização. 
NOTA: Para a proteção usando PDI os elementos naturais podem ser usados como suplementos, mas não devem ser os únicos 
condutores de baixada, exceto em estruturas completamente metálicas. 
 
 
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3.33 nó 
Ponto de uma linha de serviço onde a propagação de um contacto pode ser negligenciada. 
NOTA: Um ponto de conexão de um transformador HT/BT ou um multiplexador/router de uma linha de telecomunicações ou ainda 
um protetor de sobretensões implementado numa linha são exemplos de nó. 
3.34 frequência de eventos perigosos, devido a descargas atmosféricas sobre uma estrutura (ND) 
Número médio anual de eventos perigosos previsíveis causados por descargas atmosféricas numa estrutura. 
3.35 frequência de eventos perigosos causados por descarga atmosférica com impacto sobre um serviço 
(NL) 
Número médio anual de eventos perigosos, previsíveis, causados por descargas atmosféricas devido a 
impacto sobre um serviço. 
3.36 frequência de eventos perigosos causados por impacto de descargas atmosféricas na proximidade 
de uma estrutura (NM) 
Número médio anual de eventos perigosos previsível, devido a impactode descargas atmosféricas na 
proximidade de uma estrutura. 
3.37 frequência de eventos perigosos causados por impacto de descargas atmosféricas na proximidade 
de um serviço (NI) 
Número médio anual de eventos perigosos previsível, devido a impacto de descargas atmosféricas na 
proximidade de um serviço. 
3.38 objeto a proteger 
Estrutura ou serviço a proteger contra os efeitos de descargas atmosféricas. 
NOTA: A estrutura a proteger pode fazer parte de uma estrutura de maiores dimensões. 
3.39 danos físicos 
Danos que afetam a estrutura (ou conteúdo) ou em um serviço, devido aos efeitos mecânicos, térmicos, 
químicos e explosivos das descargas atmosféricas. 
3.40 canalizações 
Tubagens para transporte de fluidos entrando ou saindo de uma estrutura, por exemplo, tubos de água, gás ou 
óleo. 
3.40 probabilidade de dano (PX) 
Probabilidade de um evento perigoso causar danos num objeto a proteger. 
3.41 zona protegida 
Zona protegida por um sistema de proteção contra descargas atmosféricas com dispositivo de ionização não 
radioativo. 
3.42 medidas de proteção 
Medidas a adotar num objeto a proteger para reduzir o risco. 
 
 
 
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3.43 para-raios de haste simples (PHS) de referência 
Haste metálica de forma geométrica definida na presente Norma a fim de servir como referência. 
3.44 tensão nominal de impulso (UW) 
Valor da tensão de impulso definido pelo fabricante e para o equipamento ou parte dele, caracterizando a 
capacidade específica do seu isolamento suportar a sobretensão. 
NOTA: Para os fins desta Norma, apenas a tensão de isolamento em modo comum é considerada. 
3.45 risco (R) 
Medição da perda anual média provável, de pessoas e bens, devido a descargas atmosféricas, em relação ao 
valor de pessoas e bens do objeto a proteger. 
3.46 componente do risco (RX) 
Risco parcial que depende da causa e do tipo de dano. 
3.47 ambiente rural 
Zona apresentando uma baixa densidade de edifícios. 
NOTA: O campo é um exemplo de um ambiente rural. 
3.48 distância de separação 
Distância entre duas partes condutoras na qual nenhum arco perigoso pode ocorrer. 
3.49 condutor de baixada específico 
Condutor de baixada conforme a norma EN 50164-2, mas que não faça parte dos componentes naturais da 
estrutura. 
3.50 ponto de impacto 
Local onde uma descarga atmosférica entra em contacto com a terra, estrutura ou sistema proteção contra 
descargas atmosféricas. 
3.51 estruturas com risco de explosão 
Estruturas que contêm materiais explosivos sólidos ou zonas perigosas como a que é determinada na série 
EN 60079-10 e na EN 61241-10. 
NOTA: Para fins de análise do risco, nesta Norma, apenas são consideradas as estruturas com regiões perigosas do Tipo 0 ou que 
contenham materiais explosivos sólidos. 
3.52 estruturas perigosas para o ambiente 
Estruturas que possam estar na origem de emissões biológicas, químicas e radioativas no seguimento de um 
impacto de descarga atmosférica, por exemplo, locais com substâncias químicas, petroquímicas, nucleares, 
etc. 
3.53 ambiente suburbano 
Zona com uma densidade média de edifícios. 
NOTA: As zonas da periferia imediata das cidades são um exemplo de um ambiente suburbano. 
 
 
 
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3.54 choque 
Onda transitória que se manifesta na forma de sobretensões e/ou sobrecorrente causados por Lemp. 
NOTA: Os choques causados por Lemp podem vir de correntes de descargas (parciais), dos efeitos indutivos de anéis da instalação 
e manifestar-se como na sobretensão residual a jusante dos protetores de sobretensões. 
3.55 protetor de sobretensões (SPD) 
Dispositivo destinado a limitar as sobretensões transitórias e a escoar as correntes da descarga atmosférica. 
Inclui pelo menos um componente não linear. 
3.56 linhas de comunicação 
Suporte de transmissão para comunicação entre equipamentos que podem estar localizados em estruturas 
distintas, tais como linhas telefónicas e linhas de dados. 
3.57 ligador amovível 
Dispositivo concebido e colocado de modo a facilitar os ensaios e medições elétricas dos elementos do 
sistema de proteção contra descargas atmosféricas com dispositivo de ionização. 
3.58 risco tolerável (RT) 
Valor máximo de risco que pode ser tolerado pelo objeto a proteger. 
3.59 sobretensão de origem atmosférica 
Picos de tensão (sobretensão) de curta duração, não superior a alguns milissegundos, oscilatórios ou não, 
geralmente fortemente amortecidos. 
3.60 ambiente urbano 
Zona com elevada densidade de edifícios com grandes populações e edifícios altos. 
NOTA: O centro de uma cidade é um exemplo de um ambiente urbano. 
3.61 zona de uma estrutura (Zs) 
Parte de uma estrutura, cujas características são homogéneas e em que um conjunto de parâmetros são 
utilizados para avaliar um componente de risco. 
4 Sistema de proteção contra descargas atmosféricas com para-raios com 
dispositivo de ionização 
4.1 Necessidade de proteção 
A necessidade de proteção é determinada por muitos parâmetros, incluindo densidade de descargas 
atmosféricas da zona em questão. Um método de análise de risco é proposto no Anexo A. A densidade de 
descarga atmosféricas é apresentada no Anexo B ou pelos dados locais, incluindo por exemplo a rede de 
deteção, mapas e estatísticas. 
NOTA: Outras considerações podem levar à adoção de medidas de proteção, por outras razões não estatísticas. Podem ser, por 
exemplo, regulamentos obrigatórios ou considerações pessoais uma vez que alguns fatores não podem ser avaliados: o desejo de 
evitar risco de vida ou fornecer aos ocupantes de um edifício uma certa segurança podem requerer a utilização duma proteção, 
mesmo que o nível de risco calculado seja inferior ao nível tolerável. 
 
