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POLÍCIA MILITAR DE MINAS GERAIS
 AJUDÂNCIA-GERAL
SEPARATA
DO 
BGPM
 Nº 42
BELO HORIZONTE, 04 DE JUNHO DE 2019.
Para conhecimento da Polícia Militar de Minas 
Gerais e devida execução, publica-se o 
seguinte:
Paulo J Praxedes
DIRETRIZ Nº 3.01.10/2019-CG 
NORTEIA A ATUAÇÃO DA POLÍCIA MILITAR DE 
MINAS GERAIS SEGUNDO A FILOSOFIA DE 
POLÍCIA COMUNITÁRIA 
Belo Horizonte 
2019 
( - SEPARATA DO BGPM Nº 42, DE 04 DE JUNHO DE 2019 - ) PÁGINA: ( - 1 - )
DIRETRIZ DE POLÍCIA COMUNITÁRIA 
 Nº 3.01.10/2019-CG 
 
 
 
 
Belo Horizonte - MG 
2019 
Norteia a atuação da Polícia Militar de Minas 
Gerais segundo a Filosofia de Polícia Comunitária
( - SEPARATA DO BGPM Nº 42, DE 04 DE JUNHO DE 2019 - ) PÁGINA: ( - 2 - )
Direitos exclusivos da Polícia Militar do Estado de Minas Gerais (PMMG). 
Reprodução condicionada à autorização expressa do Comandante-Geral da PMMG. 
Circulação restrita. 
M663d 
Minas Gerais. Polícia Militar. Comando-Geral. Diretriz de Polícia 
Comunitária Nº 3.01.10/19-CG: Norteia a atuação da Polícia Militar de 
Minas Gerias segundo a Filosofia de Polícia Comunitária. Belo 
Horizonte. Comando-Geral, Assessoria Estratégica de Emprego 
Operacional (AE3), 2019. 
41p. 
1. Polícia Comunitária-PMMG. 2. Comunidade-organização. 3.
Resolução de problemas. I. Mattos, Wagner Alan (coord.). II
Comando-Geral – PMMG. III. Título.
CDU – 351.746(815.1) 
CDD – 352.2 
Ficha catalográfica elaborada pela Biblioteca da Academia de Polícia Militar 
ADMINISTRAÇÃO 
Comando-Geral da Polícia Militar 
Quartel do Comando-Geral da PMMG 
Cidade Administrativa Tancredo Neves, Edifício Minas, 
Rodovia Papa João Paulo II, nº 4143 – 6º Andar, Bairro Serra Verde 
Belo Horizonte – MG – Brasil - CEP 31.630-900 
SUPORTE METODOLÓGICO E TÉCNICO 
Assessoria Estratégica de Emprego Operacional – AE3 
Quartel do Comando-Geral da PMMG 
Cidade Administrativa Tancredo Neves, Edifício Minas, 
Rodovia Papa João Paulo II, nº 4143 – 6º Andar, Bairro Serra Verde 
Belo Horizonte – MG – Brasil - CEP 31.630-900 
E-mail: ae3gcg@pmmg.mg.gov.br.
( - SEPARATA DO BGPM Nº 42, DE 04 DE JUNHO DE 2019 - ) PÁGINA: ( - 3 - )
mailto:ae3gcg@pmmg.mg.gov.br
GOVERNADOR DO ESTADO 
ROMEU ZEMA NETO 
COMANDANTE-GERAL DA PMMG 
CEL PM GIOVANNE GOMES DA SILVA 
SUBCOMANDANTE-GERAL DA PMMG 
CEL PM MARCELO FERNANDES 
CHEFE DO GABINETE MILITAR DO GOVERNADOR 
CEL PM EVANDRO GERALDO FERREIRA BORGES 
CHEFE DE GABINETE DO COMANDO-GERAL DA PMMG 
TEN CEL PM MARCELO RAMOS DE OLIVEIRA 
SUPERVISÃO TÉCNICA 
TEN CEL PM WAGNER ALAN DE MATTOS 
CHEFE DA ASSESSORIA ESTRATÉGICA DE EMPREGO OPERACIONAL 
REDAÇÃO 
MAJ PM CLÁUDIO ALVES DA SILVA 
MAJ PM SANDRO ALEX CANUTO GONÇALVES 
MAJ PM RICARDO MARTINS DE ALMEIDA 
MAJ PM RICARDO AMARAL RABELO 
CAP PM RICARDO L. A. GONTIJO FOUREAUX 
CAP PM ROBSON ROMIE LOPES PEREIRA 
CAP PM RICARDO PEREIRA DE ARAÚJO GOMES 
CAP PM RONAN SASSADA SILVA 
2º SGT PM LANDO MAX CESÁRIO DA SILVA 
REVISÃO ORTOGRÁFICA E DE NORMALIZAÇÃO 
CAP PM RICARDO L. A. GONTIJO FOUREAUX 
REVISÃO DOUTRINÁRIA 
TEN CEL PM WAGNER ALAN DE MATTOS 
MAJ PM SANDRO ALEX CANUTO GONÇALVES 
3º SGT PM DANIELLE SUELI VENTURA 
REVISÃO FINAL 
TEN CEL PM WAGNER ALAN DE MATTOS 
( - SEPARATA DO BGPM Nº 42, DE 04 DE JUNHO DE 2019 - ) PÁGINA: ( - 4 - )
PREFÁCIO 
A filosofia de Polícia Comunitária perpassa por diferentes interpretações desde que foi 
implantada como estratégia de atuação policial. A Polícia Militar de Minas Gerais (PMMG) 
vem, desde a década de 1960, lapidando o entendimento referente a esta temática para 
aprimorar os conceitos na prestação de serviços policiais. 
Prova desta evolução se dá pela constante atualização dos documentos normativos que 
orientam o desenvolvimento da Polícia Comunitária em Minas Gerais. Desde 1993, quando 
a PMMG institucionalizou esta filosofia como estratégia de policiamento, com a promulgação 
da Diretriz de Planejamento de Operações (DPO) n. 3.008/93, o conceito foi constantemente 
atualizado com a edição de outros documentos normativos: Diretriz para Produção de 
Serviços de Segurança Pública (DPSSP) n. 04/02 que regulava a Polícia Comunitária e a 
Diretriz para Produção de Serviços de Segurança Pública 3.01.06/2011, que incluía 
indicadores de qualidade para avaliar o serviço de Polícia Comunitária. 
Todos estes documentos proporcionaram avanços significativos na interpretação e 
implementação de estratégias comunitárias junto à sociedade, com vistas à resolução de 
problemas e melhoria da qualidade de vida da população. 
Esta Diretriz de Polícia Comunitária é mais um importante passo neste processo contínuo de 
atualização, que complementa todo arcabouço de conhecimento trazido pelos documentos 
anteriores. De forma sintética e objetiva, apresenta uma evolução histórica da Polícia 
Comunitária, embasada em experiências internacionais e como essa filosofia foi implantada 
no Brasil e em Minas Gerais. Destaca a tradução dos princípios e características do 
policiamento comunitário na PMMG, permitindo dar respostas eficazes às demandas 
sociais. 
Como inovação, este documento conceitua práticas de policiamento comunitário executadas 
em Minas Gerais, tais como: reuniões comunitárias, visitas comunitárias, visitas 
tranquilizadoras, contatos comunitários, dentre outros. 
Esta diretriz tem como objetivo servir de parâmetro para que os policiais militares possam, 
mais do que saber conceituar, pôr em prática o policiamento comunitário, de forma a manter 
a Polícia Militar de Minas Gerais como uma importante protagonista desta estratégia no 
cenário nacional, proporcionando melhoria da qualidade de vida da população. 
( - SEPARATA DO BGPM Nº 42, DE 04 DE JUNHO DE 2019 - ) PÁGINA: ( - 5 - )
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS 
AE3 - Assessoria Estratégica de Emprego Operacional
APM - Academia de Polícia Militar
BC - Base Comunitária
BCM - Base Comunitária Móvel
BSC - Base de Segurança Comunitária
CEFS - Curso Especial de Formação de Sargentos
CFO - Curso de Formação de Oficiais
CFS - Curso de Formação de Sargentos
CFSd - Curso de Formação de Soldados
CG - Comando-Geral
CHO - Curso de Habilitação de Oficiais
CONSEP - Conselho Comunitário de Segurança Pública
DAOp - Diretoria de Apoio Operacional
DPO - Diretriz de Planejamento de Operações
DPSSP - Diretriz para Produção de Serviços de Segurança Pública
EUA - Estados Unidos da América
GDO - Gestão do Desempenho Operacional
GEPAR - Grupo Especial de Policiamento em Área de Risco
IARA - Identificar, Analisar, Responder e Avaliar
PMMG - Polícia Militar de Minas Gerais
POP - Policiamento Orientado para o Problema
PPVD - Patrulha de Prevenção à Violência Doméstica
PROERD - Programa Educacional de Resistência às Drogas
SARA - Scanning, Analysis, Response and Assessment
TPB - Treinamento Policial Básico
MG - Minas Gerais
( - SEPARATA DO BGPM Nº 42, DE 04 DE JUNHO DE 2019 - ) PÁGINA: ( - 6 - )
SUMÁRIO 
1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................... 8 
2 OBJETIVOS ....................................................................................................................... 9 
2.1 Geral ................................................................................................................................ 9 
2.2 Específicos ...................................................................................................................... 9 
3 EVOLUÇÃO HISTÓRICA DA POLÍCIA COMUNITÁRIA .................................................. 10 
3.1 Origem do Policiamento Comunitário ............................................................................. 10 
3.2 Polícia Comunitária no Brasil ......................................................................................... 11 
3.3 Polícia Comunitária em Minas Gerais ............................................................................ 13 
4 A POLÍCIA COMUNITÁRIA E SEUS PRINCÍPIOS APLICADOS NA PMMG .................. 18 
4.1 Conceito ........................................................................................................................18 
4.2 Os Princípios da Doutrina de Polícia Comunitária na PMMG ......................................... 20 
5 POLICIAMENTO COMUNITÁRIO E SUAS PRÁTICAS NA PMMG ................................. 27 
5.1 Serviços de Policiamento Comunitário ........................................................................... 27 
5.2 Reuniões Comunitárias .................................................................................................. 28 
5.3 Visitas Comunitárias ...................................................................................................... 28 
5.4 Contatos Comunitários .................................................................................................. 30 
5.5 Projetos de Polícia Comunitária ..................................................................................... 30 
6 MOBILIZAÇÃO SOCIAL .................................................................................................. 32 
7 CONSIDERAÇÕES FINAIS .............................................................................................. 36 
8 PRESCRIÇÕES DIVERSAS ............................................................................................. 38 
REFERÊNCIAS ................................................................................................................... 39 
( - SEPARATA DO BGPM Nº 42, DE 04 DE JUNHO DE 2019 - ) PÁGINA: ( - 7 - )
8 
1 INTRODUÇÃO 
A PMMG, no fiel cumprimento do art. 144, § 5°, da Constituição Federal, desenvolveu dentro 
de sua competência, vastas legislações aplicáveis à manutenção da ordem pública e 
preservação da incolumidade das pessoas e do patrimônio. Dentre estas legislações, 
apresenta-se a Diretriz de Polícia Comunitária. 
A Diretriz de Polícia Comunitária norteará a metodologia de ação da PMMG, que estimula a 
participação do cidadão em decisões sobre o policiamento e a prevenção à criminalidade, 
bem como a integração de outras agências de serviços para prover maior efetividade na 
resolução dos problemas de segurança. 
O poder de decisão, a criatividade e a inovação são atitudes que devem ser encorajadas em 
todos os níveis da agência policial. Neste sentido, a Diretriz de Polícia Comunitária traça 
estratégias que resgatam a abordagem do policiamento orientado para resolução de 
problemas, com o propósito de realçar a participação da comunidade por intermédio de 
ações, discussões e atitudes. Dessa forma, busca reduzir as taxas de ocorrências e o medo 
do crime, além de demonstrar a proximidade da polícia junto à comunidade. A polícia 
necessita da cooperação das pessoas para prevenir e reprimir o crime, assim como os 
cidadãos necessitam comunicar com a polícia para transmitir informações relevantes. 
Enquanto filosofia e estratégia organizacional já sedimentada na PMMG, a Polícia 
Comunitária tornou-se, ao longo dos anos, parte indissociável da atividade policial militar. 
Ela permeia de forma transversal todas as atividades de formação, treinamento e práticas 
operacionais. 
Assim, a mencionada Diretriz vem consolidar os princípios direcionadores para a 
implantação e institucionalização da filosofia de Polícia Comunitária e, por conseguinte, 
manter suas linhas de ações com ênfase nas pessoas, liderança participativa, resolução de 
problemas e melhoria contínua da qualidade de vida das comunidades.
( - SEPARATA DO BGPM Nº 42, DE 04 DE JUNHO DE 2019 - ) PÁGINA: ( - 8 - )
 
