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História da Contabilidade

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WBA0203_v2.0
Princípios e pronunciamentos 
contábeis
História da Contabilidade. 
Postulados Contábeis.
História resumida da Contabilidade
Bloco 1
Nelson Bueno de Oliveira
A Contabilidade na Idade Antiga e Média
• Idade Antiga – 4.000 a.C. – aparecimento da escrita.
• Egito e a Mesopotâmia: na Mesopotâmia, tiveram 
povos, entre os quais, os sumérios, acádios, 
amorritas, assírios e caldeus, todos com contribuições 
relevantes em termos culturais, números e escrita. Na 
sequência do tempo, a Assíria e a Babilônia, a Média 
e a Pérsia, a Grécia e Roma. 
• Os livros de História Geral elucidam que a Idade 
Antiga tem seu desfecho em 476 d.C., com a queda 
militar do Império Romano do Ocidente.
Civilizações da História 
Antiga.
A Contabilidade na Idade Antiga e Média
• A Contabilidade teve evolução mais acelerada em 
paralelo com o aparecimento das moedas. 
• A moeda, quando vai surgindo, a partir do século VII 
a.C., traz um dinamismo maior às trocas econômicas.
• O escambo, ou troca de mercadorias entre os 
agentes, envolvia um inventário físico das 
mercadorias, sem propriamente haver a avaliação 
monetária.
Moeda. Avaliação 
Monetária.
A Contabilidade na Idade Antiga e Média
• Frei Luca Bartolomeo de Pacioli, italiano, monge 
franciscano e estudioso de Matemática, nascido em 1445 
d.C., já no final de Idade Média, é considerado o pai da 
moderna Contabilidade. 
• Em 1494 d.C., em seu livro intitulado Summa de 
Arithmetica, Geometria, Proportioni et Proportionalita, 
que, em tradução livre, seria Conhecimentos de 
Aritmética, Geometria, Proporção e Proporcionalidade, em 
um dos capítulos, enuncia o Método das Partidas 
Dobradas, ao conectar as definições de débito e de 
crédito ao conceito de números positivos e negativos da 
Matemática. 
• Isso une as noções nascentes de que o recurso investido é 
associado a uma fonte de financiamento, bem como 
permite o entendimento embrionário de ganhos e perdas, 
lucros e prejuízos.
Frei Luca Pacioli.
A Contabilidade na Idade Antiga e Média
• A riqueza, que envolve patrimônio, é algo inerente 
ao ser humano desde a História Antiga. 
• A Contabilidade, então, se desenvolve na busca de 
criar instrumentos de avaliação da situação 
patrimonial de uma pessoa e de uma entidade, 
separadamente. 
• Se tiver bons resultados, o patrimônio cresce e, do 
contrário, diminui.
Avaliação do Patrimônio. 
Motivo do 
desenvolvimento contábil.
A Contabilidade na Idade Moderna
• Os livros de História trazem que a Idade Moderna 
tem início em 1.453 d.C. com a queda militar de 
Constantinopla, capital do Império Romano do 
Oriente.
• Esse desenvolvimento moderno da Contabilidade 
ocorre em uma época de transição da produção 
feudal, o Feudalismo, para um modelo de 
desenvolvimento do comércio e dos novos 
descobrimentos marítimos, o Mercantilismo. 
Feudalismo -> 
Mercantilismo.
A Contabilidade na Idade Moderna
• Cita-se, aqui, neste contexto, o desenvolvimento de 
cidades e de uma classe média, burguesia, e isso leva 
a um novo florescimento das atividades econômicas, 
culturais e religiosas.
• As cidades italianas Veneza, Gênova, Florença, Pisa, 
entre outras cidades europeias, têm grande 
desenvolvimento nas esferas mercantil, econômica e 
cultural, a partir do século XV d.C. (anos 1.400) até o 
início do século XIX d.C. (anos 1.800). 
Cidades e Burguesia.
A Escola Europeia e a Escola Anglo-Saxônica
• Na Escola Europeia, há um predomínio do interesse 
do poder político de banqueiros e dos governos
sobre a geração da informação contábil pela 
Contabilidade. 
• Prudência e Conservadorismo.
• Code Law, Direito Romano.
Escola Europeia ou 
Latina.
A Escola Europeia e a Escola Anglo-Saxônica
• Modo britânico de ver a informação contábil. É a 
Escola Anglo-Saxônica. Esse modo de fazer 
Contabilidade prevê que prevalece a essência 
econômica dos fatos sobre a forma jurídica, legal dos 
fatos econômicos. 
• Essa forma de pensar privilegia o proprietário, o 
gestor, o administrador da entidade, bem como o 
financiamento empresarial via mercado de capitais e 
não propriamente pelo mercado de crédito bancário. 
Escola Anglo-Saxônica.