 
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4.2 Componentes do sistema de proteção contra descargas atmosféricas 
O sistema pode ser composto pelos elementos seguintes: 
 
Legenda: 
onde: 
1 um ou mais PDI 
2 componente de ligação 
3 um ou mais condutores de baixada específicos 
4 um ligador amovível para cada condutor de baixada específico 
5 um sistema de terras para cada condutor de baixada específico 
(continua) 
 
 
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(conclusão) 
6 sistema de terras das fundações (rede de terras da estrutura) 
7 cabo de alimentação 
8 quadro de distribuição de energia com protetores de sobretensões 
9 quadro principal de distribuição de telecomunicações, com protetores de sobretensões 
10 cabo de telecomunicações com protetores de sobretensões 
11 uma ou mais barras de equipotencialização 
12 um ou mais ligadores de equipotencialização entre os sistemas de terra 
13 dispositivo de ligação desconectável 
14 um ou mais ligadores de equipotencialização direta ou através de um explosor 
15 terminal principal de terras 
16 materiais elétricos 
17 canalização metálica 
18 um ou mais ligador(es) de equipotencialização através de um descarregador para o mastro de antena 
Figura 1 – Componentes do sistema de proteção contra descargas atmosféricas 
5 Sistema de proteção contra descargas atmosféricas com dispositivo de 
ionização não radioativo 
5.1 Projeto 
Em função do nível de proteção contra descargas atmosféricas necessário, deve-se desenvolver um projeto 
para determinar o posicionamento dos para-raios, as trajetórias dos condutores de baixada e a localização e o 
tipo de ligação a terra. 
Devem ser tomadas em consideração as restrições de arquitetura durante o projeto do sistema de proteção 
contra descargas atmosféricas, facto que pode reduzir significativamente a eficácia do sistema de proteção 
contra descargas atmosféricas. 
Convém que essa conceção seja baseada nos dados disponíveis, incluindo os seguintes: 
 forma e inclinação dos telhados; 
 material do telhado, paredes e da estrutura interna; 
 as partes metálicas do telhado e grandes elementos metálicos externos, tais como: tubagens de gás, 
equipamentos de ar condicionado, escadas, antenas, depósitos de água, etc.; 
 caleiras ealgerozes de águas pluviais; 
 partes proeminentes da estrutura e o material que eles compõem (condutor ou não); 
 as partes mais vulneráveis da estrutura: os pontos estruturais considerados, vulneráveis são: as partes 
proeminentes, especialmente as torres, giruetas, os objetos pontiagudos, chaminés, goteiras, cantos, 
objetos de metal (extratores, de ar, sistemas de limpeza de paredes, calhas, painéis fotovoltaicos, 
varandins, etc.), escadas, salas técnicas sobre os terraços, etc.; 
 a localização de condutas de metal (água, eletricidade, gás, etc.) da estrutura; 
 
 
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 obstáculos próximos que possam afetar a trajetória da corrente da descarga atmosférica, por exemplo as 
linhas de alimentação elétricas aéreas, cercas metálicas, árvores, etc.; 
 as características do ambiente: pode ser particularmente corrosivo (salgado, fábrica petroquímica ou de 
cimento, etc.) 
 presença de materiais inflamáveis ou de equipamentos sensíveis como computadores ou equipamentos 
eletrónicos, bens de elevado valor ou insubstituíveis, etc. 
5.2 Para-raios com dispositivo de ionização 
5.2.1 Princípios gerais 
Um para-raios com dispositivo de ionização é composto por uma ponta de captura, um dispositivo de 
ionização, um elemento de fixação e uma ligação aos condutores de baixada. 
A área protegida por um PDI é determinada em função da sua eficácia, tal como definido na secção 5.2.2. 
O PDI deverá ser preferencialmente instalado na parte mais elevada da estrutura, isto é deve ser o ponto mais 
alto da área a proteger. 
5.2.2 Eficácia do PDI 
Um PDI é caracterizado pela sua eficácia ΔT, determinada através do ensaio de avaliação (ver Anexo C). 
O valor máximo de ΔT permitido é de 60 us, mesmo quando o valor dos resultados dos ensaios é superior. 
5.2.3 Posicionamento do PDI 
5.2.3.1 Área protegida 
 
A área protegida é delimitada por uma superfície de revolução definida pelo raio de proteção correspondente 
às duas diferentes alturas consideradas h e cujo eixo é o mesmo do para-raios (ver Figura 2). 
 
 
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h1
Rp1 Rp2
h2 
h3 
Rp3
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Legenda: 
 
onde: 
hn corresponde à altura da extremidade do para-raios PDI relativamente ao plano horizontal do 
ponto mais alto do objeto a proteger 
Rpn é o raio de proteção do PDI para a altura hn considerada. 
Figura 2 – Raio de proteção (assumindo h1 = 5 m) 
 
 
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5.2.3.2 Raio de proteção 
O raio de proteção de um PDI está ligado a sua altura (h) em relação a superfície a proteger, ao seu tempo de 
avanço de ionização e ao nível de proteção selecionado (ver Anexo A). 
 
 
)2(2)( 2  rhrhhRp para h ≥ 5 m 
e 
 
Rp = h x Rp (5) / 5 para 2 m ≤ h ≤ 5 m 
 
onde: 
Rp (h) (m) corresponde ao raio de proteção de uma dada altura h 
h (m) é a altura da extremidade do PDI relativamente ao plano horizontal do ponto mais 
alto do objeto a proteger 
r (m)= 20 m para a proteção de nível I 
r (m)= 30 m para a proteção de nível II 
r (m)= 45 m para a proteção de nível III 
r (m)= 60 m para a proteção de nível IV 
 (m) ∆ = ∆T x 106 
A experiência no terreno mostra que Δ é igual à eficiência obtida durante os ensaios de avaliação do PDI. 
Para edifícios com uma altura superior a 60 m, deverão aplicar-se os requisitos mencionados em 5.2.3.4. 
5.2.3.3 Seleção e posicionamento do PDI 
Para cada instalação de sistema de proteção contra descargas atmosféricas, deve ser realizada uma análise do 
risco para determinar o nível mínimo necessário de proteção contra descargas atmosféricas. 
NOTA: Um método de análise de risco é proposto no Anexo A. Outros documentos normativos fornecem métodos analíticos que 
podem ser usados. 
A localização do para-raios é selecionada de acordo com 5.2.1 e 5.2.5. 
Os diferentes raios de proteção Rp necessários para proteger a estrutura são determinados de acordo com as 
características da estrutura. 
A altura do PDI e sua eficácia são determinadas nos parágrafos anteriores utilizando as fórmulas acima para 
o PDI selecionado. 
5.2.3.4 Proteção dos edifícios de grande altura (altura superior a 60 m) 
Uma proteção complementar, contra impacto de descargas atmosféricas diretas é necessária para os 20 % 
superiores da altura da estrutura, nos edifícios mais altos do que 60 m ou em qualquer ponto mais alto que 
120 m. Podem ser implementadas essas medidas usando um PDI ou qualquer outro meio, em cada fachada, 
de acordo com uma norma em vigor. Além disso, devem ser instalados no mínimo, quatro condutores de 
baixada distribuídos ao longo do perímetro, e, se possível, em cada canto do edifício, interligados de forma 
adequada por um condutor de cintura. 
 
 
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NOTA: Em geral, o risco associado a descargas atmosféricas laterais é geralmente baixo, devido à baixa probabilidade de que uma 
descarga lateral se dê sobre uma estrutura elevada, em comparação ao conjunto de descargas atmosféricas sobre a mesma 
estrutura, e ainda porque os parâmetros dessas descargas atmosféricas são muito inferiores aos das descargas no topo da estrutura. 
 
 
Figura 3 – Proteções complementares contra impacto diretos para os 20 % mais elevados da estrutura dos 
edifícios com uma altura superior a 60 m 
5.2.3.5 Proteção dos edifícios para os níveis de proteção e de I + I + + 
Nível de proteção I +: O SPDI, com dispositivo de ionização para um nível de proteção I, é igualmente 
ligado à estrutura de metal ou às armaduras metálicas do betão utilizadas como condutores para baixada 
naturais, além dos condutores de baixada específicos e dos condutores de baixada naturais incluídos no SPDI 
com dispositivo de ionização, de acordo com a secção 5.3. A ligação aos condutores de baixada naturais 
deve ser feita ao nível do telhado e do solo. Se os condutores de baixada não estão interligadas ao nível do 
telhado, um condutor de cintura localizado logo abaixo pode ser utilizado para satisfazer estes requisitos. 
Os condutores de baixada devem ser interligados ao nível do solo pela malha de terra ou a através de um 
condutor dedicado. 
Na ausência de condutor de baixada natural, ou se um dos requisitos anteriores não puder ser satisfeito, o 
nível I + não pode ser considerado. 
Nível de proteção I ++: a cobertura deve beneficiar duma proteção de nível I + por meio de um PDI onde o 
raio de ação é reduzido a 40 % em relação aos valores dados em 0 a fim de atingir uma proteção completa 
dos equipamentos presentes na cobertura, contra os impacto diretos das descargas atmosféricas. 
5.2.4 Materiais e dimensões 
Todos os materiais deverão estar de acordo com a norma EN 50164-2. 
 
