Buscar

Direito tributário

Prévia do material em texto

1ºAula
Introdução ao direito 
tributário
Olá caríssimos(as) alunos(as)!
Vamos iniciar a disciplina de Direito Aplicado II. 
Nesta primeira aula iremos fazer uma Introdução ao Direito 
Tributário abordando vários conceitos que servirão de base para 
entendermos o restante do conteúdo. 
Vamos lá!!!
Bons estudos!
Objetivos de aprendizagem
Esperamos que, ao término desta aula, você seja capaz de: 
• compreender o que é o Direito Tributário;
• identificar o que é o Tributo e suas Espécies;
• definir qual a característica de cada Espécie de Tributo.
Direito Tributário 6
Seções de estudo
1 - Direito tributário e suas funções
2 - Definição de tributo
Ah! Agora ficou mais fácil ainda!
Tá vendo, compulsória é porque existe a obrigatoriedade! O estado 
pode obrigar você a pagar.
Você sabe para que serve estas divisões ou, como chamamos, 
ramificações?
Servem para facilitar o estudo do direito. 
Por exemplo, compete ao Direito Civil o estudo das relações entre as 
pessoas comuns na fruição de seus bens e direitos. 
Ao Direito Penal, compete o estudo das relações de caráter punitivo 
que se instauram entre o Estado e a pessoa que comete determinado 
delito.
Vamos dividir este conceito em partes e explicar cada uma delas para 
ficar mais fácil de endenter?
Entenderam o que é direito tributário?
1 - Definição de conceitos: Direito Tributário e suas 
funções
2 - Definição de tributo
3 - Espécies de tributo
Vamos começar pelo conceito de direito, para 
depois chegarmos ao conceito de direito tributário:
O direito é uma ciência que tem por finalidade regular, 
através de normas criadas pelo Estado, a vida em sociedade, 
para tornar o mais harmônico possível o convívio entre os 
seres.
Estas normas são divididas em Direito Privado e Direito 
Público. O primeiro é basicamente, inerente às normas, 
regulando as relações entre os particulares; enquanto no 
segundo, o Estado também faz parte em um dos polos da 
relação jurídica.
Tanto o Direito Privado, quanto o Direito Público, possui 
várias ramificações, ou seja, são compostos por vários ramos 
de estudos. Assim, o Direito Tributário é um dos ramos do 
Direito Público.
Desta forma, podemos dizer que compete ao Direito 
Tributário o estudo das relações jurídicas entre Estado e o 
contribuinte, relativas à instituição, fiscalização e arrecadação 
de tributos. 
Podemos, também, conceituar o Direito Tributário 
com outras palavras, sendo o ramo do Direito que se ocupa 
das relações entre o fisco e as pessoas sujeitas a imposições 
tributárias de qualquer espécie; é a Disciplina Jurídica dos 
Tributos.
Instituir significa criar o tributo. Mais à frente veremos 
que deve ser feito através de lei, estudando o tributo desde à 
origem.
Fiscalizar compreende uma gama de atividades 
desenvolvidas pela Administração Pública no sentido de 
vigiar o contribuinte, para fazer com que ele cumpra com suas 
obrigações tributárias.
Arrecadação são os atos praticados pelo Estado para 
receber os recursos vindos dos contribuintes, ou seja, é o 
momento do pagamento, quando o dinheiro sai do bolso do 
contribuinte e vai para os cofres públicos. 
Aqui neste ponto se encerram as funções do direito 
tributário, sendo que, a gestão feita para frente já faz parte de 
outro ramo, o Direito Financeiro.
 Agora que já sabemos o que é direito tributário, vamos 
ver o que é tributo.
A definição de tributo advém da própria lei. O Código 
Tributário Nacional (CTN) define em seu artigo 3º o seguinte 
conceito:
Tributo é toda prestação pecuniária 
compulsória, em moeda ou cujo valor nela 
possa se exprimir, que não constitua sanção de 
ato ilícito, instituída em lei e cobrada mediante 
atividade administrativa plenamente vinculada.
