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Memorando 033 3-2022-19 RPM - Atos probatórios e histórico dos REDS - - F63A56144DE7


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DECIMA NONA REGIÃO DA POLICIA MILITAR 
 
 
Memorando nº 033.3/2022-19ª RPM 
 
Sete Lagoas, 19 de julho de 2022 
 
 
Ao: EM19RPM e UEOp’s da 19ª RPM 
Assunto: Atos probatórios e histórico dos REDS. 
 
 
 Uma ação/operação policial, que resulta em prisões e apreensões, somente se exterioriza na persecução penal e 
efetiva condenação se for descrita na ocorrência policial (REDS) de forma técnica, fidedigna aos fatos e que reúna os 
elementos probatórios necessários (provas materiais e testemunhais). 
2 Nos contatos da PMMG com o Ministério Público e com o Poder Judiciário sempre nos é repassado por esses 
órgãos a importância do REDS como uma das principais peças processuais, uma vez que a ocorrência policial retrata os 
fatos e as versões, concomitantemente ou logo após à sua realização, bem com reúne provas que, se não forem colhidas 
naquele momento, podem vir a perecer. 
3 Por outro lado, é de conhecimento da PMMG que muitas vezes, pequenos detalhes no registro dos REDS são 
utilizados pela defesa dos infratores de forma a tirar a credibilidade da atuação policial, descaracterizar o crime, buscar 
ilegalidade na atuação policial, buscar vício na produção de provas, tudo isso, com a finalidade de dificultar a ação do 
Ministério Público (titular da ação penal) visando a absolvição do infrator ou a nulidade processual. 
4 Nesse sentido, observações recentes nos conduzem a fazer os seguintes apontamentos: 
4.1 O Reconhecimento de Pessoas e Coisas feito em sede de inquérito/processo está previsto nos artigos 226 a 228 do 
Código de Processo Penal e segue formalidades: 
 
CAPÍTULO VII 
DO RECONHECIMENTO DE PESSOAS E COISAS 
Art. 226. Quando houver necessidade de fazer-se o reconhecimento de pessoa, proceder-se-á pela 
seguinte forma: 
I - a pessoa que tiver de fazer o reconhecimento será convidada a descrever a pessoa que deva ser 
reconhecida; 
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Il - a pessoa, cujo reconhecimento se pretender, será colocada, se possível, ao lado de outras que 
com ela tiverem qualquer semelhança, convidando-se quem tiver de fazer o reconhecimento a 
apontá-la; 
III - se houver razão para recear que a pessoa chamada para o reconhecimento, por efeito de intimidação 
ou outra influência, não diga a verdade em face da pessoa que deve ser reconhecida, a autoridade 
providenciará para que esta não veja aquela; 
IV - do ato de reconhecimento lavrar-se-á auto pormenorizado, subscrito pela autoridade, pela 
pessoa chamada para proceder ao reconhecimento e por duas testemunhas presenciais. 
Parágrafo único. O disposto no no III deste artigo não terá aplicação na fase da instrução criminal ou em 
plenário de julgamento. 
Art. 227. No reconhecimento de objeto, proceder-se-á com as cautelas estabelecidas no artigo 
anterior, no que for aplicável. 
Art. 228. Se várias forem as pessoas chamadas a efetuar o reconhecimento de pessoa ou de objeto, 
cada uma fará a prova em separado, evitando-se qualquer comunicação entre elas. 
(Grifo nosso). 
 
4.2 Destaca-se quanto as formalidades do reconhecimento a jurisprudência do STJ que DESQUALIFICA O 
RECONHECIMENTO DE PESSOAS, PESSOALMENTE OU POR FOTOGRÁFICA, SEM AS DEVIDAS FORMALIDADES mesmo que 
feito em sede de inquérito/processo, sobretudo, se tal reconhecimento não for corroborado por outras provas. 
 
