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DINÂMICA GERENCIAL DO 
SISTEMA ÚNICO DE 
ASSISTÊNCIA SOCIAL 
(SUAS) 
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM 
A partir da perspectiva do saber-fazer, são apresentados os seguintes 
objetivos de aprendizagem: 
Saber: 
• Viabilizar ao aluno o conhecimento sobre o SUAS, à luz do modelo 
atualmente conduzido pela Secretaria Especial do Desenvolvimento 
Social vinculada ao Ministério da Cidadania (decorrência da Medida 
Provisória nº 870/2019, sancionada pelo Presidente da República 
Federativa do Brasil Jair Messias Bolsonaro, que aglutinou os 
Ministérios do Desenvolvimento Social e dos Esportes). 
 
Fazer: 
• Reconhecer os processos do SUAS, nas suas respectivas esferas: 
federal, estadual e municipal. 
• Compreender os principais indicadores e ferramentas gerenciais do 
SUAS. 
• Conhecer a legislação e os regulamentos relacionados ao SUAS. 
1 CONTEXTUALIZAÇÃO 
O Sistema Único de Assistência Social – SUAS foi criado em 2005 e 
sedimentado no aparato normativo nacional por meio da Lei n. 12.435 de 06 
de julho de 2011, sancionada pela então Presidente da República Federativa 
do Brasil Dilma Vana Rousseff e propunha-se à sofisticar o texto da Lei n. 
8.742, de 07 de setembro de 1993, sancionado pelo então Presidente da 
República Federativa do Brasil Itamar Franco, que institui a organização da 
Assistência Social no Brasil. 
Mantidas as proporções de que são alicerçados pela Constituição 
Federal, ambos aparatos normativos são imprescindíveis para a 
compreensão dos propósitos e dos interesses do Estado Brasileiro em 
relação à assistência social, quanto política pública executada por todos os 
entes federados. 
Em linhas gerais, a lei prevê que a assistência social no Brasil é um 
direito do cidadão e ao mesmo tempo um dever do Estado. Tal direito-dever 
é traduzido pela Política de Seguridade Social não contributiva, responsável 
pela provisão de mínimos sociais, devidamente integrados a um conjunto de 
ações públicas e da sociedade, capazes de garantir o atendimento às 
necessidades básicas dos cidadãos desfavorecidos. Esse teor, previsto no 
caput do artigo 1º da lei 8742/1993 traduz de imediato que tal política deve 
contar com a participação da sociedade, que se traduz na dinâmica dos 
conselhos e das conferências de assistência social, sobre os quais 
discorreremos mais adiante. 
Isso posto, é imperativo observar os objetivos da assistência social no 
Brasil, redelineados pela Lei n. 12435/2011: (I) proteção social, visando a 
garantia da vida, da redução de danos e da prevenção de incidência de riscos; 
(II) a vigilância socioassistencial, que visa analisar territorialmente a 
capacidade protetiva das famílias e supressão de vulnerabilidades como 
ameaças, vitimizações e danos; (III) a defesa dos direitos, garantindo amplo 
acesso às provisões socioassistenciais (BRASIL, 2011). Tais dispositivos, 
inscritos no artigo 2º da lei supra, esclarecem que a assistência social 
brasileira tem como escopo a promoção da cidadania e da dignidade 
humana, dois fundamentos constitucionais da República Federativa do 
Brasil. 
A proteção social, segundo o art. 2º da lei n. 12345/2011 envolve a 
atenção à cinco vertentes importantes: 
• proteção à família, à maternidade, à infância, à adolescência e à 
velhice; 
• amparo às crianças e aos adolescentes carentes; 
• promoção da integração ao mercado de trabalho; 
• habilitação e reabilitação das pessoas com deficiência e a promoção 
de sua integração à vida comunitária; 
• garantia de um salário-mínimo de benefício mensal à pessoa com 
deficiência e ao idoso sem meios de subsistência. 
Como se pode observar, a intenção prioritária da proteção social é 
evitar o colapso do núcleo familiar e da depauperação das condições de 
subsistência de cidadãos brasileiros desde o ventre materno até o final da 
vida, haja visto que cabe à assistência social o sepultamento digno de 
pessoas sem meios e indigentes. A lógica da lei, entretanto, não é 
transformar a assistência social como um meio “paternalista” de sustentação 
longevo, mas sim como um mecanismo de apoio que possa viabilizar a 
transição do cidadão de um momento de total mazela e desprestígio 
econômico e social, de quaisquer naturezas, para um contexto onde ele 
possa caminhar com as próprias pernas (não à toa, a alínea c, do inciso I, do 
art. 2º, prevê a promoção da integração ao mercado de trabalho e a 
reintegração de indivíduos). O fomento sustentável dessa transição é 
imperativa para a garantia da cidadania e da dignidade humana, pois em 
nenhum momento a lei expressa o seu interesse em criar uma massa de 
dependentes. 
A vigilância socioassistencial tem escopo o mapeamento das 
fragilidades locais (razão do uso do termo territorial) no intuito de mapear a 
capacidade institucional de proteger as famílias em situações como de 
depauperação da dignidade humana, tal como o trabalho análogo ao 
escravo, a exploração sexual, a violência doméstica, desequilíbrio na área de 
segurança causada por atividades paramilitares e organizações criminosas, 
tragédias ocasionadas por grandes acidentes ou distúrbios ambientais 
severos. Por último, tem-se a defesa dos direitos, por meio da oferta de 
provisões socioassistenciais, convergentes com o mapeamento do território. 
Nesse sentido, inserem-se as políticas públicas, como aquelas direcionadas 
ao combate à fome (distribuição de cestas básicas), combate aos efeitos da 
seca (implantação de cisternas ou reservatórios para coleta de água de 
chuvas ou ainda, distribuição de água com uso de carros-pipa), combate à 
exploração sexual (ações de monitoramento de famílias inseridas em grupos 
de risco), tratamento contra dependência química (entorpecentes e álcool), 
acolhimento de pessoas em risco (casas de apoio para mulheres vítimas de 
violência doméstica e para crianças e adolescentes provenientes de 
domicílios desestruturados), entre outros. 
Esses objetivos são atingidos pela articulação bipartite entre o Estado 
e a Comunidade, por meio de suas entidades organizadas, a qual é 
formalizada por meio dos Conselhos de Assistência Social, presentes em 
todas as esferas da federação brasileira: União, Estados, Municípios e Distrito 
Federal. O propósito dessa interação é fomentar a acurada execução das 
políticas públicas, por meio do acompanhamento ostensivo da aplicação do 
erário público, cumprimento de indicadores quantitativos e qualitativos, 
fomento do controle social e otimização da malha de cobertura dos recursos. 
Isso posto, nota-se não apenas através da evidenciação dos objetivos 
legais, mas dos propósitos de organização da institucional da assistência 
social quanto balizadores de sua governança e de sua gestão. Trata-se de 
uma vertente seminal para a compreensão do SUAS. Assim sendo, para que 
possa proporcionar ao leitor uma visão sólida acerca da dinâmica gerencial 
do SUAS, o presente capítulo abordará os seguintes temas: Estrutura 
gerencial nos Estados Federados; Comissões Intergestores: dinâmica e 
aparato normativo; Vigilância Socioassistencial: Censo SUAS, Registro Mensal 
de Atendimentos (RMA); Prontuário Eletrônico Simplificado; Prontuário 
SUAS; Encontro Nacional de Monitoramento e Vigilância Socioassistencial; 
Gestão Compartilhada do SUAS: Conceito e Índice de Gestão Descentralizada 
do Sistema Único de Assistência Social (IGDSUAS); Apoio Técnico e Sistema 
de Informação da Rede do SUAS: Aspectos gerais; Pacto de Aprimoramento 
do SUAS: Conceitos, Metas de Aprimoramento, Pacto de Aprimoramento do 
SUAS nos Estados e no Distrito Federal e Pacto de Aprimoramento do SUAS 
nos municípios. O propósito de cada um deles será destacado ao longo do 
texto. 
2 ESTRUTURA GERENCIAL NOS ESTADOS FEDERADOS 
2.1 ASPECTOS GERAIS SOBRE O SUAS E GOVERNANÇA 
O Sistema Único de Assistência Social é um dos sistemas públicos 
nacionais – tal como ocorre no caso do Sistema Único de Saúde – e tem como 
escopo a gestão de todos os serviços públicose políticas públicas afeitas à 
assistência social em território nacional. 
No que diz respeito ao SUAS, tudo tem sua origem no texto 
constitucional, quando a República Federativa do Brasil, estabelece como 
seus fundamentos a cidadania e a dignidade humana e como seus objetivos 
fundamentais, a construção de uma sociedade livre, justa e solidária, a 
erradicação da pobreza e da marginalização por meio da redução das 
desigualdades sociais e regionais e a promoção do bem de todos, sem 
preconceitos e discriminações de quaisquer formas. 
Em suma, o SUAS nasce da vontade nacional de expressar sua 
valorização do que o país tem de melhor, a sua gente, o seu capital humano, 
não tolerando qualquer tipo de desvalia, em nome da prevalência dos 
direitos humanos. Logo, é de suma importância compreender que a 
assistência social no Brasil é uma obrigação do Estado Brasileiro e de todos 
os seus entes federados. Entretanto, ela não pode ou deve ser tratada como 
insumo para promoção política sob pena de ferir-se o princípio da 
moralidade da administração pública. A assistência social no Brasil, não é 
favor: é mecanismo de superação da incompetência gerencial dos governos 
que não conseguem, apesar de bater recordes anuais de arrecadação, não 
conseguem oferecer políticas públicas consistentes para viabilizar que o 
povo brasileiro seja economicamente sustentável. Além das cláusulas 
pétreas, a Carta Magna em vigência prevê no Título VIII – Da Ordem Social, 
capítulo totalmente dedicado ao tema Seguridade Social, que expressa nos 
artigos 194 e 195, a dinâmica de funcionamento das iniciativas de promoção 
da seguridade, onde insere-se a assistência social. Em relevo, a previsão 
constitucional da gestão (BRASIL, 1988). 
Art. 195. A seguridade social será financiada por toda a sociedade, de 
forma direta e indireta, nos termos da lei, mediante recursos provenientes 
dos orçamentos da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, 
e das seguintes contribuições sociais: 
[...] 
• 10. A lei definirá os critérios de transferência de recursos para o 
sistema único de saúde e ações de assistência social da União para os 
Estados, o Distrito Federal e os Municípios, e dos Estados para os 
Municípios, observada a respectiva contrapartida de recursos. 
Frente à Constituição, as Leis n. 12.435 de 06 de julho de 2011 e Lei n. 8.742, 
de 07 de setembro de 1993, sofisticam as intenções dos legisladores, 
exprimindo as expectativas em relação ao funcionamento da arquitetura do 
sistema de Assistência Social no Brasil. 
Conforme arquitetado no nosso aparato normativo, o SUAS possui uma 
elegante estrutura, conforme exposto na figura a seguir: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
FIGURA 1 – O SISTEMA ÚNICO DE ASSISTÊNCIA SOCIAL 
 