9 
 
2 OBJETIVOS 
 
2.1 Geral 
 
Sedimentar a Doutrina de Polícia Comunitária e Policiamento Comunitário, alinhada à 
missão, visão e valores da PMMG, com ênfase na mobilização social, na resolução de 
problemas, e na prevenção situacional da violência e criminalidade. 
 
2.2 Específicos 
 
a) apresentar a evolução histórica da Polícia Comunitária; 
 
b) conhecer o conceito e os princípios de Polícia Comunitária; 
 
c) compreender o Policiamento Comunitário adotado na PMMG; 
 
d) investir de autoridade decisória, de fato e de direito, os profissionais de segurança pública 
que atuam em interface direta com a comunidade; 
 
d) referenciar a produção doutrinária acerca da implantação dos serviços do policiamento 
comunitário. 
 
( - SEPARATA DO BGPM Nº 42, DE 04 DE JUNHO DE 2019 - ) PÁGINA: ( - 9 - )
 
10 
 
3 EVOLUÇÃO HISTÓRICA DA POLÍCIA COMUNITÁRIA 
 
3.1 Origem do Policiamento Comunitário 
 
A concepção de que a polícia poderia atender de maneira mais apropriada aos cidadãos 
contribuiu para a ideia de um policiamento próximo à comunidade, sob a égide de uma 
ideologia preventiva que se disseminaria pelo mundo. 
 
Skolnick e Bayley (2002, p. 52) lecionam que “[...] o sistema de policiamento comunitário 
mais antigo é o japonês”. Esclarecem também que antes mesmo do policiamento 
comunitário se tornar popular no século XIX, já existiam suas primeiras manifestações no 
Japão, com o modelo de segurança pública realizada por samurais pagos pelas vilas para 
conseguir proteção contra invasores e ladrões. O modelo nipônico é calcado numa ampla 
rede de postos policiais denominados Kobans e Chuzaishos. 
 
Em 1829, o Primeiro-Ministro Inglês Sir Robert Peel criou a Real Polícia Metropolitana de 
Londres, tida por vários autores como a primeira organização policial moderna. Ele 
estabeleceu nove princípios para regê-la, todos em sintonia com a filosofia de Polícia 
Comunitária. Um dos princípios diz: “[...] A polícia deve se esforçar para manter 
constantemente com o povo [comunidade] um relacionamento que dê realidade à tradição 
de que a polícia é o povo [comunidade] e o povo é a polícia” (MARCINEIRO; PACHECO, 
20051 citado por AMORIM, 2009). 
 
No período de 1914 a 1919, Arthur Woods, Comissário de Polícia de Nova Iorque, nos EUA, 
começou a incutir na base da Polícia e da comunidade, através de uma série de 
conferências na Universidade de Yale, a percepção da importância social, da dignidade e do 
valor público do trabalho do policial. Inovou ao criar o policial júnior para visitar as escolas, 
sendo suas ações consideradas a primeira versão do policiamento comunitário nos Estados 
Unidos (SKOLNICK; BAYLEY, 2002). 
 
Conforme define Souza (2003), historicamente, o policiamento nos EUA foi dividido em três 
períodos fundamentais, denominados “Eras”. O 1º período, “Era Política”, foi 
caracterizado por um policiamento que desempenhava diversas funções sociais e sem 
profissionalização. O 2º período, “Era da Reforma ou Profissional”, foi o momento em 
que surgiram as Academias de Polícia com o objetivo de formar profissionais com foco no 
 
1 MARCINEIRO, Nazareno; PACHECO, Giovanni. Polícia comunitária: evoluindo para a polícia do século XXI. 
Florianópolis: Editora Insular, 2005 
( - SEPARATA DO BGPM Nº 42, DE 04 DE JUNHO DE 2019 - ) PÁGINA: ( - 10 - )
 
11 
 
combate ao crime, e 3º Período, “Era da Resolução de Problemas da Comunidade”, 
orientada na construção de um relacionamento de cooperação entre a polícia e a sociedade. 
Este último tem como base a participação dos agentes comunitários. Neste sentido, o 
quadro a seguir apresenta as principais características destas três eras: 
 
Quadro 1 - Características das Eras do Policiamento 
 
CARACTERÍSTICAS 
GERAIS 
ERA POLÍTICA 
1830-1930 
ERA DA 
REFORMA 
1930-1980 
ERA DA RESOLUÇÃO DE 
PROBLEMAS COM A 
COMUNIDADE 
1980-2000 
Autorização 
e 
legitimidade 
Político local e lei Lei e profissionalismo 
Lei, profissionalismo e 
comunidade 
Função 
Controle do crime, 
manutenção da 
ordem e serviço 
social amplo 
Controle do crime Controle do crime, prevenção ao crime e resolução de problemas 
Relacionamento 
com a Comunidade Íntimo 
Profissional e 
distante Íntimo 
Táticas 
e 
Tecnologias 
Patrulhamento 
a pé 
Patrulhamento 
motorizado e 
acionamento por 
telefone 
Patrulhamento a pé e 
envolvimento da comunidade para 
solução dos problemas 
Resultados 
Esperados 
Satisfaçãodos 
cidadãos e dos 
políticos locais 
Respostas rápidas 
para controlar os 
crimes 
Qualidade de vida e satisfação da 
comunidade 
Desenho 
Organizacional 
Descentralizado 
geograficamente 
Centralizado e 
especializado 
Descentralizado junto à 
comunidade 
Demanda para a 
Polícia 
Políticos e 
comunidade 
Canalizado na 
central de 
atendimento 
Advinda diretamente da 
comunidade para solução dos 
problemas 
Fonte: adaptado de KELLING; MOORE, 1993. 
 
