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DE071- DIREITOS HUMANOS E PROTEÇÃO INTERNACIONAL ATIVIDADE PRÁTICA ALUNO: DANIEL NEVES CRISCOLO • CASO PRÁTICO Em um estado latino-americano, há 10 anos, duas mulheres, Manuelita e Carla, foram detidas ilegalmente em um posto de controle militar. Elas foram violadas, agredidas física e psicologicamente para que não apresentassem queixa, e punidas porque os agressores as consideravam como parte da organização paramilitar oposta. As vítimas apresentaram uma queixa ao Ministério Público, o que corroborou cientificamente que ambas as mulheres haviam sido estupradas, tinham lesões físicas e temiam ameaças que afetassem seu estado mental e psicológico. Consequentemente, e devido ao dever envolvido no que aconteceu, a respectiva queixa e ação judicial foi apresentada ao tribunal criminal que tem competência e jurisdição para ouvir o assunto. Após dois meses, durante a fase de investigação, o processo foi arquivado, os recursos legais nacionais foram esgotados, sem qualquer progresso no processo criminal, e as mulheres prejudicadas apresentaram uma queixa à Corte Interamericana de Direitos Humanos. 1. A queixa escrita de violações de direitos humanos apresentada por Manuelita e Carlota à Corte Interamericana de Direitos Humanos é aceita? 2. O que você recomenda fazer se considerar que a denúncia de estupro apresentada por Manuelita e Carlota não é aceita? 3. Se, ao ouvir o caso, a Corte Interamericana determinar que houve uma violação dos direitos humanos, o que contém a decisão? 4. Quais são os deveres do Estado Parte na Convenção Interamericana para Prevenir e Punir a Tortura? 5. Você considera que houve tortura no caso de Manuelita e Carlota? RESPOSTAS: 1. A queixa escrita de violações de direitos humanos apresentada por Manuelita e Carla à Corte Interamericana de Direitos Humanos pode ser aceita ou rejeitada pela Corte, uma vez que cabe a ela avaliar se o caso se enquadra nos critérios de admissibilidade da Convenção Americana sobre Direitos Humanos. Esses critérios incluem, entre outros, a esgotamento dos recursos legais internos no país em questão e a existência de violações a direitos humanos protegidos pela Convenção. 2. Se a denúncia de estupro apresentada por Manuelita e Carla não for aceita, é recomendável buscar o apoio de organizações de direitos humanos locais ou internacionais para continuar lutando pela justiça. Além disso, pode ser útil pressionar as autoridades nacionais por meio de petições, manifestações públicas ou denúncias na imprensa. 3. Se a Corte Interamericana determinar que houve uma violação dos direitos humanos, sua decisão pode conter medidas de reparação, incluindo a obrigação do Estado de investigar e punir os responsáveis, compensação para as vítimas e medidas de não repetição para prevenir futuras violações. 4. De acordo com a Convenção Interamericana para Prevenir e Punir a Tortura, o Estado Parte deve tomar medidas efetivas para prevenir e punir a tortura e outros tratamentos ou penas cruéis, desumanos ou degradantes. Isso inclui, entre outras coisas, investigar prontamente as alegações de tortura, garantir o acesso a um advogado e a um médico independente, e proteger as vítimas e testemunhas contra represálias. 5. Com base nas informações fornecidas, pode-se argumentar que as agressões físicas e psicológicas infligidas a Manuelita e Carla são consideradas como tortura, conforme definido pela Convenção Interamericana para Prevenir e Punir a Tortura. No entanto, cabe aos tribunais e órgãos competentes avaliar se as ações em questão atendem aos critérios legais específicos de tortura. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS • Corte Interamericana de Direitos Humanos. (2018). Relatório anual de 2017. San José, Costa Rica: Corte Interamericana de Direitos Humanos. • Anistia Internacional. (2019). Relatório de direitos humanos no Brasil em 2019. Recuperado de https://www.amnesty.org/pt/countries/americas/brazil/report-brazil/ • Corte Interamericana de Direitos Humanos. (2019). Manual sobre mecanismos internacionais de proteção dos direitos humanos. San José, Costa Rica: Corte Interamericana de Direitos Humanos. https://www.amnesty.org/pt/countries/americas/brazil/report-brazil/