FONTE: A autora 
 
Sugerimos a leitura das Leis n. 12.435, de 06 de julho de 2011 e n. 8.742, de 
07 de setembro de 1993. Sua leitura é imprescindível para a fomento da 
solidez de sua formação. Os textos podem ser encontrados facilmente, por 
meio de pesquisa em algum sistema de pesquisa on-line, como o Google ou 
Bing. 
O SUAS é gerenciado pelo Ministério da Cidadania, produto da 
reestruturação organizacional impetrada durante a gestão do Presidente Jair 
Messias Bolsonaro, através de interface com a sociedade civil, que de modo 
compartilhado, determinam não apenas os regramentos de gestão, como as 
políticas públicas relacionadas à Assistência Social no Brasil. Suas decisões 
são suportadas por dois entes: as Comissões Intergestores Bipartite (CIBs) e 
a Comissão Intergestores Tripartite (CIT). Elas, em conjunto com o Ministério 
da Cidadania corroboram para a articulação dos esforços e os recursos entre 
os entes federados, a saber, a União, os Estados, os Municípios e o Distrito 
Federal, os quais são devidamente acompanhados e aprovados pelo 
Conselho Nacional de Assistência Social (CNAS) e pelos seus pares simétricos, 
os Conselhos Estaduais e Municipais de Assistência Social (BRASIL, Ministério 
da Cidadania/Secretaria Especial do Desenvolvimento Social/Assistência 
Social 2020). 
Como pode-se observar na Figura 1, o SUAS é suportado pelo Plano Nacional 
de Assistência Social (PNAS). Tal política está amparada na LOAS (Lei nº 
8742/1993), mais especificamente em seu artigo 4º, que prevê o seguinte 
conjunto de princípios (BRASIL, 1993): 
Art. 4º - A assistência social rege-se pelos seguintes princípios. 
• I - supremacia do atendimento às necessidades sociais sobre as 
exigências de rentabilidade econômica; 
• II - universalização dos direitos sociais, a fim de tornar o destinatário 
da ação assistencial alcançável pelas demais políticas públicas; 
• III - respeito à dignidade do cidadão, à sua autonomia e ao seu direito 
a benefícios e serviços de qualidade, bem como à convivência familiar 
e comunitária, vendando-se qualquer comprovação vexatória de 
necessidade; 
• IV - igualdade de direitos no acesso ao atendimento, sem 
discriminação de qualquer natureza, garantindo-se equivalência às 
populações urbanas e rurais; 
• V - divulgação ampla dos benefícios; serviços, programas e projetos 
assistenciais, bem como dos recursos oferecidos pelo Poder Público e 
dos critérios para sua concessão. 
Esse dispositivo inscrito na Lei Orgânica da Assistência Social (LOAS), inscreve 
todos os propósitos da PNAS, a qual foi operacionalizada, efetivamente, por 
meio da Resolução do CNAS n. 145, de 15 de outubro de 2004, conforme 
explica CNAS (2016, p. 16). Por meio dessa resolução, os alicerces do SUAS 
em território nacional passaram a contar um instrumento de governança e 
de articulação entre os entes federados. Irradiado dessa, os procedimentos 
operacionais padrão do SUAS, foram traduzidos pela Norma Operacional 
Básica do Sistema Único de Assistência Social (NOB/SUAS), cuja primeira 
versão foi publicada no ano de 2005 (MDS 2005). De acordo com CNAS (2016, 
p. 12), “[...] estas foram as normativas estruturantes de adesão dos entes 
federados ao novo modelo de organização e gestão da assistência social em 
todo o país, impulsionando o movimento de enraizamento da política de 
Assistência Social no campo do direito”. (interpolação nossa). Como se nota, 
de acordo com Brasil (2020, s.p.), a PNAS envolve diretamente “[...] estruturas 
e marcos regulatórios nacionais, estaduais, municipais e do Distrito Federal”. 
 
Para aprofundar seus estudos sobre a dinâmica do SUAS, é indicada a leitura 
dos seguintes livros institucionais: 
• Política Nacional de Assistência Social PNAS/ 2004. Publicado pelo 
extinto Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome no 
ano de 2005, detalha com riqueza de detalhes a política nacional. O 
livro pode ser lido on-line, no endereço: <http://www.mds.gov.br>. 
• Plano Decenal de Assistência Social 2016-2026. Publicado pelo 
extinto Ministério do Desenvolvimento Social e Agrário, no ano de 
2016, discorre sobre o planejamento decenal do Plano Nacional de 
Assistência Social elaborado pelo Conselho Nacional de Assistência 
Social. O livro pode ser lido on-line no endereço: 
<http://www.assistenciasocial.al.gov.br>. 
http://www.mds.gov.br/webarquivos/publicacao/assistencia_social/Normativas/PNAS2004.pdf
http://www.assistenciasocial.al.gov.br/xx-conferencia-estadual-de-assistencia-social/PLANO%20DECENAL%202016-2026-1.pdf
Voltando à Figura 1, é possível notar que a estrutura do PNAS pode ser 
segmentada em três campos distintos, sendo dois relativos à modalidades 
de proteção social e outro, afeito à gestão do SUAS. As modalidades de 
proteção social são duas: (a) Proteção Social Básica e (b) Proteção Social 
Especial. A área de Gestão, por sua vez, diz respeito à gestão dos Benefícios 
Sociais, ao gerenciamento do Cadastro Nacional de Entidades e 
Organizações de Assistência Social (CNEAS) e a gestão de recursos da 
Assistência Social propriamente ditos. 
 
A Proteção Social, de acordo com SEDS (2020, s.p.), é definidacomo “[...] a 
garantia de inclusão a todos os cidadãos que encontram-se em situação de 
vulnerabilidade e/ou em situação de risco, inserindo-se na rede de Proteção 
Social local”. Por essa razão, ela é segmentada em Básica e Especial. Na 
Tabela 1 a seguir, são apresentados os conceitos, as aplicações e as 
respectivas formas de operacionalização de cada uma delas. 
 
A Proteção Social Básica envolve serviços de assistência social voltados à 
identificação de riscos sociais, que podem ser mitigados por meio da 
promoção dos laços relacionais, sobremaneira os familiares. Esses serviços 
são principiados pelo Centros de Referência em Assistência Social – CRAS e 
comumente envolvem atividades voltadas para proteção e atenção à família 
(acompanhamento de gestantes e recém-nascidos, com oferta de leite, por 
exemplo), acompanhamento de idosos e pessoas com necessidades 
especiais (através de atividades integrativas e desportivas, entrega de 
cadeiras de roda, acompanhamento para serviços de fisioterapia e renda 
mínima). 
TABELA 1 – PROTEÇÃO SOCIAL: MODALIDADES, CONCEITOS, APLICAÇÕES E 
SERVIÇOS RELACIONADOS 
Modalidade 
de Proteção 
Social 
Conceito Aplicação 
Serviços 
relacionados 
Básica 
Tem como objetivo prevenir 
situações de risco por meio 
do desenvolvimento de 
potencialidades e aquisições 
e o fortalecimento de 
vínculos familiares e 
A Proteção Social 
Básica tem como 
porta de entrada do 
Sistema Único da 
Assistência Social os 
Centros de Referência 
· Serviço de 
Proteção e 
Atenção Integral 
à Família-PAIF. 
comunitários. Destina-se à 
população que vive em 
situação de vulnerabilidade 
social decorrente da pobreza, 
privação (ausência de renda, 
precário ou nulo acesso aos 
serviços públicos, dentre 
outros) e/ou fragilização de 
vínculos afetivos - 
relacionais e de 
pertencimento social 
(discriminações etárias, 
étnicas, de gênero ou por 
deficiências, dentre outras). 
de Assistência Social 
- CRAS. 
· Serviço de 
Convivência e 
Fortalecimento de 
Vínculos. 
· Serviço de 
Proteção Social 
Básica no 
Domicílio para 
Pessoas com 
Deficiência e 
Idosas. 
Especial 
É a modalidade de 
atendimento assistencial 
destinada a famílias e 
indivíduos que se encontram 
em situação de risco pessoal 
e social por ocorrência de 
abandono, maus tratos 
físicos e/ou psíquicos, abuso 
sexual, uso de substâncias 
psicoativas, cumprimento de 
medidas socioeducativas, 
situação de rua, situação 
trabalho infantil, entre 
outras. 
 
São situações que requerem 
acompanhamento individual 
e maior flexibilidade nas 
soluções protetivas, 
comportam 
encaminhamentos 
monitorados, apoios e 
processos que assegurem 
qualidade na atenção 
protetiva e efetividade na 
reinserção almejada. 
Os serviços de 
proteção especial têm 
estreita interface com 
o sistema de garantia 
de direitos, exigindo 
muitas vezes uma 
gestão mais complexa 
e compartilhada com 
o Poder Judiciário, 
Ministério Público e 
outros órgãos e ações 
do Executivo 
· Proteção 
Social Especial de 
Média 
Complexidade 
· Proteção 
Social Especial de 
Alta 
Complexidade 
· CREAS 
· CENTRO 
POP. 
FONTE: Adaptado de SEDS (2020) 
A Proteção Social Especial, por sua vez, já atende casos mais complexos, 
onde existem crimes contra a dignidade humana e a dignidade sexual, os 
quais demandam articulado enforcement estatal para oferta de garantias às 
vítimas. Enquadram-se nessa modalidade de atendimento serviços de 
média complexidade, como abordagem e acompanhamento de pessoas em 
situação de residência em rua, medidas socioeducativas à jovens 
delinquentes, mitigação de trabalho infantil. No caso dos atendimentos 
especiais de alta complexidade, envolvem-se serviços como 
acompanhamento institucional integral, casa de apoio para vítimas de 
violência doméstica, casa de apoio para crianças e adolescentes vítimas de 
violência sexual, albergue, medidas socioeducativas para apenados em 
regimes semiabertos e abertos, família substituta e família acolhedora, 
asilos. Todos esses trabalhos são executados pelo Centro de Referência 
Especializado em Assistência Social (CREAS) e pelo Serviço Especializado 
para Pessoas em Situação de Rua (CENTRO POP). Nas figuras a seguir, é 
possível observar duas iniciativas relacionadas às proteções sociais básica e 
especial. 
FIGURA 2 - EXEMPLOS DE PROTEÇÃO SOCIAL TRADUZIDOS PELO 
MARKETING PÚBLICO 
 
