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Mário, em Macunaíma, copia o Brasil, mostrando sua cara e satirizando-o, mas não abre mão de sua autoria: “Meu nome está na capa de Macunaíma e ninguém o poderá tirar”. Do livro do alemão, Macunaíma se libertou e ampliou suas fronteiras inicialmente nortistas, agregando a si e a sua ação “modismos, locuções, tradições ainda não registradas em livro, fórmulas sintáticas, processos de pontuação oral, etc. de falas de índio, ou já brasileiras, temidas e refugadas pelos geniais escritores brasileiros da formosíssima língua portuguesa” (1999, p. 165). Fica aí declarada a condição parodística da escrita, a escrita de segunda mão, a apropriação dos enunciados, tantos e tão diversos que compõem um patchwork linguístico proposital. EXERCITANDO Clique aqui (Visite a aula online para realizar download deste arquivo.). REFERÊNCIAS AGUIAR E SILVA, Vítor Manuel. Teoria da Literatura. Coimbra: Livraria Almedina, 1968. ANDRADE, Carlos Drummond de. Sentimento do mundo (inclui Alguma poesia e Brejo das almas). Rio de Janeiro: Record, 2001 ANDRADE, Mário de. Macunaíma. Madrid: Scipione Cultural, 1997. ANDRADE, Oswald de. Pau-Brasil. São Paulo: Globo. Secretaria do Estado da Cultura, 1990. ANJOS, Cyro dos. O amanuense Belmiro. Belo Horizonte: Livraria Garnier, 2000. BANDEIRA, Manuel. Estrela da vida inteira. Rio de Janeiro: Nova Fronteira,1993. BANDEIRA, Manuel. Itinerário de Pasárgada. Rio de Janeiro: Nova fronteira, 1984. BARROS, Manoel de. O livro das ignorãças. 6 ed. Rio de Janeiro: Record, 1998. DIAS, Antônio Gonçalves. Primeiros cantos. Belo Horizonte: Itatiaia, 1998. HELDER, Herberto. Ou o poema contínuo. Lisboa: Assírio & Alvim, 2004. LEMINSKI, Paulo. Distraídos venceremos. São Paulo: Brasiliense, 1995. MEIRELES, Cecília. Escolha o seu sonho. 21 ed. Rio de Janeiro: Record, 1998. 38