(CTN, art. 3º)
1ª parte: é toda prestação pecuniária compulsória, em 
moeda ou cujo valor nela possa se exprimir. Esta expressão 
“em moeda” significa que a prestação devida pelo contribuinte 
deve ser satisfeita através do pagamento em dinheiro, em 
moeda corrente. Pois assim como as pessoas tem necessidades 
que são satisfeitas com o uso de moeda corrente, o Estado 
precisa dela para satisfazer as suas necessidades. Apesar desta 
regra, temos uma exceção, a Lei Complementar 104/2001, que 
alterou o CTN, descreve em seu art. 156, inciso XI, que a dívida 
tributária pode ser extinta mediante dação em pagamento em 
imóveis. 
Ou seja, o tributo é pagável em dinheiro, mas também em 
bens imóveis.
Uma leitura desatenta da expressão “...ou cujo valor 
nela possa se exprimir” poderia levar a um entendimento 
errôneo, que o pagamento poderia ser feito em dinheiro ou em 
qualquer coisa que pudesse ser revertido nele, porém, esta não 
é a intenção da lei. O dispositivo, não autoriza o pagamento 
do tributo em mercadorias, e sim, autoriza que o tributo seja 
expresso em algo que não diferente de moeda, como nos casos 
das unidades fiscais usadas, como: Ufir, BTN, OTN, etc. Aqui 
há o uso de expressos para representar o valor do tributo, 
contudo, na hora do pagamento o mesmo é convertido em 
dinheiro. Exemplo:
Se eu tenho um tributo X, que será fixado em 10 Ufir, 
e esta unidade fiscal estivesse no valor de R$ 6,00 (seis reais) 
cada, teríamos um obrigação de R$ 60,00 (sessenta reais).
2ª parte: é prestação compulsória. O dever de pagar não 
surge de um acordo feito entre Estado e contribuinte, e sim, de 
uma imposição regulada por lei.
3ª parte: é instituído em lei. Somente através de lei, pode-
se criar um tributo. Pois, se ninguém é obrigado a fazer nada 
senão em virtude de lei, e se o tributo é compulsório, logo, este 
deverá ser feito por lei.
7
3 - Espécies de tributos
Aí vem uma pergunta: Se deve advir de lei, e esta é feita pelo Poder 
Legislativo, pode o Poder Executivo (Presidente da República) criar 
tributo, existe alguma exceção? 
Neste caso a resposta é sim, pois segundo a nossa Constituição Federal 
existem algumas exceções que podem ser criadas através de medida 
provisória, pois durante sua validade ela tem força de lei.
Agora chegamos à última espécie de tributos prevista no código 
tributário nacional (ctn).
A lei que nos referimos aqui é o ato normativo emanado do Poder que 
representa o povo – Poder Legislativo.
Se for leis federais a responsabilidade é do Congresso;
Se for estaduais é da Assembléia Legislativa do Estado; e
Se for municipal é da Câmara Municipal.
Hum! Então as espécies de tributos se diferenciam pela finalidade de 
que cada uma vai ter, ou seja, depende de onde será gasto o dinheiro.
4ª parte: não é sansão de ato ilícito. Este elemento 
determina que o tributo não significa punição por infração 
cometida. O dever de pagar tributo não é decorrente de 
transgressão a nenhuma norma, não tem caráter punitivo, é 
diferente de multa, esta sim tem este caráter.
O dever de pagar tributo decorre de um fato gerador. 
A lei define que tal fato, toda vez que acontece, gera para o 
contribuinte a obrigação de pagar. Exemplo: 
 • O fato gerador do IPVA é ser proprietário de veículo 
automotor em cada ano-calendário.
5ª parte: é cobrado mediante atividade administrativa 
plenamente vinculada à lei. Significa dizer que a lei não outorga 
às autoridades administrativas, incumbidas da cobrança, 
nenhuma margem de opção, no sentido de exigir ou não o 
tributo, ou ainda, no sentido de escolher de quem ou quando 
exigir. 
 Ou seja, a autoridade competente do Fisco é obrigada 
pela lei a fazer a cobrança de quem é previsto, na forma prevista 
e no valor previsto.
Como foi visto anteriormente, os tributos se originam 
de um certo fato gerador (que estudaremos com maior 
profundidade à frente), este fato deve ser previsto por lei, e fará 
surgir o dever do sujeito passivo de pagar (pessoa devedora). 