FONTE: <http://www.desenvolvimentosocial.sp.gov.br>. Acesso em: 19 
abr. 2020. 
FIGURA 2 - EXEMPLOS DE PROTEÇÃO SOCIAL TRADUZIDOS PELO 
MARKETING PÚBLICO 
http://www.desenvolvimentosocial.sp.gov.br/portal.php/federais_bcp%3E;%20%3Chttp:/www.itapolis.sp.gov.br/portal4/index.php/secretarias-e-orgaos/desenvolvimentosocial/12582-dia-de-combate-a-exploracao-sexual-de-criancas-e-adolescentes-18-05-contara-com-passeata-em-itapolis-2
 
FONTE: <http://www.desenvolvimentosocial.sp.gov.br>. Acesso em: 19 
abr. 2020. 
http://www.desenvolvimentosocial.sp.gov.br/portal.php/federais_bcp%3E;%20%3Chttp:/www.itapolis.sp.gov.br/portal4/index.php/secretarias-e-orgaos/desenvolvimentosocial/12582-dia-de-combate-a-exploracao-sexual-de-criancas-e-adolescentes-18-05-contara-com-passeata-em-itapolis-2
 
Recomendamos a entrevista com a Especialista Isa Guará, assessora da 
Associação dos Pesquisadores de Núcleos de Estudos e Pesquisas sobre a 
Criança e o Adolescente (Neca). Disponível no link: 
<https://www.youtube.com>. 
A Gestão do SUAS envolve a oferta de Benefícios Sociais, segmentados 
segundo a modalidade de risco e vulnerabilidade, o Cadastro Nacional de 
Entidades e Organizações de Assistência Social (CNEAS) e a concessão de 
certificação à entidades beneficentes e a gestão de recursos, por meio das 
decisões colegiadas das Comissões Intergestores Bipartite (CIBs) e 
Comissão Intergestores Tripartite (CIT) (BRASIL, 2020). 
 Os Benefícios Sociais, de acordo com a Lei n. 8742/1993, podem ser 
classificados em benefícios de prestação continuada (BCP), benefícios de 
prestação eventuais (BPE) e em serviços sociais. Confira as distinções de 
cada um deles, na Tabela 2. 
TABELA 2 – TAXONOMIA DOS BENEFÍCIOS SOCIAIS 
Modalidade 
de benefício 
social 
Conceito na base legal 
Exemplos de 
produtos 
Prestação 
Continuada 
O benefício de prestação continuada é a garantia de 
1 (um) salário mínimo mensal à pessoa portadora de 
deficiência e ao idoso com 70 (setenta) anos ou mais 
e que comprovem não possuir meios de prover a 
própria manutenção e nem de tê-la provida por sua 
família. Para efeito de concessão deste benefício, a 
pessoa portadora de deficiência é aquela 
incapacitada para a vida independente e para o 
trabalho. Considera-se incapaz de prover a 
manutenção da pessoa portadora de deficiência ou 
idosa a família cuja renda mensal per capita seja 
inferior a ¼ (um quarto) do salário mínimo. Trata-se 
de um benefício revisto a cada dois anos. 
· Programa 
BCP na Escola 
· Programa 
BCP Trabalho 
· Bolsa-Família. 
· Tarifa social 
energia 
· Tarifa social 
água 
· Vale-gás. 
https://www.youtube.com/watch?v=sdXEZD3EkiM
Eventuais 
Entendem-se por benefícios eventuais aqueles que 
visam ao pagamento de auxílio por natalidade ou 
morte às famílias cuja renda mensal per capita seja 
inferior a 1/4 (um quarto) do salário mínimo. A 
concessão e o valor dos benefícios de que trata este 
artigo serão regulamentados pelos Conselhos de 
Assistência Social dos Estados, do Distrito Federal e 
dos Municípios, mediante critérios e prazos 
definidos pelo Conselho Nacional de Assistência 
Social (CNAS). Poderão ser estabelecidos outros 
benefícios eventuais para atender necessidades 
advindas de situações de vulnerabilidade temporária, 
com prioridade para a criança, a família, o idoso, a 
pessoa portadora de deficiência, a gestante, anutriz e 
nos casos de calamidade pública. Eles 
obrigatoriamente tem de estar relacionados ao 
momento do nascimento, da morte, da 
vulnerabilidade temporária e na calamidade pública. 
· Situação de 
Calamidade Pública. 
· Aluguel 
Social. 
· Auxílio 
natalidade. 
· Auxílio 
funeral. 
Serviços 
Sociais 
Entendem-se por serviços assistenciais as atividades 
continuadas que visem à melhoria de vida da 
população e cujas ações, voltadas para as 
necessidades básicas, observem os objetivos, 
princípios e diretrizes estabelecidas em lei. Esses 
serviços são direcionados a crianças e adolescentes 
em situação de risco pessoal e social e às pessoas 
que vivem em situação de rua. 
· Programa de 
Prevenção às 
Drogas. 
· Programa 
Criança Feliz. 
FONTE: Brasil (1993; 2020) 
 
Além de gerir os benefícios sociais, devidamente amparados pela Política 
Nacional de Assistência Social, cabe ao CNAS a gestão e a atualização do 
CNEAS, conforme expressa o inciso XI, 19, da Lei 8742/2013: “[...] XI - 
coordenar e manter atualizado o sistema de cadastro de entidades e 
organizações de assistência social, em articulação com os Estados, os 
Municípios e o Distrito Federal [...]” (BRASIL, 1993). O CNEAS refere-se à uma 
ferramenta gerencial, que tem como objetivo a compilação de informações 
sobre as entidades especializadas em assistência social no país e a sua 
respectiva oferta de serviços socioassistenciais. Além disso, trata-se de um 
meio de interface entre o Estado e a sociedade, onde, exalta-se a relevância 
das organizações do terceiro setor como estratégicas para o SUAS (BRASIL, 
2020). O cadastro no CNEAS é demandado por entidades de terceiro setor 
de direito público ou privado sem fins lucrativos. 
 
Para melhor compreensão do sistema CNEAS, indicamos o site: 
<https://www.gov.br/pt-br/servicos/cadastrar-entidade-de-assistencia-
social>. Nesse endereço, você terá a oportunidade de conhecer as etapas 
do cadastramento e os formulários que são utilizados pelo Governo Federal 
para o cadastramento de sua entidade. Sugerimos ainda: 
• Teleconferência fala sobre o Cadastro Nacional de Entidades de 
Assistência Social (CNEAS). Disponível em: 
<https://www.youtube.com>. 
• Tutorial de preenchimento do CNEAS (Canal oficial do Ministério 
das Cidades no Youtube; contém 07 vídeos). Disponível em: 
<https://www.youtube.com>. 
Além do cadastramento das entidades beneficentes, o Governo Federal, 
após o cadastro no CNEAS, ainda oferece certificação, em três modalidades: 
para entidades especializadas na área de educação, na área de saúde e na 
área de assistência social. Nas figuras seguintes, é possível conhecer os 
selos das certificações CEBAS para a área de Assistência Social e para a área 
de Educação, respectivamente. 
FIGURAS 3 – CERTIFICAÇÕES DAS ENTIDADES BENEFICENTES – ASSISTÊNCIA 
SOCIAL E EDUCAÇÃO 
 
FONTE: <http://conaud.com.br>; <http://cebas.mec.gov.br/>. Acesso em: 
19 abr. 2020. 
https://www.youtube.com/watch?v=2q-q-md46TY
https://www.youtube.com/watch?v=iP_RibVHZro&list=PLIJkyFU4BtJed4rWOW5G9vmnnvuDqe_x7
http://conaud.com.br/registro-cebas-conheca-a-importancia-deste-registro/
http://cebas.mec.gov.br/
 
Para saber mais sobre as certificações de entidades beneficentes, acesse os 
seguintes endereços: 
• CEBAS EDUCAÇÃO. Disponível em: <http://cebas.mec.gov.br/>. 
• CEBAS ASSISTÊNCIA SOCIAL . Disponível em: <http://mds.gov.br>. 
• CEBAS SAÚDE. Disponível em: <https://www.saude.gov.br>. 
Indicamos ainda o vídeo institucional do Ministério das Cidades, versando 
sobre o CEBAS Assistência Social. Disponível em: 
<https://www.youtube.com>. 
Isso posto, é fundamental compreendermos a dinâmica da Gestão de 
Recursos. Essa gestão é realizada por meio de dois fóruns colegiados: as 
Comissões Intergestores Bipartite (CIBs) e Comissão Intergestores Tripartite 
(CIT) (BRASIL, 2020). Essas comissões são de ampla utilização na 
administração pública e podem ser encontradas em diversos segmentos da 
Administração, tais como na área de saúde, educação, segurança pública, 
com a mesma nomenclatura ou com nomenclatura distinta. As Comissões 
são instituídas por lei e seus membros, indicados formalmente. Seu papel, 
particularmente no campo da assistência social, é viabilizar a execução dos 
dispositivos previstos na LOAS e na NOB/SUAS e ao mesmo tempo, 
fomentar o controle social e a participação democrática nas decisões 
relacionadas às estratégias nacionais de assistência social. 
 
Alguns exemplos de reuniões das CIBs e das CIT: 
• Reunião da CIBs – Governo do Estado de Mato Grosso. Disponível 
em: <https://www.youtube.com>. 
• Reunião da CIBs – Governo do Estado do Rio de Janeiro. Disponível 
em: <https://www.youtube.com>. 
http://cebas.mec.gov.br/
http://mds.gov.br/assuntos/assistencia-social/entidade-de-assistencia-social/certificacao-de-entidades-beneficentes-de-assistencia-social-cebas
https://www.saude.gov.br/saude-de-a-z/cebas
https://www.youtube.com/watch?v=vujVRCvzwOA
https://www.youtube.com/watch?v=VL7DVd-6wR4
https://www.youtube.com/watch?v=wO3BccuXXgU
• Reunião da CIT – DATASUS. Disponível em: 
<https://www.youtube.com>. 
Expressa a dinâmica de governança e funcionamento do SUAS, passaremos 
agora, ao estudo das responsabilidades dos entes federativos, conforme 
expresso na LOAS. 
1 Acesse o site da Prefeitura Municipal de Belo Horizonte, visite a área 
dedicada à Secretaria Municipal de Assistência Social desse município e na 
sequência, realize a leitura e a análise de conteúdo das atas de reuniões do 
Mesa de Diálogo e de Negociação Permanente do Sistema Único de 
Assistência Social (SUAS) com o Sistema de Garantia de Direitos e Sistema 
de Justiça indicadas a seguir: 
• ATA 1 – Disponível em: <https://prefeitura.pbh.gov.br>. 
• ATA 2 – Disponível em: <https://prefeitura.pbh.gov.br>. 
• ATA 3 – Disponível em: <https://prefeitura.pbh.gov.br>. 
• ATA 4 – Disponível em: <https://prefeitura.pbh.gov.br>. 
Após a leitura das atas, preencha o quadro a seguir (que você também 
pode desenvolver, utilizando uma planilha eletrônica): 
Itens 
requeridos 
ATA 1 ATA 2 ATA 3 ATA 4 
Data da reunião 
Autoridades 
presentes na 
reunião (nomes 
e cargos) 
 
