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entre as duas realidades. Outra característica da metonímia é que a realidade a que ela conduz normalmente não é referida no contexto, dada sua proximidade com ela, enquanto na metáfora ela geralmente é citada, exatamente porque tem natureza diferente do ser com que ela se relaciona. Um caso particular do processo metonímico é a sinédoque, que consiste em tomar-se a parte pelo todo ou o todo pela parte. Muitas vezes o termo sinédoque é tomado como sinônimo de metonímia. VEJA O EXEMPLO MORRO DA BABILÔNIA À noite do morro descem vozes que criam terror (terror urbano, cinquenta por cento de cinema) ........................................................ Mas as vozes do morro não são propriamente lúgubres. Há mesmo um cavaquinho bem afinado Que domina os ruídos da pedra e da folhagem e desce até nós, modesto e recreativo, como uma gentileza do morro. (ANDRADE, 2001, P. 144) Nesse fragmento de poema, aparece a imagem das vozes que criam o terror, ao descerem do morro. Rigorosamente, as vozes representam as pessoas faveladas que descem do morro para horrorizar as pessoas da cidade. Nesse caso, as vozes são o som produzido pelas pessoas, ou seja, elas são algo que fazem parte dessas pessoas; têm com elas, pois, uma relação de contiguidade. Quando a metonímia incorpora-se à linguagem do dia-a-dia, designando objetos por termos figurados por falta de termos próprios, denominamo-la catacrese (pernas da mesa; mão de pilão; embarcar num trem). FONTES DAS IMAGENS 1. http://www.denso-wave.com/en/ Responsável: Prof. Marcelo Peloggio Universidade Federal do Ceará - Instituto UFC Virtual 60