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Manifestações do Classicismo em Portugal

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Em lugar de Raquel lhe dava Lia.
Vendo o triste pastor que com enganos
Lhe fora assi negada a sua pastora,
Como se a não tivera merecida;
Começa de servir outros sete anos,
Dizendo – Mais servira, se não fora
Para tão longo amor tão curta a vida.
Um mover de olhos, brando e piadoso,
Sem ver de quê; um riso brando e honesto,
Quase forçado; um doce e humilde gesto,
De qualquer alegria duvidoso;
Um despejo quieto e vergonhoso;
Um repouso gravíssimo e modesto;
Ua pura bondade, manifesto
Indício da alma, limpo e gracioso;
Um escolhido ousar; ua brandura;
Um medo sem ter culpa; um ar sereno;
Um longo e obediente sofrimento:
Esta foi a celeste fermosura
Da minha Circe, e o mágico veneno
Que pôde transformar meu pensamento.
OUTRAS MANIFESTAÇÕES DO CLASSICISMO EM PORTUGAL
No período clássico, merecem citação outros autores:
Pêro de Andrade Caminha (1520-1589), autor de Poesias e de Poesias 
inéditas publicadas nos séculos XVIII e XIX.
Sá de Miranda (1481-1558), introdutor do Classicismo em Portugal, autor 
de Obras (1595).
Antônio Ferreira (1528-1569), autor dos Poemas lusitanos (1598) e da 
tragédia A Castro (1587).
Diogo Bernardes (1540-1605), conhecido como O Poeta de Lima, 
caracterizado pelo bucolismo, é autor de Várias rimas ao bom Jesus
(1594), Rimas várias - Flores do Lima (1596), O Lima (1596).
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