 
 
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5.2.5 Instalação 
A ponta do PDI deve ser instalada, pelo menos, 2 m acima da área que protege, inclusive antenas, aparelhos 
de ar condicionado, telhados, cisternas, etc. 
Na conceção do SPDI com para-raios com dispositivo de ionização, é recomendado que se leve em 
consideração os pontos arquiteturais apropriados para o posicionamento de um PDI. Estes posicionamentos 
são pontos estruturais altos, tais como: 
 espaços sobre os terraços, 
 cumeeiras, 
 chaminés metálicas ou de alvenaria 
Os PDI que protegem áreas abertas (campos de desportos, golfe, natação, campismo, etc.) devem ser 
instalados em estruturas específicas, tais como postes de iluminação, torres etc. ou outra estrutura análoga, 
que permita ao PDI cobrir toda a área a ser protegida. 
O PDI pode opcionalmente, ser colocado numa torre autos suportada. 
Quando forem utilizados cabos de espias, elas devem ser ligadas aos condutores de baixada no ponto de 
fixação ao solo usando os condutores que respeitem a EN 50164-2. 
5.3 Condutores de baixada 
5.3.1 Princípios gerais 
A função dos condutores de baixada consiste em conduzir a corrente da descarga atmosférica, do para-raios 
até ao sistema deterras. Eles serão instalados preferencialmente no exterior da estrutura. 
Cada um dos condutores de baixada deve ser fixo ao PDI por meio de um sistema de fixação no mastro. Este 
último deve compreender um elemento de adaptação mecânica que garanta o contacto elétrico permanente. 
Quando um condutor de baixada é instalado numa parede de material combustível e não seja de cobre, deve 
ser satisfeita pelo menos uma das seguintes condições a fim de evitar o aumento de temperaturas perigosas: 
• Separação de pelo menos 0,10 m; 
• Condutor com secção transversal pelo menos 100 mm². 
Para que duas trajetórias de condutor de baixada possam ser consideradas independentes, estas deverão estar 
separadas pelo menos 2 m. Para gerir qualquer problema de ordem prática que possa ser encontrado, é 
tolerado que a trajetória seja idêntica sobre um comprimento equivalente a 5 % do comprimento total do 
condutor de baixada mais curto. 
5.3.2 Número de condutores de baixada 
Para um SPDI com para-raios com dispositivo de ionização não isolado, cada PDI deve ser ligado a pelo 
menos a dois condutores de baixada. Para uma melhor distribuição da corrente, as duas trajetórias para a 
terra deverão estar localizadas em dois alçados diferentes a menos que seja tecnicamente inviável. 
Um dos dois condutores de baixada, deve ser específico e coerente com a EN 50164-2, uma vez que os 
componentes naturais podem ser alterados ou retirados independentemente de pertencerem a um sistema de 
proteção contra descargas atmosféricas. 
Quando vários PDI são instalados no mesmo edifício, os condutores de baixada podem ser compartilhados. 
Assim, se existirem n PDI no telhado, não é necessário ter 2n condutores de baixada, mas é necessário um 
 
 
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mínimo de n condutores de baixada específicos. Só é possível utilizar apenas n condutores de baixada se a 
distância de separação calculada para o sistema completo o permitir. 
O número de condutores de baixada específicos, em conformidade com a EN 50164-2, deverá ser pelo 
menos igual ao número PDI do edifício. O respeito da distância de separação permite determinar o número 
de condutores de baixada necessários bem como a possibilidade de mutualização dos condutores de baixada. 
O aumento de condutores de baixada específicos permite reduzir a distância de separação. 
O Anexo E fornece exemplos de cálculo da distância de separação em função do número de condutores de 
baixada. 
Se o SPDI com dispositivo de ionização for isolado, é necessário pelo menos um condutor de baixada por 
cada PDI. 
No que respeita a postes, mastros, chaminés e outras estruturas metálicas: 
• se a estrutura de aço satisfaz as requisitos de componentes naturais, pode ser utilizada como o primeiro 
condutor de baixada; 
• se a estrutura é isolada, ela pode ser usada como condutor de baixada única necessária. Nenhum outro 
condutor de baixada específico complementar é então necessário; 
• se a estrutura não for isolada, pode ser considerado que ela substitui os dois condutores de baixada 
necessários, se a sua secção for maior ou igual a 100 mm². Se secção está entre 50 mm² e 100 mm², é 
necessário um segundo condutor de baixada específico, que esteja de acordo com a norma EN 50164-2. 
Uma estrutura que não satisfaz aos requisitos relativos aos componentes naturais, não pode ser usada como 
condutor de baixada. Portanto, um ou dois condutor(es) de baixada específico(s) é/são necessário(s). 
NOTA: Os componentes naturais devem ter uma impedância baixa e permanente. Pode ser necessário adicionar um condutor de 
baixada específico de acordo com a norma EN 50164-2, para se obter essa impedância baixa. 
5.3.3 Trajetória 
O condutor de baixada deverá ser instalado de modo que a sua trajetória seja o mais curta e direta possível. A 
trajetória do condutor deverá ser também o mais direita e curta possível evitando ângulos agudos e secções 
ascendentes. Os raios de curvatura deverão ser superiores a 20 cm (ver Figura 4). Quanto aos condutores de 
baixada devem ser utilizados de preferência curvas formadas lateralmente. 
Os condutores de baixada não deverão caminhar ao longo das canalizações elétricas e evitar que as 
atravessem. 
Deve-se evitar trajetórias em redor de parapeitos e cornijas. Devem-se tomar medidas para garantir que as 
trajetórias dos condutores de baixada sejam o mais diretas possível. No entanto, é permitido aumentar a 
altura no máximo de 40 cm para passar acima de um parapeito com inclinação de 45º ou menos (ver Figura 
4, e Caso e)). Alternativamente, o cálculo da distância de separação segundo a secção 5.6 com l= l1+ l2+ l3 
segundo o caso f da Figura 4 abaixo, permite determinar o raio de curvatura mínima. 
 
 
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Na Figura 4, Caso d), a condição d> l/20 é sempre satisfeita desde d = l / √ 2 para qualquer comprimento l. 
 
 
c. e 
 
 
Legenda: 
l : comprimento da curvatura em metros 
d : largura da curvatura, em metros 
O risco da rutura do dielétrico é evitado se a condição d>l/20 for respeitada. 
 
Figura 4 – Formas de curvatura dos condutores de baixada 
 
O valor da distância entre condutores de baixada e entre os eventuais condutores de cintura está 
correlacionado com a distância de separação. 
Os condutores deverão ser fixados com três fixações por metro (aproximadamente 33 centímetros cada). 
Estas fixações deverão ser adaptadas aos suportes e a sua instalação não altere a estanquicidade do telhado. 
As fixações devem permitir uma eventual expansão térmica dos condutores, as fixações por perfuração 
sistemática do condutor de baixada devem ser evitadas. 
Todos os condutores deverão estar ligados entre si usando clipes de natureza idêntica, pelo meio de rebites, 
soldadura ou várias soldaduras. 
 
 
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Deve-se proteger os condutores de baixada contra choques mecânicos, com tubos, ou calhas de proteção, até 
uma altura de pelo menos 2 m acima do nível do solo. 
NOTA: A proteção das pessoas contra o risco de tensão do contacto é tratada no Anexo D. 
5.3.4 Trajetória interior 
Quando um condutor de baixada não puder ser instalado fora da estrutura, pode ser instalado no interior em 
parte ou na totalidade da altura da estrutura. Neste caso, deve ser implementado dentro de uma conduta 
específica para este fim, que seja não inflamável e isolante 
A distância de separação deve ser calculada também para o condutor de baixada interior, a fim de determinar 
o nível de isolamento necessário da conduta específica. 
O dono da instalação deve ser informado das dificuldades criadas para a verificação e manutenção de 
condutores de baixada e os correspondentes riscos de sobretensões no interior do edifício. 
Não deve ser permitido o acesso à conduta, em caso de período tempestuoso ou deve tomar-se as medidas de 
proteção como para os condutores de baixada exterior (ver Anexo D), incluindo as ligações equipotenciais 
dos pisos com o condutor de baixada. 
5.3.5 Revestimento exterior 
Sempre que um edifício tem um revestimento exterior de metal, pedra ou vidro ou uma parte do revestimento 
da frente é fixa, o condutor de baixada pode ser instalado sobre a parede de betão ou sobre a estrutura 
principal sob o revestimento. 
Neste caso, as partes condutoras do revestimento devem ser ligadas ao condutor de baixada na sua parte 
superior e inferior. 
O condutor de baixada, se não for de cobre, deve estar instalado a mais de 10 cm por detrás do material 
inflamável do revestimento se a superfície de sua secção transversal é inferior a 100 mm². Para uma área 
transversal de 100 mm² ou mais, não é recomendado para manter uma distância precisa entre o condutor e de 
baixada e o material isolante. 
NOTA 1: Um cálculo específico de aumento de temperatura pode ser executado para validar uma regra diferente. 
NOTA 2: Os mesmos requisitos também se aplicam a todos os materiais inflamáveis, mesmo na cobertura (p.ex.: palha). 
5.3.6 Materiais e dimensõesVer a Norma Europeia EN 50164-2. 
5.3.7 Ligador amovível 
Cada condutor de baixada deverá ser equipado com uma ligador amovível (caixa de medição de terra) para 
permitir desligar o sistema de terra e se poder proceder às medições. 
Os ligadores amovíveis são normalmente instalados sobre os condutores de baixada na parte mais baixa. Para 
condutores de baixada instaladas em paredes de metal ou em SPDI não equipado com condutores de baixada 
específicos, os ligadores amovíveis devem ser inseridos entre cada sistema de terra e o elemento de metal a 
que a terra está ligada. Eles devem ser instalados dentro de uma caixa de visita (de acordo com a norma 
EN 50164-5), com o símbolo de terras. 
5.3.8 Contador de impacto de descargas atmosféricas 
Quando a instalação está equipada com um contador de impacto de descargas atmosféricas, este último 
deverá estar instalado no condutor de baixada mais direto e seja instalado preferencialmente pouco acima da 
 