3.2 Polícia Comunitária no Brasil 
 
A estratégia de polícia comunitária foi introduzida no Brasil a partir da década de 1980. Em 
1985, com a criação dos Conselhos Comunitários de Segurança, nascia a Polícia Interativa, 
na Cidade de Guaçuí no estado do Espírito Santo. Este foi um passo importante na busca 
real de aproximação com a comunidade, sendo objeto de destaque na mídia nacional, pelo 
seu audacioso projeto de polícia interativa. Sem prejuízo das ações voltadas contra os 
criminosos, buscou-se o entrosamento com a comunidade para juntos controlarem as ações 
delituosas, evitando sua eclosão. 
 
( - SEPARATA DO BGPM Nº 42, DE 04 DE JUNHO DE 2019 - ) PÁGINA: ( - 11 - )
 
12 
 
Com o advento da Constituição Federal de 1988, as Polícias Militares buscavam a 
reestruturação de seus processos. No ano de 1991, a Polícia Militar do Estado de São Paulo 
promoveu o 1º Congresso de Polícia e Comunidade, considerado o marco inicial da 
discussão sobre o tema. No mesmo ano, a Polícia Militar do Rio de Janeiro iniciou um 
programa piloto de Polícia Comunitária no bairro de Copacabana. 
 
Dentro da filosofia de modernização democrática e política, o Governo Federal, a partir de 
1996, implementou diversos programas nas áreas sociais. Tem-se como destaque, o 
Programa Nacional de Direitos Humanos, que buscou estabelecer diretrizes para a melhoria 
da qualidade de vida no país. 
 
No programa foram incluídas metas que objetivavam sistematicamente melhorar o 
desempenho e o relacionamento das polícias brasileiras com a sociedade, principalmente 
otimizando programas de polícia comunitária nos Estados. Dentre essas metas, cita-se: 
 
a) apoiar as experiências de polícias comunitárias ou interativas, entrosadas com os 
conselhos comunitários, que encarem o policial como agente de proteção dos direitos 
humanos; 
 
b) desenvolver programas de informação e formação para profissionais do direito, policiais 
civis e militares, agentes penitenciários e lideranças comunitárias, orientados pela 
concepção dos direitos humanos, com a valorização das diferenças entre indivíduos e 
coletividades; 
 
c) incentivar experiências de polícia comunitária, definindo não apenas a manutenção da 
ordem pública e a incolumidade das pessoas e do patrimônio, mas também, a defesa dos 
direitos da cidadania e da dignidade da pessoa humana como missões prioritárias das 
polícias militar e civil em parceria com a comunidade na resolução dos problemas locais. 
 
Desta forma, segundo Freire (2009), diante da política de Segurança Pública do Brasil, 
“responsabilidade de todos para a garantia da Ordem Pública”, sob a premissa de uma 
polícia de aproximação social, proativa, que deve trabalhar em parceria com a comunidade, 
com o governo e demais agências de serviços, marca o contínuo movimento de reformas 
administrativas e operacionais das instituições policiais brasileiras. 
 
 
( - SEPARATA DO BGPM Nº 42, DE 04 DE JUNHO DE 2019 - ) PÁGINA: ( - 12 - )
 
13 
 
3.3 Polícia Comunitária em Minas Gerais 
 
Em 1955 criou-se, em Belo Horizonte, a Companhia de Policiamento Ostensivo, cujo foco 
era o policiamento preventivo e educativo. Este serviço era exercido por duplas de 
policiamento a pé, alocadas em subdivisões territoriais denominadas Distritos Policiais, num 
total de sete, e estes, por sua vez, em Áreas de Patrulhamento (COTTA, 2014). 
 
O Capitão Antônio Norberto dos Santos2 foi o primeiro Comandante dessa nova Companhia 
e o responsável por escrever doutrinas de emprego, relatórios de resultados da atuação da 
Companhia e um dos primeiros manuais institucionais para estabelecer padrões de 
policiamento (COTTA, 2014). 
 
Esta doutrina aponta uma série de iniciativas e práticas, as quais têm vínculo com o 
policiamento comunitário e resolução de problemas, mesmo sem haver, à época, a 
existência dessa teoria e estratégias escritas e sistematizadas. O que existia até então eram 
as práticas e iniciativas descritas abaixo: 
 
Quadro 2 - Práticas e iniciativas de policiamento comunitário e de resolução de problemas 
sistematizados pela PMMG na década de 1960 
 
PRÁTICAS E INICIATIVAS CORRELAÇÃO COM A ESTRATÉGIA COMUNITÁRIA 
Comunicar à Prefeitura Municipal o funcionamento 
irregular de bares e à autoridade competente as 
situações de suspeição nesses locais. 
Desordem moral. 
Atuar com prioridade preventiva e educativa em 
detrimento à repressão. Prevenção. 
Informar à Prefeitura situações de acúmulo de 
entulhos e lixo. Desordem física. 
Patrulhamento Distrital, de caráter preventivo, 
realizado por duplas de policiais a pé, em 
bicicletas, montadas e com cães, vinculadas a 
áreas territoriais previamente definidas. Dentre as 
missões da dupla, tem-se a de manter a atenção 
aos locais de maior presença de indivíduos 
suspeitos. 
Setorização, fixação do policial e foco em 
problemas. 
Deve, preferencialmente, patrulhar as ruas pela 
pista central. Ostensividade policial. 
Envidar esforços para conhecer os habitantes da 
localidade e seus costumes. Vínculos comunitários polícia e sociedade. 
Fonte: Pereira, 2017 
 
2 O Oficial foi precursor na estruturação da Companhia responsável pelo policiamento ostensivo, com 
exclusividade pela PMMG, além de elaborar a obra “Policiamento: Manual de Instrução Policial Básico”, a qual 
serviu para nortear a atuação policial operacional no policiamento ostensivo (SOUZA, 2003). 
( - SEPARATA DO BGPM Nº 42, DE 04 DE JUNHO DE 2019 - ) PÁGINA: ( - 13 - )
 
14 
 
O conceito de atuação da época demonstrou o quanto a PMMG inovou em um momento 
histórico que sequer havia um modelo de policiamento reativo já estruturado. Entretanto, 
fatores como o foco na proteção da Segurança Nacional e estratégias repressivas de 
combate ao crime, ocorridos a partir da década de 1960 até o fim da década de 1980, 
atribuíram um formato institucional diverso do policiamento comunitário à PMMG. 
 
Na década de 1970, com a criação do Batalhão de Radiopatrulha, instituiu-se o serviço de 
radioatendimento, com a distribuição de viaturas nas diversas áreas de Belo Horizonte. Esse 
novo formato, baseado no modelo reativo de policiamento (ESPÍRITO SANTO; MEIRELES, 
2003; SOUZA, 2003), apesar de garantir maior facilidade, rapidez e capilaridade da 
presença policial com viaturas, resultou no distanciamento entre o efetivo policial e o 
cidadão, por direcionar esforços para o combate ao crime. 
 
Dessa forma, o modelo comunitário de policiamento, que foi tacitamente preterido, passa a 
ser novamente discutido e sistematizado operacionalmente após a promulgação da 
Constituição Federal de 1988. 
 
O Policiamento Distrital, lançado em 1988, baseado na criação de subsetores, denominados 
Distritos, sob responsabilidade de Sargentos ou Cabos, capilarizou a presença policial 
militar em Belo Horizonte e representou a essência da retomada de um viés comunitário na 
atuação do policiamento. Segundo Espírito Santo e Meireles (2003), a motivação da prática 
distrital subsetorizada centrava-se na necessidade do policial militar conhecer os moradores 
do bairro, seus hábitos e costumes e estes, por sua vez, também, criariam um vínculo com 
policiais fixos e conhecidos pelo nome. O Policiamento Distrital foi direcionado por aspectos 
metodológicos que contribuíram para o início da construção doutrinária da Polícia 
Comunitária na PMMG: 
 
Foram estabelecidos 15 (quinze) objetivos, fundados em 7 (sete) pressupostos 
básicos: dinâmica; aspiração comunitária;interação comunitária; articulação de 
recursos; resgate da autoridade policial-militar; compromisso com os resultados; o 
papel do comandante no Policiamento Distrital (ESPÍRITO SANTO; MEIRELES, 
2003, p. 269). 
 
