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PADRE WALDEMAR ~ RUAS DE ITAÚNA


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PADRE WALDEMAR
 22:48 CHARLES AQUINO PADRE NO COMMENTS 
Lei Municipal 0774/65 - CEP: 35680-381
Denomina logradouro público: Rua Pe. Waldemar Antônio de Pádua / Bairro Piedade
O Povo do Município de Itaúna, por seus representantes, decreta e eu, em seu nome, sanciono
a seguinte Lei:
Art. 1º Denominar-se-á “Padre Waldemar Antônio de Pádua” a rua que tem seu
início na Rua Antônio Martins e termina na Rua Esmeraldas, no Bairro da Piedade, em
Itaúna.
Art. 2º Revogadas as disposições em contrário, esta Lei entrará em vigor, na data
de sua publicação.
Mando, portanto, a todas autoridades, a quem o conhecimento desta Lei pertencer, que
a cumpram e a façam cumprir tão inteiramente como nela se contém e declara.
Prefeitura Municipal de Itaúna, 06 de Dezembro de 1965
Milton de Oliveira Penido
Prefeito Municipal
HOMEM SANTO DE DEUS
PADRE WALDEMAR ANTÔNIO DE PÁDUA TEIXEIRA
Guaracy de Castro NOGUEIRA
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Nasceu aos 12 de junho de 1900 em Ouro Preto. Foi batizado pelo Monsenhor Cândido
Velozo, na qualidade de vigário encomendado na Freguesia de Nossa Senhora do Pilar, no
mês de setembro seguinte. Filho de João Batista Teixeira Ruas e de D. Maria do Carmo Ruas.
Foram seus padrinhos o farmacêutico Lauro Barbosa e D. Amélia Ferreira Ruas. Por ocasião
da visita pastoral de D. Silvério Gomes Pimenta, Arcebispo de Mariana, na mesma matriz de
Senhora do Pilar, foi crismado em novembro de 1907. 
Nessa matriz foi coroinha e sacristão. Saiu de Ouro Preto com 19 anos. Empregou-se como
porteiro do Colégio Arnaldo. Em 15 de fevereiro de 1921 foi matriculado na Escola de
Soldados, serviu o Exército até 1922. Pela sua Caderneta de Tiro parece-me que não era
exímio atirador. Afinal esta não era sua missão...
 Acolhido carinhosamente por D. Antônio dos Santos Cabral, ingressou no
Seminário, inicialmente como servidor no Palácio Arquiepiscopal, pois era pobre, tinha
vocação, mas sem recursos e sem bolsa para seus estudos. Recebeu a 1ª Tonsura em 8 de
dezembro de 1928; as duas primeiras ordens menores em 8 de dezembro de 1929 e as duas
últimas em 6 de dezembro de 1930. Subdiácono em 8 de dezembro de 1930 e Diácono em 19
de maio de 1931. Ordenado presbítero, na Catedral de Boa Viagem, por D. Cabral, em 7 de
junho de 1931.
 Começou seu ministério sacerdotal como Capelão do Noviciado da Piedade.
Depois, vigário de Papagaio, Maravilhas, Pequi, Itaúna (1938 a 1942), Santo André em Belo
Horizonte, Igaratinga e novamente Maravilhas. De 1951 a 1980, por 29 anos capelão da Santa
Casa de Itaúna. Vigário de Santanense e vigário cooperador da paróquia de Sant´Ana,
cumulativamente. Em 1966, recebeu das mãos de D. Cristiano Portela, bispo de Divinópolis,
o título de Cônego Honorário da Diocese.
 Faleceu em 3 de outubro de 1986, cercado do carinho e da admiração dos
itaunenses. Está sepultado no cemitério local, onde há flores e possivelmente velas acesas,
qualquer dia em que seu túmulo é visitado.
Quer como coroinha na Igreja do Pilar de Ouro Preto, órfão aos sete anos de pai e mãe,
carente de afeto e de carinhos humanos; quer como sacristão da mesma paróquia, quer como
porteiro do Colégio Arnaldo, quer como valoroso soldado do nosso glorioso Exército, quer
como serviçal humilde no palácio arquiepiscopal, quer como seminarista; a partir de 1931,
finalmente, como sacerdote, vigário e capelão, desde sua ordenação, foi, para a época em que
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viveu, um verdadeiro PADRE, aos olhos do povo cristão e católico.