Assuntos 
discutidos 
relacionados ao 
SUAS 
 
Responder 
Após a realização do exercício, é possível que já tenha compreendido a 
importância estratégia do assunto para a Administração Pública. Agora, 
estudaremos as responsabilidades dos Entes Federativos. 
https://www.youtube.com/watch?v=jiiSZ6P7nmE
https://prefeitura.pbh.gov.br/sites/default/files/estrutura-de-governo/smasac/2019/SUASS/Ata%20de%20Reuni%C3%A3o%20da%20Mesa%20de%20Di%C3%A1logo%2029-08-19%20-%20APROVADA%20EM%20REUNI%C3%83O%20DE%20SETEMBRO.pdf
https://prefeitura.pbh.gov.br/sites/default/files/estrutura-de-governo/smasac/2019/SUASS/Ata%202%C2%AA%20Reuni%C3%A3o%20da%20Mesa%20de%20Di%C3%A1logo%20setembro%202019.pdf
https://prefeitura.pbh.gov.br/sites/default/files/estrutura-de-governo/smasac/2019/SUASS/Ata%20de%20Reuni%C3%A3o%20da%20Mesa%20de%20Di%C3%A1logo%20e%20Negocia%C3%A7%C3%A3o%20OUTUBRO%20-%2031-10-19-%20Vers%C3%A3o%20Final.pdf
https://prefeitura.pbh.gov.br/sites/default/files/estrutura-de-governo/smasac/2020/ATA%20-%20FINAL%20-%20REUNI%C3%83O%20MESA%20DE%20DI%C3%81LOGO%20DEZEMBRO%202019.pdf
 
• Casa da Roda de Caira. Disponível em: <https://www.youtube.com>. 
• Roda dos Expostos. Disponível em: <https://www.youtube.com>. 
• O que é a Roda dos Expostos. Disponível em: 
<https://www.youtube.com>. 
2.2 RESPONSABILIDADES DOS ENTES FEDERATIVOS 
A dinâmica do SUAS, como já visto, está diretamente associada aos 
dispositivos inscritos na LOAS, a Lei nº 8742/2013. As iniciativas entre os 
entes federados, a saber a União, os Estados, os Municípios e o Distrito 
Federal, são articuladas, descentralizadas e participativas, conforme 
expressa o caput do artigo 6º: 
“[...] [a]s ações na área deassistência social são organizadas em sistema 
descentralizado e participativo, constituído pelas entidades e organizações 
de assistência social abrangidas por esta lei, que articule meios, esforços e 
recursos, e por um conjunto de instâncias deliberativas compostas pelos 
diversos setores envolvidos na área” (BRASIL, 1993). 
Como já visto, essas entidades são os Conselhos de Assistência Social e as 
Comissões Bipartite e Tripartite, todos instituídos em cada um dos níveis de 
governo (municipal, estadual e federal), que atuam no delineamento das 
políticas de assistência social que executarão. Nos termos do artigo 8º da 
8742/1993, “[...] [a] União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, 
observados os princípios e diretrizes estabelecidos nesta lei, fixarão suas 
respectivas Políticas de Assistência Social”. Esse dispositivo reforça o fato de 
que as ações desenvolvidas pelos governos não são concorrentes ou 
independentes entre si, mas sim, articuladas: o foco é a promoção da 
dignidade humana. Essa relação, além de harmonizar ações executadas 
pelos diferentes níveis de governo, ainda viabilizam o trânsito dos recursos 
financeiros que são aplicadas pelo SUAS. Essa interlocução fica clara 
também ao observarmos o disposto nos artigos 10 e 11 da LOAS, 
conforme-se pode-se observar no extrato em relevo (BRASIL, 1993): 
Art. 10. A União, os Estados, os Municípios e o Distrito Federal podem 
celebrar convênios com entidades e organizações de assistência social, em 
conformidade com os Planos aprovados pelos respectivos Conselhos. 
https://www.youtube.com/watch?v=Nqd9glhV3iA
https://www.youtube.com/watch?v=I-l8X4AAZjY
https://www.youtube.com/watch?v=_x_tdSNIzo4
Art. 11. As ações das três esferas de governo na área de assistência 
social realizam-se de forma articulada, cabendo a coordenação e as 
normas gerais à esfera federal e a coordenação e execução dos programas, 
em suas respectivas esferas, aos Estados, ao Distrito Federal e aos 
Municípios (BRASIL, 1993, grifo nosso). 
É importante observar que além da articulação, o dispositivo ainda coloca 
em relevo a possibilidade de celebração de convênios entre entidades 
beneficentes especializadas do terceiro setor (podendo estas serem 
certificadas ou não), desde que tais convênios e planos a eles associados 
sejam aprovados pelos Conselhos de Assistência Social, vinculados a seu 
respectivo ente federativo. 
Na Tabela 3, apresenta-se as competências de cada ente federativo, 
conforme expresso na Lei n. 8742/2013, a Lei Orgânica da Assistência Social 
(LOAS). 
TABELA 3 – COMPETÊNCIAS DE CADA ENTE FEDERATIVO NO SUAS 
Nível de 
Governo 
Dispositivo 
Lei 
8742/1993 
Competências previstas 
União Art. 12 
 I. Responder pela concessão e manutenção dos benefícios 
de prestação continuada definidos no art. 203 da Constituição 
Federal; 
 II. Apoiar técnica e financeiramente os serviços, os 
programas e os projetos de enfrentamento da pobreza em 
âmbito nacional; 
 III. Atender, em conjunto com os Estados, o Distrito Federal 
e os Municípios, às ações assistenciais de caráter de 
emergência. 
Estados Art. 13 
 I. Destinar recursos financeiros aos Municípios, a título de 
participação no custeio do pagamento dos auxílios natalidade e 
funeral, mediante critérios estabelecidos pelos Conselhos 
Estaduais de Assistência Social; 
 II. Apoiar técnica e financeiramente os serviços, os 
programas e os projetos de enfrentamento da pobreza em 
âmbito regional ou local; 
 III. Atender, em conjunto com os Municípios, às ações 
assistenciais de caráter de emergência; 
IV. Estimular e apoiar técnica e financeiramente as 
associações e consórcios municipais na prestação de serviços 
de assistência social; 
 V. Prestar os serviços assistenciais cujos custos ou ausência 
de demanda municipal justifiquem uma rede regional de 
serviços, desconcentrada, no âmbito do respectivo Estado. 
Distrito 
Federal 
Art. 14 
 I. Destinar recursos financeiros para o custeio do 
pagamento dos auxílios natalidade e funeral, mediante critérios 
estabelecidos pelo Conselho de Assistência Social do Distrito 
Federal; 
 II. Efetuar o pagamento dos auxílios natalidade e funeral; 
 III. Executar os projetos de enfrentamento da pobreza, 
incluindo a parceria com organizações da sociedade civil; 
IV. Atender às ações assistenciais de caráter de emergência; 
 V. Prestar os serviços assistenciais de que trata o art. 23 
desta lei. 
Municípios Art. 15 
 I. Destinar recursos financeiros para custeio do pagamento 
dos auxílios natalidade e funeral, mediante critérios 
estabelecidas pelos Conselhos Municipais de Assistência 
Social; 
 II. Efetuar o pagamento dos auxílios natalidade e funeral; 
 III. Executar os projetos de enfrentamento da pobreza, 
incluindo a parceria com organizações da sociedade civil; 
IV. Atender às ações assistenciais de caráter de emergência; 
 V. Prestar os serviços assistenciais de que trata o art. 23 
desta lei. 
FONTE: Adaptado de Brasil (1993) 
Como pode-se observar, enquanto os Benefícios de Prestação Continuada 
(BCP) ficam sob responsabilidade precípua da União, os Benefícios de 
Prestação Eventuais, precipuamente, ficam à cargo dos Estados, do Distrito 
Federal e dos Municípios, desde que aprovados pelos seus respectivos 
Conselhos de Assistência Social, que devem estabelecer os critérios de 
concessão. A esses, cabem ainda o estabelecimento de convênios com 
organizações do terceiro setor, para a execução de projetos de mitigação 
da pobreza, além, evidentemente, de estratégias de caráter emergencial. 
Cabe a eles também o desenvolvimento de serviços sociais que voltem-se 
ao atendimento de crianças e adolescentes em risco pessoal e social e 
ainda, à população que vivem em situação de rua. 
 
Para fixar os aspectos abordados nessa seção, indicamos a leitura do caso 
“Parceria intersetorial em políticas sociais: o controle da frequência escolar 
no Programa Bolsa Família” que apresenta aspectos das políticas públicas 
de assistência social no processo de mitigação de mazelas sociais que 
afetam diretamente a dignidade humana. Pode-se observar ainda as 
externalidades positivas das estratégias de Assistência Social. Disponível 
em: <https://repositorio.enap.gov.br>. 
Concluída a seção onde discorremos sobre a governança do SUAS e 
respectivamente, as responsabilidades dos entes federativos na gestão das 
PNAS, apresentaremos a seguir, alguns aspectos sobre as comissões 
intergestores. 
3 COMISSÕES INTERGESTORES: DINÂMICA E APARATO NORMATIVO 
Como já vimos, a gestão do SUAS é participativa e valoriza o controle social. 
Por essa razão, ela conta com duas instâncias de pactuação: a Comissão 
Intergestores Bipartite (CIB) e a Comissão Intergestores Tripartite (CIT). 
Essas instâncias estão presentes em todos os níveis de governo. 
 
De acordo com o MDS (2005, p. 43-46), tal dinâmica alinha-se com a 
proposta institucional de promover a descentralização político-
administrativo e ao mesmo tempo, a valorização de territórios, com o 
intuito de oferecer um atendimento strictu sensu às demandas de 
assistência social. 
https://repositorio.enap.gov.br/bitstream/1/290/7/Parceria%20intersetorial%20em%20pol%c3%adticas%20sociais%20o%20controle%20de%20frequ%c3%aancia%20escolar%20no%20PBF.pdf
No campo da assistência social, o artigo 6º, da LOAS, dispõe que as ações 
na área são organizadas em sistema descentralizado e participativo, 
constituído pelas entidades e organizações de assistência social, articulando 
meios, esforços e recursos, e por um conjunto de instâncias deliberativas, 
compostas pelos diversos setores envolvidos na área (MDS, 2005, p. 43). 
FIGURA 4 – INTERLOCUÇÃO DOS ENTES FEDERATIVOS, EXECUTORES DO 
SUAS E AS INSTÂNCIAS DE PACTUAÇÃO 
 
FONTE: A autora 
Embora articuladas entre si, é importante ressaltar que a Política Nacional 
de AssistênciaSocial possuem um comando único, o Ministério da 
Cidadania. E que, tanto o Conselho de Assistência Social, como as 
Comissões, sejam elas bipartites ou tripartes, são imprescindíveis para que 
as políticas de assistência social, o fomento da rede socioassistencial local e 
a gestão dos recursos financeiros e sua respectiva fiscalização, sejam 
realizados de forma adequada, em convergência com a lei (MDS, 2005). 
 