Em Uberlândia, no início da década de 1990, foram implantados 13 (treze) postos de 
policiamento comunitário, bem como a criação de 33 (trinta e três) Conselhos de Defesa 
Social de Bairros para ouvir a comunidade e propor respostas para os problemas locais de 
segurança pública. No mesmo período, outras cidades de Minas Gerais adotaram esta 
experiência, como a cidade de Juiz de Fora, que também criou mais de 20 (vinte) postos de 
policiamento comunitário (OLIVEIRA, 2015). 
( - SEPARATA DO BGPM Nº 42, DE 04 DE JUNHO DE 2019 - ) PÁGINA: ( - 14 - )
 
15 
 
Apesar de bem avaliado no ano de 1990, com 70% de aprovação popular, o Policiamento 
Distrital foi desativado em 1991, devido a alguns fatores: foco na estratégia tradicional do 
policiamento ainda presente junto aos Comandantes, ausência de treinamento da tropa e 
necessidade de recursos orçamentários (ESPÍRITO SANTO; MEIRELES, 2003; SOUZA, 
2003). 
 
Em 1993, a PMMG estabeleceu um marco doutrinário teórico-conceitual relevante, com a 
publicação da DPO n. 3008/93, que trazia alguns elementos importantes para a Polícia 
Comunitária, tais como: foco na prevenção; presença policial fixa e prioridade do 
policiamento a pé; desenvolvimento de parcerias com lideranças comunitárias, segmentos 
da sociedade civil organizada, órgãos públicos e privados; busca de soluções conjuntas 
para os problemas que impactam na qualidade de vida; visão sistêmica e articulada da 
defesa social e das políticas públicas; transparência nas relações com a sociedade; e busca 
de fontes alternativas de recursos junto ao poder público e entidades da sociedade 
legalmente constituídas (MINAS GERAIS, 1993; OLIVEIRA, 2008; SOUZA, 2003). 
 
Embora estivesse institucionalizada a filosofia de polícia comunitária, a prática do 
policiamento comunitário não se mostrou consolidada ao longo da década de 1990, 
conforme resultados de algumas pesquisas de campo apresentadas por Oliveira (2008; 
2015) e Espírito Santo e Meireles (2003). Algumas variáveis foram constatadas nos citados 
estudos, tais como: 
 
a) permanência do foco reativo nos efeitos e não nas causas; 
 
b) dificuldade na mudança da cultura organizacional; 
 
c) atuação comunitária restrita apenas a algumas Unidades; 
 
d) eficácia ligada à parceria logística; 
 
e) falta de conhecimento da estratégia pelos policiais e comunidade; 
 
f) ausência de planejamento estratégico para sua implementação e falta de articulação com 
outros órgãos. 
 
 
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16 
 
O final da década de 1990 e o início dos anos 2000 representaram a afirmação do 
paradigma da Segurança Cidadã, marcado pela crescente consolidação dos direitos de 
cidadania, fortalecimento da participação social e empoderamento da comunidade (FREIRE, 
2009). 
 
Esse momento de transição, em um contexto histórico favorável, acaba por refletir 
positivamente na PMMG onde, a partir de 2000, percebe-se um avanço doutrinário da 
filosofia de Polícia Comunitária, com maior maturidade organizacional dos seus integrantes, 
além de um viés prático no ambiente de atuação operacional junto às comunidades. Nesse 
período foram criados inúmeros serviços de policiamento comunitário – tais como Programa 
Educacional de Resistência às Drogas (PROERD), Base Comunitária (BC) e Base 
Comunitária Móvel (BCM), Base de Segurança Comunitária (BSC); Grupo Especial de 
Policiamento em Área de Risco (GEPAR), Patrulha Escolar, Patrulha Rural, Patrulha de 
Prevenção à violência Doméstica (PPVD), entre outros. 
 
Além destes, destacam-se as seguintes iniciativas, como marcos importantes (ESPÍRITO 
SANTO; MEIRELES, 2003; MINAS GERAIS, 2011, 2015, 2016; OLIVEIRA, 2015): 
 
a) parcerias na estruturação dos Conselhos Comunitários de Segurança Pública (CONSEP), 
como a histórica criação de 26 (vinte e seis) CONSEP, por meio da Instrução n. 01/1999 do 
Comando de Policiamento da Capital, em Belo Horizonte, Sabará e Caeté; 
 
b) implementação do Programa de Polícia Comunitária 2006-2007, com base nos objetivos 
25 e 35 do Plano Estratégico da Polícia Militar de Minas Gerais 2004-2007, que consolidou a 
filosofia de Polícia Comunitária nas práticas cotidianas de policiamento ostensivo; 
 
c) realização de seminários: “Seminário de Segurança Pública: Estratégia de Otimização”, 
ocorrido em 1998, que trouxe importantes conclusões para a temática Polícia Comunitária 
na PMMG; seminários de CONSEP; Seminários de Integração do Sistema de Defesa Social 
e comunidade; Seminários de Polícia Comunitária para discentes e os diversos Seminários 
Internacionais de Policiamento Comunitário Sistema Koban realizados pela PMMG desde 
2010; 
 
d) cursos de capacitação e treinamentos complementares, como o Curso Nacional de 
Multiplicador de Polícia Comunitária; Curso Internacional de Multiplicador de Policiamento 
Comunitário Sistema Koban; Curso Nacional de Promotor de Policiamento Comunitário e 
Curso de Gestor e Operador de Base Comunitária; 
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17 
 
e) atualização curricular dos cursos de formação: todos os cursos de formação da PMMG 
(Curso de Formação de Oficiais - CFO, Curso de Habilitação de Oficiais - CHO, Curso de 
Formação de Sargentos - CFS, Curso Especial de Formação de Sargentos - CEFS e Curso 
de Formação de Soldados - CFSd) inseriram a disciplina Polícia Comunitária na malha 
curricular, que é atualizada periodicamente conforme o avanço Institucional na doutrina e 
prática de policiamento comunitário; 
 
f) Redes de Proteção Preventivas (Vizinhos e Comerciantes) implantadas em todo o Estado 
de Minas Gerais; 
 
g) estruturação local de diversos projetos de Polícia Comunitária, sob a coordenação de 
frações operacionais; 
 
h) Planos Estratégicos, os quais enfatizam o policiamento comunitário como um dos 
objetivos institucionais. 
 
Portanto, percebe-se que a PMMG tem consolidado a estratégia de Polícia Comunitária, 
como um dos principais objetivos da Instituição com foco na qualidade de vida do cidadão 
mineiro. 
 
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18 
 
4 A POLÍCIA COMUNITÁRIA E SEUS PRINCÍPIOS APLICADOS NA PMMG 
 
4.1 Conceito 
 
Polícia Comunitária é um termo que se refere exatamente à atividade policial por excelência, 
cujos objetivos se dirigem à comunidade. Conforme Rosembaum (2002) e Skolnick e Bayley 
(2002), o termo Polícia Comunitária representa um marco na mudança da forma de fazer 
polícia na sociedade contemporânea. E não somente isso, mas um retorno daquilo que 
sempre deveria ter sido a atividade de polícia. 
 
Para construção de uma estratégia de polícia comunitária devem ser buscados como 
objetivos, a parceria, o fortalecimento, a resolução de problemas, a prestação de contas e a 
orientação para a comunidade. A polícia deve trabalhar em parceria com a sociedade, com 
o governo, órgãos públicos e privados. O principal questionamento deve ser: “Como 
podemos trabalhar juntos para resolver este problema?” Portanto, as lideranças da 
comunidade, órgãos públicos e privados em conjunto com a Polícia devem estar envolvidos 
em todas as fases do planejamento e execução do policiamento comunitário. 
 
Segundo Cerqueira (2001), não existe um conceito exclusivo de polícia comunitária no 
Brasil, embora o mais presente entre as instituições policiais seja o descrito na Figura 1: 
 
Figura 1 - Conceito de Polícia Comunitária 
 
 
 
 
 
 
 
 Fonte: Adaptada de Trojanowicz; Bucqueroux, 1994, p.4-5. 
 
Ainda de acordo com Cerqueira (2001), qualquer organismo com uma função policial faz 
parte, na realidade, da sociedade. A estratégia comunitáriavê o controle e a prevenção do 
crime como resultado da parceria com outras atividades. 
 
Isto significa dizer que os recursos do policiamento, articulados com os novos recursos 
comunitários, são instrumentos essenciais para a prevenção do crime. Em outras palavras, 
Polícia Comunitária é uma filosofia e uma estratégia organizacional que 
proporciona uma nova parceria entre a população e a polícia. Tal parceria se 
baseia na premissa de que tanto a polícia quanto a comunidade devem 
trabalhar juntas para identificar, priorizar e resolver problemas de segurança 
pública contemporâneos tais como crime, drogas, medo do crime, desordens 
físicas e morais, e em geral a decadência do bairro, com o objetivo de melhorar 
a qualidade geral de vida da área. 
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19 
 
os membros da comunidade assumem seu real papel de cidadãos que atuam juntos da 
polícia para o bem comum. 
 