A Escola Europeia e a Escola Anglo-Saxônica
• Direito Consuetudinário, ou seja, da prática, da tradição, 
dos costumes. Assim, quem faz e utiliza a Contabilidade, 
ponderado o interesse de quem usa a informação contábil, 
é quem deve estabelecer como a Contabilidade deve ser 
feita, não sendo necessário exaustivas leis e regulamentos 
para isso. 
• Os Princípios Contábeis Geralmente Aceitos (Generally
Accepted Accounting Principles - GAAP) são uma 
importante contribuição da Escola Anglo-Saxônica. 
• Os Estados Unidos da América, a partir de 1.600 d.C., com 
a colonização inglesa, desenvolverão tendência de 
pensamento da Contabilidade alinhados à Escola Anglo-
Saxônica.
Escola Anglo-Saxônica.
História da Contabilidade. 
Postulados Contábeis.
História Contábil. Revolução Industrial. 
IFRS International Financial Reporting Standards e 
US GAAP United States Generally Accepted 
Accounting Principles.
Bloco 2
Nelson Bueno de Oliveira
A Contabilidade na Idade Contemporânea
• A partir da metade do século XVIII (anos 1.700), 
surgem a manufatura, a industrialização, a produção 
em série, invenções e máquinas, provocando ganhos 
de produtividade e profundas mudanças sociais. 
• Conceito de depreciação, ou seja, o desgaste das 
máquinas, outrora irrelevante, passa a ser um custo 
expressivo, tendo em vista o grande investimento em 
ativos fixos.
• A Contabilidade de Custos também é incentivada 
tendo em vista que os custos industriais que ficam 
diluídos nos fatores de produção precisam ser 
alocados adequadamente ao custo dos produtos 
fabricados que compõem os estoques. 
Revolução Industrial.
A Contabilidade na Idade Contemporânea
• A necessidade de grandes investimentos e volumes de 
capital para financiamento provocam a separação entre 
proprietários, investidores e gestores dos 
empreendimentos. 
• A Contabilidade se volta para a elaboração de relatórios 
contábeis e financeiros que fornecessem informações 
adequadas, para usuários dessas informações que fossem 
externos à entidade, como acionistas e investidores não 
dirigentes. 
• O mercado de crédito bancário continua pujante e se 
desenvolvem as sociedades por ações, o mercado de 
capitais e as auditorias. As auditorias surgem como um 
instrumento para assegurar a confiabilidade dos 
demonstrativos contábeis.
Revolução Industrial.
IFRS e US GAAP
• “(...) a Contabilidade deixou de representar um 
instrumento de controle da riqueza patrimonial do 
proprietário para se constituir importante 
instrumento de prestação de informações para a 
decisão de diversos usuários. Esta mudança no 
enfoque da Contabilidade pode ser explicada por 
diversos fatores relacionados às mudanças ocorridas 
na economia dos Estados Unidos: o aparecimento de 
grandes corporações, que passam a dominar o 
crescimento e o investimento; o desenvolvimento do 
mercado de ações; a criação de leis referentes a 
impostos sobre lucros; o fortalecimento do sistema 
de credito bancário; entre outras razões.” (NIYAMA; 
SILVA, 2021, p. 64)
IASB e FASB.
IFRS e US GAAP
• Nesse contexto, cada vez mais se impunha a 
necessidade da padronização de práticas contábeis, 
principalmente, pela reação dos usuários 
(investidores, acionistas e credores, em especial) 
interessados na busca de informações acerca do 
desempenho das empresas e não das demonstrações 
financeiras voltadas para atendimento das 
necessidades internas da administração. 
IASB e FASB.
IFRS e US GAAP
• A crise da Bolsa de 1929 abalou a confiança da 
sociedade com o mercado de capitais. Para ajudar a 
restabelecer esta confiança, o Congresso norte-
americano criou, em 1934, a Securities and Exchange 
Commission (SEC), órgão equivalente à Comissão de 
Valores Mobiliários (CVM) no Brasil. 
• Em 1959, o American Institute of Certified Public
Accountants (AICPA) criou o Accounting Principles
Board(APB). O AICPA, por correspondência, é 
equivalente ao Conselho Federal de Contabilidade 
(CFC), que regula, no Brasil, a prática da profissão 
contábil. 
IASB e FASB.
IFRS e US GAAP
• Em 1973, foi criado o Financial Accounting Standards 
Board (FASB), que é uma entidade privada 
(concepção liberal), sem fins lucrativos, com a 
finalidade de enunciar o Generally Accepted
Accounting Principles (US GAAP), Princípios de 
Contabilidade Geralmente Aceitos nos Estados 
Unidos. 