Qual a função de cada comissão? 
Na verdade, existem três instâncias colegiadas: o Conselho de Assistência 
Social, o CIB e a CIT. 
 
Os Conselhos de Assistência Social, nos termos do artigo 16, da Lei 
8742/1993, estão presentes em todos os níveis de governo, sendo assim 
nomeados: Conselho Nacional de Assistência Social; Conselhos Estaduais 
de Assistência Social, Conselho de Assistência Social do Distrito Federal e os 
Conselhos Municipais de Assistência Social. De acordo com o caput desse 
artigo, ela constituem-se em “[...] instâncias deliberativas do sistema 
descentralizado e participativo de assistência social, de caráter permanente 
e composição paritária entre governo e sociedade civil [...] (BRASIL, 1993). 
Conforme dispõem a Lei 8742/1993, o mandato tem duração de dois anos e 
é composto por 09 representantes do governo, 09 representantes da 
sociedade civil (usuários do sistema, entidades, assistência social e 
trabalhadores do setor, escolhidos em fórum fiscalizado pelo Ministério 
Público). 
 
Esses conselhos possuem as seguintes atribuições, conforme expresso no 
artigo 18 da Lei 8742/1993 (lembrando que as prerrogativas nacionais, em 
razão da simetria legal, são irradiadas para as legislações dos demais entes 
federados, que de acordo com o art. 8º, devem fixar suas próprias políticas 
de assistência social) (BRASIL, 1993): 
• I - aprovar a Política Nacional de Assistência Social; 
• II - normatizar as ações e regular a prestação de serviços de natureza 
pública e privada no campo da assistência social; 
• III - acompanhar e fiscalizar o processo de certificação das entidades 
e organizações de assistência social no Ministério do 
Desenvolvimento Social e Combate à Fome; 
• IV - apreciar relatório anual que conterá a relação de entidades e 
organizações de assistência social certificadas como beneficentes e 
encaminhá-lo para conhecimento dos Conselhos de Assistência 
Social dos Estados, Municípios e do Distrito Federal; 
• V - zelar pela efetivação do sistema descentralizado e participativo de 
assistência social; 
• VI - a partir da realização da II Conferência Nacional de Assistência 
Social em 1997, convocar ordinariamente a cada quatro anos a 
Conferência Nacional de Assistência Social, que terá a atribuição de 
avaliar a situação da assistência social e propor diretrizes para o 
aperfeiçoamento do sistema; 
• VII - apreciar e aprovar a proposta orçamentária da Assistência Social 
a ser encaminhada pelo órgão da Administração Pública Federal 
responsável pela coordenação da Política Nacional de Assistência 
Social; 
• VIII - aprovar critérios de transferência de recursos para os Estados, 
Municípios e Distrito Federal, considerando, para tanto, indicadores 
que informem sua regionalização mais equitativa, tais como: 
população, renda per capita, mortalidade infantil e concentração de 
renda, além de disciplinar os procedimentos de repasse de recursos 
para as entidades e organizações de assistência social, sem prejuízo 
das disposições da Lei de Diretrizes Orçamentárias; 
• IX - acompanhar e avaliar a gestão dos recursos, bem como os 
ganhos sociais e o desempenho dos programas e projetos 
aprovados; 
• X - estabelecer diretrizes, apreciar e aprovar os programas anuais e 
plurianuais do Fundo Nacional de Assistência Social (FNAS); 
• XI - indicar o representante do Conselho Nacional de Assistência 
Social (CNAS) junto ao Conselho Nacional da Seguridade Social; 
• XII - elaborar e aprovar seu regimento interno; 
• XIII - divulgar, no Diário Oficial da União, todas as suas decisões, bem 
como as contas do Fundo Nacional de Assistência Social (FNAS) e os 
respectivos pareceres emitidos. 
As Comissões Intergestores Bipartite (CIB), assim como as Comissões 
Intergestores Tripartite, são 
“[...] espaços de articulação e expressão de demandas dos gestores 
federais, estaduais e municipais [responsáveis pela negociação e 
pactuação] sobre aspectos operacionais da gestão do SUAS [mantendo] 
contato permanente [entre si] de modo a garantir a troca de informações 
sobre o processo de descentralização” (BRASIL, 2020) (Interpolação nossa). 
Essas comissões são essenciais para a atividade de controle social. Um bom 
exemplo que viabiliza sua melhor compreensão desse papel na qualidade 
da execução da Política Nacional de Assistência Social, pode ser encontrada 
a seguir, no Léo Estudando. 
 
ATO EM DEFESA DO SISTEMA ÚNICO DE ASSISTÊNCIA SOCIAL TEM 
GRANDE APOIO E RESULTA EM CARTA PARA BRASÍLIA 
Leomar Alves Rosa – Secretaria de Estado de Direitos Humanos, Assistência 
Social e Trabalho (Sedhast) 
Categoria: Assistência Social – Publicado: quarta-feira, outubro 18, 2017, às 
13:33 
 
Membros da Comissão Intergestores Bipartite reunidos em reunião 
Fotos: Matheus Barreto 
Campo Grande (MS) – O ato em defesa do Sistema Único de Assistência 
Social, realizado na manhã desta quarta-feira (18), na Escola do SUAS/MS 
“Mariluce Bittar”, na Capital, mobilizou diversos segmentos da sociedade 
em defesa da manutenção do orçamento para o ano de 2018 do Sistema 
Único de Assistência Social (SUAS). A atual proposta orçamentária 
apresentada à Câmara Federal tem um valor simbólico de R$ 78 mi, para a 
gestão do SUAS, além do corte de 11% anunciado para o Programa Bolsa 
Família. 
A titular da Secretaria de Estado de Direitos Humanos, Assistência Social e 
Trabalho (Sedhast), Elisa Cleia Nobre, pontuou que o momento exige 
mobilização. “Essa proposta orçamentária nem deveria ter sido cogitada, 
mas já que foi precisamos nos indignar diante do fato e lutar. Essa é uma 
mobilização de todos nós, pois o SUAS é um sistema que dá certo e precisa 
ser respeitado”, disse. 
Para a representante do Fórum Estadual dos Usuários do SUAS, Maria 
Aparecida Borges, a preocupação com o assunto deve ser grande. A 
representante expressou ainda durante sua fala a trajetória de luta para o 
crescimento da área dentro do SUAS e a garantia de direitos na sociedade. 
O deputado estadual, Rinaldo Modesto, considerou a proposta de redução 
incabível. “Não podemos permitir que num momento como esse, qual o 
País atravessa, se venha retirar recursos dos mais frágeis, e com mais 
vulnerabilidade”, alertou em seu discurso de defesa do SUAS. 
Os deputados estaduais, João Grandão e Lídio Lopes, também presente no 
ato de apoio, reforçaram a importância do SUAS dentro da sociedade como 
um todo, dizendo ainda que por muitas vezes a assistência social recebe 
demandas de outras áreas e mesmo com dificuldade se propõe a resolve-
las e ainda a dar os encaminhamentos necessários. 
Do ato surgiu uma carta que será encaminhada pelo governador Reinaldo 
Azambuja e pelo presidente da Assembleia Legislativa, Junior Mochi, ao 
presidente Michel Temer, durante agenda programada para os próximos 
dias. 
Também participaram do evento a vereadora enfermeira Cida Amaral, 
representando a Câmara Municipal de Campo Grande; a vice-prefeita de 
Campo Grande, Adriane Lopes; o professor e pró-reitor da Universidade 
Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS), Angelo Motti; Sérgio Wanderly, 
presidente do Colegiado Estadual de Gestores Municipais de Assistência 
Social de Mato Grosso do Sul (Coegemas), além da representante do Fórum 
Estadual dos Trabalhadores do SUAS, Silvia Regina Nakmatsu, e do Fórum 
Permanente de Assistência Social (FASEMS), Suely Gomes. 
FONTE: Disponível em: <http://www.sedhast.ms.gov.br>. Acesso em: 19 abr. 2020. 
Como pode-se observar, tanto a CIT como as CIBs sãoimprescindíveis para 
o êxito das PNAS. Acrescenta-se ainda que a CIT, de acordo com Brasil 
(2020) são compostos também pela representação do Ministério das 
Cidades (União), pelo Fórum Nacional de Secretários de Assistência Social – 
Fonseas (Estados e Distrito Federal) e pelo Colegiado Nacional de Gestores 
de Assistência Social - Congemas (Municípios). Dentre as suas principais 
funções, ainda de acordo com Brasil (2020), ressaltam-se: a pactuação de 
estratégias para implantação e operacionalização das PNAS, o 
estabelecimento de acordos sobre questões operacionais da implantação 
dos serviços, programas, projetos e benefícios, a atuação como fórum de 
pactuação de instrumentos, parâmetros, mecanismos de implementação e 
regulação e pactuação dos critérios e procedimentos de transferências de 
recursos para confinanciamentos e outros acordos relativos à gestão de 
recursos pecuniários. 
 
Para compreender melhor a dinâmica operacional do SUAS e 
principalmente o papel das Comissões Intergestores, indicamos a leitura do 
livro “Norma Operacional Básica de Recursos Humanos do SUAS NOB-
RH/SUAS”. O material está disponível para download no seguinte endereço: 
<https://prefeitura.pbh.gov.br>. 
4 VIGILÂNCIA SOCIOASSISTENCIAL: CENSO SUAS, REGISTRO 
MENSAL DE ATENDIMENTOS (RMA); PRONTUÁRIO ELETRÔNICO 
SIMPLIFICADO; PRONTUÁRIO SUAS; ENCONTRO NACIONAL DE 
MONITORAMENTO E VIGILÂNCIA SOCIOASSISTENCIAL 
Como vimos, a PNAS tem, dentre seus objetivos, a promoção da 
descentralização da gestão das políticas de assistência social e a promoção 
do território. Nesse campo, além da organização de uma política própria, a 
instituição de conselhos e comissões e de órgãos como o CRAS e o CREAS, 
http://www.sedhast.ms.gov.br/ato-em-defesa-do-sistema-unico-de-assistencia-social-tem-grande-apoio-e-resulta-em-carta-para-brasilia/
https://prefeitura.pbh.gov.br/sites/default/files/estrutura-de-governo/smasac/2018/documentos/intranet_nob_rh_suas.pdf
cabe o diagnóstico e o monitoramento das demandas socioassistenciais, 
que podem variar de município para município, de região para região. 
 