Para a compreensão deste conceito de Polícia Comunitária, será necessária ainda uma 
análise de seus componentes: 
 
a) Filosofia 
 
A Polícia Comunitária enquanto filosofia deve nortear doutrinariamente todos os níveis e 
áreas da instituição; 
 
b) Estratégia 
 
É a tradução da filosofia aplicada aos serviços e práticas de policiamento comunitário 
desenvolvido pela Polícia com a finalidade de resolver os problemas de desordem, crime e 
medo do crime que afetam a qualidade de vida da comunidade; 
 
c) Organizacional 
 
Da organização Policial Militar; se aplica a qualquer estrutura que possua uma função 
policial, de fiscalização ou de atendimento à comunidade; 
 
d) Parceria 
 
É a cooperação entre atores sociais para alcançar um objetivo comum; 
 
e) Problemas de Segurança Pública 
 
Situações de crime, medo do crime e desordens físicas e morais vinculadas a certas 
variáveis, que geram intranquilidade na comunidade. Tais problemas impactam na qualidade 
de vida local por serem capazes de causar danos. São contínuos na mesma região ou local, 
dia da semana e/ou faixa horária; 
 
f) Qualidade de vida 
 
Para efeitos desta Diretriz, qualidade de vida é o conjunto de condições ou situações que 
delineiam o viver e o conviver do cidadão na comunidade. 
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20 
 
4.2 Os Princípios da Doutrina de Polícia Comunitária na PMMG 
 
Os Princípios são um conjunto de normas ou padrões de conduta a serem seguidos por uma 
pessoa ou instituição de forma a sedimentá-los. No que tange a Polícia Comunitária, inclui-
se uma moderna visão da gestão da segurança pública, em que a cultura organizacional é 
transformada. Tal visão é trazida à existência pelo exercício concomitante de alguns 
princípios que a PMMG adota, dentre eles: 
 
a) Participação Sistêmica da PMMG, Comunidade e outros órgãos 
 
O mencionado princípio decorre da denominada Segurança Cidadã, a qual analisa a 
violência como um fenômeno multicausal e que demanda, portanto, intervenção participativa 
da sociedade e instituições públicas nas ações de políticas públicas e iniciativas em diversas 
áreas, tais como, educação, saúde, lazer, esporte, cultura, cidadania, dentre outras 
(FREIRE, 2009). A este respeito, a autora destaca que: 
 
A perspectiva de Segurança Cidadã defende uma abordagem multidisciplinar, para 
fazer frente à natureza multicausal da violência, na qual políticas públicas multi-
setoriais são implementadas de forma integrada, com foco na prevenção à violência. 
Nesse sentido, uma política pública de Segurança Cidadã deve contar não apenas 
com a atuação das forças policiais, mas é reservado também, um espaço importante 
para as diversas políticas setoriais, como educação, saúde, esporte, cultura, etc. 
(FREIRE, 2009, p. 53). 
 
Neste sentido, a participação sistêmica consiste na relação direta, integrada no formato em 
rede, a qual pressupõe participação ampla, cooperativa e contínua entre a PMMG, os 
membros de uma comunidade e outros órgãos, a partir de interesses comuns e 
competências complementares de cada um desses atores envolvidos. 
 
Ainda nesta ótica, dentro da comunidade, os cidadãos têm o direito e a responsabilidade de 
participarem, como plenos parceiros da polícia, na identificação, priorização e resolução dos 
problemas (TROJANOWICZ; BUCQUEROUX,1990). Este entendimento pode ser 
complementado pela compreensão dos papéis atribuídos a cada um dos atores sociais sob 
a ótica do policiamento comunitário: 
 
- Comunidade: composta pelos moradores, trabalhadores, líderes de entidades 
associativas, representantes de diversos seguimentos da sociedade civil organizada, entre 
outros públicos de determinada localidade. Por vivenciarem cotidianamente a realidade local 
e o contexto de problemas comunitários, têm legitimidade representativa para estabelecer 
junto ao poder público, uma agenda conjunta direcionada às suas expectativas. 
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21 
 
- Órgãos Públicos e Privados: possuem suas respectivas competências ou 
finalidades Institucionais e Corporativas e podem contribuir ativamente com a Polícia Militar 
e a Comunidade. Os órgãos públicos têm suas atribuições e limites definidos legalmente e 
podem desenvolver ações, projetos, programas ou políticas públicas de segurança ou de 
segurança pública3, com vistas à melhoria da qualidade de vida da comunidade. Já os 
órgãos ou entidades privadas, num viés de responsabilidade social, junto à comunidade 
onde está inserida, têm potencial para adotar práticas que influenciem o contexto da 
segurança pública positivamente. 
 
Portanto, a participação ativa destes atores sociais impactará no incremento do capital 
social e, por conseguinte, na maior probabilidade de resultados efetivos com vistas à 
melhoria da segurança objetiva e subjetiva da comunidade. 
 
b) Foco na resolução de problemas 
 
A polícia deve adotar como rotina a resolução de problemas de segurança pública, que 
atinja a qualidade de vida da comunidade, da mesma forma que cotidianamente realiza 
atendimento de ocorrências, abordagens a suspeitos, dentre outros. 
 
O foco não pode ser somente os problemas de crimes, mas, também, o medo do crime e as 
desordens que interferem no cotidiano das pessoas e geram intranquilidades que podem 
favorecer o crime. 
 
Rosenbaum (2002) demonstra como os elementos do crime, medo e desordem influenciam-
se mutuamente: 
 
– Medo do crime: faz com que as pessoas deixem de frequentar locais públicos e, 
por conseguinte, diminuam a capacidade de regular o comportamento social, aumentando, 
assim, as oportunidades dos infratores da lei para cometerem delitos e desordens, pois não 
se sentirão vigiados. 
 
– Desordem: enfraquece a capacidade de autoregulamentação da comunidade para 
resolver a deterioração do ambiente e dos comportamentos antissociais. Diante desse 
 
3 “Existe uma diferença entre política de segurança pública e política pública de segurança. A primeira são todas 
as ações estatais comprometidas especificamente com a manutenção da ordem pública e criadas para este fim. 
A segunda são políticas que não são criadas para o controle da criminalidade, porém afetam indiretamente a 
segurança” (SILVA, 2013, p.27). 
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22 
 
cenário, os problemas e suas causas associadas tendem a piorar. Locais degradados 
estimulam a sensação de insegurança da comunidade. 
 
– Crimes: geram medo à comunidade e podem causar desordens, haja vista que 
infratores da lei tendem, também, a desrespeitar as regras sociais informais, bem como 
desorganizar ambientes. 
 
Acerca deste foco na resolução de problemas, Rosenbaum (2002, p. 38) apresenta a 
seguinte visão: 
 
Se os problemas do bairro são a fonte de descontentamento da comunidade e 
contribuem para um ciclo de declínio urbano, então o policiamento eficaz deveriaenvolver a identificação da fonte e da natureza desses problemas e trabalhar para 
desenvolver soluções eficazes. 
 
Decorre daí a necessidade do policial militar, juntamente com a comunidade, órgãos 
públicos e privados, adotarem a metodologia de resolução de problemas. O policiamento 
para resolução de problemas, também conhecido como policiamento orientado para o 
problema (POP), é uma estratégia que tem como objetivo principal melhorar o policiamento 
profissional com ênfase na prevenção criminal. 
 
A fim de operacionalizar a estratégia do POP, há vários anos a PMMG tem adotado o 
método SARA (modelo IARA), o qual é formado pelo acróstico de cada fase e foi elaborado 
por John Eck e Bill Spelman, conforme Figura 1: 
 
Figura 2 - Método IARA no policiamento orientado para o problema 
 
 
 Fonte: Adaptada de Goldstein, 2003. 
 
 
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23 
 
c) Autonomia e Criatividade 
 
Os Comandantes, nos diversos níveis hierárquicos da Corporação, devem exercitar a 
confiança nos profissionais que estão na linha de frente da atuação policial, acreditando no 
seu discernimento, sabedoria, experiência e, sobretudo, na formação que recebeu. 
 
Tal ambiente propiciará abordagens mais criativas para os problemas contemporâneos da 
comunidade por meio da investidura de autoridade decisória, de fato e de direito, nos 
policiais militares que atuam em interface direta com a comunidade (TROJANOWICZ; 
BUCQUEROUX,1990). 
 
A desconcentração4 do comando permitirá que o policial militar seja a primeira referência da 
comunidade para solução das demandas de segurança pública e estimulará maior 
responsabilização pela comunidade a qual esteja vinculado. Neste sentido, haja vista ser o 
principal conhecedor da realidade local, deverá adaptar o planejamento e as respostas aos 
problemas conforme as prioridades da comunidade. 
 
