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Aulas 5 e 6 - Padrao Ouro


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O Padrão Ouro
O Padrão Ouro: Funcionamento
uA mais influente e conhecida exposição 
teórica do mecanismo do padrão ouro é o 
Modelo de Fluxo de Moedas Metálicas de 
David Hume;
uPersistência até os dias atuais como uma 
abordagem predominante neste tipo de 
análise.
O Padrão Ouro: Funcionamento
u Por que?
uAdota premissas simplificadoras;
uRefere-se a um mundo em que circulariam 
apenas moedas de ouro;
uO papel dos bancos é desprezível;
uToda vez que uma mercadoria er exportada, o 
exportador recebia em ouro, levando-o à casa 
da moeda para cunhagem.
O Padrão Ouro: Funcionamento
u Déficit comercial:
uAs importações de mercadorias superam as 
exportações, soferndo o país uma perda de 
ouro, o que desencadeia uma sequência de 
eventos autocorretivos;
uSuposição d eum mecanismo automático 
autocorretivo dos desvios do equilíbrio.
O Padrão Ouro: Funcionamento
u Déficit comercial:
uCom menos moeda circulando internamente, o 
país deficitário registrava uma queda dos 
preços e o inverso ocorreria no país 
superavitário;
uFluxo de espécie:
uProduz uma alteração nos preços relativos, 
elevando a quantidade demanda dos produtos 
importados no país superavitário.
O Padrão Ouro: Funcionamento
u Déficit comercial:
uAs exportações do país deficitário começam a 
crescer, diminuindo as importações até que o 
desequilíbrio comercial fosse eliminado;
uTrata-se de um mecanismo automático de 
estabililzação com destaque a ajustes dos 
preços relativos e à movimentações dos fluxos 
de metal.
O Padrão Ouro: Funcionamento
u À medida que os mercados e instituições 
financeiras evoluíram, o Modelo de Hume tornou-
se uma representação cada vez mais parcial do 
funcionamento do padrão ouro;
u Como atualizar o Modelo de Hume para o final do 
século XIX?
u Seria possível fazer isso?
O Padrão Ouro: Funcionamento
u Era necessária a incorporação de dois aspectos 
presentes nos mercados por volta desse período:
u Fluxos de capitais internacionais: com frequência 
eram substancialmente mais elevados do que os 
fluxos de mercadorias;
u O Modelo de Hume não previa as reservas 
internacionais de ouro na escala em que passaram 
a ocorrer.
O Padrão Ouro: Funcionamento
u Versão Cunliffe do Modelo (1919):
u Vamos admitir um mundo onde circula papel moeda em 
vez de moeda de ouro, ou circulava paralelamente a 
este;
u O banco central está sempre apto a converter dinheiro 
em ouro;
u Quando um país incorre em um déficit comercial, 
cobriria a diferença na sua moeda, terminando esse 
dinheiro nas mãos de comerciantes do país 
superavitário.
O Padrão Ouro: Funcionamento
u Versão Cunliffe do Modelo (1919):
u O que fazer com esse dinheiro?
uApresentá-lo ao banco central do país deficitário para 
conversão em ouro para posterior conversão na moeda do 
país superavitário:
u A oferta de moeda diminui no país deficitário;
u A oferta de moeda cresce no país superavitário;
u O ajuste ocorre por meio de alterações nos preços 
relativos.
O Padrão Ouro: Funcionamento
u Versão Cunliffe do Modelo (1919):
u Diferença: o meio circulante que iniciou o processo 
assumiu a forma de papel moeda e o ouro, invés de sair 
de circulação no país deficitário, para circular no país 
superavitário era transferido de um banco central a 
outro;
u Essa versão do modelo continuava a prever, em conflito 
com a realidade, um volume substancial de transações 
em ouro.
O Padrão Ouro: Funcionamento
u Versão Cunliffe do Modelo (1919):
u Como eliminar essa discrepância?
u Introduzir outras ações por parte dos bancos centrais;
u Quando ocorre um déficit comercial e se verifica perda de 
ouro, o banco central intervém acelerando o processo de 
ajuste do meio circulante;
u A redução do meio circulante ocorre pela intervenção do banco 
central, exercendo pressão nos preços para baixo, elevando a 
competitividade das mercadorias domésticas, o que diminui o 
déficit com a mesma eficácia de uma saída de ouro do país.
O Padrão Ouro: Funcionamento
u Versão Cunliffe do Modelo (1919):
u Instrumento utilizado:
uTaxa de redesconto
uOperações de mercado aberto: 
u Venda de títulos do portfólio do banco central;
u Raras nesse contexto;
u Incapacidade dos bancos centrais influenciarem os 
mercados e inexistência de anonimato.
O Padrão Ouro: Funcionamento
u Versão Cunliffe do Modelo (1919):
u Por meio da manipulação da taxa de redesconto, o 
banco central pode interferir no volume de crédito 
doméstico;
u O banco central pode elevar ou reduzir a 
disponibilidade de crédito para restaurar o equilíbrio 
do balanço de pagamentos sem que seja necessário 
realizar transferências de ouro;
u As taxas de redesconto podem atrair capitais e reduzir 
a perda de ouro.
Aspectos do Padrão Ouro
u Instituição típica de um momento histórico:
u Como era possível obter um ajuste no balanço de 
pagamentos na ausência de fluxos significativos de ouro, se 
não fosse por meio de rigorosa fidelidade às “regras do 
jogo”?
u O sistema era uma instituição socialmente construída, 
dependendo sua credibilidade dos contextos político, 
econômico e social em que operava;
u Expressão de Keynes (1925).