 
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junta de controlo (caixa medição de terra). Ele deve estar em conformidade com a Norma Europeia 
EN 50164-6. 
5.3.9 Componentes naturais 
Alguns de componentes estruturais condutores podem substituir toda ou parte de um condutor de baixada. 
5.3.9.1 Componentes naturais que podem substituir a totalidade ou parte de um condutor de baixada 
Em geral, as armaduras de aço externas interligadas (estruturas metálicas) podem ser usadas como 
condutores de baixada se elas são condutoras e se a sua resistência é no máximo de 0,01 Ω. 
Neste caso, o PDI é conectado diretamente à armadura metálica e a parte mais baixa deve ser ligada à terra. 
A utilização de um condutor natural de baixada, deve cumprir os requisitos de equipotencialidade de 5.4. 
5.3.9.2 Componentes naturais que podem ser utilizados para completar condutor(es) de baixada 
Os seguintes itens podem ser usados para completar o sistema de proteção contra descargas atmosféricas e 
ligados a este último: 
a) armaduras de aço interligadas que ofereçam continuidade elétrica: 
 estruturas internas metálicas, estruturas metálicas do betão armado e estruturas metálicas dentro das 
paredes, desde que existam terminais específicos para este fim na parte superior e inferior; 
 estruturas metálicas externas que não corram a altura total da estrutura. 
NOTA: Se for utilizado o betão pré-formado, ele deve prestar especial atenção ao risco de efeitos mecânicos causados pela 
corrente das descargas atmosféricas que atravessa o sistema de proteção contra descargas atmosféricas. 
b) telas de metal que cubram a área a ser protegida, desde que: 
 a continuidade elétrica entre as diversas partes seja durável; 
 não sejam revestidas com material isolante. 
NOTA: Uma fina camada de tinta protetora, 1 mm de betão ou 0,5 mm de PVC não são consideradas isolamento. 
c) canalizações metálicas, se a sua espessura for de pelo menos 2 mm. 
5.4 Ligação equipotencial das partes metálicas 
5.4.1 Generalidades 
Os elementos interiores do SPDI com dispositivo de ionização devem evitar o aparecimento de arcos 
perigosos na estrutura a ser protegida, devido à passagem da corrente da descarga atmosférica em elementos 
externos ao SPDI com dispositivo de ionização ou nas outras partes condutoras da estrutura. 
Os arcos podem ocorrer entre, por um lado os elementos externos ao SPDI com dispositivo de ionização e 
por outro lado, os seguintes componentes: 
 instalações metálicas; 
 os sistemas interiores; 
 as partes condutoras externas e as linhas entrando na estrutura. 
Arcos perigosos podem ser evitados através de: 
 uma ligação equipotencial de acordo com 5.5, ou 
 
 
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 o isolamento elétrico entre os elementos, de acordo com 5.6. 
5.5 Ligação equipotencial da descarga atmosférica 
5.5.1 Generalidades 
A equipotencialidade é realizada pela interligação do SPDI com dispositivo de ionização com: 
 a estrutura metálica da estrutura; 
 as instalações metálicas 
 os sistemas interiores; 
 os elementos externos condutores e as linhas ligadas à estrutura. 
Quando uma ligação equipotencial de descargas atmosféricas é realizada para a instalação interior de 
proteção, uma parte da corrente da descarga atmosférica pode fluir para o interior e isso deve ser tido em 
consideração. 
Os meios de interligação podem ser: 
- os condutores de equipotencialidade, se uma continuidade natural não for obtida; 
- os protetores de sobretensões, se a equipotencialidade não é viável. 
A sua realização é importante e deve ser coordenada com o operador de rede de comunicação, o distribuidor 
da energia elétrica e os outros operadores ou autoridades em causa, a fim de evitar eventuais requisitos 
conflituosos. 
Os protetores de sobretensões devem ser instalados de modo que possam ser verificados. 
NOTA: Se um SPDI com dispositivo de ionização for instalado, as partes metálicas no exterior da estrutura a ser protegida podem 
ser afetadas. Isso deve ser considerado na conceção. Ligações equipotenciais das partes metálicas externas podem também ser 
necessárias. 
5.5.2 Ligação equipotencial de descargas atmosféricas entre as instalações de metal 
No caso de um SPDI com dispositivo de ionização, exterior isolado, a ligação deve ser realizada apenas ao 
nível do solo. 
No caso de um SPDI com dispositivo de ionização, exterior não isolado, as ligações equipotenciais devem 
ser realizadas nos seguintes locais: 
a) no subsolo ou aproximadamente ao nível do solo. Os condutores de equipotencialidade devem ser ligados 
a uma barra de equipotencialidade fabricada e disposta de modo a permitir o acesso fácil para a 
verificação. A barra de equipotencialidade deve estar ligada ao principal ligador amovível. Em grandes 
estruturas (geralmente de comprimento superior a 20 m), várias barras podem ser instaladas desde que 
elas sejam interligadas; 
b) onde os requisitos de isolamento não forem cumpridos (ver 5.6). 
As ligações equipotenciais devem também ser o mais diretas e retas possível. 
NOTA: Se a ligação equipotencial é ligada a uma parte condutora da estrutura, parte da corrente da descarga atmosférica pode 
fluir na estrutura e deverão ser tidos em conta esses efeitos. 
Os valores mínimos das secções de ligação equipotencial entre as barras e a terra são apresentados no 
Quadro 1. 
 
 
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Os valores mínimos das secções de ligação equipotencial entre as instalações metálicas e as barras são 
apresentados no Quadro 2. 
Quadro 1 – Dimensões mínimas dos condutores ligados a diferentes barras de equipotencialidade ou entre as 
barras de equipotencialidade e a terra 
 
Nível de proteção Material 
 
Secção transversal 
mm2 
I a IV 
Cobre 16 
Alumínio 22 
Aço 50 
 
Quadro 2 - Dimensões mínimas dos condutores de ligação entre os elementos metálicos internos e a ligador 
amovível principal 
Nível de proteção 
Material 
Secção transversal 
mm2 
I a IV 
Cobre 6 
Alumínio 8 
Aço 16 
 
A ligação pode ser obtida através de um protetor de isolamento, de acordo com a Norma Europeia 
EN 50164-3. 
5.5.3 Equipotencialidade da descarga atmosférica dos elementos condutores externos 
Para os elementos condutores exteriores, a ligação equipotencialidade da descarga atmosférica deve ser 
estabelecida o mais próximo possível do seu ponto de entrada na estrutura a proteger. 
Os condutores de equipotencialidade deverão suportar a passagem de parte da corrente da descarga 
atmosférica. 
A ligação pode ser obtida através de um protetor de isolamento, de acordo com a EN 50164-3. 
5.5.4 Equipotencialidade da descarga atmosférica dos sistemas internos 
É essencial que a ligação equipotencialidade da descarga atmosférica esteja em conformidade com 5.5.2 a) e 
5.5.2 b). 
Se os condutores dos sistemas internos ligados ao exterior são blindados ou instalados em condutas 
metálicas, pode ser suficiente ligar a terra às blindagens ou condutas metálicas. 
Se esses condutores não são blindadosnem estão em condutas metálicas, todos os condutores dessas linhas 
devem ser ligados à terra por um protetor de sobretensões. No esquema TN, os condutores PE ou NEP 
devem ser ligados ao SPDI com dispositivo de ionização, diretamente ou através de um protetor de 
sobretensões. 
Os condutores de ligação equipotencial e os protetores de sobretensões devem ter as mesmas características 
que figuram na secção 5.5.2. 
 