HABEAS CORPUS. ROUBO MAJORADO. RECONHECIMENTO FOTOGRÁFICO DE PESSOA 
REALIZADO NA FASE DO INQUÉRITO POLICIAL. INOBSERVÂNCIA DO PROCEDIMENTO PREVISTO 
NO ART. 226 DO CPP. PROVA INVÁLIDA COMO FUNDAMENTO PARA A CONDENAÇÃO. RIGOR 
PROBATÓRIO. NECESSIDADE PARA EVITAR ERROS JUDICIÁRIOS. PARTICIPAÇÃO DE MENOR 
IMPORTÂNCIA. NÃO OCORRÊNCIA. ORDEM PARCIALMENTE CONCEDIDA. 1. O reconhecimento de 
pessoa, presencialmente ou por fotografia, realizado na fase do inquérito policial, apenas é apto, para 
identificar o réu e fixar a autoria delitiva, quando observadas as formalidades previstas no art. 226 
do Código de Processo Penal e quando corroborado por outras provas colhidas na fase judicial, 
sob o crivo do contraditório e da ampla defesa. 2. Segundo estudos da Psicologia moderna, são 
comuns as falhas e os equívocos que podem advir da memória humana e da capacidade de 
armazenamento de informações. Isso porque a memória pode, ao longo do tempo, se fragmentar e, por 
fim, se tornar inacessível para a reconstrução do fato. O valor probatório do reconhecimento, portanto, 
possui considerável grau de subjetivismo, a potencializar falhas e distorções do ato e, 
consequentemente, causar erros judiciários de efeitos deletérios e muitas vezes irreversíveis. 3. O 
reconhecimento de pessoas deve, portanto, observar o procedimento previsto no art. 226 do Código de 
Processo Penal, cujas formalidades constituem garantia mínima para quem se vê na condição de 
suspeito da prática de um crime, não se tratando, como se tem compreendido, de "mera recomendação" 
do legislador. Em verdade, a inobservância de tal procedimento enseja a nulidade da prova e, 
portanto, não pode servir de lastro para sua condenação, ainda que confirmado, em juízo, o ato realizado 
na fase inquisitorial, a menos que outras provas, por si mesmas, conduzam o magistrado a convencer-se 
acerca da autoria delitiva. Nada obsta, ressalve-se, que o juiz realize, em juízo, o ato de reconhecimento 
formal, desde que observado o devido procedimento probatório. 4. O reconhecimento de pessoa por 
meio fotográfico é ainda mais problemático, máxime quando se realiza por simples exibição ao 
reconhecedor de fotos do conjecturado suspeito extraídas de álbuns policiais ou de redes sociais, 
já previamente selecionadas pela autoridade policial. E, mesmo quando se procura seguir, com 
adaptações, o procedimento indicado no Código de Processo Penal para o reconhecimento presencial, 
não há como ignorar que o caráter estático, a qualidade da foto, a ausência de expressões e trejeitos 
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corporais e a quase sempre visualização apenas do busto do suspeito podem comprometer a idoneidade 
e a confiabilidade do ato. 5. De todo urgente, portanto, que se adote um novo rumo na compreensão dos 
Tribunais acerca das consequências da atipicidade procedimental do ato de reconhecimento formal de 
pessoas; não se pode mais referendar a jurisprudência que afirma se tratar de mera recomendação do 
legislador, o que acaba por permitir a perpetuação desse foco de erros judiciários e, consequentemente, 
de graves injustiças. 6. É de se exigir que as polícias judiciárias (civis e federal) realizem sua função 
investigativa comprometidas com o absoluto respeito às formalidades desse meio de prova. E ao 
Ministério Público cumpre o papel de fiscalizar a correta aplicação da lei penal, por ser órgão de controle 
externo da atividade policial e por sua ínsita função de custos legis, que deflui do desenho constitucional 
de suas missões, com destaque para a "defesa da ordem jurídica, do regime democrático e dos 
interesses sociais e individuais indisponíveis" (art. 127, caput, da Constituição da Republica), bem assim 
da sua específica função de "zelar pelo efetivo respeito dos Poderes Públicos [inclusive, é claro, dos que 
ele próprio exerce] [...] promovendo as medidas necessárias a sua garantia" (art. 129, II). 7. Na espécie, 
o reconhecimento do primeiro paciente se deu por meio fotográfico e não seguiu minimamente o 
roteiro normativo previsto no Código de Processo Penal. Não houve prévia descrição da pessoa a 
ser reconhecida e não se exibiram outras fotografias de possíveis suspeitos; ao contrário, 
escolheu a autoridade policial fotos de um suspeito que já cometera outros crimes, mas que 
absolutamente nada indicava, até então, ter qualquer ligação com o roubo investigado. 8. Sob a 