 Longe de aparecer como um simples líder eclesiástico ou líder da comunidade, um
mero administrador de coisas religiosas, se projetou como enviado de Jesus Cristo para
ensinar, revelando a mensagem evangélica, principalmente pelo exemplo; para santificar,
distribuindo a vida de Deus; para governar, mostrando o caminho do espírito!
É do padre que parte todo o dinamismo sobrenatural da Igreja. Nosso apostolado, o
apostolado dos leigos, dos fiéis encontrará o seu ponto de inserção no apostolado do padre.
Toda vida exterior da Igreja deriva, principalmente, da prodigiosa e imensa fecundidade da
vida interior do padre e da vida interior dos leigos, autênticos cristãos.
Ninguém, neste sentido, foi melhor apóstolo da Igreja que o nosso querido Padre
Wakdemar! Ninguém melhor compreendeu e viveu o primado das forças interiores. A vida do
Padre Waldemar foi toda ela uma vibração de dentro para fora, deixando exemplos, a
grandeza de seu coração de padre.
Guardo com carinho o discurso que o diácono Waldemar pronunciou no dia de sua
ordenação, na presença do Arcebispo Dom Cabral. Entre outras palavras disse:
“Senhor Arcebispo, devíeis hoje ordenar pelo menos doze em vez de dois, tantas são as
necessidades da nossa querida pátria! Mas, confiado em Deus, hei de aumentar as vossas
esperanças e farei por me multiplicar a fim de que possa minorar as deficiências e a vós
rendo publicamente a minha gratidão por me terdes transformado de um humilde porteiro de
uma casa religiosa e de educação em porteiro do céu, pois aqueles que conduzem as almas
ao céu são os seus porteiros, porquanto estes administram os meios deixados por Jesus para
ser alcançado o céu, abrindo suas portas para que os pecadores arrependidos possam 
atingir o desejado fim último”.
Este o Padre Waldemar! Sempre preocupado em conquistar almas para Cristo!
Sacerdote, outro Cristo! Esta verdade lembrava-lhe talvez (quem sabe?) os primeiros
desenganos...as rosas, o fogo, o ardor do ideal, murchando sob os golpes do vento rijo da
realidade clara, que é a vida , também a vida sacerdotal! Lembra-lhe, quiçá, a via-sacra que
lhe foi dado percorrer por alguns anos em várias paróquias – à imitação do Divino Sacerdote.
As viagens difíceis, a queda do cavalo, a perna quebrada, um sem número de sofrimentos, as
injustiças que sofreu até de irmãos do clero, a ponto de dizer-me, certa feita, que as dores
morais doíam mais do que as físicas.
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O vento de sucessivos invernos que lhe fustigaram o rosto, aqui e em outras plagas, não
lhe deixaram marcas, grande era o seu coração que sabia perdoar. O ideal que foi o norte de
sua vida exemplar – ideal sacerdotal – o Padre Waldemar o trouxe sempre aceso, erguendo
como um facho em meio aos lugares por onde andou. Foi um homem recolhido, um homem
silencioso. O silêncio foi a sua linguagem, seu gênio, sua força. Neste mundo dessacralizado
como o nosso, nem sempre se empregam critérios adequados para julgamento dos homens da
Igreja. Cada um é cada um, com seu modo de ser.
A presença do Padre Waldemar inspirava silêncio – o silêncio fecundo das almas
densas. É que sua vida era um constante orar – ora o breviário (no seu tempo, livro das rezas
cotidianas do clérigo), ora o terço – um diálogo permanentecom Deus. Por isto, na sua
presença, sentíamo-nos perto de Deus, tanto nos dava a impressão de estar conversando com
Ele.
Este o Padre Waldemar! Um varão esquivo e discreto, sóbrio na sua vida, nas suas
palavras e sóbrio nas suas atitudes. Embora secular, vivia intensamente os votos dos padres
regulares: obediência, pobreza e castidade. Fiel a si mesmo, cumpria obstinadamente o
programa que traçou para a sua vida, indiferente aos ruídos exteriores. Era um homem da
Igreja, de sua Igreja, da nossa Igreja. Para a Igreja viveu. E viveu pobremente. Todo dinheiro
que chegava às suas mãos era utilizado para a formação de bolsas para seminaristas pobres.
Publicando ligeiros traços de sua vida exemplar, todos sentimos e compreendemos,
cristã e profundamente, a extensão e o verdadeiro significado do sacerdócio, e entendemos a
verdade traduzida na expressão: Sacerdote, outro Cristo!