 
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Se a proteção dos sistemas internos contra tensão de contacto for necessária, deve ser usada a proteção por 
protetores de sobretensões coordenados conforme os requisitos da EN 61643-11 e da CLC/TS 61643-12. 
5.5.5 Equipotencialidade da descarga atmosférica das linhas ligadas a estrutura a proteger 
Deverá ser realizada uma equipotencialidade da descarga atmosférica das linhas ligadas à estrutura a 
proteger, de acordo com 5.5.3. 
Todos os condutores em cada linha deverão estar ligados à terra diretamente ou através de protetores de 
sobretensões. Apenas os condutores ativos devem ser ligados à barra de equipotencialidade por protetores de 
sobretensões. No esquema TN, os condutores PE ou PEN devem ser ligados a barra equipotencial direta ou 
por um protetor de sobretensões. 
Quando os condutores são blindados, ou instalados em condutas metálicas, as suas blindagens ou condutas 
devem ser ligadas à terra. 
As equipotencialidades de descargas atmosféricas das blindagens e condutas devem ser feitas perto do seu 
ponto de entrada na estrutura. 
Os condutores de ligação e protetores de sobretensões devem ter as mesmas características que foram dadas 
em 5.5.3. 
Sempre que a proteção contra as sobretensões de origem atmosférica dos sistemas internos ligados a linhas 
que entram na estrutura é necessária, a proteção deve ser assegurada por protetores de sobretensões 
coordenados, em conformidade com os requisitos da EN 61643-11, ou CLC/TS 61643-12 e guia 
UTE C 15-443. 
5.6 Distância de separação 
O isolamento elétrico entre o dispositivo de captura ou os condutores de baixada e partes metálicas da 
estrutura, instalações metálicas e sistemas de interior pode ser realizado por uma distância de separação s 
entre as partes. A equação geral para o cálculo do s é a seguinte: 
s = ki 
k
k
c
m l (m) 
onde: 
ki depende do nível de proteção escolhido (ver Quadro 3) 
km depende do material de isolamento elétrico (ver Quadro 4) 
kC depende da corrente da descarga atmosférica que flui nos condutores de baixada e da terra 
l é o comprimento em metros ao longo dos dispositivos de captura e condutores de baixada 
entre o ponto onde a distância de separação é considerada e o ponto de ligação equipotencial 
mais próximo 
NOTA: O comprimento l ao longo do dispositivo de captura pode ser ignorado para as estruturas com telhado metálico contínuo 
servindo como dispositivo de captura natural. 
 
 
 
 
 
 
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Figura 5 – Ilustrações da distância de separação em função do comprimento considerado e aumento da 
diferença de potencial em função da distância ao ponto de equipotencialidade mais próximo (P) 
Quadro 3 – Valores do coeficiente ki 
Nível de proteção ki 
I 0,08 
II 0,06 
III e IV 0,04 
 
l2 
s3 
s2 s1 
Instalação eléctrica 
Instalação Metálica 
s 
s 
l1 
l3
P P P 
Limite de aproximação 
dos elementos 
metálicos 
 
 
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Quadro 4 – Valores do coeficiente km 
Material km 
Ar 1 
Betão, tijolos 0,5 
NOTA 1: Se diversos materiais isolantes estão em série, uma boa prática é escolher o 
menor valor de km 
NOTA 2: Se são usados outros materiais isolantes, o fabricante deve fornecer conselhos 
sobre a construção e o valor do km 
 
Em estruturas de betão armado com armaduras metálicas interligadas, a distância separação não é necessária 
Quadro 5 – Valores do coeficiente kc 
Número de condutores de 
baixada 
n 
kc 
Configuração do sistema 
de terras 
tipo A1 ou A2 
Configuração do sistema de 
terras 
tipo B 
1 1 1 
2 0,75 c) 1… 0,5 (ver Figura E.1)a) 
3 
4 ou mais 
0,60 b,c) 
0,41 b,c) 
1 ...1/n (ver Figura E.2 e E.3) 
a)b= 
1 ...1/n (ver Figura E.2 e E.3) 
a)b= 
a) Ver Anexo E 
b) Se os condutores de baixada estiverem interligados horizontalmente por condutores de cintura, a 
distribuição da corrente é mais homogénea nas partes mais baixas no sistema de condutores de baixada 
e kc é reduzido. Isto é especialmente válido para estruturas mais altas. 
c) Estes valores são válidos para elétrodos simples, com valores equivalentes de resistência. Se essas 
resistências são muito diferentes, é assumido kc = 1. 
NOTA: Outros valores de kc podem ser usados se são feitos os cálculos detalhados.
6 Sistemas de terras 
6.1 Generalidades 
Todos os sistemas de terras da mesma estrutura deverão ser interligados. 
Um sistema terra deve ser instalado para cada condutor de baixada, na base, com pelo menos dois elétrodos 
de terras por sistema de terras. 
Devido à natureza impulsional das correntes da descarga atmosférica e de modo a incrementar a sua 
dissipação na terra, limitando assim o risco de sobretensões perigosas no interior do volume a proteger, é 
importante considerar a forma e as dimensões do sistema de terras bem como o valor de sua resistência. 
Uma determinada área de contacto com o solo deve ser assegurada para facilitar a dispersão das correntes da 
descarga atmosférica durante um tempo curto. 
A terra deve cumprir os seguintes requisitos: 
 
 
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 o valor da resistência medido utilizando equipamento convencional deve ser tão baixa quanto possível 
(inferior a 10 Ω). Essa resistência deve ser medida na saída do condutor terra isolado de qualquer outro 
componente condutor; 
Devem evitar-se sistemas constituídos por um único elétrodo, horizontal ou vertical extremamente longo 
(> 20 m) de modo a minimizar o mais possível os valores de impedância ou indutância. 
Usar um único elétrodo vertical atingindo uma camada profunda de solo húmida, não é vantajoso a não ser 
que a resistividade de superfície seja particularmente elevada e exista uma camada de alta condutividade 
mais abaixo. 
No entanto, deve notar-se que este tipo de sistemas de terras perfurados tem uma onda de alta impedância 
quando a profundidade ultrapassa os 20 m. Então devem usar-se um grande número de hastes verticais ou 
horizontais, perfeitamente interligadas do ponto de vista elétrico. 
Salvo impossibilidade real, os sistemas de terra deverão ser sempre ser dirigidos para o exterior da estrutura 
a proteger. 
NOTA: Para evitar tensões de passo, deve ser consultado o Anexo D. 
6.2 Tipos de sistemas de terras 
As dimensões do sistema de terras dependem da resistividade do solo na qual os sistemas de terras são 
instalados. A resistividade pode variar muito, em função do material do solo (argila, areia, rocha, etc.). 
A resistividade pode ser avaliada a partir do Quadro 6 ou medida com a ajuda de um método adaptado com 
um instrumento de medida de terra. 
Para cada condutor de baixada, os sistemas de terras podem compreender: 
Tipo A: sistema de terra específico, dividido em A1 e A2: 
 A1 – os condutores da mesma natureza e secção que os condutores de baixada, à exceção do alumínio, 
dispostos sob a forma de pata de galo de grandes dimensões e enterrados a uma profundidade mínima de 
50 cm. 
Exemplo: três condutores de 7 m a 8 m de comprimento, enterrados na horizontal, a uma profundidade 
mínima de 50cm. 
 A2 – conjunto composto de vários elétrodos verticais, de comprimento total mínimo de 6 m a uma 
profundidade mínima de 50 cm: 
 dispostos em linha ou triângulo e separados uns dos outros por uma distância igual pelo menos ao 
comprimento enterrado; 
 interligados por um condutor enterrado idêntico ao condutor de baixada ou às características compatíveis 
com este último. 
NOTA: A disposição em triângulo é recomendada.Tipo B: elétrodo de terra em anel 
Esta disposição compreende tanto um anel exterior à estrutura em contacto com o solo num comprimento de 
ao menos 80 % do anel, como um sistema de terras das fundações, com a condição que ele seja constituído 
por um condutor de 50 mm2. Cada condutor de baixada deverá ser ainda pelo menos ligado a um elétrodo 
horizontal de no mínimo 4 m de comprimento ou a um elétrodo vertical de comprimento mínimo de 2 m. 
 