égide de um processo penal comprometido com os direitos e os valorespositivados na Constituição da 
República, busca-se uma verdade processual em que a reconstrução histórica dos fatos objeto do juízo 
se vincula a regras precisas, que assegurem às partes um maior controle sobre a atividade jurisdicional; 
uma verdade, portanto, obtida de modo "processualmente admissível e válido" (Figueiredo Dias). 9. O 
primeiro paciente foi reconhecido por fotografia, sem nenhuma observância do procedimento 
legal, e não houve nenhuma outra prova produzida em seu desfavor. Ademais, as falhas e as 
inconsistências do suposto reconhecimento - sua altura é de 1,95 m e todos disseram que ele 
teria por volta de 1,70 m; estavam os assaltantes com o rosto parcialmente coberto; nada 
relacionado ao crime foi encontrado em seu poder e a autoridade policial nem sequer explicou 
como teria chegado à suspeita de que poderia ser ele um dos autores do roubo - ficam mais 
evidentes com as declarações de três das vítimas em juízo, ao negarem a possibilidade de 
reconhecimento do acusado. 10. Sob tais condições, o ato de reconhecimento do primeiro 
paciente deve ser declarado absolutamente nulo, com sua consequente absolvição, ante a 
inexistência, como se deflui da sentença, de qualquer outra prova independente e idônea a formar 
o convencimento judicial sobre a autoria do crime de roubo que lhe foi imputado. 11. Quanto ao 
segundo paciente, teria, quando muito - conforme reconheceu o Magistrado sentenciante - emprestado o 
veículo usado pelos assaltantes para chegarem ao restaurante e fugirem do local do delito na posse dos 
objetos roubados, conduta que não pode ser tida como determinante para a prática do delito, até porque 
não se logrou demonstrar se efetivamente houve tal empréstimo do automóvel com a prévia ciência de 
seu uso ilícito por parte da dupla que cometeu o roubo. É de se lhe reconhecer, assim, a causa geral de 
diminuição de pena prevista no art. 29, § 1º, do Código Penal (participação de menor importância). 12. 
Conclusões: 1) O reconhecimento de pessoas deve observar o procedimento previsto no art. 226 do 
Código de Processo Penal, cujas formalidades constituem garantia mínima para quem se encontra na 
condição de suspeito da prática de um crime; 2) À vista dos efeitos e dos riscos de um 
reconhecimento falho, a inobservância do procedimento descrito na referida norma processual 
torna inválido o reconhecimento da pessoa suspeita e não poderá servir de lastro a eventual 
condenação, mesmo se confirmado o reconhecimento em juízo; 3) Pode o magistrado realizar, em 
juízo, o ato de reconhecimento formal, desde que observado o devido procedimento probatório, 
bem como pode ele se convencer da autoria delitiva a partir do exame de outras provas que não 
guardem relação de causa e efeito com o ato viciado de reconhecimento; 4) O reconhecimento do 
suspeito por simples exibição de fotografia (s) ao reconhecedor, a par de dever seguir o mesmo 
procedimento do reconhecimento pessoal, há de ser visto como etapa antecedente a eventual 
reconhecimento pessoal e, portanto, não pode servir como prova em ação penal, ainda que 
confirmado em juízo. 13. Ordem concedida, para: a) com fundamento no art. 386, VII, do CPP, absolver 
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o paciente Vânio da Silva Gazola em relação à prática do delito objeto do Processo n. 0001199-
22.2019.8.24.0075, da 1ª Vara Criminal da Comarca de Tubarão - SC, ratificada a liminar anteriormente 
deferida, para determinar a imediata expedição de alvará de soltura em seu favor, se por outro motivo 
não estiver preso; b) reconhecer a causa geral de diminuição relativa à participação de menor 
importância no tocante ao paciente Igor Tártari Felácio, aplicá-la no patamar de 1/6 e, por conseguinte, 
reduzir a sua reprimenda para 4 anos, 5 meses e 9 dias de reclusão e pagamento de 10 dias-multa. Dê-
se ciência da decisão aos Presidentes dos Tribunais de Justiça dos Estados e aos Presidentes dos 
Tribunais Regionais Federais, bem como ao Ministro da Justiça e Segurança Pública e aos 
Governadores dos Estados e do Distrito Federal, encarecendo a estes últimos que façam conhecer da 
decisão os responsáveis por cada unidade policial de investigação. (STJ - HC: 598886 SC 
2020/0179682-3, Relator: Ministro ROGERIO SCHIETTI CRUZ, Data de Julgamento: 27/10/2020, T6 - 
SEXTA TURMA, Data de Publicação: DJe 18/12/2020) 
 