Por sua vez, este novo papel institucional exigirá por parte do policial militar, o 
desenvolvimento de conhecimentos, habilidades e atitudes diferenciados. Afirma Freitas 
(2003) que o policial comunitário precisa ser um tradutor multilíngue capaz de falar as 
línguas de todos os parceiros; ter habilidades interpessoais, comunicação, negociação, 
visibilidade holística sobre o policiamento comunitário e mediação de conflitos; guiar 
projetos, encorajando e motivando a comunidade; ser uma pessoa proativa, dinâmica, 
criativa, com iniciativa e saber ouvir, conforme perfil profissiográfico do policial comunitário 
demonstrado na Figura 3: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
4 Desconcentração é a distribuição do serviço dentro da mesma Pessoa Jurídica, no mesmo núcleo, razão pela 
qual será uma transferência com hierarquia. É diferente de descentralização, que consiste na Administração 
Direta deslocar, distribuir ou transferir a prestação do serviço para a Administração Indireta ou para o particular. 
Note-se que, a nova Pessoa Jurídica não ficará subordinada à Administração Direta, pois não há relação de 
hierarquia, mas esta manterá o controle e fiscalização sobre o serviço descentralizado (REDE DE ENSINO LUIZ 
FLÁVIO GOMES, 2008). 
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24 
 
Figura 3 - Perfil Profissiográfico do Policial Comunitário 
 
 
 
 Fonte: Adaptada de Freitas, 2003. 
 
Esta atribuição implica principalmente em concessão de poder e maior autonomia, extensiva 
aos policiais da ponta da linha nas decisões, com a consequente responsabilização setorial 
pelo cumprimento de metas. 
 
d) Transparência e prestação de contas da atuação policial militar 
 
O atual modelo gerencial da administração pública apresenta novas formas de avaliação de 
desempenho, de controlar o orçamento e serviços públicos direcionados às demandas da 
sociedade. Tal modelo apresenta algumas características vinculadas, nas quais se 
destacam: foco na cidadania; equidade; transparência; eficiência, eficácia e efetividade nas 
políticas públicas; criatividade e inovação; interação com outros atores públicos e privados; 
foco em metas, mensuração e resultados (MINAS GERAIS, 2016). 
 
A transparência pressupõe a democratização do acesso e acompanhamento, por parte da 
comunidade, das atribuições legais incumbidas à PMMG. Não deve confundir-se com 
ingerência na discricionariedade da função policial e respectivos comandos, mas sim, uma 
forma participativa, a qual permita à população discutir de forma mais qualificada a sua 
própria segurança. 
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25 
 
 
A prestação de contas pressupõe que a PMMG apresente à comunidade suas atividades e 
resultados alcançados. Tal postura reforça uma relação de confiança, credibilidade e 
legitimidade dos cidadãos em relação à Instituição. Além disso, permite que haja o 
entendimento dos limites da atuação policial, por parte da comunidade, a necessidade de 
articular outros atores para a resolução dos problemas e a importância da sua participação 
ativa nas questões de segurança pública (SÃO PAULO, 2009). 
 
Portanto, o princípio da transparência e prestação de contas impulsiona o respaldo da 
atuação da Polícia Militar junto à comunidade e influencia as pessoas locais adotarem 
posturas mais positivas e colaborativas. 
 
e) Setorização 
 
Na PMMG, entende-se por setorização a subdivisão do espaço territorial com alocação de 
efetivo e recursos logísticos, bem como atribuição de responsabilidade na gestão, no 
monitoramento baseado na análise criminal e na produção de conhecimento de inteligência, 
com ênfase na aproximação da PMMG à comunidade (MINAS GERAIS, 2016). Tal 
estratégia, por sua vez, apresenta estreita vinculação com o policiamento comunitário: 
 
Nessa perspectiva, o modelo de gestão da rotina operacional da PMMG deve ser 
alicerçado na intervenção estratégica do policiamento comunitário, oferecendo ao 
policial um espaço territorial (setor) em que possa identificar demandas, planejar 
ações adequadas ao tratamento do fenômeno criminal e contribuir para o 
fortalecimento da sensação de segurança, em harmonia com os anseios da 
comunidade (MINAS GERAIS, 2016, p. 9). 
 
Este processo de setorização envolve a desconcentração das estruturas físicas da Unidade 
e/ou dos serviços policiais, de modo a capilarizar a presença e proximidade com a 
comunidade, além de ser a principal referência de atendimento da PMMG. Esta 
desconcentração pode ocorrer por área específica de policiamento, como um setor, por 
exemplo. Também pode ser direcionada a um público específico, o qual não 
necessariamente esteja concentrado em um espaço territorial, como por exemplo, a 
comunidade escolar, mulheres vítimas de violência doméstica, dentre outros. 
 
Para maior êxito deste processo, mostra-se importante a fixação do efetivo junto ao setor 
e/ou público específico. Isto permitirá que os policiais militares sejam conhecidos pela 
comunidade e aqueles, por sua vez, entendam toda a realidade local. Esse vínculo cotidiano 
permitirá maior eficiência no direcionamento das estratégias de policiamento, resolução de 
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problemas, ações e operações que atendam aos anseios comunitários, bem como alicerçar 
a relação de confiança entre a comunidade e polícia. 
 
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27 
 
5 POLICIAMENTO COMUNITÁRIO E SUAS PRÁTICAS NA PMMG 
 
Enquanto Polícia Comunitária é a filosofia de trabalho, indistinta a todos os órgãos com 
função de polícia, o Policiamento Comunitário é o ato de policiar, de desenvolver ações 
efetivas junto à comunidade. 
 
A prevenção comunitária do crime está incorporada na noção de que os meios mais 
eficazes de evitar o crime devem envolver os moradores na intervenção proativa e na 
participação em projeto,cujo objetivo, seja reduzir ou prevenir a oportunidade para que o 
crime não ocorra em seus bairros (ROSENBAUM, 20025 citado por MOORE, 2003). 
 
Tal raciocínio é apoiado pelas palavras de Wadman (1994), que define o policiamento 
comunitário como uma maneira inovadora e mais poderosa de concentrar as energias e os 
talentos da polícia, na direção das condições que frequentemente dão origem ao crime e a 
repetidas chamadas por auxílio local, o que deve passar, obrigatoriamente, pelo 
comprometimento do policial militar. 
 
Na PMMG, o modelo de gestão da rotina operacional foi alicerçado na intervenção 
estratégica do policiamento comunitário, na desconcentração dos serviços policiais, 
oferecendo ao policial um espaço territorial em que possa identificar demandas, planejar 
ações adequadas ao tratamento do fenômeno criminal e contribuir para o fortalecimento da 
sensação de segurança, em harmonia com os anseios da comunidade. 
 
5.1 Serviços de Policiamento Comunitário 
 
Para a realização de sua missão, a PMMG possui um rol de serviços previstos em sua 
doutrina, os quais são executados para o cumprimento das atribuições legais. Neste rol de 
serviços, encontram-se aqueles que têm vinculação com a prática de policiamento 
comunitário e são conceituados como: 
 
I - Serviços Operacionais Ordinários - serviços operacionais ordinários são 
aqueles em que o efetivo da Polícia Militar é empregado prioritariamente com 
ênfase no policiamento preventivo e de atendimento à comunidade, em suas 
diversas modalidades, nos locais onde houver indicativos de sua necessidade, e 
atenderão, preferencialmente, locais georreferenciados, objetivando potencializar 
a atuação da Instituição, evitando-se a sobreposição de esforços, com aumento 
da sensação objetiva de segurança, a prevenção e a reação qualificada (MINAS 
GERAIS, 2017, p. 1). 
 
 
5 ROSEMBAUM, Denis P. A Mudança no Papel da Polícia: Avaliando a Transição para o Policiamento 
Comunitário. In: Brodeur, Jean-Paul (org.). Como Reconhecer um Bom Policiamento. São Paulo: Edusp, 2002. 
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28 
 
Portanto, os serviços de policiamento comunitário constituem a principal vertente de 
aproximação da PMMG junto à comunidade, haja vista sua desconcentração, capilaridade e 
lançamento diuturno nas áreas, subáreas, setores e subsetores das diversas Unidades de 
Execução Operacional da Corporação em todo o Estado de Minas Gerais. 
 
Como tais serviços podem ser desconcentrados por território ou público específico, o 
conceito operacional de atuação destes encontra-se regulado por Instruções, Diretrizes e 
demais documentos normativos da PMMG. 
 
5.2 Reuniões Comunitárias 
 
As reuniões comunitárias são uma das principais práticas de policiamento comunitário 
desenvolvidas pela PMMG para captação de problemas de segurança pública (crime, medo 
do crime e desordens físicas e morais); anseios; dúvidas; pedidos de informação; sugestões 
e demandas ou necessidades do cidadão e da comunidade. 
 
Esse processo de interação comunidade-comunidade e comunidade-polícia permite aos 
participantes terem a oportunidade de discutir de forma objetiva a temática segurança 
pública e suas variáveis, causas, consequências e ações a serem realizadas para atender 
aos interesses da comunidade local e melhorar a qualidade de vida. 
 
Conceitualmente, a reunião comunitária pode ser definida como um encontro coletivo, o qual 
conta com a participação de membros da comunidade e representantes de órgãos públicos 
e privados, para discutir assuntos diversos que sejam motivo de preocupação e tenham 
impacto na qualidade de vida da localidade, como por exemplo, a segurança pública. É 
necessário que se tenha o responsável, por planejar e conduzir a sessão pré-agendada a 
fim de se alcançar os objetivos propostos. 
 