 
 
 
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Quadro 6 – Resistividades típicas do solo 
Tipo de solo Resistividade (·m) 
Sapal 
Vaso 
Húmus 
Turfa seca 
 
 
Argila mole 
Argila compacto 
 
Marga Jurássico 
 
Areia argilosa 
Areia sílica 
Solo rochoso nu 
Terreno pedregoso coberto com grama 
 
Calcário mole 
Calcário compacto 
 
Calcário rachado 
 
Xisto 
Mica-Xisto 
 
Granito e grés de arenito 
Granito e grés elevado de arenito 
Algumas unidades acima de 30 
20-100 
10-150 
5-100 
 
50 
100-200 
30-40 
 
50-500 
200-3000 
1500-3000 
300-500 
 
100-300 
1000-5000 
500-1000 
 
50-300 
800 
1500-10 000 
100-600 
 
 
 
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Legenda: 
D: condutores de baixada 
B: anel ao nível das fundações do edifício 
P: ligação à terra do SPDI com dispositivo de ionização 
 
Figura 5 – Esquema de tipo de sistemas de terra A1 e A2 
6.3 Disposições complementares 
Quando a resistividade elevada do solo impedir obter uma resistência do sistema de terras inferior a 10 Ω 
com as medidas normalizadas anteriores, as seguintes disposições complementares podem ser utilizadas: 
 adicionar um material natural não corrosivo de menor resistividade em redor dos condutores de ligação a 
terra; 
 adicionar um elétrodo na disposição de pata de galo, ou ligação destes últimos aos elétrodos existentes; 
 aplicação de enriquecedor de terra conforme a EN 50164-7; 
Quando a aplicação de todas estas medidas acima não permitir obter um valor da resistência inferior a 
10 ohms, pode ser considerado que o sistema de terra do tipo A assegura o escoamento da corrente da 
descarga atmosférica quando ela compreende um comprimento total de elétrodo enterrado de ao menos: 
 160 m para o nível de proteção I; 
 100 m para os níveis de proteção II, III, e IV. 
Em qualquer caso, que cada elemento vertical ou horizontal não deverá ultrapassar os 20 m de comprimento. 
O comprimento necessário pode ser uma combinação de elétrodos horizontais (comprimento acumulado L1) 
e elétrodos verticais (comprimento acumulado L2) com o requisito seguinte: 
160 m (respetivamente 100 m) ≤ L1 + 2 x L2 
Para um sistema de terras do tipo B, quando o valor de 10 ohms não pode ser obtido, o comprimento 
acumulado de n elétrodos suplementares deverá ser de: 
 160 m para um nível de proteção I (respetivamente 100 m para outros níveis de proteção) para um 
elétrodo horizontal; 
 
 
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 80 m para o nível de proteção I (respetivamente para 50 m para os outros níveis de proteção) para 
elétrodos verticais; 
 ou uma combinação semelhante à anterior para um sistema de terras tipo A. 
6.4 Equipotencialidade dos sistemas de terras 
Se o edifício ou o volume a proteger tem um sistema de terras de fundações para a instalação elétrica, os 
sistemas de terras do SPDI deverão ser ligados com dispositivo de ionização a este último através de um 
condutor normalizado (ver EN 50164-2). 
Para novas construções, esta medida deverá ser considerada desde a etapa inicial da conceção e é 
recomendado que a interligação ao circuito de ligação à terra das fundações seja executada ao longo de cada 
condutor de baixada por um dispositivo desconectável de preferência numa caixa de visita comportando o 
símbolo de terra . 
Para edifícios e instalações existentes, as interligações devem ser realizadas de preferência nas partes 
enterradas e uma desconexão deve ser possível para as verificações. No caso de interligações no interior do 
edifício, é recomendado que a trajetória do condutor evite as induções ao nível dos cabos e dos materiais 
vizinhos. 
Quando diversas estruturas são incluídas no volume a proteger, o sistema de terras do PDI deve ser ligado à 
rede de equipotencialidade enterrada que interliga todas as estruturas. 
6.5 Condições de proximidade 
Os componentes do sistema de terras do SPDI com dispositivo de ionização devem estar pelo menos a 2 m 
de qualquer ligação elétrica enterrada, se estas canalizações não estiverem ligadas do ponto de vista elétrico à 
equipotencialização principal da estrutura. 
Para os solos onde a resistividade é superior a 500 Ω m, a distância mínima é modificada para 5 m. 
6.6 Materiais e dimensões 
Ver a EN 50164-2. 
7 Medidas especiais 
7.1 Antenas 
Uma antena sobre um telhado aumenta os riscos devidos a impacto de descargas atmosféricas. Trata-se do 
primeiro elemento vulnerável suscetível de receber a descarga da do raio. 
O mastro de suporte da antena deve ser ligado diretamente ou via explusor de isolamento conforme a 
EN 50164-3 ao sistema de proteção contra descargas atmosféricas com ajuda de um condutor adequado, a 
menos que a antena se encontre no exterior da zona a proteger ou sobre um outro telhado ou a uma distância 
do SPDI superior à distância de separação. O cabo coaxial deverá então ser protegido por meio de um 
protetor de sobretensões. 
Um mastro de suporte comum (ao para-raios e à antena) pode ser utilizado nas condições seguintes: 
 o PDI é fixo na extremidade do mastro; 
 a ponta do PDI encontra-se ao menos 2 m acima da antena mais próxima; 
 o condutor de baixada é fixo diretamente sobre o PDI com ajuda de um ligador; 
 
 
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 o cabo coaxial da antena está no interior do mastro da antena. 
No caso de uma torre triangular, é preferível fazer o caminho do cabo coaxial no interior de um tubo 
metálico. 
7.2 Zonas de armazenamento de materiais explosivos e inflamáveis 
Os depósitos que contenham fluidos inflamáveis deverão ser ligados à terra. Se entretanto esta ligação não 
oferecer proteção adequada contra as descargas atmosféricas, um estudo aprofundado é por consequência 
necessário. 
Os PDI devem ser instalados no exterior das zonas com risco de explosão, a um nível mais elevado do que as 
instalações a proteger. Na medida do possível, a trajetória dos condutores de baixada deve situar-se no 
exterior das zonas com risco de explosão. Em caso de impossibilidade, uma atenção particular deverá ser 
considerada sobre as medidas a tomar de modo a evitar a formação de arcos. 
Os sistemas de terra deverão ser orientados para o lado oposto das zonas de armazenamento. 
NOTA: É recomendável a instalação de um contador de descargas. 
7.3 Edifícios religiosos 
Os sinos, as torres e os minaretes e cruzes são suscetíveis de serem atingidos pela descarga atmosférica, 
devido à sua proeminência. 
Para este tipo de edifício, o SPDI com dispositivo de ionização deve compreender um primeiro condutor de 
baixada, com trajetória direta ao longo da torre principal. 
Quando a altura do ponto culminante do edifício é superior a 40 m, é recomendado que o segundo condutor 
de baixada específico siga o cume do corpo principal do edifício. 
Quando na extremidade do corpo principal do edifício existe um elemento proeminente não metálico (uma 
cruz, uma estatua não metálica, etc.), estes objetos deverão ser dotados de um dispositivo de captura. 
Todos os sistemas de terras do SPDI com dispositivo de ionização e o sistema de terras elétrico deverão ser 
interligados. 
Certos edifícios dispõem de sinos elétricos. A sua alimentação elétrica pode ser protegida contra sobretensões 
com a ajuda de protetores de sobretensões, conforme as EN 61643-11 e/ou CLC/TS 61643-12. 
 
