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distinção ainda entre o fonológico (fonêmico) e o fonético. Em geral, podem ser classificados conforme essas características: SE QUISER SABER UM POUCO MAIS SOBRE ISSO (a) Confundem, na “melhor” tradição de muitas gramáticas “clássicas”, letra e som. Note que Passos, acima, junta os dois conceitos por vê-los de forma abrangente, mas, em suas explicações, faz referência a questões sonoras e gráficas de forma clara. (b) Tratam apenas de letra e de som, ou de letra e de fonema, falando ora de “sons da fala” (que deviam ter a ver com a fonética), ora de “sons da língua” (já na fonologia ou fonêmica). (c) Aludem, em pequenos trechos, explicitamente, à grafia e à fonologia, com a divisão entre o que é fonológico e o que é fonético, mas, na maior parte do texto, não ligam para a divisão. Se puder, veja, por exemplo, Bechara, tanto na “Moderna” (1999, dita pelo editor “2004”) quanto na “Escolar” moderna (2004); veja também Cunha (qualquer edição, com ou sem Cintra). Bechara e Cunha são ótimos em outras áreas, mas não tentaram fazer muito na fonologia. Trazem algumas informações de cunho linguístico, mas, por mais incrível que pareça, além de classificar os fonemas com base em fonética, adotando termos da NGB como se o problema não existisse, conseguem discordar um do outro. Rocha Lima (1972), outro respeitado gramático, não difere muito dos supracitados, quanto, por exemplo, à classificação dos fonemas, mas tem melhor introdução a conceitos teóricos, citando para o de fonema Tomás Navarro (1946). Se quiser, veja o que os dois classificam como “alveolar”, “linguodental” (dental dá na mesma), “palatal”, “velar”. Foneticamente, interessa saber se um som é apical ou laminar, dental (Cariri, parte do Vale do Jaguaribe, grande parte do Nordeste) ou alveolar, velar (em gascão) ou uvular (antes dos sons correspondentes a “o” e “u”), mas isso não é fonêmico. Pecam também nas copiadas listas de ditongos e tritongos, vistos não informam se ali são tratados como sons ou fonemas. Os professores que os elogiam ou não se interessam muito, também, pela fonologia, ou não tiveram tempo de examiná-los quanto a esse nível de análise. Os gramáticos supracitados são os mais conceituados nos meios de Letras, na Universidade, mas, em fonologia, são superados por gramáticas como a de “Pasquale e Infante”, compradas por indicação das escolas, apesar da pouca fama do “professor Pasquale” na academia. 53