No entanto, existem diversos motivos que aludem em fatos 
geradores, são exatamente estas características dos respectivos 
fatos geradores que distinguem as espécies de tributos.
Assim, a Constituição Federal em seu artigo 145 e o 
Código Tributário Nacional no artigo 5º, adotaram a teoria 
tripartite onde existemtrês espécies de tributos:
I – Impostos;
II – Taxas;
III – A Contribuição de melhoria.
• Imposto: é tributo de caráter genérico que independe 
de qualquer atividade ou serviço do poder público em relação 
ao contribuinte (CTN, art. 16).
É um tributo não vinculado a atividade estatal. Vale 
dizer que o contribuinte “age” e, consequentemente, paga o 
imposto.
“Eu Ajo; Eu Pago” (Tributo unilateral)
O imposto tem uma finalidade: custear os serviços gerais 
ou universais. Ex: segurança pública, educação, saúde etc.
Os impostos estão discriminados na CF, em listas 
taxativas ou exaustivas (listas “numerus clausus”). Tal separação 
avoca a temática da “competência tributária privativa no 
campo dos impostos”.
Entidades impositoras que detêm a competência 
tributária privativa para impostos:
Base Legal Imposto Competência
Art. 153 – CF Federais UNIÃO
Art. 155 – CF Estaduais ESTADOS E DF
Art. 156 – CF Municipais MUNICÍPIOS E DF
Fonte: Criação Própria
• Taxa: é um tributo relacionado com o exercício regular 
do poder de polícia, ou, com a prestação de algum serviço 
público para um beneficiário identificado ou identificável (art. 
77 do CTN).
A taxa é um tributo vinculado à atividade estatal. Assim, 
o Estado “age”, e o contribuinte paga a taxa.
“O Estado Age; Eu Pago” (Tributo bilateral, 
contraprestacional ou sinalagmático).
No campo das taxas, a competência tributária não será 
privativa, pois inexistem “listas” exclusivas de taxas federais, 
estaduais e municipais. Sua competência tributaria será 
comum (ou “numerus apertus”).
O Fato Gerador da taxa será um serviço público (taxa 
de utilização ou taxa de serviço) ou poder de polícia (taxa de 
polícia ou de fiscalização).
• Taxa de polícia: trata-se de taxa de fiscalização. O 
conceito de poder de polícia está no art. 78 do CTN. 
 Ex: taxa de fiscalização ambiental; taxa de alvará.
Atenção: não se admite a taxa de polícia exigida em razão 
de um fictício policiamento administrativo. Este deve ser 
concretamente realizado.
• Taxa de serviço público: serviço específico e divisível 
que enseja essa taxa. Serviço público especifico ou singular, 
ou “ut singuli”: é aquele prestado em unidades autônomas 
de utilização. Serviço público divisível: é aquele passível de 
quantificação. 
 Ex: água e esgoto; luz; gás etc.
Todo serviço público que for geral, universal não poderá 
ensejar taxa devendo ser custeado por meio dos impostos. 
 Ex: segurança pública.
Contribuição de melhoria: é um tributo cuja obrigação 
tem como fato gerador a valorização de imóveis decorrente 
de obra pública.
 Ex: o Estado constrói uma rodoviária e por este motivo 
os imóveis que estão perto sofrem uma valorização.
O valor cobrado pela Administração deve guardar estrita 
correspondência com a valorização dos imóveis considerados, 
na forma da projeção previamente feita, constante do próprio 
Direito Tributário 8
www.professorsabbag.com.br. 
Vale a pena assistir
texto legal que instituiu o tributo, podendo ser impugnada 
pelos interessados (art. 82 do CTN). 
 Esse valor cobrado tem dois limites: um individual, 
correspondente à valorização do imóvel do contribuinte, 
e outro total, não podendo ser arrecadado um valor global 
superior ao custo da obra.
E aquelas cobranças que chamam de tarifa, igual à de ônibus, também 
são tributos?
Importante se faz destacar que as chamadas “tarifas” não são espécies 
de tributos.
Vamos ver o que são as tarifas?
O que é Função Parafiscal?
Destinam-se a suprir de recursos financeiros entidades do poder 
público, com atribuições específicas, desvinculadas do tesouro nacional, 
no sentido de que dispõem de orçamento próprio.