Este o homem que homenageamos. Este, o padre que tanto admiramos. Vivendo hoje
no mundo dos santos, afastado de todo rumor, temos certeza, vive pensando no progresso
espiritual das almas, ajudando São Pedro como porteiro do céu, por onde entram todas as
almas que invocam sua proteção e intermediação!
PADRE WALDEMAR ... “LEVITAVA” NA HORA DAS MISSAS
Prof. Luiz MASCARENHAS
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 Fui criado na rua Silva Jardim, atrás do balcão da óptica de papai, que ficava
defronte para o Banco da Lavoura – posteriormente – Banco Real. E desse tempo, guardo
muitas lembranças.
 Lembro-me dele também. Na minha meninice, para mim era apenas o padre. O
padre que subia a Silva Jardim; quase todos os dias e invariavelmente no mesmo horário.
Muitos subiam a Silva Jardim, contudo, a figura do padre me chamava a atenção. Parecia
quase uma figura mítica, estranha à paisagem cotidiana.
 Vinha ele, capengando de lado para outro, com um dos pés pisando “pra dentro”
como se dizia... Vestia uma pesada batina preta (que mais tarde aprendi que se chamava
“greca” - um sobretudo ao modelo jaquetão, de botões trespassados e com dois bolsos...) e
com um guarda –chuva pendente de um dos braços. A cabeça encanecida e uma barba rala
por fazer.
 Muitos de meus colegas tinham medo dele. Eu não tinha medo dele. Tinha
curiosidade. Meus pais sempre me diziam: “peça a benção para o padre” e eu ficava ali,
fitando seus passos incertos até chegar próximo da loja. Impaciente, corria ao seu encontro e
dizia todo entusiasmado: “bença padre” e logo puxava-lhe a mão para beijar. Ele dava um
sorriso bonachão e dizia “Deus te abençoe! ”; vez por outra colocava a mão sobre a minha
cabeça...E eu ficava encantado com aquilo.
 Sempre que o via pelas ruas, andando com dificuldade, pedia para o meu pai: “ dá
carona pro padre papai...tadinho, tão velhinho...” E papai parava o carro e ele se sorria e se
assentava no lado do carona e lá íamos para o Hospital. Parece-me que sempre esse era o seu
destino. E eu voltava para casa todo feliz por termos ajudado o padre velhinho...
 Quando estudava na Escola Normal (Escola Estadual de Itaúna) eu o via nas
tardes ensolaradas entrando na casa da dona Arthumira e do seu Moreira (sogros do Dr.
Guaracy) que ficava em frente a escola.
 Na Semana Santa, papai me colocava sobre os ombros e eu ficava fitando o Pe.
Waldemar indo e voltando próximo ao altar, de batina e sobrepeliz rendada...esperando a
procissão do Encontro chegar na praça. Já na juventude, o visitei diversas vezes em seu
quarto no Hospital aonde residia e celebrava a Missa todos os dias pela manhã na capela.
Recordo-me que ele falava grosso e baixinho...custava a entender o que dizia...
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 Tenho em minha memória também o dia do seu funeral (uma primeira sexta-feira
do mês aonde de celebra a devoção do Sagrado Coração de Jesus), com dezenas coroas de
flores pelos corredores da Matriz de Sant'Ana e os mais velhos com os olhos úmidos de
lágrimas...Na época eu era acólito do bispo, Dom José da Costa Campos, que fez uma bonita
pregação neste dia sobre o Bom Pastor. Neste dia, um estranho arco íris em volta do sol
chamou atenção dos fiéis de Itaúna.
 Muito tempo depois, vejo o seu retrato no andar superior do Hospital “Manoel
Gonçalves” – certamente- o seu último capelão oficial... Papai tem por ele grande devoção.
 Pe. Waldemar para mim foi dessas personagens que habitam as mais remotas
lembranças de infância. Hoje tenho a consciência de que foi o pároco de Sant'Ana (1938 –
1943) que terminou a construção da Igreja Matriz de Sant'Ana. O padre que “levitava” na
hora das missas.
Padre Waldemar
REFERÊNCIAS:
Texto1: Guaracy de Castro Nogueira (In memoriam)
Texto 2: Prof. Luiz Mascarenhas
Pesquisa: Charles Aquino, Patrícia Gonçalves Nogueira.
Organização: Charles Aquino
Acervo: Instituto Cultural Maria Castro Nogueira
Fotografia / Pe. Waldemar: Antônio Gomes
Fotografia: Charles Aquino
Projeto de Lei dos Logradouros: Prefeitura Municipal de Itaúna
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