De acordo com Brasil (2020), a Vigilância Socioassistencial, que também 
pode ser denominada de Sistema de Vigilância Socioassistencial (Figura 5), 
relaciona-se ao processo de “[...] produção, sistematização, análise e 
disseminação de informações territorializadas” (BRASIL, 2020), com os 
seguintes enfoques: (a) diagnóstico e monitoramento de situações de 
vulnerabilidade e risco e (b) tipificação, mensuração (qualitativa e 
quantitativa) e estabelecimento de critérios para normalização dos padrões 
de qualidade dos serviços de assistência social. 
 
O sistema de informações de assistência social ainda fomenta a oferta de 
dados fidedignos para o SUAS, em caráter de fluxo contínuo. Tais 
informações são essenciais para, se necessário for, o reposicionamento das 
políticas públicas, estabelecimento de prioridades e determinação de 
alocação de recursos. 
FIGURA 5 – SISTEMA DE VIGILÂNCIA SOCIOASSISTENCIAL 
 
FONTE: <http://simvis.com.br>. Acesso em: 19 abr. 2020. 
Como pode-se observar na figura anterior, todos os serviços públicos, que 
de uma forma ou de outra tangenciam a área de assistência social, são 
fornecedores de informações para o Sistema de Vigilância Socioassistencial 
(SIMVIS). Isso envolve inclusive comunicações/depoimentos realizados em 
redes sociais utilizadas por indivíduos acompanhados, haja visto que 
http://simvis.com.br/site/sobre-nos/
constituem-se em fontes de identificação de riscos. A ideia é que por meio 
do SIMVIS, o governo, independentemente de seu nível, possa ser eficiente, 
tanto na entrega do serviço público ou do benefício social, quanto na 
gestão dos recursos aplicados na execução das estratégias definidas em 
sua política de assistência social. 
Para a operacionalização da Vigilância Socioassistencial, o SUAS prevê as 
seguintes ferramentas: (a) o Censo SUAS; (b) o Registro Mensal de 
Atendimentos (RMA); (c) o Prontuário SUAS; (d) o Prontuário Eletrônico 
Simplificado; e (e) o Encontro Nacional de Monitoramento e Vigilância 
Socioassistencial do SUAS (BRASIL, 2020). Conheça o conceito de cada um 
deles por meio da tabela a seguir. 
TABELA 4 – COMPONENTES DO SISTEMA DE VIGILÂNCIA 
SOCIOASSISTENCIAL 
Mecanismo do 
Sistema de 
Vigilância 
Socioassistencial 
Conceito 
CENSO SUAS 
· O Censo SUAS é um processo de monitoramento que coleta 
dados por meio de um formulário eletrônico preenchido pelas 
Secretarias e Conselhos de Assistência Social dos Estados e Municípios. 
É realizado anualmente desde 2007, por meio de uma ação integrada 
entre a Secretaria Nacional de Assistência Social (SNAS) e a Secretaria 
de Avaliação e Gestão da Informação (SAGI) e foi regulamentado 
pelo Decreto nº 7.334 de 19 de outubro de 2010. São seus objetivos: 
Produzir dados sobre a implementação da política de assistência social 
no país; 
· Aperfeiçoar a gestão do SUAS e a qualidade dos serviços 
socioassistenciais prestados à população; Identificar avanços, limitações 
e desafios da institucionalização do SUAS; Fornecer informações que 
permitam ao poder público dar transparência e prestar contas de suas 
ações à sociedade. 
Registro Mensal 
de Atendimento 
– RMA 
O Registro Mensal de Atendimentos (RMA) é um sistema onde são 
registradas mensalmente as informações relativas aos serviços ofertados 
e o volume de atendimentos nos Centros de Referência da Assistência 
Social (CRAS), Centros de Referência Especializados de Assistência 
Social (CREAS) e Centro de Referência Especializado para População 
em Situação de Rua (Centros POP). Seu principal objetivo é uniformizar 
essas informações e, dessa forma, proporcionar dados qualificados que 
contribuam para o desenvolvimento do Sistema Único de Assistência 
Social (SUAS), conforme as determinações das Resoluções da Comissão 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2010/Decreto/D7334.htm
Intergestores Tripartite (CIT) n° 4/2011 e n° 20/2013. Na medida em 
que tais informações são registradas mensalmente pelas unidades, é 
possível mapear tanto a oferta de determinados serviços, quanto o 
volume de atendimento. Assim, o RMA tem um papel essencial no 
planejamento e na tomada de decisões no campo das políticas públicas 
de Assistência Social. 
Prontuário 
SUAS 
O Prontuário SUAS é um instrumento técnico formado por um conjunto 
de informações relativas à família ou membro familiar que possibilita a 
comunicação entre os membros da equipe de referência do CRAS ou do 
CREAS e a continuidade do serviço prestado ao indivíduo. 
O Prontuário SUAS tem como objetivo principal contribuir para a 
organização e qualificação do conjunto de informações necessárias ao 
diagnóstico, planejamento e acompanhamento do trabalho social 
realizado com as famílias e indivíduos no âmbito do PAIF, do PAEFI e 
do Serviço de Medidas Socioeducativas 
Prontuário 
Eletrônico 
Simplificado 
O Prontuário Eletrônico Simplificado é um sistema que permite o 
registro dos atendimentos/acompanhamentos às famílias que procuram o 
SUAS, por meio do registro do nome e do NIS (número de identificação 
social). É um registro simples, rápido e fácil, mas que permite aos 
operadores da política de Assistência Social registrar e compartilhar 
informações sobre o acesso das famílias e indivíduos aos serviços 
socioassistenciais. Além disso, por meio do Prontuário Eletrônico 
Simplificado o técnico terá acesso a um amplo conjunto de informações 
já coletadas e registradas em outros sistemas. 
Encontro 
Nacional de 
Monitoramento 
e Vigilância 
Socioassistencial 
do SUAS 
O Encontro Nacional de Monitoramento e Vigilância Socioassistencial é 
uma realização do Ministério de Desenvolvimento Social, por meio da 
Secretaria Nacional de Assistência Social. Trata-se de iniciativa 
realizada desde 2007 e é parte importante do processo deconsolidação e 
legitimação da Vigilância Socioassistencial e do Sistema Único de 
Assistência Social. 
FONTE: Adaptado de Brasil (2020) 
 
Para se aprofundar no tema SIMVIS, sugerimos o estudo dos seguintes 
conteúdos: 
• Sobre o CENSO SUAS. Disponível em: 
<http://aplicacoes.mds.gov.br>. 
• Sobre o RMA. Disponível em: <https://aplicacoes.mds.gov.br>. 
• Sobre o Prontuário SUAS e o Prontuário Eletrônico Simplificado. 
Disponível em: <http://aplicacoes.mds.gov.br>. 
• Sobre o Encontro Nacional de Monitoramento e Vigilância 
Socioassistencial. Disponível em: <http://aplicacoes.mds.gov.br>. 
É muito importante que você dedique um bom tempo aos estudos de todos 
esses conteúdos, avançando inclusive na leitura de todos os manuais 
técnicos, para fomento da exímia qualidade de formação nesse assunto. 
Exposta a questão do Sistema de Vigilância Socioassistencial, discorre-se 
sobre a Gestão Compartilhada do SUAS, propriamente dita. 
 
O compartilhamento gerencial do SUAS, conforme já exposto, ocorre por 
meio da articulação entre as unidades da federação e respectivos níveis de 
governo, além da promoção da participação democrática em nível de 
território, da sociedade civil organizada, dada por meio dos conselhos e 
comissões. Como o aspecto da gestão já foi exaustivamente abordado ao 
longo desse capítulo, focaremos a nossa atenção no Índice de Gestão 
Descentralizada do Sistema Único de Assistência Social - IGDSUAS. 
 
Conforme expõe MDS (2012, p. 3), o êxito com a experiência do Índice de 
Gestão Descentralizada do Programa Bolsa Família foi determinante para o 
IGDSUAS. Ainda conforme o MDS (2012), o referido índice tem como escopo 
a avaliação da “[...] qualdiade da gestão descentralizada dos serviços, 
programas, projetos e benefícios socioassistenciais no ambito dos 
municípios, DF e estados, bem como a articulação intersetorial”. O 
indicador é essencial para a definição da alocação e distribuição dos 
recursos públicos, sobremaneira os da União. Tal informação, portanto, 
valoriza a promoção da equidade, por meio da distribuição desigual de 
recursos entre os entes da federação. Em outras palavras, recebe mais, 
quem precisa mais. 
O IGSUAS é amparado pelos seguintes dispositivos legais: Lei n. 
12.435/2011, que altera a Lei n. 8.742/1993 (LOAS) e regulamentado pelo 
Decreto n. 7.636/2011 e pelas Portarias n. 337/2011 e n. 07/2012 (MDS, 
2012). 
http://aplicacoes.mds.gov.br/sagi/snas/vigilancia/index2.php
https://aplicacoes.mds.gov.br/sagi/atendimento/auth/index.php
http://aplicacoes.mds.gov.br/sagi/snas/vigilancia/index3.php
http://aplicacoes.mds.gov.br/sagi/snas/vigilancia/index4.php
 
Para conhecer os procedimentos metodológicos para o cálculo do IGDSUAS, 
estude atentamente o Caderno de Orientações sobre o Índice de Gestão 
Descentralizada do Sistema Único de Assistência Social. Disponível em: 
<http://portalsocial.sedsdh.pe.gov.br>. 
Além do IGDSUAS, vale a pena discorrer sobre o Apoio Técnico e o Sistema 
de Informação da Rede do Suas. 
1 Com base na Figura 5 (Sistema de Vigilância Socioassistencial), 
desenhe o organograma do Sistema de Vigilância Socioassistencial da 
sua cidade. 
Responder 
5 APOIO TÉCNICO E SISTEMA DE INFORMAÇÃO DA REDE DO SUAS: 
ASPECTOS GERAIS 
O suporte para a execução do SUAS é realizado por meio do Ministério da 
Cidadania, por meio da Secretaria de Avaliação e Gestão da Informação – 
SAGI. De acordo com Brasil (2020), a referida secretaria é responsável pelo 
fomento de políticas públicas e capacitação de pessoal, ela também 
responde pelo “[...] monitoramento, avaliação, gestão da informação e 
capacitação dos agentes públicos [...] [responde ainda pela gestão da] 
maior base de dados de políticas sociais para a população de baixa renda: o 
Cadastro Único para Programas Sociais do Governo Federal” (interpolação 
nossa). 
A SAGI favorece não apenas a gestão da informação, mas também 
estrutura para aprimoramento e oferta de inovação no campo de políticas 
públicas direcionadas à Assistência Social. Por essa razão, o adequado 
abastecimento das bases do SIMVIS, conjugado com o cálculo do IDGSUAS, 
além de trocas de experiências entre todos os atores envolvidos no sistema 
de assistência social brasileiro. 
http://portalsocial.sedsdh.pe.gov.br/sigas/capacitasuas/arquivos/2015/modulo02/recife/caderno-de-orientacoes-igdsuas-marcos-orcamento.pdf
 
Para melhor compreensão da dimensão da SAGI, recomenda-se a 
navegação no site do Ministério da Cidadania e o estudo do farto volume de 
estudos e outras informações pertinentes ao sistema de gerenciamento. 
Acesse: <https://aplicacoes.mds.gov.br>. 
Embora essa seção seja aparentemente curtinha, esperamos que você 
tenha compreendido a sua relevância e dimensão, através do estudo 
acurado da sugestão realizada pelo Léo. Isso posto, apresentaremos nossa 
última seção deste capítulo, que trata do Pacto de Aprimoramento do SUAS: 
Conceitos, Metas de Aprimoramento, Pacto de Aprimoramento do SUAS 
nos Estados e no Distrito Federal e Pacto de Aprimoramento do SUAS nos 
municípios. Vamos lá? 
6 PACTO DE APRIMORAMENTO DO SUAS: CONCEITOS, METAS DE 
APRIMORAMENTO, PACTO DE APRIMORAMENTO DO SUAS NOS 
ESTADOS E NO DISTRITO FEDERAL E PACTO DE APRIMORAMENTO 
DO SUAS NOS MUNICÍPIOS 
Como toda política pública, o aprimoramento deve ser pactuado, em 
virtude das exímias proposições previstas em nossa Carta Constitucional. 
No caso do SUAS, tal pacto é forjado no âmago da Comissão Intergestores 
Tripartite. 
 