Verifica-se, no âmbito da Organização, que as reuniões comunitárias passam a ser uma 
prática habitual nas frações da PMMG, advindas principalmente a partir da Gestão de 
Desempenho Operacional (GDO), que se constitui como um dos indicadores de avaliação 
(MINAS GERAIS, 2015). 
 
5.3 Visitas Comunitárias 
 
As visitas comunitárias, em particular a residentes e comerciantes, podem ser definidas 
como os contatos pessoais realizados por policiais militares, diretamente com os membros 
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29 
 
da comunidade, em suas residências ou locais em que exerçam alguma atividade laborativa. 
Tem o propósito de ampliar a sensação de segurança, propiciar maior proximidade da 
comunidade e do policial militar, promover mudanças de comportamento com vistas à 
autoproteção e permitir ao policial captar problemas de segurança pública (crime, medo do 
crime e desordens físicas e morais). 
 
São caracterizadas por dois tipos principais: cadastro, quando o policial militar tem contato 
pela primeira vez com o cidadão visitado; ou retorno, na ocasião de novas visitas. 
 
5.3.1 Visitas Tranquilizadoras 
 
Conceitualmente, as visitas tranquilizadoras são contatos pessoais, de modalidade “pós-
crime”, realizados por policiais militares diretamente com os membros da comunidade, em 
suas residências ou locais em que exerçam alguma atividade laborativa. As visitas 
tranquilizadoras constituem-se como uma importante iniciativa institucional, por demonstrar 
a preocupação da PMMG com as vítimas de crimes em um momento em que é possível dar 
atenção diferenciada a elas. 
 
Nestas ocasiões é possível tranquilizar a vítima, saber maiores informações sobre o delito, 
autoria e modus operandi, garantir a sensação de segurança subjetiva, resgatar a 
confiabilidade no trabalho preventivo da Polícia Militar, orientar qualitativamente, captar 
informações de demais problemas de situações comunitárias e obter informações sobre a 
qualidade do atendimento policial, por ocasião do registro da ocorrência relativo ao fato 
delitual que ensejou a visita. 
 
5.3.2 Visitas de acompanhamento ao suspeito infrator ou autor de delito 
 
Esta modalidade consiste na estratégia da PMMG realizar contatos com pessoas da 
localidade, suspeitas de praticarem crimes, ou contatos com aqueles que estejam em 
liberdade condicional e/ou em cumprimento de pena restritiva de direito, a fim de monitorar 
suas ações naquela comunidade e/ou certificar, para o caso dos que estejam em liberdade 
condicional, se estes estão cumprindo fielmente o estabelecido pela justiça. Esta visita 
possibilita ao policial militar dissuadir o suspeito da prática de crimes futuros. 
 
 
 
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30 
 
5.4 Contatos Comunitários 
 
Em termos conceituais, contatos comunitários constituem-se como os relacionamentos 
informais diuturnos que o policial militar realiza com membros da comunidade, em 
momentos diversos, tais como: atendimento de uma ocorrência, policiamento ostensivo, 
execução de uma atividade comunitária, entre outros. 
 
Apesar da informalidade, estes podem ser meios eficientes de captar problemas de 
segurança pública e subsidiar na resolução do problema. 
 
5.5 Projetos de Polícia Comunitária 
 
Projetos de polícia comunitária podem ser conceituados como o planejamento, execução e 
controle de atividades de caráter temporário, junto à comunidade, preferencialmente com 
apoio desta e de outros órgãos públicos e privados. Tem a finalidade de atuar em problemas 
de segurança pública, anseios, demandas ou necessidades, que possam impactar na 
qualidade de vida local. 
 
Alguns serviços institucionais e práticas de policiamento comunitário também apresentam a 
criação ou participação em projetos de polícia comunitária como uma das práticas 
complementares aos respectivos conceitos operativos. 
 
Além disso, os projetos de polícia comunitária e, a consequente proximidade entre a PMMG 
e a comunidade, gera oportunidades para quesejam captadas situações comunitárias, por 
ocasião das atividades práticas desenvolvidas junto ao público alvo. 
 
As etapas do fluxo de processos de gerenciamento de projetos na PMMG, as quais incluem 
sua estruturação, atribuição de funções e responsabilidades, execução, checagens e 
balanços, entre outros, encontram-se devidamente descritas e padronizadas na Diretriz de 
Procedimentos para Gerenciamento de Projetos na PMMG e devem ser cumpridas pelos 
Comandantes locais e seu efetivo. 
 
Todavia, em complemento às prescrições normativas, é importante que os policiais militares 
utilizem tais momentos de interface com a comunidade, nas atividades dos projetos, para 
despertar a confiança, legitimidade e captar situações que demandarão respostas por parte 
da Corporação. Ressalta-se que há a diferença de projeto de polícia comunitária de projetos 
sociais. 
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31 
 
Os projetos sociais são iniciativas individuais ou coletivas que visam proporcionar a melhoria 
da qualidade de vida de pessoas e comunidades. Já os projetos de polícia comunitária são 
aqueles que visam resolver problemas relacionados a problemas de segurança pública. Ou 
seja, se o projeto não impacta na segurança pública local, é um projeto social, e não um 
projeto de polícia comunitária. 
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32 
 
6 MOBILIZAÇÃO SOCIAL 
 
Em termos conceituais, mobilização social pode ser compreendida como um processo 
comunicativo de interação que pressupõe a união de esforços em prol de propósitos 
comuns, almejados e decididos por todos os envolvidos (HENRIQUES, 2010; TORO; 
WERNECK, 2007). Por sua vez, este processo possui algumas características intrínsecas: 
participação em sentido amplo; ser duradouro e cotidiano; autonomia na participação dos 
atores envolvidos; comunicação como meio para compartilhar discursos, opiniões e 
informações e visão transformativa da realidade (TORO; WERNECK, 2007). 
 
Todavia, este processo de mobilização social é precedido da metodologia de coletivização, 
a qual pode ser compreendida como a proposição pública de um problema que alcance uma 
dimensão coletiva. Para isso, mostra-se necessário que haja um compartilhamento de 
percepções entre os membros de determinada comunidade, de forma que o problema seja 
percebido como algo que afeta a coletividade. Diante disso, forma-se o interesse público, 
em que as questões são apresentadas publicamente e percebidas como importantes 
(HENRIQUES, 2010). 
 
O interesse público, por sua vez, demandará uma comunicação planejada e bem 
direcionada, a qual possa despertar a atenção dos participantes e garantir legitimidade da 
defesa de determinada causa (MAFRA, 2006). 
 
A partir daí, o ambiente torna-se favorável ao processo de grupalização, o qual Henriques 
(2010) denomina como formação de grupos dispostos a participar na defesa da causa, da 
mobilização social e da manutenção de dimensões favoráveis à coletivização. 
 
A figura 4 apresenta uma ordenação lógica deste processo de mobilização social, a partir da 
coletivização da causa e grupalização. Entretanto, Henriques (2010) aponta que este 
processo é variável, pois é resultado de uma construção coletiva pouco previsível. Dessa 
forma, uma das setas bidirecionais aponta para a possibilidade dos envolvidos modificarem 
o status de participação e a visão acerca da mobilização. Já a comunicação, representada 
por outra seta bidirecional, envolve toda a trajetória do processo, num fluxo de informações 
e de relacionamentos entre os participantes. 
 
 
 
 
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33 
 
Figura 4 - Ordenação lógica do processo de mobilização social 
 
 
Fonte: Adaptada de Henriques, 2010; Mafra, 2006; Toro; Werneck, 2007. 
 
Outro entendimento importante do processo de mobilização social é a compreensão do nível 
de participação de cada um dos atores sociais envolvidos, o qual, segundo Henriques 
(2010), varia conforme seus interesses, convicções e percepções em relação à causa 
mobilizadora. Diante disso, o autor estabelece uma análise em vários níveis, os quais 
demonstram a natureza e a força de tais vínculos (Figura 5): 
 
Figura 5 - Escala de níveis de vinculação 
 
Fonte: Adaptada de Henriques, 2007. 
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34 
 
Estes níveis são apresentados sinteticamente da seguinte forma (HENRIQUES, 2007): 
 
a) Localização espacial: é o espaço real ou virtual onde se encontram os públicos 
abrangidos pelo universo de atuação do projeto mobilizador; 
 
b) Informação: refere-se ao acesso quantitativo e qualitativo de informações que as 
pessoas têm sobre a iniciativa de mobilização; 
 
c) Julgamento: é a formação de um juízo de valor, a partir de informações qualificadas, que 
gerem no imaginário das pessoas a intenção ou não de apoiar e legitimar a causa; 
 
d) Ação: os participantes atuam em prol dos objetivos da causa e a participação pode ser 
eventual ou ter um grau maior de envolvimento; 
 
e) Coesão: as ações deixam de ser fragmentadas e isoladas para ser interdependentes, 
constantes e conectadas, a fim de contribuir para os objetivos da causa; 
 
f) Continuidade: as ações realizadas têm um caráter contínuo e de permanência ao longo 
de uma maior trajetória temporal; 
 
g) Corresponsabilidade: envolve uma noção de solidariedade, em que os membros 
sentem-se responsáveis pelo êxito do projeto. Neste nível, os participantes assumem efetivo 
comprometimento em relação à causa, o que exige alto grau de idealismo, de força de 
vontade, mesmo em momentos de maior dificuldade, de baixa mobilização; 
 
h) Participação institucional: ocorre quando a causa estabelece um relacionamento 
contratual, como um convênio. 
 