5 Feitos os apontamentos, algumas orientações são importantes: 
5.1 Nos REDS, o termo RECONHECIMENTO nas expressões: “o autor foi reconhecido pela vítima”; “a vítima viu a 
fotografia e reconheceu o autor”, “foi feito o reconhecimento”; “foi apresentada foto à vítima que reconheceu o autor” e outras, 
tem sido apontado pela defesa como análogo ao reconhecimento de pessoas e coisas feito em sede de inquérito/processo e 
previsto nos artigos 226 a 228 do Código de Processo Penal. Tal analogia é levantada no sentido de que, se não é valido o 
reconhecimento feito em sede de inquérito/processo sem observar as formalidades processuais, quanto mais aquele 
“reconhecimento” feito pelo policial durante a prisão/apreensão de possíveis autores de delitos. 
5.1.1 Para evitar tal tese da defesa de forma a tentar tirar o crédito da atuação policial é ideal a substituição do termo 
RECONHECIMENTO por sinônimos como APONTOU, IDENTIFICOU, CONFIRMOU, DISTINGUIU em expressões como: 
a) No rastreamento, ao passar com a vítima próximo ao autor ela apontou o Sr. Fulano como sendo aquele que 
acabara e assaltar, descrevendo inclusive detalhes com a tatuagem no braço e a calça rasgada....; ao proceder a 
busca pessoal, no bolso esquerdo do autor, na presença das testemunhas A e B, foi encontrada a carteira da vítima. 
b) A vitima identificou entre os transeuntes o Sr. Fulano como sendo aquele acabará de assalta-la, inclusive afirmou 
que as vestes que o autor estava utilizando, camisa branca com o símbolo da Nike, calça jeans desbotada e tênis 
vermelho, bem como o brinco na orelha esquerda do autor são objetos que reforçam sua convicção. 
c) A vítima foi levada até o local onde o Sr. Fulano foi abordado com base nas características descritas pela vítima e 
confirmou na presença das testemunhas X e Y que tem certeza que o Sr. Fulano foi o autor do roubo que acabará 
de sofrer, inclusive afirmou que o perseguiu por 5 quarteirões até perde-lo de vista. Importante destacar que a vítima 
informa que as roupas utilizadas pelo autor são as mesmas que utilizava quando cometeu o assalto. Além disso, o 
celular da vítima foi encontrado no bolso esquerdo do autor durante a busca pessoal que foi procedida na presença 
das testemunhas A e B. 
d) Dentre os três abordados a vitima distinguiu o Sr. Fulano como aquele que roubou o seu veículo... 
5.2 A identificação de infratores através da exposição de fotografias, sejam elas obtidas em redes sociais ou 
jornais, também tem sido questionada pela defesa, sobre a alegação que uma foto apresentada, sabe-se lá com qual 
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qualidade e corte (somente rosto, busto, outros), com seu caráter estático e pré-selecionada pelo policial teria a 
possibilidade de induzir a vítima, naquele momento de sofrimento psicológico, a apontar a cidadão da foto como autor do 
delito que sofrerá o que muitas das vezes não é confirmado pela vítima em juízo e que tal exposição poderia criar uma 
memória visual na vítima. Esse tipo de alegação encontra amparo em um número ínfimo de erros jurídicos no qual o 
reconhecimento fotográfico foi falho. 
Assim, para evitar que a atuação policial seja colocada em Xeque, orienta-se que, quando a vítima fizer a identificação 
por foto de um autor de crime e ele venha a ser abordado, que o policial se esforce para levar a vítima ao local onde o 
abordado se encontra e, com a devida cautela de evitar exposição da vítima, solicite que elafaça, na presença de duas 
testemunhas, uma descrição do autor do delito que sofrerá (características, vestes etc.) e, logo após, o abordado seja 
apresentado à vítima na presença das testemunhas. Que o policial pergunte à vítima na presença das testemunhas se ela 
aponta ser aquele abordado o autor do delito que sofrerá, inclusive fazendo constar no REDS as semelhanças entre a 
descrição prévia feita pela vítima e as coincidências entre a descrição e o abordado. Ex.: A vítima antes de visualizar o 
autor descreveu que ele possuía uma tatuagem escura na mão esquerda, fato que foi observado por esse relator e pelas 
testemunhas, ou seja, o abordado reconhecido realmente tinha uma tatuagem de flor na cor preta na mão esquerda. 
Importante destacar também que, essa identificação do autor feita pela vítima somente será apta a formar a convicção do 
poder judiciário se corroborada por outras provas; assim, diligências para juntar filmagens ou fotos de delito, apreender 
materiais, qualificar testemunhas que presenciaram o delito e outras devem ser realizadas. O policial precisa ter em mente 
que existe todo um conjunto probatório a ser produzido e que é esse esforço que propiciará a efetiva retirada de infratores 
do meio social. Obs.: A versão do infrator também deve ser constada no REDS e narrada por ele na presença das 
testemunhas. Importante destacar as contradições entre a versão do autor com outras provas colhidas. Por exemplo, o 
autor nega ter estado no local dos fatos, porém há uma filmagem na qual ele é visto no local dos fatos. 
5.3 Por fim, para a realização da prisão em flagrante e para sua correta redação de forma a demostrar que o 
flagrante realmente ocorreu, as expressões dos incisos I a IV do Art. 302 do CPP são de extrema importância na redação 
do histórico do REDS: 
 