Exemplo de Pacto de Aprimoramento do SUAS 
Definido Pacto de Aprimoramento do Suas 
23 de fevereiro de 2017 
Depois de várias reuniões e debates, meses de estudos, acertos e análises, 
foi definido o texto final do Pacto de Aprimoramento do Sistema Único de 
Assistência Social (Suas). O último item a ser pactuado era a meta 4, que 
https://aplicacoes.mds.gov.br/sagi/portal/index.php?grupo=164
http://fonseas.org.br/definido-pacto-de-aprimoramento-do-suas/
tratava do cofinanciamento dos municípios. O acerto foi definido, em 
Brasília, durante a 153° Reunião da Comissão Intergestores Tripartite(CIT), 
integrada por membros do Fórum Nacional de Secretários(as) de Estado da 
Assistência Social (Fonseas) – presente com 20 estados – Conselho Nacional 
de Gestores Municipais da Assistência Social (CONGEMAS) e Conselho 
Nacional da Assistência Social (CNAS). 
Diante dos problemas financeiros dos estados, foi adotada uma estratégia 
com maior precaução, dentro do que os secretários estaduais apontaram 
como “realidade atual” . Dessa forma, as metas ficaram da seguinte 
maneira: os estados que cofinanciam menos de 10% dos municípios 
objetivarão atingir o patamar de até 10% até 2018 e 20% até 2019; aqueles 
que cofinanciam entre 20% e 40% das cidades, planejam alcançar entre 
40% até 2019 e os estados que cofinanciam entre 40% e 60% , a meta é 
atingir 60% até 2019. Cinco estados que cofinanciam menos de 10% 
determinaram alcançar o total de 10% até o final de 2017. 
A CIT debateu ainda a questão do Acessuas e como os municípios podem 
acessar o saldo de verbas que nunca usaram e como podem obter novos 
repasses. De acordo com os coordenadores do programa há R$ 93 milhões 
em saldo que as cidades nunca utilizaram. Para que isso possa ser 
acessado é necessário que haja uma repactuação, com metas a serem 
definidas. A definição de critérios e metas ficou para outra reunião. O 
Acessuas é um programa do MDSA que visa a promoção do acesso ao 
mundo do trabalho. 
FONTE: Disponível em: <http://fonseas.org.br>. Acesso em: 26 abr. 2020. 
Como pode-se observar, o propósito do pacto é a consolidação de metas 
exequíveis entre todos os entes federativos, de forma que a PNAS seja 
cumprida diligentemente. 
 
Para você compreender melhor o que é o Pacto de Aprimoramento do 
SUAS e os respectivos indicadores acordados, indicamos os seguintes 
vídeos: 
http://fonseas.org.br/definido-pacto-de-aprimoramento-do-suas/• Pacto de Aprimoramento do SUAS – Associação Mineira de 
Municípios. Disponível em: <https://www.youtube.com>. 
• Palestra: A Proteção Social Especial e o Pacto de Aprimoramento 
do SUAS. Disponível em: <https://www.youtube.com>. 
Esperamos que a sua trilha de estudos até aqui tenha acontecido com 
muito êxito, apresentamos a seguir as considerações finais desse capítulo. 
1 Quais são as responsabilidades dos entes federativos no contexto do 
Sistema Único de Assistência Social nos termos da Lei 8742/1993? 
Responder 
ALGUMAS CONSIDERAÇÕES 
As políticas públicas de assistência social no Brasil têm como objetivo 
precípuo a promoção da cidadania e da dignidade humana, por meio da 
oferta de serviços e benefícios aos brasileiros em situação de risco pessoal 
e social, em quaisquer faixas etárias. Trata-se de um abraço do Estado para 
os momentos difíceis, necessários à restauração daqueles que ou não 
tiveram oportunidades ou que perderam tudo, como cidadãos dignos. 
Nesse sentido, o capítulo buscou apresentar toda a dinâmica de gestão do 
SUAS, ressaltando cada uma das vertentes amparadas em legislação 
emanada do nosso texto constitucional. 
Espera-se que o discente tenha realizado corretamente a sua trilha de 
estudos, lendo cada um dos conteúdos indicados pelo Léo. Como se viu, tal 
conhecimento é primordial para que o agente público, no caso o servidor 
ou o usuário do sistema, possa discutir melhorias, acompanhar os 
indicadores e a aplicação de recursos e oferecer sugestões dentro dos 
fóruns colegiados consagrados por todos os entes federados. 
Como se vê, se o SUAS for aplicado de forma técnica, lançando mão de todo 
o seu aparato legal e modelo de governança, não há dúvidas de que o país 
conta com um grande fator de promoção humana, capaz de recuperar 
estimas e de promover pessoas, resgatando-as das mazelas causadas pela 
fragilidade econômica, social ou decorrentes de calamidades públicas e 
desastres naturais. Se a técnica prevalecer, o fator de uso político da 
tragédia humana desfalece e abre espaço para o bom atendimento dos 
https://www.youtube.com/watch?v=ksat0XCtCek&list=PLS_bGgUfFh5B1_eLJe4oRddbwG1X_J_lH&index=2&t=0s
https://www.youtube.com/watch?v=Igl2w54rDtw
princípios constitucionais da administração pública, em particular, a 
impessoalidade, a moralidade e a eficiência. 
FINANCIAMENTO E FONTES 
DE RECURSOS NO SISTEMA 
ÚNICO DE ASSISTÊNCIA 
SOCIAL (SUAS) 
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM 
A partir da perspectiva do saber-fazer, são apresentados os seguintes objetivos de 
aprendizagem: 
Saber: 
• Viabilizar a compreensão dos processos de financiamento do SUAS. 
• Aprender o orçamento público e a execução orçamentária na administração 
pública, modalidades de financiamento, a taxonomia dos pisos de assistência 
social e seus respectivos serviços agregados, além, das modalidades de repasses, 
como fundos, convênios e contratos de repasse e relatórios de parcelas pagas. 
 
Fazer: 
• Compreender a lógica orçamentária na administração pública. 
• Reconhecer a tipologia de financiamentos, pisos e serviços agregados. 
Compreender as modalidades de repasses, fundos, convênios e relatórios. 
Em 2020, o Brasil atravessou um dos maiores desafios de saúde pública da sua história 
republicana: a superação do COVID-19, primeira pandemia do século XXI. Além do 
aporte bilionário no Sistema Único de Saúde (SUS), na ordem de R$ 410 bilhões, o 
governo federal ainda previu o a manutenção do Bolsa Família, suspenso em razão de 
auditorias no serviço (que até o início da pandemia em março de 2020, possuía mais de 
um milhão de brasileiros na fila de espera) e a instituição de um voucher de R$ 600,00 
(seiscentos reais) como ajuda de custo aos trabalhadores informais e autônomos, 
atingidos diretamente pela estagnação da economia, estimulada precipuamente pela 
necessidade de implantação do isolamento social como medida à prevenção da 
propagação do vírus. A ação previu o dispêndio mensal de R$ 19 bilhões mensais com o 
apoio aos trabalhadores. Além dessas medidas, houve também a criação do Programa 
Antidesemprego e a ampliação do orçamento federal destinado à Assistência Social, o 
que demonstra o papel dessa área para atendimento de fundamentos constitucionais, 
como a dignidade humana (Figura 1). 
FIGURA 1 – PAULO GUEDES, ENTÃO MINISTRO DA ECONOMIA DO BRASIL, 
ANUNCIANDO AS AÇÕES DE MITIGAÇÃO DOS IMPACTOS DO COVID-19 EM 
DIVERSAS ÁREAS, DENTRE ELAS, A DA ASSISTÊNCIA SOCIAL 
 
FONTE: <https://oglobo.globo.com>. Acesso em: 20 abr. 2020. 
 