Já em relação ao interesse na participação do processo de mobilização, Henriques (2007) 
apresenta três grandes blocos de públicos: beneficiados – é a população na área 
geográfica na qual opera o projeto (pessoas e instituições), seja qual for a sua extensão; 
legitimadores - é o grupo de pessoas ou instituições que, localizados dentro da área do 
projeto, não apenas se beneficiam dos seus resultados, mas, possuindo informações acerca 
de sua existência, são capazes de reconhecê-lo e julgá-lo útil e importante, podendo se 
converter em colaboradores diretos em qualquer tempo; geradores – é o grupo de pessoas 
ou instituições, que localizado na área do projeto, não apenas se beneficia dos seus 
resultados ou dispõe-se a legitimar a sua existência, mas efetivamente organiza e realiza 
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35 
 
ações em nome do projeto. Os blocos de públicos são assim apresentados, conforme Figura 
6: 
 
Figura 6 - Mapa Tridimensional dos Públicos 
 
 
 
Fonte: Adaptada de Henriques, 2007. 
 
Uma vez compreendido todo o formato do processo de mobilização social, mostra-se 
fundamental contextualizar a participação da PMMG. Segundo Henriques (2010), é 
importante que a polícia envolva-se em três questões centrais: 
 
- conheça a forma como a população mobiliza-se, como são desenvolvidos seus 
processos associativos; 
 
- assuma responsabilidade como facilitadora de um processo mobilizador junto aos 
cidadãos e instituições da sociedade civil. Para tanto, deve promover um formato dialógico 
com os atores sociais, ser transparente nas informações sobre as atividades desenvolvidas 
e compartilhar responsabilidades sobre a causa da segurança pública; 
 
- atue como mediadora junto a outros órgãos, pois a solução de diversos problemas 
não passa pela necessidade de intervenção policial. 
 
Portanto, cabe à PMMG assumir este papel institucional de contribuir ativamente para que a 
comunidade possa desenvolver seu potencial mobilizador. Dessa forma, terá umapostura 
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mais proativa, autônoma e empoderada em relação às causas e problemas de segurança 
pública. 
7 CONSIDERAÇÕES FINAIS 
 
Diante desta perspectiva, tem-se, então, que a Filosofia de Polícia Comunitária representa 
progresso, inovação e mudanças fundamentais na estrutura e na administração das 
organizações policiais. 
 
O policial passa a ser um solucionador de problemas, um prestador de serviço de caráter 
preventivo, mais do que um simples atendente reativo de chamadas de serviço. 
 
A filosofia de Polícia Comunitária oferece meios para o fortalecimento do processo de 
“empoderamento” dos cidadãos, no sentido de compartilharem entre si e a polícia a tarefa 
de planejar práticas para antecipar a eclosão do crime e o medo do crime. Neste sentido, 
esta filosofia: 
 
a) ultrapassa o simples atendimento de ocorrências e desenvolvimento de inquéritos, bem 
como a simples lida com as causas dos problemas; 
 
b) propõe uma mudança cultural na polícia, em que a população deixa de ser apenas fonte 
de informação e passa a ser parceira na solução dos problemas; 
 
c) reconhece que a polícia, por mais profissional e especializada que seja, não consegue 
lidar sozinha com o crime, a desordem e o medo do crime; 
 
d) alia o profissionalismo, a especialização e as técnicas de resolução de problemas, 
acrescentando um componente fundamental: o envolvimento da comunidade. 
 
Cabe ressaltar também, que Polícia Comunitária não é uma atividade especializada, 
particularizada, para servir somente algumas comunidades de cidadãos ordeiros, sem 
obedecer aos critérios técnicos ou científicos de policiamento. Da mesma forma, Polícia 
Comunitária também não é uma troca de favores e nem apoio financeiro ou logístico da 
comunidade para uma determinada corporação. 
 
A ideia central de Polícia Comunitária reside na possibilidade de propiciar uma aproximação 
dos profissionais de segurança junto à comunidade onde atuam, de modo a dar 
característica humana ao profissional de polícia, e não apenas um número de telefone ou 
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37 
 
uma instalação física referencial. Para isto, realiza um amplo trabalho sistemático, planejado 
e detalhado. 
Portanto, para os efeitos da presente Diretriz, a Polícia Comunitária é uma filosofia de 
atuação adotada pela Polícia Militar de Minas Gerais entendida como a conjugação de todas 
as forças vivas da comunidade, marcada pela intensa participação da sociedade na 
identificação e resolução conjunta dos problemas afetos à Segurança Pública e comunitária. 
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38 
 
8 PRESCRIÇÕES DIVERSAS 
 
8.1 Os serviços e atividades referentes à Diretriz de Polícia Comunitária na Polícia Militar de 
Minas Gerais devem ser reportadas ao Comando-Geral que, em trabalho conjunto com a 
Diretoria de Apoio Operacional (DAOp) e Academia de Polícia Militar (APM), avaliará a 
viabilidade institucional e à exequibilidade operacional. 
 
8.2 As grades curriculares dos diversos cursos da Polícia Militar de Minas Gerais, bem como 
no Treinamento Policial Básico (TPB) deverão ser adequadas à presente Diretriz a partir da 
sua publicação, de forma a contemplar as novas estratégias do Comando-Geral. 
 
8.3 As diretrizes estabelecidas nesta norma não devem conflitar com as demais 
macroestratégias previstas pela PMMG. Nas situações conflituosas, o Comando-Geral 
deverá esclarecer as dúvidas por intermédio de norma complementar. 
 
8.4 Revogam-se as disposições em contrário, em especial a Diretriz n. 3.01.06/2011. 
 
 
 
Quartel em Belo Horizonte, 04 de junho de 2019. 
 
 
 
 
(a) GIOVANNE GOMES DA SILVA, CEL PM 
Comandante-Geral 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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39 
 
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( - SEPARATA DO BGPM Nº 42, DE 04 DE JUNHO DE 2019 - ) PÁGINA: ( - 39 - )
 
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( - SEPARATA DO BGPM Nº 42, DE 04 DE JUNHO DE 2019 - ) PÁGINA: ( - 42 - )
( - Separata do BGPM Nº 42, de 04 de Junho de 2019 - )
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GIOVANNE GOMES DA SILVA, CORONEL PM 
COMANDANTE-GERAL
CONFERE COM O ORIGINAL:
ADRIANA VALERIANO DE SOUZA, TEN CEL PM 
 AJUDANTE-GERAL
	1 INTRODUÇÃO
	2 OBJETIVOS
	2.1 Geral
	2.2 Específicos
	3 EVOLUÇÃO HISTÓRICA DA POLÍCIA COMUNITÁRIA
	3.1 Origem do Policiamento Comunitário
	3.2 Polícia Comunitária no Brasil
	3.3 Polícia Comunitária em Minas Gerais
	4 A POLÍCIA COMUNITÁRIA E SEUS PRINCÍPIOS APLICADOS NA PMMG
	4.1 Conceito
	4.2 Os Princípios da Doutrina de Polícia Comunitária na PMMG
	5 POLICIAMENTO COMUNITÁRIO E SUAS PRÁTICAS NA PMMG
	5.1 Serviços de Policiamento Comunitário
	5.2 Reuniões Comunitárias
	5.3 Visitas Comunitárias
	5.4 Contatos Comunitários
	5.5 Projetos de Polícia Comunitária
	6 MOBILIZAÇÃO SOCIAL
	7 CONSIDERAÇÕES FINAIS
	8 PRESCRIÇÕES DIVERSAS
	REFERÊNCIAS
	Capa.pdf
	085b.pdf
	CAPÍTULO I
	CAPÍTULO II
	
	
	CAPÍTULO III
	CAPÍTULO IV
	Jornada de Trabalho do Quadro de Oficiais Capelães
	IV – Ciclos de empenho operacional:
	
	
	HOMOLOGAÇÃO DE RESULTADO FINAL DO CURSO DE APERFEIÇOAMENTO DE OFICIAIS/ ESPECIALIZAÇÃO EM SEGURANÇA PÚBLICA - CAO/CESP
	
	
	
	NOME
	TRANSFERÊNCIA DE OFICIAL – INTERESSE PRÓPRIO
	ORDEM DO DIA
	DISPENSA DO SERVIÇO
	DISPENSA DO SERVIÇO
	JUSTIÇA E DISCIPLINA
	ELOGIO INDIVIDUAL
	Sem título

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