• Tarifas: assim como as taxas, as tarifas servem para 
remunerar serviços prestados pela Administração. Mas as 
tarifas não são tributos. São preços públicos que remuneram 
serviços de utilização facultativa (não compulsória), não se 
submetendo aos princípios da legalidade e anterioridade, 
entre outros. 
Exemplos: tarifa postal, tarifa para emissão de certidão 
etc.
Podemos observar que tanto a taxa como a tarifa podem 
ser exigidas em face de um serviço público específico e divisível, 
sendo que boa parte da doutrina entende que o diferencial 
entre uma e outra cobrança esta na compulsoriedade da 
utilização de tais serviços. Se a utilização não é facultativa, o 
contribuinte pode ser protegido pelo princípio da legalidade, 
pois somente a lei tributária poderá impor a prestação 
pecuniária correspondente que se revestirá da forma de taxa.
A compulsoriedade, como diferencial da taxa e do preço 
público, é referida pela Súmula 545 do STF:
Preços de serviços públicos e taxas não se 
confundem, porque estas, diferentemente 
daqueles, são compulsórias e têm sua 
cobrança condicionada a prévia autorização 
orçamentária, em relação a lei que as instituiu.
Taxa Preço público (tarifa)
É tributo Não é tributo
Decorre de lei Decorre de contrato
Obrigação ex lege Obrigação ex voluntate
Compulsória Voluntária
Obedece aos princípios 
constitucionais tributários
Não obedece aos princípios
Receita derivada* Receita originária**
Ex: taxa de fiscalização ambiental Ex: tarifa de ônibus
Fonte: Criação Própria
* É chamada de receita derivada, pois o dinheiro para 
pagar o tributo deriva do patrimônio do particular.
** O dinheiro deriva do patrimônio do Estado, que a ele 
retorna.
Você sabia que existe outra espécie de tributo?
É, mas este, tratamos em separado porque ele não está previsto no 
ctn, é chamado de contribuição social
• Contribuição Social: este é um tipo de tributo, que 
apesar de não estar previsto no CTN sua cobrança é autorizada 
pela CF.
Podemos conceituá-lo como a espécie de tributo cuja 
cobrança é autorizada pela CF, quando necessária a intervenção 
do Estado no domínio econômico e de interesse das categorias 
profissionais ou econômicas, como instrumento de atuação em 
suas áreas, e que não se subordinam às normas legais relativas 
ao orçamento.
Ostenta nítida função parafiscal. 
Podem ser de três espécies: intervenção no domínio 
econômico, de interesses de categorias profissionais ou 
econômicas e de seguridade social.
Assim, temos pela teoria tripartite três espécies de 
tributos: Impostos, Taxas e Contribuição de melhoria, além 
das cobranças autorizadas pela CF em forma de Tarifas e 
Contribuições Sociais.
Espero que todos tenham aprendido muito nesta aula! 
Caso alguém tenha ficado com alguma dúvida, tenha alguma 
pergunta, choro ou lamentação, poderá entrar em contato 
através da plataforma no quadro de aviso/mensagens ou 
através da ferramenta fórum.
Um grande abraço e até a próxima aula, caso não tiverem 
dúvidas terão dívidas, pois a matéria será cobrada na prova!
Retomando a aula
Chegamos, assim, ao final da primeira aula. Espera-se 
que agora tenha ficado mais claro o entendimento 
de vocês sobre o que vem a ser o Direito Tributário. 
Vamos, então, recordar: 
O Direito Tributário é o ramo do Direito que se ocupa 
das relações entre o fisco e as pessoas sujeitas a imposições 
tributárias de qualquer espécie, é a Disciplina Jurídica dos 
Tributos.
Tributo é toda prestação pecuniária compulsória, em 
moeda ou cujo valor nela possa se exprimir, que não constitua 
sanção de ato ilícito, instituída em lei e cobrada mediante 
atividade administrativa plenamente vinculada.
Assim, a Constituição Federal em seu artigo 145 e o 
Código Tributário Nacional no artigo 5º, adotaram a teoria 
tripartite onde existem três espécies de tributos:
I – Impostos;
II – Taxas;
III – A Contribuição de melhoria.

Mais conteúdos dessa disciplina