Aspectos do Padrão Ouro
u Instituição típica de um momento histórico:
u Prioridade dos governos atribuída à manutenção da 
conversibilidade no período anterior à guerra;
u Inglaterra, França e Alemanha fariam o que fosse necessário 
para defender as reservas de ouro de seus bancos centrais, 
mantendo a conversibilidade de suas moedas;
u Como não havia uma teoria coerente que relacionava a 
política de um banco central e a Economia, logo haveria 
discordâncias quanto ao nível das taxas de juros; isto é,, se 
agravavam ou não o desemprego.
Aspectos do Padrão Ouro
u Instituição típica de um momento histórico:
u Não havia como subordinar a estabilidade da moeda ao 
outros objetivos;
u Os bancos centrais podiam afastar-se das regras do jogo no 
curto prazo porque seus compromissos em relação à 
manutenção da conversibilidade em ouro gozava de 
credibilidade no longo prazo;
u No curto prazo a aquisição da moeda em desvalorização 
continuava, pois havia a confiança na manutenção da taxa 
de conversibilidade no longo prazo.
Aspectos do Padrão Ouro
u Construção de uma solidariedade internacional:
u Vamos admitir que nesse contexto, um país decida elevar a 
sua taxa de redesconto, atraindo mais capitais financeiros;
u Ao elevar a taxa de redesconto, atrai mais capitais e mais 
reservas em ouro, debilitando os balanços de pagamento dos 
demais países de onde saíram os capitais e o ouro;
u Possível que se desencadeasse uma onda de elevações nas 
taxas de redesconto praticadas por outros bancos centrais.
Aspectos do Padrão Ouro
u Construção de uma solidariedade internacional:
u Evidência empírica:
u Bloomfield (1959) documenta a ascensão e queda simultânea 
das taxas de redesconto nas duas décadas anteriores à guerra;
u Ideal:
u Algum banco central deveria assumir a responsabilidade pelo 
nível comum de taxa de redesconto;
u Por que?
u Qual banco central?
Aspectos do Padrão Ouro
u Construção de uma solidariedade internacional:
u Por que?
u Deveria ser elevado quando as economias seguissem para o 
superaquecimento;
u Reduzido quando pairassem ameaças de uma recessão mundial;
u Ajuste adotado simultaneamente por diversos bancos centrais;
u Sinalizador:
u Banco da Inglaterra.
Aspectos do Padrão Ouro
u Construção de uma solidariedade internacional:
u Necessidade do ajuste:
uSinalizada por uma elevação nas reservas e os meios 
de pagamento, porque as moedas de ouro saem de 
circulação, entrando nos cofres dos bancos centrais;
uLogo, as reservas crescem em relação aos depósitos e 
outras obrigações em consequência da queda da 
atividade econômica;
uOutro sinal para o ajuste é a taxa de juros.
Aspectos do Padrão Ouro
u Construção de uma solidariedade internacional:
u Crise do Banco Barings em 1890. O banco da Inglaterra foi socorrido 
pelo Banco da França e pelo Banco Estatal Russo:
u O Banco Barings concedeuempréstimos à Argentina, que não 
foram honrados.
u Episódio que marcou a necessidade de uma solidariedade para dar 
sustentação ao padrão ouro em momentos de crise;
u Construção de medidas cooperativas visando preservar o sistema 
tornaram-se cada vez mais comuns;
u Contradição à visão do padrão ouro enquanto um sistema atomizado.
Aspectos do Padrão Ouro
u Instabilidade na periferia:
u Os resultados foram menos satisfatórios fora do centro 
europeu onde se adotou o padrão ouro;
u A grande maioria dos problemas enfrentados pelos países 
periféricos são atribuídos ao fato de que essa prática 
raramente alcançava esses países;
u O Banco da Inglaterra tinha a relevância necessária para 
cobrar ajuda externa nos momentos de necessidade;
u Os problemas na periferia não colocavam em risco a 
estabilidade sistêmica.
Aspectos do Padrão Ouro
u Instabilidade na periferia:
u Por que?
u Inexistência de bancos centrais;
u Sistemas bancários frágeis e vulneráveis a choques;
u Sujeição a abalos excepcionalmente fortes nos preços dos produtos 
exportados por esses países no mercado;
u Efeitos desestabilizadores das alterações nos fluxos de capitais 
internacionais;
u Particular configuração de fatores sociais e políticos que davam 
suporte à operacionalidade do padrão ouro na Europa e funcionavam 
com menor eficácia em outras regiões.
Aspectos do Padrão Ouro
u Estabilidade do sistema:
u Circunstâncias econômicas:
u A posição singular da Inglaterra na economia mundial protegeu 
seu balanço de pagamentos contra choques e abriu espaço para 
que a libra esterlina ancorasse o sistema internacional:
u Concessões de empréstimos em libras;
u Exportações de bens de capital aos países em que esses capitais 
eram investidos;
u Mecanismo de estabilização das contas externas.
Aspectos do Padrão Ouro
u Estabilidade do sistema:
u Circunstâncias políticas:
u Isolamento singular desfrutado pelas autoridades monetárias:
u Fato que permitiu que as mesmas se comprometessem com a 
conversibilidade da moeda em ouro;
u Acima de qualquer outro objetivo, garantindo excessiva confiança 
ao sistema;
u Acima até mesmo de preocupações com as taxas de desemprego.
Aspectos do Padrão Ouro
u Estabilidade do sistema:
u Circunstâncias políticas:
u Ocorrências políticas:
u Ampliação dos direitos de cidadania e surgimento de partidos 
políticos operários acenaram com a possibilidade de contestação 
política às autoridades monetárias;
u Atribuição exclusiva à conversibilidade;
u Principalmente após o final da primeira década do século XX.

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