Para entender melhor as ações voltadas à assistência social criadas especialmente para o 
período em que o Brasil esteve em emergência sanitária, em razão do COVID-19, 
sugerimos a leitura da notícia veiculada na pelo Ministério da Economia, informando as 
ações do Governo voltadas à manutenção da economia e dos empregos. O texto foi 
adaptado para que as medidas relacionadas à Assistência Social fosse colocadas em 
relevo (A interpolação [...] indica que houve trechos suprimidos). Caso você queira 
conhecer todas as medidas tomadas na ocasião, é possível acessar o site do Ministério 
da Economia ou o seguinte site: 
https://oglobo.globo.com/economia/governo-avalia-suspensao-temporaria-de-contratos-de-trabalho-para-evitar-demissoes-1-24312652
<http://www.economia.gov.br/noticias/2020/marco/confira-as-medidas-tomadas-pelo-
ministerio-da-economia-em-funcao-do-covid-19-coronavirus>. 
QUADRO 1 – MEDIDAS TOMADAS PELO MINISTÉRIO DA ECONOMIA DO 
BRASIL POR OCASIÃO DA PANDEMIA CAUSADA PELO CORONAVÍRUS 
(COVID-19) – ÊNFASE NA ÁREA DE ASSISTÊNCIA SOCIAL 
CONFIRA AS MEDIDAS TOMADAS PELO MINISTÉRIO DA 
ECONOMIA EM FUNÇÃO DA COVID-19 (CORONAVÍRUS) 
Ministério instituiu grupo de monitoramento dos impactos econômicos da pandemia da 
Covid-19 
Medidas tomadas pelo Ministério da Economia por causa da Covid-19 
(Coronavírus): 
 16 de março de 2020: 
[...] 
- E está reforçando o Bolsa Família, destinando R$ 3,1 bilhões para a ampliação do 
número de beneficiários do programa. Mais de 1 milhão de brasileiros devem ser 
beneficiados com a medida. Instrumento legal: Medida Provisória de crédito 
extraordinário. 
 18 de março de 2020: 
- Ampliamos os valores destinados às medidas emergenciais de até R$ 147,3 bilhões, 
inicialmente, para R$ 169,6 bilhões. Desse total, R$ 11,8 bilhões serão destinados 
diretamente ao combate à pandemia; até R$ 98,4 bilhões para assistência a população 
mais vulnerável; e até R$ 59,4 bilhões para manutenção de empregos; 
[...] 
- O Governo anunciou a criação de um auxílio emergencial no valor R$ 200, por 
pessoa, durante três meses, para apoiar trabalhadores informais, desempregados e 
microempreendedores individuais (MEIs) que integrem família de baixa renda. A 
medida vai beneficiar de 15 a 20 milhões de brasileiros e injetar até R$ 5 bilhões por 
mês na economia custeados com recursos da União; Instrumento Legal: Projeto de Lei 
(PL); 
- Esse auxílio emergencial não pode ser acumulado com benefícios previdenciários, 
Benefício de Prestação Continuada (BPC), Bolsa Família ou seguro-desemprego; 
- Criação de programa para evitar demissões neste período de pandemia. O Ministério 
da Economia vai criar o Programa Antidesemprego. O objetivo da iniciativa é facilitar 
as negociações trabalhistas de modo a reduzir os custos do contrato de trabalho e 
preservar os vínculos empregatícios, dentro dos limites previstos na Constituição 
Federal; Instrumento Legal: Medida Provisória (MP); 
- O programa prevê a adoção das seguintes medidas: teletrabalho, antecipação de férias 
individuais, decretação de férias coletivas, adoção e ampliação de banco de horas, 
redução proporcional de salários e jornada de trabalho, antecipação de feriados não 
religiosos, além do diferimento do recolhimento do FGTS (Instrumento Legal: Medida 
Provisória) durante o estado de emergência, que já havia sido anunciado; 
[...] 
 19 de março de 2020: 
- Elevamosos recursos destinados às medidas emergenciais para até R$ 179,6 bilhões 
com a inclusão de mais R$ 10 bilhões no Programa Antidesemprego; 
 (Continuação) 
- Os R$ 10 bilhões serão utilizados para a criação do auxílio para complementar a renda 
dos trabalhadores mais vulneráveis que terão sua remuneração e jornada de trabalho 
reduzida; Instrumento legal: Medida Provisória ou Projeto de Lei (pode não ser 
adotada); 
- Nesse sentido, todos os trabalhadores que recebem até dois salários mínimos e tiverem 
redução salarial e de jornada receberão uma antecipação de 25% do que receberiam 
mensalmente caso solicitassem o benefício do seguro-desemprego. A medida vai 
beneficiar mais de 11 milhões de trabalhadores em todo o Brasil; Instrumento legal: 
Medida Provisória ou Projeto de Lei; 
[...] 
- Com o objetivo de reduzir a exposição ao risco da população, o INSS está adotando 
uma série de medidas para simplificação dos atendimentos, prorrogação de prazos e 
flexibilização de exigências. Entre elas: a suspensão da perícia médica presencial e a 
suspensão da exigência de inscrição no CadÚnico para o recebimento do Benefício de 
Prestação Continuada (BPC) que é garantido a pessoas com deficiência e a idosos de 
baixa renda. Essas medidas somam-se à suspensão da prova de vida 
já anunciada. (Dependente de aprovação legal). Instrumento legal: Projeto de Lei; 
[...] 
- Para requerer o auxílio emergencial de R$ 200 – voltado a trabalhadores informais, 
desempregados e microempreendedores individuais que integram família de baixa renda 
– não será necessário se inscrever no CadÚnico. Para aqueles que não estão inscritos, 
serão utilizados os dados do Cadastro Nacional de Informações Sociais (CNIS), o banco 
de dados do trabalhador adotado pela Previdência; Instrumento legal: Medida Provisória 
ou Projeto de Lei; 
[...] 
- Distribuição de R$ 2 bilhões para o Orçamento da Assistência Social; 
[...] 
- Ampliação do Bolsa Família, abrangendo 1,2 milhão de famílias; 
- Liberação imediata de R$100 milhões via Sistema Único de Assistência Social, para 
todos os municípios do país. Até o final de semana serão mais R$100 milhões; 
[...] 
FONTE: Ministério da Economia, 2020. Disponível em: <http://www.economia.gov.br>. Acesso em: 27 mar. 2020. 
 
Como complementação a esse estudo, veja como a Câmara dos Deputados votou o 
Projeto de Lei n. 9236/17, que aumentou o auxílio previsto na proposta do Ministério da 
Economia de R$ 200,00 para R$ 600,00, direcionados à pessoas de baixa renda, durante 
o período de emergência sanitária provocado pelo COVID-19. A proposta previu a 
disponibilização de R$ 1.200,00 para mães de família e tinha como condicionante, a não 
percepção de outro benefício social (como no caso do Bolsa Família). O link é o 
seguinte: <https://www.camara.leg.br>. 
Imaginando que você já tenha se sensibilizado com a importância do financiamento para 
a operacionalização do Sistema Único de Assistência Social, daremos início a primeira 
seção desse capítulo. 
2 ASPECTOS INICIAIS SOBRE O FINANCIAMENTO DO SUAS 
Como é possível observar no conteúdo introdutório desse capítulo, é impossível 
discorrer-se sobre Assistência Social, sem se tangenciar, pelo menos, a questão os 
impactos sobre o Orçamento Público e sobre a execução desse orçamento. 
Evidentemente que quando lemos a Constituição Federal, observamos salutar prestígio 
da dignidade humana, do direito à vida e da promoção do bem-estar do cidadão. Não à 
toa, a constituição promulgada em 1988 também é denominada de Constituição Cidadã. 
Contudo, quando se acessa a questão da Assistência Social, colocam-se em xeque a 
questão das limitações orçamentárias. 
Nesse sentido, a Pandemia do COVID-19 foi o teste extraordinário mais duro dos 
agentes públicos e permitiu que a sociedade avaliasse o que era realmente relevante para 
a Administração Pública: a vida do cidadão ou a economia. Como é possível observar 
nas notícias veiculadas em distintos canais de imprensa e mídias sociais, sobremaneira 
aquelas veiculadas em plataformas como o Instagram e o Youtube, houve 
fracionamento dos interesses estatais entre aqueles relacionados à preservação da vida e 
aqueles relacionados à economia. Em 24 de março de 2020, surpreendendo a todos – e 
após pronunciamento envolvendo toda a equipe ministerial realizado em 18 de março de 
2020 discorrendo sobre os riscos do COVID-19 e os impactos sobre a vida, o então 
http://www.economia.gov.br/noticias/2020/marco/confira-as-medidas-tomadas-pelo-ministerio-da-economia-em-funcao-do-covid-19-coronavirus
https://www.camara.leg.br/noticias/648863-camara-aprova-auxilio-de-r-600-para-pessoas-de-baixa-renda-durante-epidemia/
presidente defendeu claramente a economia, durante pronunciamento oficial realizado 
em rede nacional. 
 
Para compreender melhor o contraste do discurso do então Presidente da República, 
assista os pronunciamentos realizados em 18 de março de 2020 e em 24 de março de 
2020, para avaliação do posicionamento da preferência de Estado em meio a uma 
pandemia. O interesse aqui não é verificar qual é o posicionamento correto do mesmo 
ator, mas, sim, a observação de uma célere mudança dada num espaço de seis dias. 
Através dessa análise, você poderá compreender a pressão orçamentária sobre a 
manutenção dos serviços e benefícios públicos, sobremaneira os afeitos à assistência 
social, foco desse livro didático. 
• Pronunciamento do Excelentíssimo Senhor Presidente da República Jair Messias 
Bolsonaro em conjunto com sua equipe Ministerial em 18 de março de 2020, 
sobre a Pandemia COVID-19. Disponível em: <https://youtu.be>. 
• Pronunciamento do Excelentíssimo Senhor Presidente da República Jair Messias 
Bolsonaro em cadeia nacional em 24 de março de 2020, sobre a Pandemia 
COVID-19. Disponível em: <https://www.youtube.com>. 
De qualquer forma, a parte da questão política, a dinâmica orçamentária do país nesse 
período, demandou a autorização de créditos extraordinários para viabilização de ações 
de governo, que à época, foram comparadas a um esforço de guerra, como pode-se 
observar nos diversos instrumentos normativos publicados a época, tais como os 
expressos na Medida Provisória n. 929/2020. 
 
A Medida Provisória n. 929, de 25 de março de 2020, pode ser lida na íntegra no 
endereço: <http://www.in.gov.br>. 
A tabela a seguir apresenta o extrato da referida MP, onde encontra-se a expressão dos 
créditos extraordinários direcionados ao Bolsa-Família. 
TABELA 1 – ALOCAÇÃO DE CRÉDITOS EXTRAORDINÁRIOS DURANTE A 
PANDEMIA DO COVID-19 
https://youtu.be/lhltNqinvm4
https://www.youtube.com/watch?v=Vl_DYb-XaAE
http://www.in.gov.br/en/web/dou/-/medida-provisoria-n-929-de-25-de-marco-de-2020-249676431
Órgão 55000 – Ministério da Cidadania 
Unidade 55101 – Ministério da Cidadania – Administração Direta 
Anexo Crédito Extraordinário 
Programa 
de 
Trabalho 
Recursos de todas as fontes 
R$ 1,00 
Funcional Programática 
Programa/Ação/ 
Localizador/Produto 
E 
S 
F 
G 
N 
D 
R 
P 
M 
O 
D 
I 
U 
F 
T 
E 
Valor 
5028 
Inclusão 
Social por 
meio do 
Bolsa 
Família e da 
Articulação 
das Políticas 
Públicas 
3.037.598.000 
 (Continua) 
Órgão 55000 – Ministério da Cidadania 
Unidade 55101 – Ministério da Cidadania – Administração Direta 
Anexo Crédito Extraordinário 
Programa 
de 
Trabalho 
Recursos de todas as fontes 
R$ 1,00 
Funcional Programática 
Progra-
ma/ Ação/ 
Localiza-
dor/ 
Produto 
E 
S 
F 
G 
N 
D 
R 
P 
M 
O 
D 
I 
U 
F 
T 
E 
Valor 
 ATIVI-
DADES 
 
08 244 5028 8442 
Transfe-
rência de 
Renda 
Direta-
mente às 
Famílias 
em 
Condição 
de 
Pobreza e 
Extrema 
Pobreza 
(Lei nº 
10.836, 
de 2004) 
 3.037.598.000 
08 244 
5028 8442 
6500 
Transfe-
rência de 
Renda 
Direta-
mente às 
Famílias 
em 
Condição 
de 
Pobreza e

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