CAPÍTULO II 
DA PRISÃO EM FLAGRANTE 
 Art. 302. Considera-se em flagrante delito quem: 
I - está cometendo a infração penal; 
II - acaba de cometê-la; 
III - é perseguido, logo após, pela autoridade, pelo ofendido ou por qualquer pessoa, em situação que 
faça presumir ser autor da infração; 
IV - é encontrado, logo depois, com instrumentos, armas, objetos ou papéis que façam presumir ser ele 
autor da infração. 
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 Art. 303. Nas infrações permanentes, entende-se o agente em flagrante delito enquanto não cessar a 
permanência. 
 
5.3.1 Assim, sugere-se as seguintes redações: 
a) O Sr. Fulano de tal foi surpreendido pelo Cb XXXX e pelo Sd YYYY durante o assalto enquanto estava retirando 
o dinheiro do caixa da loja, ou seja, durante o cometimento do crime. 
b) A autor, Fulano, foi perseguido logo após ao cometimento do crime pela vítima que ligou para o telefone 190 e 
foi repassando ao atendente a rota de fuga do autor, rota que foi comunicada via rádio para essa equipe policial que 
logrou êxito em abordar o autor ainda com os o telefone da vítima que foi jogado no canteiro central pelo autor ao 
ver a viatura deslocando em sua direção. 
c) A autor foi abordado logo após acabar de cometer o crime, ou seja, quando saia de dentro do estabelecimento 
comercial em posse dos materiais descritos nos campos 1 e 2 desse boletim de ocorrência. 
d) Durante o patrulhamento nos foi repassado as características do autor do delito. De posse das características 
(indivíduo claro, alto, de caça preta, blusa jeans e tênis branco) logramos êxito em abordar o Sr. Fulano e, durante a 
busca pessoal presenciada pelas testemunhas (ou filmada pelo Sd XXXX) foi encontrada na sua posse as joias 
subtraídas na loja, objetos que foram, após devida descrição, reconhecidos pelas vendedoras como sendo os 
subtraídos do estabelecimento comercial, fato que nos deu a certeza de ser ele o autor da infração. 
 
6 Diante do exposto, DETERMINO: 
6.1 EMP1/19ª RPM 
6.1.1 Publicar esse memorando e realizar sua difusão via PA para todos os policiais militares da Ativa da 19ª RPM. 
 
6.2 217ª Cia 
6.2.1 Inserir esse memorando no TTA e TTE. 
 
6.3 Comandante da UEOps 
6.3.1 Orientar os oficiais e praças na função a estudar o conteúdo desse memorando, a instruir a tropa e a auditar os 
REDS visando a consolidação desse conhecimento pelos policiais militares das respectivas UEOps. 
 
MURILO CESAR FERREIRA, CORONEL PM 
COMANDANTE DA 19ª RPM 
Documento assinado em 19/07/2022 18:06:46 por MURILO CESAR FERREIRA:84296828649.
Conforme §1º do art. 6º do Decreto Estadual n. 47.222/2017 e Resolução n. 4.520/2016-PMMG, para
verificar a autenticidade escaneie o QrCode ao lado, ou acesse
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		1138205@pmmg.mg.gov.br
	2022-07-19T18:06:46-0300
	MG
	MURILO CESAR FERREIRA:84296828649

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