• Em paralelo, na Europa, há o desenvolvimento dos 
padrões contábeis, em termos parecidos, que 
culminam com a criação do International Accounting 
Standards Board (IASB), em termos semelhantes ao 
FASB, e com a enunciação dos International Financial 
Reporting Standards (IFRS).
IASB e FASB.
História da Contabilidade. 
Postulados Contábeis.
Postulado da Entidade.
Postulado da Continuidade.
Bloco 3
Nelson Bueno de Oliveira
Postulado da Entidade
• Teoria da Contabilidade é um conjunto de conceitos e 
proposições, fundamentado logicamente, que tem o 
propósito de embasar todos os procedimentos 
adotados por quem faz a Contabilidade, os 
contadores. Esses procedimentos contábeis são:
• a) Reconhecimento de elementos patrimoniais, ativos 
e passivos basicamente e suas mutações. 
• b) Mensuração desses elementos todos.
• c) Divulgação da posição econômica, financeira e 
patrimonial de uma entidade e suas mutações.
Postulados Contábeis.
Postulado da Entidade
• Um postulado pode ser definido como uma 
proposição ou observação de certa realidade que 
pode ser considerada não sujeita a verificação, ou 
axiomática (IUDÍCIBUS, 2021, p. 25).
• Por dois pontos, passa uma única reta.
• Existe plano e, tanto nele quanto fora dele, existem 
infinitos pontos. Postulados da Matemática (três 
pontos não colineares formam um plano.)
• Os dois Postulados da Contabilidade são Entidade e 
Continuidade.
Postulados Contábeis.
Postulado da Entidade
• Entidade Contábil é a unidade econômica que tem controle 
sobre recursos e possui responsabilidade por uma atividade 
econômica implementada e executada. Feudalismo* –
Mercantilismo – Revolução Industrial.
• A Entidade Contábil pode ser uma pessoa física, uma sociedade 
de micro ou de pequeno porte, uma sociedade limitada, uma 
sociedade por ações, uma organização do terceiro setor sem 
fins lucrativos, uma unidade de governo etc.
• Considera o *patrimônio dos proprietários separadamente do 
patrimônio da entidade. Desdobramento importante disso é 
que, pela Entidade Contábil, o Patrimônio Líquido (Capital, 
Reservas de Lucros, Reservas de Capital etc.) pertence à 
entidade, à empresa, e não aos proprietários. Isso, 
naturalmente, não exclui o direito que os proprietários 
possuem de receber distribuição de lucros.
Postulados Contábeis.
Postulado da Continuidade
• “As entidades, para efeito de Contabilidade, são 
consideradas como empreendimentos em andamento 
(going concern), até circunstância esclarecedora em 
contrário, e seus ativos devem ser avaliados de 
acordo com a potencialidade que têm de gerar 
benefícios futuros para a empresa, na continuidade 
de suas operações, e não pelo valor que poderíamos 
obter se fossem vendidos como estão, no estado em 
que se encontram.” (IUDÍCIBUS, 2021, p. 27)
• Exemplo hipotético: valor de um parque de diversões 
em processo de descontinuidade.
Postulados Contábeis.
Postulado da Continuidade
• Continuidade significa que a empresa ou a entidade é 
entendida como um conjunto de fatores que, se utilizados 
adequadamente, em um sistema, são capazes de agregar 
utilidade, gerando receitas em patamar suficiente para 
remunerar os investimentos realizados. 
• O mercado consumidor para o qual o produto da entidade 
é destinado deve propiciar receitas adequadamente 
grandes para compensar os investimentos realizados e o 
custo do capital empregado para isso o fazer. 
• Esse capital empregado, nos investimentos, é proveniente
de: a) recursos próprios da empresa, ou seja, de seu caixa; 
b) de novos recursos dos proprietários; ou c) de novas 
dívidas fornecidas por credores.
Postulados Contábeis.
Postulado da Continuidade
• Caso, no entanto, tiverem indícios ou sinais de que a 
empresa ou a entidade pode deixar de ter 
Continuidade em um horizonte razoável de tempo, 
isso deve ser evidenciado nos demonstrativos 
contábeis, bem como nos relatórios de auditoria 
respectivos. 
• Na ausência de Continuidade, implica que os valores 
relatados nas demonstrações contábeis perdem 
poder informacional, perdem significância. Isso pela 
incapacidade dos ativos gerarem benefícios 
econômicos futuros em termos adequados.
Postulados Contábeis.
Postulado da Continuidade
• O postulado da Continuidade pressupõe que o 
resultado exato do empreendimento somente será 
conhecido no encerramento da firma em algum 
momento. 
• O que a Contabilidade faz é evidenciar o resultado 
por períodos, aproximadamente, sendo que o 
somatório de todos esses resultados, por exemplo 
anuais, resguardado o valor do dinheiro no tempo, 
será o resultado definitivo, no futuro, no 
encerramento da firma, quando houver.
