Prévia do material em texto
TICs SOI IV Medicina UNIDEP Thiago Luiz P. Gil Turma 10 Quais as diferenças de ação clínica dos venenos das serpentes encontradas no país? Serpentes do gênero Bothrops: Ações clínicas: lesão endotelial, necrose, liberação de mediadores inflamatórios, incoagulabilidade sanguínea, sangramentos na região e distantes da picada. Manifestações clínicas locais: edema precoce e progressivo, equimoses, bolhas e sangramentos no local da picada. Casos agravados: necrose de tecidos moles, conformação de abscessos e desenvolvimento de síndrome compartimental. Manifestações sistêmicas: hemorragias, epistaxe, hematêmese e hematúria. Serpentes do gênero Crotalus: Ações clínicas: bloqueio de junção neuromuscular e rabdomiólise. Manifestações discretas, como dor, eritema, edema, e parestesia local ou regional. Manifestações sistêmicas gerais incluem mal-estar, prostração, sudorese, náuseas, vômitos, sonolência ou inquietação e sensação de boca seca, que podem aparecer precocemente. Também ocorrem manifestações neurológicas e fácies miastênicas. Serpentes do gênero Lachesis: Ações clínicas: estimulação colinérgica (vômito, dor abdominal, diarreia, hipotensão, choque). Manifestações clínicas são semelhantes às descritas no acidente botrópico. Podem ocorrer a presença de equimose, necrose cutânea, vesículas e bolhas de conteúdo seroso ou sero-hemorrágico nas primeiras horas do acidente. As hemorragias atingem o local da picada. Manifestações sistêmicas: tontura, escurecimento da visão, bradicardia, cólicas abdominais, diarréia e hipotensão arterial. Serpentes do gênero Micrurus: Ações clínicas: paralisia de grupos musculares. Sintomas de origem precoce (surgem em menos de uma hora após a picada). Apresenta uma leve dor local, com parestesia. As manifestações sistêmicas incluem vômitos, fraqueza muscular progressiva, ptose palpebral, oftalmoplegia e fácies neurotóxica. A paralisia da musculatura respiratória afeta a ventilação, podendo evoluir para apnéia e insuficiência respiratória aguda. Referência: PINHO, F.M.O. e PEREIRA, I.D. Ofidismo. Revista da Associação Médica Brasileira [online]. 2001, v. 47, n. 1 [Acessado 10 Abril 2024] , pp. 24-29. Disponível em: <https://doi.org/10.1590/S0104-42302001000100026>. Epub 24 Abr 2001. ISSN 1806-9282. https://doi.org/10.1590/S0104-42302001000100026.