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Fonemas e Pares Mínimos

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Dissemos acima que, em português, distinguem-se os fonemas /ε/ 
e /e/, /r/ e /R/, /š/ e /ž/, /s/ e /z/, /f/ e /v/. /v/ e /b/. Em algumas dessas 
oposições, temos fonologia mais rica que o espanhol, o italiano, o francês, 
o alemão e o inglês, o que explica as dificuldades que eles sentem, tratadas 
acima. Pense, anote, discuta o seguinte.
◾ Essas oposições podem ser demonstradas com pares mínimos.
◾ Nesses pares mínimos, o que distingue dois “feixes” (porque se chama 
assim?), dois sons, pode ser um único traço.
◾ Apresente a transcrição fonética e a representação fonêmica das palavras 
que você sugere para formar os pares mínimos.
◾ Com relação à nasalidade, também se pode falar de pares mínimos? Em que 
circunstâncias a nasalidade das vogais e ditongos é fonêmica, distintiva, 
funcional, necessária? Quando é meramente fonética?
Há no mercado gramáticas, manuais de redação, apostilas de cursinhos, 
revistas dedicadas à linguagem, “plantões gramaticais” que atendem por 
telefone e, na Internet, páginas que cuidam também de dúvidas de 
linguagem. 
Vejamos inicialmente um trecho de um livro muitas vezes modificado 
(citamos a 28ª edição). Para ler, clique abaixo.
CLIQUE AQUI PARA ABRIR
banana
Não é obrigatório, mas a melhor pronúncia desta palavra é bãnâna, e 
não “bánâna”.
Sempre que houver uma consoante nasal após uma vogal, esta é 
fechada. Note que estamos falando em PREFERÊNCIA de pronúncia, e não 
em erro. Fazemos questão de fazer a ressalva, porque sempre há uns e 
outros que, ansiosos pela crítica, desejosos do nosso sangue, querem logo ir 
à veia, à jugular. 
Recentemente, uma mulher foi a um programa de televisão de 
entrevistas e cantou uma música da bossa nova, em cuja letra aparece 
várias vezes a palavra banana. Foi “bánâna” para cá, “bánâna” para lá, para 
dar e vender. Afeou a música.
Não erre mais (Sacconi, 2005: 107) 
Saiamos um pouco de fonologia, entremos em semântica, pragmática, 
análise do discurso. Veja uma lista das palavras de julgamento e atitude. 
Umas são de ressalva, abrandamento, outras de imposição disfarçada: “não é 
obrigatório”, “mas é melhor”; está falando de “preferência”, não de “erro”. 
Quando alguém pronunciou da maneira criticada, “afeou a música”. 
Para o autor, “sempre que houver uma consoante nasal, esta [a vogal 
antecedente] é fechada”, ou seja, não pode acontecer a variação que é apenas 
fonética, não prejudica a língua. Não há, nesta posição, no Brasil, oposição, 
mudança de sentido, se alguém pronuncia .
Com certeza, estamos entrando para o rol dos “uns e outros” que estão 
“ansiosos pela crítica”. Talvez, em nova edição, Sacconi pelo menos explique 
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