Postulados Contábeis.
Postulado da Continuidade
• “Assim, a maior parte dos ativos, em cada ciclo 
operacional, não se destina, efetivamente, à venda, 
mas à contribuição para produzir a receita daquele 
ciclo. A Contabilidade tem interesse e 
responsabilidade em avaliar o retorno dos gastos 
incorridos. Isto somente pode ser feito por meio da 
comparação entre o valor da receita (valor de saída, 
de venda dos produtos) com o valor de custo (valor 
de entrada, de aquisição) dos recursos (ativos) 
utilizados, direta ou indiretamente, para produzir tal 
receita.” (IUDÍCIBUS, 2021, p. 28)
Postulados Contábeis.
Teoria em Prática
Bloco 4
Nelson Bueno de Oliveira
Reflita sobre a seguinte situação
• Há um princípio contábil denominado Prudência ou 
Conservadorismo. Esse princípio da Prudência é um 
desdobramento da Escola Europeia ou Latina, que tinha 
em sua concepção uma predominância do poder político 
de governos e de credores na enunciação dos 
procedimentos contábeis.
• Quer dizer que um banco, no passado longínquo, não 
queria que os demonstrativos contábeis fossem otimistas. 
Porque nessa situação, o banco poderia conceder um 
empréstimo e a empresa devedora, ao final, na realidade, 
poderia não ter condições de pagar a obrigação. Assim, os 
bancos queriam uma contabilidade conservadora, com um 
viés pessimista e realista.
Reflita sobre a seguinte situação
• O atual pensamento contábil, materializado na 
Estrutura Conceitual, adotada pelo IASB, privilegia a 
fidedignidade da informação contábil, abrangendo a 
sua neutralidade e a prevalência da essência 
econômica dos fatos sobre a forma jurídica. 
Entretanto, há vários pronunciamentos vigentes que 
ainda contêm o princípio da Prudência evidente, 
como os pronunciamentos das provisões, dos 
estoques, e dos testes de impairment.
• Como deveria ser a informação contábil? Mais 
prudente, conservadora, ou evidenciar com 
neutralidade a realidade econômica da empresa? 
Norte para a resolução...
• Prudência ou Conservadorismo.
• Fidedignidade da informação contábil. Prevalência da 
essência econômica sobre a forma jurídica.
• Julgamento do profissional de Contabilidade.
• Informação neutra. Sem viés.
Dica do (a) Professor (a)
Bloco 5
Nelson Bueno de Oliveira
Dica do (a) Professor (a)
O Teorema de Pitágoras, conhecido de todos, desde o Ensino Médio, enuncia que a área 
do quadrado, construído com a hipotenusa de um triângulo retângulo, é igual à soma dos 
quadrados construídos com os catetos.
Fonte: zorabcde/ iStock.com.
Sendo em um triângulo retângulo: c = hipotenusa; a = cateto 1; 
b = cateto 2. Então a2 + b2 = c2.
O Teorema de Pitágoras pode ser 
demonstrado objetivamente pela 
Matemática.
Por sua vez, um Axioma (ou 
Postulado) da Matemática já não 
prevê demonstração, sendo uma 
verdade primitiva aceita.
Figura 1 - Dica
Dica do (a) Professor (a)
• Exemplosde Axiomas da Matemática:
• Na reta, e também fora dela, existem infinitos pontos.
• Dois pontos distintos determinam uma, e somente 
uma, reta.
• Três pontos que não são colineares determinam um 
único plano.
• A menor distância entre dois pontos é o segmento de 
reta que une estes dois pontos.
• Através de um ponto fora de uma reta passa uma, e 
somente uma, reta paralela à reta dada.
• Pesquise, em livros do Ensino Médio, porque um Teorema 
admite demonstração enquanto um Axioma não admite 
demonstração.
Referências
ALMEIDA, M. C. Teoria da Contabilidade em IFRS e CPC. 1. ed. 
São Paulo: Atlas, 2021.
HENDRIKSEN, E. S.; VAN BREDA, M. F. Teoria da Contabilidade. 
Tradução de Antonio Zoratto Sanvicente. 1. ed., 14 reimp. São 
Paulo: Atlas, 2018.
IUDÍCIBUS, S. Teoria da Contabilidade. 12. ed. São Paulo: 
Atlas, 2021. 
Referências
MARTINS, E.; GELBCKE, E. R.; SANTOS, A. dos; IUDÍCIBUS, S. 
Manual de Contabilidade Societária: aplicável a todas as 
sociedades de acordo com as normas internacionais e do CPC. 
3 ed. São Paulo: Atlas, 2021.
NIYAMA, J. K.; SILVA, C. A. T. Teoria da Contabilidade. 4. ed. 
São Paulo: Atlas, 2021.
Bons estudos!

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