Figura 6 – Edifícios religiosos 
 
 
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8 Dossier de execução, verificação e manutenção 
A configuração de um SPDI com dispositivo de ionização e os componentes de proteção contra descargasatmosféricas instalados são verificados segundo a presente Norma e o dossier de execução. O bom estado do 
SPDI e a sua manutenção devem ser assegurados no tempo. 
8.1 Dossier de execução 
Um dossier de execução deve ser constituído pelo instalador com o relatório de trabalhos e ele deve conter os 
elementos seguintes: 
 nível de proteção considerado; 
 justificação da proteção; 
 tipo e características do PDI; 
 método de controlo do PDI; 
 número e localização dos condutores de baixada; 
 presença eventual e sua localização, do contador de descargas; 
 justificação do respeito das distâncias de separação; 
 justificação das ligações equipotenciais de descargas atmosféricas compreendendo os protetores de 
sobretensões; 
 tipo e valores dos sistemas de terra; 
 justificação das dimensões do sistema de terras quando o valor for superior a 10 Ω. 
8.2 Ordem das verificações 
As fases das verificações são as seguintes: 
 inicialmente, com conclusão da instalação do SPDI; 
 periodicamente, segundo os critérios do Quadro 7; 
 cada vez que a estrutura protegida for modificada, reparada ou quando a estrutura for atingida por uma 
descarga atmosférica. 
Quadro 7 – Periodicidade de verificação relativa ao a nível de proteção 
Nível de proteção Verificação visual 
(ano) 
Verificação completa 
(ano) 
Verificação completa 
 dos sistemas críticos 
(ano) 
I e II 1 2 1 
III e IV 2 4 1 
NOTA: Para as estruturas com risco de explosão, é sugerida uma verificação completa todos os 6 meses. Uma verificação 
completa deverá ser efetuada uma vez por ano. Uma exceção aceitável ao ensaio anual pode ser um ciclo de 14 a 15 meses quando 
for considerado vantajoso efetuar as medidas de valores de terra em diversas estações. 
 
 
 
 
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NOTA 1: Os impacto de descargas atmosféricas podem ser registados pelo contador de descargas instalado ao nível de um dos 
condutores de baixada. 
NOTA 2: Se as autoridades nacionais ou institutos impõem verificações periódicas das instalações elétricas de uma estrutura, é 
recomendável verificar ao mesmo tempo as medidas de proteção interior, inclusive a equipotencialidade das descargas atmosféricas. 
NOTA 3: As instalações antigas deverão ser ligadas a um nível de proteção e os ciclos de verificação deverão respeitar as 
especificações locais ou todas as outras especificações de verificação tais como legislação de construção, regulamentos técnicos, 
instruções, higiene e segurança no trabalho. 
NOTA 4: Um sistema particular pode ser definido por regulamentação ou pelo utilizador. 
8.3 Relatório de verificação 
Cada verificação periódica deverá ser reportada detalhadamente fazendo referência ao estado de todos os 
resultados da verificação e das medidas corretivas a tomar. 
8.4 Verificação inicial 
A verificação inicial é efetuada após o fim dos trabalhos de instalação de um SPDI com dispositivo de 
ionização. 
O seu objetivo é de assegurar que a totalidade da instalação do SPDI com dispositivo de ionização está 
conforme a presente Norma, assim como o dossier de execução. 
 esta verificação reporta ao menos os pontos seguintes: 
 o PDI encontra-se aos menos 2 metros acima de todo o objeto situado na estrutura a proteger; 
 o PDI tem as características indicadas no dossier de execução; 
 o número de condutores de baixada; 
 a conformidade dos componentes do SPDI com dispositivo de ionização com a presente Norma, ou 
normas da série EN 50164, EN 61643, por marcação ou declaração ou por documentação; 
 a trajetória, localização e continuidade dos condutores de baixada; 
 a fixação dos diferentes componentes; 
 as distâncias de separação e /ou ligações equipotenciais; 
 a resistência dos sistemas de terra; 
 a equipotencialidade do sistema de terra do SPDI com o edifício. 
Em todos os casos, quando um condutor é parcialmente ou totalmente integrado, a sua continuidade elétrica 
deverá ser verificada. 
8.5 Verificação visual 
Deverá proceder-se a uma inspeção visual a fim de assegurar que: 
 nenhum dano relativo a descarga atmosférica é relevado; 
 a integralidade do PDI não é modificada; 
 nenhuma extensão ou modificação da estrutura a proteger não requeira medidas especiais de proteção 
contra descargas atmosféricas; 
 a continuidade elétrica dos condutores visíveis é correta; 
 
 
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 todas as fixações dos componentes e todas as proteções mecânicas estão em bom estado; 
 nenhuma peça não foi deteriorada por corrosão; 
 a distância de separação é respeitada, o número de ligações equipotenciais é suficiente e o seu estado é 
correto; 
 o indicador de fim de vida dos dispositivos de proteção de sobretensões; 
 os resultados das operações de manutenção são controlados e conformes (ver secção 8.7). 
8.6 Verificação completa 
 uma verificação completa compreende as inspeções visuais e as medidas seguintes para verificar: 
 a continuidade elétrica dos condutores integrados; 
 os valores da resistência do sistema de terras (Deverão analisar-se todas as variações superiores a 50 % 
em relação ao valor inicial); 
 o bom funcionamento do PDI segundo a metodologia fornecida pelo fabricante. 
NOTA 1: Uma medida do valor da resistência da terra em alta frequência é possível aquando da realização do sistema de terra ou 
na fase de manutenção a fim de verificar a coerência entre o sistema de terras e a necessidade. 
8.7 Manutenção 
É recomendado corrigir todos os defeitos constatados no SPDI com dispositivo de ionização aquando duma 
verificação logo que possível a fim de manter a eficácia máxima. 
As instruções e manutenções dos componentes e dos dispositivos de proteção devem ser aplicadas conforme 
as instruções dos manuais do fabricante. 
 
 
 
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Anexo A 
(nomartivo) 
Análise do risco 
A.1 Explicação dos termos 
A.1.1 Danos e perdas 
A.1.1.1 Fonte dos danos 
A corrente da descarga atmosférica (do raio) é a principal fonte dos danos. As seguintes origens são 
definidas pelo ponto de impacto (ver Quadro A1): 
S1: Impacto direto na estrutura; 
S2: Impacto na vizinhança da estrutura; 
S3: Impacto direto em serviços ligados à estrutura; 
S4: Impacto na vizinhança dos serviços ligados à estrutura. 
A.1.1.2 Tipos de danos 
Os danos causados pela descarga atmosférica (do raio) dependem das características dos objetos a proteger. 
Algumas das características mais importantes são: tipo de construção, conteúdo e função, tipo de serviço e 
medidas de proteção existentes. 
Para aplicações práticas da análise do risco, é aconselhável distinguir entre três tipos básicos de danos que 
podem aparecer como consequências das descargas. Estes tipos são os seguintes (ver Quadro A1): 
D1:Danos em pessoas e animais; 
D2:Danos físicos; 
D3:Falha nos sistemas elétricos e eletrónicos. 
Os danos na estrutura, causados pela descarga atmosférica (do raio) podem ser limitados a uma parte da 
estrutura ou podem estender-se a toda a estrutura. Pode envolver estruturas próximas ou o ambiente (p. ex. 
emissões químicas ou radioativas). 
Um raio que atinja um serviço pode causar danos nos próprios meios físicos – linhas, ou tubagens – 
utilizados para fornecer o serviço, bem como nos sistemas elétricos e eletrónicos relacionados. O dano pode 
também estender-se aos sistemas internos ligados ao serviço. 
A.1.1.3 Tipo de perdas 
Cada tipo de dano, só ou associado a outros, pode provocar perdas diferentes consecutivas nos objetos a 
proteger. O tipo de perda que pode surgir depende das características do próprio objeto e do seu conteúdo. 
Os tipos de perdas a serem levados em consideração (ver Quadro A.1) são: 
L1: perdas de vidas humanas; 
L2: perdas de serviços públicos; 
L3: perdas de bens culturais, antigos; 
 
 
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L4: perdas de valores económicos (estruturas e seus conteúdos), 
Quadro A1 – Fonte de danos, tipos de danos e tipos de perdas de acordocom o ponto de impacto 
 Estrutura 
Ponto de impacto 
Fonte do 
dano 
Tipo de 
dano 
Tipo de perda 
 
S1 
D1 
D2 
D3 
L1, L42) 
L1,L2, L3, L4 
L11), L2, L4 
 
S2 D3 L11), L2 , L4 
 
S3 
D1 
D2 
D3 
L1, L42) 
L1, L2, L3, L4 
L11), L2, L4 
 
S4 D3 L11), L2, L4 
1) Só para estruturas com risco de explosão, hospitais ou outras estruturas onde falhas dos 
sistemas internos possam de imediato pôr em risco vidas humanas. 
2) Só para propriedades onde se possam perder animais. 
A.1.2 Risco e componentes de risco 
A.1.2.1 Risco 
O risco R é o valor médio anual de perdas prováveis. Para cada tipo de perda que possa surgir numa estrutura 
ou num serviço, deve avaliar-se o risco relevante. 
Os riscos a serem avaliados numa estrutura podem ser os seguintes: 
R1: risco de perda de vidas humanas; 
R2: risco de perda de serviços públicos; 
R3: risco de perdas de bens culturais antigos; 
R4: risco de perdas de valores económicos; 
Para avaliar o risco R, as componentes relacionadas do risco (risco parcial dependendo da fonte e do tipo de 
perda) deve ser definido e calculado. 
 
