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Batalha de Alcácer Quibir

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TÓPICO 01: ALCÁCER-QUIBIR
O dia vinha amanhecendo no acampamento daquele exército 
internacional, que, no entanto era formado em sua maioria por portugueses 
e tinha em seu comando um rei também português. O calor já se fazia sentir 
forte logo nas primeiras horas, prenunciando assim mais um dia escaldante. 
Apesar de ter um dos climas mais quentes da Europa, os portugueses não se 
sentiam à vontade com as temperaturas e umidade africanas — o que dizer 
então dos alemães e holandeses que estavam juntos com eles, assim como 
espanhóis e italianos. Era o dia de verão de 4 de agosto de 1578, e esses 
homens se encontravam próximos à fortaleza de Alcácer-Quibir, no interior 
do Marrocos, preparando-se para uma grande batalha.
A batalha de Alcácer Quibir [1]
Quem poderia imaginar que uma expedição militar que havia sido 
iniciada de maneira tão festiva e cheia de grandes expectativas em Portugal, 
cujas escalas em portos espanhóis e africanos também tinham sido marcadas 
por festas e celebrações, pudesse começar o dia com tamanha angústia de 
morte. Durante a noite, e nos dias anteriores, os comandantes portugueses e 
estrangeiros se debateram com a decisão de suspender a operação militar e 
bater em retirada, a fim de se reorganizarem e avaliarem a situação.
VERSÃO TEXTUAL
O dilema era imenso. Um recuo desses antes de qualquer batalha 
(sim, por que ainda não havia ocorrido nenhum combate) traria uma 
enorme humilhação aos europeus, bem como perdas pesadas durante 
a retirada, que não seria assistida passivamente pelos inimigos: os 
mouros do Marrocos.
O comandante-em-chefe das forças europeias, o jovem rei D. Sebastião 
de Portugal (1554-1578), aguardava por aquela batalha havia pelo menos dez 
anos, quando assumira de fato o trono português (1568). Ele acreditava 
vivamente que fora comissionado por Deus para varrer os pagãos do Magreb 
e, assim, expandir o cristianismo através da África. Para isso durante vários 
anos havia angariado fundos para a missão, obtido apoios e reforços 
militares estrangeiros, e reunido e treinado uma grande massa de recrutas 
portugueses. Até uma inusitada aliança com o rei mouro deposto do 
Marrocos, o sultão Moulay Mohammed, que se dispusera a lutar ao lado dos 
europeus a fim de retomar o trono perdido para Muley Moluco, o líder 
TÓPICOS DE LITERATURA PORTUGUESA
AULA 04: GRANDES TEMAS DA LITERATURA PORTUGUESA - O INFANTE D. SEBASTIÃO: 2ª PARTE
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