 
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Cada risco, R, é a soma das componentes do risco, quando calculamos um risco, as componentes do risco 
podem ser agrupadas de acordo com a fonte de dano e tipo de dano. 
A.1.2.2 Componentes do risco para uma estrutura devido a impacto direto na estrutura 
RA: componente relacionada com os danos provocados em seres vivos causados pelo contacto e tensões de 
passo nas zonas até 3 m no exterior do edifício. Podem ocorrer perdas do tipo L1 e no caso das estruturas 
conterem explorações pecuárias podem ocorrer perdas do tipo 4 (perda de animais); 
NOTA 1: A componente do risco causada pelo contacto ou tensões de passo no interior do edifício não é considerada nesta Norma; 
NOTA 2: Em estruturas especiais, as pessoas podem ser postas em risco por impacto diretos (p. ex. nos andares mais altos de um 
parque de estacionamento ou estádio). Nestes casos, podem ser considerados os princípios desta Norma. 
RB: Componentes relacionados com danos provocados por faíscas perigosas no interior da estrutura, 
provocando fogo ou explosão, que podem também pôr em perigo o ambiente. Nesta situação poderão ocorrer 
todo o tipo de perdas (L1, L2, L3). 
RC: Componente relacionada com a falha de sistemas internos causados por LEMP. Perdas do tipo L2 podem 
ocorrer em todos os casos junto com L1 no caso de estruturas com risco de explosão e hospitais ou outras 
estruturas onde falhas nos sistemas internos possam de imediato pôr em perigo vidas humanas. 
A.1.2.3 Componentes do risco para uma estrutura em que o raio cai na vizinhança 
RM: Componente relacionada com a falha de sistemas internos, causados por LEMP. Perdas do tipo L2 
podem ocorrer em todos os casos juntamente com tipo L1 em estruturas com risco de explosão, hospitais ou 
outras estruturas onde a falha dos sistemas internos possam, pôr de imediato em perigo, vidas humanas. 
A.1.2.4 Componente do risco para uma estrutura em que o raio caia sobre um serviço ligado à 
estrutura 
RU: Componente relacionada com danos provocados em vidas, causados por contacto no exterior da 
estrutura, devido à corrente do raio injetada na linha que entra na estrutura. Perdas do tipo L1 no caso de 
propriedades agrícolas. 
RV: Componente relacionada com danos físicos (fogo ou explosão provocados por faíscas perigosas entre 
instalações externas e partes metálicas, geralmente no ponto de entrada da linha na estrutura) devido à 
corrente do raio transmitida pelo ou ao longo dos serviços de entrada. Podem ocorrer todos os tipos de perdas 
(L1, L2, L3). 
RW: Componente relacionada com falhas no sistema interno causadas por sobretensões induzidas nas linhas 
de entrada e transmitidas à estrutura. Perdas do tipo L2 podem ocorrer em todos os casos juntamente com 
tipo L1 de estruturas com risco de explosão hospitais ou outras estruturas onde a falha dos sistemas internos 
possam, pôr de imediato em perigo vidas humanas. 
NOTA: Os serviços tidos em conta nesta análise do risco são apenas as linhas que entram na estrutura. Descargas que atinjam 
diretamente ou que impactem perto de tubagens não são consideradas como fonte de dano, baseando-se na ligação de tubos a uma 
barra de equipotencialidade. Se uma barra de ligação equipotencial não for fornecida, também deve ser considerada uma ameaça. 
A.1.3 Composição dos componentes do risco relacionados com a estrutura 
As componentes do risco a considerar para cada tipo de perda na estrutura são as seguintes: 
R1: Risco de perda de vidas humanas. 
R1 = RA + RB + RC1) + RM1) + RU + RV + RW1) + RZ l1) (1) 
 
 
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 Apenas para estruturas com risco de explosão, hospitais com equipamentos elétricos de salvamento ou 
suporte de vida e outras estruturas onde falhas no sistema interno ponham em perigo imediato, vidas 
humanas. 
R2: Risco de perdas de serviços públicos 
 R2 = RB + RC + RM + RV + RW + RZ (2) 
R3: Risco de perdas de bens culturais antigos: 
 R3 =RB + RV (3) 
R4: Risco de perdas de valores económicos 
 R4 = RA2) + RB + RC + RM + RU2) + RV + RW + RZ (4) 
 Apenas para propriedades onde possa ocorrer a perda de animais. 
As componentes do risco correspondentes a cada tipo de perda estão também combinadas no Quadro A2. 
Quadro A2 – Componentes do risco a serem consideradas para cada tipo de perda numa estrutura 
Fonte de dano 
Impacto direto numa 
estrutura 
S1 
Impacto na 
vizinhança da 
estrutura S2 
Impacto direto 
numa linha 
ligada à 
estrutura 
S3 
Impacto na 
vizinhança de 
uma linha ligada 
à estrutura 
S4 
Componente do Risco RA RB RC RM RU RV RW RZ 
Risco para cada tipo de 
perda 
R1 
R2 
R3 
R4 
 
 
* 
 
 
* 2) 
 
 
* 
* 
* 
* 
 
 
*1) 
* 
 
* 
 
 
*1) 
* 
 
* 
 
 
* 
 
 
* 2)
 
 
* 
* 
* 
* 
 
 
*1) 
* 
 
* 
 
 
*1) 
* 
 
* 
1) Apenas para estruturas com risco de explosão para hospitais com equipamentos elétricos de salvamento de vida e outras 
estruturas onde falhas no sistema interno ponham em perigo imediato, vidas humanas. 
2) Apenas para propriedades onde possa ocorrer a perda de animais. 
A.2 Avaliação do risco 
A.2.1 Procedimento básico 
Devem ser aplicados os seguintes procedimentos: 
 identificação do objeto a proteger e suas as características; 
 identificação de todas as possíveis perdas que possam ocorrer no objeto e riscos relacionados 
correspondentes R ( R1 a R4); 
 avaliação do risco R para cada tipo de perda ( R1 a R4); 
 avaliação da necessidade de proteção, pela comparação do risco R1, R2 e R3 para uma estrutura com o 
Risco Tolerável RT; 
 
 
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 avaliação do custo efetivo da proteção em comparação com o custo total de perdas sem medidas de 
proteção. Neste caso, a análise das componentes do risco R4 para a estrutura devem de ser calculadas 
com o intuito de avaliar estes custos. 
A.2.2 Estrutura a ser considerada para o cálculo do risco. 
As estruturas a considerar incluem: 
 a própria estrutura; 
 instalações na estrutura; 
 conteúdo da estrutura; 
 pessoas na estrutura ou que estejam em zonas afastadas no máximo de 3 m no exterior da estrutura; 
 vizinhança afetada pelos danos da estrutura. 
A proteção não inclui serviços conectados fora da estrutura. 
NOTA: A estrutura considerada pode ser dividida em várias zonas (ver A.3.7) 
A.2.3 Risco tolerável RT 
É da responsabilidade da autoridade que tem a jurisdição da estrutura, a definição do valor tolerável do risco. 
Valores representativos RT, toleráveis, onde as descargas atmosféricas envolvem a perda de vidas humanas 
ou perdas de valores sociais ou culturais, são dados no Quadro A.3. 
Quadro A.3 Valores típicos de risco toleráveis RT 
Tipo de perda RT (y–1) 
Perdas de vidas humanas ou danos permanentes 10–5 
Perda de serviço ao público 10–3 
Perda de heranças culturais 10–3 
A.2.4 Procedimento específico para avaliar a necessidade

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